Covid-19 | Pedido subsídio para TNR e fim da política de zero casos

A Associação Comercial de Macau sugeriu o lançamento de um cartão de consumo para não-residentes, no valor de três mil patacas. Por sua vez, a Associação Industrial e Comercial da Zona Norte de Macau quer o fim da política de zero casos

A Associação Comercial de Macau defende a atribuição de um cartão de consumo no valor de 3 mil patacas para os trabalhadores não-residentes. A posição da entidade foi divulgada na sexta-feira, através de um comunicado, e faz parte das sugestões apresentadas pela associação relativas a mais um pacote de apoio à economia no valor de 10 mil milhões de patacas.

“Em primeiro lugar, deve-se fornecer um subsídio monetário universal único para combater a [crise provocada pela] pandemia”, pode ler-se no comunicado da associação, citado pela agência Lusa.

Além da sugestão que visa não-residentes, a associação liderada por Frederico Ma considera importante a atribuição de mais um cheque para a população e ainda apoios financeiros para as Pequenas e Médias Empresas (PME), que ficaram de fora da ronda mais recente de apoios. Para o dirigente associativo, é essencial ajudar os negócios que foram impedidos de operar durante o surto mais recente.

As sugestões foram apresentadas ainda antes de as autoridades bloquearem um edifício residencial na Areia Preta e um espaço de comércio na Taipa, devido a um caso positivo detectado pelas autoridades de Zhuhai.

Negócios a fechar

Por sua vez, a Associação Industrial e Comercial da Zona Norte de Macau disse à Lusa que espera que o Governo abandone a política de zero casos, alertando para os graves danos das medidas restritivas na economia.

“Esperamos que o Governo não prossiga a operação da ‘política zero’”, disse o presidente, Raymond Wong. “E se no futuro houver novamente um surto na comunidade? Uma empresa pequena não consegue sobreviver se for obrigada a fechar outra vez (…) e muitas já fecharam os seus negócios”.

O empresário defendeu ainda que Macau deve abrir a fronteira com Hong Kong. “Tenho negócios em Hong Kong, e há dois anos que não posso lá ir. Hong Kong faz parte da China, porque não podemos ir?”, questionou, sublinhando que a “população está vacinada”.

Macau começou a administrar a quarta dose de vacina para toda a população na sexta-feira, com prioridade dada aos idosos e os doentes imunodeprimidos.

O território que tinha registado cerca de 80 infecções de covid-19, foi atingido em Junho deste ano pelo pior surto enfrentado desde o início da pandemia, que infectou 1.821 pessoas, a maioria dos casos assintomáticos, e poderá ter estado por trás da morte de seis idosos, que tinham doenças crónicas.

As fortes restrições fronteiriças, confinamentos parciais e o isolamento de partes da cidade em sintonia com a política de casos zero imposta por Pequim, a crise no turismo e na indústria do jogo tiveram um grande impacto na economia, muito dependente de turistas e dos casinos.

Subscrever
Notifique-me de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários