China e Arábia Saudita acordam troca cambial de 50 mil milhões de yuans

Os bancos centrais da China e da Arábia Saudita assinaram um acordo de troca cambial avaliado em cerca de 50 mil milhões de yuans durante três anos. O Banco Popular da China, o banco central chinês (PBC, na sigla em inglês) anunciou na segunda-feira o pacto, num comunicado, no qual garante que servirá para “fortalecer a cooperação financeira, expandir a utilização de moedas locais e promover a facilitação do comércio e do investimento” entre os dois países.

De acordo com jornal de Hong Kong South China Morning Post, esta é a primeira troca cambial entre Pequim e Riade e o 30.º acordo deste tipo que o PBC conclui na última década. O banco central chinês celebrou pactos semelhantes com outros países do Médio Oriente, como os Emirados Árabes Unidos (2012), Qatar (2014) ou Egito (2016), para promover a internacionalização do yuan.

No ano passado, a Arábia Saudita exportou para a China petróleo no valor de cerca de 65 mil milhões de dólares, representando 83% das suas vendas ao gigante asiático. No entanto, a China continua a importar a maior parte do crude que utiliza da Rússia.

De acordo com dados da plataforma internacional de pagamentos SWIFT, o yuan é a quinta moeda mais utilizada a nível mundial em pagamentos transfronteiriços em 2023, com uma quota de 3,71%, longe do euro (23,6%) e do dólar norte-americano (46,58%).

No entanto, em Setembro conseguiu ultrapassar o euro e colocar-se na segunda posição na tabela mundial com uma fatia de 5,8%, face aos 5,43% da moeda europeia, embora o dólar continue a ser o líder indiscutível, com 84,15%. Nos últimos anos, a China lançou uma campanha para liquidar as transações de petróleo e gás natural em yuan, para reduzir a dependência do dólar, lançando, por exemplo, contratos futuros de petróleo em yuan através de um bolsa especializada em Xangai, em 2018.

No final de 2022, durante uma cimeira na Arábia Saudita, o líder chinês Xi Jinping apelou aos países árabes para “aproveitarem ao máximo” a bolsa de Xangai para negociarem petróleo bruto e gás em yuan e não em dólares. Pequim mediou um acordo histórico, em março, entre a Arábia Saudita e o Irão.

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