SociedadeJornal All About Macau questiona actuação da polícia no caso Wong Wai Mam João Santos Filipe e Nunu Wu - 11 Mai 2023 O jornal All About Macau lançou ontem um comunicado a questionar se tinha sido alvo de uma armadilha montada pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). Em causa, está o artigo publicado pelo jornal no passado sábado, em que Wong Wai Man acusou a polícia de ter exercido vários tipos de pressão, após o dirigente associativo ter tentado organizar uma manifestação no 1.º de Maio. Inicialmente, Wong contou ao jornal ter desistido da manifestação por pressão da polícia, que tinha inclusive enviado agentes à paisana para espiá-lo. No entanto, face às acusações, a Polícia Judiciária abriu uma investigação ao caso, e Wong terá mudado a sua versão dos acontecimentos, afirmando que apenas tinha sofrido “pressão pessoal”. O depoimento levou a PJ a considerar não ter havido pressões. Na sequência da investigação, o CPSP prometeu acompanhar “as possíveis infracções” e “responsabilizar criminalmente” as pessoas envolvidas, ao mesmo tempo que indicou que o possível crime foi praticado “através de imprensa online”. O comunicado do CPSP veio ainda acusar o jornal de publicar comentários “completamente contrários aos factos objectivos, violando gravemente o prestígio da polícia e prejudicando a boa reputação da polícia”. Esclarecimentos recusados Agora, o jornal All About Macau veio contestar as acusações da polícia. Segundo a publicação em língua chinesa, depois de terem sido ouvidas as acusações de Wong, foi feito um contacto com o CPSP, a explicar que seria publicado um artigo com as acusações e que se procurava ouvir a versão das autoridades sobre o sucedido. O CPSP recusou fazer comentários, justificando que não comentava o “caso concreto”. Na tomada de posição, a direcção do jornal publica inclusive a troca de correspondência com as autoridades. Como o CPSP recusou fornecer os respectivos esclarecimentos e agora procura apurar “responsabilidades criminais”, a publicação questiona se foi “alvo de uma armadilha” das autoridades para ser incriminada.