Hoje Macau China / ÁsiaChina e Canadá iniciam negociações para Acordo de Comércio Livre [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China e o Canadá podem iniciar negociações para um acordo de livre comércio durante a visita do primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau à China, embora haja ainda muito a fazer antes das duas partes atingirem consensos, segundo declarações de especialistas ao Global Times. Trudeau chegou à China para a sua segunda visita ao país, que durará até quinta-feira. A imprensa estrangeira considerou a visita como uma boa oportunidade para os dois países iniciarem negociações em torno do livre comércio. O portal de notícias cbcnews, avançou no sábado que se avizinha um período “frutífero” para dar início a negociações formais entre ambos os países. De acordo com Bai Ming, pesquisador na Academia Chinesa de Cooperação Internacional Comercial e Económica, a promoção das negociações do Acordo de Livre Comércio beneficiará ambas as partes. “A China depende de várias importações do Canadá, tais como madeira, frutos do mar e minerais. Por outro lado, o Canadá precisa também do mercado e do capital chinês”, disse Bai. O comércio entre a China e o Canadá aumentou 14,2% anualmente para 42,4 bilhões de dólares nos primeiros 10 meses deste ano, segundo dados alfandegários publicados no dia 8 de Novembro. Actualmente, a China é o segundo maior parceiro comercial do Canadá. Bai indicou ainda que o Canadá se distanciou dos EUA devido à retirada da administração de Trump da Parceria Transpacífico no início deste ano e da sua posição intransigente no Tratado de Livre Comércio da América do Norte. Tal situação, refere, motivará o Canadá a estabelecer laços mais estreitos com a China. Além do comércio, a visita de Trudeau deverá também estar na base de um conjunto de acordos comerciais entre empresas canadenses e chinesas nas áreas da tecnologia limpa e do turismo, de acordo com a imprensa estrangeira. No entanto, Bai afirmou que a China não deve ser tão optimista sobre os resultados das negociações do Acordo do Livre Comércio durante a visita de Trudeau. “Os dois países estão agora a estudar a viabilidade do Acordo de Livre Comércio, mas há uma grande distância até à implementação real”, disse Bai, acrescentando que deverão haver rodadas de negociações antes do estabelecimento da cooperação. Reportagens da imprensa estrangeira indicam também que o governo canadiano tem ainda algumas ressalvas sobre a assinatura de um acordo de livre comércio com a China. O Wall Street Journal citou um porta-voz do ministro do Comércio, dizendo que “estão a estudar a complexidade do desafio, a escala das oportunidades de criação de empregos e as realidades apresentadas por esse mercado único [China]”.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeJogo | Neto Valente fala do potencial interesse de empresas da China O futuro da actual legislação sobre o jogo esteve ontem em debate na Universidade de Macau. À margem do evento, o presidente da Associação dos Advogados lembrou que “é possível que [as empresas chinesas] não resistam a querer entrar no sector do jogo”. Quanto aos junkets, é legítimo que venham a participar nos concursos públicos para as novas concessões, caso não existam alterações jurídicas [dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]ue futuro para o Direito do Jogo em Macau e, sobretudo, para as operadoras que detêm as actuais concessões de exploração dos casinos? Este foi o tema em debate na conferência “As reformas jurídicas de Macau no contexto global – o Direito do Jogo”, a decorrer até hoje na Universidade de Macau e organizada pela Fundação Rui Cunha. Jorge Neto Valente, presidente da Associação dos Advogados de Macau (AAM), disse ao HM que o futuro aponta para a necessidade de alterações ao actual regime jurídico, sendo que tudo depende da vontade do Executivo. “A disposição do Governo para alterar a lei depende de orientações a definir, talvez não só em Macau e no âmbito da autonomia de que o território goza, mas também com alguma palavra do Governo Central. Aqui cabe tudo”, disse o causídico. Neto Valente acrescentou ainda que “num ambiente de integração, planificação e intervenção, trata-se de um aspecto que é crucial para Macau e que depende não só do território como da própria região asiática, mas depende do papel que a China quiser que Macau tenha e que quer que venha a ter, e dentro disso dirá que sim ou não”. Actualmente, é a própria China que tem interesses na indústria do jogo local, principalmente “numa altura em que todas as grandes empresas chinesas estão presentes em Macau e em que os camaradas ambicionam vir para cá exercer as suas actividades, muitas vezes em prejuízo dos camaradas locais, é possível que também não resistam a querer entrar no sector do jogo”, apontou Jorge Neto Valente. Junkets de olhos abertos Outra questão que se coloca é a possibilidade dos junkets terem interesse em assinar contratos de concessão. “É sabido que os grande promotores têm aspirações a ser concessionários”, frisou Neto Valente. No entanto esta seria uma área que deve ser tratada com algum cuidado, até porque “não foi benéfico para o desenvolvimento da actividade, para o Governo e para a sociedade que esta actividade tenha sido desregulada durante tantos anos”. Mantendo-se a lei, é legítimo que os junkets possam vir a ter as suas concessões através de concurso público, considera. O presidente da AAM defendeu ainda que o problema da legislação é mais abrangente e inclui a confiança da sociedade em relação à capacidade do Executivo para seguir a lei em vigor. “As pessoas, no fundo, estão pouco crentes de que o Governo faça o que está na lei, que é fazer um novo concurso, com reversão total de tudo o que é do jogo dos actuais concessionários para a região, e depois começar vida nova,”, apontou. Por outro lado, o actual regime apresenta outro tipo de limitações e que têm que ver com as características físicas e capacidade do território. Para Jorge Neto Valente, falar de casinos e exigir a diversificação económica nos serviços que prestam implicou a criação de novos conceitos em Macau, nomeadamente o de resorts integrados. No entanto, “se houver um concurso com novos convites e novos operadores o que é que eles vão oferecer? Mais trinta mil hotéis? Mais resorts? Onde, no mar? Na Ilha da Montanha? O que é que se vai passar nos aterros que vão demorar anos e anos para serem feitos?”, questionou. A ideia é partilhada pelo académico Jorge Godinho, docente da Universidade de Macau. “O concurso só faz sentido se for para abrir novas concessões a mais operadoras”, disse na conferência de ontem. No entanto, “não há espaço, não há terra”. No que respeita ao lote 108 no cotai, que ainda se encontra por desenvolver, Jorge Godinho considera que deve ser aproveitado para “uma obra de grande interesse turístico”. O académico levanta a questão se, considerando o concurso público e a lógica de abertura das concessões do jogo a mais operadoras, será possível uma concessão com um plano de investimento extra territorial. A ideia não é pôr os casinos fora do território, mas conseguir que as estruturas de apoios, nomeadamente ligadas à hotelaria e restauração, possam crescer além fronteira, nomeadamente na Ilha da Montanha.
Hoje Macau China / ÁsiaIdeólogo-chave do regime defende regras equilibradas para a Internet [dropcap style≠’circle’]W[/dropcap]ang Huning, considerado o arquitecto da ideologia oficial do regime chinês nas últimas duas décadas, apelou este fim-de-semana a regras “mais equilibradas” para o ciberespaço, numa rara intervenção pública. Wang, 62 anos, um dos principais assessores políticos para três presidentes da China – Jiang Zemin, Hu Jintao e Xi Jinping -, é visto como um estrategista-chave do regime e teólogo defensor do carácter autocrático da liderança chinesa, mas raramente faz discursos em público. No domingo, durante a Conferência Mundial sobre Internet, que decorre na cidade de Wuzhen, costa leste da China, Wang apelou a “regras mais equilibradas” para o ciberespaço. “A China está contente por trabalhar com a comunidade internacional para definir regras internacionais mais equilibradas e que melhor reflectem os interesses de todas as partes”, afirmou. Wang Huning apelou ainda por “ordem e segurança” na Internet, sublinhando o direito de cada país de controlar o seu ciberespaço, perante executivos de multinacionais como a Apple e Google. A censura imposta por Pequim no ciberespaço resulta no bloqueio de vários portais estrangeiros e alguns serviços de “gigantes” do setor, como o Facebook, Google ou Twitter. A aparição de Wang surge um mês após a sua ascensão ao Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC), a cúpula do poder na China, apesar de nunca ter sido governador de província ou tido a tutela de um ministério. Antigo professor de Direito na Universidade de Fudan, em Xangai, o trabalho de Wang Huning começou a ganhar notoriedade nos anos 1980, ao defender que a China precisa de um Estado forte e autoritário para recuperar a sua grandeza. Num artigo publicado em 1988, Wang escreve que um modelo de liderança centralizada é melhor de que o modelo “democrático e descentralizado”, porque permite às autoridades maior eficiência na distribuição de recursos e promoção de um rápido crescimento. Wang entrou para a política pela mão de Jiang Zemin, então chefe do PCC em Xangai, e que se tornou Presidente da China depois da sangrenta repressão do movimento pró-democracia de Tiananmen, em 1989. Uma liderança unificada “pode prevenir conflitos desnecessários entre ideias diferentes”, defende Wang no referido artigo. Um sistema autocrático ajuda as autoridades a “reagir prontamente a todo o tipo de situações urgentes e imprevistas” e adotar “ações contundentes que previnam instabilidades e fragmentação durante a modernização” do país, defende.
João Santos Filipe Manchete PolíticaSuspensão de Sulu Sou: Polícias “espiaram” deputados e jornalistas dentro da AL [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o dia de ontem alguns polícias à paisana captaram imagens de Sulu Sou e dos jornalistas, dentro da Assembleia Legislativa, como acontece durante as manifestações. O caso gerou alguma confusão no hemiciclo, quando dois dos agentes foram abordados pelo deputado suspenso. Nesse momento a mulher que tinha a câmara na mão retirou-se para trás, para junto de um colega, e arrumou o material na mochila. A mesma acabou por fugir, quando se tornou o foco das atenções dos órgãos de comunicação social, ficando o colega para trás, que admitiu ser polícia. O HM questionou o Gabinete do Secretário da Segurança, Wong Sio Chak, sobre o assunto, que remeteu as respostas para a Polícia de Segurança Pública. Por sua vez, a PSP não deu uma réplica às perguntas colocadas em tempo útil. Também o deputado José Pereira Coutinho comentou, ao HM, o caso e considerou que não se justifica tamanho aparato dentro da Assembleia Legislativa. “Não percebo este aparato policial. Nunca houve necessidade de haver polícias para protegerem os deputados. Também nunca verifiquei que o pessoal responsável pela segurança interna da assembleia tivesse sentido, no passado, dificuldades em manter a segurança. É um exagero”, disse José Pereira Coutinho, ao HM. “Não há indícios que justifiquem este aparato policial. Já estou habituado a ser filmado pela polícia. É uma questão que não me importuna. Mas não percebo porque estão tantos políticas dentro da assembleia”, acrescentou.
Hoje Macau EventosNova Iorque : Ópera Metropolitana suspende maestro James Levine [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Ópera Metropolitana de Nova Iorque suspendeu no domingo toda a colaboração com o maestro James Levine, alvo de denúncias de agressões sexuais. Em comunicado, o director-geral da ‘Met’ anunciou que James Levine vai sair do cartaz desta época e que um antigo procurador foi chamado para analisar as denúncias feitas contra o maestro. “Com base nestas novas informações, a ‘Met’ tomou a decisão de actuar a partir de agora, enquanto aguarda os resultados do inquérito”, declarou Peter Gelb. “É uma tragédia para todos cuja vida foi afetada”, acrescentou. O antigo procurador do estado de Nova Iorque Robert J. Cleary foi encarregado pela direção da ‘Met’ de conduzir o inquérito. Cleary foi o responsável da acusação no caso de Ted Kaczynski, conhecido como “Unabomber”, que perpetrou vários atentados com pacotes armadilhados e foi condenado a prisão perpétua em 1998. Em 2016, um relatório policial referia as denúncias de agressões sexuais, mas “James Levine afirmou que eram acusações totalmente falsas”, indicou o comunicado. A alegada vítima, que mantém o anonimato, disse à polícia de Illinois que os factos teriam começado em 1985, quando tinha 15 anos e o maestro 41, e continuado até 1993, de acordo com os jornais New York Post e The New York Times. No final da época 2015-16, Levine reformou-se após uma carreira de 40 anos na ‘Met’, onde começou em 1971, dirigindo mais de 2.500 apresentações de quase 85 óperas diferentes. O maestro exercia ainda o cargo de director musical honorário da ‘Met’. Desde que foi divulgado o caso do produtor de Hollywood Harvey Weinstein, em Outubro, vários escândalos relacionados com acusações de assédio, agressão sexual e até mesmo de violação foram denunciados em diversos países.
João Santos Filipe Manchete PolíticaSuspensão de Sulu Sou | 28 deputados deixam 9123 eleitores sem representação A Assembleia Legislativa aprovou a suspensão do mandato de Sulu Sou, com 28 votos a favor e 4 contra. Após os resultados terem sido anunciados, gerou-se um clima de tensão com alguns dos deputados a mostrarem semblantes carregados [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] mandato de Sulu Sou foi ontem suspenso por tempo indeterminado, após uma votação secreta na Assembleia Legislativa e um debate que teve a duração de duas horas. Entre os 32 deputados votantes, 28 apoiaram a suspensão e 4 foram contra a suspensão. No final, conhecidos os resultados, ficou um misto de silêncio e apreensão entre os deputados, com a maioria a deixar o hemiciclo com um semblante carregado. A suspensão do mandato tem efeito imediato, e Sulu Sou já não pode participar hoje no debate das Linhas de Acção Governativa para as áreas dos Transportes e Obras Públicas. Nas semanas que antecederam a votação, Sulu Sou tinha revelado que quatro deputados lhe tinham confessado ir votar pela não suspensão: José Pereira Coutinho, Au Kam San, Ng Kuok Cheong e Agnes Lam. Como a votação foi feita de forma secreta, não é possível verificar o sentido dos votos, no entanto, o número de votos contra a suspensão do mandato bate certo com as palavras do pró-democrata. Em relação à discussão que antecedeu a votação, foram poucos os deputados que admitiram o sentido de voto ou expressaram qualquer ideia. À excepção das perguntas sobre os procedimentos legais de Ella Lei, ligada aos Operários, e Agnes Lam, apenas José Pereira Coutinho e Ng Kuok Cheong, exprimiram o seu sentido de voto, entre os deputados eleitos pela via directa. Por sua vez, Ng Kuok Cheong defendeu que o deputado deveria continuar a exercer o mandato até ao fim, se essa fosse a sua vontade, e depois prestar contas à justiça: “O crime de que o deputado é acusado não envolve violência, também me parece que não está relacionado com a independência de Macau”, começou por dizer. “Nestas circunstâncias, se o deputado envolvido assim desejar, deve cumprir o seu mandato e trabalhar arduamente. Creio que devemos respeitá-lo. Não estão em causa nem crimes de corrupção nem de violência,” defendeu. Já Sulu Sou, na primeira intervenção, afirmou que estava determinado a cumprir o mandato e destacou a importância da imunidade parlamentar: “A imunidade visa defender a dignidade e a independência da AL face ao poder Executivo”, frisou. “Esta suspensão do mandato não é só sobre mim, é relevante para mim e para toda a Assembleia Legislativa”, acrescentou. Aparente censura Por sua vez, José Pereira Coutinho mostrou-se contra o parecer da Comissão de Regimento e Mandatos sobre o caso, que sublinhou não ter respeitado o Direito de defesa de Sulu Sou. “O deputado Sulu Sou usou da palavra da comissão porque eu pedi autorização ao presidente da comissão. Mas no parecer, as suas intervenções não foram transcritas na totalidade, aparentando ser de alguma forma uma censura”, acusou Pereira Coutinho. “A comissão também disse que não dava uma opinião sobre o assunto, para não violar a liberdade de consciência dos deputados. Isto é ridículo, porque se assim fosse, sempre que as seis comissões dão uma opinião no parecer, estavam a violar esse princípio de liberdade de consciência dos deputados”, atacou. Perante as críticas, Kou Hoi In e Vong Hin Fai, presidente e secretário da comissão em causa, defenderam o trabalho realizado. Vong pediu mesmo, a certo ponto, que Coutinho fosse ler os documentos legais que regulam o funcionamento do hemiciclo. Utilizando também a palavra “ridículo”, perante os argumentos de Coutinho. Contudo tanto Vong como Kou não mencionaram qualquer posição em relação ao caso e ao sentido de voto. Nomeados e indirectos contra No que diz respeito aos deputados nomeados e eleitos indirectamente, Iau Teng Pio e José Chui Sai Peng tiveram intervenções justificativas da suspensão do mandato. “Como docente estou triste. Espero que os jovens com idades entre 18 e 20 anos possam crescer de forma saudável e sem problemas. Hoje [ontem] não queria estar aqui a assistir a este tipo de cenas”, afirmou Iau Teng Pio, deputado nomeado por Chui Sai On. Já Chui Sai Peng, deputado eleito pela via indirecta e primo do Chefe do Executivo, acusou Sulu Sou de ter escondido que tinha um caso em tribunal. “Se sabia da acusação, antes das eleições, o deputado deveria ter esclarecido o público para que os eleitores tivessem podido optar por outras alternativas”, afirmou José Chui Sai Peng. “As imunidades são para salvaguardar as intervenções dos deputados, mesmo que sejam ao contrárias às do Governo. O prestígio da Assembleia Legislativa não deve ser ameaçado com uma suspensão”, acrescentou Chui. Com esta decisão, Sulu Sou vai ter de participar no julgamento que estava originalmente marcado para 28 de Novembro, mas foi adiado. O deputado suspenso é acusado de um crime de desobediência qualificada, devido à participação numa manifestação contra o donativo da Fundação Macau à Universidade de Jinan. A suspensão vai estar em vigor até à transição em julgado do caso, ou seja após a decisão do tribunal, caso não haja recursos, ou até que o Tribunal de Última Instância delibere uma decisão. Sulu Sou tinha sido eleito em Setembro com um total de 9123 votos. As reacções dos deputados José Pereira Coutinho: “Estou desiludido” “Foram quatro votos a favor e estou desiludido, parece que estive a falar para as paredes. Eram questões pertinentes que os meus colegas não ouviram. É o sentimento que tenho agora, depois do fim do Plenário. Votei contra a suspensão e disse-o abertamente ao deputado Sulu Sou, assim como aos meus colegas”, afirmou o deputado José Pereira Coutinho, ontem, ao HM. “Esforcei-me ao máximo para que os meus colegas prestassem atenção às questões políticas, jurídicas e ao impacto social que resulta da suspensão do mandato. É uma pena que a Assembleia Legislativa não tenha compreendido a importância da suspensão. Poderia ter-se enveredado pela suspensão do procedimento criminal”, opinou. Chui Sai Peng: Maioria deve ser seguida Chui Sai Peng considerou que a suspensão teve o aval da maioria da Assembleia Legislativa e como tal deve ser respeitada. O primo de Chui Sai On, que é eleito pela via indirecta, recusou ainda dizer se concorda ou com o veredicto chegado. “Respeito a decisão tomada pela Assembleia Legislativa. Foi uma decisão colectiva. Houve alguns deputados em desacordo, mas houve maioria e deve ser seguida”, afirmou. “A partir de agora [esta decisão] é a única escolha que temos. Não temos outra alternativa, houve uma votação colectiva”, complementou. Au Kam San: “Acusação política” Durante o debate, o democrata Au Kam San manteve-se em silêncio, limitando-se a votar. No final, o legislador explicou que já tinha dito tudo ao secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, durante as LAG do sector. “Já não havia nada para dizer”, contou Au Kam San, ao HM. “Em relação à suspensão da função do deputado Sulu Sou, eu lamento por ser uma acusação política, com que não concordo”, afirmou. “Quando Wong Sio Chak veio à AL, comentei o assunto como acusação política. Por isso, não havia nada para dizer”, frisou. O também pró-democrata considerou ainda que o caso não terá grandes consequências ao nível dos trabalhos legislativos. Chan Chak Mo: “Julgamento independente” Chan Chak Mo Chan Chak Mo, deputado eleito pela via indirecta, admitiu não ter certezas sobre o melhor desfecho para a votação de ontem. Após a votação, o membro da AL limitou-se a dizer que há uma maioria que tem de ser respeitada, e que haverá um julgamento independente. “Não sei responder se este é o melhor desfecho. A votação foi secreta. Como é que eu posso dizer qual é o melhor desfecho? O melhor desfecho para mim, pode não ser o melhor desfecho para outras pessoas”, disse Chan. “O tribunal vai conduzir um julgamento independente. Sobre isso temos a certeza. A lei é a lei. Não acho que possamos ignorar a lei, ele ainda não é culpado”, considerou. Esta é a decisão da Assembleia Legislativa, foi o que a maioria decidiu sobre o caso”, sublinou. Angela Leong quer Sulu Sou a assumir responsabilidades Ao contrário da maioria dos deputados, Angela Leong permaneceu na Assembleia Legislativa após o encerramento da sessão. No final, a deputada eleita pela via directa considerou que Sulu Sou é um jovem que tem de assumir as responsabilidades sobre os seus actos. “Não estou contente com este caso do Sulu Sou. Ela acredita está a servir a população. Mas de acordo com a lei, todos são iguais”, considerou, citada pelo canal chinês da Rádio Macau. “Os jovens tem de assumir as responsabilidades pelos seus actos. Espero que os jovens antes de agirem ponderem os seus comportamentos”, concluiu. Pang Chuan: Juízes têm a última palavra Pang Chuan, deputado nomeado pelo Chefe do Executivo, negou ontem a existência de qualquer ordem vinda de Pequim, do Gabinete de Ligação ou do Governo da RAEM sobre a indicação de voto. “Não, não e não”, afirmou o legislador, quando questionado à saída do hemiciclo. Sobre os resultados da votação, Pang disse que os membros da Assembleia Legislativa preferiram deixar o caso nas mãos do juiz: “Deixámos que a decisão final seja tomada pelos juízes. O mandato não foi terminado. O mandato só foi suspenso, agora a decisão final será dos juiz”, defendeu. Apesar das declarações do deputado, Sulu Sou só foi suspenso e só poderá ser expulso do cargo de deputado, após uma votação em Plenário. “É melhor para o Sulu Sou ser julgado agora, para termos a certeza que tem as condições para ser membro da Assembleia Legislativa. É uma lógica simples, deixámos a decisão para o juiz”, acrescentou. Deputados fizeram tudo para evitar comentar o caso No final da sessão foram vários os deputados eleitos pela via directa abordados pelo HM. No entanto, os tradicionais e pró-sistema evitaram falar das votações, com diferentes justificações. Song Pek Kei, ligada à comunidade de Fujian e a Chan Meng Kam, disse que não podia prestar declarações porque tinha “uma reunião que só acabava depois das 10 das noite”. Já Wong Kit Cheng, ligada à Associação Geral das Mulheres, recusou comentar o caso, enquanto esperava por um elevador dentro da AL, preferindo focar-se no seu telemóvel. O HM obteve a mesma resposta do deputado ligado aos Operários, Lam Lon Wai, eleito de forma indirecta, que através de conversa telefónica apenas se limitou a dizer que não tinha comentários a fazer. Mãos cruzadas em protesto Entre as pessoas que estiveram, ontem, a assistir à sessão, encontravam-se cerca de 15 membros ligados à Associação Novo Macau. No final do plenário, Sulu Sou juntou-se aos restantes membros da associação e, perante os órgãos de comunicação, cruzaram os braços fazendo o sinal de uma cruz, em protesto face à suspensão do mandato do legislador. Também na noite anterior, a Novo Macau tinha realizado um evento contra a suspensão do mandato do legislador. Na iniciativa compareceram cerca de 200 deputados. Eric Sautedé: Sulu mártir “É pura e simplesmente estúpido e agrava o caso transformando o Sulu Sou num mártir, não beneficia ninguém e só pode ser contraproducente”. Quem o diz é o académico Éric Sautedé, que apoiou a candidatura do pró-democrata. No Facebook, o analista diz que o dia de ontem será recordado como o fim Estado de Direito em Macau, em detrimento da governação que usa a lei para calar dissidência. “O secretário Wong Sio Chak, assim como os deputados pro-establishment, refugia-se nos procedimentos legais para apoiar a suspensão”, comenta. Éric Sautedé não tem dúvidas de que este processo foi “movido por claros motivos políticos”, algo evidente principalmente tratando-se de um acto irrisório “no exercício de activismo cívico”. O académico entende que esta posição não foi a mais inteligente por parte dos deputados que “parecem não ter aprendido nada desde a bronca da lei dos benefícios de 2014”. Éric Sautedé entende que a suspensão de Sulu Sou é o ponto final na discussão com vozes que defendem que a Assembleia Legislativa é o único fórum democrático em Macau. Foi, “verdadeiramente, um dia triste”, remata o académico que diz “ter aprendido a baixar as expectativas quando à política de Macau”. Protecção do status-quo Arnaldo Gonçalves. Foto: Gonçalo Lobo Pinheiro Arnaldo Gonçalves entende que o resultado da votação no plenário é o reflexo “da leitura que a Assembleia Legislativa e os poderes instituídos têm das posições de contestação à ordem vigente”. O académico entende que “há uma maioria na AL que tem uma leitura muito conservadora da forma de actuação de grupos pró-democratas aqui em Macau”. De acordo com Arnaldo Gonçalves, o plenário agiu de forma coerente com a linha que defende que “quem põe em causa um determinado status quo em Macau por acção de insubordinação cívica deve ser punido e julgado”. O académico vê esta situação sem surpresas, uma vez que a maioria dos deputados têm uma posição alinhada com a orientação política do Governo e estão de acordo com a forma como o território é gerido.
Hoje Macau EventosLuís Miguel Cintra apresenta última parte da tetralogia “Um D.João Português” [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] quarta e última parte da tetralogia “Um D. João Português” é apresentada “em meados deste mês”, em Guimarães, onde em Janeiro se estreia o espectáculo na sua versão integral, disse à Lusa o encenador Luís Miguel Cintra. A residência artística inicia-se prolonga-se até quinta-feira da próxima semana, abrangendo a apresentação, nos próximos dias 13 e 14, da quarta e última parte da peça, “Um D. João Português. A Escuridão ao Fim da Estrada”, na Black Box da Fábrica Asa, em Guimarães, com entrada livre. O espectáculo, encenado por Luís Miguel Cintra, cruza uma tradução anónima de cordel com o texto original de Molière, “D. João”. Na versão portuguesa, do século XVIII, é o homem quem acaba por ser vencido pela mulher, que generosamente o perdoa e força o casamento. Esta opção foi qualificada por Luís Miguel Cintra como “uma ironia”. Na versão portuguesa, “para não desagradar ao público, D. João não vai para o inferno, mas casa-se com D. Elvira e faz um banquete com os seus irmãos”. Segundo o encenador, este último acto desemboca numa cena de fantasmagoria com espectros e outros acontecimentos espectaculares, transformando o casamento da versão portuguesa, numa mascarada de “Halloween”. O primeiro ato do projecto “Um D. João Português”, “Na estrada da vida”, teve lugar no Montijo, em Abril; o segundo – “O mar (e de rosas)” – foi em Setúbal, em Julho; Viseu acolheu a terceira parte, composta pelo terceiro e o quarto atos da peça, “As árvores (dos desgostos)”, em Setembro. Este é “um projecto muito especial, que é o contrário de um projeto pronto a consumir”, disse Cintra à agência Lusa, referindo que a ideia foi sempre “mostrar às pessoas como é feito”. O projecto conta agora com um apoio da Direção-Geral das Artes, mas “depende muito do entusiasmo de quem participa”, disse Cintra, que acrescentou que foi uma opção sua fazer “com tanta gente”, esta peça, “pois podia fazer com muito menos gente”. “A peça – explicou – é uma espécie de peregrinação de duas personagens com cenas avulsas que se vão confrontando com outras personagens, até à morte de D. João”. Este quinto acto conta com a participação dos actores Bernardo Souto, Dinis Gomes, Diogo Dória, Duarte Guimarães, Joana Manaças, João Jacinto, João Reixa, Leonardo Garibaldi, Luís Lima Barreto, Nídia Roque, Rita Durão e Sofia Marques. Em Setembro, em vésperas da apresentação da terceira parte, em Viseu, Cintra tinha salientado à Lusa que o projeto surgiu “porque há muita noção de que o contacto entre público e espectáculos é muito superficial e está a tornar o teatro numa coisa muito sem importância na vida das pessoas, como se fosse um mero passatempo, coisa contra a qual lutei toda a vida”. “Eu e pessoas da minha geração, sempre sonhámos com um teatro que estivesse implantado no centro da cidade, a falar do presente, com coisas que dissessem respeito à vida dos espectadores”, sustentou, em Setembro, Luís Miguel Cintra. A partir de janeiro, depois da apresentação em Guimarães, no Centro Cultural Vila Flor, a versão integral do espectáculo será também apresentada no Montijo, em Setúbal e em Viseu, além de outras localidades, adiantou Luís Miguel Cintra à Lusa. Luís Miguel Cintra afirmou que “vai ser engraçado” apresentar “as diferentes partes complementadas em sítios, com características diferentes uns dos outros”. “Vai implicar o refazer daquilo tudo e voltar a dar uma unidade àquilo tudo. Portanto, vai ser divertido”.
Andreia Sofia Silva EventosExposição | “From Where I Stand”, de Mónica Coteriano, inaugurada amanhã [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ónica Coteriano apresenta amanhã, na Casa Garden, o primeiro projecto da Associação Cultural 10 Marias. Trata-se de uma exposição de fotografias da sua autoria, todas elas tiradas com o Iphone e publicadas no Instagram. A autora das imagens de “From Where I Stand” não se assume como fotógrafa mas há muito que queria tornar esta ideia realidade. A história da exposição que é inaugurada amanhã na Casa Garden, intitulada “From Where I Stand – Mobile Photography” começa no Brasil e retrata o processo criativo de uma mãe a viver as delícias da maternidade. Foram cinco anos a fotografar e outros três a desenvolver um conceito. Mónica Coteriano deslumbrou-se com o Iphone, nomeadamente com a aplicação Instagram, e começou a retratar o dia-a-dia das suas filhas, da sua família e das viagens que realizaram. Apesar de fascinada com o lado prático da publicação de imagens, Mónica Coteriano sempre desejou que as fotografias fossem, um dia, expostas numa galeria, num espaço físico. “Comecei a descobrir uma série de grupos e desafios que existiam no Instagram e descobri também uma série de ferramentas para fazer a edição. Foi um mundo de possibilidades. Dediquei-me à fotografia com o telemóvel, e não sei fazer nada se não for com isso. Comecei a participar em alguns concursos.” A artista acabaria por deixar o Brasil e vir para Macau, onde a produção fotográfica diminuiu. “Estava sempre a pensar na possibilidade de tornar isto físico, mas de uma forma que me satisfizesse. O ano passado, no final do ano, surgiu a possibilidade. A Ana Paula Cleto [delegada da Fundação Oriente] arrisca sempre em projectos que não conhece e abriu-me as portas”, contou. Mónica Coteriano recorda que “o meu objecto na altura foram as minhas filhas, a minha família e as nossas viagens. Foram esses os meus objectos visuais porque estava mais perto deles e era o que fazia sentido.” Cada um no seu lugar A autora de “From Where I Stand – Mobile Photography” não tem receios em admitir que “as fotos são muito editadas, excessivamente, porque gosto de criar um imaginário qualquer com a fotografia que faço”. Questionada sobre o espaço que os instagramers ocuparam no mundo da fotografia, por oposição aos fotógrafos profissionais, Mónica Coteriano garantiu que cada um tem o seu lugar sem que haja um conflito obrigatório. Pelo contrário, pode haver um debate. “Não acho que roube espaço a ninguém. A tecnologia oferece-nos diferentes possibilidades e cada um agarra-as como as vê. Não me intitulo de nada, sou formada em dança, fui bailarina, e depois surgiram outros projectos como a música. Acho que há espaço para todos, não estou a tirar espaço a ninguém.” “Esse debate é sempre interessante e discutir ideias é sempre muito interessante. É um objecto criativo e sinto necessidade de o expor. Não encaro isto como um desafio aos profissionais”, acrescentou a artista. Quando tocou num Iphone pela primeira vez Mónica Coteriano estranhou, mas depois não mais largou as suas funcionalidades. O que mais a atraiu foi “a praticabilidade deste objecto tão próximo”. “Num instante tiramos a fotografias e havia a vontade de começar a editar a fotografia e recriar um imaginário. E tudo isso com a mesma ferramenta, o Iphone, e poder publicar de imediato e ter o feedback. Era isso que me interessava. Acho fascinante este objecto.” Projectos pensados Apesar de este ser o primeiro projecto da Associação Cultural 10 Marias, criada o ano passado, há mais outro a caminho. “Para o ano pretendemos trazer um grupo composto por Ana Borralho e João Galante, que têm um trabalho muito interessante em termos conceptuais. Isto porque uma das nossas premissas é trazer trabalhos que possibilitem os artistas locais, profissionais ou não, a trabalharem com profissionais que vêm de outros países.” Em Macau, os artistas portugueses prometem trabalhar com artistas locais. “O conceito de trabalho da Ana e do João é exactamente este. Chegam ao local, e fazem um open call [para novos artistas]. Isso acaba por ser um postal da cidade, porque é feito com locais também”, concluiu Mónica Coteriano.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaSuspensão de Sulu Sou foi um cartão vermelho do Governo, dizem académicos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] suspensão do mandato de Sulu Sou foi um alerta dado pelo Governo aos jovens locais. A ideia é deixada analista político e professora da Universidade de Macau, Eilo Yu. “Foi mostrado, com esta suspensão, um cartão vermelho na relação do Governo com os jovens”, disse ao HM. A situação é preocupante, considera, visto que “este tipo de situações não conduz a uma relação harmoniosa entre o Governo e a sociedade especialmente com os jovens locais ligados à política que lutam pela democracia”. “Esta não é a abordagem certa por parte do Governo”, sublinhou. Do trabalho que fez nos poucos meses em que foi deputado à Assembleia Legislativa, Eilo Yu aponta que o mais novo tribuno local tem tido um desempenho muito positivo. “Podemos ver a sua performance na AL nos últimos meses que tem sido muito boa e o reconhecimento disso pode mesmo ser observado na internet pelo apoio que tem reunido mesmo por aqueles que não concordam com ele, apreciam o que tem feito enquanto deputado”, disse. De acordo com o professor, o pró-democrata “falava pela sociedade”. No que respeita a possíveis semelhanças com os casos da região vizinha, Eilo Yu afasta esta hipótese. Tratam-se de situações diferentes e que abordam diferentes posturas. “A desqualificação dos legisladores de Hong Kong tiveram que ver com o facto de quererem a independência e de desrespeitarem o país. Mas Sulu Sou não estava a fazer isso”, explicou. Silêncio como estratégia Um aviso do Governo. “O Governo não gosta destes jovens se expressam em protesto e o Executivo com esta situação de suspensão de mandato de Sulu Sou está a mandar uma mensagem: “se protestarem, podem estar a ir contra a lei e podem estar a incorrer em desobediência civil”. É esta a opinião do analista político e professor do Instituto Politécnico de Macau, Larry Sou. Larry So O académico “lamenta profundamente” o que se passou ontem na Assembleia Legislativa”. “Foi muito mau o que aconteceu e penso que o incidente de que Sulu Sou está a sdr acusado não tem uma extensão ou gravidade justifique o que foi feito na AL e acho que os deputados devessem votar neste assunto”. Para Larry Sou trata-se de uma manobra do Governo. “O Executivo mobilizou todos os seus recursos para ter a certeza de que a maioria votasse contra Sulu Sou”, apontou.Também Larry Sou elogia o trabalho, mesmo que curto, que o pró-democrata fez nos poucos meses em que ocupou um assento do hemiciclo. “As suas opiniões têm tentado realmente defender os direitos e necessidades da sociedade nomeadamente na sua base e penso que muitos dos jovens locais se reconhece com as dificuldades da sociedade que Sulu Sou tem dado a conhecer na AL”, disse. “Sulu Sou é um dos deputados mais capazes e isso vê-se nas suas intervenções verbais. Se compararmos com outros membros do hemiciclo, este jovem Sulu Sou tem feito um trabalho melhor do que os outros”, remata Larry Sou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaSulu Sou: “Peço desculpa aos meus eleitores porque não posso representá-los” Deputado suspenso acusou PSP de manipular informação sobre acusação [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pós terem sido conhecidos os resultados da votação, Sulu Sou pediu desculpa aos seus eleitores e apontou o dedo aos deputados, que diz estar “numa parceria” com o Executivo, colocando em causa a independência da Assembleia Legislativa. “Peço desculpa aos meus eleitores porque não posso representá-los”, afirmou Sulu Sou. “Lamento imenso a decisão. A minha previsão é que ia continuar a poder trabalhar na AL, mas no final saiu um resultado imprevisto”, acrescentou. Depois, o pró-democrata levantou dúvidas sobre a relação entre os deputados e o Executivo: Parece que o Governo e a AL têm um protocolo para uma parceria, trabalham juntos, avançam juntos e recuam juntos. Além disso, no Plenário, há bocado, pareceu que a discussão não tocou na dignidade e independência desta casa”, apontou. “Só posso dizer que a acusação não envolve um crime de sangue. Parece que hoje a Assembleia Legislativa permitiu a intervenção do Executivo nas matérias deste hemiciclo. Os polícias montaram, de forma abusiva, a acusação”, defendeu. Um caso arquivado Já anteriormente, quando justifica a sua posição para a não suspensão do mandato, Sulu Sou tinha acusado as forças lideradas por Wong Sio Chak de terem manipulado a informação. Quando emitiu um comunicado sobre a acusação, a PSP referiu que Sulu Sou e os restantes manifestantes do dia 15 de Maio tinham caminhado na estrada, frente ao New Yaohan, evitando seguir as instruções da polícia. “Os factos deste crime de desobediência têm a ver com a manifestação na Pena, e não com o que aconteceu junto do espaço Anim’Arte Nam Van. A primeira parte foi arquivada e não houve acusação. Mas a PSP induziu o público em erro, ao misturar as duas coisas no comunicado”, denunciou. Apesar desta atitude do Executivo, Sulu Sou mostrou-se confiante em relação à independência dos tribunais e disse esperar um desfecho justo para o caso. “Vou continuar com uma atitude tranquila face ao processo judicial. O que espero é que haja justiça. Embora tenha tido o mandato suspenso”, comentou. Sobre o debate, o pró-democrata disse ainda que a maior parte dos seus colegas não esteve interessada em debater o assunto central, que considerou ser “a independência e dignidade da AL”.
Sofia Margarida Mota PolíticaMais treze edifícios classificados enquanto património, em 2018 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para os assuntos sociais e cultura, Alexis Tam que transformar o território numa “cidade museu”. A ideia ficou bem frisada no último dia do debate das Linhas de Acção Governativa da sua tutela, na passada sexta-feira. “Toda a cidade é um museu temático, um grande museu”, afirmou Tam. Para o efeito os trabalhos já estão em andamento. “Em 2018 teremos uma nova lista de edifícios classificados. Na primeira lista que elaborámos tivemos nove e agora vamos ter treze edifícios classificados”, apontou o secretário. O objectivo é ir além do conceito de Macau enquanto cidade histórica e transformar o território, todo ele, num museu. Será ainda necessário, considera o secretário, ter em conta as belas artes. “temos também de ter mais salas de exposições e mais recintos para exibir as criações artísticas locais, não só no centro, mas em cada canto do território”, esclareceu. A ideia foi deixada em resposta às questões dos deputados relativas à diversificação da economia local e ao desenvolvimento das indústrias criativas no território. Parcerias no prato A iniciativa vai andar de mão dada com a cidade criativa gastronómica, classificação recentemente dada a Macau pela UNESCO. “Acrescentando o elemento gastronómico, podemos expandir esta rede aos vários bairros da cidade e fazer um itinerário das iguarias de Macau”, disse. A coordenação destas iniciativas não vai ficar em mãos alheias: “Eu vou ser coordenador destes projectos”, salientou o próprio secretário. O convite para transformar Macau num grande centro museológico é ainda dirigdo à população. “Não vamos incluir apenas os restaurantes com estrelas Michelin vamos ter as tascas das várias ruas e dos vários bairros locais”. Por outro lado, associada à gastronomia podem ser desenvolvidas outas indústrias, sendo que “a cidade gastronómica é uma força motriz para desenvolver o turismo e a cultura de Macau, as nossas indústrias culturais e criativas”, referiu. Em Macau, existem actualmente, cerca 1900 empresas ligadas à actividade criativa. Acção Social | Apesar dos apoios ainda há 5000 famílias no limiar da pobreza São cerca de cinco mil famílias as que ainda vivem no limiar da pobreza no território. A informação foi dada pela presidente do Instituto de Acção Social, Celeste Vong, no segundo dia de debate das Linhas de Acção Governativa da secretaria para os assuntos sociais e cultura. Para Celeste Vong, o objectivo dos subsídios dados a famílias carenciadas não é a substituição do sustento, mas sim o incentivo para que possam vir a sair da situação em que se encontram. De 2012 a 2016, foram cerca de 500 famílias a saírem da pobreza anualmente em que cerca de 300 casos pedem subsídio económico, referiu Celeste Vong. Terapeutas | São necessários mais profissionais Depois de ter anunciado, na quinta-feira, a contratação de mais 10 terapeutas do exterior, Alexis Tam volta a frisar o investimento do Governo nesta matéria no último dia de debate das Linhas de Acção Governativa da sua tutela. “Vamos continuar a apoiar quem pretende seguir a formação no exterior na área da terapia”, referiu o governante enquanto salientou a adesão massiva dos candidatos ao primeiro curso de terapia da fala no território lecionado pelo instituto Politécnico de Macau. “Foram 700 candidatos para 20 vagas”, disse. Adicionalmente, há mais de 150 alunos de Macau a frequentar cursos na área, no estrangeiro. Demência | Idosos vão ter um novo serviço de apoio No próximo ano a secretaria para os assuntos sociais e cultura vai disponibilizar um novo serviço para os idosos com demência. “Teremos um novo serviço destinado aos idosos com demência. Se se perderem na rua, temos equipamento para ir à sua procura. Outras regiões não têm esta tecnologia, pelo que estamos mais avançados”, referiu Alexis Tam. “Vamos ainda lançar mais acções de formação destinadas aos cuidadores e associações para identificarem quem tem demência”, apontou. No entanto, e de acordo com o secretário, há ainda muito a fazer para lidar com o envelhecimento da população local e os problemas associados, nomeadamente a demência. Para facilitar a circulação desta população e das pessoas portadoras de deficiência, o próximo ano vai ser lançado o guia de normas arquitectónicas para uma circulação livre de barreiras. Ensino | Deputado sugere realidade virtual para conhecer o continente Conhecer a China através da realidade virtual foi a sugestão deixada ao Governo pelo deputado Chan Wa Keong no último dia de debate das Linhas de Acção Governativa para os assuntos sociais e cultura. Para o deputado, dadas as dificuldades de muitos dos jovens estudantes locais irem ao continente para conhecer a “mãe pátria”, a solução passa pela implementação de tecnologias de realidade virtual que coloquem os estudantes em contacto com as paisagens e cultura do país. “Tenho uma sugestão: o uso da realidade virtual em que os jovens põem uns óculos e conseguem ver imagens, interagir com o país e, assim, desenvolver os nossos trabalhos de amor à pátria e amor por Macau”, referiu o deputado. A ideia é utilizar esta tecnologia no âmbito da educação patriótica.
Hoje Macau China / ÁsiaCasal chinês apanhado com 200 baratas vivas no aeroporto [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]gentes da alfândega num aeroporto da China tiveram uma surpresa desagradável ao abrir a mala de mão de um casal e descobrir cerca de 200 baratas vivas. O caso aconteceu no dia 25 de Novembro no aeroporto internacional de Baiyun, em Cantão, no sudeste do país, segundo o jornal chinês Beijing Youth Daily. Os funcionários perceberam um movimento estranho na bagagem de um casal de idosos enquanto o objecto era colocado no raio X. “Havia um saco de plástica branco com vários itens pretos que se moviam no seu interior”, disse a funcionária Xu Yuyu ao site de notícias chinês Kankan News. “Uma das funcionárias abriu a mala e uma barata pulou para fora. Ela quase chorou”, acrescentou. Quando questionado por que transportavam baratas, o marido afirmou que os insectos seriam usadas numa “pomada” para a pele de sua mulher. Ele não explicou qual era o problema de saúde mas, segundo Xu, ” trata-se de um remédio popular antigo. Misturam-se as baratas num creme medicinal e coloca-se sobre a pele”, teria dito o homem aos agentes. De acordo com as regras de transporte aéreo na China, não é permitido levar seres vivos na bagagem de mão. O casal decidiu, então, deixar as baratas com os funcionários da alfândega. O seu destino não é conhecido. Esta não é a primeira vez que algo do tipo acontece na China. Em Agosto, um homem foi apanhado quando tentava transportar os dois braços amputados do seu irmão numa mala após passar pelo raio X de uma estação de camionetas na província de Guizhou, no sul do país. À polícia, alegou que transportava os membros para enterrá-los quando o seu irmão morrer. Segundo uma tradição da sua aldeia, explicou, o morto tem de ser enterrado com todas as partes de seu corpo. O homem acrescentou que os braços foram amputados quando o seu irmão sofreu um choque eléctrico. Segundo as regras da China, os passageiros podem transportar partes do corpo humano se possuírem um atestado médico, além de autorizações da polícia e do Ministério da Saúde.
Hoje Macau China / ÁsiaChina propõe criação de zona de livre-comércio com Celac [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, disse nesta sexta-feira que a China fez uma proposta para a criação de uma zona de livre-comércio com a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac). “Já recebemos e estamos a avaliar uma interessante proposta formulada pela China que inclui ideias tão audazes e transformadoras como a promoção de uma zona de livre-comércio entre a Celac e a China”, disse Vázquez durante a seu discurso na sessão de abertura da XI cimeira de negócios China-América Latina e Caribe (China LAC), realizada em Punta del Este. O presidente uruguaio indicou que esta cimeira servirá como “instância preparatória da segunda reunião ministerial do fórum Celac-China”, que será realizada no Chile em 2018, na qual será avaliada essa proposta feita pelo gigante asiático e na qual se pretende elaborar “um plano de acção conjunto de cooperação”. Vázquez lembrou que em 3 de Fevereiro de 2018 se completarão 30 anos do restabelecimento de relações diplomáticas entre a China e o Uruguai, e indicou que a melhor homenagem é seguir adiante na relação bilateral e “trabalhar para a relação latino-americana e caribenha com a China” “Promover a relação bilateral com inclusão e compromisso com a região não é incompatível. Esta cúpula (China LAC) assim como a reunião ministerial Celac-China são, cada uma, instâncias convergentes para continuar a caminhar juntos para benefício de todos”, concluiu Vázquez. A cimeira de negócios China LAC vai até o próximo sábado e acontece no Centro de Convenções de Punta del Este, um espaço de 5.600 metros quadrados e que abriga 150 pavilhões de empresas e países participantes, O evento inclui sessões plenárias, paralelas, assim como visitas técnicas, todas actividades que estarão centradas em cinco temas: infra-estrutura; segurança alimentar e agronegócios, logística e energias renováveis, e-commerce e cidades, e serviços globais.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio electrónico na agenda da OMC [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] comércio electrónico é um dos temas nos quais os chineses têm insistido nas reuniões bilaterais e em encontros como do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e do G-20 (que reúne as 20 maiores economias do mundo). A China tem também aumentado a pressão na Organização Mundial de Comércio (OMC). A questão acabou por se tornar tema da OMC e será debatida, pela primeira vez, numa reunião ministerial, no próximo dia 10, em Buenos Aires. Os chineses insistem por este ser um dos pontos fortes da economia do seu país. O director do Departamento de Projectos de Serviços de Dados da China International Electronic Commerce (CIECC, instituto vinculado a exportações), Wei Guo Zhi, afirma que o comércio electrónico dentro da China atinge dois biliões de yuans, ou cerca de US$ 300 mil milhões. “Queremos muito incrementar as exportações. O problema maior hoje é a distância e a comunicação. Uma base de dados conjunta pode ajudar”, diz Wei. As plataformas de e-commerce na China são extremamente eficientes. Em Pequim, há um exército de dezenas de milhares de jovens motorizados que transportam as encomendas. Pode-se pedir oito filtros de ar a um fabricante às 9h e recebê-los ao meio dia. Pela primeira vez, haverá um fórum empresarial em Buenos Aires sobre o assunto, para que os agentes do sector façam as suas exigências à OMC. O dono da Alibaba, Jack Ma, participa como convidado especial. Será o seu terceiro encontro com o director-geral da OMC, Roberto Azevedo.
Valério Romão PolíticaDo místico onde não há misticismo nenhum [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]ovembro de 2017. Raleigh, Califórnia. Cerca de quinhentas pessoas participam na Conferência da Terra Plana, um evento no qual os oradores convidados esgrimem os argumentos pelos quais defendem que todas as provas de que a terra é redonda são inconclusivas, erróneas ou fabricadas. Em 2017, num mundo em que as viagens interplanetárias – pelo menos dentro do sistema solar – são uma realidade com quase 50 anos (Neil Armstrong pisa o solo lunar no dia 21 de Julho de 1969). Juntar quinhentas pessoas interessadas num debate acerca de uma evidência científica tão esmagadoramente aceite é obra. A mais banal das missões espaciais para colocar em órbita uma mão-cheia de satélites é capaz de providenciar imagens esclarecedoras da curvatura da terra. Segundo os proponentes da teoria da terra plana, todas estas supostas evidências são fabricadas. Há uma conspiração internacional que envolve os muitos milhares de pessoas responsáveis de algum modo pela produção e divulgação das imagens captadas em órbita. O governo mente. A comunicação social mente. O teu vizinho que é astrónomo amador é um tolo ou um vendido. A verdade comummente aceite é o resultado de um processo de manufactura por parte do governo e das instituições que dele dependem. Como diria Kierkegaard, “a multidão é mentira”. Na realidade, a teoria da terra plana é o sintoma de uma doença contemporânea muito mais vasta. No programa da Conferência de Raleigh constam igualmente assuntos como a conspiração do 11 de Setembro, os famigerados chemtrails que, em Portugal, contaram com assinaturas suficientes para merecer debate em assembleia da república e a evolução das espécies – ou, mais correctamente, a ausência dela. Ter-se-ão igualmente discutido os malefícios das vacinas, o grande embuste científico que é toda a mecânica quântica e a altura do muro de gelo que circunda a terra e que impede a queda dos barcos que navegam os nossos oceanos. A teoria da terra plana é apenas uma das múltiplas teorias da conspiração que grassam mundo fora. É um sintoma de uma sociedade que, tendo atingido um patamar de conquistas tecnológicas e científicas assinalável, se encontra na incómoda posição de não conseguir responder às perguntas relativas ao porquê de estar nesta terra – plana ou não. É uma espécie de neblina existencial que tudo recobre e tudo põe em dúvida. Malgrado o conforto e a longevidade adquiridos ao longo de séculos de duríssimas batalhas, falta qualquer coisa, qualquer coisa absolutamente essencial para a definição do sentido disto a que chamamos vida, qualquer coisa indefinida e inominável. Não só perdemos algo como perdemos a memória desse algo. O conceito de fake news assenta fundamentalmente neste equívoco espiritual, nesta síndrome de Matrix que contamina toda a versão de realidade socialmente aceite. Não conseguindo encontrar a metade em falta que ilumina a vida e lhe daria sentido, o cínico contemporâneo aposta todas a fichas na hipótese de estar a ser enganado por uma elite mais ou menos invisível que controla as pessoas que os cidadãos elegeram. O propósito desta manipulação não é claro, mas radica na noção de controlo: alguém nos empurrou bucho abaixo a noção de terra redonda com o motivo claro de nos domesticar. A verdade está por trás ou ao lado: por trás ou ao lado dos meios de comunicação social, por trás ou ao lado dos discursos políticos, por trás ou ao lado dos manuais escolares. Embora não sejam evidentes os ganhos decorrentes de uma fraude planetária acerca da forma da terra, duas coisas parecem ser claras para os profissionais da conspiração: os governos e as elites estão viciados na mentira, e só isso seria razão suficiente para o monumental embuste e, em segundo lugar, a posse da verdade equivale à posse do poder, pelo que a mentira generalizada se converte numa coisa muito mais perniciosa: o roubo massificado de poder aos cidadãos por parte daqueles que os deveriam proteger. A verdade vai perdendo o seu valor como critério. A eleição de Trump é um sintoma claro deste cinismo contemporâneo e desinformado. Se tudo quanto é veiculado é mentira e se a verdade está por trás ou ao lado daquilo que pretendem fazer passar por verdade, a figura do demagogo populista que despreza o sistema e as suas regras torna-se irresistível. Aposto as minhas fichas que a maior parte dos participantes do patusco comício da terra plana ou é apoiante de Trump ou acha que Trump ainda fica aquém do que seria necessário para dissipar este neblina colectiva. Este grande abandono da racionalidade em prol de uma atitude patológica de desconfiança paranóide é um prenúncio de algo terrível que está por vir.
Sérgio Fonseca DesportoFélix da Costa pontua em Hong Kong [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s ares da região do Rio das Pérolas voltaram a fazer bem à estima do piloto português António Félix da Costa. Depois de um ano sem marcar qualquer ponto no Campeonato FIA de Fórmula E, no “ePrix Hong Kong”, o jovem de Cascais, duas vezes vencedor do Grande Prémio de Macau, regressou aos lugares pontuáveis e às boas actuações. A segunda edição do evento de automobilismo do território vizinho teve um formato diferente, com duas corridas, uma no sábado, outra no domingo, no percurso desenhado ao longo da Lung Wo Road, Man Yiu Street e Yiu Sing Street. Na primeira corrida do fim-de-semana, Félix da Costa qualificou-se na oitava posição. Apesar de ter levado um toque na partida, que lhe danificou a asa da frente e de uma paragem demorada nas boxes, para troca de carro, o português terminou no sexto posto. “Foi um bom início de temporada”, admitiu o piloto. No domingo, largando do quarto lugar, Félix da Costa subiu à terceira posição quando Félix Rosenqvist fez um pião logo na primeira curva. O piloto luso da equipa Andretti parecia capaz de terminar num lugar no pódio, mas um novo problema na paragem das boxes, atirou-o para o fundo do pelotão. Félix da Costa viu a bandeira de xadrez no décimo segundo lugar. O inglês Sam Bird venceu a primeira corrida do fim-de-semana no traçado desenhado pelo arquitecto português Rodrigo Nunes. Jean-Éric Vergne e Nick Heidfeld acompanharam o piloto da DS Virgin Racing na cerimónia do pódio. No domingo, Edoardo Mortara tinha tudo muito bem encaminhado para assegurar o seu primeiro triunfo na sua estreia na categoria de carros electricos, mas um erro a duas voltas do fim do “Sr Macau” abriu as portas à vitória do alemão Daniel Abt. Mortara ainda conseguiu voltar à pista para terminar no terceiro lugar, um lugar atrás de Rosenqvist. Couto em novas funções Afastado provisoriamente das pistas, André Couto estreou-se numa outra função este fim-de-semana. O piloto português de Macau foi chamado pela organização do campeonato para o cargo de Conselheiro dos Pilotos junto dos Comissários Desportivos. Couto ocupou o lugar que em eventos anteriores foi do ex-piloto de F1 Paul Belmondo e do piloto da Bentley GT Andy Soucek.
Hoje Macau China / ÁsiaAung San Suu Kyi visita a China A líder de facto da Birmânia, Aung San Suu Kyi, iniciou ontem uma visita à China, numa altura em que a comunidade internacional intensifica as críticas a Rangum, pela perseguição à minoria muçulmana rohingya. Suu Kyi deverá ser recebida pelo Presidente chinês, Xi Jinping, com uma cerimónia de boas-vindas e honras de chefe de Estado. O apoio da China é visto como crucial para pôr fim a décadas de conflitos étnicos no país, algo do interesse de Pequim, já que os confrontos com o exército da Birmânia ocorrem frequentemente em zonas junto à fronteira chinesa. A China deverá ainda pressionar Suu Kyi a arrancar com as obras de construção da barragem de Myitsone, financiada por Pequim, e adiadas pelo governo birmanês. Nos últimos meses, mais de 600 mil rohingya chegaram ao Bangladesh em fuga da violência do exército da Birmânia, numa campanha que as Nações Unidas e os Estados Unidos descrevem como “limpeza étnica”. A China, único apoio internacional da Junta Militar que governou a Birmânia (desde o final dos anos 1960 até 2011) e que manteve Suu Kyi 15 anos na prisão, tem protegido o país das críticas da comunidade internacional. No mês passado, vetou um projecto de resolução da ONU que condenava a Birmânia. Apesar de liderar a Birmânia, Suu Kyi é oficialmente ministra dos Negócios Estrangeiros e Conselheira de Estado, estando impossibilitada de assumir o cargo de Presidente, por ser casada com um estrangeiro. Suu Kyi recebeu o prémio Nobel da Paz em 1991.
Hoje Macau DesportoAtleta portuguesa alcança bis na meia-maratona [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]tleta portuguesa Doroteia Peixoto conquistou pelo segundo ano consecutivo a meia-maratona de Macau. Na maratona, a vitória foi para o queniano Felix Kiptoo Kirwa e na vertente das mulheres venceu a corredora do Bahrain, mas nascida no Quénia, Eunice Jepkirui Kirwa. A portuguesa Doroteia Peixoto venceu ontem, pelo segundo ano consecutivo, a meia-maratona feminina, e Daniel Pinheiro ficou em sexto na corrida masculina. Doroteia Peixoto cumpriu a distância (21,09 km) em 1:16.00, à frente das quenianas Edinah Jeruto Koech (1:16.31) e de Margaret Njuguna (1:18.20). Na edição do ano passado, que tinha marcado a sua estreia no território, a atleta do Amigos da Montanha tinha feito o tempo de 1:16.40. “O meu objetivo era tentar bater o recorde do percurso. Fiquei mais perto, mas não consegui, embora tenha melhorado o tempo de há um ano. De qualquer forma, fiquei muito feliz com esta vitória, até porque a humidade dificulta a respiração. Este ano [a vitória] foi mais apertada, a queniana deu luta até ao fim”, afirmou Doroteia Peixoto, antes de subir ao pódio. Sexto na classificação geral da meia-maratona masculina, com 1:07.28, Daniel Pinheiro explicou que esperava ter feito “um melhor resultado e repetir a vitória de 2014”. “Mas desta vez não foi possível. A ‘armada’ queniana apostou forte nesta corrida”, comentou. Os três primeiros lugares na meia-maratona masculina foram para os quenianos Josphat Menjo (1:04.49), Kibiwot Samwel (1:04.49) e Joseph Ngare (1:05.20). No ano passado, Ngare tinha conquistado o primeiro lugar. Em relação aos atletas de Macau, Kuan Un Iao foi o melhor na provas masculina, em 15.º, com o tempo de 1:13:40. Na prova feminina, Wu Yang Yang foi a melhor local no 9.º lugar à geral, ao levar 1:30:24 para percorrer os 21,09 km. Quenianos dominaram A vitória na maratona masculina pertenceu ao queniano Felix Kiptoo Kirwa, com 2:10.01, seguido pelos quenianos Joseph Kyengo Munywoki (2:13.18) e Henry Sang (2:13.48). Entre os locais, Chong Ip Chan foi o melhor classificado, no 13.º lugar, com um tempo de 2:38.28. O primeiro lugar na prova feminina foi para Eunice Jepkirui Kirwa, natural do Quénia, mas a correr pelo Bahrein, com 2:29.12. Em segundo lugar, com 2:33.06, ficou a ucraniana Shafar Oleksandra, e em terceiro a queniana Rodah Jepkorir Tanui (2:33.41). Long Hoi foi a melhor corredora de Macau, com o 11.º posto, com um tempo de 2:55.46. A portuguesa Vera Nunes cortou a meta em nono lugar, com 2:37.41. No ano passado a atleta tinha ficado em sexto. As atletas de Cabo Verde, Sandra Teixeira, de Angola, Adelaide Machado, e de Timor-Leste, Nélia Martins, terminaram a meia-maratona nas sexta, sétima e oitava posições, respetivamente. O moçambicano Tonderai Afonso, o cabo-verdiano Nelson Cruz, o angolano Simão Manuel e o timorense Roménio de Deus Maia ficaram nos nono, 11.º, 12.º e 13.º lugares, respetivamente, na meia-maratona masculina. Vitórias locais Uma lesão impediu a portuguesa Rosa Mota, de 59 anos, campeã olímpica, mundial e europeia da maratona, de participar na mini-maratona de Macau, que ganhou no ano passado. “Gosto muito de vir a Macau, de participar, mas uma lesão impediu-me de correr este ano”, disse. A vitória na vertente masculina na mini-prova acabou pro ser alcançada por Chin Wa Wong, com um tempo 17.52. Na prova das mulheres, Ying Lin Chen ganhou com um tempo de 22.13. Esta foi a 36.ª edição da Maratona Internacional de Macau, em que se inscreveram 12.000 atletas nas provas que integram o programa: maratona, meia-maratona e mini-maratona.
Hoje Macau China / ÁsiaChina não “exportará” modelo chinês, diz Xi Xi explicou. Os outros compreenderam. É o futuro contado às crianças e ao povo O diálogo de alto nível entre o Partido Comunista da China e vários partidos políticos mundiais foi inaugurado no dia 30, em Pequim, sob o tema: “Construção conjunta da comunidade de destino comum da humanidade e de um mundo melhor: responsabilidades dos partidos políticos”. O secretário-geral do Comité Central do PCC e presidente chinês Xi Jinping assistiu à cerimónia de abertura do diálogo, tendo proferido um discurso na ocasião. Segundo Xi, o PCC não “importará” modelos estrangeiros de desenvolvimento nem “exportará” o modelo chinês nem pedirá a outros países que “copiem” a prática chinesa. O presidente reiterou que o PCC se empenha tanto para o bem-estar do povo chinês como para o progresso humano. Então, o PCC criará mais oportunidades para o mundo promovendo o desenvolvimento da China, disse Xi. O PCC, como o maior partido político no mundo, também explorará a lei do desenvolvimento social para a humanidade pela sua própria prática que compartilhará com outros países. Os representantes dos vários partidos políticos estrangeiros reconheceram o conceito de construção da comunidade de destino comum da humanidade, apresentado por Xi, e demonstraram o propósito de que os diversos partidos políticos do mundo possam desempenhar um papel importante na realização dessa meta. O presidente do Partido Popular do Camboja e primeiro-ministro do país, Hun Sen, referiu que a realização do evento pelo PCC tem um significado histórico, assinalando que espera realizar diálogos e intercâmbios com Xi e outros líderes de partidos políticos no âmbito do desenvolvimento dos seus países, regiões e do mundo. Inspiração para África O secretário-geral do Partido da Revolução da Tanzânia, Abdulrahaman Kinana, afirmou que o “Pensamento sobre o Socialismo com Características Chinesas na Nova Era” apresentado por Xi no 19º Congresso Nacional do PCC, é uma importante inspiração para os países em desenvolvimento, tendo sido amplamente reconhecido e apoiado pelo povo africano. Kinana acrescentou que o seu partido quer fazer esforços conjuntos juntamente com o PCC e outros partidos políticos do mundo para construir um mundo melhor. O membro do Comité Central do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e membro do Parlamento angolano, Mário Pinto Andrade, assinalou que o seu partido valoriza o importante discurso feito por Xi no 19º Congresso Nacional do PCCh e os êxitos obtidos pela China no seu desenvolvimento socioeconómico. Mário Andrade disse que o PCC atribui uma grande importância à construção de organizações partidárias, promove a democracia dentro do partido, aprofunda a educação do espírito partidário e o combate resolutamente a corrupção. O MPLA reconhece o conceito apresentado pela parte chinesa e apoia os esforços feitos pela China na defesa da paz mundial, soberania nacional, erradicação de pobreza e realização da justiça social, acrescentou. Enquanto primeiro evento diplomático multilateral organizado pela China após o 19º Congresso Nacional do PCC, este diálogo, que conta com participação de líderes de cerca de 200 partidos e organizações políticas de mais de 120 países, é o primeiro diálogo de alto nível entre o PCC e os diversos partidos políticos do mundo.
Carlos Morais José A outra faceO direito de não ser [dropcap style≠’circle’]B[/dropcap]asta nascer. E o que deveria ser um acto natural surge imediatamente carregado de significados. Somos filhos, cidadãos, temos um nome e milhares de expectativas à nossa espera. Depois tornamo-nos alunos, eventualmente soldados e, finalmente, namorados, nubentes, casados, progenitores, empregados nisto ou patrões daquilo, entre outras possibilidades. Temos é de ser qualquer coisa. Sempre, em todos os momentos, vemo-nos constrangidos a ser algo como se isso fosse realmente parte integrante do que somos. E quantas vezes não sentimos, inapelavelmente, que não somos aquilo que somos? Quantas vezes estranhamos os papéis que desempenhamos, bem ou mal, nas nossas relações com os outros? E quantas vezes não nos sentimos o maior dos hipócritas por representarmos um personagem que, bem o sabemos, pouco ou nada tem a ver connosco? O problema é não termos direito de não ser. Obrigatoriamente, somos qualquer coisa, uma dessas categorias que não inventámos mas às quais temos de nos sujeitar. A penalidade é bem forte e passa logo por sermos ou não reconhecidos pelos outros. Quem não é nada de reconhecível exila-se numa terrível solidão. É só experimentar e dizer a alguém desconhecido que não se é nada. O espanto, eventualmente, o medo, toma conta do interlocutor. Pois se não é possível catalogar e arrumar em gavetas, como posso ter confiança, ainda que mínima, nesta pessoa? Será que ela é, realmente, uma pessoa? Ou será apenas pessoa alguém a quem forem atribuíveis as características “normais” e as óbvias pertenças? É na distância a esta “normalidade” que se joga parte do fascínio que resta a esta época… No entanto, tudo se tornaria fluído se não fossemos. Por vezes, a ânsia classificativa, analítica, a grelha sobre o real, apresenta-se como um constructo desesperado, um mecanismo fruste de atribuição de sentidos, incapaz de domar a realidade, senhor da falta e origem do remorso. Mas a sua ausência levaria à criação de um mundo no qual não nos reconheceríamos e obrigaria a uma aprendizagem radicalmente quântica, em que as oposições deixariam de ser a base do pensamento e o universo passaria a ser interpretado como um bailado, onde se estava mas não se era. Aparentemente impossível, portanto. Logo, para dar sossego ao mundo, temos de ser qualquer coisa. Seja ela o que for, pois tudo parece fazer falta: os juízes e os criminosos, os médicos e os doentes, os políticos e os cidadãos, e por aí adiante… Tem é de se ser qualquer coisa, ainda que não nos apeteça ser nada ou entendermos que ser é contrário ao curso da física ou que, politicamente, a ideia de Ser descamba no fascismo. Não! Nada , rien, niente, nulla di nulla! Há que ser, existir não chega. Como deixar de ser sem se ser outra coisa qualquer? E será essa uma meta desejável? Quererei eu perder as qualidades que me tornam no que sou e pelas quais os outros me reconhecem, para deixar de ser e simplesmente existir? A condição é simples: exige um longo, prolongado, disciplinado, afastamento de seres que são e um mergulho nas águas do mundo; obriga a uma participação plena no aparente fluir e a travessia do rio Letes, um compulsivo esquecimento. Não a morte física mas um despojamento total do passado, na ânsia de uma vida no instante. Claro: ninguém tem direito a não ser. Como diria Shakespeare, todo o mundo é um palco cada um de nós representa o seu papel, cada um de nós é qualquer coisa. E, sobretudo, cada um de nós tem uma dívida imensa por pagar, o que nos impede de deixar de ser, mesmo quando queremos simplesmente ser outra coisa. És e pronto! Nada a fazer! Mas… se o pensei é como se já tivesse não sido. E este pensamento, tão português, fez emergir um sorriso que não atribuo ao que sou mas a esse universo de possibilidades outras que o não ser, discretamente, acumula.
Hoje Macau EventosZé Pedro, guitarrista dos Xutos e Pontapés, morreu aos 61 anos O funeral da figura icónica do rock português decorreu na sexta-feira no Mosteiro dos Jerónimos, com o presidente da República e o ministro da Cultura a destacarem o legado deixado por Zé Pedro. Os Xutos e Pontapés actuaram em Macau em 1989 e 2006 [dropcap style≠‘circle’]P[/dropcap]rimeiro ouviram-se os “Contentores” e depois foi um desfilar de grandes canções, que ficaram para sempre nos ouvidos dos portugueses. Assim começou o concerto dos Xutos e Pontapés em Macau, corria o ano de 1989 e ainda se ouvia música no Fórum, perto do Instituto Politécnico de Macau. O evento inseriu-se na iniciativa “Rock Macau”, promovida pelo Governo de Carlos Melancia. A banda repetiria a passagem por Macau 17 anos depois, com o concerto que decorreu em 2006 junto ao Lago Nam Van, inserido no Festival Internacional de Música de Macau. Na altura, o grupo referiu-se ao concerto como sendo uma “desfolhada de memórias”, muito diferente do espectáculo de 1989, ano em que, além do Fórum Macau, também actuaram no Estabelecimento Prisional. “Entre o público só havia chineses e não batiam palmas. Estavam muito quietos. Acho que ouviram a música e a seguir foram para as celas. Não reagiram e ficámos sem saber se tinham gostado”, recordou Zé Pedro à agência Lusa, ao fazer o contraste com a excitação dos portugueses presentes no concerto integrado no Rock Macau. Zé Pedro referiu ainda, em 2006, que “há menos portugueses a viver em Macau” e o sucesso do espectáculo “depende da atitude dos músicos em palco”. Anos depois, a banda está de luto com o desaparecimento de Zé Pedro, guitarrista e autor de muitos sucessos dos Xutos e Pontapés. Falecido aos 61 anos, vítima de doença prolongada, o músico foi recordado no funeral que decorreu na sexta-feira, no Mosteiro dos Jerónimos. Além da homenagem prestada pelas milhares de pessoas que decidiram aparecer no local, Zé Pedro foi também recordado pelos governantes portugueses. Em comunicado, o ministro da cultura, Luís Filipe de Castro Mendes, disse que o músico “contribuiu de forma decisiva e inovadora para o sucesso continuado de uma das mais prestigiadas bandas rock nacionais”. Castro Mendes disse lamentar “profundamente a morte do músico Zé Pedro”, que “contribuiu de forma decisiva e inovadora para a história da música electrónica em Portugal e para o sucesso continuado de uma das mais prestigiadas bandas rock nacionais”. “O seu entusiasmo, carisma e empatia deixaram uma marca indelével no panorama musical português, com músicas que acompanharam várias gerações, que o admiram com reconhecida ternura”, afirmou Castro Mendes. “Dotado de um sentido musical notável, a música foi o seu sonho desde cedo e com ela conseguiu transformar o universo do rock português, a par da vida de muitos milhares de pessoas”, disse Castro Mendes, que traça o percurso do guitarrista “desde os ensaios na garagem de casa do seu avô, ainda adolescente, até aos dias de hoje, em grandes palcos portugueses e estrangeiros”. Zé Pedro “teve uma vida intensa e uma brilhante carreira ao longo de quatro décadas”. O músico, “que dizia ter sempre as mãos ocupadas com a guitarra, deixa-nos canções, como o ‘Ai a minha vida’, ‘À Minha Maneira’ ou ‘Contentores’, que inspiram também um retrato especial do país e de um certo modo de ser português”, remata o ministro da Cultura, que envia “sentidas condolências” à família. As palavras de Marcelo Também o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, classificou Zé Pedro como sendo um “guerreiro da alegria” e “da vontade de viver”. “Era um guerreiro da alegria, da vontade de viver, de superar dificuldades, de nunca desistir. Chegou cedo demais o descanso deste guerreiro, que certamente não será esquecido por tantos e tantos amigos que deixou”, escreveu o chefe de Estado português numa mensagem publicada no website oficial. Depois de manifestar o seu pesar a “toda a família e amigos do Zé Pedro”, lembrando que o músico “era assim afectuosamente tratado por todos os portugueses”, Marcelo recordou que “os seus primeiros passos na música coincidiram com o despertar do país para o movimento punk, tendo mais tarde fundado uma das maiores bandas de rock de Portugal, e sobretudo uma das que mais tempo sobreviveu e acompanhou várias gerações”. Zé Pedro estava doente há vários meses, mas a situação foi sempre mantida de forma discreta pelo grupo, tendo só sido assumida publicamente em Novembro, a propósito do concerto de fim de digressão dos Xutos e Pontapés, no Coliseu de Lisboa. José Pedro Amaro dos Santos Reis nasceu em Lisboa, em 14 de Setembro de 1956, numa família de sete irmãos, “com um pai militar, não autoritário, e uma mãe militante-dos-valores-familiares”, como recordou num dos capítulos da biografia “Não sou o único” (2007), escrita pela irmã, Helena Reis. No final na década de 1970, Zé Pedro, com Zé Leonel e Paulo Borges, decidiu criar uma banda, baptizada Delirium Tremens. Passou depois a chamar-se Xutos e Pontapés, com a entrada de Kalú e de Tim para o lugar de Paulo Borges. O primeiro concerto realizou-se há 38 anos, em 13 de Janeiro de 1979, nos Alunos de Apolo, em Lisboa.
Hoje Macau SociedadeInundações | IACM promete sistema de alerta por SMS [dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]o Chi Kin, presidente substituto do conselho de administração do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), garantiu, em resposta ao deputado Zheng Anting, que será criado um sistema de alerta por sms “em caso de interrupção de energia eléctrica ou por qualquer outro dano, de modo a reforçar a sua supervisão e melhorar a eficiência em casos de contingência”. Além disso “o IACM vai iniciar, no próximo ano, um plano de instalação de equipamentos de geradores de reserva de electricidade e de aumento de altura da caixa eléctrica, para diminuir o impacto causado pela interrupção de energia eléctrica e consequentemente evitar inundações nas estações elevatórias”. Na resposta ao deputado, é dito que será dada prioridade às “as estações elevatórias das Portas do Cerco e da zona norte”. O IACM pretende ainda instalar “um colector e a estação elevatória de águas pluviais no Porto Interior, tencionando abrir, no próximo ano, o respectivo concurso público para impulsionar o mais rápido possível a sua construção, de forma a aliviar as inundações nessa zona durante o período de chuvas intensas”. Legionella | SS atentos a novo caso no Parisian [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi detectado, no passado fim-de-semana, mais um caso de contaminação por bactérias de legionella no hotel do empreendimento The Parisian. Segundo um comunicado, os Serviços de Saúde (SS) “pediram ao hotel para resolver a situação no mais curto espaço de tempo possível”, exigindo que a unidade hoteleira “fiscalize permanentemente a concentração de bactérias de legionella do sistema de abastecimento de água, fazendo a monitorização com acompanhamento de especialistas que devem de forma urgente resolver a situação”. Além disso, “o hotel deve também adoptar rigorosas medidas de prevenção que reduzam eficazmente o risco de infecção, por bactérias de legionella, dos utentes”. Tanto os SS como os Serviços de Turismo prometem continuar “a acompanhar a situação de perto e a efectuar novas análises”.
João Santos Filipe SociedadeArquivada investigação a Albano Martins devido a partilha de vídeo online Presidente da ANIMA era investigado pela Polícia Judiciária, por ter partilhado um vídeo de um agente a agredir um cão. Agora recebeu uma carta do Ministério Público a dar conta do arquivamento. Apesar de Albano Martins não dominar o chinês, o documento veio sem qualquer tradução para o português [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] investigação a Albano Martins, por alegadamente ter violado a lei de protecção de dados pessoais, foi arquivada. A informação foi enviada através de uma carta do Ministério Público ao presidente da associação de protecção dos animais, ANIMA. Ao HM, Albano Martins admitiu que ainda não percebe totalmente os contornos do arquivamento, porque o documento foi enviado em chinês, sem tradução para português. “Recebi uma carta em chinês do Ministério Público e a única coisa que consegui perceber é que o processo foi arquivado. Segundo consegui perceber o polícia abdicou da acção”, disse Albano Martins, ontem, ao HM. “Só me enviaram uma carta em chinês. A ideia com que fiquei pelo que consegui perceber é que o processo foi fechado. Mas não percebi bem se foi arquivado por falta de sustentação legal, ou se porque o agente abdicou da queixa. Fiquei com a ideia que foi o polícia que abdicou da acção”, acrescentou. A investigação da Polícia Judiciária a Albano Martins tinha começado em Abril deste ano, após a partilha de um vídeo de um homem, em Macau, a agredir um cão. Mais tarde, soube-se que o homem em causa era agente da PJ, ao qual foi, posteriormente, instaurado um processo disciplinar. Apesar da coincidência, o presidente da ANIMA recusa assumir que a investigação se tenha tratado de uma manobra das autoridades para “cobrir” um dos seus agentes. “Não acredito [que houvesse intenção de intimidar]. Acho que a iniciativa da queixa foi do agente da Polícia Judiciária. Fui lá prestar declarações e acabei por sair como arguido. De certo modo, a interpretação que eu fiz é que não teriam gostado que eu tivesse metido a figura do agente. Mas eu na altura nem sabia que o indivíduo era agente da PJ”, apontou. Defesa do secretário Para Albano Martins, também o secretário da Segurança, Wong Sio Chak, não terá concordado com a investigação. Entende o presidente da ANIMA, que Wong exige que a conduta das forças de segurança seja exemplar. “Tanto quanto se sabe o secretário terá suspendido o agente durante algum tempo. Mostrou-se que o próprio secretário discordava do processo, e não me admirava que tivesse sido por isso que o processo tenha parado”, afirmou o também economista. “O que sei é que o secretário se manifestou várias vezes contra o processo. Ele defendeu que os agentes devem ter um comportamento exemplar”, contou. Sobre o futuro, Albano Martins promete que vai continuar a partilhar vídeos de maus-tratos a animais, quando considerar pertinente: “O vídeo não é claro em si sobre a identidade [do agente]. Eu não fui o único que partilhei as imagens, até a TDM o fez. Se voltaria a fazer o mesmo? Sim”, apontou. “Nós quando partilhamos informação temos o cuidado de não divulgar as identidades das pessoas. Nós não estamos interessados numa caça às bruxas, estamos preocupados com os comportamentos”, indicou. Apesar da decisão do MP, que Albano definiu como “sensata”, não deixou de se revelar incomodado com o facto da decisão apenas ter sido escrita em chinês, um idioma que não domina. “É lamentável que me mandem uma carta com um conteúdo destes em chinês. Não tiveram o cuidado, como fazem muitas vezes, de enviar o conteúdo em chinês mas com uma tradução em português”, apontou.
João Luz Manchete SociedadeRua dos Currais escolhida para terminal provisório de autocarros O director da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego encontrou uma alternativa provisória para o terminal de autocarros das Portas do Cerco. Trata-se de um espaço entre a Rua dos Currais e a Rua Norte do Canal das Hortas. Além disso, está a ser estudada a possibilidade de alargar a circulação de autocarros para duas faixas na Ponte da Amizade [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Rua dos Currais é o lugar escolhido para albergar, provisoriamente, a alternativa ao Terminal de Autocarros das Portas do Cerco. A área tem cerca de dois quilómetros quadrados e terá capacidade para estacionar sete autocarros, de acordo com Lam Hin San, director da Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT). Para já, ainda não estão estabelecidas as carreiras que vão passar a usar a Rua dos Currais. “Prevemos que o planeamento da zona demora entre três a quatro meses e de seguida vamos fazer um concurso público para a construção do terminal provisório”, revelou Lam Hin San à saída de uma reunião do Conselho Consultivo do Trânsito. O director acrescentou ainda que após o concurso público será divulgada a calendarização das obras. Para já, na rua passam cinco carreiras com capacidade para transportar mais de 20 mil passageiros diariamente. O director da DSAT garantiu que as árvores da rua serão preservadas e aquelas que estorvarem a obra serão transplantadas para outra zona. No que diz respeito ao aumento das tarifas, Lam Hin San explicou que o processo ainda se encontra em fase de auscultação de opiniões do público, não havendo ainda uma decisão definitiva. Ainda assim, o director da DSAT quando interrogado sobre a questão explicou haver uma grande pressão devido à estimativa de neste ano circularem nos autocarros públicos 200 milhões de passageiros. Além disso, especificou que o Governo ter investimentos previstos para instalações e necessita respeitar o princípio de racionalização financeira. Acidentes e amizade Durante a reunião do Conselho Consultivo do Trânsito foi ainda discutida a possibilidade de abrir a faixa da direita da Ponte da Amizade à circulação de autocarros, que actualmente só podem circular à esquerda. A sugestão foi feita pelo representante da Transmac, argumentando que a medida poderia aumentar o volume de passageiros transportados e diminuir o tempo de espera por autocarros entre dois e seis minutos. O director da DSAT revelou ainda não haver consenso quanto a esta proposta, uma vez que será necessário aferir se a alteração trará problemas de segurança e de que forma irá afectar a circulação de veículos ligeiros. Além disso, seria necessário perceber quantos autocarros poderiam circular na faixa da direita da ponte. Entre Janeiro e Setembro deste ano, registaram-se 609 acidentes com autocarros públicos, cerca de 1,7 sinistros por cada 100 mil quilómetros, o que representou uma descida de 11 por cento face aos 678 acidentes – 1,9 sinistros por cada 100 mil quilómetros do ano passado. Apesar da descida, este número de acidentes corresponde a mais de dois acidentes rodoviários por dia envolvendo autocarros das concessionários de transportes públicos. Lam Hin San entende que para se evitar a sinistralidade rodoviária destes veículos é preciso controlar a velocidade, proceder a inspecções das condições mecânicas dos autocarros e proporcionar mais horas de formação “para optimizar a qualidade dos condutores”. O Conselho Consultivo do Trânsito analisou ainda a revisão do regulamento das inspecções e da fixação de diversas características dos veículos automóveis, que entrou em vigor há mais de duas décadas. O novo documento de consulta, que gerou a concordância da maioria dos membros do conselho, prevê a regulamentação de carros híbridos e da intensidade da luz dos faróis dos automóveis.