Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Professor acusado de matar mulher após descoberta do corpo [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m professor de Hong Kong foi acusado na quarta-feira de assassinar a mulher, um dia depois de ter sido encontrado o corpo em decomposição numa mala no seu escritório nas instalações da universidade, noticiou ontem a imprensa. O professor associado de engenharia mecânica da Universidade de Hong Kong, Cheung Kie-chung, foi detido pela polícia na terça-feira, de acordo com o South China Morning Post. Os investigadores acreditam que a morte da mulher ocorreu há vários dias. O corpo foi descoberto na terça-feira, vestido apenas com roupa interior. Marcas no pescoço sugerem que terá sido estrangulada, informou o jornal Straits Times, de Singapura. O South China Morning Post adiantou que as autoridades estão a realizar exames para determinar a causa exacta da morte.
Hoje Macau China / ÁsiaSaúde | China é o país com mais mortes devido a consumo de álcool [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China é o país do mundo com mais mortes relacionadas com o consumo de álcool, entre ambos homens e mulheres, com o total de óbitos a superar os 700 mil, segundo uma publicação médica. Em 2016, morreram na China 650 mil homens e 59 mil mulheres devido ao consumo de álcool, revela um estudo publicado na revista médica “The Lancet”. O AVC hemorrágico, causado pelo rompimento de uma artéria cerebral, é a principal causa de morte devido ao álcool, entre os homens chineses. Outras doenças relacionadas com o consumo de bebidas alcoólicas incluem AVC isquémico, que é a falta de sangue numa região do cérebro, hipertensão ou epilepsia. O estudo estima que um em cada três habitantes do planeta é consumidor de álcool e que, todos os anos, há cerca de 2,8 milhões de mortes devido ao álcool. A nível global, o consumo ocupa o primeiro lugar nos factores de risco de morte prematura e doença, entre população com idades compreendidas entre os 15 e os 49 anos. O artigo conclui que tomar uma bebida alcoólica por dia aumenta, por ano, em 0,5 por cento, o risco de padecer de um problema de saúde, o que “põe fim ao mito de que uma pequena quantidade de álcool por dia pode ser benéfica”.
Hoje Macau BrevesDireitos Humanos | Legisladores americanos pedem sanções a quadros chineses Um grupo de legisladores norte-americanos apelou à Casa Branca para que imponha sanções, incluindo congelamento de bens e recusa na emissão de vistos, a funcionários e empresas chinesas relacionados com políticas repressivas no noroeste da China [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]grupo enviou uma carta ao secretário de Estado, Mike Pompeo, e ao secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, apelando a sanções, em resposta à “contínua crise de direitos humanos” na região chinesa do Xinjiang. Após ataques cometidos por separatistas muçulmanos na região, centenas de milhares de membros da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur foram arbitrariamente detidos em campos de doutrinação política, onde são forçados a criticar o islão e a sua própria cultura, e a jurar lealdade ao Partido Comunista Chinês (PCC), segundo vários testemunhos citados pela imprensa. A carta foi assinada pelo senador republicano Marco Rubio e o congressista Chris Smith, entre outros. O documento destaca o secretário do PCC no Xinjiang, Chen Quanguo, que é visto como responsável por converter a região num estado policial e implementar o sistema de internamento em campos, onde “uigures são presos durante meses sem julgamento”. “A detenção de um milhão ou mais de uigures, e membros de outras etnias predominantemente muçulmanas, em centros ou campos de reeducação política’ requere uma resposta global especifica e dura”, lê-se no documento. As detenções podem ocorrer sob acusações como aceder a portais estrangeiros ou contactar familiares além-fronteiras. Debaixo de olho Outras políticas repressivas noticiadas pela imprensa incluem um sistema de ampla vigilância digital, destacamento maciço de polícia e regulações contra costumes e trajes religiosos. A China nega a existência de campos de internamento, mas insiste que são necessárias medidas duras para punir separatistas e extremistas religiosos na região, que concentra mais de 10 milhões de muçulmanos. Activistas uigures afirmam que a repressão serve apenas para alimentar as tensões. Em 2009, a capital do Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional. No entanto, os episódios de violência são cada vez mais escassos e nunca houve um protesto em larga escala, capaz de ameaçar a autoridade de Pequim na região. Outros altos quadros chineses identificados no documento são Hu Xiaodi, delegado chinês para o Conselho dos Direitos Humanos da ONU, o vice-secretário do PCC no Xinjiang, Shohret Zakir, e o director da Comissão Política e Jurídica do Xinjiang, Zhu Hailun. A carta refere ainda duas empresas, a Hikvision e a Dahua Technology, ambos fabricantes de tecnologia para sistemas de videovigilância, usados no Xinjiang para controlar os movimentos da população.
Hoje Macau EventosChapas Sínicas expostas na Universidade de Macau [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]exposição relativa às Chapas Sínicas vai estender-se à Galeria Universitária da Universidade de Macau (UM) a partir da próxima quarta-feira, dia 5 de Setembro, prolongando-se até ao dia 31 de Outubro. Esta extensão faz parte da segunda fase da exposição, que permanece até 7 de Dezembro no Arquivo de Macau. Em simultâneo, a mostra estará também no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa. De acordo com um comunicado, a exposição patente na UM contém peças documentais que estiveram presentes na primeira fase. Na quarta-feira, dia 5, decorre uma palestra intitulada “Boya Lecture”, que conta com organização da biblioteca da UM e que está marcada para as 14h30. Esta palestra será proferida por Lau Fong, directora do Arquivo de Macau, e focar-se-á nos registos das “Chapas Sínicas” e no processo de inscrição da colecção no Registo da Memória do Mundo, explica o Instituto Cultural (IC). A palestra será em cantonense e terá entrada gratuita. “Chapas Sínicas” é um fundo documental que inclui os registos de Macau durante a dinastia Qing. Preservado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo de Portugal, esta colecção é composta por mais de 3600 documentos, incluindo cartas oficiais escritas em chinês, as cópias traduzidas para português e outros documentos diversos. A colecção foi intitulada “Registos Oficiais de Macau Durante a Dinastia Qing (1693-1886)”, aquando da sua nomeação para o Registo da Memória do Mundo. Procedeu-se à sua inscrição no Registo da Memória do Mundo para a Ásia-Pacífico, em 2016, e no Registo da Memória do Mundo, em 2017. Os registos reflectem as condições da sociedade, a vida das pessoas, o desenvolvimento urbano e as actividades comerciais, entre muitos outros aspectos, do quotidiano de Macau, durante a dinastia Qing. Além disso, esta vasta documentação conta histórias que ocorreram em Macau e que são de grande relevância para melhor compreender o papel que Macau desempenhou para a China e para Portugal, assim como para as relações sino-portuguesas em diferentes momentos da história mundial. A extensão da exposição “Chapas Sínicas – Histórias de Macau na Torre do Tombo” estará aberta ao público, diariamente, das 9h00 às 18h00 na Galeria da Universidade (E1), na Taipa. A entrada é gratuita.
Sofia Margarida Mota EventosArtes plásticas | 3ª Mostra Oriente/Ocidente acontece em Setembro A 8º edição da C.A.M. Casino Arts Metting e a 3ª Mostra de Artes Oriente Ocidente vai ter lugar no próximo dia 20 de Setembro no Casino Lisboa. Este ano, o cartaz do evento tem em destaque a mostra “Bicicletas de Macau”, um trabalho fotográfico de António Mil-Homens [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]fotógrafo local António Mil-Homens vai apresentar em Lisboa os trabalhos que constituem a colecção titulada “Bicicletas de Macau”. A exposição é inaugurada a 12 de Setembro e vai ainda integrar a mostra alargada de artes plásticas C.A.M. Casino Arts Metting, 3ª Mostra de Artes Oriente Ocidente, uma iniciativa da Plataforma UNITYGATE – Pontes interculturais Oriente Ocidente que, nesta sua 8ª edição se realiza a 20 de Setembro na Galeria do Casino Lisboa. A presença do fotógrafo vai, de acordo com um comunicado oficial, sublinhar a interdisciplinaridade do evento e contribuir para a sua internacionalização. Cruzamentos artísticos Segundo a organização, o C.A.M. tem como objectivo a promoção de uma “visão interdisciplinar através da promoção da arte, das relações culturais sino lusas, do incentivo a artistas emergentes” e do cruzamento artístico entre várias áreas. Desta forma, a UNYGATE “dá continuidade ao trabalho de intercâmbio cultural que a plataforma tem vindo a desenvolver”, lê-se no comunicado da organização do evento. Neste sentido, a UNYGATE está actualmente a receber trabalhos em várias áreas para participarem no evento e poderem ser seleccionados para o concurso que a C.A.M. vai proporcionar. Os interessados com mais de 18 anos podem enviar os seus projectos, sendo que o tema tem que estar ligado ao conceito do evento ou seja, à dicotomia oriente/ocidente. Depois de seleccionadas, as propostas vão ser exibidas na C.A.M. onde podem ser colocadas à venda e sujeitas a concurso. O C.A.M. inclui a atribuição de três prémios monetários de 600, 400 e 250 euros para os 1ª, 2ª e 3ª lugar respectivamente. A curadoria do evento vai estar a cargo de Ana Catarino e Ana Battaglia Abreu.
Hoje Macau SociedadeDSEJ | Ano lectivo arranca com 80.556 alunos [dropcap style=’circle’]É[/dropcap]já amanhã que arranca oficialmente o ano lectivo. Setenta escolas preparam-se para abrir as portas a 80.556 alunos, cujo universo aumentou pelo quinto ano consecutivo. Segundo dados preliminares facultados pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) ao HM, o número de estudantes tem vindo a aumentar desde 2013/14. Face ao ano lectivo anterior (2017/18) a subida foi de 1,9 por cento ou de 1.464 estudantes. Igual aumento sofreu o corpo docente, com a DSEJ a estimar em 7.751 o número total de professores no arranque do novo ano escolar, ou seja, mais 145 do que no transacto. O ano lectivo 2018/19 arranca faseadamente. Segundo o calendário, em grande parte das instituições de ensino as aulas têm início amanhã e na segunda-feira, com as últimas escolas a abrirem portas no próximo dia 14 de Setembro. Na Escola Portuguesa e no Jardim de Infância D. José da Costa Nunes o novo ano lectivo tem início na próxima quarta-feira, dia 5.
Sofia Margarida Mota SociedadeTrânsito | IACM quer substituir pavimento das principais artérias [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida pode vir a ser utilizada para um projecto piloto de repavimentação. A vontade é expressa pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) em resposta a uma interpelação do deputado Leong Sun Iok acerca do mau estado das estradas do território. De acordo com o IACM, o projecto piloto consistirá na substituição faseada do pavimento betuminoso por pavimento de betão armado. O objectivo, afirma o documento assinado por José Tavares, presidente do Conselho de Administração do IACM, é promover a durabilidade do pavimento e “se os resultados forem notáveis”, o organismo tenciona alargar a medida às “restantes vias principais de trânsito”. Em causa, está a constatação de que as vias de Macau estão a ser afectadas dado o pavimento betuminoso não conseguir aguentar a pressão crescente do trânsito. “Com o acelerado desenvolvimento de Macau e o crescimento rápido do número de veículos a circular nas ruas tem vindo a aumentar a pressão sobre o pavimento”, lê-se. As estradas apresentam agora “danos de fadiga por sobrecarga de trânsito a longo prazo e até na fundação dos pavimentos já surgem fendas”, justifica o IACM. O processo de repavimentação inclui uma fiscalização apertada e “in loco”, diz o IACM, “para garantir que os procedimentos e a qualidade correspondam aos requisitos”.
Diana do Mar Manchete SociedadeGás natural | Governo equaciona construção de segundo gasoduto Governo e Sinosky estudam possibilidade de segundo gasoduto para garantir estabilidade do fornecimento de gás natural para a produção de electricidade [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]stá a ser equacionada a hipótese de construir um segundo gasoduto. A informação foi avançada pelo coordenador do Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético (GDSE), em resposta a uma interpelação escrita de Au Kam San. “Devido ao facto de Macau dispor, até ao momento, apenas de um único gasoduto para o fornecimento de gás proveniente da Ilha da Montanha, o Governo da RAEM e a concessionária têm vindo a estudar a possibilidade de construção de um segundo gasoduto como solução alternativa”, afirmou Hoi Chi Leong. A hipótese foi levantada depois de o deputado pró-democrata ter questionado o Executivo sobre medidas para garantir o fornecimento estável do gás natural a ser usado pela nova central da Companhia de Electricidade de Macau (CEM), em Coloane, que deve entrar em funcionamento dentro de dois anos. Isto depois de recordar que, após um período de instabilidade, o fornecimento de gás natural para produção de electricidade foi mesmo suspenso, em 2011. A Sinosky, concessionária do serviço público de importação e transporte de gás natural, apenas o retomou em Março do ano passado. Na resposta ao deputado sobre a capacidade de produção da nova central a gás natural, o coordenador do GDSE indicou que, à luz das estimativas, o pico do consumo em 2021 será na ordem de 1200 megawatts (MW), pelo que os novos geradores a gás natural vão poder satisfazer, “em situações normais”, 30 por cento da energia eléctrica. A CEM está a avaliar as propostas relativas ao projecto das novas unidades de geradores a gás natural, “prevendo-se que a adjudicação seja concluída ainda este ano”, indicou o GDSE, apontando que a capacidade de geração de electricidade local poderá aumentar mais de 400 MW, mas que apenas será determinada em concreto de acordo com os resultados do concurso. Casos urgentes Relativamente às situações de emergência, como passagem de tufões, o GDSE explicou que o conjunto dos geradores locais pode satisfazer 50 por cento da energia eléctrica, se os geradores a diesel, de reserva, estiverem activados para o efeito (cuja capacidade de produção de energia é de 200 MW). “Além disso, o Governo da RAEM, em conjunto, com a China Southern Power Grid, encontra-se a estudar a possibilidade do uso da central térmica da região vizinha para servir de fonte de fornecimento de energia de reserva de Macau em situações de emergência, como forma de garantir o fornecimento de electricidade a Macau em casos de emergência a longo prazo”, adiantou.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Excursionistas diminuíram 3,3 por cento em Julho [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]número de turistas que chega a Macau em excursões diminuiu 3,3 por cento em Julho, quando comparado com os dados relativos ao mesmo mês do ano passado, revelaram ontem os Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No entanto, em termos mensais, os excursionistas aumentaram 14 por cento, o que pode ser atribuído às férias de Verão. O número de excursionistas da China desceram em termos anuais, 7,5 por cento, enquanto os de Taiwan subiram 59,4 por cento. Até Julho, vieram a Macau 5 milhões de turistas em excursões, mais 10,7 por cento em comparação com igual período do ano passado.
Hoje Macau SociedadePonte Y | Concessionárias estudam serviço de shuttle [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s operadoras do sector do jogo estão a planear a criação de um serviço comum de shuttle bus para a Ilha transfronteiriça da ponte Hong Kong- Zhuhai-Macau, de acordo com o canal de rádio da TDM. A informação foi avançada pelos Serviços de Tráfego, numa resposta a uma interpelação escrita da deputada Ella Lei. A Ou Mun Tin Toi diz que o serviço pode vir a fazer-se entre a ilha que vai ligar Macau à nova ponte e os Terminais Marítimos do Porto Exterior e da Taipa.
Hoje Macau SociedadeCrime | Vinte residentes enganados por fraude com cartão de crédito [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Polícia Judiciária (PJ) recebeu denúncias de 20 residentes na sequência de um caso da fraude com cartão de crédito. As vítimas alegam ter descoberto transacções feitas com o seu cartão de crédito sem o seu consentimento, que atingiram um valor total de 16 mil dólares americanos. De acordo com o Jornal do Cidadão, a investigação da PJ revela que o caso está relacionado com uma página turística em que as vítimas utilizaram o seu cartão de crédito para fazer compras de aplicações de telemóvel e bilhetes de avião. A PJ está a dar seguimento ao caso.
Diana do Mar Manchete SociedadePoluição |Entregue petição com 4.700 assinaturas contra plástico descartável Foi entregue ontem a petição com 4.700 assinaturas a exigir medidas para banir o uso de plástico descartável. Os promotores da iniciativa querem agora que o Governo responda publicamente até 13 de Setembro [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]petição, posta a circular há duas semanas, a pedir medidas para acabar com o uso excessivo de plástico em Macau, recolheu 4.700 assinaturas. A missiva foi entregue ontem na sede do Governo, com os promotores da iniciativa a exigir respostas concretas e em público até ao próximo dia 13 de Setembro. “Queremos que o Governo responda à petição dentro de duas semanas, antes de 13 de Setembro, em público, numa conferência de imprensa”, afirmou Annie Lao, uma das promotoras da iniciativa. “É um assunto muito urgente, por isso, queremos que o Governo responda de uma forma adequada. É muito importante que nos dê uma resposta e um calendário”, complementou, rejeitando a hipótese de um encontro privado. “Nós criamos muito lixo”, a maior parte de plástico, que “é tóxico para a saúde e ambiente”, sublinhou Annie Lao, qualificando de “chocante” a quantidade de resíduos sólidos urbanos descartados por dia ‘per capita’ em Macau: 2,16 quilogramas em 2017. Um valor que, como notou, é bastante mais elevado do que em regiões vizinhas. “Muitos países têm falado sobre isto e tomado medidas”, mas “Macau não está a fazer nada”, lamentou a mesma responsável. Dado o “impressionante” uso excessivo de plástico em Macau, Annie Lao entende que “a única solução” passa pela intervenção do Governo. Os promotores da iniciativa defendem, em concreto, legislação para banir o uso de plástico descartável e a cobrança de taxas, de modo a levar os residentes a procurar alternativas amigas do ambiente. Annie Lao não avançou eventuais valores, apenas apontou que devem ser “capazes de convencer”, advertindo, porém, que se a taxa for demasiado baixa pode não surtir efeito. “O Governo tem de explicar o objectivo e os benefícios da taxa que visa “tornar Macau mais sustentável”. Escolhas verdes Annie Lao reconhece que “a responsabilidade social é de todos” e que “tem de ser levada a sério”, mas que, para tal, o papel do Executivo é fundamental: “O Governo precisa de nos dar opções para termos zero plástico nas nossas vidas”. Existem alternativas ao plástico em Macau, mas Annie Lao entende que “não estão ainda amplamente disponíveis”, pelo que “o Governo deve ajudar indivíduos e empresas a providenciar este tipo de escolha”. Em paralelo, dado que “os materiais biodegradáveis são mais caros”, Annie Lao defende incentivos, chamando ainda a atenção para a importância de “instalações para os reciclar porque, caso contrário, vão parar à incineradora e é inútil”. A consciência necessária Outra vertente essencial é a sensibilização para o problema. “A educação também é importante para elevar a consciencialização relativamente à poluição causada pelo plástico”, complementou a mesma responsável, sinalizando atitudes positivas tanto por parte de indivíduos como de empresas. “As pessoas levam sacos reutilizáveis para o supermercado, recipientes [como termos] para o café e “também vejo alguns estabelecimentos que não facultam palhinhas de plástico a menos que seja pedida”, exemplificou. A petição, disponível na plataforma change.org, vai continuar ‘online’ pelo menos até que o Governo responda, indicou.
Hoje Macau PolíticaTurismo | Ho Ion Sang quer promoção do Pátio da Eterna Felicidade [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Ho Ion Sang quer que o Governo promova o Pátio da Eterna Felicidade como local de referência turística. O legislador considera que a área tem características próprias, nomeadamente em termos arquitectónicos, que devem ser usadas para atrair a visita de turistas e residentes. De acordo com Ho, nem os residentes têm noção da importância histórica do local. Por outro lado, há que dar relevo aos 13 imóveis ali situados que, de acordo com o Governo, vão ser utilizados em actividades de cariz educacional, cultural e artístico.
Sofia Margarida Mota Manchete PolíticaÁgua | Macau com baixa taxa de consumo per capita Macau tem um dos menores consumos domésticos per capita de água da região, de acordo com a DSAMA. Entretanto, o projecto de reciclagem de água para usos sanitários e de limpeza continua adiado porque o Governo tem outras prioridades [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]consumo per capita de água em Macau é inferior ao de algumas regiões vizinhas. A ideia é deixada pela Direcção de Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), suportada pelos dados de consumo do ano passado. Em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lam Lon Wai, que defende a implementação de medidas que promovam a poupança de água e a construção de uma estação de reciclagem, o Governo respondeu que “no ano de 2017, o consumo doméstico per capita em Macau foi de 157 litros, um número inferior ao de cidades vizinhas com Hong Kong, Cantão, Taipé, Tóquio e Seul”. No meio da ocupada agenda do Executivo, o projecto de água reciclada vai ter de aguardar por uma altura mais oportuna. A razão, aponta a DSAMA, é “a existência de numerosos projectos relacionados com a vida da população e que devem ser tratados prioritariamente pelo Governo”, lê-se no documento de resposta. Recorde-se que Lam Lon Wai questionou o Executivo acerca de medidas para poupar água, não só a nível privado, mas também tendo em conta quem mais consome em Macau, nomeadamente os serviços públicos e as empresas e projectos hoteleiros. O deputado defende que o dentro do volume de água consumido no território, “o peso da água para beber é reduzido” e que a maioria do consumo deste “bem precioso” destina-se a descargas sanitárias e limpezas. Esta finalidade, defende Lam, justifica a criação de um posto de reciclagem. No entanto, o Governo não partilha a mesma opinião. História repetida De acordo com a interpelação do deputado, o Plano de desenvolvimento de água reciclada esteve em consulta pública e o relatório foi divulgado em 2013. Segundo Lam, “as opiniões recolhidas, na sua maioria, reconhecem que a água reciclada contribui para elevar a rentabilidade do seu consumo e promover a implementação de políticas de poupança a longo prazo”. Na altura, o Governo afirmou que iria adoptar faseadamente medidas neste sentido. Mas, em Abril de 2015, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, revelou que as despesas de construção da estação de água reciclada seriam muito altas e que o resultado em termos de água reutilizável “seria muito limitado”. Como tal, o secretário mostrou dúvidas se valeria a pena recorrer a esta opção para a descargas sanitárias. No mês seguinte, a DSAMA informou que o projecto para a reciclagem de água seria suspenso pelas mesmas razões que aponta agora, três anos depois.
Sofia Margarida Mota PolíticaHo Ion Sang pede educação ambiental e taxas para resíduos sólidos [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Ho Ion Sang pede esclarecimentos ao Governo acerca do regime de cobranças de taxas para os resíduos urbanos. Ho recorda que nas acções definidas pelo Executivo para o planeamento e gestão de resíduos sólidos em Macau, que compreendem as estratégias a médio prazo (2020-2022) e a longo prazo (2023-2026), está mencionado, de forma “pouco clara”, o início da consulta pública sobre a cobrança de taxas e a criação do mesmo regime. No entanto, o mesmo plano que teve início em 2017 também ainda não mostrou qualquer efeito neste sentido. A par da ausência de medidas legislativas para aqueles que produzem mais resíduos sólidos, seguindo a lógica do “poluidor/pagador, o deputado condena ainda a falta de educação ambiental e os resultados estão à vista. Estatísticas reveladoras Segundo os dados estatísticos do Relatório do Estado do Ambiente de Macau de 2016, a quantidade de resíduos sólidos recolhidos nesse ano totalizou as 583,8 mil toneladas. Per capita, a quantidade de resíduos sólidos urbanos atingiu os 2,11 quilos, “um valor muito superior ao registado em Pequim, Hong Kong, Tóquio, Singapura, União Europeia e Estados Unidos da América”, refere o deputado em interpelação oral. No que respeita à reciclagem destes resíduos, Macau tem uma taxa de 25 por cento, um número inferior aos 57 por cento de Taiwan e aos 34 por cento de Hong Kong. A justificação, considera, encontra-se na falta de informação dos residentes. Macau tem dispositivos de recolha de lixo para reciclar desde 1999, mas os resultados são ainda muito pouco visíveis. “Muitos cidadãos não conhecem a forma correcta de recolha classificada dos resíduos e alguns ecopontos têm sido considerados como depósitos de lixo normais. Muitos deitam no ecoponto as embalagens ainda com bebida ou água”. Para Ho Ion Sang, esta situação apenas revela que a “educação sobre protecção ambiental é um fracasso”.
Sofia Margarida Mota Manchete PolíticaTurismo | 8 milhões de chineses vão ter acesso facilitado a Macau e Hong Kong O Individual Visit Scheme vai a partir de amanhã poder ser requerido no local onde os cidadãos chineses vivem e trabalham, em vez de apenas no local de residência. A medida vai afectar quase 8 milhões de pessoas que têm acesso a este documento [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Ministério da Segurança Pública chinês anunciou na terça-feira que vai facilitar a obtenção do Individual Visit Scheme (IVS), em vigor desde 2003, a oito milhões de cidadãos do continente para visitar Macau, Hong Kong e Taiwan como parte de um grupo turístico. De acordo com a GGR Asia, as novas regras vão afectar 7,8 milhões de pessoas que já pediram esse tipo de visto mas que necessitam regressar ao continente e ao lugar onde têm registada a sua área de residência, para obter este tipo de permissão de saída. As novas regras entram em vigor amanhã, dia 1 de Setembro. A China tem milhões de trabalhadores migrantes que não estão empregados na cidade onde têm o registo oficial e isso pode causar complicações no acesso a serviços públicos no local de migração. Mais 2,7 milhões de cidadãos do continente também poderão renovar outro documento, o salvo conduto de entrada e saída de Hong Kong e Macau, ou obterem um documento que permite entradas e saídas de e para Taiwan a partir da cidade onde vivem, ao invés de fazerem esse processo na cidade onde registaram a sua cidadania. Estes cidadãos também vão poder renovar os seus passaportes no sítio onde habitam e não apenas onde estão registados. Visitas do continente Nos primeiros sete meses deste ano, dos 19,85 milhões de pessoas que visitaram Macau, cerca de 70 por cento, 13,9 milhões, eram provenientes da China continental, de acordo com o Serviço de Estatística e Censos. Durante o mesmo período, um total de 6,84 milhões de visitantes do continente vieram a Macau com uma autorização IVS, um número que cresceu cerca de 13 por cento comparado com igual período no ano anterior. De Janeiro a Junho, mais de 3,3 milhões de chineses do continente visitaram Macau através de pacotes turísticos, o que representou um aumento de 13,8 por cento em relação ao ano anterior, de acordo com os últimos dados oficiais disponíveis. Cerca de um terço faziam parte da vizinha província de Guangdong. Até 2003, os vistos para entrar em Macau e Hong Kong só podiam ser de grupo. Com a criação do IVS, em Julho daquele ano, apesar de estarem incluídos em excursões, os residentes do continente passaram a poder vir a Macau com visto individual. Inicialmente, a medida foi apenas aplicada a residentes de algumas cidades de Guandong, mas ainda no mesmo ano foi alargada a Pequim, Xangai e outras regiões.
Diana do Mar PolíticaCoutinho pede responsabilidades para fracasso do Governo electrónico [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]puramento de responsabilidades. Esta é a solicitação do deputado Pereira Coutinho numa carta endereçada ao gabinete da secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, após o arrasador relatório do Comissariado de Auditoria sobre a implementação do Governo electrónico por parte dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP). Neste sentido, o deputado sugere à secretária para a Administração e Justiça que, como entidade tutelar, proponha ao Chefe do Executivo “uma sindicância aos SAFP para “averiguar o funcionamento geral” daquele serviço público. O relatório revela “graves falhas de gestão, falta de responsabilidade e – mais grave – uma cultura interna de desonestidade e pouco fiável”, realça na missiva, também enviada ontem às redacções, na qual cita excertos do documento divulgado na semana passada. “As situações relatadas e outras constantes no dito relatório são graves e um péssimo exemplo para todos os serviços públicos que, doravante, poderão escusar-se de assumir responsabilidades de má gestão e desonestidade se o Governo agir com ‘um peso, duas medidas’”, escreveu Pereira Coutinho. O relatório do Comissariado de Auditoria aponta que os SAFP fracassaram na implementação do Governo electrónico, projecto no qual foram investidos mais de 230 milhões de patacas entre 2011 e 2016. Além das falhas detectadas, como nem sequer fazer ideia em que fase se encontra a implementação do Governo electrónico, o Comissariado de Auditoria teceu duras críticas à própria actuação dos SAFP, acusando o organismo, actualmente liderado por Eddie Kou, de falta de colaboração. “Durante a presente auditoria, a actuação dos SAFP não serviu de exemplo para a Administração Pública. Verificaram-se atrasos no fornecimento dos documentos exigidos pela equipa de auditoria, tendo havido documentos que foram recebidos mais de meio ano após o pedido ser feito”, afirmou o Comissariado de Auditoria, sustentando que, enquanto serviço responsável pela Administração Pública, os SAFP deviam ser mais eficientes, honestos e fiáveis”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeEstudo | Migrantes na China menos felizes na cidade que no campo Os cidadãos chineses que deixaram as aldeias em busca de melhores condições de vida nas cidades não ficaram mais felizes com a mudança devidos aos baixos salários e à segmentação social que persiste. Contudo, não voltariam para a sua terra natal. A conclusão faz parte do Relatório da Felicidade Mundial deste ano [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se “Migração Rural-Urbana e a Felicidade na China” e é provavelmente um dos poucos estudos existentes sobre o estado de espírito daqueles que protagonizaram a maior migração populacional da história. Contudo, a mudança que milhões de cidadãos chineses fizeram em busca de melhores salários e condições de vida nas cidades não se traduziu em mais felicidade. O estudo realizado por John Knight e Ramani Gunatilaka, inserido no Relatório da Felicidade Mundial, relativo a 2018, explica as razões para a desilusão. “As condições difíceis vivenciadas pelos migrantes rurais-urbanos que vivem na China urbana podem constituir outra explicação para os baixos níveis de felicidade”, escrevem os autores. O estudo incidiu sobre uma amostra de migrantes rurais-urbanos. Entre os inquiridos 77 por cento eram chefes de agregados familiares, 61 por cento eram homens, 90 por cento estavam casados, 93 por cento dos que responderam tinham trabalho e 88 por cento vivia com a sua família. Aqueles que responderam às categorias “infeliz” e “não feliz de todo” foram questionados sobre as razões para a sua infelicidade. Mais de dois terços dos inquiridos disseram que auferiam salários demasiado baixos. Outra razão, “mais importante”, apresentada por 11 por cento dos participantes, foi a incerteza quanto ao futuro, sugerindo que a insegurança era um problema. Apesar dos factores apontados para a tristeza, mais de metade dos inquiridos, 55 por cento, afirmaram não estar pessimistas quanto ao futuro, pois esperam um pequeno aumento de salário nos próximos cinco anos, enquanto que 28 por cento “não esperava mudanças”. Uma pequena fatia dos inquiridos, sete por cento, espera um grande aumento salarial no período de tempo indicado. Apenas dez por cento das pessoas suspeita que o seu salário será reduzido. Os autores apontam ainda que “apesar da felicidade dos migrantes ser inferior à dos moradores das zonas rurais, o salário não era mais baixo”. Na verdade, “a média salarial per capita era 2.39 vezes mais que a dos agregados familiares rurais”, lê-se. Falta de apoios explica O estudo explica também que “o salário pode ser um factor determinante para a felicidade dos migrantes”, mas que existem outras questões que os fazem ficar menos felizes na vida citadina. “A falta de apoios sociais, como subsídios de desemprego, pensões, acesso a cuidados de saúde” foram os principais problemas apontados por 24 por cento dos inquiridos. Além disso, foram referidos problemas como a poluição que se sente nas grandes cidades chinesas, a segunda opção mais mencionada e que agregou 20 por cento dos inquiridos. Em terceiro lugar surgiu a corrupção, com 18 por cento de respostas, a polarização social, 11 por cento, discriminação contra migrantes, 10 por cento, e, por último, um índice superior de criminalidade nos centros urbanos, factor apontado por oito por cento dos inquiridos. Apesar dos vários problemas identificados e que podem potenciar infelicidade dos que migraram para cidades, a verdade é que a questão, “comparando com a sua experiência de viver nas zonas rurais, está mais feliz a viver na cidade?” acabou por gerar respostas surpreendentes. Apenas três por cento dos inquiridos disse ser mais feliz no campo, enquanto que mais de metade, 56 por cento, garantiram que “viver na cidade lhes trouxe mais felicidade”. Mais de metade, 54 por cento, referiu que optaria por mudar de cidade, enquanto que 39 por cento dos inquiridos voltariam à sua terra natal no campo. Os dados mostram, aliás, que a maioria dos migrantes chineses que saiu para as áreas urbanas nunca perdeu os laços com a sua terra, com 53 por cento mantinha familiares a residir nessas zonas. Tais factos levantaram questões aos autores do estudo. “Se a maioria dos migrantes encaram as áreas urbanas como um alcance de grande felicidade, e se a maioria optaria por manter-se a residir numa zona urbana, porque é que os níveis de felicidade são inferiores aos dos moradores das zonas rurais? O estudo aponta várias explicações para esta questão. Uma delas prende-se com a possibilidades destes terem elevadas expectativas das condições de vida na cidade. Devemos olhar para esta evidência, tendo em conta as características do seu bem-estar.” Além disso, é referida a “natureza atípica dos migrantes” como um dos factores. “A baixa taxa de felicidade dos migrantes pode ser o resultado das suas características, ou do próprio agregado familiar, serem diferentes das características da população rural como um total. Se for esse o caso, eles poderiam de facto ser menos felizes do que aquilo que eram na aldeia”, acrescentou. Há também outra explicação. “O grande factor que afecta a felicidade dos migrantes é a diferença que existe num grupo de referência: a equação de felicidade dos migrantes é semelhante à dos moradores urbanos, e diferente da equação dos moradores rurais. Isto pode explicar porque é que os migrantes são mais felizes em resultado da mudança, porque já não conseguem mais apreciar os prazeres simples da vida rural.” Os autores lembram também que não é possível explicar a menor felicidade dos migrantes rurais-urbanos apenas com indicadores económicos. Muitas destas pessoas poderiam simplesmente ter expectativas demasiado elevadas em relação à sua mudança para a cidade, que saíram goradas, sobretudo no que diz respeito às condições de vida, apontam os académicos. “O que os migrantes rurais-urbanos têm em comum é a falta de informação necessária que lhes permitisse analisar a qualidade das suas vidas num mundo diferente.” História explica segregação Os autores da investigação lembram que, para se compreender o fenómeno da migração rural-urbana dos dias de hoje, na China, temos de regressar ao período em que foi fundada a República Popular da China (RPC), em 1949. As medidas tomadas por Mao Zedong levaram ao “fenómeno da migração urbano-rural ter sido diferente na China em relação à maioria dos países pobres”. “Durante os primeiros anos em que o Partido Comunista Chinês esteve no poder, quando a China esteve separada em duas grandes áreas, criando a ‘Grande Muralha invisível’ entre a China urbana e rural, isso teve como primeiro significado o controlo social. Ligado a esta separação foi criado um sistema universal de registo de residência, conhecido como Hukou, que concedeu direitos, deveres e barreiras.” O documento recorda que, “os que tinham nascido no campo tiveram de manter os Hukou rurais, e os que tinham nascido nas cidades, incluindo os migrantes de outras áreas urbanas, tinham os Hukou urbanos, e os migrantes rurais-urbanos foram obrigados a manter os seus Hukou rurais, à excepção dos licenciados oriundos das áreas rurais”. Isso fez com que, no final da década de 50, se tenha iniciado um travão do Estado à saída das populações rurais dos campos. “Uma combinação de registos Hukou, a formação de comunas e a racionalização de comida nas áreas urbanas deu ao Estado as medidas administrativas necessárias para prevenir a migração urbano-rural. Através deste planeamento central, e especialmente através da formação de comunas nas cidades, esta migração passou a ser estritamente controlada e restrita.” Depois das primeiras reformas económicas que tiveram lugar a partir das décadas de 70 e 80, e que criaram apenas migrações temporárias, “quando faltava mão-de-obra nas cidades”, começaram a surgir as primeiras vagas de migração de forma massiva. “Quando mais migrantes rurais começaram a ir para as cidades, levando consigo as suas famílias, enfrentaram discriminação no acesso a empregos, alojamento, educação e cuidados de saúde. Os Governos das cidades favoreceram os seus residentes, e os migrantes urbano-rurais eram tratados como cidadãos de segunda classe. Nesse sentido, só tinham permissão para aceitar os trabalhos menos atractivos e mais mal pagos, todos os que os migrantes urbanos não queriam.” À medida que o controlo estatal sobre a migração diminuiu, esta foi aumentando.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | Taiwan muda de estratégia e decide não pedir readmissão [dropcap style=’circle’]T[/dropcap]aiwan decidiu que este ano não apresentará uma campanha para pedir a readmissão nas Nações Unidas e nas respectivas agências durante a próxima sessão da Assembleia-geral, cujo início está agendado para Setembro, anunciaram ontem as autoridades daquela ilha. O anúncio foi feito pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Hsieh Wu-chiao, que precisou que a ilha irá apelar apenas que a ONU não esqueça os 23,5 milhões de habitantes de Taiwan, que não proíba a participação de cidadãos e de jornalistas daquele território em eventos da organização internacional e que inclua a ilha nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Esperamos lembrar, uma vez mais, ao mundo que Taiwan é uma força razoável, positiva e que contribui para a região e para o mundo”, declarou o vice-ministro. A decisão anunciada ontem representa uma ruptura com a estratégia definida pelo território em 2017, bem como com a posição adoptada por Taipé entre 1991 e 2007. Durante este período de 16 anos, Taiwan pediu a admissão na ONU e em várias agências da organização, nomeadamente na Organização Mundial de Saúde (OMS), na Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CMNUCC) e na Organização da Aviação Civil Internacional (OACI). Depois de uma pausa de uma década, Taiwan reactivou em 2017 os esforços junto dos respectivos aliados para reunir apoios e alcançar a readmissão nas Nações Unidas, organização que deixou em Outubro de 1971 após a reentrada da China (um dos cinco Estados permanentes do Conselho de Segurança da ONU).
Hoje Macau SociedadeVenetian | Indústrias do entretenimento e lazer reúnem-se em Novembro [dropcap style=’circle’]R[/dropcap]epresentantes das indústrias do entretenimento e tecnologia e lazer vão reunir-se em Macau numa exposição para discutir temas como a realidade virtual e da tecnologia ‘blockchain’, em Novembro, foi ontem divulgado. A sexta edição do MGS Entertainment Show tem como objectivo ser “uma plataforma de partilha de jogos, entretenimento, tecnologia e lazer para permitir que profissionais do sector de todo o mundo troquem ideias e criem oportunidades de negócios”, pode ler-se num comunicado divulgado pelo MGS Entertainment Show. “Através da promoção e utilização do blockchain (que permite guardar dados de forma descentralizada e privada), Macau tornar-se-á uma cidade inteligente com um rápido crescimento económico”, defendeu a organização. O ano passado, de acordo com a organização, estiveram presentes 162 espaços de exibição e mais de 15 mil visitantes de 54 países. Este ano, a organização espera que a “MGS Entertainment Show 2018 atinja uma escala ainda maior e que o conteúdo seja mais enriquecedor”. A exposição terá lugar no The Venetian Macao durante os dias 13 e 15 de Novembro.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Homenagem inédita a cão polícia morto em serviço [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades sul-coreanas estão a organizar uma homenagem ao primeiro cão polícia morto “no desempenho das suas funções”, uma cerimónia inédita num país onde estes animais fazem parte do regime alimentar da população. Larry, um pastor alemão de sete anos, morreu no passado mês de Julho depois de ter sido atacado por uma cobra, durante uma operação para tentar encontrar um desaparecido numa montanha em North Chungcheong, uma província no centro do país. Em comunicado, a polícia destacou o facto deste ter sido o primeiro cão polícia a morrer “no desempenho das suas funções” naquele país. Desde o início da sua ‘carreira’, em 2012, Larry contribuiu para a investigação de 39 crimes e participou nas buscas de mais de 170 desaparecidos. No ano passado, o cão que é agora alvo da homenagem encontrou o corpo de uma mulher que estava enterrada, uma descoberta que originou uma investigação por homicídio. Depois do funeral, realizado no mês passado, a polícia regional encomendou uma placa em bronze com a mensagem: “em homenagem a Larry”. Esta será pendurada na sede da polícia durante uma cerimónia a realizar em Setembro. O destino de Larry contrasta fortemente com o destino de muitos cães na Coreia do Sul, onde estes fazem parte do regime alimentar de muitas famílias. Estima-se que um milhão de cães sejam abatidos para esse efeito todos os anos.
Hoje Macau SociedadeAir Macau estreia voo para Qingdao e já soma 18 ligações com a China [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Air Macau inaugurou ontem uma rota entre aquele território e a cidade de Qingdao, somando actualmente 18 ligações directas de e para o interior da China. “Vai ser mais uma oportunidade [para os chineses] conhecerem e visitarem Macau”, afirmou o director de Marketing da Air Macau, Eric Fong, à margem da cerimónia da abertura da nova rota. De acordo com a companhia aérea, existem agora quatro voos semanais entre as duas regiões, sendo Qingdao a 18.ª rota que a Air Macau tem para o interior da China e a primeira ligação directa do território com a província de Shandong, que tem cerca de 100 milhões de habitantes. “Estamos a planear a abertura de mais rotas no Sudeste Asiático. No próximo mês vamos ter mais novidades”, assegurou o responsável. Eric Fong acredita ainda que com esta nova rota o número de passageiros deverá aumentar, afirmando que ainda é cedo para fazer uma estimativa. “O nosso número de passageiros tem estado a aumentar, cresceu cerca de 17 por cento de Janeiro até ao dia de hoje, em comparação com o período homólogo de 2017″, disse. Na semana passada, o Aeroporto Internacional de Macau lançou o concurso para a ampliação do terminal de passageiros sul do aeroporto devido ao aumento de passageiros. “A fim de manter o desenvolvimento sustentável do aeroporto”, foi lançado um concurso para “realizar o projecto e obras de construção, incluindo uma extensão de espaço de três andares de aproximadamente 17.100 metros quadrados no lado sul do terminal de passageiros existente”, declarou a Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau (CAM), em comunicado. “Aumentar o espaço do terminal de passageiros do edifício do terminal, escritórios, área comercial, sala VIP e outras instalações, e construir três novas pontes de embarque”, é o objectivo da CAM, que espera que este projecto capacite o aeroporto a receber mais de 10 milhões de passageiros por ano.
António Cabrita h | Artes, Letras e IdeiasO Viajante do Tempo [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]edido o café e um bom bocado, dispunha o livro e o caderno e abria o computador quando o tipo da mesa ao lado me abordou: É o senhor, não é? Se for para pagar dívidas, estou no Alasca, respondi. O que escreve no Savana, voltou ele. Ah, ok, ya. Desculpe meter-me consigo, mas sou um viajante do futuro, e tenho quinze minutos para lhe contar… Um viajante do futuro, atalhei, desconfiado. Sim, nasci no ano 2237; no ano de 2125 foi inventada a máquina do tempo. Eu vim prevenir sobre os seus perigos. Se só tem mesmo quinze minutos, tem toda a minha atenção… E pensava, pode ser que este doido dê crónica. Que data é a de hoje?, e apontava o jornal. Diz, aqui, dia 23 de agosto. Daqui a 3 dias, a 26 de agosto na Alemanha, na cidade de Chemnitz, cerca de 1000 neo-nazis percorrerão as ruas da cidade, declarando caça a imigrantes e refugiados e atacando quem não pareça suficientemente alemão. O levantamento de mil neo-nazis descarados, a céu aberto, só numa cidade da Alemanha, escarneci, não está a pedir demais? Se acontecer, prova que venho do futuro. Olhei o tipo, era negro, não podia estar por dentro do conluio neo-nazi. Está bem, anui eu, matutando, Estás doido e não vou contrariar-te. Continuou ele: será a primeira de mil manifestações pela Europa toda, o que trará a violência e o caos. As redes sociais ajudarão a semear o caos. E como lutar contra isso, perguntei? Só pela educação, continuou. Embora os instigadores venham do futuro. Como é, indaguei intrigado. Um pigarro precedeu a revelação: No futuro é tudo mecanizado e as pessoas vivem entediadas e então organizam expedições turísticas ao passado para voltarem a sentir-se no fulcro das emoções. E as agências turísticas das viagens no tempo organizam estes eventos, aproveitando-se da insatisfação e da ignorância dos jovens da época que visitam. Manipulam-nos. Continue, pedi, num nervoso piscar de olhos. Todos os jovens precisam de acreditar em desígnios superiores, em lendas, em mitologias, se essa tendência mitificadora não for compensada pela educação geram-se monstros; só pelo conhecimento profundo do horror que essas mitologias causaram na história dos povos é que combatemos o lado insano da irracionalidade. Compreendo e concordo, redargui, resolvendo testar-lhe a cultura: A linguagem intoxica-nos porque nos faz ceder ao seu gosto para o estereotipo, é a sua doença – e quando repetimos as fórmulas e referências que nos enganam fundamos os mitos. Já o dizia o velho Roland Barthes: vivemos uma guerra de linguagens e o mito é um produto da naturalização do signo. O que traduzido por miúdos é querer fazer passar uma situação história (e por isso transformável) por uma situação natural (como se fosse uma lei perene e irrevogável), por exemplo: o mito que sustenta a discriminação arbitrária entre os géneros com a ideia de que o homem seja superior à mulher, ou aquele que liga a terra aos laços de sangue. Cortou-me a palavra: O Barthes, é um dos fundadores do que chamamos a Arqueologia das Ilusões, mas não seja professoral, não temos tempo. Diga, então. O assunto é sério, continuou. E só o reforço da educação impedirá o caos. Mesmo viajar no tempo deu vazão a toda a pornografia moral, muitos viajam para conhecer a Helena de Tróia nua, ou a Cleópatra. Marco António era um dos nossos. Ah, boquiabri a boca. Há mais casos de ingerência do futuro no passado, indaguei? A revolução de outubro de 1917 foi organizada por uma das nossas agências de turismo. Então isto está tudo fodido, reagi eu, incrédulo. Ainda não, mas está quase. E aqui, em África, diga-me: Mondlane veio do futuro? Quer saber de mais, mas se os antigos libertadores acabam em tiranos é porque não tiveram uma educação para a democracia e querem impedir o que se faça nesse sentido – tornaram-se iguais aos seus opressores. As falcatruas são mais possíveis com massas ignaras. Não há futuro para África, perguntei aflito? Talvez, se as mulheres conseguirem tomar o comando das coisas, se não África vai para o cano, mergulhada em sangue, petróleo e cemitérios de elefantes… A mentalidade de confrontação dos movimentos de libertação entrincheirou-se numa cultura política autoritária que se baseia na afirmação de que os libertadores têm o direito de governar dentro de um novo projeto de elite, e assim capturam o estado, explicou, continuando, mas isto sequer é novo: desde a Revolução Francesa que é comum os libertadores transformaram-se em opressores, as vítimas em perpetradores. Olhe Ortega, na Nicarágua. Os novos regimes tornam-se o inimigo íntimo… O despotismo é, com o futebol, o mais aclamado desporto de massas. Há solução para o homem, perguntei aflito. Suspendeu a fala e o olhar; levantou-se, abrupto, Desculpe, tenho de ir. Antes de eu dizer Vai água!, retirou-se. Seria um cyborg, ficou-me a dúvida. O resto vocês sabem, em 26 de Agosto mil skinheads e neonazis invadiram a cidade de Chemnitz. Que dizer sobre isto? Foi para o galheiro o cliché de que o europeu é um mártir da racionalidade. Somos bárbaros, iguais a todos. É um estúpido frenesim, vivido à vez. Aliás, o movimento artístico mais duradouro e influente no século XX foi o Surrealismo e preconizava o cultivo da “irracionalidade” e do onirismo; todo o cinema e a publicidade – dois baluartes da modernidade ocidental – vivem do desejo, que é uma festa dos sentidos, da inteligência subordinada às formas do sentir; em todo o ocidente é confrangedora a atracção pueril por filmes de zombies, de vampiros e de horror da mais descabelada e sangrenta irracionalidade. Só a face das falácias dos mitos – invariavelmente, de inspiração política – separam as culturas. Com o retorno do fascismo teremos de voltar a enxergar as modalidades sadias das funestas, na onda de irracionalidade que promete sufragar-nos. Para que consigamos surfar e safar-nos da época autoritária e sombria que em tempos globais se adivinha.
Amélia Vieira h | Artes, Letras e IdeiasSAILING TO BYZANTIUM «Este país não é para velhos» W.B. Yeats [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]omeça assim o poema de Yeats que nos leva a Bizâncio, e reforçando ainda a ideia que um “velho não é coisa de valor” afirmações que só os poetas fazem, pois que o dizer nas suas fórmulas verbais, literárias, orais, têm outros signos, vastos sinais. Nem sempre as formulações que dão expressão às suas temáticas são eufemísticas, metafóricas, antes pelo contrário, muitas tendem para um desassombro que esclarece e ilumina. Os títulos de muitas coisas que andam pelo mundo foram aos poetas beber, retiram tanta coisa, que seria bom fixar a titularidade do mundo como o retalho de dizeres poéticos, creio que grande parte da Humanidade não se apercebe dessa fonte, como talvez nem saiba que tal fonte exista. Creio que na atoarda dos «Poetas Mortos» muito escapou de Walt Whitman, os capitães, esses, são todos de Abril, e pelo mundo fora, velhos marinheiros, os poetas, uns seres estranhos cujo destino é o saneamento ou a gruta. Relapsos. Mas, e sem desprestígio para outros «o que fica os poetas o fundam» (Holderlin). Lembrei-me deste poema a partir de uma situação bem concreta, espontânea e natural, um fim de tarde de sexta-feira bela de Estio, aquelas tardes em que se combinam coisas com amigos, como seja, ir jantar, os amigos como bem se sabe não são novos, para isso temos agora os nossos filhos, e, realidade vasta, quem nunca os teve: claro, nós precisamos esbracejar, estar entre comensais, beber, louvar a talvez ainda longa vida que nos resta, mas, eis senão quando, a ideia seria uma “coisa” ligeira”: fustigada por um dia duro, aquele “ligeiro” pareceu-me de um mau gosto inexplicável, e retorqui; «LÁ ESTÃO OS VELHOS COM A MANIA DA DIETA» chá e torradas, em jeito de interjeição, e sem me dar conta estava no caminho de Bizâncio. O que se passou de seguida é digno de nomear para sempre este poema, pois que fui atravessada de espadas grosseiras de indignação não consentida deixando a descoberto a tristeza da juventude que se arrasta. Ou de uma ideia dela (sem querer, e de forma absoluta, que cada um usa o seu radicalismo junto às esferas onde se encontra, que ser moderado perante a indigência é verdadeiramente o mais antipoético que existe. Desapareci num ápice). – Essas gerações moribundas – diz então Yeats – estas gerações moribundas – digo eu agora, são sempre um espectáculo atroz, são-no ainda mais na interpretação de uma factualidade que se rejeita como o mais duro dos anátemas, que ele, há coisas bem piores que nos chamam, sem uma devida rectificação indignada, e essas sim, foram construídas em tempo defeituoso face à dignidade do ser. O óbvio não deve ser revelado. Daí a rede de disfarces, de dislexia social, de juízos de valor, de cinismo vário, de supremacia infecta que cada um a si se dá, absolutamente patéticas. O que se pode dizer, e o que não se deve dizer, assaltou as consciências como um ladrão, roubou toda a via poética por onde a saúde mental há-de passar, e contaminou de conceitos os frágeis sentidos das gentes. Um poeta será agora a deidade esquecida no meio desta mecânica paralítica cujo desígnio seria iludir os factos. E quando olhamos ao redor cresceu o cinismo, a descrença, a vontade de superar a máscara, infiltrados em dispositivos automáticos vê-se um mundo que resvala para a paralisia de si mesmo. Está a ser um falhanço humano este estertor do tempo comum, e por isso, outro Homem se avizinha no horizonte, outra “máquina” outra fórmula. Pois que faz tempo que ser velho foi um distintivo, uma receita de saber e fértil consciência. Protectores e mestres, eles davam início ao mais nobre da caminhada da vida, sem sobressaltos, vergonha, ou insubmissão, mas com orgulho, nobreza e respeito. Aliás, notava-se-lhes nas vestes, nas barbas, nos semblantes, nas sábias expressões que nos davam caminhos que todos precisávamos saber. Um ancião era respeitado pelas suas comunidades, e muitos, venerados como os signos vivos do entendimento. Eram os nossos Avós. Que tinham a mesma idade dos velhos de hoje, ou seja, das gentes que agora somos. Aliás, entendo que o magro entendimento da cultura poética agudizou de vez a antipatia pelos seus fazedores, e, para tanto, para que ela morra de vez, arranjaram-se versejadores sem qualidade que lhe roubaram o epíteto que pertence a um certo fogo, que também, e rodeado disto, aos poucos se apagou. Quando o esclarecimento é óbvio e tem o assombro das justas designações, caímos vazios num mundo sem expressão, e, não há nada mais insipiente do que a coerência equilibrista de um auto representante de uma matéria que a sua própria vida não domina ” devorai este meu coração; doente de desejo, atado a um animal agonizante, ele não sabe o que é; juntai-me ao artifício da eternidade.” Transcender esta desdita, este ultraje, esta vileza, deveria levar-nos a ter o caminho mais justo, a via mais limpa, o ajuste mais certo, mas são sempre eles a pagar o preço da sua capacidade em ligar o todo e o denunciar nas esferas exactas. E, como bem sabemos, os povos são rebanhos amestrados, as pessoas coisas que passam, mas os poetas, são aqueles que ficam. E não ficam aqui. O seu exemplo fica em todos. Aqui, nunca mais. Da natureza liberto, jamais de natural coisa Retomarei minha forma, meu corpo. Mas formas outras como as do ourives grego. Em ouro forja e esmalta em ouro. Para que o sonolento Imperador não adormeça. Vivemos tempos patéticos. E na moldura da necessidade e do bem-estar, se dissipou então o caminho dourado para Bizâncio.