Carne fresca de porco deve aumentar 310 patacas por 60 quilogramas 

[dropcap]O[/dropcap] canal chinês da Rádio Macau noticiou ontem que a carne de porco vivo deve ter um aumento de 310 patacas por cada 60 quilogramas, o que, na prática, significa que o preço mais alto a cobrar deverá ser de 2660 patacas a cada 60 quilogramas.

Sobre este ponto, o subdirector-geral do grupo Nam Yuen, Wong, explicou que o aumento dos preços se deve aos valores praticados em Hong Kong, onde se cobram 4700 patacas por cada 60 quilogramas de carne de porco, o dobro face aos preços praticados em Macau.

Os porcos vivos exportados para Macau são criados em quintas pelos próprios fornecedores, o que faz com que o preço de aquisição se aproxime do preço por atacado em Macau. Isto resulta numa perda de lucros para os criadores de porcos, o que “não é viável”, disse Wong. O responsável da Nam Yue defende que os preços da venda de carne por atacado devem aumentar no território, para que os fornecedores estejam dispostos a vender para Macau.

De acordo com informações publicadas pelo Jornal do Cidadão, os locais de transbordo de mercadorias escolhidos pela Nam Kwong e Nam Yuen, localizados em Zhuhai e Zhongshan, foram rejeitados pelas autoridades chinesas. Por esse motivo, pede-se a intervenção do Governo de Macau nesta matéria, para que se chegue a um acordo com estas cidades, a fim de reduzir os custos com o transporte da carne.

Diversificar, é preciso

O Jornal do Cidadão deslocou-se ao mercado, tendo noticiado que houve uma quebra no abastecimento de porcos vivos em um quarto quando comparado com os dias anteriores, o que fez com que a carne de porco tenha esgotado pouco depois da hora de almoço, mesmo que o preço, por cada quilo, tenha registado um aumento de cinco a seis patacas.

Por forma a colmatar esta problemática com o fornecimento de porcos vivos para Macau, Hoi Long Tong, presidente da direcção da Aliança de Povo de Instituição de Macau, defende que haja uma diversificação das fontes de importação, sugerindo que a Nam Kwong e a Nam Yuen considerem comprar porcos vivos a países estrangeiros.

Chan Pou Sam, membro do conselho consultivo do Instituto para os Assuntos Municipais, disse ao jornal Ou Mun que os Serviços de Alfândega devem implementar medidas para combater o possível contrabando de porcos vivos, esperando que as autoridades de Macau e da China actuem em conjunto para prevenir uma possível propagação da peste suína africana. Também este responsável defende a importação de porcos vivos oriundos de outros países que não a China, para que se possa equilibrar os preços da carne fresca praticados no mercado.

29 Ago 2019

SMG | Emitido alerta de ciclone tropical e aviso de inundações

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) emitiram ontem ao início da tarde um alerta devido à aproximação de um ciclone tropical que pode resultar em inundações.

As autoridades içaram o sinal 1, no momento em que o “ciclone tropical ‘Podul’, localizado na parte central do Mar do Sul da China, continua a mover-se para o quadrante oeste, dirigindo-se para a Ilha de Hainan”, lia-se no portal dos serviços meteorológicos.

O alerta foi emitido às 15h de ontem com a probabilidade moderada de ser elevado para sinal 3 durante a manhã de hoje, de acordo com os SMG.

Em comunicado, foi referido que entre hoje amanhã “podem ocorrer inundações em zonas baixas no Porto Interior”, pelo que lançou também o aviso de ‘storm surge’ (maré de tempestade) azul, quando o Podul se encontrava a 640 quilómetros de Macau.

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais recomendou também que, “como o tufão poderá destruir construções ou estaleiros de construção, os cidadãos e os empreiteiros devem adoptar, com a maior brevidade possível, as respectivas medidas de prevenção, principalmente em relação aos andaimes, aparelhos elevatórios (por exemplo, gruas), janelas de construções e materiais pendurados nas fachadas”.

Por outro lado, acrescenta-se na mesma nota, deve-se “fazer uma inspecção detalhada, tomar medidas para reforçar o equipamento e dar mais atenção aos assuntos relacionados com a segurança (…), a fim de garantir a segurança dos trabalhadores e do público, devendo os cidadãos, por sua vez, evitar aproximar-se de construções durante os tufões”.

29 Ago 2019

Crime | Detido por suspeita de burla com troca de dinheiro

[dropcap]U[/dropcap]m homem oriundo do interior da China, de apelido Yang, 38 anos de idade, trabalhador de obras de construção, foi detido esta terça-feira por suspeita de prática de burla no valor de 45,8 mil yuan.

A vítima declarou que, depois de ter perdido dinheiro no jogo, contactou um indivíduo através de uma rede social para trocar 50 mil dólares de Hong Kong. O intercâmbio ficou marcado para uma sala VIP de um casino situado no NAPE. Após a chegada ao local, Yang pediu-lhe que transferisse 45,8 mil yuan para uma conta bancária do interior da China através do telemóvel, e que chegaria em seguida à sua conta VIP a quantia pedida. Como a vítima não recebeu o dinheiro, e o homem presente não conseguia pagar o montante, foi chamada a polícia e o suspeito detido.

O indivíduo alegou ter sido contratado por “burlões da troca de dinheiro”, e alegou desconhecer a razão pela qual a troca não foi concluída. Yang referiu ainda às autoridades que por cada transferência bem-sucedido iria receber 100 yuan.

O detido foi presente ao Ministério Público acusado de burla (de valor elevado). A Polícia Judiciária continua à procura dos restantes cúmplices.

29 Ago 2019

Incêndio | TSI confirma pagamento de indemnização a dono de loja

O Tribunal de Segunda Instância reiterou a condenação de duas pessoas devido aos danos provocados num apartamento por um incêndio que deflagrou numa loja de vestuário na Rua do Tarrafeiro. O autor da acção terá direito a indemnização no valor de mais de 72 mil patacas. Porém, muito mais grave do que paredes tinadas, o incêndio provocou a morte de quatro pessoas

 

[dropcap]À[/dropcap]s 3h40 da manhã do dia 12 de Novembro de 2014, um incêndio que deflagrou numa loja de vestuário no piso térreo de um edifício situado na Rua do Tarrafeiro (que liga a Praça Luís de Camões à Rua Visconde de Paço de Arcos) tirou a vida a quatro pessoas, incluindo um funcionário do estabelecimento. As vítimas, que morreram na sequência de inalação de fumo, eram três homens e uma mulher, dois filipinos e dois indonésios.

No piso de cima, um morador num apartamento do primeiro-andar acordou em sobressalto, mas escapou ileso ao acidente. Porém, o apartamento ficou danificado ao ponto de ter de recorrer à justiça para reclamar uma compensação pelos danos sofridos. Assim começava uma batalha judicial, que conheceu recentemente o desfecho do segundo assalto com o acórdão do Tribunal de Segunda Instância (TSI) que confirmou a condenação dos dois réus, proprietário e locatário da loja, a pagar 72.300 patacas ao morador do apartamento.

O autor do processo pediu a condenação solidária para pagamento da indemnização a ambos os réus, ou seja, qualquer um dos dois réus pode ser executado até a dívida ficar totalmente paga ao autor.

Risco e prevenção

O Tribunal Judicial de Base considerou que o proprietário do imóvel, “tinha, necessariamente, o dever de prudência e o dever de cuidar da vigilância do imóvel, de forma a evitar quaisquer danos a terceiros”. Por outro lado, segundo o acórdão do tribunal superior, também o locatário do imóvel, ou seja, quem explorava a loja, tinha, naturalmente, “o dever de vigiar o imóvel, uma vez que, findo o contrato, era obrigado a restituir, à locadora, o bem locado em perfeito estado”. No fundo, ambos tinham o dever de vigiar o imóvel.

O tribunal deu como provado que os danos sofridos na residência foram causados pelo incêndio que ocorreu na loja. Mais concretamente, o morador teve de pintar dois quartos, duas portas, tectos e paredes. Instalou dois aparelhos de ar condicionado novos, arcando com os custos de trabalho e peças. Teve de proceder a obras de remoção dos outros aparelhos antigos, assim como toda a mobília danificada. Para estes trabalhos, o morador desembolsou mais de 29 mil patacas. A limpeza das paredes exteriores e grade de aço inoxidável custaram 6.500 patacas.

Além disso, o morador perdeu grande parte do recheio da habitação, incluindo uma cama que se viu forçado a substituir, despesa que lhe valeu um rombo no orçamento na ordem das 8.600 patacas. No total, os réus foram condenados ao pagamento de 72.300 patacas ao morador.

29 Ago 2019

Aeroporto | Ampliação vai esperar pelo estudo de impacto ambiental

[dropcap]O[/dropcap] presidente da Autoridade de Aviação Civil (AACM), Chan Weng Hong, comentou esta terça-feira que as razões pelas quais foram aprovados apenas 149 hectares de aterros, para a ampliação do Aeroporto Internacional de Macau, se deveram a instruções do Governo Central para que a obra se enquadre na gestão dos assuntos hídricos do Delta do Rio das Pérolas.

Em 2017, a AACM solicitou ao Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado um pedido de autorização para a realização de um total de 172 hectares de aterros para expansão do aeroporto, mas só foram concedidos 149 hectares para o projecto.

As instruções do Governo Central foram também claras quanto à próxima fase de construção dos aterros, que terão que passar por um estudo prévio de avaliação do impacto ambiental da execução da obra, que poderá demorar um ano e meio até estar concluído, e ficará sujeito a novo parecer de Pequim. Chan Weng Hong acrescentou não haver, portanto, qualquer cronograma previsto para o seu arranque.

O responsável lembrou que o transporte de passageiros no Aeroporto de Macau aumentou 18 por cento no primeiro semestre de 2019, estando previsto ultrapassar os 9 milhões de passageiros até ao final do ano. Sobre a abertura do Mercado de Transporte Aéreo, e a não prorrogação do direito de exclusivo à Air Macau, o presidente da AACM sublinhou que tal não afectará o tráfego actual, já que “existem 34 transportadoras e 61 rotas em operação hoje. E a Air Macau continuará a servir a comunidade como a operadora aérea registada localmente”.

29 Ago 2019

Diocese de Macau perde concessão de quatro parcelas de terreno na Taipa 

Quatro terrenos situados na Taipa, junto à Avenida Carlos da Maia, concessionados à Diocese de Macau, viram a sua concessão anulada pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. A primeira concessão data de 1938 e tem ligações a Pedro José Lobo, figura histórica da comunidade macaense

 

[dropcap]A[/dropcap] Diocese de Macau acaba de perder quatro terrenos cuja concessão data das primeiras décadas do século XX. O despacho, publicado ontem em Boletim Oficial (BO), dá conta do fim da concessão dos terrenos situados na Taipa, junto à Avenida Carlos da Maia, e que tinham como objectivo a construção de “um estabelecimento de carácter religioso destinado ao ‘Noviciado das Irmãs de Nossa Senhora dos Anjos’”.

Caso a Diocese de Macau não concorde com a decisão do Governo, pode recorrer para o Tribunal de Segunda Instância no prazo de 30 dias, tendo também a possibilidade de apresentar uma queixa ao Chefe do Executivo no prazo de 15 dias.

A primeira concessão feita dos referidos terrenos data de 1938, tendo sido autorizada a favor de António Maria da Silva. A ideia era que este ocupasse de forma temporária, por um período de 50 anos, um terreno com mais de dois mil metros quadrados “destinado a manter construída a casa de habitação com jardim nele existente”.

O terreno em causa chegou a estar duas vezes inscrito na Conservatória do Registo Predial, pois “não foi registada a extinção da concessão por aforamento desse terreno atribuída a Pedro José Lobo em 1928, por falta do seu aproveitamento”, descreve o despacho do BO. De frisar que Pedro José Lobo foi uma ilustre figura da comunidade macaense dos primórdios do século XX, tendo sido político, empresário, funcionário público e filantropo.

De mão em mão

Resolvida a questão burocrática com o registo do terreno, este seria concessionado, em Agosto de 1940, exclusivamente a António Maria da Silva. Poderia ocupar três parcelas de terreno durante 50 anos, a contar a partir de Abril de 1938, “destinadas à ampliação da propriedade existente”.

Acontece que em 1941 António Maria da Silva decidiu requerer junto do Governo a transmissão de quatro parcelas de terreno a favor da Missão do Padroado Português no Extremo Oriente. Esta transmissão foi aceite pelo Governo da época, tendo sido realizada a escritura a de 6 de Março de 1941. Dessa forma, os direitos dos terrenos ficaram sob alçada da Missão do Padroado Português no Extremo Oriente, que seria extinta em 1986, “revertendo os seus bens a favor da Diocese de Macau”.

Os prazos da concessão expiraram em 1988 e a Diocese de Macau apenas requereu a renovação do processo a 5 de Dezembro de 1989. A entidade não mais voltou a fazer novo pedido de renovação.

Além disso, os terrenos em causa não estavam sujeitos a um “regime de renovação automática ou tácita”, tendo sido assim anulada a concessão.

29 Ago 2019

DSAJ | Lou Soi Cheong nomeado novo subdirector

[dropcap]L[/dropcap]ou Soi Cheong é o nome escolhido para ocupar o cargo de subdirector da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça (DSAJ), apenas pelo período de um ano. A nomeação, tornada pública com a publicação de um despacho em Boletim Oficial, entrou ontem em vigor.

Lou Soi Cheong é licenciado em Direito pela Universidade Chengchi de Taiwan, tendo ingressado na Função Pública em 1993. Começou por ser técnico superior na área jurídica no Gabinete para a Tradução Jurídica, de Outubro de 1993 a Maio de 1996.

Ocupou depois o cargo de adjunto, conservador e notário público, até 1998, tendo seguidamente assumido o cargo de Conservador da Conservatória dos Registos Comercial e Automóvel, de Dezembro de 1998 a Janeiro de 2002. Em 2002 tornou-se Conservador na DSAJ, tendo vindo a ocupar, desde Junho, o lugar de subdirector substituto da DSAJ, um lugar que agora se torna permanente.

29 Ago 2019

Grande Baía | Shenzhen aprova fundo para atrair licenciados de Macau e Hong Kong

Os estímulos para a captação de mais valias das Regiões Autónomas Especiais sucedem-se. Depois de, em Maio, ser anunciado que os talentos oriundos de Macau e Hong Kong receberiam incentivos fiscais se fossem trabalhar no Continente, Qianhai aprovou agora um fundo de 150 milhões de yuan para subsidiar licenciados das regiões vizinhas

 

[dropcap]A[/dropcap] zona económica especial de Qianhai, em Shenzhen, aprovou um fundo de 150 milhões de yuan para atrair licenciados das cidades vizinhas de Macau e Hong Kong, avançou ontem a imprensa chinesa. Segundo o portal noticioso Caijing, o fundo abrange subsídios de transporte, residência ou isenção de impostos.

A medida surge depois de o Governo chinês ter anunciado que quer elevar o papel de Shenzhen no plano de integração regional da Grande Baía, face à contestação social em Hong Kong, prometendo maior abertura económica na cidade fronteiriça.

A directriz pede a Shenzhen que agarre as oportunidades e aprimore as suas funções como “motor central” da Grande Baía, projecto que visa construir uma metrópole mundial a partir de Hong Kong e Macau, e nove cidades da província de Guangdong, através da criação de um mercado único e da crescente conectividade.

Citadas pelo portal, as autoridades de Shenzhen afirmaram que o fundo é um compromisso da cidade para fortalecer a integração e cooperação entre Shenzhen e Hong Kong.

Para beneficiar do subsídio, o funcionário terá de trabalhar por um ano e garantir um contrato mínimo de dois anos com um empregador de Qianhai.

O mesmo artigo exemplifica que se um médico de Hong Kong ou de Macau se mudar para Qianhai poderá obter um subsídio de até 130.000 yuan, dependendo das qualificações académicas.

Primeiros estímulos

Em Maio, Pequim disse que, para desenvolver a área da Grande Baía, os melhores talentos de Hong Kong e Macau que optarem por trabalhar na China continental receberiam incentivos fiscais.
Situado na costa oeste de Shenzhen, a zona económica especial de Qianhai tem 15 quilómetros quadrados.

Os licenciados com idades entre os 18 e os 45 anos também poderão solicitar subsídios para financiar projectos de inovação.

O plano de Pequim para Shenzhen, divulgado na semana passada, incluiu reformas abrangentes a serem implementadas nos sectores jurídico, financeiro ou no sistema de saúde.

Hong Kong em perda

Analistas prevêem que o estatuto de Hong Kong na Área da Grande Baía seja reduzido, face ao actual clima de contestação social desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.

A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica, enquanto apelam à demissão de Carrie Lam, a chefe do governo local, pró-Pequim e à eleição de um sucessor por sufrágio universal direto, e não nomeado pelo Governo central.

O jornal oficial do Partido Comunista Chinês Global Times adverte também ontem que, caso os tumultos persistirem na antiga colonia britânica, a cidade “poderá perder o seu encanto” e levar à transferência de “alguns serviços financeiros importantes para o emergente vizinho Shenzhen”, em sectores como a captação de recursos para ‘startups’ ou a internacionalização da do yuan.
Situado na fronteira com Hong Kong, Shenzhen converteu-se numa das mais prósperas cidades da Ásia, símbolo do milagre económico que transformou a China, após a adopção da política de Reforma e Abertura, no final dos anos 1970.

Shenzhen, então uma vila pacata, deliberadamente por desenvolver – os comunistas, que receavam “contaminação” política e económica via Hong Kong, designaram-na de “fronteira de defesa política” – serviu de laboratório à abertura da China à economia de mercado.

Em 2017, o Produto Interno Bruto de Shenzhen ultrapassou os 338 mil milhões de dólares, à frente de Hong Kong ou Singapura.

A China tem grande poder económico sobre Hong Kong: segundo dados oficiais, é responsável por metade do comércio do território e a origem de um quarto do investimento externo na cidade.

O continente fornece mais de um quarto da electricidade consumida em Hong Kong e a maior parte da água potável, enquanto mais de três quartos dos turistas na cidade são chineses.

A importância de Hong Kong para a China diminuiu também, face ao início do processo de reformas económicas no continente, mas Pequim ainda precisa da região semiautónoma como um centro financeiro.

A maior parte do investimento estrangeiro na China passa pelo território, enquanto as empresas chinesas emitem títulos nos mercados internacionais através da praça financeira de Hong Kong.

29 Ago 2019

Mulher que fugiu da Coreia do Norte morre de fome em Seul

Depois de uma fuga da Coreia do Norte digna de um filme, com um casamento arranjado pelo caminho, Han Sung-ok chega a Seul em 2009. Passada uma década na abastada capital sul-coreana, Han e o filho de 6 anos morreram à fome. As suas trágicas mortes levantam questões sobre a adaptação de quem foge a um dos regimes mais brutais do mundo

 

Laura Bicker, BBC News

[dropcap]H[/dropcap]an Sung-ok, de 42 anos, parecia determinada a escolher entre quase todas as alfaces disponíveis na barraca de legumes e verduras no subúrbio de Seul onde vivia. Examinou todas as alfaces, uma a uma, enquanto o seu filho de 6 anos brincava indiferente à confusão do mercado. A vendedora começava a dar sinais de aborrecimento. Han era muito exigente apesar de não comprar mais de um ou dois legumes, sempre pelo menor preço possível. Naquela ocasião, foi um pé de alface por 500 wons (pouco mais de 3 patacas). Pronunciando apenas algumas palavras, Han entregou o dinheiro e saiu com o filho. Algumas semanas depois, ambos foram encontrados mortos.

Depois de ter fugido da escassez de alimentos na terra natal, a Coreia do Norte, e sonhado com uma nova vida, acredita-se que Han e o filho morreram de fome numa das cidades mais ricas da Ásia.

Os corpos só foram descobertos ao fim de dois meses, quando um fiscal que ia tirar a leitura do contador de água notou mau cheiro vindo do apartamento onde moravam. Mãe e filho foram encontrados caídos no chão. A única comida encontrada no pequeno apartamento alugado era um saco de pimenta vermelha em flocos.

Uma das últimas pessoas que viu Han viva foi a vendedora do mercado de rua perto do seu apartamento, mais ou menos na mesma época em que a polícia diz que a desertora levantou da conta bancária os últimos 3.858 wons (menos de 26 patacas).

“Pensando bem, isso dá-me calafrios. No começo, odiei-a por ser exigente, mas agora que penso um pouco tenho muita pena dela. Se ao menos tivesse pedido ajuda, ter-lhe-ia dado um pouco de alface”, diz a vendedora.

A grande odisseia

A jornada de Han para a liberdade como desertora norte-coreana poderia ter-lhe dado alguma notoriedade, mas, numa cidade de 10 milhões de habitantes, tornou-se cada vez mais invisível. Muito poucas pessoas a conheciam. Aqueles que privavam com Han dizem que falava muito pouco e que andava quase disfarçada com um chapéu, evitando o contato visual. Quis o malfadado destino que a desertora só através da morte se tornasse visível em Seul. A sua fotografia foi colocada entre flores e presentes num santuário improvisado no centro da cidade.

“Quando soube da notícia, achei absurdo demais para acreditar. Simplesmente não faz sentido que, depois de passar por todas as dificuldades e desafios para vir para o sul, tenha morrido de fome. Isto parte-me o coração. Isto não pode acontecer na Coreia do Sul. Por que ninguém soube da sua situação até que morressem?”, diz um desertor, de luto, diante do santuário.
Escapar da Coreia do Norte parece quase impossível. Mais pessoas tentaram escalar o Monte Evereste este ano do que deixar o país empobrecido.

Mesmo ultrapassando os soldados que vigiam a fronteira, os desertores enfrentam uma jornada de milhares de quilómetros pela China. O seu objectivo é chegar a uma embaixada sul-coreana num terceiro país, geralmente Tailândia, Camboja ou Vietname. Atravessar a China é um risco. Se forem apanhados, são enviados de volta para a Coreia do Norte e podem enfrentar uma vida inteira de trabalhos forçados num dos campos de prisioneiros do mais isolado país do mundo.

Por outro lado, as desertoras que pagam a redes de tráfico humano para obter ajuda na jornada, muitas vezes acabavam aprisionadas e vendidas como noivas ou escravas sexuais.

No caso de Han, é difícil verificar como e quando saiu da Coreia do Norte. Dois desertores afirmam ter falado com ela e acreditam que foi vendida como noiva a um chinês, com quem teve um filho.

Metamorfose sulista

Han chegou a Seul sozinha, em 2009, e nunca foi muito dada a abrir-se sobre a sua vida privada com os colegas em Hanawon, um centro administrado pelo Ministério da Unificação de Seul onde desertores passam por processo de educação obrigatório de 12 semanas para se ajustarem à nova vida.

A turma de Han foi uma das maiores desde que o centro foi criado, com mais de 300 pessoas. Todos sabiam o quão difícil havia sido passar por território chinês. “Sei que ela foi para a China primeiro. Mesmo quando ria, havia algo sombrio. Perguntei-lhe se estava com algum problema, mas ela ignorou-me sempre”, disse um dos seus colegas no centro. “Então, disse-lhe: ‘Não sei o que é, mas podes ter uma vida boa se trabalhares. A Coreia do Sul é um país que recompensa quem trabalha. És jovem e bonita, não terás uma vida difícil. Faças o que fizeres, não te envergonhes e anda de cabeça erguida’.”

Han parecia estar a adaptar-se bem ao princípio. As autoridades ajudam desertores a encontrar apartamentos subsidiados, e, juntamente com seis colegas de classe, foi instalada no bairro de Gwanak-gu.

“Acho que foi a segunda pessoa depois de mim na nossa turma a conseguir emprego”, diz uma colega de classe. “No começo, trabalhou brevemente num café na Universidade de Seul. Ouvi dizer que causou boa impressão. O que lembramos melhor é que era inteligente e bonita, e pensámos que era capaz de cuidar de si própria. Não esperávamos que isto acontecesse.”

Vida em família

É difícil descobrir como, a partir do começo promissor, Han acabou em dificuldades que acabariam por ter um desfecho trágico. Dois desertores residentes no seu condomínio de apartamentos dizem acreditar que ela havia persuadido o marido chinês a mudar-se para a Coreia do Sul. Assim sendo, o casal foi viver para Tongyeong, onde o marido trabalhava num estaleiro. Han teve um segundo filho, que nasceu com dificuldades de aprendizagem.

Acredita-se que o marido tenha voltado para a China sem ela, com o filho mais velho, deixando Han sozinha, sem trabalho e responsável por uma criança com necessidades especiais. Os vizinhos dizem que ela sentia muita falta do outro filho.

Sem ter onde ficar, voltou para o sítio onde a sua vida na Coreia do Sul havia começado – os apartamentos subsidiados em Gwanak-gu – e pediu ajuda no centro comunitário em Outubro do ano passado, quando passou a receber 100 mil wons (que não chega a 670 patacas) por mês como auxílio para criar o filho. Han poderia ter reivindicado muito mais do que aquele montante. Uma mãe ou pai solteiro tem direito a seis a sete vezes esse valor. Mas isso exigiria um certificado de divórcio, e aparentemente ela não o tinha. Outra situação agravante foi a impossibilidade de continuar a receber ajuda como desertora, porque o período de protecção de cinco anos tinha expirado.

A equipa do centro comunitário disse que visitaram o seu apartamento para uma avaliação anual de bem-estar em Abril, mas Han não estava em casa. Os assistentes sociais não sabiam da condição do seu filho. Durante um período Han não pagou renda do apartamento subsidiado, assim como as restantes contas da casa. Noutros países, isto teria servido de alerta para os serviços sociais. Mas parece não ter acontecido na Coreia do Sul.

‘Morte por indiferença’

Reunidos no santuário em Gwanghwamun, em frente ao retrato de Han, desertores da Coreia do Norte continuam a debater o caso. “Isto é absurdo, como um norte-coreano foge da fome para morrer de fome no sul?!”, questiona um deles. “O que é que o governo sul-coreano fez? Isto é morte por abandono”, atira outro. “É morte por indiferença”, responde outro desertor. Questões sobre onde estava o Estado, as autoridades e serviços de apoio social também ficam sem resposta lógica.

No entanto, um ex-colega de classe acredita que não é assim que Han gostaria de ser lembrada. “Não quero apontar dedos aos culpados. Devemo-nos unir e prometer nunca deixar isso acontecer de novo. Realmente, parte-me o coração ver como há quem tire vantagem desta tragédia para proveito próprio.”

Falta de um ombro

Os cuidados de saúde mental dos refugiados norte-coreanos é uma área que poderia ser melhorada, de acordo com desertores e psiquiatras.

Os últimos relatos sobre Han, de um vizinho, apontam que andava distraída e ansiosa. Muito diferente da mulher que chegou ao centro de Hanawon há 10 anos.

A maioria dos desertores norte-coreanos foram vítimas de violações de direitos humanos e traumas que vão da fome extrema a agressão sexual, à violência de serem forçados a testemunhar execuções públicas e a viver com o medo de serem alvo de traficantes de pessoas na China. A taxa de trauma psicológico é maior entre aqueles que viajaram pela China, de acordo com um estudo da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Coreia do Sul.

Jin-yong, do Centro Nacional de Saúde Mental, diz ser comum que desertores sofram de ansiedade, depressão e transtorno de stress pós-traumático. Mas, como existem muitos estigmas associados à saúde mental no norte, o desconhecimento impede o pedido de ajuda.

Normalmente, quem sofre de doença mental na Coreia do Norte é enviado para um hospital nas montanhas conhecido por Número 49. A maioria nunca regressa. Neste contexto, é compreensível que muitos norte-coreanos não saibam ser possível receber apoio psiquiátrico. “Precisamos de serviços mais amigáveis ​​para os desertores, que os ajudem a encontrar esses cuidados”, diz Jun. “Os desertores recorrem menos a serviços de saúde mental do que os sul-coreanos, por questões culturais e de preconceito.”

Sozinhos acompanhados

De acordo com uma investigação sobre comunidades de refugiados norte-coreanos na Coreia do Sul, cerca de 15 por cento admitem ter pensamentos suicidas. Isto é cerca de 10 por cento superior à média sul-coreana. A maioria diz que as dificuldades económicas são a principal razão.
Joseph Park, que também fugiu da Coreia do Norte há 15 anos, acredita que as mortes chocantes de Han e do filho não foram causadas por falta de políticas governamentais, mas podem ser parcialmente atribuídas a certos aspectos da cultura sul-coreana. “A Coreia do Sul é uma sociedade onde se pode viver sem se relacionar com os outros. Acho que essa é a grande diferença. Na Coreia do Norte, é necessário manter relações com os vizinhos”, teoriza o desertor. “Por exemplo, nas escolas norte-coreanas, se uma criança falta às aulas, o professor envia colegas a casa do aluno. Então, naturalmente, ninguém se consegue isolar.”

Apesar do exemplo de Han, milhares de norte-coreanos que conseguem viver bem no sul Mas isso exige adaptação. Sucessivos estudos revelam que muitos dos que fogem ao regime norte-coreano se sentem diferentes e discriminados no sul.

29 Ago 2019

A Vulgaridade da Morte na Morte de Herbert Marcuse

[dropcap]C[/dropcap]onheci Marcuse em Junho de 1967 quando ele veio a Berlim para uma curta estadia. Do aeroporto de Tempelhof dirigiu-se de pronto para o edifício da ópera onde, algumas semanas antes, um estudante tinha sido assassinado por um polícia à paisana durante as manifestações contra o Xá do Irão.

Na noite da sua chegada, encontrou-se com um pequeno grupo de pessoas no seu hotel, em Dhalem, para longas discussões. Hans Magnus Enzensberger, Rudi Dutschke e Henri Lefevbre já lá estavam quando entrei na sala. A primeira coisa que ouvi Marcuse dizer foi, “O nosso dilema é que as pessoas que beneficiariam das mudanças que desejamos levar a cabo não desejam essas mudanças em si mesmas.” Não era exactamente isso que queríamos ouvir naquele momento.

Muito depois, disse-me que ter encontrado todos aqueles estudantes alemães, decididos antifascistas, em protesto, significou, para si, uma espécie de reconciliação com a Alemanha.
Meio ano passado sobre aquela noite, encontrámo-nos na mesma universidade da Califórnia. O gabinete de Marcuse ficava dois andares acima do meu, pelo que nos vimos quase diariamente ao longo de mais de doze anos. Ele não tinha “tabus” de Esquerda; por exemplo, condenou o ataque dos Estados Unidos ao Vietname tanto quanto criticou o ataque chinês ao Vietname, e recusou um convite para ir à China com o comentário: “Não passarei por uma porta que tenha sido aberta por Kissinger!”

Quase todos os escritores e filósofos que conheci desenvolveram, no decurso das suas vidas, um hábil sistema de defesas, a fim de protegerem o seu trabalho das indignidades que se repetiam à sua volta. Não Marcuse. O que o caracterizava era uma constante vulnerabilidade, o seu choque, mesmo quando cara a cara com o esperado, e uma quotidiana, dolorosa consciência do contexto em que trabalhava. A frase que possivelmente o ouvi dizer mais vezes foi “Temos de fazer algo sobre isso imediatamente!” Era demasiado sensível aos horrores diários para se proteger do envolvimento neles. Pode dizer-se que o seu trabalho, a sua escrita, teve que ser feito, e defendido, nos breves intervalos de tempo entre cada novo ultraje.

Quando criança, sempre achei que um filósofo era alguém continuamente espantado com tudo, que levava tudo a sério. Marcuse preencheu essa minha noção de infância com a sua atenção não apenas às ideias, mas a tudo o que pudesse ser apreendido sensitivamente: um hipopótamo, uma alface, ou uma colher de chá da casa de seus pais. Estas eram três coisas que ele adorava; ao passo que veículos de recreio, rádios portáteis e motas eram três que ele odiava e queria abolir depois da revolução. Também odiava viajar, porque significava despedida.

Admirava o respeito dele pelos objectos. Ele desculpou a ordem militar na minha cozinha com uma citação de Virgílio, dizendo que “as coisas também têm lágrimas”; e o direito ao seu próprio espaço onde se sentem confortáveis.

Ele odiava a morte com uma intensidade que me surpreendia, até que finalmente entendi que só um ódio tão tremendo poderia sondar a vulgaridade, a gratuitidade da morte. Em Dezembro de 1972, convidei-o e à sua esposa Inge (com quem também muito aprendi) para jantar. Ele ligou-me na noite anterior para dizer que ela tinha uma dor de estômago e não podia vir. Por altura do Natal, na Alemanha, recebi uma carta registada. Marcuse comunicou-me que Inge estava a morrer de cancro e não teria mais que oito meses de vida. Concluiu a sua carta com as seguintes palavras: “‘L’amour est plus fort que la mort’ – que repugnante, desprezível aldrabice!”

Nos últimos doze meses da sua vida, Marcuse estudou minuciosamente A Alternativa de Rudolf Bahro e redigiu uma profunda análise da mesma. Mas as consequências da resposta pública ao “Holocausto” e, relacionada com isto, a célebre questão sobre a possibilidade da “poesia depois de Auschwitz”, ocuparam-no mais, chegando ao ponto de considerar uma revisão da sua estética anterior. Procurou material, instigou debates, correspondeu-se intensamente acerca destas preocupações. Teve grande relutância face a uma literatura que, retratando a violência, foi uma “privatização de Auschwitz”; e também se inquietou com a nova tendência romântica na Europa, na qual não há mais a lembrança do horror.

Os seus escritores contemporâneos favoritos eram Peter Weiss e Samuel Beckett, e ele sentiu-se honrado quando este último lhe dedicou um poema no ano passado, por ocasião do seu octogésimo aniversário. Perguntou-me uma dúzia de vezes se eu achava apropriado que ele escrevesse uma nota de agradecimento a Beckett. Encorajei-o, dizendo que não concebia que um escritor se ofendesse com o facto de Marcuse ter gostado de algo que ele tivesse escrito. Acabou por lhe escrever.

Nunca, durante o tempo em que o conheci, foi ele tão incapaz de esconder a sua emoção como durante o nosso último almoço em La Jolla. Parou de comer e disse-me que Beckett, certa vez, fora desafiado por um crítico para explicar a estrutura da sua escrita. “Eu posso explicar-lhe a estrutura da minha escrita”, respondeu Beckett. “Uma vez estive num hospital e, no quarto ao lado, uma mulher, que estava a morrer de cancro, gritou a noite toda. Este grito é a estrutura da minha escrita!”

 

tradução de:
The Vulgarity of Death. On Herbert Marcuse’s Death
City Lights Review, n.º 1, 1987, San Francisco, pp. 54-55
ed. Lawrence Ferlinghetti e Nancy J. Peters

primeira versão do texto de Reinhard Lettau:
Herbert Marcuse and the Vulgarity of Death
New German Critique, n.º 18, Outono de 1979, pp. 19-20

28 Ago 2019

SMG | Emitem alerta de ciclone tropical e possibilidade de inundações

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau emitiu hoje um alerta devido à aproximação de um ciclone tropical e avisou para a possibilidade de inundações na cidade, aconselhando a população e empresas de construção a tomarem medidas de segurança preventivas. As autoridades içaram o sinal 1, no momento em que o “ciclone tropical ‘Podul’, localizado na parte central do Mar do Sul da China, continua a mover-se para o quadrante oeste, dirigindo-se para a Ilha de Hainan”.
O alerta foi emitido às 15h e existe uma probabilidade moderada de ser elevado para sinal 3 durante a madrugada e manhã de quinta-feira, de acordo com os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG).
Em comunicado, os SMG indicaram que entre quinta e sexta-feira, “podem ocorrer inundações em zonas baixas no Porto Interior”, uma área da cidade cronicamente afectada pela subida das águas, pelo que lançou também o aviso de ‘storm surge’ (maré de tempestade) azul, quando o Podul se encontra a 640 quilómetros de Macau.
Hoje, também, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais recomendou que, “como o tufão poderá destruir construções ou estaleiros de construção, os cidadãos e os empreiteiros devem adoptar, com a maior brevidade possível, as respectivas medidas de prevenção, principalmente em relação aos andaimes, aparelhos elevatórios (por exemplo, gruas), janelas de construções e materiais pendurados nas fachadas”.
Por outro lado, acrescenta-se na mesma nota, deve-se “fazer uma inspecção detalhada, tomar medidas para reforçar o equipamento e dar mais atenção aos assuntos relacionados com a segurança (…), a fim de garantir a segurança dos trabalhadores e do público, devendo os cidadãos, por sua vez, evitar aproximar-se de construções durante os tufões”.

28 Ago 2019

Turismo de Macau presente na Festa do Livro de Belém, em Lisboa

O Turismo de Macau vai estar presente na Festa do Livro de Belém, em Lisboa, que começa esta quinta-feira. O evento celebra a língua portuguesa e é promovida por um Presidente da República (Marcelo Rebelo de Sousa) atento ao sector, afirmou o secretário-geral da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL).

“É um evento que, comercialmente, não se pode comparar com a Feira do Livro de Lisboa – apesar de ser bastante interessante -, mas é muito importante para que se possa mostrar o que de melhor se faz na edição portuguesa, os melhores autores portugueses”, disse o secretário-geral da APEL, Bruno Pacheco.

A Festa do Livro de Belém, que cumpre a quarta edição entre quinta-feira e domingo nos jardins do Palácio de Belém, é uma ideia do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para divulgar a literatura em língua portuguesa e é organizada pela APEL.

Bruno Pacheco recordou que a actual direcção da APEL, que tomou posse em 2018 e é presidida por João Alvim, esteve reunida com Marcelo Rebelo de Sousa para uma troca de cumprimentos.

“É sabido que o Presidente da República é um bibliófilo e tem um particular interesse por esta área do livro e da edição. Está preocupado com a questão das livrarias, com o desaparecimento de algumas livrarias emblemáticas, está preocupado com várias situações relacionadas com o livro e é alguém que procura estar sempre a par daquilo que se está a passar no setor”, disse o secretário-geral da APEL.

Nesta edição estarão presentes mais de 40 editoras e entidades convidadas, como a Gradiva, a Tinta da China, a Relógio d’Água e a Porto Editora, a Fundação Francisco Manuel dos Santos, o Turismo de Macau e a Federação Espírita Portuguesa.

“É uma celebração da língua portuguesa e dos seus autores. […] Acaba por ser um local privilegiado, mais do que vender, para mostrar o catálogo do que diz respeito à língua portuguesa”, disse o secretário-geral da APEL.

Segundo Bruno Pacheco, este houve um reforço de programação e melhoramentos no espaço para responder ao aumento de público que se tem registado deste a primeira edição.

De acordo com a programação divulgada, estão previstos, por exemplo, debates sobre Sophia de Mello Breyner Andresen e Jorge de Sena, no ano em que se assinala o centenário do nascimento de ambos, e concertos dos D.A.M.A. e dos Xutos & Pontapés.

Haverá ainda uma apresentação do espectáculo “A menina do mar”, pela actriz Carla Galvão e pelo pianista Filipe Raposo a partir do texto de Sophia de Mello Breyner Andresen e música de Bernardo Sassetti.

De acordo com o regulamento da associação, no evento podem participar, mediante uma inscrição de cerca de 300 euros, “editores e livreiros associados da APEL que apresentem livros de autores lusófonos de ficção e não ficção. Poderão ser admitidas entidades com relevante produção editorial, que tenham estabelecido parcerias com a APEL”.

28 Ago 2019

Antigo diplomata chinês naturalizado australiano acusado de espionagem

[dropcap]U[/dropcap]m antigo diplomata chinês naturalizado australiano, que foi dado como desaparecido na China no início deste ano, foi formalmente acusado de “espionagem” pelas autoridades chinesas, informou ontem a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Marise Payne.

Yang Hengjun, antigo funcionário do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, de 53 anos, foi detido, em Janeiro passado, na cidade de Cantão, quando fazia escala a caminho da Austrália, e esteve até à data numa espécie de “prisão domiciliária”, sem que se soubesse o local ou motivo da detenção.

Segundo Payne, Yang foi na semana passada formalmente acusado de “espionagem”. “O estado de saúde de Yang preocupa-nos muito, assim como as condições sob as quais está detido”, disse a ministra australiana, em comunicado. “Se Yang foi detido apenas devido às suas convicções políticas, ele deve ser libertado”, apelou.

A ministra disse esperar que “os padrões fundamentais da justiça e equidade processual sejam respeitados”.

Mau ambiente

O caso surge numa altura de tensões entre Camberra e Pequim, que se deteriorou depois de o Governo australiano ter banido a gigante chinesa das telecomunicações Huawei de fornecer equipamento para a construção da rede de Internet 5G na Austrália, no ano passado.

A influência chinesa nos assuntos internos da Austrália e o aumento da presença militar da China no Oceano Pacífico têm vindo a aumentar a suspeição face a Pequim.

O quase total silêncio da China sobre este caso, apesar dos vários apelos da Austrália, e a recusa em permitir visitas consulares ao detido, serviu para aumentar a tensão.

Na segunda-feira, as autoridades australianas revelaram terem apurado que Huang Xiangmo, um empreendedor imobiliário chinês com ligações ao Partido Comunista da China, doou 100.000 dólares australianos (cerca de 61.000 euros) para a sede do Partido Trabalhista Australiano (Oposição), antes das eleições de 2015. Huang foi proibido de regressar à Austrália em Fevereiro passado.

A Austrália tem tentado evitar disputas com a China, que é o seu principal parceiro comercial, mas o comunicado de Payne foi particularmente forte. “Yang esteve detido em Pequim sob condições duras e sem acusação formal durante mais de sete meses”, escreveu.

“Durante este período, a China não explicou as razões da detenção e não permitiu visitas consulares ou de familiares”, acusou. O regime chinês tem um longo historial de prisão de dissidentes, alguns deles a residir no exterior, para depois acusá-los de crimes como subversão.

28 Ago 2019

Notícias fofas

[dropcap]O[/dropcap]ntem, por volta das 19h, um gatinho persa foi a coisinha mais fofa que já se viu. Segundo fontes conhecedoras da matéria ouvidas pelo HM, a amorosa bola de pêlo espreguiçou-se e emitiu um miado que derreteu 94 por cento corações na zona da Ilha Verde, infectando de ternura incontrolável toda a zona oeste da península de Macau. As autoridades foram chamadas ao local e, em declarações aos órgãos de comunicação social, o comandante da PSP deixou no ar a questão: “Quem tem o focinho mais querido do mundo?! Quem tem? Quem?”

Alarmado pela quantidade de emojis com corações e gatinhos que inundaram as redes sociais, o Gabinete de Ligação do Governo Central alertou para a possibilidade de interferência externa num focinho que dá vontade de comer de tão fofo que é. Por outro lado, o gabinete do secretário para a Segurança advertiu para os níveis perigosos de ternura deste tipo de patinhas que teriam de ser barradas no Terminal Marítimo do Porto Exterior devido a fortes indícios de perturbação da segurança interna de Macau.

Um deputado ligado aos Operários interpelou o Executivo questionando se o felino-não-residente iria roupar o protagonismo e as festas na barriga aos talentos de quatro patas locais e pediu uma quota limite de emojis com gatos estrangeiros. Numa toada mais preventiva, um legislador representante da comunidade de Jiangmen sublinhou que é imperativo reforçar o amor à pátria. Além disso, o legislador mostrou-se preocupado com as fezes e a urina produzidas pelo gatinho, pediu o reforço das caixas de areia públicas e subsídios para a compra de Whiskas e novelos de lã.

28 Ago 2019

Amazónia | Brasil rejeita ajuda do G7 para combater incêndios

[dropcap]O[/dropcap] Brasil recusou esta segunda-feira a ajuda dos países do G7 para combater os incêndios na Amazónia, informou Onyx Lorenzoni, ministro-chefe da Casa Civil, que aconselhou o Presidente francês, Emmanuel Macron, a cuidar da “sua casa e das suas colónias”.

“Agradecemos, mas talvez estes recursos sejam mais relevantes para reflorestar a Europa”, disse Lorenzoni ao portal de notícias G1, em referência ao fundo de 20 milhões de dólares para os países atravessados pela Amazónia anunciado por Macron durante a Cimeira do G7 em Biarritz.

“Macron não consegue sequer evitar um previsível incêndio numa igreja que é património da humanidade e quer ensinar o quê ao nosso país?! Ele tem muito o que cuidar em casa e nas colónias francesas”, disparou Onyx.

“O Brasil é uma nação democrática, livre e nunca teve práticas colonialistas e imperialistas como talvez seja o objectivo do francês Macron, que coincidentemente está com altas taxas internas de rejeição”, declarou o ministro-chefe da Casa Civil.

Onyx Lorenzoni destacou ainda que o Brasil pode ensinar “a qualquer nação” como proteger matas nativas. “Aliás, não existe nenhum país que tenha uma cobertura nativa maior que o nosso”.

Durante o dia, o Presidente Jair Bolsonaro já havia questionado “as intenções” de Macron sobre a Amazónia.

“Não podemos aceitar que um Presidente, Macron, dispare ataques descabidos e gratuitos à Amazónia, nem que disfarce suas intenções atrás da ideia de uma ‘aliança’ dos países do G-7 para ‘salvar’ a Amazónia, como se fôssemos uma colónia ou uma terra de ninguém”, escreveu no twitwer o Presidente.

Em chamas

Pelo menos mil novos focos de incêndio foram declarados nas últimas horas na Amazónia, enquanto os aviões do exército brasileiro atravessaram na segunda-feira as grandes áreas afectadas para tentar conter as chamas que mobilizaram a atenção dos líderes do G7.

Até domingo, 80.626 focos de incêndios foram registrados em todo o Brasil, 1.113 novos focos em relação ao relatório de sábado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O saldo marca um aumento de 78 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.
Mas o ministro da Defesa do Brasil, Fernando Azevedo e Silva, garantiu que os incêndios na Amazónia estão sob controle após o envio de mais 2.500 militares e as chuvas que caíram em algumas regiões.

“Tem se alardeado um pouco que a situação está fora de controle, mas não está. Nós tivemos picos de queimadas em outros anos muito maiores do que neste ano aqui e pela primeira vez foi empregada uma rapidez muito boa”.

“É lógico a situação não é simples, mas ela está sob controle e já arrefecendo bem. Aí, em princípio, até a meteorologia ajudou porque numa parte da Amazônia oeste hoje teve uma situação de chuvas e isso ajuda bastante”.

Os incêndios desencadearam um debate de alta tensão entre Bolsonaro e Macron, que levantou a questão da Amazónia à cimeira das maiores potências económicas ocidentais, o G7, em Biarritz (sul da França).

O G7 concordou em oferecer 20 milhões de dólares para o combate ao fogo na Amazónia, a fim de aumentar o número de aviões para controlar o fogo.

O Brasil apenas aceitou até o momento a ajuda de Israel, que ofereceu enviar um avião.

28 Ago 2019

Da derrota

[dropcap]F[/dropcap]oi numa daquelas noites em que a conversa deriva, sem tempo nem mapa. O leitor saberá como é: um copo aqui, bons amigos ali e aquela cumplicidade serena que se desprende das melhores amizades. São em momentos como esses que ganhamos coragem até para fazer perguntas menos convenientes mas interessadas, que não faríamos sem o doce embalo destas horas.

Uma dessas noites, então. Amigo próximo e com senioridade nesta coisa de afectos diz-me à queima-roupa: “Li o que escreveste sobre o David Berman, que não conhecia e fui ouvir. Gostei mas aquela música é mesmo a tua cara. Só gostas de músicas tristes, de perdedores”. Respondi-lhe vagamente que não era bem assim, que também gosto de outras coisas mais alegres e vitoriosas. Mas no regresso a casa vim a pensar no que me disse e que de certa forma tinha razão.

Não concebo a vida sem a derrota. Não quer dizer que esteja obcecado por ela ou não consiga sentir prazer nas minhas insignificantes conquistas ou nas grandes vitórias alheias. Apenas que a minha natureza me aproxima mais dos Píndaros dos perdedores, dos que proclamam a derrota sem auto-piedade: com lucidez, melancolia e se possível um pouco de humor, como de resto é o caso de Berman.

O que seria dos dias sem as quedas que damos? O que seria da arte, do que nos toca? Uma das obras-primas da literatura mundial descreve a mais extraordinária e gloriosa das derrotas: o Dom Quixote, de Cervantes. Sinatra tinha um especial carinho pelos que perdiam, especialmente porque foi um deles: quatro tentativas de suicídio, uma carreira arrasada em 1949 e um relacionamento intenso mas tumultuoso com Ava Gardner permitiram que, entre outras coisas, gravasse No One Cares, uma ode superlativa aos que ficam sozinhos. “Este disco deveria vir com uma pistola”, disse ele, que chamou a este e a dois outros monumentos – Only The Lonely e Where Are You? – “álbuns para o suicídio”.

Sim, gosto dos que perdem. Até porque nesta corrida já partimos derrotados. Mas até lá cada obstáculo, cada sombra, cada dor podem servir de amparo desde que não os evitemos.

Lembro-me, quase de cor e à velocidade com que escrevo, de uma frase de Churchill: “ O sucesso consiste em ir de falhanço em falhanço sem perda de entusiasmo”. É isto. O triunfo fala por si, possui trombetas estridentes e pomposas. Dêem-me a discrição do tipo que não consegue, do atleta que cai em frente à meta. Essa é a minha gente, os que acabam e recomeçam tudo outra vez. Há um pequeno poema de Yeats, What Was Lost, que tem um belíssimo verso inicial que se me cola à pele: « I sing what was lost and dread what was won». E no fundo o que acabei de escrever é a resposta articulada e justa ao que o meu amigo me disse durante um desses belíssimos momentos que parecem ser eternos. O leitor saberá como é.

28 Ago 2019

Protestos de Hong Kong marcam festival de cinema de Taiwan

[dropcap]U[/dropcap]m documentário sobre o movimento pró-democracia em Hong Kong abre no dia 6 de Setembro a edição deste ano do Festival Internacional de Cinema e Direitos Humanos de Taiwan.

Numa altura em que Hong Kong enfrenta protestos regulares desde Junho, a terceira edição do festival arranca com “Umbrella Diaries: The First Umbrela”, do realizador James Leong, de Singapura, que acompanha a “Revolta dos Guarda-Chuvas” em 2014.

Segundo um comunicado do Ministério da Cultura de Taiwan divulgado na segunda-feira, o programa do festival inclui ainda “Last Exit to Kai Tak”, um outro documentário, do britânico Matthew Torne, que segue quatro activistas pró-democracia de Hong Kong.

“Hoje Hong Kong, Amanhã Taiwan” e “Movimentos Juvenis Contemporâneos” são aliás dois dos três temas do festival organizado pelo Museu Nacional dos Direitos Humanos de Taiwan, juntamente com “Destino: Igualdade de Género”.

A actual crise política é o maior desafio que Hong Kong já enfrentou, disse o director do Museu, Chen Jung-hong, durante a apresentação do festival, que vai decorrer entre 6 e 8 de Setembro na capital Taipé e entre 17 e 25 do mesmo mês na cidade de Kaohsiung.

Minas e armadilhas

O programa do festival inclui “Deslembro”, um filme da realizadora brasileira Flávia Castro sobre os desaparecidos políticos durante a ditadura militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985, assim como discussões após as sessões e workshops “para explorar os direitos humanos na perspectiva das vítimas políticas”.

A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-Wen, recebeu no mês passado cativistas pró-democracia de Hong Kong e referiu que a ilha iria seguir “princípios humanitários” para lidar com eventuais pedidos de asilo dos activistas.

Em resposta na semana passada, Ma Xiaoguang, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Governo chinês, exigiu que o governo de Taiwan “pare de minar o Estado de Direito” e de interferir nos assuntos de Hong Kong.

28 Ago 2019

Hong Kong | Carrie Lam dialogou com jovens, mas recusou exigências

[dropcap]A[/dropcap] líder de Hong Kong disse ontem que se encontrou com um grupo de jovens, depois de na semana passada ter dito estar a criar uma plataforma de diálogo com a sociedade, mas voltou a rejeitar as exigências dos manifestantes.

“Não é uma questão de não responder”, mas de “não aceitar essas exigências”, disse Carrie Lam em conferência de imprensa no Conselho Legislativo, antes da reunião semanal com o seu conselho executivo.

Na segunda-feira, a Chefe do Executivo e os secretários da Educação e Assuntos Internos estiveram reunidos com cerca de 20 pessoas, a maioria entre os 20 e 30 anos, sem ligações partidárias conhecidas, segundo o Jornal South China Morning Post.

Esta reunião, à porta fechada e sem aviso prévio, aconteceu dois meses depois de os sindicatos de estudantes universitários terem rejeitado a oferta de Lam para um diálogo.

De acordo com o mesmo jornal, que cita fontes que estiveram na reunião, alguns participantes disseram a Lam que não era necessário que satisfizesse todas as exigências de uma só vez: a retirada definitiva das emendas à lei da extradição, a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial, a demissão da chefe do Governo, Carrie Lam, e sufrágio universal nas eleições para chefe do Executivo e para o Conselho Legislativo (parlamento local).

De acordo com as mesmas fontes, citadas pelo jornal de Hong Kong, os participantes na reunião disseram a Lam que ela deveria começar por anunciar a retirada definitiva das emendas à lei da extradição e organizar um inquérito independente à violência policial.

A Chefe do Executivo terá respondido que seria difícil retirar completamente a lei, mas não chegou a explicar os motivos.

Esta reunião aconteceu um dia depois de violentos confrontos nos subúrbios de Tsuen Wan, em que a polícia de Hong Kong recorreu ao uso de canhões de água e de um disparo com arma de fogo para o ar.

“Cercados, sob ataque e enfrentando perigo de vida, seis polícias retiraram as suas pistolas (…) A fim de proteger a própria segurança e de outros polícias, um agente disparou um tiro de advertência para o céu”, lê-se num comunicado da polícia.

De acordo com o mesmo comunicado, pelo menos quinze agentes da polícia ficaram feridos durante os confrontos de domingo e dezenas de manifestantes, incluindo um menor de 12 anos, foram detidos por reunião ilegal, posse de armas e agressão.

Preparados para tudo

Os protestos maciços de rua, que traduzem a maior crise política em décadas na cidade, acontecem desde o início de Junho, e alguns deles terminaram em confrontos violentos entre a polícia e manifestantes.

Ainda na conferência de imprensa de ontem, Lam reiterou que quer estabelecer uma plataforma de diálogo com os manifestantes, mas avisou que se os protestos violentos continuarem vai usar todos os meios legais para os enfrentar.

“Devemos estar preparados para comunicar com diferentes pessoas da sociedade”, afirmou Carrie Lam em conferência de imprensa no Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.
“Temos de dizer não à violência, queremos pôr um fim a esta situação caótica em Hong Kong”, afirmou, acrescentando que não vai desistir da construção de uma plataforma de diálogo.

A líder do executivo da antiga colónia britânica reiterou, contudo, que começar um diálogo não significa desculpar a violência. “Se a violência continuar, a única coisa que devemos fazer é estancar a violência através de acções que imponham a lei”, sublinhou.

Em preparação
Para sábado está marcado uma nova manifestação, organizada pelo movimento liderado os grandes protestos em Hong Kong, para assinalar os cinco anos do veto de Pequim à possibilidade de sufrágio universal na ex-colónia britânica, apesar da possibilidade do território poder ser atingido por um tufão.
Em declarações ontem à Lusa, a porta-voz da Frente Cívica de Direitos Humanos (FCDH), Bonnie Leung, disse que a convocatória da manifestação se mantém, mas admitiu que o tufão pode ter impacto na capacidade de mobilização do protesto.
Numa nota, à qual Lusa teve acesso, a Frente Cívica de Direitos Humanos (FCDH), convocou uma marcha com início em Chater Garden, no centro da cidade, e que termina em frente ao Gabinete de Ligação de Pequim em Hong Kong, que já foi alvo de anteriores protestos.

28 Ago 2019

Bilhetes para espectáculo “A Haste Dourada” já estão à venda

[dropcap]J[/dropcap]á se encontram à venda os bilhetes para o espectáculo de acrobacias “A Haste Dourada”, organizado pelo Governo de Macau e pelo Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau. A iniciativa conta também com a coordenação do Instituto Cultural e do Departamento de Propaganda e Cultura do Gabinete de Ligação e com o apoio do Instituto do Desporto.

O espectáculo decorre no edifício Fórum de Macau, junto ao Instituto Politécnico, entre os dias 30 de Setembro e 1 de Outubro, pelas 19h30. Os bilhetes, no valor de 100 patacas cada, podem ser adquiridos na Bilheteira Online de Macau.

A ideia por detrás do espectáculo “A Haste Dourada” é recordar os 70 anos da implantação da República Popular da China, tendo sido convidada a Companhia de Artes Acrobáticas de Nanjing.

O espectáculo de acrobacia “A Haste Dourada” é baseado na Jornada ao Oeste, e usa a haste dourada como um indício. Mostra o desenvolvimento da aprendizagem de Sun Wukong, derrota demónios e monstros, solidifica o rio Pei-Ho para sempre, para além de contar muitas outras lendas.

A Haste Dourada é, ao mesmo tempo, um utensílio e uma arma e um símbolo de justiça, sabedoria e força. É o primeiro drama encenado na China a integrar a tecnologia multimédia 3D com acrobacia tradicional e magia, combinando de forma harmoniosa as cenas do Monte Huaguo em Jiangsu, o Palácio do Dragão do Mar Oriental, a eliminação de espíritos malignos, para além de muitos outras cenas fantásticas.

Um comunicado oficial adianta que “a forma inovadora como o espectáculo é apresentado possibilita a utilização de mais meios para mostrar cores mitológicas e qualidades mágicas, podendo o público desfrutar de um espectáculo de acrobacia maravilhoso e incomparável”.

Por todo o mundo

A Companhia de Artes Acrobáticas de Nanjing já deu mais de uma centena de espectáculos por todo o mundo, tendo procurado introduzir várias inovações artísticas em palco.

O espectáculo “A Haste Dourada” foi seleccionado como o primeiro projecto financiado pelo Fundo Nacional de Artes da China, tendo obtido a primeira pontuação em acrobacia, tendo sido também escolhido para integrar o 20.º Festival Internacional de Artes de Xangai, China.

28 Ago 2019

Cinemateca Paixão | Ciclo de novo cinema chinês no início de Setembro

Entre 1 e 19 de Setembro, o ecrã da Cinemateca Paixão será tomado pelo novo cinema chinês. “Chinese camera, here and now” é o nome do ciclo, composto por quatro filmes, com dois retornos à tela da Travessa da Paixão. Os bilhetes já estão à venda

 

[dropcap]Q[/dropcap]uando fizemos a selecção para o Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa, reunimos uma lista vasta de filmes, mas não tínhamos tempo para os mostrar todos. Então pensámos que deveríamos mostrar os que ficaram de fora. Foi daí que veio a ideia de exibir um pequeno ciclo dedicado ao novo cinema chinês.” As palavras de Rita Wong, directora da Cinemateca Paixão, revelam a génese do ciclo “Chinese camera, here and now”, que estará em exibição entre os dias 1 e 19 de Setembro.

Ao longo do evento vão ser mostrados quatro filmes. A película que inaugura o ciclo é “An Elephant Sitting Still”, um épico de 2018 com quase quatro horas de duração, realizado por Bo Hu. A narrativa do filme, que estreou no Festival Internacional de Cinema de Berlim, centra-se em torno da ideia de fuga e num ditado popular chinês sobre uma cidade do norte da China, Manzhouli, onde se diz que existir um elefante sentado que ignora, ostensivamente, o mundo.

A lenda do elefante e a vontade de escapar são os pontos unificadores que juntam num improvável grupo quatro personagens.

Visualmente deslumbrante, “An Elephant Sitting Still” desenrola-se ao longo de um só dia convergindo na linha ferroviária que liga a província de Hebei a Manzhouli. O filme será exibido no domingo, dia 1 de Setembro, às 16h e passado uma semana, a 8 de Setembro às 15h.

Película fêmea

“Girls Always Happy” é outro dos destaques no ciclo de novo cinema chinês e uma recomendação pessoal de Rita Wong. “Quando seleccionámos filmes para o Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa, eu e a curadora, a crítica de cinema Joyce Yang, uma coisa saltou à vista: tínhamos muitos filmes de autoria de mulheres. Foi muito interessante ver a forma como trazem um ponto de vista interessante para o cinema, com uma boa execução, tecnicamente muito boas”, explica a directora da Cinemateca Paixão. Rita Wong destaca “Girls Always Happy” por considerar que “mostra o poder do cinema chinês no feminino”.

Realizado pela jovem Yang Mingming, “Girls Always Happy” parte do desespero que é ultrapassado pelo poder do amor. A narrativa gira em torno de duas personagens, mãe e filha, que estão em contantes confrontos, num crescendo de repulsa, ódio e dor. O filme será exibido a 3 de Setembro às 19h30, depois no dia 7 às 21h30 e finalmente no dia 11 de Setembro às 19h30.

“Jinpa” é o outro regresso, além de “An Elephant Sitting Still”, à Cinemateca Paixão. Vencedor do Melhor Argumento (Prémio Horizontes Veneza), 75º Festival de Cinema de Veneza, o filme do realizador tibetano Pema Tseden foi produzido por Wong Kar-wai. Baseado no conto “Atropelei Um Carneiro” e na obra “O Carrasco”, do escritor tibetano Tsering Norbu, esta película conta a história de dois homens chamados igualmente Jinpa e do seu destino entrelaçado. O road film explora a redenção de quem assassinou. “Jinpa” será exibido no dia 4 de Setembro às 19h30, dois dias depois no 6 de Setembro às 21h30 e no domingo dia 8 de Setembro às 19h30.

Finalmente, “Meu Bom Amigo” é o filme restante do ciclo dedicado ao novo cinema chinês. Realizado por Yang Pingdao, o filme conta a história do velho Shuimu que vive com a esposa, Fang, numa aldeia do sul da China. O seu maior amigo, Zhongsheng, é mudo e trabalha como guarda de um reservatório. Quando tinham dez anos, os dois juraram viver e morrer juntos. O velho Zhongsheng sabe que têm os dias contados e recorda uma visita a uma aldeia com Shuimu, onde ouviram o rumor acerca do massacre de uma família e de um rapaz arrastado pelo rio. Vendo a crescente ansiedade do amigo, Shuimu decide levá-lo de volta às suas raízes.

Durante a viagem, os dois homens reencontram as suas infâncias e as suas jovens personalidades. “Meu Bom Amigo” será exibido a 5 de Setembro, às 19h30, no dia 7 às 16h30 e no dia 10 de Setembro às 19h30.

28 Ago 2019

Obituário | Alfredo Ritchie deixa saudades entre a comunidade macaense

Alfredo Maria Sales Ritchie faleceu ontem após dura luta contra doença prolongada, deixando enlutada a comunidade macaense e família e amigos com quem partilhou a cultura local e a pronúncia do patuá

 

[dropcap]P[/dropcap]artiu o nosso Fredo” foi a frase com que a comunidade portuguesa local acordou ontem de manhã. A página de Facebook do grupo de teatro macaense Dóci Papiaçám di Macau estava de luto, num texto publicado por Miguel de Senna Fernandes sobre o amigo e colega de palco.

“Durante anos lutou com coragem contra a doença que o flagelou, mas agora foi de vez. Ficou o espírito de um lutador, dos mais duros que tive o privilégio de conhecer”, escreveu. Sobre os anos em que participou na cena teatral local, lê-se na mesma publicação que foi o “actor que mais tempo nos honrou com a sua energia, humor, persistência, sentido de dever e acima de tudo, amizade por todos os membros do grupo, com especial realce para todos os novos”.

Alfredo Maria Sales Ritchie nasceu em 1946 no seio de uma tradicional família macaense, conhecedora da cultura local e da linguagem crioula do território. “Ele era um cultor do patuá, que também falava como língua de casa, além do português, claro. Mas a mãe, Dona Ester, que ainda é viva, fala bem patuá e esta língua era usada na família”, contou ontem Miguel Senna Fernandes ao HM, entre as muitas facetas que lembrou do velho amigo.

Actor e ensaísta

“A sua vida não se limitava à profissão de médico, era uma pessoa com interesses muito variados. Era uma pessoa de cultura e de muita diversão. Foi desportista quando era jovem, praticava hóquei, e participou sempre em inúmeras actividades. Era amante do jogos de bridge e de póquer, coleccionador de carros de miniatura. Foi membro destacado do primeiro Rotary Club de Macau, do qual chegou a ser presidente. Era uma pessoa multifacetada”, destacou.

Mas acima de tudo, Alfredo Ritchie “era um homem culto que gostava muito de ler”, recordou Senna Fernandes, para quem a falta do amigo será sentida de uma forma muito pessoal. “Nós conversávamos bastante, eu privava muito com ele e com a Anabela [Ritchie], e tínhamos conversas mais profundas, que não eram só de teatro. Discutíamos sobre muitas coisas e durante muito tempo. É com muita pena que o perdemos”.

O grupo de teatro também aprendeu a contar com a sua companhia, os ensinamentos, o saber que imprimia nos textos, récitas e monólogos que escrevia para as peças. Entrou no primeiro espectáculo dos Dóçi Papiaçám em 2001, por convite de Miguel Senna Fernandes. “Enderecei o convite para representar um papel, e ele aceitou logo. A peça era a “Siára Zinha” – em patuá siára é mulher já casada, portanto é mulherzinha – e, desde que entrou, nunca mais saiu do grupo. Representou muita coisa, era uma pessoa bastante versátil em palco, fazia desde o herói até ao malvado”.

“Ele tinha uma graça muito natural, era muito divertido. Dizia-me ‘apesar da minha cara de carrancudo, eu faço-te rir!’ e fazia gala disso”, acrescentou. “Portanto, acho que esta perda nos atinge a todos. Pela expressão do que tem sido escrito aqui nas redes sociais, podemos ver o quão querido ele era para todos. E como foi marcante para o grupo e para a comunidade”.

Médico e político

Alfredo Ritchie formou-se em Medicina Geral em Portugal e acabaria por regressar ao território para exercer a profissão, ainda antes do 25 de Abril de 1974, como alferes médico miliciano.

Começou por se fixar na Taipa, onde esteve enquanto clínico destacado para as Ilhas. Mais tarde tiraria no estrangeiro uma especialização em Endoscopia Alta, uma novidade técnica na década de 70, em que foi pioneiro no território e a que se dedicou ao longo da profissão. Depois veio a exercer medicina no Hospital Conde de São Januário e abriu consultório próprio.

Entre as pessoas há mais anos radicadas em Macau, talvez sejam poucos os que não passaram pelo seu antigo consultório, ali na Rua de Pedro Nolasco da Silva. “Trouxe uma grande mais-valia, em termos de saúde, e durante anos até à sua reforma exerceu sempre nessa área”, explicou o médico e colega macaense Fernando Gomes.

“Conheci o Dr. Ritchie sob vários aspectos, mas mais próximo como colega. Eu tinha acabado de regressar em 1991 e ele já trabalhava no hospital. Antes disso, naturalmente conhecia-o e sabia quem era, porque a sua mulher, a Dra. Anabela, foi minha professora de inglês”. Cruzou-se com ele várias vezes, “era uma pessoa afável, dialogante e também apoiava os colegas mais novos”, e voltou a ter a oportunidade de participar com ele numa iniciativa cívica em 1992, “quando fizemos parte da reconstituição de uma lista, encabeçada pelo Miguel Senna Fernandes, para as eleições em Macau. Tinha acabado de falecer o Dr. Carlos Assunção”.

“Nessa altura trabalhámos noite fora na elaboração do programa, na estratégia eleitoral e na campanha. E acabei por conhecer melhor o Dr. Ritchie, nesta faceta que pouca gente conhece, de uma pessoa que colaborou na evolução e no envolvimento político da comunidade macaense, sempre na retaguarda como estratega, porque era muito amigo do Dr. Carlos Assunção, desde a década de 70 e 80. Acompanhou as campanhas eleitorais da ADIM (Associação para a Defesa dos Interesses de Macau), que era a lista do Dr. Assunção, e depois até acabou por ser a Dra. Anabela Ritchie a encabeçar essa lista”, recorda bem Fernando Gomes.

Por tudo isso, “é uma notícia muito triste, perdemos uma pessoa que se diferenciou como uma identidade querida da cultura macaense”, lamentou o colega.

Doce língua

Não foi só a página de Facebook dos Dóçi Papiaçám di Macau que se encheu de frases de condolência e amizade durante todo o dia de ontem. Também a Unchinho di Língu Maquista foi recebendo testemunhos e pêsames ao longo do dia, em resposta à publicação sobre o “mentor de muitos macaense mais jovens que se juntaram ao grupo, passando a essência da pronúncia da lingu maquista para a próxima geração”.

“Ele sabia quando se divertir e quando ficar sério” e “foi a atmosfera central entre o grupo”, já que “era mais como um ancião generoso levando as crianças para o caminho certo”, pode ler-se no mesmo texto em sua memória.

28 Ago 2019

Trabalho | Desemprego cresce ligeiramente entre Maio e Julho

[dropcap]E[/dropcap]ntre Maio e Julho de 2019 as taxas de desemprego (1,8 por cento), de desemprego dos residentes (2,4 por cento) e de subemprego (0,5 por cento) registaram todas acréscimos de 0,1 pontos percentuais, face às do período anterior (Abril a Junho de 2019), informam os Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

No período em análise a população activa totalizou 394.100 pessoas e a taxa de actividade foi de 70,3 por cento. A população empregada totalizou 387.100 pessoas e que o número de residentes empregados atingiu 281.700 pessoas, ou seja, menos 100 e 600, respectivamente, em comparação com o período precedente. Destaque para o decréscimo do segmento da população emprego no sector do jogo, enquanto os empregados no comércio por grosso e retalho aumentou.

Durante Maio e Julho deste ano, os dados da DSEC revelam o registo de 7 mil desempregados, o que representou um aumento de 400 pessoas face ao período homólogo de 2018.

O número de desempregados à procura do primeiro emprego foi de 15,2 por cento do total da população desempregada, ou seja, mais 4,1 pontos percentuais, dado que os novos graduados entraram no mercado de trabalho.

Em comparação com o período de Maio a Julho de 2018, a taxa de desemprego permaneceu no mesmo nível, enquanto a taxa de actividade e a taxa de subemprego decresceram 0,8 e 0,1 pontos percentuais, respectivamente.

28 Ago 2019

Porto Interior | Projecto da Barragem de Marés com pouco impacto ambiental

O Governo decidiu colocar em consulta pública, até 10 de Setembro, o relatório de impacto ambiental relativo à construção da Barragem de Marés na zona do Porto Interior. O documento aponta para um impacto pouco significativo da obra ao nível de recursos hídricos e ambiente ecológico, mas deixa algumas recomendações

 

[dropcap]C[/dropcap]omeça hoje, e termina a 10 de Setembro, a segunda fase de consulta pública sobre a avaliação do impacto ambiental da construção da Barragem de Marés do Porto Interior de Macau. O relatório está disponível apenas em língua chinesa mas, de acordo com um comunicado oficial, conclui que o impacto ambiental da obra na zona do Porto Interior será reduzido.

“Em geral, o relatório considera que a construção da Barragem de Marés do Porto Interior é viável, respeita os diplomas legais e o planeamento em matéria de protecção ambiental”, começa por apontar o comunicado.

“Após a construção da Barragem de Marés do Porto Interior de Macau não haverá impactos significativos em termos hidrológicos no curso superior do rio e na área abrangida pela construção. A construção também não irá causar impactos adversos significativos nos sistemas ecológicos aquático e terrestre”, acrescenta o mesmo documento.

Ainda assim, aponta-se para o facto de, durante o período de construção da barragem, poder existir “um certo impacto na área abrangida pela construção, nomeadamente no ambiente ecológico, no meio hídrico e na atmosfera”, podendo existir ruído.

Desta forma, o relatório de impacto ambiental faz algumas recomendações. “Devem tratar-se devidamente as águas residuais geradas no estaleiro da obra antes de serem escoadas e executar a obra de forma faseada para não afectar a reprodução dos peixes e dos camarões.”

Além disso, é importante “controlar a poluição para evitar sedimentos em suspensão devido às escavações, instalar tapumes para as obras e utilizar caminhões de aspersão para reduzir a poeira que se irá fazer sentir na área”.

Ao nível do som, os analistas defendem a instalação de “barreiras acústicas à volta da obra, a limitação da execução da obra apenas ao horário estipulado e um tratamento adequadamente os resíduos de materiais de construção”.

Longo processo

Há muito que a obra que pretende por um travão às cheias que todos os anos se verificam na zona do Porto Interior está a ser alvo de estudos. O processo tem vindo a ser gerido pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), que incumbiu as entidades China Water Resources Pearl River Planning Surveying & Designing Co., Ltd e o Instituto Científico para a Protecção do Delta do Rio das Pérolas para o trabalho de avaliação do impacto ambiental.

Em Abril deste ano realizou-se a primeira fase da consulta pública, tendo a DSSOPT recebido apenas quatro opiniões por escrito relativas ao projecto. Em Julho foi elaborado o relatório que será agora sujeito à segunda fase da consulta pública, que tem como objectivos “a salvaguarda, em termos ambientais, dos direitos e interesses do público da área onde a construção irá decorrer”, além de dar a “conhecer melhor a dimensão do impacto ambiental causada pela construção”.

28 Ago 2019

Chefe do Executivo | Associações anseiam por novas medidas políticas

[dropcap]T[/dropcap]rês associações exigem a Ho Iat Seng, eleito no passado domingo o novo Chefe do Executivo de Macau, que adopte novas medidas nas áreas da renovação urbana, habitação, cheias e transportes públicos.

Em declarações ao Jornal do Cidadão, Ho Ion Sang, deputado e dirigente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM), considerou que o próximo Governo deve melhorar as suas capacidades administrativas. O deputado pensa que o próximo Executivo não deve tratar de forma separada os problemas relacionados com as áreas da habitação, serviços sociais e renovação urbana, devendo relacionar a opinião pública com o programa político, para ir de encontro às expectativas dos residentes.

Chan Ka Leong, vice-presidente da UGAMM, pede a apresentação de calendários nas próximas Linhas de Acção Governativas (LAG) sobre as questões mais prementes, pedindo uma nova equipa que realize a simplificação administrativa e delegação de poderes no seio do Governo.

Já a vice-presidente da direcção da Associação Geral das Mulheres de Macau, e membro do Conselho para os Assuntos de Habitação Pública, Ao Ieong Ut Seng espera que o novo Chefe do Executivo venha a introduzir em breve um novo planeamento ao nível da renovação urbana, para que se renovem os bairros antigos e para que existam mais terrenos disponíveis para a construção de casas públicas.

Lei Leong Wong, presidente da direcção da Aliança de Povo de Instituição de Macau, também acredita que devem ser melhoradas as políticas ligadas à habitação pública, com a adopção de calendários. No que diz respeito à classe média, o responsável defende que se de primazia ao arrendamento ao invés da compra de habitações, disse ao jornal Ou Mun.

28 Ago 2019