Trump é o primeiro Presidente americano a entrar na Coreia do Norte

Donald Trump tornou-se ontem no primeiro Presidente dos Estados Unidos a entrar em solo da Coreia do Norte, depois de cumprimentar o líder norte-coreano, Kim Jong-un

 

[dropcap]E[/dropcap]ste foi o terceiro encontro entre os presidentes dos dois países, depois da cimeira histórica de Singapura em Junho de 2018 e o encontro de Hanói em Fevereiro passado. “É um grande dia para o mundo”, disse Donald Trump depois de ter cumprimentado Kim Jong-un, cerca das 15:50 locais (14:50 em Macau). O Presidente norte-coreano afirmou que espera “ultrapassar as barreiras” graças às ligações com Donald Trump.

O encontro não será suficiente para solucionar o delicado ‘dossier’ nuclear norte-coreano, mas é simbólico para os dois países, que antes se ameaçavam de aniquilação mutuamente.

Este encontro, que ocorreu na vila de Panmunjon, onde foi assinado o armistício (entre as duas coreias) de 1953, “significa que queremos pôr termo a um passado infeliz e tentar criar um novo futuro”, afirmou ainda o Presidente norte-americano antes de uma reunião privada com o homólogo norte-coreano.

Donald Trump disse ainda que vai convidar o líder norte-coreano, Kim Jong-un, a visitar Washington “no momento certo”. “Vou convidá-lo agora mesmo à Casa Branca”, afirmou Trump, depois de se encontrar com Kim na fronteira entre as coreias e momentos antes de ambos iniciarem uma reunião privada junto da linha divisória e da zona desmilitarizada (DMZ).

O Presidente dos Estados Unidos afirmou também que os dois países vão iniciar reuniões de trabalho “nas próximas três semanas” sobre o processo de desnuclearização. “O que vai acontecer é que nas próximas duas ou três semanas as equipas vão começar a trabalhar”, disse Trump, depois de concluir o encontro à porta fechada com Kim Jong-un, na fronteira entre as Coreias e que durou cerca de 50 minutos.

Apesar deste passo, o Presidente norte-americano disse que as actuais sanções à Coreia do Norte vão continuar em vigor.

Comitiva familiar

Antes de deixar solo sul-coreano, Donald Trump disparou as habituais críticas à Administração Obama e contra os meios de comunicação social, enquanto o Presidente Moon Jae-in se manteve em silêncio. O Presidente norte-americano agradeceu a Kim Jong-un a gentileza de o ter salvo das críticas dos jornalistas presentes e categorizou as relações com Pyongyang com a Administração Obama como “desastrosas”.

Porém, o alvo preferencial de Trump antes de entrar na zona desmilitarizada foram os jornalistas. “Se ele decidisse não aparecer, vocês iriam atacar-me fortemente. Quero agradecer-lhe [a Kim Jong-un] por ter sido tão rápido em proporcionar este encontro. Movemos montanhas”, disse Trump, antes de entrar na zona desmilitarizada.

Entre a comitiva norte-americana estiveram Ivanka Trump e o seu marido Jared Kushner. Assim que o casal saiu de uma das casas que estão ao longo da linha de demarcação, uma jornalista da Bloomberg perguntou à filha do Presidente norte-americano como tinha sido entrar na Coreia do Norte. “Surreal” foi a resposta de Ivanka Trump.

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