Já são conhecidos alguns dos filmes da nova edição do DocLisboa

“Sempre”, de Luciana Fina, será o documentário a estrear a edição deste ano do DocLisboa, um festival inteiramente dedicado ao género documentário que decorre em Lisboa entre os dias 17 e 27 de Outubro. Segundo uma nota de imprensa, o evento encerrará com “O Dia Que Te Conheci”, de André Novais Oliveira.

A organização descreve que o público poderá esperar “um programa rico que gera uma conversa entre um presente, um passado e um futuro, onde convergem, de formas diversas e inesperadas, uma série de reflexões necessárias sobre o cinema do nosso tempo”.

“Sempre”, o filme de arranque do festival, estreou recentemente n Festival de Veneza e faz uma reflexão sobre “o 25 de Abril [de 1974] e os seus ecos”, tratando-se de um filme que “revisita e traz para o presente os filmes, imagens, rostos e os ideais esquecidos ou por cumprir da revolução”.

Luciana Fina, artista italiana radicada em Portugal desde os anos 1990, mostra no DocLisboa um “filme feito de filmes”, elaborado a partir de um convite da Cinemateca Portuguesa para conceber uma instalação por ocasião dos 50 anos de Abril, recorrendo ao arquivo fílmico nacional e ao repositório de imagens da RTP.

O filme de encerramento, “O Dia Que Te Conheci”, é a história “de um homem e de uma mulher que tentam permanecer à tona num mundo desajustado, e que um dia se conhecem”.

Programa do futuro

Destaque para a apresentação da selecção “Back To The Future”, programa especial com curadoria de Jean-Pierre Rehm, colaborador habitual do festival. “Back to the Future” propõe-se “percorrer em alguns filmes o vínculo que liga o modernismo, ou seja, nada mais nada menos do que a utopia do século XX, e o cinema”, explica o também crítico e professor no texto que apresenta este conjunto de filmes.

Destacam-se, assim, vários títulos até agora inéditos em Portugal, como “Traité de bave et d’éternité” (1951), de Isidore Isou; “Per Speculum”, de Adrian Paci, onde “o espectador acede a um espaço que não carece de definição, onde um grupo de crianças entra num diálogo com a luz do sol através de fragmentos de um espelho, que resulta numa experiência visual livre e dinâmica”.

Da Albânia apresenta-se “If and If Only” do artista Anri Sala, em que um caracol se passeia ao longo de um arco de viola, afectando uma execução da peça ‘Elegia para viola solo’, de Stravinsky, perturbação essa que leva o maestro a adaptar o concerto às condições impostas pela nova relação física que ali se gera. Um último destaque para “Phantoms of Nabua” do tailandês Apichatpong Weerasethakul, um filme que tem a luz como personagem principal e onde se explora o conforto de casa, por um lado, e a sua destruição, por outro, descreve a organização. A programação completa da 22.ª edição do DocLisboa 2024 será apresentada dia 1 de Outubro.

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