João Santos Filipe Manchete SociedadeAcidente | Dona do restaurante na Areia Preta suspeita de crime de explosão A Polícia Judiciária terminou a investigação à explosão que aconteceu no início do mês num restaurante na Areia Preta e suspeita que a dona do espaço cometeu o crime de “incêndios, explosões e outras condutas especialmente perigosas”. O caso foi entregue ao MP e a proprietária foi detida [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] dona do restaurante na Areia Preta onde ocorreu uma explosão na noite de 3 de Julho está detida e é suspeita da prática de crime de “incêndios, explosões e outras condutas especialmente perigosas” por negligência. O caso foi entregue ontem ao Ministério Público pela Polícia Judiciária, que já terminou a investigação à explosão que, alegadamente, teve origem num fogão que não foi desligado correctamente. Segundo a informação fornecida pela PJ ao HM, além da acusação pelo crime, que é punido com uma pena que vai de 1 ano a 8 anos de prisão, pode haver um agravamento da pena em um terço, devido à morte de uma das vítimas do acidente e ferimentos graves em outras três, como previsto no Código Penal. O Ministério Público vai agora fazer uma investigação e apresentar os resultados ao juiz de instrução criminal, que depois decide se a dona do restaurante no Edifício Pak Lei tem de responder em tribunal pelos crimes em questão. Ainda de acordo com as informação disponibilizadas pela PJ ao HM, a mulher é residente de Macau e tem 44 anos. Morte à porta de casa O acidente no Edifício Pak Lei aconteceu na noite de 3 de Julho por volta das 21h45. Na altura do acidente, uma residente que circulava no corredor do edifício do outro lado da parede do restaurante, acabou por morrer devido ao impacto da explosão. Além disso, mais seis pessoas ficaram feridas, quatro das quais precisaram de ser internadas. O impacto do acidente foi sentido por vários residentes da zona, muitos dos quais partilharam a experiência nas redes sociais, revelando que sentiram a estrutura do edifício a tremer. Contudo, as autoridades garantiram, depois de inspecções feitas ao local, que a estrutura não tinha sido afectada. Nas operações de salvamento estiveram envolvidos pelo menos 40 operacionais, assim como várias viaturas, e a Avenida do Hipódromo teve mesmo de ser foi cortada ao trânsito. Um dia depois da explosão foram vários os governantes da RAEM que se deslocaram ao local, entre os quais o Chefe do Executivo, Chui Sai On, que seguiu o exemplo de secretários como Wong Sio Chak e Lionel Leong.
Diana do Mar Manchete PolíticaPSP | Proposta separação de agentes condenados de outros reclusos O Conselho Executivo deu luz verde a uma proposta de lei que prevê que os agentes da PSP condenados passem a cumprir pena em regime de separação dos restantes reclusos, à semelhança do que sucede com os agentes da Polícia Judiciária ou com os magistrados [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) que sejam condenados a penas de prisão podem vir a cumprir pena em regime de separação dos restantes reclusos. Esta é uma das novidades constantes da proposta de lei sobre o CPSP, que vai ser submetida hoje à Assembleia Legislativa (AL). A medida foi justificada com razões de segurança. “Por ser um agente policial tem de combater o crime e, se calhar, já houve conflitos com criminosos”, pelo que, “no futuro, se este agente for condenado e precisa de cumprir pena de prisão, então gostaríamos de dar-lhes maior protecção”, afirmou o comandante do CPSP, Leong Man Cheong. O regime que o diploma vem introduzir para os agentes do CPSP existe já para magistrados e agentes da Polícia Judiciária. A proposta de lei, cujos principais contornos foram apresentados ontem em conferência de imprensa do Conselho Executivo, visa “reorganizar os conteúdos relacionados com as competências do CPSP”, patentes em diplomas distintos, compilando-os “numa só lei”. Segundo o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, as atribuições do CPSP “mantêm-se praticamente inalteradas”. Já as competências são as “actuais”, embora sejam mais bem esclarecidas. É o que sucede no domínio da repressão de actos ilícitos que possam atentar contra a segurança aeroportuária e da aviação civil, da migração e de controlo fronteiriço e também no âmbito do licenciamento da actividade de segurança privada. Acesso a ficheiros À luz do diploma, o CPSP também vai ter “acesso a informação de interesse criminal contida nos ficheiros da Administração, das entidades públicas autónomas e dos concessionários [como de abastecimento de água, fornecimento de energia eléctrica ou do serviço de transporte de passageiros]”, explicou o porta-voz do Conselho Executivo. Um acesso que obedece, contudo, a regras, segundo ressalvou o comandante do CPSP: “Este tipo de consulta é [feito] quando já [se] iniciou a investigação criminal. Temos de ter despacho autorizado por um órgão judicial”. O diploma propõe também que o chefe do Departamento de Trânsito do CPSP seja considerado como autoridade de polícia criminal, o que lhe permite emitir mandados de detenção, nomeadamente nos casos de condução sob o efeito de álcool ou de drogas, exemplificou Leong Man Cheong. Actualmente, no seio da PSP, incluem-se entre as autoridades de polícia criminal o comandante, o segundo-comandante ou o chefe do Serviço de Migração. A própria definição do CPSP também vai sofrer mudanças, com a designação de “força de segurança militarizada” a ser substituída por “força de segurança, integrada no sistema da segurança interna da RAEM”, que exerce “competências próprias de um órgão de polícia criminal, dotado de um quadro de agentes policiais com estatuto profissional próprio”.
Diana do Mar Manchete PolíticaProfissionais do sector público e privado da saúde com novos requisitos para exercício de actividade [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]édicos, incluindo de medicina tradicional chinesa, dentistas, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas e psicólogos ou técnicos de análises clínicas e de radiologia figuram entre as 15 categorias de profissionais de saúde que vão ter de observar novas regras para exercer actividade, incluindo um estágio. É o que dita a proposta de lei que cria um regime aplicável aos profissionais do sector público e privado, uniformizando os critérios de ingresso e requisitos de inscrição, que vai seguir hoje para a Assembleia Legislativa. À luz do diploma, cujos principais conteúdos foram apresentados ontem pelo porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, para exercerem actividade os profissionais de saúde têm que solicitar a acreditação e candidatar-se ao exame de admissão ao estágio, sendo concedido o registo provisório de acreditação aos aprovados na prova de conhecimentos. Uma vez findo o estágio, com a duração mínima de seis meses, e atribuída a classificação final, será emitida a cédula de acreditação e efectuada a inscrição após os candidatos terem procedido ao registo definitivo. O licenciamento é efectuado após a inscrição nos Serviços de Saúde e para o efeito estão definidos três tipos de licenças: integral, limitada e de estágio. A integral, com uma validade de três anos, pode apenas ser requerida por residentes de Macau, titulares da cédula de acreditação e que possuam instalações próprias para o exercício da actividade, enquanto a limitada é a que vai permitir o exercício da actividade por profissionais de saúde do exterior da RAEM. Esta licença, a solicitar pelas instituições ao director dos Serviços de Saúde, é válida por um ano, renovável por igual período, até um limite de três, findos os quais tem de ser formulado novo pedido. Segundo esclareceu o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, também presente na conferência de imprensa, a renovação das licenças não será feita de forma automática, havendo requisitos a satisfazer, nomeadamente no plano da formação contínua. Os profissionais de saúde que estejam no activo vão ficar automaticamente dispensados da realização do exame de acreditação e do estágio, cuja licença para o exercício de actividade manter-se-á válida pelo período de um ano, a contar a partir da entrada em vigor da proposta de lei. Novo órgão O diploma estipula ainda que a acreditação e o registo dos profissionais fica na competência de uma nova entidade: o Conselho dos Profissionais de Saúde. A esse órgão colegial da Administração Pública também vai caber elaborar o código deontológico dos profissionais de saúde, normas e instruções técnicas para o exercício da profissão e o regulamento do exame de admissão ao estágio, bem como verificar as habilitações dos candidatos, organizar os exames de admissão ao estágio e emitir a cédula de acreditação. Este conselho será formado por representantes do sector público e por profissionais de saúde do sector privado de cada uma das áreas, a definir por regulamento administrativo. O futuro Conselho dos Profissionais de Saúde terá também poder para instaurar procedimentos disciplinares e nomear o respectivo instrutor, cabendo ao director dos Serviços de Saúde proferir a decisão sancionatória. Estão previstas quatro tipos de sanções por infracções disciplinares: advertência escrita, multa, suspensão do exercício de actividade até três anos e inactividade. Segundo dados oficiais, mais uma vez divulgados na versão portuguesa à beira do fecho da edição, a 31 de Dezembro existiam 6.330 profissionais de saúde das 15 categorias regulamentadas pela proposta de lei, dos quais 2326 no sector público.
Hoje Macau PolíticaTáxis | Wong Sio Chak não quer criminalizar infracções dos taxistas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para a Segurança defende que as infracções dos taxistas exigem reflexão e que devem continuar a ser tratadas como infracções administrativas, apesar de haver quem defenda a criminalização. Segundo Wong Sio Chak, esta é a posição que o Governo adopta na alteração à lei dos táxis, que está a ser discutida na Assembleia Legislativa. Wong Sio Chak alertou também que se a criminalização das infracções avançar, os custos processuais serão mais elevados e que as infracções vão classificadas como um crime leve. Já em relação ao caso do taxista suspeito de cobrança excessiva e sequestro, Wong Sio Chak mostrou-se de acordo com a decisão do Ministério Público, que suspendeu o taxista.
João Santos Filipe Manchete PolíticaJornalismo | Crime de alarme social encarado como ameaça à liberdade de imprensa A Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau está preocupada com eventuais condicionalismos ao livre exercício da profissão de jornalista, que poderão resultar da aplicação da nova Lei da Protecção Civil. Como tal, endereçou uma carta a Wong Sio Chak a mostrar as preocupações do sector [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) está preocupada com a proposta de Lei da Protecção Civil de Wong Sio Chak e as consequências que o diploma poderá ter para a liberdade de imprensa. A apreensão consta numa carta divulgada, ontem, pela associação presidida por José Carlos Matias e que foi enviada ao Governo, no âmbito da consulta pública sobre o futuro diploma. Segundo o texto da consulta pública, está previsto a criação do crime de falso alarme social durante situações de catástrofes. O delito será punido com pena até 3 anos de prisão. De acordo com o documento de consulta, o crime compreende as acções daqueles “que, após a declaração do estado de prevenção imediata, emitam, propaguem ou façam propagar, boatos ou rumores falsos”. A AIPIM declara-se preocupada com o alcance desta proposta: “Consideramos que estamos perante algo de bastante sensível que, se não for adequadamente limitado e aplicado com bom senso, poderá colocar em risco preceitos e provisões chave consagrados na Lei Básica, nomeadamente no que diz respeito ao artigo 27.º, sobre liberdade de expressão e liberdade de imprensa”, indica a associação. A AIPIM não se mostra contra a criação deste tipo de crime, mas pede que seja definido “muito claramente, sem ambiguidade, o escopo da previsão, os factos que integram tais condutas e o seu âmbito de aplicação”. Direito de cooperação Segundo o documento, a lei vai igualmente criminalizar a conduta dos funcionário públicos que recusem participar nos trabalhos de protecção civil. Esta é uma disposição que se pode aplicar aos trabalhadores da TDM, concessionária de difusão audiovisual. Assim, caso as autoridades considerem que os jornalistas e responsáveis editoriais não foram cooperantes, estes poderão ser acusados do crime de desobediência qualificada, que é punido com uma pena que vai até aos 2 anos e multa de 240 dias, e ainda serem acusados de infracção disciplinar grave. Em relação a este aspecto, a AIPIM coloca reservas em relação às ameaças ao estatuto de independência dos jornalistas. “Preocupa-nos a forma como os responsáveis das entidades concessionárias pela difusão audiovisual irão ser responsabilizados e em que termos poderão incorrer no crime de desobediência qualificada”, é frisado. “Apelamos a Vossa Excelência [Wong Sio Chak] que evite qualquer resultado que diminua o papel dos jornalistas e responsáveis editoriais da concessionária pela difusão audiovisual na sua missão de garantir informação com qualidade e independência”, é acrescentado.
Andreia Sofia Silva PolíticaIdosos | Juízos de Família e Menores do TJB passam a julgar casos de pensões de alimentos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] novo regime jurídico de garantias dos direitos e interesses dos idosos, que será votado na especialidade na próxima terça-feira, permite que os residentes com mais de 65 anos tenham mais vias para pedir pensão de alimentos aos seus filhos ou familiares. Tal pode ser conseguido através da conciliação, “apoio judiciário urgente” ou através da concessão de poderes aos juízos de família e menores do Tribunal Judicial de Base (TJB) no julgamento deste tipo de processos, para que a conclusão do caso se faça de forma mais rápida. Contudo, esta medida só poderá entrar em vigor quando a nova lei de bases da organização judiciária for implementada. “Segundo a comissão, como a proposta de lei tem como objectivo o reforço da protecção aos idosos, não basta apenas copiar o regime original da prestação de alimentos. Portanto, esta sugeriu ao proponente a introdução de novos elementos a nível processual. Assim, se os idosos interpuserem acções sobre a prestação de alimentos, podem ter mais apoios para resolverem os seus problemas de forma mais fácil e rápida”, lê-se. Entre 1999 e os dias de hoje, o TJB “recebeu apenas um caso em que uns pais solicitaram aos filhos a prestação dos alimentos”, refere o parecer. O documento destaca também a importância dada à conciliação, que deve ser considerada em primeiro lugar. Nestas acções legais, o Instituto de Acção Social (IAS) deve substituir o idoso em tribunal caso este não tenha “forças físicas ou psíquicas necessárias para lidar com os processos judiciais”. “Na acção de alimentos, entendeu-se que o IAS deverá ter legitimidade processual na representação dos idosos, para intentar acções declarativas condenatórias de alimentos”, lê-se no documento. Os deputados da comissão permanente que analisa o diploma entendem que o IAS deve ter “a mesma legitimidade processual que as pessoas e entidades que tenham recolhido o idoso e onde este receba apoios de habitação, alimentação e saúde”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeMelco Crown | Protesto pelo 14º mês de salário juntou deputados e mais de mil pessoas Cerca de 1300 pessoas protestaram ontem no Cotai pelo pagamento do bónus salarial por parte da concessionária Melco Crown. Os trabalhadores alegam que a empresa, apesar e ter verbas para investir nos casinos do Japão, não aceita conceder-lhes mais regalias. Os deputados Au Kam San e José Pereira Coutinho marcaram presença no protesto [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] público que Lawrence Ho, CEO da Melco Crown Entertainment, está interessado numa licença de jogo no Japão, algo que poderá ser uma realidade já no próximo ano. Também os empregados da operadora de jogo o sabem, mas desejam ter as contrapartidas: se o patronato investe milhões lá fora, eles querem ter as regalias salariais cá dentro. Ontem realizou-se, no Cotai, mais um protesto dos trabalhadores de jogo, organizado por Cloee Chao, presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo, e que, de acordo com as contas do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), terá juntado cerca de 1300 funcionários. À operadora exigiam o pagamento do 14º mês de salário e prometeram não arredar pé do Cotai até Lawrence Ho aparecer, em pessoa, para receber a carta com as exigências. A missiva acabou por ser recebida por um director-geral da empresa, responsável pela operação de projectos. “Muito provavelmente vamos realizar outra actividade, mas só amanhã vamos reunir com os trabalhadores”, disse Cloee Chao aos jornalistas, quando o protesto já estava perto do fim. “Talvez façamos uma reunião ainda hoje à noite (de ontem), porque entretanto dois manifestantes desmaiaram”, adiantou. HM Cloee Chao revelou que os investimentos que a operadora pretende fazer no Japão há muito que são abordados no seio da empresa. “Os trabalhadores disseram-nos que a empresa tem falado do assunto e de quanto dinheiro tem ganho. Se quer investir no Japão, isso está relacionado com o desenvolvimento da própria operadora e nós não temos o direito de interferir nisso. Mas em primeiro lugar devem estar garantidos os contributos para a sociedade, os trabalhadores devem ser bem tratados e só depois se devem utilizar os ganhos para esses investimentos. E não podem ser reduzidas as regalias dos trabalhadores em prol desses mesmos desenvolvimentos”, adiantou. Além de exigirem o 14º salário, que já estará a ser pago pelas restantes operadoras de jogo, como já foi noticiado, os funcionários da Melco Crown pedem ainda que não se calcule apenas o salário base para os descontos que a concessionária faz para o fundo de previdência. Os manifestantes pediram ainda que a concessionária dê cumprimento às normas anti-fumo. “A empresa pode instalar salas de fumo e sugerir aos clientes para fumar nessas salas não é assim tão mau”, adiantou Cloee Chao. As queixas incidiram também sobre a falta de actualização salarial numa categoria de trabalhadores. “Há um cargo de trabalho que se intitula HD. Os trabalhadores desta categoria estão na fase de estágio há mais de três anos e continuam a receber o salário equivalente ao de um croupier, mas também precisam de desempenhar funções de chefes fiscais. Isto não tem qualquer racionalidade.” Nesse sentido, a dirigente associativa voltou a lançar uma fisgada reivindicativa a Lawrence Ho: “Se o responsável da Melco Crown diz que vai investir no exterior, porque é que reduz as regalias dos funcionários?” Deputados apoiaram O protesto teve como fio condutor apenas com a organização da associação liderada por Cloee Chao. Mas, a meio da tarde, o deputado José Pereira Coutinho resolveu fazer uma aparição e dar o seu apoio à iniciativa. O também presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau voltou a chamar a atenção para a necessidade de se legislar sobre a lei sindical. “Estava a trabalhar no meu gabinete e de repente recebi muitos telefonemas do casino e tive de sair para vir cá e saber o que se estava a passar. O que os trabalhadores estão aqui a fazer é reclamar pois não estão a receber o que deviam receber tendo em conta os lucros que os casinos têm. Como todos nós sabemos os casinos ganham muito e eles pedem o 14º mês, e nem isso eles estão dispostos a pagar.” Para Coutinho, “esta concentração de pessoas é o resultado da falta de uma lei sindical e de negociação colectiva, sobretudo este último. Este assunto deveria ser discutido com os representantes dos trabalhadores, o Governo e as concessionárias”. “Espero que o Governo saiba que é importante haver legislação sobre esta matéria para resolver estes assuntos”, acrescentou o deputado. Outro membro da Assembleia Legislativa (AL) que esteve presente no protesto foi Au Kam San, que chegou já no final. “Estou triste e contente por testemunhar esta manifestação”, declarou aos jornalistas. Dirigindo-se aos trabalhadores, deixou algumas sugestões. “A vossa opinião já foi ouvida e, como todos sabem, a maioria dos deputados da AL são empresários e são poucos os que provêm de classes sociais mais baixas. Por isso, contamos com o esforço de todos para expressarem as suas opiniões. Vou expressar a minha voz na AL e espero que possa continuar a realizar actividades para que as empresas garantam os vossos direitos.” Au Kam San não deixou de lembrar que, actualmente, o mercado do jogo está numa fase de mudança, por se aproximar o período da renovação das licenças das seis concessionárias. “Com o concurso público para a atribuição das licenças a aproximar-se, as operadoras estão sob stress. Espero que consigam obter resultados favoráveis com as vossas lutas neste período.” O membro da AL também teceu algumas críticas relativamente à implementação da nova lei do tabagismo, que entrou em vigor em Janeiro depois de uma revisão. “No âmbito do controlo do tabagismo a situação é muito má e vou continuar a trabalhar sobre este assunto. A lei foi elaborada por nós mas se existirem problemas na sua execução temos essa responsabilidade enquanto deputados.” Ai os lucros de 2017 Além dos investimentos que a Melco Crown quer realizar no Japão, Cloee Chao lembrou que as receitas do jogo têm vindo a registar valores muito positivos. “As receitas têm aumentado, o que significa que as operadoras estão a ganhar dinheiro, enquanto as nossas regalias continuam a diminuir. A Melco obteve, em 2017, lucros de milhares de milhões de patacas, mas ainda assim a empresa pediu aos trabalhadores para, em conjunto, ultrapassarem as dificuldades. A verdade é que mais um bónus pago pela Melco vale apenas 100 milhões de dólares para a empresa.” Cloee Chao revelou ainda a existência de represálias ou críticas caso os funcionários demorem demasiado tempo na casa-de-banho e que estes são obrigados a distribuir quatro fichas de jogo em três segundos. “Isto pode prejudicar muito a saúde dos trabalhadores, sobretudo os croupiers. A maioria está com problemas físicos. Os trabalhadores não são robots e isso é um abuso”, acusou. Para Cloee Chao, se a Melco Crown tratasse bem os seus funcionários, “eles não teriam participado neste protesto num dia de tanto sol e calor”. “Temos recebidos informações de que a empresa dá garrafas de água para serem usadas como cinzeiros e diz aos clientes que podem fumar na sala. Antes de cada acção de fiscalização, os chefes avisam-nos para retirarmos as garrafas de água”, revelou a activista.
Hoje Macau DesportoCristiano Ronaldo já trabalha “no duro” pela Juventus [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]ristiano Ronaldo já trabalha “no duro” com a Juventus, campeã italiana de futebol, tendo ontem evoluído com vários companheiros que também integraram os trabalhos mais tarde devido à participação no Mundial 2018 da Rússia. “Primeiro treino no duro. Trabalho feito!”, escreveu o ‘capitão’ da seleção de Portugal nas redes sociais. Um dia depois de ter passado por um conjunto de exames médicos, o ex-Real Madrid esteve a trabalhar no ‘JTC’, o Juventus Training Camp, juntamente com um quinteto sul-americano. Os argentinos Paulo Dybala e Gonzalo Higuaín, o colombiano Juan Cuadrado, o brasileiro Douglas Costa e o uruguaio Rodrigo Betancur fizeram companhia a Cristiano Ronaldo, que no mundial também passou a fase de grupos por Portugal. O apronto de hoje baseou-se em corrida e diferentes circuitos de exercícios físicos, além dos habituais alongamentos no final da sessão. A Juventus está nos Estados Unidos a disputar a International Champions Cup, jogando na madrugada de quinta-feira frente a uma seleção do campeonato norte-americano. Aos 33 anos, o ‘capitão’ da seleção de Portugal assinou pela heptacampeã de Itália, que pagou aos ‘merengues’ 112 milhões de euros. Cristiano Ronaldo, que assumiu um vínculo de quatro épocas, foi eleito o melhor futebolista do mundo por cinco vezes, tantas quanto o argentino Lionel Messi, estando entre os 10 finalistas para o cetro em 2018. Depois de deixar o Sporting em 2003, ‘CR7’ jogou no Manchester United até 2009, ano em que se mudou para o Real Madrid, clube pelo qual marcou 450 golos em 438 jogos e venceu, entre outros títulos, quatro ligas dos campeões e três mundiais de clubes.
Hoje Macau DesportoJO | Sistema de qualificação para Tóquio 2020 tem em conta ‘mínimos’ e ‘ranking’ [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF) divulgou ontem o sistema de qualificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, que passa a ter em conta não só as marcas mínimas exigidas, mas também o ‘ranking’ dos atletas. O sistema, aprovado no fim de semana passado na reunião do Conselho Diretivo da IAAF em Buenos Aires, fixa o número de atletas participantes em cada disciplina e os períodos para alcançar os ‘mínimos’ para aceder aos Jogos Olímpicos. Para as provas de 10.000 metros, maratona, decatlo e heptatlo e estafetas, o prazo vai de 1 de janeiro de 2019 a 29 de junho de 2020, para as restantes vai de 1 de julho de 2019 a 29 de junho de 2020. Os atletas podem qualificar-se para Tóquio2020 pela sua posição no ‘ranking’ mundial no final do período de qualificação ou estabelecendo nesse prazo as marcas mínimas exigidas, que serão anunciadas no final do ano em curso. A quota para o atletismo foi fixada em 1.900 participantes, com um máximo de três por país e por prova. Os Jogos de Tóquio 2020 iniciam-se em 24 de julho de 2020 e o programa de atletismo em 31 do mesmo mês.
Hoje Macau InternacionalFacebook detecta esforços “sofisticados” para influenciar eleições americanas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Facebook afirma ter detectado nas suas plataformas esforços “sofisticados”, possivelmente ligados à Rússia, para influenciar a política norte-americana. A empresa diz que removeu 32 contas do Facebook e Instagram porque estavam envolvidas num “comportamento político coordenado” e aparentavam ser falsas. A Facebook não chegou a dizer que o esforço visava influenciar as eleições intermediárias dos EUA em novembro, embora o momento da atividade suspeita fosse consistente com tal tentativa. A Facebook divulgou ontem as suas descobertas depois de o jornal The New York Times as ter noticiado. A empresa afirmou que não sabe quem está por detrás destes esforços, mas considera que pode ter ligações com a Rússia. A Facebook disse que descobriu algumas conexões entre as contas que removeu e as associadas à Agência de Pesquisa da Internet da Rússia, que foram removidas antes e depois das eleições presidenciais dos EUA em 2016. A primeira página foi criada em março de 2017. A Facebook afirma que mais de 290 mil contas seguiram pelo menos uma das páginas falsas. As páginas mais seguidas do Facebook tinham nomes como “Aztlan Warriors”, “Black Elevation”, “Mindful Being” e “Resisters”. A Facebook revela que as páginas publicaram cerca de 150 anúncios por 11 mil dólares norte-americanos no Facebook e no Instagram, pagos em dólares americanos e canadianos. O primeiro anúncio foi criado em abril de 2017 e o último em junho de 2018. A empresa acrescentou que os responsáveis têm tido “mais cuidado em apagar os seus rastos” do que em 2016, em parte devido às medidas que a Facebook tem adotado para evitar abusos, no último ano.
Hoje Macau China / ÁsiaConversações ao mais alto nível entre Coreias foram significativas mas terminam sem acordo [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s duas Coreias terminaram ontem conversações ao mais alto nível sem um acordo, mas Seul e Pyongyang indicaram que tiveram uma discussão significativa sobre o apaziguamento do impasse militar que dura há décadas na península coreana. Esta é a segunda reunião entre altos representantes da Coreia do Sul e da Coreia do Norte desde que os líderes dos dois países, Moon Jae-in e Kim Jong-un, respetivamente, reuniram-se numa cimeira em abril passado e assumiram o compromisso de reduzir o clima de tensão e o perigo de um novo conflito naquela região. O encontro de Abril foi a primeira cimeira entre as duas Coreias em 11 anos. A reunião concluída hoje contou com a presença de altas patentes militares dos dois países e ocorreu em Panmunjom, aldeia localizada na zona desmilitarizada onde também foi assinado o armistício que suspendeu a Guerra da Coreia (1950-1953). Em declarações citadas pelas agências internacionais, o chefe da delegação sul-coreana, o major-general Kim Do Gyun, referiu que os dois lados partilham uma visão comum sobre o princípio de desarmar a área conjunta controlada em Panmunjom, sobre a redução de alguns postos de guarda na zona desmilitarizada (faixa de quatro quilómetros de largura que divide os dois Estados) e sobre a suspensão de atos hostis ao longo de uma fronteira marítima fortemente disputada. A realização de buscas conjuntas para encontrar soldados desaparecidos durante a Guerra da Coreia foi outro dos aspetos partilhados pelas duas delegações, referiu o mesmo representante sul-coreano, que adiantou que as duas Coreias vão prosseguir no futuro com as conversações sobre estes assuntos. Kim Do Gyun descreveu ainda as conversações de hoje como “sinceras” e “francas”, concluindo que as chefias militares de Seul e de Pyongyang poderão contribuir para o estabelecimento de uma paz duradoura entre os dois países. O seu homólogo norte-coreano, o tenente-general An Ik San, frisou que as conversações foram “produtivas”, afirmando ainda acreditar que muitas das questões militares pendentes entre os dois países podem ser resolvidas. Durante a cimeira em abril e o encontro em junho com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, expressou o seu compromisso para uma “completa desnuclearização da península coreana”. Mas ainda persiste um clima de preocupação e muitas interrogações sobre quais têm sido as medidas reais e concretas do regime de Pyongyang para um cenário de desarmamento. Na segunda-feira, o jornal norte-americano The Washington Post noticiou que os serviços de informação dos Estados Unidos acreditam que a Coreia do Norte está a construir novos mísseis, apesar das negociações em curso. Esta indicação dos serviços norte-americanos baseia-se em recentes imagens de satélite de uma fábrica que produziu o primeiro míssil alegadamente capaz de atingir a costa leste do território dos Estados Unidos, referiu o diário, que citou responsáveis dos serviços que falaram sob anonimato. Segundo as mesmas fontes, as informações recolhidas apontam que o regime norte-coreano estará a trabalhar em pelo menos um e talvez até dois mísseis balísticos intercontinentais.
Diana do Mar Manchete SociedadeSeac Pai Van | Recolhidas mais de 7000 assinaturas contra armazém de substâncias perigosas [dropcap style=’circle’] M [/dropcap] oradores da zona de Seac Pai Van rejeitam viver junto ao depósito e armazém provisório de substâncias perigosas. O plano, recentemente anunciado, motivou uma petição mas não estão descartadas outras acções. Mais de 7000 pessoas assinaram uma petição contra a intenção do Governo de construir um depósito e armazém de substâncias perigosas junto à área residencial do Cotai. Um grupo de moradores de diferentes edifícios da zona, incluindo do complexo de habitação pública de Seac Pai Van, entregou ontem a carta na sede do Governo, numa iniciativa que contou com o apoio dos deputados Sulu Sou, Ng Kuok Cheong, Au Kam San e Pereira Coutinho. “Opomo-nos fortemente à proposta do Governo de construir um armazém de substâncias perigosas tão perto da zona onde moramos”, afirmou a porta-voz do grupo, Edith Mak, aos jornalistas, relativizando as garantias de segurança dadas pelo Executivo. O Governo seleccionou dois terrenos para a construção de um depósito e armazém de substâncias perigosas – um na Avenida Marginal Flor de Lótus e outro na Estrada do Dique Oeste –, cuja Planta de Condições Urbanísticas (PCU) foi aprovada, no dia 18, pelo Conselho de Planeamento Urbanístico (CPU). Segundo a petição, a casa mais próxima ficaria a menos de 200 metros das controversas instalações a erigir na zona do Parque Industrial da Concórdia. “É totalmente inaceitável ter este tipo de instalação perto de áreas residenciais. Deixamos de ser uma zona remota”, afirmou a mesma responsável, refutando os argumentos das autoridades para a escolha do local. “Temos mais de 10 mil apartamentos e uma população que quase excede 38 mil habitantes [na área de Seac Pai Van]. Também há hotéis e é, inclusive, a zona onde vivem os pandas”, sustentou Edith Mak, recordando que estão projectadas mais instalações públicas para a zona, como escolas ou mesmo o hospital. “Como é que o Governo pode dizer que é o local certo?”, questionou. “O Governo está a pôr as nossas vidas [e] as nossas propriedades em risco”, sustentou Edith Mak, que reside no complexo “One Oasis”, após a entrega da petição, posta a circular no dia 19. “Recolhemos 7426 assinaturas até às 10h [de ontem], mas continuamos com a petição ‘online’ aberta a todos os residentes que queiram manifestar-se contra o plano”, indicou. “Estamos absolutamente confiantes de que é a localização errada para este tipo de instalação. Claro que, após a entrega da petição, gostaríamos de obter uma resposta satisfatória do Governo”, sublinhou, adiantando que ponderam avançar com “acções de outro nível” caso tal não aconteça. “Vamos esperar pela resposta primeiro”, afirmou a porta-voz dos moradores, que se envolveu pela primeira vez numa iniciativa do género. A prioridade dos subscritores é que o depósito e armazém provisório de substâncias perigosas fiquem longe das zonas residenciais – seja no Cotai ou na Ilha Verde, enfatizou. Edith Mak não tem uma alternativa concreta, mas o “consenso” é o do que o Governo deve utilizar os terrenos por desenvolver – que tem recuperado por falta de aproveitamento ou os dos novos aterros – para o efeito. “O Governo tem tantos sem planeamento [e] sem construção que pode usar”, realçou. “É realmente um mau exemplo de planeamento urbanístico, de falta de visão prospectiva e de razoabilidade”, apontou Edith Mak, expressando “profunda desilusão” com o planeamento urbanístico de Macau. Sulu Sou também marcou presença na entrega da petição. “Penso que o meu papel neste caso é ajudar a transmitir as opiniões [dos moradores] ao Governo”, afirmou o deputado, um dia depois do tema ter sido levantado pelos seus pares em intervenções antes da ordem do dia. “Compreendo perfeitamente os sentimentos deles”, afirmou Sulu Sou, que considera que seria “muito importante” o Executivo ter ouvido os residentes da zona. “Penso que o Governo não deve olhar para este caso como único, [mas] planear a localização deste tipo de instalações para evitar o mesmo tipo de oposição ou conflito”, defendeu o deputado. E que tal na Penha? Pereira Coutinho, com familiares e amigos a morar na zona, também patrocinou a iniciativa. “Achei por bem dar apoio porque, em primeiro lugar, eles nunca foram consultados e, em segundo, [porque] o Governo foi pouco transparente na escolha do local”, explicou. Questionado sobre um potencial lugar ideal para acolher o depósito e armazém de substâncias perigosas, Pereira Coutinho sugeriu a Penha, zona onde fica Santa Sancha e as residências dos titulares dos principais cargos. “Vive pouca gente, é erme. Seria um local para pensar. Vive pouca gente lá, tem muito espaço e é aberto”, ironizou. Pereira Coutinho prometeu continuar a acompanhar o caso, garantindo que o tema “vai ser objecto de maiores atenções” por parte do seu gabinete. De momento, vai aguardar por um resposta do Governo à contestação dos moradores, não descartando a possibilidade de apresentar uma proposta de debate ou uma interpelação oral para que o assunto seja explicado pelos membros do Governo na Assembleia Legislativa. Outras acções, como um protesto, também não são cartas fora do baralho. Wong Sio Chak referiu em comunicado que “cabe aos serviços de obras públicas explicar à população a opção do local”, mas adiantou que a construção de um armazém onde as substâncias perigosas se concentrem, “sob supervisão e gestão rigorosa, contribuirá para eliminar riscos de segurança”, ao contrário da situação actual, com este tipo de matérias “espalhadas pelo território”. O secretário para a Segurança disponibilizou-se ainda para esclarecer os “critérios de construção, equipamentos, formação de pessoal, procedimentos de supervisão e mecanismos de gestão” deste tipo de substâncias. Chui Sai On diz aos serviços para explicarem melhor o projecto O Chefe do Executivo, Chui Sai On, reagiu ontem à polémica, admitindo ser necessário reforçar a transparência e dissipar as dúvidas, incluindo explicar a razão pela qual foi escolhido aquele local, os tipos de substâncias perigosas que ali serão colocadas, armazenamento e operação de substâncias perigosas, bem como os procedimentos a seguir em caso de incidente, prometendo um tratamento apropriado. Chui Sai On, que falava à margem da inauguração do Centro de Saúde da Ilha Verde, afirmou ainda que o Governo está disponível para auscultar as opiniões face à preocupação social, de acordo com um comunicado oficial.
Hoje Macau SociedadeCrime | Taxista suspenso por sequestro e cobrança abusiva [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m taxista suspeito da prática de sequestro e de cobrança abusiva foi suspenso do exercício da profissão, revelou ontem o Ministério Público (MP). Na sequência do caso, que aconteceu no sábado, o taxista viu-lhe ser ainda aplicadas outras medidas de coacção como termo de identidade e residência, prestação de caução, ficando ainda sujeito à apresentação periódica às autoridades. Estas medidas de coacção foram propostas pelo MP – e aceites pelo juiz de instrução criminal – “tendo em conta a gravidade dos factos participados e as circunstâncias concretas do respectivo inquérito”, indicou o MP. O taxista é suspeito da prática dos crimes de coacção e sequestro. O primeiro é punível com pena de prisão até três anos ou multa, enquanto o segundo com entre um a cinco anos de cadeia, ao abrigo do Código Penal. Já pelo crime de preço ilícito arrisca uma pena de seis meses a três anos ou de multa não inferior a 120 dias. Segundo o Regime Jurídico das Infracções contra a Saúde Pública e Contra a Economia, no caso de negligência, a pena é de prisão até um ano ou multa não inferior a 60 dias.
Hoje Macau SociedadeComércio | Exportações aumentaram 10,2 por cento no primeiro semestre [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s exportações de Macau atingiram 6,20 mil milhões de patacas no primeiro semestre do ano, traduzindo um aumento anual homólogo de 10,2 por cento, enquanto as importações cifraram-se em 43,45 mil milhões de patacas, mais 24,8 por cento, indicam dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Resultado que agravou a balança comercial para 37,25 mil milhões de patacas. Analisando a exportação por países ou territórios de destino, o valor exportado de mercadorias para a China cifrou-se em mil milhões de patacas, reflectindo um aumento de 9,5 por cento face aos primeiros seis meses do ano passado. As vendas de mercadorias a Hong Kong (3,92 mil milhões de Patacas) e à União Europeia (107 milhões de Patacas) também subiram (11,9 por cento e 5,6 por cento, respectivamente, em termos anuais), enquanto as exportações para os Estados Unidos (65 milhões de patacas) sofreram uma queda de 31,7 por cento. No plano das importações, as compras à China (14,95 mil milhões) e à União Europeia (11,06 mil milhões) registaram significativos aumentos (de 30,2 por cento e 23,1 por cento, respectivamente). As trocas comerciais com os países de língua portuguesa também cresceram nos primeiros seis meses, totalizando 417 milhões de patacas, contra 306,7 milhões em igual período do ano passado. As exportações deram um salto exponencial para 24 milhões de patacas – contra 700 mil patacas –, enquanto as importações totalizaram 393 milhões de patacas, valor que traduz uma subida de 28,3 por cento em termos anuais homólogos.
Hoje Macau China / ÁsiaChina pede aos EUA que impeçam Presidente de Taiwan de fazer escalas no país [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês pediu ontem a Washington que impeça a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, de fazer escala no país a caminho do Belize e Paraguai, depois de Taipei anunciar paragens em Los Angeles e Houston. “Enviamos um firme protesto formal à parte norte-americana e opomo-nos a qualquer tipo de escala nos Estados Unidos ou outros países que tenham laços diplomáticos com a China”, disse ontem em conferência de imprensa o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang. “Apelamos aos EUA que respeitem o princípio de ‘uma só China’ (…) não permitindo esta escala e evitando enviar sinais errados às forças independentistas taiwanesas”, afirmou o porta-voz. Geng sublinhou que o princípio de uma só China, que implica não reconhecer Taiwan como Estado, “é um consenso universal da comunidade internacional”, e “qualquer tentativa de separar a China e criar ‘duas Chinas’ encontrará a oposição” do povo chinês. O vice-ministro das Relações Exteriores de Taiwan, José Maria Liu, informou na segunda-feira que Tsai faria escalas em Los Angeles e Houston apesar da oposição chinesa, num quadro de tensões crescentes entre Pequim e Taipei. Na sua quinta ronda diplomática desde que tomou posse, em Maio de 2016, Tsai visitará o Paraguai de 14 a 16 de Agosto para assistir à investidura do Presidente eleito do país, Mario Abdo Benítez, e de 16 a 18 visitará o Belize. Na ida faz escala em Los Angeles e no regresso em Houston, pelos dias 12 e 20 de Agosto, respetivamente. Paraguai e Belize são dois dos 18 aliados diplomáticos de Taiwan no mundo. Dez dos 18 aliados de Taiwan encontram-se na América Latina e no Caribe. Em pouco mais de um ano, Taiwan perdeu dois importantes aliados na América Latina, Panamá e República Dominicana, além de um africano (Burkina Faso), como consequência da estratégia chinesa de isolar internacionalmente o Governo independentista de Tsai.
Hoje Macau SociedadeAutocarros | Carreiras da TCM e Transmac sem alterações [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] pesar do prolongamento dos contratos por mais 15 meses com as operadoras de autocarros, as duas empresas garantem que as carreiras não vão sofrer alterações. Segundo a directora-geral da TCM, Leong Mei Leng, a renovação do contrato por um prazo tão curto visa a maior articulação entre as políticas de trânsito do Governo com a entrada em funcionamento do Metro Ligeiro. Ao Jornal Ou Mun, a directora-geral disse ainda que com a fusão entre a TCM e a Nova Era, que a primeira companhia passa a ser responsável por um total de 57 percursos, ou seja o somatório do que actualmente é gerido pelas duas empresas. A partir de 1 de Agosto, os autocarros da Nova Era vão passar a utilizar o nome da TCM. No entanto, a responsável da empresa prevê que o processo da mudança das pinturas dos autocarros demore mais de seis meses. Em relação aos condutores, a TCM já assinou contratos com mais de 300 motoristas que pertenciam aos quadros da Nova Era. A responsável afirmou ainda que apenas uma minoria não quis ser transferida para a TCM, porque optou pela reforma. Contudo, a empresa diz que vai fazer os esforços para contratar mais pessoal, para compensar estas perdas. Além disso, de acordo com a responsável, a empresa vai manter a frequência dos autocarros e confirmou não ter recebido pedido do Governo para disponibilizar rotas novas. Por sua vez, o vice-director geral da Transmac, Lei Kai Kin, afirmou que a renovação do contrato por 15 meses tem como objectivo articular as políticas de transporte. O dirigente salientou que as rotas, a frequência dos autocarros e as cláusulas dos serviços mantêm-se inalterados, apesar da prorrogação. No entanto, a Transmac admite enfrentar alguns problemas nos recursos humanos devido à mobilidade e reforma de motoristas e às novas rotas disponíveis dos autocarros. Porém, o responsável acredita que a questão pode ser resolvida através de formação interna e de mobilidade dos motoristas.
Tânia dos Santos Sexanálise VozesO que passa na televisão? [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] vida diária já começa a ser aborrecida para ser retratada televisivamente. Já lá vai o tempo (no início dos 2000) que parecia uma verdadeira loucura colocar um grupo de pessoas numa casa com câmaras durante meses, gravando-lhes todos os passos. Foi necessário inserir novas e entusiasmantes regras para que o ‘jogo’ continuasse a ser interessante. E não há nada mais interessante que o amor e o sexo, por isso parece que virou moda – nos últimos anos, porque eu ando mesmo desactualizada do mundo televisivo – explorar até ao tutano o amor, a intimidade e a sexualidade com uma equipa de cameramen (ou women) atrás dos indivíduos que procuram o amor ou os casais que tentam desenvolvê-lo. Há vários programas deste género, nos EUA, Reino Unido e outros países europeus, uns programas mais aparvalhados do que outros. Mas deixem-me falar-vos do ‘Casamento à Primeira Vista’ que basicamente junta concorrentes que são ‘cientificamente’ provados como pares perfeitos, e o primeiro episódio, em que eles se conhecem, é já a cerimónia de casamento. O programa acompanha-os nas primeiras semanas deste matrimónio, até culminar no possível divórcio ou na tentativa de continuarem um casal na vida ‘real’. Não sei que vos diga – talvez não tenha nada de muito estruturado para dizer. Certamente não se admirarão que os casais não duram muito tempo. Aliás, numa pesquisa muito preliminar, diria que todos eles acabam em divórcio. Mas os divórcios não me surpreendem, só que me irrita que isto tudo seja feito com o pretexto de ser uma experiência social e que é acompanhada por especialistas, nomeadamente psicólogos, que supostamente auxiliam no ‘matchmaking’ e no consequente processo de casamento ‘forçado’. Primeiro, acho vergonhoso que profissionais da saúde mental estejam a compactuar com a ideia de que todo este processo é científico – há concorrentes que dizem que os dedos foram medidos, como se isso fosse um factor de correspondência relacional de qualquer tipo – e segundo, que estejam a mostrar as interacções de casal como ‘reais’ ou exemplificativas do que quer que seja. Não me quero armar em moralista (apesar de ser tentador) mas os participantes sabem para o que vão e são maiores e vacinados para fazerem o que bem entenderem das suas vidas (mesmo que seja casarem-se com um estranho), mas pergunto-me se as pessoas poderão ter depositado demasiada esperança no papel dos tais profissionais que supostamente são especialistas em relacionamentos. Se o pessoal quer aparecer na televisão e fazer uns dramas para a câmara, óptimo, mas só espero que ninguém se convença que vão de facto encontrar o amor das suas vidas. Parece que a televisão anda a abusar do conceito de ‘matchmaking’ que os sites de procura romântica como o Okcupid alegam utilizar. Análises essas que podem ou não funcionar, não me vou debruçar demasiado sobre isso porque até sei pouco – mas sei o suficiente para saber que as medidas do corpo e dos dedos (!!) em nada contribuem para estas análises. O que acontece é que as câmaras, a constante falta de privacidade e a noção de que aquilo que fazemos está disponível para todos verem, altera o nosso comportamento. A alegada insinuação de que estes programas são experiências sociais é falsa, porque no mundo real não temos a constante exposição social – nacional – global. Esta – vou chamar-lhe de – fraude é problemática na medida que convence as pessoas que as novelas são ficção, mas que a televisão da realidade é a realidade de facto. A televisão, com propostas outrora honestas de informação e conhecimento, parece que anda a deturpar uma realidade que muitos de nós até precisaria de ter contacto. Porque – como é que podemos interagir com a normalidade da nossa realidade se aquilo que nos é apresentado como real é mascarado pelos valores que levam a audiências televisivas?
Hoje Macau BrevesJogo | Lucros da Sociedade de Jogos de Macau sobem no primeiro semestre [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM) anunciou ontem lucros de 1.498 milhões de dólares de Hong Kong no primeiro semestre, mais 56,8 por cento em termos anuais homólogos. De acordo com um comunicado, as receitas do grupo atingiram 17.197 milhões de dólares de Hong Kong, traduzindo um aumento de 9,7 por cento em relação aos primeiros seis meses do ano passado. As receitas derivadas do jogo aumentaram 9,6 por cento para 16.843 milhões de dólares de Hong Kong (1,8 mil milhões de euros). Os ganhos provenientes do jogo VIP subiram 1,4 por cento para 9,96 mil milhões de dólares de Hong Kong, enquanto os do segmento de massas totalizaram 11,49 mil milhões de dólares de Hong Kong, mais 13,3 por cento em termos anuais homólogos, indica um comunicado da empresa enviado à bolsa de valores de Hong Kong. O EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) situou-se nos 1.959 milhões de dólares de Hong Kong, mais 29,9 por cento que no mesmo período do ano passado, referiu. Em finais de Junho, a SJM tinha uma quota de mercado de 15,1 por cento, com um fatia de 20,2 por cento das receitas do segmento de massas e 12,2 por cento das do jogo VIP. No mesmo comunicado, o grupo afirmou estar confiante na conclusão, antes do final do ano, da construção do Grand Lisboa Palace, o futuro resort integrado da SJM na ‘strip’ do Cotai, iniciada em Fevereiro de 2014. “Estamos satisfeitos por verificar que os nossos resultados para o primeiro semestre deste ano mostraram crescimento significativo (…) ao mesmo tempo que a construção do Grand Lisboa Palace continuou sem interrupção”, afirmou o vice-presidente da SJM, Ambrose So.
Hoje Macau China / ÁsiaCiência | Cantão vai ter sistema de simulação de ondas gravitacionais [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] universidade chinesa Sun Yat-sen, na província de Cantão, no sul do país, vai construir um sistema de simulação terrestre para observação de ondas gravitacionais, informou ontem a agência de notícias Xinhua. O sistema será construído na universidade da cidade de Shenzhen, fronteira com Hong Kong, e terá um investimento de mais de mil milhões de yuans. Este sistema faz parte do projecto de pesquisa de ondas gravitacionais “Tianqin”, lançado em 2015 pelo Governo chinês. O programa, baptizado Tianqin, simbolizando a filosofia chinesa que refere a força que gere a partir do vazio (Wuji) as energias opostas complementares Yin e Yang, quer lançar satélites para a órbita da terra. Com um custo estimado de 15.000 milhões de yuans, o projecto Tianqin vai demorar cerca de 17 anos a ser concluído e culminar com o lançamento de três satélites na órbita da Terra para detectar ondas gravitacionais. O físico teórico alemão Albert Einstein (1879-1955) defendeu, na teoria da relatividade geral, que o celebrizou, que os objectos que se movem no Universo produzem ondulações no espaço-tempo e que estas se propagam pelo espaço.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCanídromo | Finalidade do terreno obriga Yat Yuen a hospedar cães em vivendas O Governo ainda não autorizou a mudança de finalidade do terreno do Pac On onde será construído o centro internacional de realojamento dos galgos, o que obriga a Yat Yuen a colocar os animais em vivendas. Entretanto, a empresa ganhou mais dois meses para manter os galgos no terreno do Canídromo [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hegou ontem ao fim o prazo oficial de sete dias para a reclamação dos galgos do Canídromo após o seu abandono nas instalações do Fai Chi Kei. Tal obrigou a Companhia de Corridas de Galgos Yat Yuen a apresentar um novo plano e a pedir, ao abrigo da lei da protecção dos animais, o prolongamento do prazo de reclamação dos cães, uma vez que ainda não está concluído o processo de alteração da finalidade do terreno no Pac On, onde será construído o centro internacional de realojamento dos galgos, fruto de um acordo com a ANIMA. O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) autorizou a Yat Yuen a ter os galgos no espaço onde funcionou o Canídromo por mais 60 dias, até 29 de Setembro. Como o terreno no Pac On ainda não está disponível para acolher os animais, estes ficarão alojados em moradias. “A Yat Yuen já tem disponíveis habitações suficientes, das quais a maior parte são vivendas ou moradias autónomas, que vão oferecer aos galgos um espaço de actividades. [A empresa] mandará tratadores para cuidarem dos galgos todos os dias, com organização de turnos durante 24 horas. A ANIMA também organizará voluntários a tratar dos galgos e a passear os mesmos todos os dias”, lê-se num comunicado ontem emitido pela empresa. Nestes 60 dias, a Yat Yuen “vai submeter todos os galgos ao processo de vacinação e esterilização, sendo de seguida alojados nas habitações preparadas”. A empresa afirma que este plano visa “manifestar sinceridade e determinação em assumir a responsabilidade” para com os galgos. De frisar que, sem um novo plano, a Yat Yuen era obrigada a pagar multas por abandono de animais. Plano é “viável” O IACM garantiu ontem que o “plano de habitação residencial” apresentado pela empresa é “viável”. A alternativa provisória é um conjunto de 11 moradias privadas bem como “um estabelecimento para o alojamento dos galgos e a disponibilização dos funcionários e associações de protecção dos animais na prestação dos cuidados aos cães”. No que diz respeito ao terreno do Pac On, onde se pretende colocar todos os galgos para posterior adopção, a Yat Yuen referiu que “encontra-se actualmente pendente a apreciação e aprovação por parte da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes”. Até ontem esta entidade ainda não tinha recebido qualquer pedido nesse sentido. Ontem, à margem de uma cerimónia de inauguração, o Chefe do Executivo comentou, pela primeira vez, este assunto, tendo explicado que “quando o referido pedido chegar será tratado de acordo com os procedimentos estabelecidos”. Além disso, Chui Sai On deixou claro que o Governo tem acompanhado “de perto e com interesse toda a situação, esperando que se possa tratar da melhor maneira”. Um comunicado oficial acrescenta que o Executivo “tal como cuida dos seus cidadãos, também tem em consideração os animais”.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreias | Seul “acompanha de perto” suposto fabrico de novos mísseis pelo Norte [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo da Coreia do Sul disse ontem estar a “acompanhar de perto” a situação na Coreia do Norte na sequência das informações divulgadas nos Estados Unidos de que Pyongyang pode estar a construir novos mísseis intercontinentais. “O Governo acompanha de perto estes desenvolvimentos, em estreita colaboração com as autoridades dos Estados Unidos e da Coreia do Sul”, segundo um breve comunicado da presidência sul-coreana. O texto refere também que, até ao momento, não está confirmada “nenhuma informação” sobre o assunto. O jornal norte-americano Washington Post noticiou na segunda-feira, citando fontes dos serviços de informações norte-americanos que disseram basear-se em fotos de satélite, que o regime norte-coreano está a construir um ou dois mísseis intercontinentais nas instalações de Sanumdong, a sudoeste da capital. As instalações de Sanumdong têm sido utilizadas pelo regime norte-coreano para a produção de componentes essenciais para os mísseis intercontinentais. Em 2017 foi lá desenvolvido o míssil Hwasong-15, com capacidade para alcançar os Estados Unidos. Porém, o registo de actividade em Sanumdong não implica necessariamente a expansão das capacidades de armamento, segundo especialistas, uma vez que os mísseis intercontinentais norte-coreanos funcionam com combustível líquido, o que obriga a que sejam carregados horas antes de serem disparados e os torna facilmente detectáveis pelos satélites norte-americanos.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAL | Sulu Sou acusa Ho Iat Seng de parcialidade e ataque político Deputado pró-democrata acusa presidente da AL de ter alinhado com o discurso do campo tradicional e mostra-se desiludido com a actuação [dropcap]S[/dropcap]ulu Sou acredita que Ho Iat Seng alinhou nos ataques contra a sua actuação na Assembleia Legislativa e que foi parcial na forma como conduziu a sessão do Plenário, na segunda-feira. O deputado pró-democrata admite que Ho conduziu a sessão de forma legal, mas refere que foram trazidos para a discussão assuntos que não estavam a ser debatidos. Em causa estão os comentários do presidente da AL que deu uma lição a Sulu Sou sobre o respeito pelo trabalho dos colegas do hemiciclo e ainda quando referiu que o deputado continuou a receber o salário, apesar de estar suspenso. Ontem, quando questionado se tinha sido alvo de um ataque político por parte do presidente da AL, o pró-democrata não teve dúvidas: “Sim, acho que foi isso que aconteceu. Eu tenho respeito pelo presidente Ho pelo que tem feito, mas ontem senti que não foi justo”, acusou. “Ele trouxe para o debate muitas coisas que não estavam relacionadas com a discussão. Por exemplo, disse que me continuaram [AL] a pagar o salário, apesar de eu estar suspenso. Mas não era esse o assunto que estava a ser discutido”, acrescentou. Por outro lado, o também membro da Associação Novo Macau negou ter faltado ao respeito do trabalho dos outros deputados, quando pediu para que o projecto de lei de reunião e manifestação regressasse à comissão para uma nova análise na especialidade. “Estávamos a falar das regras da AL e da possibilidade de apresentar um requerimento oral. Só que ele quis falar sobre o respeito, que é uma coisa diferente. Ele devia ter controlado melhor as emoções, principalmente quando está perante situações que nunca teve de enfrentar”, acusou. Jogadas de bastidores A discussão da proposta de alteração à lei da reunião e manifestação foi aprovada na segunda-feira. Com as alterações aprovadas pelos votos dos deputados tradicionais, ao invés de apresentarem os pré-avisos de greve ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), os cidadãos passam a comunicar directamente com o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). Sulu Sou pretendia que os pedidos fossem feitos directamente a Chui Sai On. Como tal, fez um requerimento por escrito na manhã de segunda-feira. Só que à luz do artigo 126.º das regras do funcionamento da AL, esse requerimento devia ter sido apresentado com cinco dias de antecedência. Além do mais, a proposta carecia de autorização do Chefe do Executivo, que não foi pedida pelo deputado. Por esse motivo, por volta da hora do almoço, o deputado foi informado de que o requerimento não tinha sido aceite. Porém, já na sessão da tarde, Sulu Sou adoptou uma estratégia diferente. Evocando o artigo 62.º do regimento da AL, que permite fazer requerimentos orais, pediu para que o texto fosse devolvido à comissão. O requerimento foi muito contestado pelos deputados tradicionais, com vários legisladores, como Angela Leong, Ho Ion Sang, Leong Sun Iok ou Chan Wa Keong a dizerem que o pedido era uma falta de respeito. Ho desiludiu Sulu Após o coro de críticas das forças tradicionais, o presidente da AL recordou o pedido de manhã, disse ao deputado para definir claramente o que pretendia e apontou a Sulu Sou que lesse todos os artigos do regimento para saber as regras. Apesar da conduta, Ho Iat Seng levou o requerimento oral de enviar o documento novamente para a comissão de análise a votação, com a maioria dos deputados a chumbarem a proposta de Sulu Sou. “Ele tomou a decisão correcta [com a votação] mas devia ter mantido a discussão limitada ao que estava em causa. Só que sentiu que tinha de apoiar os seus colegas [tradicionais] e acabou por dizer coisas que não devia ter dito”, considerou o pró-democrata. “O presidente Ho Iat Seng tem sido justo no desempenho das funções, mas ontem cometeu um erro. Fiquei desiludido”, vincou.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Indústria manufactureira desacelera em Junho A actividade da indústria manufactureira (PMI, na sigla em inglês) da China caiu em Junho três décimas comparando com período homologo de 2017, indicam dados oficiais divulgados ontem [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]e acordo com Zhao Qinghe, analista do Gabinete Nacional de Estatísticas chinês, a indústria manufactureira foi afectada por “tufões e altas temperaturas”, o que levou algumas empresas, especialmente de mineração, a parar a produção. Outras realidades também contribuíram para este cenário, acrescentou: “o alarme da tensão comercial internacional” e o facto de algumas empresas terem entrado “na tradicional época baixa de produção”. Este mês, a administração norte-americana impôs taxas alfandegárias de 25 por cento sobre 29 mil milhões de euros de importações chinesas, contra o que considera serem “tácticas predatórias” por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico. Esta descida ligeira na actividade industrial chinesa já era esperada pelos observadores económicos, desde que os reguladores começaram a impor mais restrições aos pedidos de empréstimos bancários para estancar a crescente dívida. Apesar das restrições, os bancos chineses concederam um valor recorde em empréstimos durante o primeiro semestre do ano, num total de 9,03 mil milhões de yuan (1,16 mil milhões de euros), segundo dados divulgados pelo Banco do Povo chinês, no dia 13 de Julho. Na semana passada o Fundo Monetário Internacional encorajou a China a acelerar as reformas estruturais e a prestar atenção ao “crescimento insustentável” do crédito, para manter o crescimento económico ao mesmo tempo que reduz a dívida. Segundo as autoridades chinesas, o PMI de Junho fixou-se nos 51,2 pontos, face aos 51,5 pontos registados em Junho do ano passado. Quando se encontra acima dos 50 pontos, o PMI sugere uma expansão do sector, pelo que abaixo dessa barreira pressupõe uma contração da actividade. O índice é tido como um importante indicador mensal do desenvolvimento da segunda economia mundial. Mercado medicinal As exportações de artigos de medicina tradicional chinesa subiram em 2017 para as 358 mil toneladas, de acordo com a Câmara de Comércio da China para Importação e Exportação de Medicamentos e Produtos de Saúde. Em 2017, a China vendeu 358 mil toneladas de produtos ligados à medicina tradicional chinesa, um aumento de 0,7 por cento em relação ao ano anterior. O valor das exportações foi de 3,07 mil milhões de euros, um aumento de 2,1 por cento, segundo o mesmo organismo. No ano passado, registou-se um pico na procura do Vietname por canela, bagas de goji e coptis de ervas, disse o director do departamento de medicina tradicional chinesa daquela entidade, Yu Zhibin. Países do sudeste da Ásia, como Vietname, Malásia e Tailândia são mercados tradicionais da medicina tradicional chinesa e a procura internacional tem vindo a aumentar, disse Yu. No ano passado, a China importou 90.983 toneladas em artigos para a medicina tradicional chinesa, um aumento de 13,62 por cento. O longan e o ginseng secos estavam entre os principais produtos importados. A procura interna da China nesta área também está a aumentar, explicou o mesmo responsável.
João Santos Filipe PolíticaPolícias de folga ou fora de serviço impedidos de multar taxistas [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] utilização de polícias à paisana para o combate a infracções dos taxistas era uma das sugestões da consulta pública, mas está definitivamente afastada e não vai ser implementada. O cenário foi confirmado ontem por Vong Hin Fai, presidente da Comissão da AL, que está a analisar na especialidade a nova lei que vai regular o sector. “O Governo explicou na última reunião que não tem a intenção de utilizar agentes à paisana, mesmo que de forma passiva, para recolher provas”, afirmou Vong Hin Fai, após reunião com membros do Executivo. Com base na actual redacção do diploma, qualquer agente da polícia ou inspector da Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) que se depare com uma ilegalidade durante o período de folga ou fora de serviço, só se pode limitar a alertar os colegas e ser ouvido como testemunha. “Foi-nos dito que o agente não vai poder actuar nas situações em que não esteja identificado, ou seja se não estiver de serviço só pode actuar como testemunha e não vão poder passar multas, terão de ser os colegas”, referiu Vong. “Mas os deputados defendem que este artigo da lei deve ser escrito de uma forma mais clara, porque pode dar a entender que é possível usar polícias à paisana”, completou. Pagamentos solidários Outro dos pontos em análise, numa reunião que contou com a participação do secretário para os Transportes e Obras Público, foi a responsabilidade social. Segundo os deputados, existe a concordância com o facto dos proprietários dos alvarás de táxis responderem de forma solidária pelas infracções dos taxistas. Todavia, no que diz respeito a coacção coerciva, os membros da AL estão preocupados com o facto do proprietário, mesmo que tenha já assumido as suas responsabilidades, ter de pagar outra parte do condutor. “A comissão alertou o Governo para o facto do proprietário do veículo também assumir a responsabilidade solidária pelo pagamento coercivo”, realçou. Os deputados mostraram ainda o apoio à medida que permite que as pessoas que sofram com as infracções cometidas pelos taxistas poderem fazer um testemunho por escrito no local, sem haver necessidade de mais tarde comparecer em tribunal.