Secretário “não vê necessidade” premente na habitação intermédia

A suspensão temporária do projecto de habitação intermédia para a classe média na avenida Wai Long mereceu ontem reparos de vários deputados.

No debate sobre as Linhas de Acção Governativa (LAG) para a área dos Transportes e Obras Públicas, o secretário Raimundo do Rosário confirmou o volte-face no projecto. “Este ano recebemos mais de 1000 candidaturas para a habitação económica, mas temos 5.400 fracções económicas [a concurso]. Se as opiniões entenderem de outra forma podemos retomar o projecto [de habitação intermédia]. Caso haja consenso posso avançar com o concurso [para as obras] a qualquer momento. Mas, para já, não vejo qualquer necessidade nesse sentido.”

Enquanto a deputada Wong Kit Cheng frisou que “os jovens não podem ficar prejudicados” com a suspensão do projecto, o deputado Leong Sun Iok deseja saber quais os critérios para a suspensão de um projecto destinado a quem não é elegível para concorrer a uma casa do Governo nem consegue comprar no sector privado.

Poder mudar

Para a deputada Ella Lei, “os jovens são ilegíveis para uma candidatura à habitação económica”, tendo apelado a que se avance com a habitação intermédia tal como planeado. “O Governo deve avançar com uma calendarização, e se não avançar com o projecto a curto prazo, devem ser revistos os critérios de acesso à habitação económica.”

A ideia da revisão será criar um mecanismo permanente de candidatura. “Segundo os nossos planos, no próximo ano haverá mais cinco ou seis mil fracções económicas. Com condições poderemos ponderar rever a lei de habitação económica para que haja candidaturas permanentes”, indicou o governante.

Recorde-se que no passado dia 14, aquando da apresentação do relatório das LAG, o Chefe do Executivo anunciou que a construção do complexo de habitação intermédia não avança para já.

“Temos de perceber as razões para se construir habitação intermédia. Tal foi feito porque havia uma grande lista de espera para a habitação económica e queremos promover a habitação para os jovens, e porque tinham uma pontuação menos vantajosa [neste concurso]. No concurso para as fracções de habitação económica o número de candidatos é ainda reduzido. Segundo a nossa avaliação não existe, para já, uma classe sanduíche a precisar da habitação intermédia, tendo em conta o número reduzido de candidaturas aquém do esperado.”

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