Grande Baía | Executivo aguarda plano global para poder avançar com medidas

Com o projecto da Grande Baía no horizonte, Macau vai implementar medidas para poder competir com as regiões que integram a iniciativa. No entanto, nada se sabe sobre elas e só se vai pensar nisso depois de divulgado o planeamento do projecto de integração regional. “É preciso esperar”, disse ontem Chui Sai On

 

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]edidas locais para a Grande Baía só depois de conhecido o plano global do projecto. A ideia foi deixada ontem pelo Chefe do Executivo (CE), Chui Sai On na sessão de perguntas e respostas na Assembleia Legislativa (AL). “Ainda estamos à espera do planeamento geral para podermos fazer o nosso plano de formação de talentos adaptado às necessidades da Grande Baía”, apontou Chui em resposta a Angela Leong. A deputada questionava o CE acerca da necessidade de formação de talentos locais de modo a que o território possa ser competitivo dentro do projecto de integração regional.
Chui Sai On reconheceu a lacuna nesta área. “Há falta de talentos, de facto, mas não é uma falta absoluta, será mais em áreas relacionadas com a tecnologia”, disse.
No entanto, garantiu que o Governo vai ter medidas e planos de formação específicos para colmatar esta falha, mas só para depois de serem reveladas medidas concretas. “Vamos aguardar pela divulgação do respectivo planeamento da Grande Baía para nos ajustarmos”, justificou.
Entretanto, Chui Sai On mostrou-se em plenário animado com os dados referentes à educação no território. “Em 2017, 4220 estudantes concluíram o 12º ano e mais de 90 por cento prosseguiram os estudos. Também no mesmo ano, foram realizados em Macau 217 doutoramentos e mais de 5000 licenciaturas”, ilustrou o homem no topo da hierarquia política da região.
A espera pela divulgação do projecto regional foi também argumento para a questão levantada pelo deputado Lao Chi Ngai. “Que medidas tem o Governo para melhorar a vida dos cidadãos com este projecto?”, perguntou.
Mais uma vez, Chui apelou à paciência. “Depois da divulgação do plano, vamos desenvolver trabalhos para beneficiar a população”, apontou sem ser específico.
Também sem definição estão os benefícios a dar às PMEs. De acordo com Chui Sai On, os apoios precisam de estar adaptados às necessidades que vão acompanhar a integração regional e têm, igualmente, de esperar que o projecto seja conhecido.

Vizinhos com dúvidas

Enquanto no território se aguarda pela prometida divulgação do planeamento da Grande Baía que junta nove cidades de Guangdong, Macau e Hong Kong, na região vizinha teme-se que o plano pioneiro venha a ser adiado devido à guerra comercial que decorre entre a China e os Estados Unidos. A notícia foi avançada ontem pelo South China Morning Post (SCMP).
“A guerra comercial coloca em risco o plano de Pequim de transformar Hong Kong e as cidades vizinhas no novo Silicon Valley”, refere a publicação de Hong Kong.
“A guerra comercial é um factor-chave”, revelou uma fonte próxima de Pequim citada pelo SCMP, sendo que o que está em causa é o plano “Made in China 2025”.
O “Made in China 2025” é uma outra estratégia de Pequim, anunciada pela primeira vez em 2015. A iniciativa refere-se a uma estratégia de modernização industrial que visa transformar a economia chinesa através da produção tecnológica. O “Made in China 2025” foi projectado para dominar 70 por centro do mercado interno em sectores estratégicos até o ano que lhe dá nome.
A braços com a guerra comercial, parece que Pequim prefere precaver-se com a divulgação de mais um projecto de grande dimensão – a Grande Baía.
Durante as reuniões da Assembleia Popular Nacional do passado mês de Março, o primeiro-ministro chinês Li Keqiang disse que o plano seria divulgado “muito em breve”. No entanto, cinco meses depois, ainda nada se sabe.

10 Ago 2018

Riqueza | Topo do ranking do PIB per capita não garante vida melhor para residentes de Macau

 

O FMI prevê que, em 2020, Macau esteja no topo dos territórios com maior PIB per capita do mundo, ultrapassando o Qatar. No entanto, é bem possível que a maior parte da população não seja beneficiada com esta realidade. O aviso é deixado por dois economistas ouvidos pelo HM

 

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]o topo do mundo. É esta a posição que Macau vai ocupar em 2020, ultrapassando o Qatar, segundo a última previsão do Fundo Internacional Monetário (FMI) a nível do Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Actualmente, a RAEM ocupa o segundo lugar com um PIB per capita de 122.489 dólares americanos (989.075 patacas), atrás do Qatar, que tem um PIB per capita de 128.702 dólares. As últimas previsões do FMI apontam para que em 2020 Macau esteja no primeiro lugar, graças a um PIB per capita de 143.116 dólares, enquanto o Qatar terá 139.151 dólares.
No entanto, nada garante que este aumento da riqueza seja sentido por todos os cidadãos. Em alguns casos, não é mesmo de excluir que algumas pessoas fiquem piores do que vivem actualmente, dependendo da forma como será distribuído este capital.
“O aumento do rendimento per capita e o aumento da qualidade de vida da população podem não estar ligados, porque estamos a falar de um índice que é criado para medir o rendimento da população por pessoa, mas apenas como dado estatístico”, começa por ressalvar o economista José Morgado.
O PIB per capita é um índice em que se divide a riqueza total de uma região pelo número de cidadãos, o que permite gerar uma média. Contudo, este indicador não faz distinção se a riqueza está concentrada num pequeno conjunto de indivíduos, ou se é efectivamente distribuída.
“Em Macau, o Governo, os operadores dos casinos e as empresas relacionadas com o jogo são quem verdadeiramente tem usufruído das melhorias do PIB e PIB per capita. Há situações em que por conta desta riqueza a população de Macau tem sido penalizada e está mais restringida”, indica José Morgado.
“Há áreas em que as coisas estão cada vez mais caóticas. Também os preços ficam cada vez mais altos, e é muito possível que os salários das pessoas não acompanhem estas tendências”, avisa.
Uma visão semelhante é partilhada pelo também economista José Sales Marques. “O PIB per capita não reflecte a distribuição do rendimento e as implicações não são automáticas. Claro que o aumento poderá reflectir-se no bem-estar da população, mas para isso terá de haver outras realizações ao nível da políticas e investimentos públicos, também ao nível da saúde, educação ou transportes”, aponta.
“Para as pessoas sentirem que estão melhor precisam de ter um aumento do seu rendimento. Isso já é uma realidade que beneficia a população, mas o aumento do PIB per capita, por si, não tem grande impacto. É uma estatística”, justificou.

Muito por fazer

Para os especialistas ouvidos pelo HM existe uma outra certeza, com o desenvolvimento do rendimento per capita vão aumentar as expectativas dos cidadãos face ao papel do Governo. Nesse sentido, ambos reconhecem que há muito para fazer, mesmo que em alguns aspectos reconheçam que tem sido feitos esforços para melhorar a situação dos cidadãos.
“Considero que as pessoas não estão tão preocupadas em saber se Macau está no primeiro ou segundo lugar do ranking. Para quem vive em Macau, o mais importante é as pessoas sentirem que estão numa das economias mais desenvolvidas do mundo, e não me parece que as pessoas sintam isso”, defendeu José Sales Marques.
“O Governo tem de fazer mais neste sentido. Não digo isto num sentido de crítica destrutiva. Mas, por exemplo, há algum tempo esteve em Macau um dos principais especialistas em cidades inteligentes, que ficou muito admirado por haver tantos prédios degradados. Ele afirmou que essa realidade não correspondiam às suas expectativas para uma economia como a de Macau, que é tida como uma das mais “ricas” do Mundo”, contou o economista. “Isto é um problema porque mostra que ainda há muita coisa para fazer, mesmo que já tenham sido feitas algumas coisas” acrescentou.
Para José Morgado a subida no ranking do crescimento do PIB per capita é uma excelente oportunidade para que as pessoas exijam ao Governo que tome maior iniciativa a implementar medidas mais redistributivas.
“É bom que as pessoas utilizem este crescimento como um argumento para terem melhores condições de vida junto do Governo. Devem pedir que haja uma redistribuição através da políticas das Linhas de Acção Governativa”, sublinha. “O crescimento não tem uma tradução directa na vida das pessoas, por isso tem de haver alguma pressão junto dos governantes. Ao contrário do que acontece em outros locais, como na Europa, não há sindicatos ou outras plataformas que permitam uma redistribuição. Por isso é necessário chamar a atenção do Governo para a possibilidade de haver maior justiça na distribuição do rendimento”, completou.
Ao mesmo tempo, o economista indica que, ao contrário do que é prática do Governo, que o orçamento para o ano deve ser executado e gasto na criação de obras públicas, infra-estruturas e outros tipos de apoios.
“No que diz respeito às obras públicas e ao orçamento da RAEM, nunca há uma utilização dos montantes. Uma grande parte fica por utilizar. Era importante que se usasse o orçamento para efectivamente melhorar a vida dos cidadãos”, considerou José Morgado.

Problema da habitação

Se o crescimento pode aumentar as expectativas da população, para José Sales Marques é quase líquido que a situação ao nível da habitação não vai sofrer melhorias. O ex-presidente do Leal Senado frisa também que neste aspecto o Governo tem uma acção muito limitada, apesar das pessoas nem sempre o conseguirem reconhecer.
“Temos de perceber que a realidade do imobiliário em Macau é disparatada. Os preços estão quase por completo desligados de qualquer realidade económica. A maior parte da população não tem qualquer hipóteses de comprar uma casa e os preços apenas reflectem a tendência para a especulação e fixação artificial do preço”, indica Sales Marques.
“Por muito que o Governo queira fazer, há várias limitações. Se os preços continuam a subir muito mais depressa do que qualquer rendimento há uma efectiva limitação da área de acção”, julga.

Muitas nuvens

Ainda no que diz respeito à análise das previsões, foi destacado o facto de se tratar disso mesmo, conjunturas sobre o futuro. Neste sentido, os economistas admitem que há aspectos que podem fazer com que os rendimentos em Macau sejam afectados.
O primeiro aspecto a ser apontado é a escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos da América e a China, que poderá afectar o território ao nível do número de visitantes, dinheiro disponível dos turistas para gastar ou mesmo através da instabilidade para as empresas americanas a operar em Macau. A hipótese do Governo Central desvalorizar o renminbi ou adoptar medidas mais restritivas face à saída de capitais do Interior também não é colocada de parte.
“A guerra comercial pode ter algum impacto para Macau. Se as pessoas na China tiverem o seu rendimento disponível reduzido, as tendências positivas que se registam no jogo podem ser seriamente afectadas”, avisa José Morgado. “Se houver mesmo um controlo do fluxo de capitais que sai do Interior da China, nesse cenário haverá mesmo maiores dificuldades”, indica.
Contudo, José Morgado mostra-se confiante que o território continuará a ter visitantes, até porque “o povo oriental gosta mesmo muito do jogo. Pode ser que até jogue para esquecer as dificuldades”, justifica.
Já Sales Marques mostra-se mais cauteloso face à subida de Macau a número um mundial do PIB per capita. “Eu não tenho a certeza que vá acontecer. São projecções, mas será que a conjuntura económica mundial, e sobretudo com os problemas que existem no comércio mundial neste momento, vão deixar crescer o sector do jogo como se espera? Eu tenho algumas dúvidas”, reconhece. “Também existe a desvalorização do renmibi. Se acontecer, vai ser favorável ou desfavorável para o sector do jogo? Há muitas questões que devem ser colocadas, até porque o FMI faz muitas previsões que acabam por não se concretizar”, conclui

10 Ago 2018

O passeio – poema de Georg Trakl traduzido

O passeio

 

1

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á música a sussurrar no bosque à tardinha.

No milheiral, viram-se espantalhos de semblante sério.

Delicadamente, os sabugueiros espalham-se ao longo do caminho.

Uma casa cintila maravilhosamente e vaga.

 

No dourado, paira um aroma a tomilho.

Numa pedra, está um número sereno.

No prado, as crianças jogam à bola.

Depois, à tua frente, ganha corpo uma árvore para a contornares.

 

Tu sonhas: a irmã penteia o seu cabelo louro.

Um amigo distante escreve-te uma carta.

Um cilindro de feno voa tosco através do verde amarelado,

E, às vezes, tu pairas com leveza em suspenso e maravilhoso.

 

2

O tempo corre. Oh! doce Hélio!

Oh! Imagem doce e clara dos sapos nas poças.

Na areia, um Éden maravilhoso enterra-se.

Escrevedeiras baloiçam no regaço de um arbusto.

 

Um irmão morre-te num país encantado

E o seu olhar de aço contempla-te olhos nos olhos.

E no dourado ali, há uma fragrância de tomilho.

Uma criança inicia um fogo ao pé da aldeia.

 

Os amantes abrasam-se renovados em borboletas.

Oscilam serenamente em redor da pedra e do número.

Corvos esvoaçam à volta de uma refeição repugnante,

E a tua testa ferve por entre o verde suave.

 

No espinheiro, um animal selvagem morre ternamente.

Atrás de ti escorrega um dia claro da infância.

Cinzento é o vento que, volátil e vago,

Lava odores pútridos durante o crepúsculo.

 

3

Uma velha canção de embalar deixa-te angustiado.

À beira da estrada, piedosa, uma mulher amamenta um recém nascido.

Escutas como a sua fonte emana, a transformar os sonhos.

Do ramo de uma macieira, desce um som de consagração.

 

E pão e vinho são a doçura que vem do duro esforço.

As tuas mãos apalpam prateadas frutos.

Raquel morta anda pelos campos arados.

Com gestos de paz acena o verde.

 

Abençoados florescem os regaços das pobres criadas,

Que ali estão de pé junto à velha fonte a sonhar.

Solitárias seguem serenas os seus caminhos, em silêncio,

Na companhia das criaturas de Deus desprovidas de pecado.

 

Der Spaziergang[1]

 

1

Musik summt im Gehölz am Nachmittag.

Im Korn sich ernste Vogelscheuchen drehn.

Hollunderbüsche sacht am Weg verwehn;

Ein Haus zerflimmert wunderlich und vag.

In Goldnem schwebt ein Duft von Thymian,

Auf einem Stein steht eine heitere Zahl.

Auf einer Wiese spielen Kinder Ball,

Dann hebt ein Baum vor dir zu kreisen an.

Du träumst: die Schwester kämmt ihr blondes Haar,

Auch schreibt ein ferner Freund dir einen Brief.

Ein Schober flieht durchs Grau vergilbt und schief

Und manchmal schwebst du leicht und wunderbar.

 

2

Die Zeit verrinnt. O süßer Helios!

O Bild im Krötentümpel süß und klar;

Im Sand versinkt ein Eden wunderbar.

Goldammern wiegt ein Busch in seinem Schoß.

Ein Bruder stirbt dir in verwunschnem Land

Und stählern schaun dich deine Augen an.

In Goldnem dort ein Duft von Thymian.

Ein Knabe legt am Weiler einen Brand.

Die Liebenden in Faltern neu erglühn

Und schaukeln heiter hin um Stein und Zahl.

Aufflattern Krähen um ein ekles Mahl

Und deine Stirne tost durchs sanfte Grün.

Im Dornenstrauch verendet weich ein Wild.

Nachgleitet dir ein heller Kindertag,

Der graue Wind, der flatterhaft und vag

Verfallne Düfte durch die Dämmerung spült.

 

3

Ein altes Wiegenlied macht dich sehr bang.

Am Wegrand fromm ein Weib ihr Kindlein stillt.

Traumwandelnd hörst du wie ihr Bronnen quillt.

Aus Apfelzweigen fällt ein Weiheklang.

Und Brot und Wein sind süß von harten Mühn.

Nach Früchten tastet silbern deine Hand.

Die tote Rahel geht durchs Ackerland.

Mit friedlicher Geberde winkt das Grün.

Gesegnet auch blüht armer Mägde Schoß,

Die träumend dort am alten Brunnen stehn.

Einsame froh auf stillen Pfaden gehn

Mit Gottes Kreaturen sündelos.

 

[1] TRAKL, GEORG. (2008). Das dichterische Werk: Auf Grund der historisch-kritischen Ausgabe. Editores: Walther Killy e Hans Szklenar. Munique. Deutscher Taschenbuch Verlag, p. 26-27.

9 Ago 2018

Coreia do Norte | ONU e Japão insistem na desnuclearização total

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ONU e o Japão insistiram ontem na necessidade de a Coreia do Norte cumprir plenamente os compromissos assumidos para uma total desnuclearização do país, processo esse que deve ser “verificável e irreversível”.
Esta posição foi assumida pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, e pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, em breves declarações aos jornalistas após um encontro em Tóquio focado em vários temas da actualidade internacional.
Guterres está a realizar uma visita oficial ao Japão e participa hoje na cerimónia que assinala o 73.º aniversário do ataque nuclear pelos Estados Unidos à cidade nipónica de Nagasaki. Três dias antes, a 6 de Agosto de 1945, as forças norte-americanas já tinham largado uma bomba de urânio (a primeira bomba nuclear alguma vez utilizada em contexto de guerra) sobre outra cidade japonesa, Hiroshima.
Após o encontro com o primeiro-ministro japonês, Guterres declarou que a ONU está “totalmente comprometida” na desnuclearização da Coreia do Norte, frisando ainda que, enquanto secretário-geral da Nações Unidas, está igualmente empenhado na aplicação de “todas as resoluções relevantes do Conselho de Segurança” que envolvam Pyongyang.
“É um objetivo que todos partilhamos, ver uma total desnuclearização que seja verificável e irreversível, de forma a certificarmo-nos que a Coreia do Norte pode ser um membro normal da comunidade internacional nesta região”, prosseguiu Guterres.
“Nunca mais Nagasaki, nunca mais Hiroshima (…) é também a mensagem das Nações Unidas”, afirmou Guterres, fazendo ainda outra menção histórica, mas desta vez relacionada com Portugal. O ex-primeiro-ministro português recordou que foi em Nagasaki que os primeiros portugueses chegaram ao Japão no século XVI.

9 Ago 2018

Redacção da lei de interdição permite acesso a croupiers de casinos satélite

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]proposta do Executivo que interdita o acesso dos empregados dos casinos às áreas de jogo fora do expediente do trabalho vai ter de ser reformulada. O problema foi reconhecido, ontem, durante o primeiro encontro entre os representantes do Governo e os deputados da 1.ª comissão permanente da Assembleia Legislativa.
Em causa está o facto da proposta de lei definir que os interditos são os “trabalhadores das concessionárias”, ou seja uma formulação que levanta várias dúvidas e pode excluir da interdição, por exemplo, croupiers de casinos satélites ou empregados de limpeza e segurança de companhias subcontratadas pelas operadoras.
“Que tipos de trabalhadores vão ser incluídos quando se diz trabalhadores das concessionárias? São todos os que têm vínculos com as concessionárias? Ou queremos incluir outros trabalhadores na interdição, como os ligados a empresa subcontratadas, como empregados de segurança e limpeza?”, questionou Ho Ion Sang. “Na comissão há diferentes interpretações sobre a lei, porque parece que há tratamentos diferentes [para os trabalhadores]. Mas parece certo que os trabalhadores subcontratados não são abrangidos. Por isso, o Governo vai repensar o âmbito da abrangência da interdição”, acrescente Ho.
No entanto, é um ponto assente entre os deputados a necessidade de interditar o acesso aos casinos a trabalhadores que lidam directamente com as mesas de jogo. Existe também ainda a possibilidade de relações públicas, trabalhadores de restaurantes em casinos, seguranças e empregados de limpeza serem interditos quando estão fora do expediente de trabalho.

Questões ultrapassáveis

“O Governo disse que não tem intenção de englobar trabalhadores das relações públicas, restaurantes, empregadas de limpeza ou seguranças na interdição. Mas, após a consulta pública, reconhece que este tipo de trabalhadores também pode ser facilmente influenciado e adquirir o vício do jogo”, indicou o presidente da comissão.
Por sua vez, Paulo Martins Chan, director da Direcção de Serviços de Inspecção e Coordenação dos Jogos, reconheceu que ainda há alguns pormenores a ultimar, mas que a ideia de proteger os trabalhadores é comum a Governo e deputados.
“Em relação à política do jogo responsável para evitar o vício do jogo, acho que é uma questão pacífica tanto para deputados como Governo. Só que houve algumas dificuldades técnicas em pormenores e áreas em que deve ser proibido entrar. Mas penso que são questões ultrapassáveis”, afirmou Paulo Martins Chan.

9 Ago 2018

A benzina de John Zorn

 

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma excelente jornalista portuguesa veio interrogar-me sobre a minha experiência de professor em Moçambique e agora publicou a reportagem – da qual gostei –, onde descreve a minha casa: «uma casa esvaziada mas com muitos livros».
Desconcerta-me o adjectivo: há quinze dias tivemos dificuldade em descobrir o buraco onde enfiar o piano da minha mulher, regressado a casa vinte anos depois. Não é inabitual que a percepção que o outro tem sobre nós nos surpreenda. Seja como for, ainda esta semana acrescentei trinta cds de John Zorn à minha discografia e uma casa com um piano e dois violinos (que são tocados, não são decoração), muitos livros, dois gatos, todas as sinfonias do Messiaen, do Lutoslawski, do Mahler, do Bruckner e do Beethoven, pode considerar-se esvaziada?
Parecerá uma casa de quem está de passagem, embora com milhares de livros e muita música? Na verdade, não temos carro, objectos decorativos, plasma.
Vou à estante, abro ao acaso um livro de Adam Zagajewski, e topo este poema: «BUSCA: Voltei à cidade/ onde fui menino/ e adolescente e um velho de trinta anos./ A cidade recebeu-me com indiferença,/ os megafones das suas ruas murmuravam:/ não ves que o fogo ainda arde?/ não ouves o estrépito das chamas?/ Vai-te./ Busca noutro lugar./ Busca./ Busca a verdadeira pátria.» Volto a arrumá-lo, por detrás de uma reprodução de Hokusai, olho em volta, e dou conta: o meu conforto resume-se a ter-me despojado de pátria.
Como Hannah, Arendt sou incapaz de amar uma pátria, só amo pessoas. A minha pátria está nas gargalhadas das filhas, no sorriso da minha mulher – um dos mais belos do mundo. E troco a pátria, qualquer, pela poesia do José Ángel Valente, do José Hierro, do Hugo Claus, do Mario Luzi, do Mark Strand, do Adonis, do Lezama Lima, do Milozs, de centenas de poetas que fui colecionando, na esperança de os reler, uma e outra e outra vez.
Sou despojado sim, sou mesmo um caso de estultícia-prima, o péssimo exemplo de alguém que emigra para ganhar metade do que recebia, em troca de ter agora o triplo do tempo para si. Para escrever, fruir a música, estudar arte e calafetar as lacunas.
Será arrogante declarar que me concentro mais no que importa desde que voluntariamente escolhi a “pobreza”? Que me consolei ao ler que o John Zorn, que vive numa casa austera, se sentiu libertar-se ao abdicar dos jornais, da televisão, e de inúmeras amizades laterais, para se focar no seu trabalho musical – e começa a ser um legado monstruoso. O problema é que não vejo como possa fazer-se de outra forma.
O Zorn. Tinha-o ouvido em Naked City e nos primeiros cds do projecto Masada, depois perdi-lhe o rasto, e agora, surpreendido por a Gulbenkian lhe dedicar uma semana à obra, resolvi ver o que apanhava no Youtube. É o que vos digo: já baixei trinta cds, preparo-me para baixar outros tantos; há cinco dias que obsessivamente leio sobre ele e lhe ouço a música.
Estou abismado, é para mim o maior poeta do século XXI. Entendendo a poesia como o que harmoniza momentaneamente o caos e desperta um padrão no informe, uma melodia que emerge de «um sentido para a existência que estava até aí fora do conceito» (Yves Bonnefoy), é um exercício que não precisa de residir na palavra. Além disso, se normalmente um autor é um rio, Zorn aparece como um inteiro sistema hidrográfico. O músico nova-iorquino interiorizou tudo sobre a energia e a tangibilidade da heteronomia e consegue escrever música para vários públicos, desenvolver plasticidades, texturas, ritmos e estilos distintíssimos, baralhar os géneros, mesclar o popular e o erudito, o jazz e o rock, o étnico e o contemporâneo, escrever música tonal, concreta, electrónica, atonal, integrar as dissonâncias e o ruído em harmonias mais amplas, ou cultivar esses géneros simultaneamente sem que se contaminem – é à vontade do freguês!
Que têm em comum Naked City, Bar Kokhba, Commedia DellArte ou Rimbaud, At the Gates of Paradise, Insurrection, Cobra ou Oo? Apenas o nome do autor e a sua inusitada destreza para demonstrar que o múltiplo e o sistema podem enriquecer-se mutuamente. Outra coisa liga a sua pluralidade: uma exorbitante capacidade conceptual que nunca perde de vista o visceral, os sentidos.
Quanto à inspiração literária – que evoca nos títulos – vai buscá-la aos autores que nunca perderam de vista o cosmos: William Blake, Rimbaud, René Daumal, os Gnósticos, por exemplo.

René Daumal, muito novo, intoxicava-se com benzina, para ver se a consciência desaparecia. John Zorn, que lança três, quatro, cinco cds ao ano, não precisa de benzina, “a sua consciência” (o ego) já se diluiu há muito na música que produz, em requintes transfronteiriços.
O que me magnetiza no poder total desta música é a facilidade com que dissolve todas as ideias feitas em que cresci. Pela sua complexidade – apesar de manter a espontaneidade intacta – pulveriza qualquer culto à juventude; é cada vez mais livre à medida que a idade apetrechou tecnicamente a impulsividade omnívora do seu autor: presume-se que será melhor quando Zorn tiver setenta e oitenta e por aí fora. O seu apetite para a serialização e o sistema não lhe inibem em nada a atenção que coloca no pormenor, no singular; o “rock’n roll”, nele, não lhe dispensa o rigor e a metafísica; o seu profundo espírito Dada, é concomitante de uma apreensão quase mística da música. Zorn cavalga todos os corcéis, simultaneamente, numa busca e curiosidade incessantes.
Esta capacidade para encarnar a pluralidade e a síntese não estará ao alcance de todos – Zorn está para a música como Cage para a divagação ou Eugenio Trías para a filosofia – mas acho-a extremamente cativante e inspiradora. A energia da sua música transporta-me. Uma casa vazia com muitas obras de Zorn faz o júbilo de Deus quando relaxa e o seu sistema arterial desenha o mais confortável sofá

 

9 Ago 2018

Japão | Dezenas de voos cancelados em Tóquio devido a tufão

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de 100 voos foram ontem cancelados em dois dos principais aeroportos de Tóquio, devido à aproximação de um tufão da capital japonesa e com a chuva a começar a fustigar a cidade. Segundo os meios de comunicação social locais, mais de 130 voos foram cancelados nos dois principais aeroportos de Tóquio. O tufão Shanshan poderá atingir os 125 quilómetros por hora e com rajadas de vento até aos 180 quilómetros por hora. O impacto da tempestade foi sentido em Tóquio e áreas vizinhas durante a noite de ontem, antes de subir a costa do Pacífico para o nordeste do Japão.

9 Ago 2018

Filipinas | Pelo menos sete mortos e oito desaparecidos em naufrágio

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]elo menos sete pessoas morreram e oito estão desaparecidas após o naufrágio de uma embarcação se ter afundado nas Filipinas, informaram ontem as autoridades. A Guarda Costeira das Filipinas adiantou que se encontravam 16 pessoas na embarcação que se afundou a 30 de Julho e que foi resgatado apenas um sobrevivente. “A Guarda Costeira das Filipinas, em conjunto com as forças armadas, a polícia local e o pessoal da unidade do Governo local, enviou equipas de busca para procurar os passageiros restantes que são todos residentes de Tawi-Tawi”, disse o porta-voz daquela entidade, o capitão Armand Balilo.
De acordo com o único sobrevivente, o barco tinha partido de Sitangkai Tawi-Tawi, no sul das Filipinas, em direção a Sempornah, Sabah, na Malásia, quando foi atingido por grandes ondas e naufragou. Sete corpos sem vida foram recuperados por pescadores locais nos recifes de Sitangkai. Os cadáveres foram imediatamente enterrados em Sitangkai, como parte da tradição muçulmana.
O Centro de Acção da Guarda Costeira filipina informou que emitiu um aviso aos marinheiros de todos os navios que transitam na área para procurem possíveis sobreviventes.

9 Ago 2018

Economia | Comércio externo cresce 8,6 por cento até Julho

O comércio externo da China cresceu 8,6 por cento nos sete primeiros meses do ano, em termos homólogos, para 16,72 biliões de yuan

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s exportações chinesas aumentaram 5 por cento, entre Janeiro e Julho, em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as importações avançaram 12,9 por cento, de acordo com dados oficiais. Durante aquele período, o excedente chinês fixou-se em 1,06 biliões de yuan, uma redução homóloga de 30,6 por cento, afirmou a Administração Geral das Alfândegas chinesas.
Em Julho, as exportações chinesas subiram 6 por cento, para 1,39 biliões de yuan, enquanto as importações aumentaram 20,9 por cento, para 1,21 biliões de yuan, apesar das crescentes disputas comerciais entre Pequim e Washington.
“Os dados de hoje não mostram um impacto significativo da primeira ronda de taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos”, indicou um relatório da consultora Capital Economics. A mesma nota referiu que as exportações para o resto do mundo subiram “muito provavelmente devido à desvalorização do yuan”, a moeda chinesa.
Desde o início de Fevereiro, o yuan caiu já cerca de 8 por cento em relação ao dólar, refletindo o nervosismo dos investidores perante a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
No mês passado, o Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs taxas alfandegárias de 25 por cento sobre 34 mil milhões de dólares de importações oriundas da China, contra o que considerou serem “tácticas predatórias” de Pequim, que visam o desenvolvimento do sector tecnológico.
Pequim retaliou contra aquelas medidas, levando Trump a ameaçar penalizar mais 200 mil milhões de dólares de produtos chineses.
“No futuro, esperamos um abrandamento na subida das exportações, apesar de isto reflectir, sobretudo, um crescimento global mais débil, ao invés das taxas praticadas pelos EUA, cujo impacto directo continuará a ser compensado em grande parte pela recente desvalorização do yuan”, notou a Capital Economics.

Mais taxas

O Governo dos EUA assegurou ontem que vai mesmo avançar a imposição de tarifas alfandegárias de 25 por cento a importações chinesas no montante de 16 mil milhões de dólares. Os agentes da alfândega vão começar a aplicar as tarifas em 23 de Agosto, informou ontem o gabinete do Representante dos EUA para o Comércio (USTR, na sigla em inglês). A lista é extensa em produtos industriais, como turbinas de vapor ou barras de aço.
As novas taxas vão acrescer às que entraram em vigor em 6 de Julho sobre importações chinesas no montante de 34 mil milhões de dólares. A China respondeu então com medidas retaliatórias próprias

 

9 Ago 2018

Turismo | Airbnb cancela concurso para dormir na Grande Muralha

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]plataforma electrónica de arrendamento de casas Airbnb suspendeu um concurso que oferecia uma noite numa atalaia da Grande Muralha, o símbolo mais expressivo da China, devido às críticas dos internautas chineses, que temiam danos.
Segundo a imprensa local, a empresa informou que não avançará com o seu plano original de oferecer a oito vencedores de um concurso uma noite numa das maiores maravilhas da arquitectura antiga, considerada património da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). O concurso, designado Noite na Grande Muralha, foi permitido pelas autoridades chinesas, assegura a Airbnb, mas suscitou críticas entre a opinião pública chinesa. “A Grande Muralha é património histórico sob protecção, como é possível que permitam a sua conversão para alojamento”, reagiu um internauta na rede social Weibo, equivalente ao Twitter na China. “Agora, até relíquias antigas podem ser alugadas para ganhar dinheiro”, questionou outro.
O alojamento envolvia a conversão de uma atalaia da Grande Muralha, monumento com 2.600 anos, em dupla habitação, com cama, decoração e iluminação por velas, mas sem electricidade, ligação à internet, ar condicionado ou televisão.
Não é proibido pernoitar na Grande Muralha, mas leis que visam a protecção e conservação do monumento, que se estende ao longo de 21.000 quilómetros, proíbem a construção de instalações que não sejam para a conservação deste

9 Ago 2018

Ensino Superior | Seis pessoas presas por cabular em exames

 

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]eis pessoas foram condenadas na China a penas até quatro anos de prisão por organizarem um esquema fraudulento durante o ‘Gaokao’ chinês, o maior exame de acesso à universidade do mundo, informou ontem a imprensa local.
Os alunos levaram para o exame transmissores e receptores sem fios, a partir dos quais leram as perguntas a colaboradores fora das instalações, que após consulta transmitiram as respostas. Entre os condenados constam dois alunos que ajudaram a recrutar clientes para o esquema.
A imprensa chinesa não detalha qual o preço pago para beneficiar do esquema ou qual a punição, que para casos deste género costuma ser a proibição de voltar a participar nos exames.
Já os seis responsáveis pelo esquema foram condenados a penas entre 20 meses e quatros anos de prisão e multas até 40.000 yuan. Os arguidos podiam ter sido condenados a sete anos de prisão, pena máxima prevista numa lei aprovada em 2015, visando prevenir o uso de cábulas durante o ‘Gaokao’, teste de conhecimento considerado “crucial à meritocracia chinesa”.
Pelas contas do Governo chinês, de um total de quase dez milhões de adolescentes que esta semana se submetem ao exame, apenas 3,25 milhões vão conseguir entrar na universidade. Entre aqueles, só alguns milhares terão acesso às universidades de topo do país, que garantem maiores probabilidades de um bom futuro profissional ou académico.
De acordo com relatos na imprensa local, os produtos e dispositivos utilizados por cábulas variam entre relógios, auscultadores e t-shirts com receptores, até equipamento usado em espionagem

9 Ago 2018

Família | Aldeia estabelece limite para dotes de casamento

Uma aldeia no norte da China estabeleceu um limite para o dote de casamento, pré-requisito essencial para selar o matrimónio na China rural, ameaçando julgar os infractores por tráfico humano, informou a imprensa local

 

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]egundo o portal noticioso sixth tone, um aviso afixado pelas autoridades nas casas da aldeia de Da’anliu, província de Hebei, refere que dotes acima dos 20.000 yuan (cerca de 2.500 euros) serão considerados tráfico humano.
A falta de mulheres na aldeia levou a uma escalada do ‘preço’ a pagar para garantir uma esposa, descreve o portal. A ‘vantagem negocial’ das mulheres resulta de persistentes “tradições feudais” e três décadas da política de filho único, que geraram um excedente de 33 milhões de homens na China.
Segundo a tradição chinesa, são os pais que transmitem o nome da família à geração seguinte, enquanto o apelido das mães não passa para os filhos. Como resultado, a maioria dos abortos feitos no país – 336 milhões desde 1971, segundo dados oficiais chineses – ocorreram com fetos do sexo feminino.
O desequilíbrio causou ainda um “tráfico de esposas” do Vietname para a China. A dificuldade em encontrar noivas chinesas leva homens do interior da China a procurar mulheres no país vizinho, alimentando uma rede de tráfico humano. Em 2014, cem vietnamitas fugiram depois de se casarem com chineses da cidade de Quzhou, na província de Hebei, incluindo a mulher que tinha arranjado os casamentos, arrecadando assim centenas de milhares de yuan.

Copo de água

Outra das situações que as autoridades estão a tentar controlar são os banquetes de casamento, que não podem exceder em custos 260 yuan por pessoa, assim como estabelecer um tecto máximo para os preços de bebidas alcoólicas e tabaco, de acordo com informação veiculada pelo Hebei Youth Daily.
As autoridades locais entendem que a medida é urgente de forma a responder à crescente dívida das famílias.
“A maioria das pessoas sobrevivem graças ao trabalho em pomares de pêras. Devido aos elevados preços das noivas, há quem na comunidade gaste todas as suas economias e se endivide”, refere ao Hebei Youth Daily o secretário do PCC da aldeia de Da’anliu , Liang Huabing

9 Ago 2018

Albergue SCM | “O Homem e o Arquitecto” homenageia Vicente Bravo

O Albergue SCM vai prestar homenagem a Vicente Bravo, com uma iniciativa intitulada “O Homem e o Arquitecto”. O evento, em português e em chinês, tem lugar pelas 15 horas. A apresentação vai ficar a cargo de Carlos Marreiros, Adalberto Tenreiro, Cheang Kun Wai, Fernando Botelho, Jay Ho Pui Kei, José Maneiras, José Silveirinha, Maria José Freitas e Nuno Soares. Vicente Bravo, que viveu cerca de três décadas em Macau, morreu a 28 de Julho em Portugal, aos 71 anos. A entrada é livre, mas devido a limitações de espaço, a organização recomenda aos interessados que realizem a pré-inscrição para garantir a participação no seminário.

9 Ago 2018

Teatro | Companhia da Chanca em Macau para o Encontro de Marionetas que se realiza em Setembro

É já no próximo mês que arranca mais um Encontro de Marionetas. De Portugal chega a Companhia da Chanca com “Sítio”, uma peça de teatro, sem falas, que narra a vida de uma aldeia no interior do país

 

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap]com “Sítio” que a Companhia da Chanca vai fazer a sua estreia em Macau no âmbito do Encontro de Marionetas no próximo mês. O espectáculo de teatro físico aborda a desertificação do interior do país, um problema que não se cinge apenas a Portugal.
Com dois actores em palco, mas sem uma única palavra durante 55 minutos, o espectáculo gira em torno de “um casal de idosos que mora numa aldeia isolada de Portugal que recebe um cartão a anunciar o nascimento do neto, algo que vai alterar a sua vida quotidiana rotinas diárias”, explicou ao HM o actor e co-fundador da Companhia da Chanca, André Louro, desvendando mais pormenores sobre a narrativa. “O casal resolve fazer uma encomenda, com brinquedos para o neto, com a história a passar também pela viagem epopeica até ao posto de correios mais próximo”, complementou.
“Sítio” é “um pouco o reflexo da nossa visão da aldeia”, sublinhou o artista que, a par da mulher, Catarina Santana, trocou Lisboa pelo interior de Portugal, fixando-se em Chanca, concelho de Penela, no distrito de Coimbra.
A receptividade ao espectáculo – em que são utilizadas máscaras larvares para representar o tema dos idosos – “tem sido muito engraçada”, realçou André Louro. “Até já tivemos pessoas a chorar no final. É muito interessante ver como as pessoas conseguem entrar neste universo”. “Sendo um espectáculo sem palavras, muitas vezes, os códigos são diferentes para cada um que acaba por reagir e interpretar à sua maneira”, observou.
Durante o Encontro de Marionetas, a Companhia de Chanca vai realizar dois espectáculos: um no Teatro D. Pedro V, no dia 9 de Setembro, segundo o programa provisório, e outro na Escola Portuguesa de Macau.
A experiência de ter crianças ou adolescentes como audiência também se tem revelado muito positiva: “A interpretação das crianças leva-as a zonas incríveis. Não que a história que constroem seja muito diferente do que pretendemos contar, mas a imaginação delas vai muito longe”.
A particularidade de ser um espectáculo sem falas também permite alcançar públicos de diferentes culturas, dado que “o ‘handicap’ da língua não existe”. “Claro que hoje em dia temos muitos espectáculos legendados, mas não deixa de ser uma barreira à compreensão, porque em vez de estarmos a olhar para os actores estamos a olhar para um texto, muitas vezes fora do palco ou fora de visão”, sublinhou André Louro.

Silêncio em tour

A vinda a Macau será, aliás, a segunda experiência fora de Portugal da companhia de teatro profissional, fundada em 2015, após a do Brasil, prevista para o final do mês. “É emocionante. Claro que estamos muito curiosos sobre como vai ser fazer isto noutras partes do mundo, em saber o que é que o público vai perceber e retirar do espectáculo”, realçou.
Sobre as expectativas relativamente ao espectador chinês, André Louro afirmou que lhe desperta “muita curiosidade”. “Não sabemos mesmo [o que esperar]. Eu estive apenas uma vez em Macau, com um espectáculo de dança e a reacção foi muito boa”, afirmou, referindo-se à coreografia “Nortada”, da Companhia de Olga Roriz, em que foi assistente da direcção artística, espectáculo que integrou o Festival de Artes em 2012.
O Encontro de Marionetas, organizado pela Casa de Portugal, arranca a 8 de Setembro. Segundo o programa provisório, o Encontro de Marionetas abre com espectáculos de marionetas com o grupo de Hong Kong HK Puppet and Shadow Art Center e com os tradicionais Robertos, com o artista local Sérgio Rolo, no Jardim Lou Lim Ieoc. Depois de “Sítio” da Companhia da Chanca, no dia seguinte, no Teatro D. Pedro V, segue-se o espectáculo “O Circo”, de Elisa Vilaça, no dia 15, no Conservatório, estando previstas duas sessões para bebés e crianças. Entre 16 e 22 de Setembro vai ter lugar uma exposição interactiva de histórias contadas e recontadas por Elisa Vilaça, com dias dedicados a escolas e outros ao público em geral.

9 Ago 2018

Meteorologia | Inundações no Porto Interior no fim-de-semana

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos prevê inundações no Porto Interior, segundo explicou, ontem, Vera Varela, porta-voz destes serviços ao canal de rádio da TDM, que acrescentou que o tempo será também instável nos próximos dias. “Está a desenvolver-se, no Mar do Sul da China, uma área de baixa pressão e vai mover-se lentamente para Norte e vai trazer tempo instável para a região. Este tempo instável vai ser agravado também pela maré astronómica e pelos ventos fortes que podem trazer inundações para a zona do Porto Interior entre os dias 10 e 13 de Agosto”, indicou Vera Varela. Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos recomendam que as pessoas estejam atentas à informação divulgada e que tomem as devidas precauções.

9 Ago 2018

Jogo | Receitas da Galaxy sobem 25 por cento no primeiro semestre

O grupo Galaxy Entertainment (GEG) anunciou ontem receitas líquidas de 28,1 mil milhões de dólares de Hong Kong no primeiro semestre, mais 25 por cento comparativamente ao período homólogo de 2017.
De acordo com o comunicado divulgado pelo grupo, à bolsa de valores de Hong Kong, o EBITDA ajustado (lucros antes de impostos, amortizações e depreciações) aumentou 34 por cento relativamente aos meses de Janeiro a Junho de 2017, para 8,6 mil milhões de dólares de Hong Kong. As receitas globais provenientes do jogo no primeiro semestre totalizaram 34,3 mil milhões de dólares de Hong Kong, mais 30 por cento que no período homólogo de 2017.
As receitas de jogo do segmento VIP (grandes apostas) totalizaram 19,6 mil milhões de dólares de Hong Kong, uma subida de 41 por cento em relação aos meses de Janeiro a Junho de 2017, enquanto as do mercado de massas subiram 18 por cento para 13,5 milhões de dólares de Hong Kong. O grupo mostrou-se satisfeito “pelos resultados sólidos (…), apesar dos problemas macroeconómicos causados pelas tensões comerciais globais”.
Em 2017, a operadora registou lucros de 10,5 mil milhões de dólares de Hong Kong, mais 67 por cento do que em 2016

9 Ago 2018

FMI | Macau terá o maior rendimento ‘per capita’ do mundo em 2020

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou que Macau registe em 2020 o maior rendimento ‘per capita’ do mundo, destronando o Qatar, de acordo com as últimas projecções da instituição. Os dados divulgados pelo FMI a 27 de Julho, agora alvo de análise, indicam que Macau apresenta neste momento um rendimento ‘per capita’ de 105 mil euros, só ultrapassado pelo Qatar, com 111 mil euros. Em 2020, o rendimento ‘per capita’ de Macau deverá subir para os 124 mil euros, quase o triplo da média das economias mais avançadas como a Austrália, Estados Unidos, Áustria, Reino Unido e China continental. O FMI calcula que a outra região especial administrativa chinesa, Honk Kong, deverá apresentar em 2020 um montante ‘per capita’ inferior a metade do de Macau, ocupando o 10.º lugar, enquanto o de Portugal não chegará aos 30 mil euros anuais de rendimento por habitante, ficando-se pelo 46.º posto.

 

 

9 Ago 2018

Canídromo | Cuidado e alojamento dos cães motiva queixa no CCAC

O Comissariado contra a Corrupção (CCAC) confirmou ontem ter recebido uma queixa sobre o cuidado e alojamento dos galgos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s suspeitas de que existe alguém a lucrar, em teoria ilicitamente, com os tratamentos aos galgos do Canídromo, estarão na base da queixa apresentada ao CCAC, revelou ontem a imprensa de Hong Kong, citando a autora, Zoe Tang, ex-funcionária da Sociedade Protectora dos Animais – Anima. A organização, liderada por Albano Martins, demarca-se das acusações, sublinhando que nada tem a ver com o caso.
Ao HM, o CCAC confirmou ter recebido uma queixa “sobre o cuidado e alojamento dos galgos”, sem esclarecer, porém, os visados. Na mesma resposta, o CCAC acrescenta apenas que a participação “será acompanhada em conformidade com os procedimentos estabelecidos”. Ao longo do dia de ontem, o HM tentou chegar à fala com Zoe Tang, mas tal não foi possível até ao fecho desta edição.
“A Anima não tem nada a ver com isso”, porque “não trata de contrato de veterinários”, reagiu o presidente da organização, Albano Martins ao HM. “Em relação a esse esquema, eu não sei do que ela está a falar. Se sabe de alguma coisa relativamente a alguém que se misturou com veterinários privados e há corrupção ela deve denunciar. Eu não tenho nada que me imiscuir nisso”, afirmou.

Confusões criadas

Tudo terá começado depois de, face à insuficiência de recursos humanos do IACM, Zoe Tang ter sugerido um veterinário de uma clínica privada para trabalhar gratuitamente como voluntário no Canídromo, uma proposta que não foi aceite. O veterinário foi contratado pela Yat Yuen, algo que terá causado estranheza a Zoe Tang.
“Nós recusamos, mas dissemos-lhe que poderia trabalhar cá se o empregador autorizasse que trabalhasse como voluntário, gratuitamente, dado que era um não residente”, afirmou Albano Martins. “Por força da lei laboral, temos que ter a certeza que a entidade empregadora não iria criar problemas”, acrescentou. Segundo o responsável da Anima, quando a ex-funcionária começou a falar sobre isso, “as pessoas dessa clínica recuaram”, dada a “grande confusão”, criando “um problema dos diabos”. “Neste momento, se o IACM não quisesse ajudar não teríamos veterinários”, frisou Albano Martins.
“É lamentável que ela esteja a envolver outras organizações e outras pessoas. A função dela é comunicar ao CCAC qualquer suspeita, mas continuar a fazer o seu trabalho sem criar confusões”, afirmou, lamentando a falta de diálogo por parte de Zoe Tang.
“Já há pessoas a dizer que eu também sou corrupto! Eu sou corrupto dos galgos: há oito anos que me pagaram para os salvar, deram-me uma nota preta e estou agora a pagar dívida que tenho para com eles”, ironizou

9 Ago 2018

Ciência e Tecnologia | Rui Martins, da UM, nomeado para Conselho

[dropcap style=’circle’]R[/dropcap]ui Martins, vice-reitor da Universidade de Macau (UM) para os Assuntos Académicos, foi nomeado como membro do Conselho de Ciência e Tecnologia por um período de dois anos, a contar desde ontem. Além de Rui Martins, o despacho publicado ontem em Boletim Oficial (BO) dá conta da nomeação de um total de 18 personalidades, tal como Peter Lam, ligado ao Conselho da UM, ou Ho Sio Kam, ex-deputada nomeada à Assembleia Legislativa em representação do sector educativo

9 Ago 2018

Banca | Lucros do BNU diminuíram 3,1 por cento no primeiro semestre

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Banco Nacional Ultramarino (BNU) fechou o primeiro semestre do ano com lucros de 310,8 milhões de patacas, contra 320,9 milhões apurados em igual período do ano passado, o que representa uma diminuição de 3,1 por cento. Segundo o balancete, a 30 de Junho, publicado ontem em Boletim Oficial, o BNU registou proveitos de 846,3 milhões de patacas e custos de 535,5 milhões. O BNU, do grupo Caixa Geral de Depósitos, fechou 2017 com lucros de 706 milhões de patacas, mais 26 por cento do que no ano anterior. O BNU é, a par com o Banco da China, banco emissor de moeda em Macau, contando actualmente com duas dezenas de agências, incluindo uma na Ilha da Montanha, em Zhuhai

9 Ago 2018

Criptomoeda | Pereira Coutinho esteve presente em seminário na ATFPM

Diz que não está envolvido no alegado caso de fraude e que a associação a que preside cedeu apenas o espaço para o seminário sobre investimentos em criptomoeda, mas fotos enviadas ao HM revelam que o presidente da ATFPM e deputado esteve presente no seminário e até discursou

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]utilização da sede da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) para um seminário de promoção ao investimento na criptomoeda, que defraudou 70 pessoas de Macau que investiram milhões, continua a gerar polémica. Fotos a que o HM teve acesso, e que já foram apagadas das redes sociais, revelam que José Pereira Coutinho, presidente da ATFPM e deputado à Assembleia Legislativa, esteve presente no seminário e até discursou ao lado de Rita Santos, membro da direcção da ATFPM e uma das lesadas.
Confrontado com estas imagens, o deputado voltou a referir que nada tem a ver com este assunto e que marcou presença no seminário, mas que esteve “de passagem”. Pereira Coutinho também não fez quaisquer comentários sobre o facto da imagem da ATFPM estar associada aos materiais promocionais do seminário.
O HM tentou também chegar à fala com Rita Santos, que durante o dia não atendeu o telefone ou respondeu às chamadas. Contudo, a presidente da assembleia-geral da ATFPM reagiu na sua página pessoal de Facebook, bem como na página do Conselho das Comunidades Portuguesas, do qual faz parte.
“Ultimamente, os meios de comunicação social têm mencionado o meu nome sobre o caso de Cryptocurrency Mining. Gostaria de vos informar que apresentei queixa na qualidade de investidora na compra de máquinas de Crytocurrency Mining e estou a colaborar com as autoridades policiais de Macau e Hong Kong , a pedido delas, no sentido de apurar as responsabilidades da empresa e pessoas que nos causaram estes prejuízos.”

Pereira Coutinho (primeiro à direita) marcou presença no seminário. Foto: DR

Rita Santos afirma nada mais ter a acrescentar porque o caso está a ser investigado pelas autoridades policiais de Macau e Hong Kong. “Não é apropriado prestar declarações públicas. Devemos deixar as autoridades trabalharem e concretizarem as medidas adequadas para a salvaguarda dos direitos de todos os investidores, incluindo eu própria e vários membros da minha família. Muito obrigada pela vossa compreensão e continuo a contar com o vosso apoio moral para que eu possa enfrentar esta fase tão difícil da minha vida.”
Ontem o fundador da ATFPM, Jorge Fão, revelou estar muito incomodado com a utilização da sede que ajudou a fundar, e que visa defender os direitos dos funcionários públicos. Mas não é apenas Jorge Fão que está importunado: vários associados também não estão contentes. Apesar disso, apenas um associado de longa data aceitou falar com o HM, mas sob anonimato.
“Estou mais que amargurado e incomodado com esta atitude de Pereira Coutinho e Rita Santos”, confessou. “Prega-se a moralidade a outros, critica-se o Governo, e agora estamos nisto. Sinto-me encurralado por estes comportamentos e agora vem a ATFPM sacudir a água do capote”, adiantou.

Empresa queria expandir-se

O HM teve também acesso ao teor das mensagens que foram enviadas e partilhadas nas redes sociais. Uma delas faz referências aos planos de expansão da empresa Forger Tech, de Hong Kong, a qual é detida em 10 por cento por Frederico Rosário.
“Estamos a lançar novos planos para apoiar a nossa expansão e necessidades de crescimento. O mercado da criptomoeda tem estado em desenvolvimento (…) para manter a nossa competitividade, estamos a adquirir sistemas mais avançados, pois não somos mais uma pequena empresa. Vamos necessitar de mais funcionários, espaço arrendado, electricidade e a finalização do projecto requer gestão de micro risco. O nosso objectivo é tornarmo-nos um emissor de títulos de criptomoeda!”, lê-se na mensagem publicada no Facebook.
Rita Santos assinou por baixo de mensagens, na qualidade de membro da direcção da ATFPM, que convidava à participação no evento que lhes iria dar ensinamentos na área das finanças. Mais uma vez, o nome da ATFPM aparece. “A ATFPM e a progressive electronic arena vão em conjunto organizar um colóquio técnico sobre criptomoeda no dia 14 de Janeiro”, lê-se.

Artigo editado com a alteração do nome da associação Growup eSports para a empresa Forger Tech

9 Ago 2018

Petição contra armazém de substâncias perigosas entregue hoje

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m grupo de moradores da zona de Seac Pai Van, que rejeita viver junto ao planeado depósito e armazém provisório de substâncias perigosas, vai entregar hoje uma nova petição na Assembleia Legislativa contra a intenção do Governo.
O conteúdo da missiva, a apresentar hoje ao hemiciclo, vai ser semelhante ao da petição, com mais de 7.000 assinaturas, entregue, na passada semana, na sede do Governo, mas também em parte como reacção às declarações do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário.
“O conteúdo é idêntico [à petição anterior], mas em parte responde também ao secretário. Não recebemos qualquer resposta satisfatória por parte do Governo até ao momento, pelo que decidimos entregar uma nova petição na Assembleia Legislativa, aproveitando a oportunidade de exposição”, afirmou a porta-voz do grupo de moradores, Edith Mak, ao HM.
A petição vai ser entregue no mesmo dia em que o Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, vai ao hemiciclo para uma sessão de perguntas e respostas sobre as Linhas de Acção Governativa (LAG) e assuntos sociais.
Além da petição de hoje, o grupo de moradores, que sustenta que as controversas instalações a erigir na zona do Parque Industrial da Concórdia vão distar menos de 200 metros da casa mais próxima, vai realizar uma concentração no próximo domingo, junto ao complexo de habitação pública. “Neste momento, são estas as acções que temos planeadas e confirmadas, mas não descartamos adoptar outras, tais como realizar uma manifestação, caso continuemos sem receber uma resposta directa do Governo”, sublinhou a mesma responsável.
O Executivo seleccionou dois terrenos para a construção de um depósito e armazém de substâncias perigosas – um na Avenida Marginal Flor de Lótus e outro na Estrada do Dique Oeste –, cujas plantas de condições urbanísticas foram aprovadas, a 18 de Julho, pelo Conselho de Planeamento Urbanístico.
Em declarações aos jornalistas, também na semana passada, o secretário para os Transportes e Obras Públicas afirmou que, uma vez aprovadas as plantas, será iniciada a fase de projecto. Não obstante, quando questionado sobre a possibilidade do plano ser revogado, tal como sucedeu com o crematório, Raimundo do Rosário respondeu: “Até as leis se podem mudar. Tudo se pode mudar”.

9 Ago 2018

UNESCO | Pedida classificação de Circuito da Guia como Património da Humanidade

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação para a Promoção e Desenvolvimento do Circuito da Guia de Macau (APDCGM) esteve reunida com representantes do Instituto Cultural (IC) e apresentou uma proposta para que o Circuito da Guia seja classificado como Património da Humanidade da UNESCO. Ao HM, José Estorninho, presidente da APDCGM, justificou o pedido com as singularidades do traçado, o contexto cultural e com o facto de ser o circuito citadino mais antigo da Ásia.
“O traçado é um legado patrimonial e histórico, visto que foi o primeiro no extremo oriente e por isso justifica-se que seja classificado Património da Humanidade. Estamos aqui a entregar esta proposta, porque entendemos que também cabe à sociedade civil ter uma atenção para valorizar o circuito a nível mundial”, disse José Estorninho, que se fez acompanhar por Carlos Rodrigues, Presidente do Conselho Fiscal da APDCGM, na entrega da carta com a proposta.
“Os representantes do IC mostraram-se muito interessados e prestaram muito atenção à questão da classificação. No entanto, sabemos que há uma lista de propostas para ser analisada e entendemos que há outros processos em fila de espera, pelo que é expectável que tudo leve algum tempo”, acrescentou.
Contudo, o presidente da APDCGM mostrou-se confiante quanto à receptividade do Governo para a proposta e revelou que o próprio secretário para os Assuntos Sociais e Cultural, Alexis Tam, se interessou pela iniciativa. “Tivemos um apoio formal do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Ele teve a amabilidade de aceitar o nosso projecto com muita abertura e atenção. Não temos dúvidas que vamos ter um forte apoio do Governo”, considerou José Estorninho.

Primeiro circuito citadino

Entre os argumentos utilizados pela APDCGM está o legado que o Circuito da Guia representa, principalmente no ano em que se celebra a 65.ª edição do Grande Prémio. A proposta é justificada com o “legado cultural e histórico da cidade de Macau”, com a “importância e dimensão” que “a preservação tem para a cidade” assim como o facto de ter sido “um dos factores de maior projecção de Macau no exterior”.
Por outro lado, são destacados todos os monumentos que se encontram ao longo da extensão de 6,2 quilómetros, como o Farol da Guia, Quartel de São Francisco, Cemitério dos Parses, Escola Ling Nam, Fontanário da Guia ou Miradouro Dona Maria II.
A carta deixada ainda no instituto liderado por Mok Ian Ian sublinha que o circuito citadino é “o primeiro e o mais antigo em toda a Ásia, com características ímpares, quer em termos de valores culturais, quer em termos humanos”

9 Ago 2018

Junkets | Lista de devedores pendente

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]processo para criar uma lista interna com os nomes dos principais devedores aos promotores de jogo, conhecidos como junkets, está “pendente” e ainda tem dificuldades ao nível dos “dados pessoais” para ultrapassar. O ponto da situação foi feito, ontem, por Paulo Martins Chan, director dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos. “Houve conversações entre a associação [de promotores de jogo] e o Gabinete da Protecção de Dados Pessoais [GPDP] mas ainda há algumas dificuldades que precisam de ser ultrapassadas. É um processo pendente”, disse o director da DICJ. “A ultrapassagem dessas dificuldades vai depender das negociações entre a associação e o GPDP. Essencialmente, as dificuldades estão centradas na partilha de dados pessoais”, acrescentou

 

 

 

 

 

9 Ago 2018