Cinema | Festival “Macau Films & Videos Panorama” arranca sexta-feira

Está de regresso mais uma edição do festival de cinema “Macau Films & Videos Panorama”, que termina dia 26 deste mês. Com organização da Associação Audiovisual CUT, esta é a oportunidade para ver, na Casa Garden, os melhores filmes feitos por realizadores locais, com o cinema universitário em destaque

 

A Casa Garden acolhe, a partir desta sexta-feira e até ao dia 26, mais uma edição do festival “Macau Films & Videos Panorama”, uma iniciativa da Associação Audiovisual CUT que pretende mostrar o que de melhor se faz no cinema local, mas não só. Serão exibidos filmes locais, parte deles integrantes da iniciativa “O Poder da Imagem”, do Instituto Cultural (IC). Há também quatro filmes escolhidos pelas universidades locais, revelando-se, assim, os melhores projectos dos estudantes de cinema. Destaque ainda para 11 filmes de Hong Kong, China e Taiwan. Todos eles vão a concurso.

Os organizadores convidaram Joyce Yang, veterano crítico de cinema de Hong Kong, para fazer parte do júri na primeira fase de selecção de filmes, tendo sido eleitas 12 de um total de 40 submissões. O júri é ainda composto por outras personalidades ligadas ao cinema asiático, como é o caso de Song Wen, fundador do FIRST – Festival Internacional de Cinema de Xining, na China; Kattie Fan, directora da programação do ifva Festival, promovido pelo Centro de Artes de Hong Kong, e Esther Chen, curadora dos Taiwan Golden Harvest Awards. A partir destes eventos, foram seleccionados os seis filmes da China, Taiwan e Hong Kong que integram a secção “Panorama Screenings”.

Destaque ainda para o facto de o público poder assistir a conversas após a exibição dos filmes, “permitindo que os realizadores locais possam comunicar com o público”. Enquanto isso, “o público poderá ter acção e dar apoio, votando nos seus trabalhos favoritos”, escolhendo as películas que vão ganhar o prémio “Escolha do Público” [Audience Choice Award].

Relativamente à secção “Made in Macau”, apresentam-se 22 filmes, incluindo dez da iniciativa “O Poder da Imagem” e 12 escolhidos das submissões feitas pelos realizadores locais. Haverá seis sessões para exibir as curtas-metragens. A organização descreve esta lista de trabalhos cinematográficos como “demonstrando inovação e vitalidade da parte dos criadores locais”, competindo pelos prémios do júri e do público.

Uma vez que grande parte dos temas explorados pelos realizadores giram em torno da pandemia e das experiências pessoais vividas nestes últimos meses de confinamentos, medos, traumas e expectativas, os organizadores “convidam o público a olhar para a perspectiva dos realizadores locais e ver como registaram as experiências do passado, como se pode ganhar um novo ritmo e fazer com que as experiências mais pesadas do passado se tornem no poder do futuro”.

O cartaz

Neste festival poderão ser vistas longas e curtas-metragens, trabalhos de ficção e também documentários. Na sexta-feira, as exibições começam às 19h30 com os filmes “Peaceful”, “The Unearthed Memory”, “Sea” e “The Ceremony of Coloane”. Este último título é um documentário sobre a ilha de Coloane e as suas vivências tão específicas, contando a história da cerimónia de abertura da Associação de Construção e Desenvolvimento de Coloane. Trata-se de um “momento histórico” contado em filme, que pretende “reforçar a felicidade, o sentido de pertença e o desenvolvimento sustentável dos residentes”.

No caso de “The Unearthed Memory” conta-se a história dramática de Ngai, que, deparando-se com a morte do pai, tem de lidar com traumas da sua infância, confrontando-se com memórias fragmentadas dos seus pais no seu dia-a-dia. Esse processo faz com que Ngai se consiga redescobrir e preparar-se para aceitar tamanha perda. Este é um filme de Ho Kueng Lon, que iniciou os estudos em cinema e televisão em 2017, na Polónia, onde continua a estudar ficção e documentário. Este realizador de Macau pretende explorar mais o chamado cinema narrativo, contando histórias “focadas na condição humana”.

As quatro películas de Macau voltam a ser exibidas no dia 25, às 21h30. Também esta sexta-feira, mas no horário das 21h30, destaque para as exibições de “The Last Sunrise” e “The Lily Yet to Bloom (Director version)”. Estes filmes voltam a ser exibidos no dia 25, às 17h.

No sábado, dia 18, às 16h30, o público poderá ver “Tantalus”, “Shipwright”, “Ghost & Cat” e “Backyard”, que voltam a ser exibidos no dia 24, sexta-feira, às 19h30. Também no sábado, mas no horário das 21h30, o festival exibe “One Night Legends”, “Before the Flight”, “Jellyfish” e “The Best Gift Ever”, repetidos no dia 26, domingo, às 19h30.

Destaque ainda para as exibições, neste sábado, no horário das 19h30, dos filmes “Daughter and Son”, “Almost Summer” e “To The Sea”. De frisar que “Daugther and Son”, filme do realizador chinês Cheng Yu, foi escolhido para a lista das melhores curtas-metragens do Berlinale – Festival Internacional de Cinema de Berlim.

Este domingo, 19, às 16h30, exibem-se os filmes “By 3pm”, “Flower”, “Family Heriloom” e “Homework”, que poderão ser vistos novamente na sexta-feira, dia 24, às 21h30. A partir das 21h30 deste domingo serão exibidos “Where the Luck Goes?”, “Punctum”, “The Lost Eden of Birds” e “A Beautiful Bird Day”, novamente exibidos dia 26, às 17h.

No dia 25, serão exibidos os filmes integrantes da selecção feita pelas universidades locais, com entrada livre. A Universidade de Macau escolheu “One Day That Day”, a Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau apresentou a película “Rupert’s Tears”, a Universidade de São José seleccionou “Flowers For My Mother” e a Universidade Politécnica de Macau trouxe para o festival o filme “Imprisoned”.

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