Beirute | Recolha de fundos para auxiliar afectados pelas explosões

A Associação Internacional de Filantropia está a desenvolver uma acção de solidariedade em parceria com a congénere libanesa Achrafieh2020. O objectivo é ajudar cerca de 1.100 famílias de Beirute com necessidades imediatas, como a reparação de janelas

 

[dropcap]A[/dropcap] Associação Internacional de Filantropia lançou uma campanha de recolha de fundos para ajudar os afectados pelas explosões de Beirute, que causaram cerca de 177 mortos e 300 mil desalojados. A iniciativa é desenvolvida em cooperação com a associação libanesa Achrafieh2020 e o objectivo passa por enviar dinheiro, tão depressa quanto possível, para fazer frente às necessidades mais urgentes, como reparação de janelas, enquanto se aguardam os apoios financeiros institucionais.

Segundo a presidente, Lurdes de Souza, a associação local lançou-se na iniciativa porque faz parte das razões pelas quais foi criada, mas também porque há ligações pessoais com a Achrafieh2020 que permitem garantir que o dinheiro é efectivamente utilizado para assistir cerca de 1.100 famílias.

“A Achrafieh2020 é uma associação comunitária, que ao longo do ano ajuda famílias carenciadas com apoios sociais, pagamento de cuidados médicos, entre outros. Antes das explosões eles já estavam a auxiliar 690 famílias, mas agora o número subiu para 1.100 famílias que estão a lidar com várias necessidades”, afirmou a representante da Associação Internacional de Filantropia.

“Nesta altura a associação está a enfrentar muitos problemas financeiros porque estamos a falar de um país onde neste momento nem há divisas. Nós sabemos que eles vão receber ajuda internacional, que já foi prometida por governos ocidentais e até pelas agências da Organização das Nações Unidas. Mas até o dinheiro chegar vão precisam de ajuda e é para isso que serve esta recolha”, explicou.

Segundo a responsável, nesta altura o mais urgente é mesmo substituir cerca de 5 mil janelas, que foram destruídas com a explosão, para que as famílias possam regressar às suas casas.

Ajuda internacional

A Associação Internacional de Filantropia foi criada há cerca de um ano e o arranque foi afectado pela pandemia da covid-19. No entanto, a instituição tem como objectivo internacionalizar o espírito de solidariedade da população de Macau.

Nesse sentido, a tragédia de Beirute foi encarada como uma altura para entrar em acção. Porém, a presidente, Lurdes de Souza, admite que o facto de ter ligações com o Líbano, através de amigos com quem frequentou a escola, quando morava em França, facilita a operação. “É uma campanha que também estou a fazer a nível pessoal porque tenho uma ligação há décadas, por razões pessoais, com pessoas que vivem no Líbano. […] São pessoas com quem andei na escola em França e com quem sempre mantive contacto”, apontou.

Quanto ao espírito de solidariedade em Macau, Lurdes de Souza considera que está presente e que as pessoas são generosas, mas que há pouca mobilização para causas mais globais. “As pessoas de Macau são generosas e sabem partilhar quando é necessário. Mas, não há muito o hábito de contribuir para causas humanitárias internacionais. O nosso desafio como associação é levar esta partilha para causas internacionais”, considerou. “Se Macau quer ser uma cidade internacional, também precisa de o ser a nível da solidariedade”, acrescentou.

Foi a 4 de Agosto que se registaram duas explosões em Beirute que causaram cerca de 177 mortos, 6 mil feridos, 300 mil desalojados e danos que se estimam possam chegar aos 15 mil milhões de dólares americanos. Segundo o Governo libanês as explosões tiveram origem em depósitos de armazenamento de nitrato de amónio.

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