Angela Ka Manchete PolíticaAmbiente | Deputada e analista pedem lei para veículos eléctricos Uma lei que incentive a utilização de carros “verdes” foi ontem pedida ao Governo. Menos impostos e mais formas de carregamento de baterias também podem ajudar a mudar as ruas de Macau se forem substituídos os principais agentes poluentes, dizem deputados e analistas [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]e modo a garantir e incentivar a utilização de veículos eléctricos, a deputada Chan Hong considera que é necessário que haja um enquadramento legal. A sugestão é dada em interpelação escrita enviada ontem ao Governo. No documento, Chan Hong cita dados da Divisão dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), que mostram que até Março passado existiam em Macau 140 veículos eléctricos e nove postos de carga localizados em parques de estacionamento públicos. No entanto, estes postos mostraram ter uma baixa taxa de utilização. A deputada adianta ainda que obteve opiniões por parte de outras pessoas no sentido de que não é no aumento de estações de serviço para veículos eléctricos que se populariza este sector verde, mas sim numa concepção legal que o sustente. Ao HM, Lun Veng San, presidente da Associação de Protecção Ambiental Verde de Macau, diz que vê a legislação como a maior prioridade, de modo a concretizar uma base legal e ao mesmo tempo incentivo aos fabricantes e vendedores de carros. “Com o lançamento das medidas legais, o Governo pode fornecer políticas preferenciais a quem está ligado a este tipo de veículos”, afirma enquanto aponta como exemplo “o incentivo fiscal para impulsionar a venda e a compra de carros, assim como a instalação de estações de carregamento nos parques de estacionamento privados”. Apesar de ser objectivo do Governo um crescendo na utilização de autocarros amigos do ambiente, as empresas queixam-se de falta de infra-estruturas para que isso aconteça, o que limita a implementação de mais serviços verdes. É ainda apontado o dedo ao problema referente às dificuldades em carregar as baterias deste tipo de transportes. Neste sentido, Lun Veng San sugere a promoção da utilização de caixas de armazenamento de electricidade para veículos móveis, que já foi adoptada por regiões vizinhas como o interior da China, a Coreia do Sul ou pelo Japão. “Este tipo de armazenamento de electricidade móvel pode ser carregado à noite e ser deslocado para as ruas durante o dia para o carregamento dos veículos”, explica. “Os carros são a componente da cidade que produz mais poluição,” referiu, ao mesmo tempo que admite que mudar de hábitos “vai ser difícil no início, mas se ninguém quiser tomar a iniciativa daqui a 50 anos ainda estamos a conduzir veículos que poluem as ruas de Macau”.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeWynn Palace | Quatro mil milhões para um “lugar de todos e para todos” Um resort que não é só para massas, nem para VIPs. Um espaço que traga as pessoas a Macau, não pelo jogo mas pela experiência no que concerne à hospitalidade. São estes os objectivos maiores do Wynn Palace, que tem data de abertura marcada para a próxima segunda-feira [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]azáfama fora e dentro de portas faz-se notar com o ultimar das obras, dos últimos retoques, dos últimos candeeiros ou do colocar dos últimos tapetes de relva que virão dar as boas-vindas aos que assim o escolherem. É o Wynn Palace que se maquilha para a grande abertura que terá lugar já na próxima segunda-feira. Steve Wynn foi claro nas afirmações que fez aos jornalistas ontem durante o encontro que pretendia esclarecer e apresentar a “menina dos olhos” do empresário. Para o magnata, o complexo “é de todos e para todos”. O Wynn Palace, primeiro projecto da operadora no Cotai, está nos últimos preparativos para abrir ao público e o proprietário mostra-se satisfeito com o resultado. O empreendimento tem como principal objectivo proporcionar o “disfrutar de uma experiencia única ao nível da hospitalidade”, como diz Steve Wynn. “Mais que um negócio é um lugar de interesse”, afirma, enquanto exulta o novo empreendimento como sendo, talvez, o “melhor hotel do mundo”. E “não é em Roma ou Paris mas sim na RAEM”. O complexo, à semelhança do “irmão” Wynn Macau, integra não só o jogo e os quartos de hotel, como põe à disposição dos visitantes uma rede de lojas “escolhidas a dedo”, mas que podem servir todos, explica o magnata. Mantém-se a aposta na boa mesa, com uma selecção de restaurantes e menus. Mas promete ainda outras novidades. Assinatura florida Um espaço embrenhado pela natureza através das presença permanente de flores naturais é uma das imagens de marca que o resort pretende ter. As entradas norte e sul têm os lobbies preenchidos por duas esculturas floridas e Steve Wynn fez questão que os arranjos acompanhem toda a experiência do palácio. Do lado norte, pode ver-se uma roda gigante multicolor e a sul um carrossel que integra uma série de cavalos, entre os mais reais ou mitológicos – como o Pegaso ou o unicórnio. No seu conjunto, as duas esculturas integram 196 mil flores e estão sobre um palco elevatório para que possam ser devidamente mantidas. As obras são uma criação do próprio Wynn, em conjunto com o designer Preston Bailey. Paralelamente à natureza, o Wynn Palace quer ser “não um museu, mas antes uma galeria de arte”. Para o efeito – e durante cinco anos – foi efectuada uma escolha minuciosa de obras de arte. De antiguidades, a arte contemporânea muitas são as opções para os olhos dos visitantes e outras mais cingidas às áreas privadas a convidados. A entrada oeste abre-se com um conjunto de tulipas criado entre 1995 e 2004 pelo artista premiado Jeff Koons e que terá custado cerca de 23 milhões de dólares americanos. Painéis ao longo dos corredores, vasos e tapeçarias nas paredes e o pandã com os arranjos florais pretendem ser cartão de visita para todo o tipo de visitantes e integrar a experiência que Steve Wynn diz querer proporcionar. Será com os objectos que integram o complexo que irá nascer o livro com todos os detalhes que o magnata quer publicar sobre as obras. A iniciativa pretende dar relevo a esta vertente extra-jogo e de diversidade, que está agora, “mais que nunca”, em destaque no resort. O livro estará posteriormente acessível aos hóspedes para que conheçam melhor o espaço onde estão e o possam apreciar da melhor maneira. A arte chinesa e evocativa do Oriente é uma constante. Na visita feita com os jornalistas foram dados a conhecer não só as evidências, como os pormenores. Um quarteto de vasos Qing do séc. XVIII está a caminho para exposição. Este conjunto é semelhante a um outro, que pertence à rainha de Inglaterra. Água nas alturas Mas, a experiência não fica por aqui. O espectáculo da água no Wynn Macau é conhecido e uma imagem da marca. No empreendimento do Cotai, a escala aumenta em muito. Um lago que cobre uma área de 26.783 m2 é o palco de um espectáculo de repuxos sincronizados com música, que vai desde clássicos a temas populares contemporâneos. Não sendo suficiente, a contornar o lago – e mais nas alturas – está uma linha de teleférico, da qual fazem parte 34 cabines. O passeio pretende não só dar a conhecer o espectáculo de água visto de cima. como proporcionar uma vista sob a paisagem da zona. O teleférico tem a capacidade de transportar cerca de 1200 pessoas por hora e está aberto a todos sob o pagamento de cem patacas por viagem. Passivo VS Activo Para Steve Wynn, o foco do empreendimento não está nas mesas de jogo mas sim na experiência de hospitalidade que o Palácio pretende proporcionar. O empresário e magnata afirmou que o lado do casino e dos quartos são factores passivos no empreendimento e que é nos factores activos que quer apostar. Na sua opinião, o que motiva as pessoas a viajar “não é o jogo mas sim quererem experimentar o lugar”. Destaca ainda que o que levou “apenas 120 meses a construir em Macau demorou anos a ser conseguido em Las Vegas”. Casinos e quartos, particularidades à parte, “são iguais em todo o lado”, afirma, o que pode diferir é tudo o resto em que quer apostar. Neste sentido, Wynn não deu aparentemente particular importância ao número de mesas de jogo atribuídas. São entre 50 ou 60 as mesas para o segmento VIP e o total de mesas que estará disponível entre o jogo de massas e as salas de grandes apostas é de 350 e inclui as cem conferidas pelo Governo durante os primeiros dois meses. Serão acrescentadas mais provenientes do hotel na península. Apesar de o serviço de quartos estar nas alíneas consideradas “passivas” do negócio, a nata da nata está nas suites fechadas ao público em geral e dirigidas a convidados. Mesmo estas estão divididas em especiais e muito especiais. As primeiras, as Penthouse, são quatro e incluem todos os luxos que o complexo reserva, desde as áreas com grande tamanho, à decoração com antiguidades e flores nos espelhos, banhadas a folha de ouro. As Garden Villa são cinco e têm uma área exterior que inclui uma piscina com 45m de comprimento e um jardim circundante. Em ambos, e além do luxo inerente, destaca-se um piano de cauda a servir pelos convidados virtuosos ou a ser interpretado pelos músicos contratados pelo Wynn. Spa privado, salão de beleza ou ginásio incluído são apenas algumas das infra-estruturas destes espaços. Na decoração, destacam-se tapeçarias de séc. XVIII de origem francesa, porcelanas chinesas e esculturas contemporâneas. Para as últimas – e também as mais especiais – o corredor tem uma sala de jogo ainda mais exclusiva para os convidados que optam pela privacidade. Com duas mesas capazes de mudar conforme o jogo de preferência, este é um espaço personalizado para os mais exigentes. Mas é para todos Além destes compartimentos, o hotel dispõe de quartos para “todos os bolsos” desde quartos “baratos e mais caros”, de modo a não restringir o acesso a ninguém, afirma Steve Wynn. São 1706 e todos eles estão decorados ao pormenor, com temáticas sempre ligadas ao Oriente, mas onde, de alguma forma, está assinalada a ponte com o Ocidente. A diversidade também se aplica à restauração. Os sabores e preços podem agradar a todos conforme as carteiras ou preferências. Para o efeito. o Wynn Palace dispõe de cerca de 13 espaços para comer e beber. Dos noodles ao Ramen executados por Chef estrelado pela Michelin, à pastelaria mais delicada, há de tudo neste novo espaço. Um bar em tons de verde, por exemplo, cujo interior pretende imitar uma caixa de jóias é a característica do Wing Lei, enquanto que outros têm vista privilegiada para o lago. Há ainda um restaurante homónimo do seu proprietário, que contém uma parede deslizante que providencia seis espectáculos. Jardim botânico pode ser realidade A operadora é ainda concessionária de dois terrenos adjacentes ao resort. De modo a alargar a oferta no que diz respeito à diversidade para o turismo, Steve Wynn considera a hipótese de transformar um deles com cerca de sete hectares, num jardim botânico. O homem que põe totalmente de parte a integração de parques temáticos nos seus investimentos admitiu ontem que “um jardim botânico pode ser uma hipótese para um dos terrenos” e assim ser uma mais valia para o empreendimento e para a população. Para o empresário, a possibilidade de um parque temático não faz sentido. “As famílias podem ficar aqui e dar um pulo à Disney de Hong Kong por exemplo”, afirma, enquanto diz que “parques temáticos não podem ser confundidos com atracção turística familiar”. Para Steve Wynn, a atracção está por exemplo nas flores que são “únicas” e, estas sim, integram aquilo a que se quer chamar de diversidade. “Flores que não existem em mais lado nenhum do mundo são diversidade”, remata. Macroeconomia e diminuição de lucros não são preocupação A diminuição do crescimento macroeconómico da China, a baixa nos lucros do Jogo ou a concorrência que se constrói à volta do Wynn Palace não assustam Steve Wynn. “Os números, ainda assim, continuam muito bons”, afirma, considerando que o negócio não é afectado em profundidade por questões macroeconómicas. Por outro lado, e face à diminuição de receitas de Jogo, Steve Wynn também não se mostrou apreensivo. Na sua opinião, o que se assistiu em Macau não foi a uma grande crescimento mas sim a “um crescimento gigantesco” e agora o que está a acontecer é uma estabilização para números normais. que ainda assim denotam que o Jogo está de boa saúde e “continua a dar lucros”. Dada a concorrência que se regista na construção de empreendimentos idênticos na vizinhança, o medo da concorrência e a aposta numa possível guerra de preços também não estão em cima da mesa. “Os meus hotéis não estão a competir com os outros”, afirma, adiantando que “não quer ser o maior mas sim o melhor” e que não faz parte dos planos entrar numa guerra de preços. O novo empreendimento no Cotai teve um custo de quatro mil milhões de dólares. Números 196 mil flores em duas esculturas 23 milhões de dólares para escultura de túlipas 26.783 m2 de lago 1200 pessoas por hora no teleférico 4 mil milhões de dólares americanos de investimento total
Angela Ka PolíticaAL | Deputados contestam “lentidão” nos trabalhos legislativos [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s deputados estão preocupados com a lentidão nos trabalhados da Assembleia Legislativa (AL), que consideram continuar a permitir que se acumulem diplomas sem que a eficiência na sua análise seja alta. As críticas foram ontem lançadas em duas conferências de imprensa sobre o trabalho desta sessão do hemiciclo, que terminou esta semana. Song Pek Kei queixou-se novamente da baixa eficiência dos trabalhos legislativos e a falta de um mecanismo de coordenação e acompanhamento dentro da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ) para supervisionar o progresso dos trabalhos. Outros deputados juntam-se ao coro de críticas, pedindo também revisão de alguns diplomas. A deputada, número dois de Chan Meng Kam no hemiciclo, diz que no ano passado foram programada seis propostas de lei para este ano, mas até hoje só foram entregues quatro delas, com uma taxa de execução de somente 25%. As propostas que envolvem assuntos importantes relativamente a drogas ou à economia, como a nova Lei do Enquadramento Orçamental e o Regulamento de Táxis ainda não têm sequer calendário para entrega. Song Pek Kei frisa que se as propostas se continuarem a acumular, a AL vai enfrentar um “alto stress de trabalho” e também vai aumentar a possibilidade de abandonar propostas. Para tentar resolver o atraso nos trabalho de legislação, Song Pek Kei, Chan Meng Kam e Si Ka Lon já sugeriram que o Governo faça um planeamento quinzenal, no qual se acrescente também uma avaliação de eficiência e gestão dos processos. Revisões necessárias Os três deputados repararam que muitas leis estreitamente ligadas à vida dos cidadãos têm atrasos ou falhas. Song Pek Kei exemplifica com o que diz ser a desactualização do Código Penal: entrou em vigor há mais de vinte anos e ao longo do tempo muitos crimes já aumentaram a punição, sem que tal acontecesse com outros, o que não é lógico: o homicídio é punido até dez anos de prisão, mas a punição para a contratação de trabalhadores ilegais poderá chegar aos oito anos, frisa a deputada. O colega de bancada, Si Ka Long, exemplifica com a habitação pública, para dizer que está na altura para rever as políticas a ela referentes, uma vez que centenas de pessoas ainda estão à espera de uma casa desde 2015. Se Chan Meng Kam considera que ainda não passaram anos suficientes desde a aprovação da nova Lei de Terras para que esta seja revista, Zheng Anting e Mak Soi Kun rumam em sentido contrário. Os dois, da Associação dos Conterrâneos de Kong Mun, defendem a imediata revisão do diploma. “O Governo deve enfrentar o caos social gerado pela nova Lei de Terras. A revisão da lei deve ser feita o mais rápido possível para não gerar mais confusão”, frisou Zheng Anting.
Hoje Macau EventosFundação Macau abre concurso para apoio a espectáculos locais [dropcap style]V[/dropcap]ão abrir as candidaturas para os “Espectáculos da Fundação Macau para os Cidadãos 2017” sob o título “Produções em Macau, Paixão por Macau”. A quinta edição apoia criações artísticas de associações locais, num total de 16 vagas a ser preenchidas. As candidaturas devem ser entregues pessoalmente na Fundação Macau, entre os dias 22 e 29 de Agosto. Desde que foi lançada, no ano de 2013, a iniciativa dos “Espectáculos da Fundação Macau para os Cidadãos” tem por objectivo “incentivar e apoiar as criações artísticas das associações locais do sector das artes e representação, com vista a melhorar o nível profissional dos artistas locais, aumentar o grau de participação das associações de artes e representação de acções culturais e artísticas e elevar a competitividade dos seus programas, de modo a contribuir para fomentar a oferta de programas de representação com participantes locais para que entrem nos bairros comunitários e enriqueçam a vida dos cidadãos”, de acordo com informação da Fundação Macau. Para protagonizar estes objectivos, o organismo decidiu proceder a uma recolha pública de candidaturas para a realização dos espectáculos. Serão atribuídos apoios financeiros a 16 espectáculos seleccionados que serão levados ao público em 2017. As categorias variam entre dança, teatro, música, ópera ou programas de variedades. Os candidatos devem dirigir-se pessoalmente aos serviços da Fundação Macau e entregar as candidaturas de 22 a 29 de Agosto. No final do mês de Outubro serão publicados na página da Fundação os resultados do concurso e os espectáculos apurados para receber apoio.
Hoje Macau BrevesCentro Unesco expõe “Sonho Chinês” Mais de 60 obras do artista Water Poon vão estar patentes ao público no Centro Unesco. A exposição inaugurada no dia 15 de Agosto vai estar disponível até dia 20 e pode ser visitada no período entre as 10h00 e as 19h00. O “Sonho Chinês”, assim se chama a mostra, é uma organização da Fundação Macau e pretende mostrar várias obras deste artista que nasceu em Guangdong mas que vive actualmente em Hong Kong. Multifacetado, divide-se entre a fotografia e a pintura, tendo mesmo já produzido um filme presente num festival de cinema no Irão.
Joana Freitas Manchete SociedadeGoverno cria empresa pública de gestão para sistema do metro. Pac On fica na DSAMA A gestão do metro ligeiro vai ser feita por uma empresa formada por dinheiros públicos, assim que o sistema esteja a funcionar. A questão, que tinha sido levantada por deputados, é assim respondida pelo GIT, sendo que a DSMA indica que o Pac On vai ficar totalmente sob alçada do Governo, num modelo semelhante ao outro terminal [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]metro ligeiro vai ser gerido por uma empresa pública, enquanto o Terminal Marítimo do Pac On ficará sob alçada do próprio Governo. É o que confirma o Gabinete de Infra-Estruturas e Transportes (GIT) e a Direcção dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água ao HM, depois da situação ter sido levantada pela Comissão de Acompanhamento dos Assuntos de Finanças e pela Comissão de Acompanhamento dos Assuntos de Terras e Concessões Públicas. A empresa que ficará encarregue do metro é totalmente constituída com dinheiros públicos. “O Governo vai constituir uma empresa com capital totalmente do Governo para acompanhar o trabalho de gestão operacional do sistema de metro ligeiro”, indica o GIT. Para já, o Gabinete está a realizar “os trabalhos preparatórios” neste sentido, estando estes ainda “na fase preliminar”. A questão foi levantada pelos deputados de duas Comissões da Assembleia Legislativa, com os membros da que acompanha as finanças a mencionar esta situação num relatório lançado esta semana. “Quanto à futura gestão do metro ligeiro, o Governo esclareceu [a Comissão] que a entrada em funcionamento da linha da Taipa está prevista para 2019 e que o modelo de gestão que será adoptado para o sistema do metro ligeiro terá por referência o que é praticado por outras regiões com este meio de transporte”, pode ler-se no documento da Comissão presidida pelo deputado Mak Soi Kun. Os membros do grupo diziam ainda que o Executivo adiantou que o modelo de gestão “iria considerar a realidade de Macau”, tendo ainda em conta “os interesses das diversas partes envolvidas”, de forma a que se pudesse traçar um perfil da futura entidade gestora, bem como as suas responsabilidades. Ao HM, o GIT não adiantou estes detalhes, sendo que assegura, contudo, que “o Governo vai concluir o ponto de situação para [o] apresentar ao público em tempo oportuno”. Pac On como o outro Já no caso do Terminal Marítimo do Pac On, os deputados quiseram saber se haveria “uma entidade que vai ser incumbida da gestão futura” do espaço, ou seja “se esta vai ser entregue a uma entidade particular” ou ao Governo. A DSAMA descarta que haja ideias para passar o Terminal para particulares. “De acordo com [a lei] esta direcção é responsável por coordenar e gerir o funcionamento dos terminais marítimos de passageiros”, começa por explica ao HM a DSAMA. A gestão “será igual ao que acontece agora no Terminal Marítimo do Porto Exterior”: a segurança, manutenção e limpeza são “ajudicadas a empresas de fora”, privadas, mas “a DSAMA actua completamente como corpo de supervisão e gestão”. Esta semana, o Governo garantiu que as obras do metro na Taipa vão ser concluídas a tempo de que o novo meio de transporte funcione em 2019, sendo que só no final do ano se saberá, contudo, o trajecto para o lado de Macau. O Executivo mencionou também que pretende a ligação de metro à Ilha da Montanha. O metro anda de forma automática, sem condutor, e terá uma capacidade máxima de transporte de 152 mil passageiros por dia. Já o Terminal Marítimo de Passageiros do Pac On está programado para abrir em Maio de 2017, 11 anos depois de ter sido começada a sua construção. Terá capacidade para 400 mil pessoas por dia.
Joana Freitas PolíticaATFPM de fora de nova Federação das Associações da Função Pública [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) não faz parte, nem vai fazer, da nova Federação das Associações dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, recentemente criada. Isso mesmo disse ao HM José Pereira Coutinho, presidente da ATFPM. A Associação não foi sequer convidada, mas o também deputado diz nada querer ter a ver com a nova representação, que tem como vice-presidente da Assembleia Geral e presidente da Direcção Chan Kam Meng e Pang Kung Hou. “Nunca, nem eu, nem a Rita Santos, nem nenhum dos nossos corpos gerentes foi convidado. Mas somos independentes, não precisamos da Federação para nada. O objectivo é controlar as associações para serem mais obedientes ao Governo e não aceitaríamos estarmos subjugados por uma federação que tem por objectivos controlar as associações”, frisou ao HM. A Federação é constituída por setes associações dos trabalhadores da Função Pública de “diferentes camadas” e tem como objectivo servir como uma plataforma de comunicação para reflectir as opiniões e reivindicações da Função Pública ao Governo, “assim como elevar a qualidade da Administração Pública e a gestão do desempenho”, como indica num comunicado. A Federação anunciou que fez um estudo junto dos funcionários que representa, para saber que tipo de pressões enfrentam e qual o nível de satisfação deles no trabalho. Os resultados vão sair em Setembro.
Julie Oyang h | Artes, Letras e IdeiasA China e os Jogos Olímpicos 奥运先驱 [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s primeiros Jogos Olímpicos da actualidade realizaram-se em 1894. O Comité Olímpico Internacional enviou um convite à China, dirigido ao Imperador representante da Dinastia Qing, a última que deteve o poder neste país. A China ignorou o convite porque os administradores imperiais não faziam ideia do seu significado. Em 1904, muitos jornais chineses deram grande cobertura aos Jogos desse ano e, em 1906, uma revista chinesa publicou, pela primeira vez, um artigo sobre a história dos Jogos Olímpicos, falando sobre os seus antecedentes e sobre o espírito que lhes preside. A 24 de Outubro de 1907, o famoso pedagogo Zhang Boling proferiu um discurso que fez história, na cerimónia de abertura de um evento desportivo em Tianjin. Na sua intervenção Zhang Boling salientava que, embora muitos países europeus tivessem poucas hipóteses de ganhar medalhas de ouro, não deixavam por isso de enviar atletas para participar nos Jogos. Defendeu activamente a ideia de que se deveria formar uma equipa chinesa para integrar as Olimpíadas. Depois dos Jogos Olímpicos de Londres, em 1908, um jornal de Tianjin voltou a abordar o tema dos Jogos. O jornal apelava à participação da China na próxima edição dos Jogos, enquanto organizava uma série de palestras e debates em torno dessa ideia. Entre 18 e 22 de Outubro de1910 realizou-se a primeira edição dos Jogos Nacionais em Tianjin, onde se exibiram slogans, como “Participação nos Jogos Olímpicos!”, “China, o próximo país organizador das Olimpíadas!”. E então, em 1913, os primeiros Jogos Olímpicos do Extremo Oriente tiveram lugar em Nanking. A China foi um dos promotores e os atletas chineses obtiveram bons resultados e provaram o seu desportivismo. Posteriormente, em 1915, o Comité Olímpico enviou um telegrama aos organizadores dos Jogos do Extremo Oriente a reconhecer a Associação Desportiva do Extremo Oriente e a convidar a China a participar nas próximas Olimpíadas e na reunião do Comité Olímpico. Em 1922, o chinês Wang Zhengyan foi eleito membro do Comité Olímpico. Em 1924, três jogadores de ténis participaram a título pessoal na oitava edição, que teve lugar em Paris. Finalmente em 1928, durante a nona edição em Amesterdão, a China enviou um observador oficial, Song Ruhai, para comparecer no evento. Esta presença marcou o primeiro acto oficial da China nos Jogos Olímpicos. O Pólo é um desporto muito antigo na Ásia, conhecido entre os chineses por Jiju击鞠. Os nobres da Dinastia Tang (618-907) adoravam bater bolas de madeira com um bastão feito de crina de cavalo. Dos 19 imperadores, 11 foram fanáticos. Dois deles morreram mesmo em acidentes durante jogos de Pólo. Diz-se que o jogo foi introduzido pelos Persas e pela Dinastia Tubo do Tibete, e era muito praticado pelas antigas damas chinesas. Por vezes, era mais do que recreativo. Quando o Imperador Xizong teve dificuldade em escolher entre quatro candidatos à chefia militar da região de Sichuan, a decisão foi tomada a partir de um jogo de Pólo. O candidato de classe mais baixa, mas que era um excelente jogador, acabou por conseguir o lugar.
Hoje Macau DesportoOlímpicos | Biles deixa escapar ouro, Nelson Évora e Fernando Pimenta cumpriram expectativas e estão na final As expectativas de Biles caíram por terra e a atleta viu escapar-lhe o ouro numa prestação que teve alguns deslizes. Nelson Évora no atletismo e Fernando Pimenta na canoagem cumpriram as expectativas e estão nas finais do triplo salto e de K1 1.000 metros, respectivamente. A queda de uma câmara de televisão fez ainda sete feridos no Parque Olímpico [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]epois de dominar a sua série sem dar hipóteses à concorrência, Fernando Pimenta chegou à meia-final para assegurar o segundo lugar e segundo melhor tempo entre os oito finalistas nos K1 1.000 metros. “Vão ser os 1.000 metros da minha vida”, disse o canoísta de Ponte de Lima, bicampeão europeu de K1 1.000 e K1 5.000 metros e prata em K2 1.000 em Londres. Nelson Évora saltou 16,99 metros, naquele que é o seu melhor registo até hoje. O “capitão” da equipa de atletismo de Benfica “voou” ontem até à quarta melhor marca da qualificação entre os 12 atletas. Visivelmente satisfeito comentou, “vou lutar por uma medalha. Sempre disse que estava em boa forma e tenho mais dinamite para dar”. Tanto Nelson Évora, que venceu em Pequim com 17,67 metros, como Fernando Pimenta procuram a segunda medalha, sendo que o canoísta tenta a primeira individual, depois de ter arrebatado a prata em Londres em K2, ao lado de Emanuel Silva. Biles ‘deslizou’ para o bronze As expectativas da ginasta americana caíram por terra ao não conseguir alcançar a tão desejada medalha de ouro, nem fazer os cinco títulos olímpicos na categoria de ginástica artística. Escorregou duas vezes na final da categoria de Trave, ficando-se pelo terceiro lugar. A holandesa Sanne Wevers recebeu a medalha de ouro. Após os títulos na prova por equipas, o concurso completo individual e no salto de cavalo, Biles pode ainda alcançar uma quarta medalha de ouro, se ganhar a final de solo. ‘Martelada’ no recorde mundial Anita Wlodarczyk reconquista o primeiro lugar no pódio, ganho em Pequim 2008, depois de em 2012 se ter ficado pelo segundo lugar nos jogos de Londres. A atleta estabeleceu novo recorde mundial no lançamento do martelo a uma distância de 82,29 metros, que acrescentou mais de um metro (1,21) à anterior marca. A polaca é a única atleta que lança acima dos 80 metros. Recordista dos 400 metros treinado por bisavó O sul-africano Wayde van Niekerk conquistou o primeiro lugar nos 400 metros e arrebatou o recorde do mundo que estava, há 17 anos, nas mãos do americano Michael Johnson. Por trás deste enorme feito está uma bisavó de 74 anos que é a sua treinadora. “Tannie Ans”, como é conhecida Ans Botha, a bisavó que treina o atleta de 17 anos, tem quatro bisnetos e é treinadora desde a década de 1960. “Ela é uma mulher formidável. Estou muito satisfeito de poder contar com o seu trabalho, que fala por si”, disse Wayde van Niekerk, depois de conquistar o ouro olímpico. O agora campeão conheceu Ans Botha em 2010, nos campeonatos do mundo de juniores realizados no Canadá. “Aterragem” na meta Shaunae Miller, das Bahamas, conseguiu ontem o triunfo nos 400 metros de forma invulgar: totalmente em queda na passagem da meta. Exausta e a ver o título a escapar, Miller atirou-se para a frente e ‘mergulhou’ sobre a meta, segurando a vantagem por escassos sete centésimos de segundo sobre Felix. Os tempos ficaram em 49,44 segundos, melhor marca do ano, e 49,51, respectivamente. O pódio desta prova acaba por ser composto pelas mesmas atletas dos Mundiais de 2015, já que o bronze foi para a jamaicana Shericka Jackson, com 49,85 segundos. O queniano David Rudisha manteve o título olímpico dos 800 metros, ganhando a final da prova com a marca de 1.42,15, melhor marca mundial do ano. A corrida, disputada no estádio olímpico do Rio de Janeiro, foi afectada pelas chuvadas que caíram antes mas tanto Rudisha como os medalhados de prata e bronze acabaram por fazer grandes marcas e ocupam agora o ‘top’ do ano naquela distância. Taoufik Makhloufi melhorou o recorde da Argélia para 1.42,61 e o norte-americano Clayton Murphy fez recorde pessoal, com 1.42,93. Ainda os portugueses Na vela, os portugueses Jorge Lima e José Costa desceram para a 13.ª posição da classe 49er dos Jogos Olímpicos ao marcarem um 12.º lugar, um 19.º e um quarto, este último o melhor registo desde o primeiro dia. Cumpridas nove das 12 regatas, a dupla lusa totaliza 83 pontos, menos dois do que o Brasil, que segue no 10.º posto, o último de acesso à ‘Medal Race’. O dia foi de despedida para Vânia Neves na natação, com a atleta a fazer a prova da sua vida e a terminar no 24.º lugar em águas abertas, que concluiu em 2:01.39,3 horas. A atleta disse “não tive a classificação que tive em Setúbal (16.º lugar), mas fiz perto de sete quilómetros com o grupo da frente e à frente de nadadoras que já foram campeãs do mundo, campeãs da Europa e tudo e mais alguma coisa”, acabando por concordar que sim, foi a prova da sua vida. Vera Barbosa também vai estar em competição nas eliminatórias dos 400 metros barreiras. Aguardemos o resultado. Sete feridos em queda de câmara A tarde na Cidade Olímpica ficou marcada pela queda de uma câmara de televisão suspensa, provocando sete feridos, dois atingidos pela câmara e cinco pelos cabos de aço que cederam. O incidente ocorreu junto à Arena Carioca 1,onde se realizam os jogos de basquetebol e o equipamento de recolha remota de imagens é da responsabilidade da empresa encarregue pela transmissão oficial dos Jogos. O herói de Singapura Joseph Schooling que no sábado conquistou a medalha de ouro dos 100 metros mariposa, vencendo Phelps, foi recebido como um herói na sua terra natal. Além de receber um prémio de um milhão de dólares de Singapura (cerca de 665 mil euros), Schooling, de 21 anos, viu também ser-lhe concedido um adiamento do cumprimento do serviço militar obrigatório para que possa preparar-se para os próximos Jogos Olímpicos a realizarem-se em Tóquio. Cavaleira britânica conquista ouro e marido Bafejada pela sorte, a cavaleira Charlotte Durjardin de 31 anos venceu a terceira medalha de ouro de hipismo e no final da sua prova, foi surpreendida com um pedido de casamento do noivo. Empunhando uma mão vermelha gigante, Dean Golding, o noivo, apontou para t-shirt que trazia vestida, onde se lia: “Já podemos casar?”. “Agora que ele tornou o pedido tão público, não há como não o fazer”, ironizou Charlotte Durjardin.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão protesta contra presença chinesa em águas nacionais Japão aponta o dedo à China e acusa o país de invasão das suas águas territoriais ao largo das ilhas Diayou. O país nipónico considera a situação insustentável e pede calma na resolução da situação. Suspeita-se que hajam importantes reservas de gás natural e petróleo naquele arquipélago. Taiwan também reclama a soberania do território [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]governo do Japão publicou um vídeo que mostra vários navios chineses em águas territoriais nipónicas à volta das ilhas disputadas de Senkaku e Diayou, como parte dos protestos para levar o país vizinho a desistir das incursões na zona. As imagens foram gravadas pela Guarda Costeira entre os dias 5 e 9 de Agosto. Num comunicado que acompanha o filme, o Ministério dos Negócios Estrangeiros classifica a acção como “inaceitável” e considera que o comportamento da China está a provocar uma escalada de tensão na região. A 6 de Agosto foi apresentado um protesto às autoridades de Pequim por terem sido detectados mais de 200 barcos perto das ilhas Diaoyu. De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês, em 2012 um total de 40 navios de mil ou mais toneladas entraram nas suas águas, e o número triplicou em 2015 para 120 navios. A disputa pela posse do arquipélago das Diaoyu que está desabitado e tem apenas sete quilómetros quadrados, levou a que as relações entre os dois países tivessem sofrido um dos seus piores momentos em décadas, após Tóquio ter adquirido, em meados de Setembro de 2012, três das ilhas a um proprietário privado. O gesto foi contestado tanto pela China como por Taiwan, que também reclama a soberania das ilhas, e gerou uma onda de protestos contra o país vizinho, e que em alguns casos, tiveram contornos violentos, e originaram o cancelamento de eventos diplomáticos. Desde que o clima de tensão se agravou, a zona alvo da contenda tem vindo a ser patrulhada por embarcações das partes envolvidas. Suspeita-se que existam importantes reservas de petróleo e gás natural naquele pequeno pedaço de terra.
Hoje Macau BrevesMGM Resorts aumenta participação em Macau A empresa norte-americana MGM Resorts anunciou ontem, em comunicado à bolsa de Hong Kong, que vai adquirir mais 4,95% da operadora de jogo de Macau MGM China por 150 milhões de dólares. Segundo o comunicado, a empresa-mãe vai pagar à Grand Paradise Macau Limited, controlada por Pansy Ho, filha do magnata Stanley Ho, 100 milhões de dólares no imediato, a que se junta um pagamento de 50 milhões ao longo de, no máximo, cinco anos. Como resultado desta transacção, a MGM Resorts aumenta a sua participação na MGM China de 51% para 56% – a operadora de jogo de Macau resulta da parceria entre Pansy Ho e a MGM Resorts. Assim, Ho e a Grand Paradise Macau passam a deter 22,49% da MGM China. Por outro lado, o comunicado dá conta de que Pansy Ho acordou também adquirir quatro milhões de acções da MGM Resorts. Grant Bowie, director executivo da MGM China, considera que a transacção “fortalece a relação entre os maiores accionistas da empresa e reforça o seu compromisso colectivo com a MGM China e com Macau”. A MGM China anunciou no início do mês uma queda de 22% nas suas receitas em Macau no primeiro semestre deste ano, comparando com o mesmo período de 2015. As receitas da operadora foram de 7,2 mil milhões de dólares de Hong Kong entre Janeiro e Junho. A empresa anunciou em Fevereiro o adiamento da abertura do MGM Cotai para o próximo ano devido às condições do mercado, no mesmo dia em que revelou que teve uma quebra de 33% nas suas receitas em Macau no conjunto do ano de 2015. Entre Janeiro e Junho, os casinos de Macau registaram no conjunto receitas de 107.787 milhões de patacas, menos 11,4% do que no primeiro semestre de 2015.
Hoje Macau China / ÁsiaNuclear | Adiamento de central cria mal estar entre Pequim e Londres O ministro britânico para a Ásia, Alok Sharma, encontra-se em visita oficial à China, num período de tensões bilaterais, devido à decisão do Reino Unido em adiar a construção de uma nova central nuclear financiada pela China Alok Sharma, ministro britânico que se reuniu na segunda-feira com o seu homólogo chinês, Wang Yi, é o primeiro responsável britânico a visitar a China, após a decisão da nova primeira-ministra, Theresa May, de suspender o projecto. Pequim concordou em ficar com uma participação de um terço na central nuclear a ser construída pela gigante francesa EDF, em Hinkley Point C, no sudoeste da Inglaterra. O negócio foi anunciado durante a visita oficial do Presidente Xi Jinping a terras de sua majestade, em Outubro, como parte da “era dourada” nas relações bilaterais, promovida pelo então primeiro-ministro britânico David Cameron e o ministro das Finanças George Osborne. A decisão da actual Primeira ministra terá sido motivada por preocupações de que o investimento do grupo estatal China General Nuclear constituísse uma ameaça à segurança do reino. Em comunicado, Sharma assegurou que a “relação entre os dois países é forte, está a crescer e beneficia ambos”. O nosso país está aberto a receber negócios e é um destino atractivo para o investimento internacional, incluindo da China”, sublinhou o ministro. Comércio salvaguardado A decisão de adiar a construção da central nuclear gerou fortes reacções da parte de Pequim, com o embaixador chinês no Reino Unido, Liu Xiaoming, a considerar num artigo publicado pelo jornal Financial Times, que esta colocou as relações bilaterais “num ponto histórico crítico”. Por outro lado, Sharma referiu num comunicado, que “como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, estamos a trabalhar juntos para encarar os problemas globais do século XXI”, sublinhou. “O comércio bilateral atingiu um nível recorde. As exportações para a China cresceram 57%, desde 2010, e espera-se que esta se torne no segundo maior investidor no Reino Unido, até 2020”, lê-se na mesma nota. Além de Pequim, Sharma visitará ainda Shenzhen e Cantão, na província de Guangdong, no sul, dois importantes centros da economia chinesa. Apesar da tensão e da aberta animosidade registadas na década de 1990 sobre a transferência de soberania de Hong Kong, e da histórica “humilhação” causada pela Guerra do Ópio, o Reino Unido é hoje o principal destino do investimento chinês na Europa. Portugal é o quarto, logo a seguir à Alemanha e França.
Hoje Macau China / ÁsiaSatélite de telecomunicação quântica lançado ontem pela China [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]esignado de QUESS (sigla em inglês para Experiências com Quânticos à Escala Espacial), com um peso de 600 quilos e o tamanho de um automóvel, um satélite foi ontem lançado com foguetes propulsores Longa Marcha 2D, no deserto de Gobi. A China quer começar a investigar a teleportação e formas de comunicação a distâncias impossíveis de interceptar. Este novo satélite vai girar em torno da Terra a cada 90 minutos e a uma altura de 500 quilómetros, numa órbita sincronizada com o sol. O QUESS também é referido pelo programa espacial chinês como “Micio”, em homenagem ao cientista e óptico da China Antiga, que há 2.500 anos inventou a primeira câmara escura. A principal missão do satélite é tentar transmitir à Terra e receber a partir desta fotões quânticos, que em teoria não podem ser separados ou duplicados, o que pode ser a base para uma comunicação blindada a “hackers”. A partir daquele satélite, tentar-se-á estabelecer comunicações seguras entre Pequim e a região de Xinjiang, no noroeste do país. Está a ser planeada a construção, a curto prazo, de uma rede de comunicação quântica de 2.000 quilómetros, entre Pequim e Xangai, as duas principais metrópoles do país, para ser usada por agências governamentais e bancos. O QUESS investigará ainda o mistério científico do entrelaçamento quântico, que pode servir de base ao teletransporte, um avanço tecnológico que parece reservado à ficção científica, mas que os cientistas chineses tentam levar a cabo com esta experiência. Neste fenómeno da mecânica quântica, se duas partículas estão entrelaçadas, uma não pode ser alterada sem que a outra também o seja – mesmo que estejam espacialmente separadas por milhões de anos-luz. O satélite tentará provar esta teoria, transmitindo fotões a estações de controlo espacial em solo chinês, separadas por 1.000 quilómetros de distância. Segundo o engenheiro aeroespacial Wang Jianyu, um dos responsáveis pelo projecto, o novo satélite quântico é a primeira missão espacial em que a China não tenta imitar o que outras nações já fizeram anos antes, procurando inovar. “É o nosso primeiro passo à frente dos outros no espaço”, sublinhou, numa entrevista ao jornal de Hong Kong, South China Morning Post.
Hoje Macau Eventos MancheteCinema | Feira de Guangdong, Macau e Hong Kong arranca com sete projectos locais Começou ontem a Feira de Investimento na Produção Cinematográfica entre Guangdong, Hong Kong e Macau. Este ano foram 25 os filmes escolhidos para captarem investimento, onde realizadores das três áreas geográficas tentam realizar o sonho de passar do papel ao ecrã. Sete são de Macau [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Feira de Investimento na Produção Cinematográfica entre Guangdong, Hong Kong e Macau abriu ontem. Nesta edição, participam 25 projectos cinematográficos de vários produtores das três regiões e cerca de meia centena de investidores. Para o presidente do Instituto Cultural (IC), Guilherme Ung Vai Meng, a feira é mais um passo para a expansão do sector em Macau. “Esperamos do futuro uma plataforma onde surjam mais oportunidades e mais investimento, para que possamos ter mais recursos para apoiar e dar oportunidades de sucesso [aos realizadores]”, frisou o responsável. A cooperação entre as três partes envolvidas, na tentativa de se fazer mais e melhor cinema, foi partilhada também pelo vice-director da Administração de Imprensa e Publicação, Rádio, Cinema e Televisão da província de Guangdong, Liu Xiaoyi, que defendeu que os apoios são necessários para apostar e desenvolver este sector. Esta edição da Feira de Investimento conta com a participação de 25 projectos cinematográficos de vários produtores, sendo sete locais. Conta ainda com a presença de mais de 50 investidores convidados para estarem presentes e votarem nos filmes com mais potencial, o dobro dos que compareceram o ano passado. A apresentação dos projectos que vão a votos foi feita pelos produtores e realizadores dos filmes que buscam investimento, sendo que cada um dispunha de um limite de tempo para “vender” o melhor possível o seu projecto. Além desta apresentação pública, existem ainda reuniões bilaterais onde são discutidos mais a detalhe as questões de investimento e o valor necessário. Este ano foram criados três novos prémios, que visam distinguir os projectos com mais potencial. “O Prémio de Melhor Projecto Cinematográfico”, “Prémio de Excelência para Projecto Cinematográfico” e o “Prémio de Mérito de Projecto Cinematográfico” serão atribuídos aos três filmes que obtiverem o maior número de votos por parte dos investidores. No último dia de feira, hoje, há ainda um seminário subordinado ao tema “Financiamento Cinematográfico” onde o público pode também participar. Existem 30 lugares disponíveis e o evento conta com convidados de renome do ramo do cinema. De Hong Kong vieram os cineastas Patrick Tong e Mathew Tang e, como investidor da China, veio Liu Xiaofeng. Todos irão partilhar as novas tendências de financiamento no cinema. A palestra realiza-se às 14h30. “China Beat” Entre os participantes de Macau estão dois portugueses, entre eles Fernando Eloy que apresenta “China Beat”. Um drama que fala sobre uma jovem executiva que retorna à China após três anos no Brasil. Em Macau, participa numa festa de amigos e recebe uma chamada do irmão a pedir ajuda. “O patrão [dele] é corrupto e ele decide fazer justiça, mas agora está em apuros”, resume o realizador. “Macau Boys” Do realizador Maxim Bessmertny, esta é uma comédia contada em 90 minutos. “Um estudo de personagem de quatro jovens desperdiçando o seu tempo brincando com mulheres, vinho e jogos na cidade de Macau”, explica. O financiamento previsto para pôr em prática este projecto é de 291 mil dólares americanos. “Days of Being Trapped” Fantasia e drama contados pela mão do director Vincent Hoi, de Macau. Imagine que devido a um vírus mortal fica fechado com outras pessoas, durante dias, num espaço onde os bens essenciais começam a escassear. Para sobreviver é preciso tomar medidas drásticas e decisões amorais: sacrificar uma pessoa para alimentar as restantes. Em que ficamos? “Phone Ghost” Wong Kong Po conta a história de como a tecnologia melhora a nossa vida ao mesmo tempo que escraviza a nossa mente. Uma jornalista recebe mensagens de um assassino. Mas, se no início isso a perturba, esta acaba por se envolver na história e torna-se dependente. Seiscentos mil dólares é o financiamento pedido por este realizador de Macau para concretizar o filme. “Singing Girl” É o filme do realizador Lou Ka Hou, de Macau, que conta a história de uma rapariga que sonha ser cantora. Um dia participa num concurso com uma canção contendo linguagem imprópria. Esse episódio sai-lhe caro e ela acaba por ser expulsa da escola e repudiada pela família. Por outro lado, a música que entretanto foi parar à internet permitiu-lhe conquistar uma legião de fãs. Esta dualidade divide a rapariga, que se questiona: abandona o sonho e recupera a vida que tinha, ou deixa para trás o passado e segue rumo ao palco? “Barbosa and Grantham” Drama e suspense contados pela mão do realizador de Macau, Ho Fei. É a história de dois homens, Barbosa e Granthman, que lutam desesperadamente para fazer face a uma situação de extrema pobreza e colapso económico no território. Um filme que o realizador promete ser emocionante, com uma morte pelo meio. “Um jogo bonito” Do realizador António José Caetano de Faria, esta película fala sobre um menino, Zhu, que sonha ser jogador de futebol. Um dia tem a oportunidade de mostrar as suas qualidades num jogo em Macau, ao qual assiste um olheiro de um grande clube da China. No mesmo dia, o irmão de Zhu é atropelado e a oportunidade foge-lhe por entre os dedos. Anos mais tarde, o irmão mais novo de Zhu tenta a sua sorte para mudar o destino da família. Vizinhos do lado Entre os 25 projectos, destacam-se ainda alguns da região vizinha, como é o caso de “Taste of Orange”, de Wong Yuk-wa. O realizador pede 800 mil dólares americanos para concretizar um filme de 90 minutos, classificado na categoria de drama e que fala sobre a vida e a forma como esta pode ser encarada. “As laranjas podem ser doces ou amargas. Não sabemos o gosto até a prova.” A vida é igual. “Today” é a história contada por Candy Ng e Yeung Chiu Hoi, ambos de Hong Kong. Um relato sobre juventude e amor. “Um fotógrafo de casamentos conhece a mulher da sua vida durante um trabalho. Há um flashback onde as personagens reflectem sobre os vários aspectos da sua vida, amor, carreira e amizade”, indica o resumo do filme.
Hoje Macau SociedadeUSJ | Alan Baxter é o novo director da Faculdade de Humanidades O linguista Alan Baxter regressa a Macau. Depois da Universidade de Macau, o académico integra a Faculdade de Humanidades da Universidade de São José, ocupando o cargo de director [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]linguista australiano Alan Baxter, especialista em crioulos de base portuguesa, incluindo o de Macau, vai dirigir a Faculdade de Humanidades da Universidade de São José, revelou ontem a vice-reitora da instituição privada de Macau. À Rádio Macau, Maria Antónia Espadinha, que assumia o cargo interinamente, explicou que Baxter foi escolhido num concurso de âmbito internacional. “Estive no ano passado, até agora, como directora interina da Faculdade. E tinha grande responsabilidade. Neste momento já cá temos o novo director, que é o professor Alan Baxter. Houve um concurso internacional e ele foi o seleccionado.” Baxter foi director do Departamento de Português da Universidade de Macau entre 2007 e 2011, ano em que deixou o território, regressando agora para liderar o departamento de Humanidades da USJ, ligada à Universidade Católica Portuguesa e que conta com uma licenciatura de Português-Chinês e um mestrado em Estudos Lusófonos de Literatura, além de um curso intensivo de Português pré-universitário. Licenciado em Filosofia e Letras e Mestre e Doutor em Linguística, Alan Vorman Baxter é especializado em crioulos de base portuguesa, incluindo o patuá de Macau. Novo campus em 2017 A mudança da Universidade de São José para o novo campus na Ilha Verde pode acontecer entre o final deste ano e Janeiro, adiantou ainda à Rádio Macau a vice-reitora da instituição. “Neste momento, esperamos firmemente poder mudarmo-nos para lá naquele período entre o Natal e o começo das aulas em Janeiro, que eventualmente até pode ser um pouco diferido”, afirmou Maria Antónia Espadinha, explicando, contudo, que nada está programado. “Só podemos programar no momento em que o campus estiver pronto e que os edifícios estiverem licenciados. E há já edifícios que estão prontos”, disse, adiantando existirem três concluídos. O ano lectivo 2016/2017 na Universidade de São José começa a 5 de Setembro.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Visita a santuário azeda relação com Japão [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo de Pequim mostrou ontem em comunicado, o seu desagrado face à visita de duas ministras do executivo Japonês, a um templo dedicado aos “Heróis” da guerra, mas que aos olhos da China, dignificam criminosos. O Santuário Yasukuni, situado em Tóquio espicaçou a relação entre os dois países com a China a referir que este gesto “prova uma vez mais, a atitude errada daquele Executivo face à História”. O santuário “homenageia os principais criminosos de guerra e visa embelezar as guerras de agressão”, refere um comunicado do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) chinês, Lu Kang. A ministra do interior, Sanae Takaichi, e a dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Tamayo Marukawa participaram na segunda-feira na homenagem de várias formações da política japonesa em Yasukuni, para comemorar o 71.º aniversário do fim da II Guerra Mundial. “O Japão deve encarar abertamente a sua história de agressão e reflectir, lidar com o tema de forma responsável e apropriada, e trabalhar para ganhar a confiança dos seus vizinhos asiáticos e da comunidade internacional, com medidas concretas”, sublinhou Lu Kang, do MNE. As ministras integraram um grupo de 70 deputados de diferentes formações das duas câmaras que compõem a Dieta (o Parlamento japonês), que se deslocou ao santuário para comemorar a rendição do Japão. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, enviou uma oferenda, apesar de não ter comparecido em pessoa. O santuário com 145 anos, presta tributo a cerca de 2,5 milhões de cidadãos que morreram na Segunda Guerra Mundial e noutros conflitos bélicos. Entre as figuras homenageadas figuram criminosos de guerra, tal como o general Hideki Tojo, que autorizou o ataque a Pearl Harbor.
Joana Freitas SociedadeAcusação a Ho Chio Meng ainda dentro do prazo, diz MP [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Ministério Público (MP) garante que o caso Ho Chio Meng está a seguir a lei. É o que diz o Gabinete do Procurador em resposta ao HM, que questionou o organismo sobre a possibilidade de estar a terminar o prazo legal de acusação sem que o ex-Procurador saiba por que está preso. O período de inquérito para o caso que tem Ho Chio Meng, ex-Procurador, como principal arguido vai acabar este mês, a dia 26. Como tinha avançado no início deste mês o jornal Ou Mun, o MP teria de apresentar uma acusação sob pena da investigação dar em nada. Citando um especialista da área do Direito, que não desvendava o nome, o jornal dizia que o MP ainda não apresentou qualquer acusação após a detenção de Ho Chio Meng, em Fevereiro. A defesa pode evocar a ultrapassagem do prazo limite para acusação. Segundo o que o HM apurou, o Código de Processo Penal diz que o Ministério Público encerra o inquérito, arquivando-o ou deduzindo acusação, nos prazos máximos de seis meses, se houver arguidos presos, ou de oito meses, se os não houver. Desde 26 de Fevereiro que Ho Chio Meng está detido, tendo ficado em prisão preventiva em Coloane, o que implica que o prazo de seis meses termine no mesmo dia deste mês. Ainda assim, como o HM apurou, o Código admite que o prazo pode ser prolongado até aos oito meses em casos “especiais de investigação”. O MP não adianta data para emitir acusação, mas ao HM assegura que está tudo dentro da lei. “O caso está actualmente em processo nos termos da lei de processo penal”, refere o organismo. Ho Chio Meng é suspeito de corrupção, em conluio com outras chefias do MP e responsáveis de empresas privadas. O caso remete para a aprovação de várias obras, mas o ex-Procurador da RAEM ainda não foi formalmente acusado.
Hoje Macau BrevesMotorista da Uber recorre de sentença Um motorista da Uber, que foi apanhado pela polícia a conduzir embriagado, recorreu de uma decisão do tribunal. O homem foi condenado a uma pena de quatro meses de prisão e está inibido de conduzir durante um ano e meio. A pena é um cúmulo por ser reincidente, mas o motorista interpôs recurso do Tribunal Judicial de Base (TJB). O tribunal mandou, então, aplicar como medida de coacção o termo de residência e a obrigação de apresentação periódica de 15 em 15 dias, medidas a que o homem fica sujeito enquanto o caso não for novamente a julgamento.
Angela Ka BrevesKaifong pede aprovação urgente da Lei da Droga A União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM ou Kaifong) pediu ontem a aprovação urgente da Lei de Combate à Droga, sobretudo no que diz respeito a tornar o exame de droga obrigatório. O pedido é feito na sequência de um caso tornado público pelas autoridades, de um condutor que fez a Ponte de Amizade toda ao contrário, por estar sob a influência de estupefacientes. Os Kaifong pedem o aumento das molduras penais para o tráfico e o consumo de drogas. A lei está a ser analisada na especialidade desde o início deste ano.
Hoje Macau BrevesPJ detém 17 pessoas ligadas a rede de agiotagem A Polícia Judiciária deteve 17 pessoas que trabalhavam para uma organização que fazia empréstimos ilegais a jogadores, arrecadando juros de 10% por aposta. À agência Lusa a PJ explicou que a detenção aconteceu na segunda-feira, na sequência de uma operação envolvendo dois apartamentos residenciais, onde os suspeitos (chineses do continente com idades entre os 24 e os 47 anos) trabalhavam e onde foram também apreendidos os recibos de dívida que eram registados. Segundo a PJ, os detidos, que as autoridades acreditam pertencerem ao mesmo grupo criminoso, negaram receber qualquer salário, mas disseram gozar de alojamento gratuito e refeições. O dinheiro que ganhavam, disseram, resultava dos empréstimos cedidos a jogadores nos casinos, entre 30 mil e 50 mil dólares de Hong Kong de cada vez, sobre os quais cobravam juros de 10% por cada jogo. De acordo com a PJ, estas detenções estão relacionadas com outras dez realizadas em 29 de Junho, também por agiotagem para jogo, que por sua vez resultaram de uma investigação iniciada em Fevereiro, quando as autoridades receberam informação sobre a existência de uma rede que estaria a actuar sobre funcionários dos casinos. Segundo informações prestadas na altura, esta rede terá começado a funcionar em 2011 e os seus membros “exigiam aos devedores assinar um talão empréstimo, obrigando-os ainda a entregar os documentos de identificação, de trabalhador, caderneta da conta bancária, cartão multibanco, entre outras fotocópias”.
Joana Freitas BrevesChui Sai On em Portugal a 10 de Setembro Chui Sai On parte no dia 10 para Portugal. A visita do líder do Governo já tinha sido declarada, mas ontem foi anunciada a data. Chui Sai On, que se desloca a Portugal cinco anos depois de lá ter estado, vai a convite do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, e ficará até dia 15. Chui Sai On também se encontrará com o Primeiro-Ministro António Costa, sendo que a viagem também inclui a participação do líder do Governo na reunião da Comissão Mista Macau-Portugal, a ser co-presidida não só pelo próprio Chefe do Executivo, como pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva.
Joana Freitas BrevesJovem julgado por matar gatos agredido Começou ontem em Taipé o julgamento do estudante universitário de Macau acusado de ter morto dois gatos. O rapaz, de 23 anos, foi agredido à saída do tribunal. Chan Hou Ieong, que foi detido no início deste mês, alegou que sofre de problemas psicológicos e não consegue controlar o ímpeto que tem de matar gatos. Confessou ter morto dois gatos na Formosa e, segundo a agência de notícias taiwanesa CNA, o tribunal elevou a caução para o equivalente a 50 mil patacas e proibiu o finalista da Universidade de Taiwan de abandonar a ilha enquanto decorrer o processo, que irá incidir sobre os dois casos. Entretanto, um dirigente da Universidade Nacional de Taiwan fez saber que a Comissão Disciplinar da instituição vai analisar o caso do aluno de Macau no final deste mês, já que este ainda não foi expulso. Associações de animais locais e testemunhas dizem que o jovem terá morto felinos também no território.
Angela Ka BrevesSeguros aumentam por causa do terrorismo O presidente da Associação dos Mediadores de Seguros de Macau, Leong Chi Meng, referiu esta semana que aumentou a compra de seguros de vida em Macau. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, o responsável explicou que a subida se deve sobretudo ao crescimento dos actos terroristas e acidentes pelo mundo fora, que expandiu “a consciência dos cidadãos relativamente ao seguro”. O sector dos seguros apresentou, em 2015, um aumento de cerca de 20% a 30% nos negócios. Por enquanto, os cidadãos de Macau focam-se mais no seguro de protecção de crises e seguro médico, sendo que 50% a 60% dos clientes são pessoas jovens.
Joana Freitas Manchete PolíticaFinanças | Gastos mais de 700 milhões em rendas de privados em 2015 Os deputados continuam preocupados com as rendas privadas que o Governo anda a pagar, com Chan Meng Kam a apontar que estas já aumentaram para cima dos mil milhões este ano. No ano passado, o Governo gastou mais de 720 milhões, mas promete estar a mudar o paradigma [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo prometeu novamente aos deputados que iria iniciar “uma retirada gradual dos serviços públicos do mercado de arrendamento privado”. A intenção não é nova, mas foi reiterada pelos representantes do Governo numa reunião com a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos das Finanças Públicas. Segundo os números apresentados, o Executivo gastou mais de 720 milhões de patacas em 2015 com rendas privadas para serviços públicos. O relatório que dá a conhecer o teor da reunião foi ontem publicado. O valor que o Governo gastou em rendas não corresponde nem a 1% do valor total do orçado para as despesas do ano passado, mas preocupa, ainda assim, os deputados. “O facto do Governo despender, anualmente, avultadas somas do erário público para arrendar imóveis privados para a instalação de serviços públicos, situação esta que suscita cada vez mais a atenção do público, levou a Comissão a dar o devido acompanhamento à questão”, pode ler-se no relatório. Segundo as informações de Dezembro de 2015 facultadas à Comissão, o Governo pagou “mais de 60 milhões mensais de rendas” não só para serviços públicos, como para serviços com autonomia administrativa e organismos autónomos. No total, foram arrendados 270 mil metros quadrados de área útil para escritórios, estacionamento e armazéns. O Governo justifica que tomou a decisão de arrendar imóveis privados em 2003, “para estimular a economia devido à epidemia de SARS”. Mas agora a economia cresceu. “O Governo está atento à questão e vai rever as políticas. Entendem alguns membros da Comissão que o Governo deve aproveitar a descida dos preços dos imóveis para adquirir terrenos e prédios para a construção de edifícios de escritórios ou para os converter em escritórios para os serviços públicos e o Governo respondeu que, no futuro, vai proporcionar espaços, de uma forma mais eficaz e mais rentável, para a instalação de serviços públicos”, pode ler-se no relatório. Prometida fica a reserva de solos para a construção de edifícios para este fim, na reunião que contou com a presença de Lionel Leong, Secretário para a Economia e Finanças, e Anselmo Teng, presidente da Autoridade Monetária de Macau, entre outros. Que austeridade? Numa interpelação escrita enviada ontem ao Governo, Chan Meng Kam, versa precisamente sobre os gastos do Governo. O deputado refere que, segundo a conta central da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF), as receitas financeiras do mês de Janeiro a Maio eram de 39,95 mil milhões de patacas, apresentando uma queda de 14% face ao período homólogo do ano passado. Entretanto, as despesas públicas mostraram um aumento de 11%, com um montante total de 23,59 mil milhões de patacas. Chan Meng Kam diz que, apesar da introdução de medidas de austeridade pelo Governo, as despesas públicas continuam a surgir de forma elevada. O deputado diz que “há opiniões de que a austeridade não tem em conta os gastos do quotidiano ou os arrendamentos dos escritórios para os serviços públicos”. Relativamente aos gastos de alto valor, “parece que o Governo mantém o hábito extravagante”, diz. O deputado exemplifica com estudos sobre a qualidade do serviço de Limpeza Urbana, Recolha e Transporte de Resíduos, onde se gastou 4,5 milhões de patacas pelo serviço incumbido à Universidade de Ciência e Tecnologia. Chan Meng Kam diz mesmo que as despesas para a renda dos escritórios governamentais subiu de 420 milhões de patacas em 2011 para 1,1 mil milhões este ano, apesar da existência de muitos imóveis do Governo desocupados.