EventosAntónio Cabrita distinguido com Prémio Armando Baptista-Bastos Hoje Macau - 30 Out 2024 O romance “Se não quiseres amar agora no inverno, quando?”, de António Cabrita, venceu o Prémio Literário Armando Baptista-Bastos, anunciou ontem a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, de Lisboa, que promove o galardão. Sobre a obra vencedora, que será publicada em Portugal no próximo ano, o júri realçou “a qualidade exímia” com que expõe “memórias de Lisboa [e] da sua periferia”. O prémio tem o valor pecuniário de 3.500 euros. A esta segunda edição do Prémio Literário Armando Baptista-Bastos, apresentaram-se 40 candidatos, dois deles oriundos do Brasil. O júri foi presidido pelo editor literário Manuel Alberto Valente, e constituído pelos escritores Dulce Maria Cardoso, Maria João Cantinho, José Ferreira Fernandes e Ricardo Gonçalves Dias, também vogal da Junta de Freguesia. António Cabrita, a viver em Moçambique desde 2005, foi jornalista durante 23 anos, tendo trabalhado no semanário Expresso, de 1988 a 2004. Literariamente, estreou-se em 1979, com a publicação de um livro de poesia, linha muito presente na sua obra, que reuniu pela primeira vez na coletânea “Arte Negra” (2000), seguindo-se títulos como “Abysmos da mão”. Ofício da escrita António Cabrita é também autor de guiões e argumentos, alguns em parceria, para séries documentais como “Mar das Índias”, de Miguel Portas e Helena Torres, e de filmes como “Eu Vi a Luz Num País Perdido” (1993), de António Escudeiro, “Paraíso Perdido” (1995), de Alberto Seixas Santos, “Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra” (2005), de José Carlos Oliveira, e “O Búzio” (2005), de Sol de Carvalho. Com Maria Velho da Costa (1938-2020), escreveu “Inferno” (2001), sobre Camilo Castelo Branco, como um possível guião para filme, resultado de encomenda para uma trilogia cinematográfica, a desdobrar em série televisiva, que ficou por cumprir. A obra foi editada em livro pelas edições Íman. António Cabrita ensina dramaturgia e teoria prática de guiões em Moçambique e tem vindo a publicar ensaios, livros de contos, romances e volumes de poesia. Colaborou também com o Hoje Macau durante vários anos com crónicas semanais. Entre outros, é autor dos livros de poesia “Bagagem não Reclamada”, “Anatomia Comparada dos Animais Selvagens”, com o qual venceu o Prémio P.E.N. Clube, em 2018, “A Kodak faliu”, “Dick, o cão da minha infância”, e dos romances “A Maldição de Ondina” (2013), “Éter” (2015), “A Paixão segundo João de Deus” (2019) e “Fotografar Contra a Luz” (2020). “Trístia” e “Uma ostra questão”, de 2021, estão entre os seus mais recentes títulos. A obra “Tecto, para andar ao relento” (2022) reúne algumas das suas crónicas. Como tradutor, conta-se a antologia de poesia hispânica “As Causas Perdidas” (2020). No ano passado, na primeira edição do Prémio Literário Armando Baptista-Bastos, o vencedor foi o romance “Disfarça, que lá vem Sartre”, do autor brasileiro Álvaro Filho.