Director do Macau Jockey Club confiante na renovação de contrato

Com o fim da concessão à vista, o director-executivo da empresa que gere o Macau Jockey Club mostra-se optimista quanto à revalidação da concessão do espaço. O contrato termina em Agosto deste ano e a empresa continua a acumular dívidas milionárias

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]esde 2005 que as corridas de cavalos têm dado prejuízo à empresa gerida por Thomas Li. Porém, o director-executivo do Macau Jockey Club, em declarações ao Jornal do Cidadão, afirma que a maioria dos assuntos essenciais à renovação do contrato foram abordadas com o Executivo, e acredita que o contrato vai ser renovado por mais dois anos. Thomas Li refere ainda ao Jornal do Cidadão que acredita que ainda há mercado para corridas de cavalos em Macau, apesar da situação financeira da empresa que dirige.

Em 2015, o Macau Jockey Club vinha acumulando perdas anuais na casa dos 3,8 mil milhões de patacas. Os prejuízos continuam até aos dias de hoje e, no entanto, de acordo com Thomas Li as negociações parecem bem encaminhadas.

Uma situação incompreensível para Albano Martins, presidente da Sociedade Protectora dos Animais de Macau (ANIMA). “Se olharmos para as contas do Jockey Club vamos verificar que aquela empresa está tecnicamente falida e insolvente”, comenta.

Esta situação levou a que a ANIMA enviasse várias cartas ao Executivo a perguntar como era possível renovar a concessão a uma companhia nestas circunstâncias financeiras. Outra questão misteriosa, é saber porque é que a empresa pretende revalidar um contrato que lhe tem dado milhares de milhões de prejuízo.

Neste capítulo é de salientar que de acordo com o Artigo 206.º Código Comercial, este volume de prejuízos acumulados face ao capital social deveria levar à dissolução da sociedade. Caso a situação se mantenha, a direcção pode ser penalizada com multas, chegando o Artigo 485.º inclusive a sancionar com pena de prisão.

Jogo à distância

O responsável do Macau Jockey Club acrescentou que pretende continuar a actividade de corrida de cavalos, sendo que tem no horizonte a remodelação das instalações caso a renovação da concessão avance. Algo que já havia prometido em renovações anteriores. Além disso, pretende construir um hotel na área do clube, que é terreno público. Para Albano Martins o grande objectivo “é desenvolver um projecto imobiliário”.

Outro dos cavalos de batalha de Thomas Li é a possibilidade de os apostadores poderem jogar através de uma aplicação de telemóvel. Nesse capítulo o presidente da ANIMA duvida da “capacidade técnica da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos para fiscalizar e controlar as apostas através de telefone”.

Outra situação dúbia poderá ser levantada com mais uma das ambições do director do Macau Jockey Club, que pretende que as corridas de cavalos sejam transmitidas pela televisão para a Coreia, o Japão e outros países. Em declarações ao Jornal do Cidadão, Thomas Li justifica esta expansão como uma forma de elevar o montante das apostas e melhorar a situação financeira da empresa.

Esta é mais uma situação que foge ao controlo das autoridades de Macau, uma vez que não terão forma de controlar as casas de apostas que possam surgir nestes países e que usem as corridas realizadas na Taipa para apostas no exterior. Neste aspecto, importa salientar que as corridas já são transmitidas para Hong Kong e a China Interior.

A concessão do Macau Jockey Club termina no próximo no dia 31 de Agosto.

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