ATFPM | Balanço de ano legislativo pede mais transparência

José Pereira Coutinho e Leong Veng Chai querem mais transparência nas Comissões da AL. A sugestão é que estas passem a ter presentes a comunicação social para que não exista manipulação ou omissão de dados importantes

[dropcap style=’circle’]D/dropcap]eixar entrar os jornalistas durante as reuniões das Comissões que analisam na espacialidade as propostas de lei ou outros assuntos é a sugestão dos deputados José Pereira Coutinho e Leong Veng Chai. O desejo foi mais uma vez manifestado ontem, em conferência de imprensa promovida por ambos e que teve como objectivo fazer um balanço do ano legislativo de 2015/16.
Mais transparência nos trabalhos da Assembleia Legislativa é a solicitação feita pelos deputados, que consideram que a presença dos jornalistas durante as reuniões das Comissões é importante.
“Abram as portas à comunicação social”, pede José Pereira Coutinho. Para o também presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) não se entende porque é que as reuniões de Comissão são “à porta fechada”, porque “não se está a falar de bombas, nem de sexo”, mas sim de assuntos que a todos dizem respeito. Para Pereira Coutinho, “há deputados que dizem uma coisa na Comissão e outra na AL” porque o encontro que dá a saber aos jornalistas os conteúdos abordados nas reuniões por parte do presidente desta não é suficiente.
O presidente de cada Comissão não tem tempo para fazer um relato completo do que foi falado porque isso até é “humanamente impossível”, afirma. A solução passa por abrir as portas aos jornalistas, para assim a transparência ser total.

Sessões que dão sono

O dirigente associativo afirma ainda que as sessões de perguntas e respostas da AL são “mornas, sonolentas e sem interesse”. O motivo é óbvio para o deputado, sendo que depois de entregues previamente as perguntas a Chui Sai On não é dado tempo durante estas sessões para que sejam questionadas as respostas que vêm preparadas. Tal, não dá motivação aos deputado. Pereira Coutinho pede que sejam dados nas sessões de perguntas e respostas “mais dois ou três minutos”, para que possa ser feito “o follow up” às respostas do Chefe do Executivo.
A participação fraca dos deputados e política à margem da sociedade também fizeram parte do balanço. “É necessário que o Governo incentive ao recenseamento eleitoral”, afirma Coutinho, enquanto adianta a necessidade de esclarecer os funcionários públicos que se podem candidatar sem que com isso percam os seus direitos. O presidente da ATFPM mostra-se preocupado com a escassez de interesse pela política por parte dos trabalhadores da Função Pública.

Campanhas camufladas

O deputado Pereira Coutinho não foi também de falas mansas com o que diz ser pré-campanha. Tendo como exemplo um caso de um programa da Associação de Conterrâneos de Jiangmen transmitido pela TDM, o deputado diz que é óbvio que se trata de deslealdade no que respeita a campanha eleitoral e o dedo é apontado por um lado à TDM, que produziu o programa. Para o dirigente associativo se a televisão “tem uns tem que ter outros” e lamenta o facto de nunca ter sido convidado para fazer um programa também. Por outro lado, ressalva que cabe também ao Governo supervisionar este tipo de conteúdos. Os doces e vales que andam a ser distribuídos por determinadas associações também são condenados pela ATFPM, pois “representam uma forma de pré-campanha também desleal por parte daqueles que mais podem”. Cabe ao Governo pôr mão na situação e estar atento ou mesmo sancionar quem comete este tipo de “falta de respeito” ou ilegalidade, diz.

19 Ago 2016

Esquema ponzi leva 26 a julgamento

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais um esquema Ponzi, também conhecido por pirâmide, desmantelado pelas autoridades chinesas. Ao todo são 26 os envolvidos na fraude e angariação ilegal de fundos, que terão lesado 900 mil pessoas em mais de sete mil milhões de euros. O caso segue para tribunal.
Lançado em 2014, o Ezubao, assim se chamava o esquema, era a quarta maior plataforma ‘online’ na China a disponibilizar empréstimos. A empresa colocava projectos no seu portal e pagava aos credores mais antigos com o dinheiro de novos investidores, conseguindo alimentar o negócio. A redução consecutiva das taxas de juro e a recente volatilidade no mercado bolsista chinês, aliados à incerteza no mercado imobiliário, terão atraído cada vez mais investidores chineses para esquemas de angariação ilegal de fundos.
Segundo a agência chinesa Xinhua, as autoridades acusaram de fraude 11 pessoas, incluindo os executivos da Yucheng, sociedade matriz do Ezubao, o director executivo Ding Ning e o presidente Zhang Min. No processo fazem ainda parte mais 15 nomes acusados de angariar dinheiro dos investidores de forma ilegal.
Numa entrevista difundida na televisão estatal Zhang Min admitiu que “o Ezubao é um típico esquema Ponzi”. Em Maio passado, a polícia prendeu 35 executivos e funcionários da empresa com sede em Xangai Zhongjin Asset Management, após esta não ter pago um total de 5,2 mil milhões de yuan aos seus 25.000 investidores. De acordo com a polícia, o caso já seguiu para Tribunal.
 

18 Ago 2016

Pequim contra veto australiano à venda de eléctrica

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]decisão da Austrália em vetar a venda de 50% da sua principal central eléctrica, a Ausgrid, à State Grid, que em Portugal detém 25% da REN, mereceu ontem protestos do Governo chinês, informou a imprensa estatal.
O veto, que o secretário do Tesouro da Austrália, Scott Morrison, justificou com motivos de segurança nacional, “terá um grave impacto no entusiasmo dos investidores chineses”, lê-se num comunicado emitido pela embaixada da China na Austrália.
“O Governo chinês está muito preocupado” com esta decisão, refere a mesma nota.
A eléctrica estatal chinesa State Grid, que em 2012 comprou 25% das acções das Redes Energéticas Nacionais (REN) de Portugal, por 387 milhões de euros, ofereceu, em conjunto com um grupo de Hong Kong, 10 mil milhões de dólares australianos (6.833 milhões de euros), por metade da Ausgrid.
O comunicado oficial refere que esta não é a primeira vez que a Austrália veta um importante investimento da China, após ter rejeitado a compra da Kidman & Co., empresa especializada na actividade pecuária, por parte de um consórcio chinês.
Estas decisões revelam “claras tendências proteccionistas”, num Governo australiano que “defendeu, em muitas ocasiões, o investimento de negócios chineses, mas que toma decisões no sentido contrário”, assinalou o comunicado da embaixada chinesa.
“Esperamos que a Austrália faça mais esforços para conseguir um ambiente melhor, mais justo e transparente para as empresas chinesas”, conclui o documento.

18 Ago 2016

China | Maior ponte de vidro do mundo abre sábado

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China vai inaugurar no sábado a maior ponte do mundo, feita em vidro e suspensa a 300 metros de altura. Ao todo são 430 metros de extensão numa zona de montanhas localizadas no grande desfiladeiro de Zhangjiajie. A obra que pretende dar uma panorâmica geral da vista onde se encontra construída, é da autoria do arquitecto israelita Haim Dotan que também desenhou o pavilhão israelita presente na exposição de Xangai, em 2010. A obra foi concluída em Dezembro e no mês passado, para provar a solidez da estrutura, um camião de duas toneladas, atravessou-a. É que em Outubro passado, os visitantes do parque de Yuntaishan apanharam um susto quando a ponte de vidro que atravessa o desfiladeiro com 1.000 metros de altura, começou a rachar.
O número de visitantes por dia está limitado a oito mil e o bilhete deve ser comprado com um dia de antecedência, segundo a agência oficial chinesa Xinhua.
A estrutura está localizada em Zhangjiajie, numa zona de montanhas, que se tornou célebre mundialmente por ter inspirado as “Aleluya” do filme Avatar.
A construção deste género de ponte, que permite aos turistas apreciar a paisagem em todo o pormenor, tem-se multiplicado em parques e edifícios da China.

18 Ago 2016

Governo opta por obras subterrâneas na Avenida da Amizade

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Executivo optou por fazer um novo método de obras para resolver o problema do limite na capacidade de retenção de águas residuais na ZAPE e nos NAPE. A ideia é diminuir os constrangimentos de trânsito com a abertura de mais buracos nas vias públicas.
“No cruzamento da Avenida da Amizade com a Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues existem vários esgotos. Nos últimos anos, a pressão causada pela emissão de águas não só provocou danos nas tampas das caixas, como no pavimento e também causou a ocorrência de refluxo de água que interferiram com o normal funcionamento do trânsito e do próprio funcionamento da rede de drenagem de águas residuais. As autoridades tomaram algumas medidas de ajustamento e controlo, mas problema não ficou totalmente resolvido, pelo que urge melhorar a rede de drenagem”, começa por explicar o Governo, num comunicado. “Caso se adopte pela escavação a céu aberto, será preciso ocupar duas faixas de rodagem da Avenida da Amizade, o que causará um congestionamento grave do trânsito. O Governo decidiu utilizar o método de execução subterrânea (mediante o uso de perfuradora) no troço situado entre o Centro Unesco de Macau (ZAPE) e a Rua dos Pescadores, no sentido de diminuir a escavação das vias e reduzir o impacto no trânsito.”
O método não produz também poluição sonora. As obras deverão demorar 1380 dias e o projecto está em fase de concurso até Novembro.

18 Ago 2016

FernandoOlímpicos |Pimenta e Nelson Évora despediram-se sem títulos. Biles e Bolt de novo em destaque

O sonho luso não vingou uma vez mais. Nelson Évora e Fernando Pimenta não subiram ao pódio. Simone Biles arrepiou caminho colocando-se ao nível mais alto da competição. A atleta ganhou quatro medalhas de ouro. Usain Bolt volta a surpreender e corre em direcção ao oitavo título. Por fim, a história do atleta que dedica a sua conquista ao líder do país

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]português Fernando Pimenta foi o melhor a arrancar na prova de K1 1.000 metros, mas o sorriso da liderança foi desaparecendo à medida que algas e folhas da Lagoa Rodrigues de Freitas o impediam de ganhar velocidade. No fim, ficou a tristeza da conquista de um quinto lugar. O português foi medalha de prata em K2 1.000 metros em Londres, em dupla com Emanuel Silva.
O ouro foi conquistado pelo espanhol Marcus Walz, que seguia no quinto lugar aos 750 metros da regata.
Outro atleta em quem os portugueses tinham depositado esperanças era Nelson Évora. Alcançou o sexto lugar no concurso do triplo salto, com o seu melhor registo, (17,03), no entanto a vitória foi direitinha para o norte-americano Christian Taylor que revalidou o título conquistado em 2012, graças aos 17,86 metros do primeiro ensaio.
O norte-americano Will Claye (17,76), celebrou a medalha de prata com o pedido de casamento à sua namorada, a também atleta Queen Harrison, que estava nas bancadas.
Para a China seguiu o bronze, a primeira medalha de sempre nesta modalidade, e o responsável é Dong Bin com a marca de 17,58. 

Salto à vara desilude

Apontada como favorita no salto com vara, a brasileira Fabiana Murer foi incapaz de reeditar o êxito do conterrâneo Thiago Braz, que na segunda-feira conquistou a medalha de ouro na especialidade.
O sonho de Murer terminou logo nas eliminatórias com os três falhanços em 4,55 metros, uma marca que lhe tinha valido, pelo menos a presença na final. Marta Onofre (4,30) e Leonor Tavares (4,15), também foram afastadas.

Bolt corre para o oitavo título

Depois de ter conquistado a sétima medalha de ouro, ao vencer pela terceira vez consecutiva a prova dos 100 metros, o jamaicano Usain Bolt qualificou-se facilmente para as meias-finais dos 200 metros.
Bolt gastou 20,28 segundos, abaixo do rival norte-americano Justin Gatlin (20,42), e poupou esforços nos últimos 50 metros, assegurando a 15.ª marca das eliminatórias. Ainda no atletismo a queniana Faith Kipyegon sagrou-se campeã olímpica dos 1.500 metros nos Jogos batendo a etíope Genzebe Dibaba, campeã e recordista mundial.
Kipyegon, que chegou ao Brasil com a melhor marca do ano (3.56,41 minutos) ganhou no estádio Olímpico do Rio de Janeiro em 4.08,92, enquanto Dibaba terminou em segundo, com o tempo de 4.10,27, trocando de posição com a queniana em relação aos Mundiais de 2015.
A norte-americana Jennifer Simpson, campeã do mundo em 2011, ficou com a medalha de bronze, terminando em 4.10,53.

Biles vezes quatro

Muito se esperava de Simone Biles, mas a atleta não conseguiu chegar às cinco medalhas, arrecadando “apenas” quatro. A americana que tem tido prestações intocáveis, igualou o melhor registo, ao conquistar o quarto título, na final de solo.
Aos 19 anos fica assim ao lado das ‘imortais’ Larissa Latynina (1956), Vera Caslavska (1968) e Ecaterina Szabo (1984), depois de ter vencido o concurso completo individual, a prova por equipas e no salto de cavalo.
Para se isolar na história olímpica, faltou-lhe o ouro na trave, em que conquistou o bronze.

Solidariedade vale presença na final

A queda da neozelandesa Nikki Hamblin e da norte-americana Abbey D’Agostino nas eliminatórias dos cinco mil metros acabou por se tornar um exemplo de solidariedade, que assegurou a presença das atletas na final.
Hamblin foi a culpada. Ao pisar a corda desequilibrou-se e caiu, levando a que D’Agostino, que seguia atrás de si, também fosse ao chão, a 2 mil metros do fim. A neozelandesa tentou recompor-se e perante as dificuldades físicas da adversária ajudou-a a levantar-se para cumprir a prova.
Apesar de terem cruzado a meta mais de um minuto e meio depois da etíope Almaz Ayana (15.04,35), o espírito olímpico de Hamblim (16.43.61) e D’Agostino (17.10,02) foi recompensado com a repescagem para a final.
Norte Coreano dedica título ao líder
Ri Se-gwang venceu o ouro no salto de cavalo com a pontuação de 15,691. O título estava anteriormente nas mãos da Yang Hak-seon, atleta da Coreia do sul. Ao vencer a prova o jovem de 21 anos, disse “É com uma alegria e uma emoção indescritível que dedico esta vitória ao nosso líder”, sem nunca referir o nome de Kim Jong-un. O ginasta de 21 anos, que fez uma saudação militar no pódio enquanto ouvia o hino nacional e reiterou esta dedicatória. “A medalha não me diz nada, é um presente para o meu país. Esta medalha de ouro é a alegria para o meu país”, rematou. A medalha de prata foi para o russo Denis Abliazin, que já a tinha conquistado em Londres, atleta que nas argolas foi medalha de bronze e o japonês Kenzo Shirai obteve a medalha de bronze, apesar de ter terminado com a mesma nota do romeno Marian Dragulescu, mas terá feito uma melhor execução, segundo os juízes.

COI não homenageia João Havelange

O Comité Olímpico Internacional (COI), ao qual João Havelange esteve ligado durante quase 50 anos, decidiu não colocar a bandeira oficial a meia haste em homenagem ao antigo presidente da FIFA, que morreu na terça-feira. O COI aceitou, contudo, o pedido do Comité organizador para que a bandeira do Brasil fique a meia haste. Mark Adams, porta-voz do COI, abriu a conferência de imprensa diária de terça-feira sem nomear o nome de João Havelange e não quis prestar declarações sobre o assunto, segundo o jornal Folha de São Paulo.
 

Taxista investigado por homicídio involuntário

O homem que conduzia o táxi envolvido no acidente que vitimou o treinador alemão de canoagem Stefan Henze, está a ser investigado por homicídio involuntário, informou a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. “O procedimento policial instaurado para apurar o pormenores do acidente que vitimou alguns membros da equipa de canoagem da Alemanha, na manhã do dia 12 de Agosto, na Avenida das Américas, foi alterado para o crime de homicídio culposo, devido à morte de Stefan Henze”, segundo comunicado da polícia. Stefan Henze, de 35 anos estava internado com ferimentos graves na cabeça e chegou a ser operado, mas acabou por morrer na segunda-feira.

18 Ago 2016

Pequim restringe operações de companhia aérea de Pyongyang

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China anunciou ontem que as operações da companhia aérea norte-coreana Air Koryo, estão restringidas, em território chinês. Esta medida acontece na sequência de uma aterragem de emergência feita por um avião daquela companhia, após ter sido detectado um incêndio a bordo.
A Administração de Aviação Civil da China vai adoptar “medidas relevantes para limitar as operações” da companhia aérea, afirmou num comunicado, difundido através do seu ‘site’ oficial.
No mês passado, um voo da Air Koryo, entre Pyongyang e Pequim, foi obrigado a desviar-se e aterrar na cidade de Shenyang no nordeste da China, “porque o avião começou a arder”, noticiou a agência oficial Xinhua, que citou um passageiro a bordo. De acordo com a Administração da Aviação Civil da China terá sido um dos botões para chamar o pessoal de bordo, que desencadeou o fogo. Muito embora o incidente não tenha provocado danos pessoais, a Air Koryo deve melhorar o seu treino para lidar com incidentes do género, melhorar as suas comunicações com os controladores de tráfego aéreo e a manutenção dos seus aviões, apontou o regulador chinês.
A companhia aérea registou apenas um acidente fatal em mais de 30 anos, apesar de ser a única no mundo classificada com apenas “uma estrela” pelo sistema de ‘rating’ Skytrax.
As suas rotas são muito limitadas, incluindo apenas voos regulares para três destinos na China e para Vladivostok, na Rússia.
O voo entre Pequim e Pyongyang é feito com um avião de fabrico russo, um Tupolev Tu-204, com capacidade para transportar 140 pessoas.

18 Ago 2016

Taipa | Governo autoriza retoma da construção de bomba de gasolina

A polémica bomba de gasolina que ia nascer na Estrada Almirante Marques Esparteiro veio mesmo para ficar. O pedido de retoma da construção, apresentado em Junho, foi autorizado pelo Governo, assegurou ontem a DSSOPT

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo deu autorização à Asia Environmental Energy para retomar a construção da bomba de gasolina na Estrada Almirante Marques Esparteiro, na Taipa. Após a polémica em torno do projecto, que levou associações e deputados a pedir um travão à obra, a construção foi retomada a 15 de Agosto, como confirmou a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) ao HM.
“Foi emitida a licença de obras de construção para o projecto e foi aprovado o seu pedido de início de obras”, explica o organismo em resposta ao HM, depois desta semana os moradores terem dado o alerta no Facebook sobre o regresso de escavações ao local.
A DSSOPT garante que tem acompanhado os projectos e assegura que tudo “está em conformidade com os procedimentos legais”. As informações do Governo explicam que em Junho deste ano e empresa solicitou novamente o “início de obras”.

Anos de preparação

Foi em Outubro de 2004 que a RAEM concedeu um terreno por arrendamento à Asia Environmental. Ficava na Avenida Leste do Hipódromo e já se destinava à construção de um posto de abastecimento, projecto lançado pelo próprio Governo, em 2001. Neste ano, Ao Man Long, ex-Secretário para as Obras Públicas e Transportes preso por corrupção, abriu uma consulta pública para a concessão de seis parcelas de terra para a construção de bombas de gasolina. Em 2002 reduziu para cinco e a Asia Environmental Energy foi uma das escolhidas. Pagou, em 2004, 3,8 milhões de patacas pelo arrendamento e foi representada por Ho Kam Pui (conhecido também por Ho Tat Ian e já falecido), administrador da empresa, membro da Câmara de Comércio e também do Conselho Consultivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. Foi o IACM um dos departamentos que deu o parecer favorável para a construção do posto.
Em Setembro de 2010, o Executivo “propôs ao concessionário que desistisse do terreno” por causa do metro ligeiro e, em Maio de 2013, a Administração concedeu este terreno à empresa, num acordo assinado entre Fong Seng Tong como administrador da empresa e Lau Si Io, ex-Secretário para as Obras Públicas.

Protestos por terra

Em 2014 vários residentes manifestaram-se contra o projecto porque o local fica em frente à zona de rebentamento de panchões e de residências, quando existe, a escassos metros, uma outra bomba de gasolina, na Avenida Sun Yat-Sen. Segundo José Pereira Coutinho, um dos deputados que se juntou aos moradores, há já novos protestos agendados.
“Entregámos na altura pedidos ao Chefe do Executivo e aquilo ficou parado. Ressuscitou agora, mas já fomos contactados pelos moradores. Só que estamos num período de férias e muitos deles estão ausentes da zona, mas em todo o caso o Facebook já está a movimentar as pessoas para irem lá. Entretanto pedi aos residentes para contactarem os democratas porque eles foram também dos que participaram”, disse ao HM. Au Kam San e Ng Kuok Cheong juntaram-se, de facto, à causa, ao lado de Melinda Chan e dos activistas da Novo Macau.
Outra das razões por que se levantou a polémica foi a alegada ligação da dona da Caltex Oil Macau a Chui Sai On, Chefe do Executivo. Agnes Fok Lai Si, da Câmara de Comércio de Macau, é a directora-executiva da empresa, que detinha, em 2014, 22% do total dos combustíveis da RAEM, ao lado da Nam Kwong e da HN. Agnes Fok “é da relação familiar do Chefe do Executivo”, como asseguravam na altura os deputados.
Apesar da controvérsia, a bomba de abastecimento vai mesmo para a frente. A DSSOPT assegura que está atenta à segurança. “Foi exigido ao concessionário o cumprimento de padrões e requisitos na elaboração do projecto do posto de abastecimento de combustíveis, na sua construção e na sua futura exploração.”

18 Ago 2016

Aberto concurso para construção de novo edifício do MP

A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) pôs ontem a concurso a primeira fase da empreitada de construção do edifício do Ministério Público. As novas instalações vão nascer na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, no lote 138 A, perto do Gabinete de Ligação da China na RAEM. As empresas a concurso terão de apresentar propostas para a construção de fundações, estruturas da cave até ao rés-do-chão e depósitos de água para incêndios e de água potável do edifício. O prazo máximo de execução das obras é de 600 dias, sendo que as propostas têm de ser apresentadas até dia 8 de Setembro. Nos critérios de avaliação é o preço proposto que tem mais peso, 45%, sendo que a experiência e qualidade em obras ocupa 18% na avaliação, ao lado do prazo de execução (15%).

18 Ago 2016

Steve Wynn não apoia nenhum candidato às presidenciais

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]patrão da Wynn, Steve Wynn, assegura que não vai apoiar nem Hillary Clinton, nem Donald Trump na corrida à presidência dos Estados Unidos. O magnata do jogo, que se pensava que iria pôr-se do lado de Clinton, não quer dinheiro de Macau nem dos EUA a voar para estas eleições.
“Antes que me perguntem, não apoio nenhum dos candidatos, estou tão confuso como a maioria dos americanos”, disse Steve Wynn sobre as eleições presidenciais marcadas para Novembro, numa conferência de imprensa sobre o seu novo casino no Cotai, o Wynn Palace, que vai ser inaugurado na segunda-feira.
Wynn já apoiou os dois principais partidos norte-americanos. Em 2008 apoiou o democrata Barack Obama na corrida à Casa Branca, mas em 2012 foi o republicano Mitt Romney que mereceu o seu apoio. Em 2013 doou 200 mil dólares à Associação de Governadores Republicanos. Dentro da política é habitualmente conhecido o papel de Sheldon Adelson como um dos grandes doadores, mas Steve Wynn também tinha anunciado ponderar o apoio a alguém. Ainda que o nome do empresário não seja tão sonante nos meandros da candidatura, duas coisas eram bem conhecidas: Steve Wynn “desaprova Barack Obama”, ao ponto de o comparar ao ex-presidente Richard Nixon, envolto num escândalo de escutas. Mas, ao contrário de Adelson, o facto de Wynn não gostar de Obama pode não o impedir de apoiar Hillary Clinton, candidata pelos Democratas.
Wynn assegurava, em Maio deste ano, ter tido um “jantar charmoso com Clinton”, ainda que social e “não político” e que não descurava a eventualidade de apoiar a candidata, numa entrevista ao canal de televisão PBS. Do conhecimento público é também que Wynn não está nos melhores termos com Adelson ou Trump. Muito por causa dos negócios de casinos, já que o candidato republicano foi considerado, em tempos, provável competição de Wynn em Atlantic City.
Agora, o habitual doador de fundos para as campanhas eleitorais no seu país põe-se de fora da corrida. Já Sheldon Adelson, o magnata dos casinos da Sands, tem preparados até agora cem milhões de dólares para Trump.

18 Ago 2016

Anselmo Teng à frente da AMCM por mais um ano

Anselmo Teng vai ficar mais um ano à frente da Autoridade Monetária de Macau. O anúncio foi ontem feito em Boletim Oficial, num despacho assinado por Chui Sai On e que renova o cargo de Teng como presidente do Conselho de Administração do organismo “por este possuir capacidade de gestão e experiência profissional adequadas para o exercício das suas funções”. A renovação entra em vigor a 26 de Agosto.

18 Ago 2016

Conselho do Património Cultural contra transferência de templo

Os membros do Conselho do Património Cultural estão contra o projecto dos Serviços de Assuntos de Tráfego (DSAT) de abrir uma nova via rodoviária na zona da Avenida Coronel Mesquita, ideia que implica a demolição ou a relocalização do templo de Hong Chan Kuan. Isso mesmo foi demonstrado ontem, numa reunião plenária do Conselho, onde Cheang Kok Keong, da Associação para Protecção do Património Histórico e Cultural de Macau, disse que a ideia da DSAT põe em causa o valor histórico do conjunto que é formado com o templo de Kun Iam.
 “Este templo faz parte de um conjunto que integra o templo de Kun Iam. Por isso é um vestígio físico e um testemunho importante da história da povoação de Mong-Há”, disse, citado pela rádio. Outros conselheiros dizem que a relocalização do templo é tecnicamente difícil e muito dispendioso.
O Presidente do Instituto Cultural, Ung Vai Meng, diz não acreditar que duvida agora que a DSAT queira levar o projecto para a frente. “Eu acho que essa situação não vai acontecer. Já conversámos com a DSAT e tenho muita confiança que  isso não vai acontecer”, apontou, referindo que o templo data de 1717 e segundo o Instituto Cultural tanto o exterior como o interior do edifício possuem um “elevado valor arquitectónico e decorativo”.
O presidente do IC falou novamente da Fábrica de Panchões Iec Long, para dizer que quer que a abertura do procedimento de classificação do espaço aconteça o mais rápido possível.

18 Ago 2016

Suspeito de assalto na Areia Preta ainda em fuga

Uma porta-voz da Polícia Judiciária (PJ) afirmou ontem que, depois de uma investigação, o suspeito detido nos NAPE que se pensava ser o assaltante e agressor de uma mulher na Areia Preta não tem nada a ver com o caso. A PJ ainda está a investigar e à procura do suspeito. Uma mulher local foi assaltada e atacada na segunda-feira à noite perto do Jardim da Areia Preta. Segundo a PJ, o suspeito tem cerca 40 anos, fala Cantonês e tem cerca de 1,70 metros. No momento da fuga, usava chapéu, roupa amarela e calças pretas. 

18 Ago 2016

Autocarros | Governo proíbe circulação em parte da Rua da Entena

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]partir de Setembro, os autocarros não poderão circular em parte da Rua da Entena. A decisão é da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), que diz já ter um plano provisório para a proibição de circulação e descarga de passageiros de autocarros turísticos na parte em que a Rua da Entena cruza com a Rua de D. Belchior Carneiro e a Rua de Tomás Vieira.
A decisão foi ontem anunciada pelo chefe de Divisão de Planeamento de Tráfego da DSAT, Edison Sio, e surge na sequência do acidente com um autocarro de turismo a 8 deste mês, que deixou uma mulher em coma e fez mais de 30 feridos. O responsável falava ontem no programa Macau Talk do canal chinês da Rádio Macau e explicou que os autocarros vão deixar de passar na parte de cima da rua, onde actualmente é permitida a tomada e largada de passageiros. O organismo vai propor contra-medidas, uma vez que a permissão de deixar lá turistas fazia com que os autocarros parassem nessa área e descessem a rua toda até à zona onde fica o edifício Wa Keong, no qual bateu o autocarro.

Edifício em causa

Entretanto, Pang Chi Meng, engenheiro chefe da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) referiu que já contactou uma empresa de consultoria de engenharia para o plano de recuperação do Edifício Wa Keong. Este deverá ser entregue para a semana, de acordo com o Governo.
Os dados recolhidos pelas máquinas de monitorização instaladas no edifício mostram que a estrutura se apresenta estável, sendo apenas num dos blocos que há fracções danificadas e para as quais os moradores não podem regressar. Afecta quatro famílias, num total de 18 pessoas, que continuam alojadas em fracções provisórias. Outros sete moradores de outros blocos ficaram receosos e decidiram ir para o Centro de Sinistrados do Instituto de Acção Social (IAS), mas apenas quatro deles continuam lá, sendo que as outras três decidiram sair e pretendem arrendar casa noutros edifícios.
Segundo o comunicado do Governo, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça (DSAJ) e o IAS vão marcar encontros com os pequenos proprietários para oferecer apoio jurídico face à responsabilização do acidente e quanto à compensação.
Entre os 32 feridos que vinham numa excursão de Shenzen, apenas a mulher que foi operada a um trauma craniofacial ainda está na Unidade de Cuidados Intensivos em coma, ainda que os “seus sinais estejam estáveis”. Outros 11 feridos ainda estão sob tratamento médico no Hospital Kiang Wu.

18 Ago 2016

Coreia do Norte diz que Presidente do Sul é psicopata

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Coreia do Norte apelidou a Presidente sul-coreana de “psicopata”, depois de a governante ter denunciado as ambições nucleares de Pyongyang e defendido a implantação de um sistema antimísseis norte-americano no seu país.
Num discurso difundido na televisão na segunda-feira, a Presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, sublinhou que a implantação do sistema Terminal High Altitude Area Defence, THAAD, em território sul-coreano era um acto de “autodefesa”, em resposta ao programa norte-coreano de desenvolvimento de mísseis nucleares.
Por seu turno, um porta-voz do comité norte-coreano para a reunificação pacífica da Coreia, referiu que “isto não é mais do que uma desculpa esfarrapada. Ninguém vai acreditar nas falácias de um boneco que não faz nada sem o acordo dos seus mestres norte-americanos”, disse um porta-voz do comité norte-coreano para a reunificação pacífica da Coreia.
“Não são mais do que disparates pronunciados por uma psicopata”, acrescentou num comunicado difundido pela agência oficial KCNA.
A Coreia do Norte ameaçou recorrer a “acções físicas” para se opor à implantação prevista do sistema antimísseis THAAD na Coreia do Sul que está previsto para 2017.
Seul e Washington anunciaram no início de Julho a decisão de instalar o sistema THAAD, após os mais recentes testes nucleares e com mísseis balísticos, levados a cabo pela Coreia do Norte.
O plano para instalar aquele poderoso sistema, que lança projécteis capazes de destruir os mísseis inimigos, levou a duras críticas por parte de Pequim e Moscovo, que consideram que este fortalecerá a capacidade militar dos EUA na região.
Pequim vê nesta decisão uma ameaça para o seu território, e uma causa de agravamento das tensões na península.
O chefe de Estado-maior do exército norte-americano, general Mark Milley, abordou a questão na terça-feira durante um encontro com o seu homólogo chinês Li Zuocheng, em Pequim, afirmando que o sistema não representa uma ameaça para a nação chinesa.

18 Ago 2016

Minimalismo existencial

Carver, Raymond, Queres Fazer o Favor de te Calares?, Teorema, Lisboa 1989
Descritores: Literatura norteamericana, Contos, Stories without story, minimalismo, Tradução de Carlos Santos, 258 p.:21 cm, 972-695-072-4
Cota: 821.111(73)-32  Car 

[dropcap style=’circle’]R[/dropcap]aymond Carver nasceu no dia 25 de Maio de 1938 em Clatskanie no estado de Oregon e faleceu a 2 de Agosto de 1988 em Port Angeles, Washington DC. Cresceu em Yakima, Washington. Carver estudou por um tempo com o escritor e teórico John Gardner na Chico State College em Chico, Califórnia. Publicou um grande número de contos em diversos periódicos, incluindo The New Yorker e Esquire, contos que mais tarde foram reunidos em livros. As suas histórias têm sido incluídas nas mais importantes colecções norte-americanas, como Best American Short Stories and O. Henry Prize Stories. A escrita de Carver é normalmente associada ao minimalismo e ao chamado realismo sujo (Dirty Realism). O seu editor na Esquire, Gordon Lish, foi fundamental no processo da escrita minimalista de Carver. Por exemplo, quando Gardner aconselhava Carver a usar 15 palavras ao invés de 25, Lish aconselhava Carver a usar 5 no lugar de 15. Durante este tempo, Carver também submeteu as suas poesias a James Dickey, então editor de poesia da Esquire. Da sua obra eu destaco os contos que em Portugal apareceram em colecções com títulos muito originais: Queres Fazer o Favor de te Calares, De Que Falamos Quando Falamos de Amor, além da Catedral, e de Três Rosas Amarelas, …

Por falar em Três Rosas Amarelas, vem-me à ideia a ideia de que Anton Tchekhov deverá ter tido uma enorme importância na arte de contar de Raymond Carver. O conto Três Rosas Amarelas é provavelmente um dos melhores contos de Carver. O conto glosa os últimos dias de vida de Anton Tchekov, na cama de um hospital em Badenweiler, na Floresta Negra. A sua mulher, Olga, narrou assim os momentos finais do grande escritor russo: “Anton sentou-se extraordinariamente erecto e disse em voz alta e clara (embora ele não soubesse quase nada de alemão): Ich sterbe (“Estou morrendo”). O médico acalmou-o, pegou uma seringa, deu-lhe uma injecção de cânfora e pediu champanhe. Anton tomou um copo cheio, examinou-o, sorriu para mim e disse: ‘Fazia um bom tempo que não bebia um copo de champanhe’. “Ele bebeu, e inclinou-se suavemente para a esquerda, e eu só tive tempo de correr em sua direcção e de colocá-lo na cama e chamá-lo, mas ele tinha parado de respirar e estava dormindo tranquilamente como uma criança”. Esta é a narrativa de Olga nas suas memórias, mas o modo como Carver narra os últimos momentos de Tchekhov, no conto referido, é antológico da arte narrativa da história curta, conto, ou o que se lhe quiser chamar. Penso que o conto é uma homenagem, mas também a confissão de uma dívida.
Agora porém vou escrever sobre esta colecção de histórias curtas (prefiro chamar-lhes assim) que o escritor designou Queres Fazer o Favor de te Calares. Porquê voltar a Carver? Porque é de facto uma enorme paixão literária e porque algumas coisas ficaram por dizer no contexto da Catedral. Aproveitarei por partilhar outras ideias que penso serem oportunas. Do tipo, ‘não digam que eu não vos avisei’, passe a aparente imodéstia.
Carver tinha esse jeito peculiar para descobrir grandes títulos e de algum modo criando uma tipologia própria; sobretudo este e o De que Falamos Quando Falamos de Amor. Quando se pensa intitular qualquer colecção de textos, poemas ou contos ou mesmo ensaios, ocorre-nos sempre a ideia de descobrir um título assim, prosaico e minimalista nas intenções denotativas e chegamos a falar mesmo de títulos à Raymond Carver. Queres Fazer o Favor de te Calares é já em si um programa e um tipo de efabulação que se anuncia na banalidade discursiva que o título subentende. É o quotidiano que se vislumbra e as suas pequenas querelas, que porém são as maiores querelas da nossa vida. Atrevo-me a pensar que uma boa parte da felicidade que almejamos e que falhamos, por vezes por uma unha negra, outras vezes rotundamente, reside na resolução destas equações aparentemente banais mas infinitamente complexas do quotidiano, estas querelas tantas vezes patéticas, tantas vezes heróicas. Não há felicidade sem relação, de resto não há vida nem humanidade sem relação como o compreenderam os grandes filósofos da alteridade, do diálogo, da intersubjectividade, à cabeça dos quais coloco Martin Buber, neste plano da relação dialógica, mesmo antes de Lévinas. A relação dialógica pressupõe imediatamente a comunicação e portanto a ideia de comunidade como Agamben viu e magistralmente desenvolveu (1). Na harmonia dessa comunicação versus comunidade reside o segredo de grande parte do nosso equilíbrio emocional e da realização de uma vida globalmente conseguida. Razão tinham os aristotélicos e os epicuristas para enfatizarem com tanta veemência o papel da amizade na prossecução de uma vida feliz. Mas tudo — sentimentos, emoções, desejos etc, — regressa a montante, isto é remonta à questão da comunicação. A maior parte da nossa vida assenta em falhas na comunicação, em erros de comunicação, em equívocos e mal entendidos comunicacionais. Provavelmente o inferno não é o Outro como queria Sartre, nem o il y a da clausura do Eu, como exacerbava Lévinas, mas antes a ponte intermédia de que falava o nosso poeta Mário de Sá Carneiro: “Eu não sou eu nem o outro,/ Sou qualquer coisa de intermédio”. Nesse intermédio, e repare-se que a ideia de médio e de média já faz uma boa parte do percurso existencial que se anuncia e enuncia, vislumbra-se o elemento dialógico e de comunicação. Toda a obra de Raymond Carver se inscreve e intromete nessa brecha aberta pela incompletude estrutural da comunicação.
Neste volume o autor continua o que para mim se abre na Catedral, uma ruminação sofrida das dificuldades da partilha, dos ruídos da comunicação, paisagem essa com a dor ao fundo. É nesse sentido que se deve falar de um realismo sujo. O ‘sujo’ em Carver resulta da ideia de uma frustração, de uma disfunção, e nesse sentido a sua vida foi exemplar, com as sucessivas crises alcoólicas e afins, os seus vícios que não conseguia vencer, os ruídos que não lhe deixavam ouvir a música do mundo, tudo isso, que é a realidade, com seus detritos, lixos, ruídos, … etc.
Tudo isso, aparece na prosa de Raymond Carver e o que é mais, sem retórica, sem explicações ensaísticas, através de um despojamento austero e severo que é o que o minimalismo, no caso, significa. Essa é de facto a lição de moralidade que Raymond Carver nos dá. Ela reside, no que diz respeito à escrita, tal como Ezra Pound magistralmente sintetizou na expressão, “precisão sem concessões”.
“Queres Fazer o Favor de te Calares, Porquê Querido?, Escola Nocturna, O Que é que há no Alasca?, Você é Médico?, Bicicletas, Músculos, Cigarros”, etc. são contos, ou nem isso, pedaços de tempo e de espaço arrancados ao todo, mas fazendo parte do todo. Nos textos de Carver nós nunca deixamos de ouvir, embora mal, o ruído e a música de fundo que é a totalidade existencial a fluir independentemente de nós ou afinal, por nossa causa. Com certeza não haverá uma totalidade para além de nós que faça sentido, ou para fazer sentido deverá incluir-nos, mas a inclusão parcial entrecortada pelos ruídos é perturbadora. As falhas, as brechas, os buracos, por vezes alienam em nós o sentido da totalidade e provocam o sentimento de uma falha ontológica com repercussões existenciais. Ou será antes o contrário!?

1 Isto é uma nota, erudita, mas também muito pessoal.

Ultimamente, ao lado, quer dizer paralelamente, mas também à margem, tenho revisitado as filosofias do ‘comum’ e os seus filósofos, os clássicos e os hodiernos, e devo confessar a minha enorme emoção pelo facto de voltar a sentir prazer pelas grandes utopias sociais e comunitárias.
Fiel às minhas sempre renovadas preocupações pedagógicas — não é em vão que se exerce uma actividade de professor durante mais de quarenta anos e em todos os escalões de ensino, embora sobretudo no escalão universitário — não posso deixar de aproveitar o ensejo para partilhar, aqui e agora, apenas algumas pistas de leitura. Trata-se de obras de autores que ainda não fazem parte do acervo da Biblioteca Pública (Melhor: quase todos fazem parte mas alguns ainda não em língua portuguesa, o que acontecerá muito em breve). Assim deixo-vos, com menção honrosa, “O Despertar da História” de Alain Badiou, “Viver no Fim dos Tempos de Slavoj Zizek”, “Comunismo e Hermeneutica. De Heidegger a Marx” de Gianni Vattimo y Santiago Zabala, no caso de Vattimo, um caso de reconversão ideológica muito interessante e a seguir, “Democracy And Other Neoliberal Fantasies, Communicative Capitalism And Left Politics” de Jodi Dean e finalmente o best seller de Michael Hardt y Toni Negri “Imperio”, uma obra apaixonante sob múltiplos aspectos. Claro que a lista seria quase inesgotável se assim o pretendêssemos, bastaria começar a pensar só em autores americanos, como Richard Rorty, Terry Eagletton, Frederic Jameson etc., pois em todos se encontra muito viva uma redescoberta preocupação pelo ‘Comum’ e pela ‘Comunidade’ que está, não tenham dúvidas, outra vez na ordem do dia e a verdade é que o individualismo neoliberal aparentemente triunfante, sob a falácia pós histórica de Fukuyama, começa a ter que se confrontar com adversários de enorme qualidade intelectual e determinação social e cívica. Isto é apenas um aviso à navegação. Estejam atentos, até porque o que referi é uma ínfima parte. Termino com uma citação de Vattimo que por sua vez refere Richard Rorty. Esse mesmo!

“ (…) Por esa razón, como a Richard Rorty, también nos parece completamente equivocado que lo mas importante que los marxistas académicos actuales han heredado de Marx y Engels (sea) la convicción de que la búsqueda de una comunidad de coopération debe ser una tarea científica en vez de utópica, una empresa de altos vuelos teóricos en vez de romántica”.

Então é como se de repente se desse um regresso à célebre inversão coperniciana de Heidegger da 11ª Tese Sobre Feuerbach de Marx, inscrita na “Ideologia Alemã”, quando em 1961 na “Tese de Kant Sobre o Ser”, Heidegger, fazendo justiça ao tema da prioridade da transformação do mundo sobre a sua interpretação afirmava que mais importante ainda é que uma transformação pensada desse modo exige a prévia transformação do modo de pensar. E é disso que se trata hoje em dia e por isso o trabalho teórico conhece actualmente uma verdadeira revolução. Seria muito leviano e insensato ficar de fora deste poderoso processo revolucionário.
Como dizia o poeta: ‘anda tudo ligado’. Penso que percebem o que quero dizer. É, como disse, um simples aviso à navegação. Andam muitas ideias no ar, o nosso tempo está a ficar outra vez, depois de um certo marasmo, após a queda do Muro de Berlim, muito dinâmico, crítico e criativo.

18 Ago 2016

Diplomata norte-coreano foge com família para Seul

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]número dois da diplomacia norte-coreana em Londres desertou com a família e pediu asilo político à vizinha Coreia. A notícia já tinha sido divulgada pela BBC, na passada terça-feira, quando o diplomata tinha fugido da embaixada onde prestava serviço.
A Coreia do Sul anunciou ontem a deserção do vice-embaixador da Coreia do Norte no Reino Unido, que se encontra já em Seul com a família.
O ministério da Unificação sul-coreano confirmou que Thae Yong-ho, “número dois” da missão norte-coreana em Londres, fugiu para o Seul com a mulher e o filho.
A cadeia pública britânica BBC anunciou na terça-feira à noite que o diplomata norte-coreano tinha fugido da embaixada do seu país em Londres e procurava asilo noutro país.
Thae Yong-ho, trabalhava há dez anos na capital britânica como vice-embaixador, onde era também responsável pela promoção da imagem da Coreia do Norte no Reino Unido.
Além de Thae e do embaixador, Hyon Hak-bong, trabalham na representação diplomática norte-coreana em Londres, mais quatro pessoas.
Em Abril, o governo sul-coreano anunciou que 13 norte-coreanos – um homem e 12 mulheres -, que trabalhavam em restaurantes do regime de Pyongyang no estrangeiro, pediram asilo a Seul, naquela que foi a primeira fuga de todo o pessoal de um estabelecimento.
Tensão sobe de tom
Depois de um período de aproximação, as relações entre as duas Coreias tem vindo a deteriorar-se desde 2010, ano marcado por dois incidentes graves: o torpedeamento de uma corveta sul-coreana, em Março, que provocou 46 mortos. A responsabilidade foi atribuída a Pyongyang por um inquérito internacional. Ainda o bombardeamento de uma ilha sul-coreana pelo Norte em Novembro, que fez quatro mortos.
As tensões agravaram-se consideravelmente na península coreana depois do quarto teste nuclear norte-coreano de 6 de Janeiro, seguido a 7 de Fevereiro pelo lançamento de um foguetão, que o regime de Pyongyang disse transportar um satélite de comunicações e que a comunidade internacional considerou um ensaio de um míssil balístico.
 

18 Ago 2016

Tufão Chanthu atinge Japão e faz mais de mil desalojados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]passagem do tufão Chanthu obrigou a que mais de mil pessoas fossem retiradas de suas casas. Esta catástrofe deixou sem electricidade 850 habitações e obrigou ao cancelamento de dezenas de voos domésticos bem como a interrupção da circulação dos comboios de alta velocidade.
Chanthu, o sétimo tufão da temporada no Pacífico, chegou na terça-feira ao arquipélago nipónico e deslocou-se pela costa, até atingir a região de Iwate pelas 12horas locais segundo dados da Agência Meteorológica do Japão (JMA).
Grande parte do país asiático encontrava-se em alerta devido à chuva intensa, vento forte e ondulação causados pelo tufão, que continuava ontem a avançar em direcção ao nordeste.
O Chanthu gerou rajadas de vento até 126 quilómetros por hora e precipitação de 65 milímetros por hora em algumas zonas do centro do país, enquanto na ilha de Hokkaido, em menos de um dia, choveu o acumulado em todo o mês de Agosto.
As autoridades da localidade de Otsuchi, em Iwate, ordenaram a retirada de 1.290 pessoas devido às inundações e deslizamentos de terras causados pelas chuvas torrenciais, segundo a estação estatal NHK.
Na localidade de Ishinomaki (região de Miyagi, vizinha de Iwate), cerca de 850 casas ficaram sem electricidade, informou a empresa Tohoku Electric Power, responsável pelo fornecimento de energia eléctrica.
As condições meteorológicas extremas também causaram o cancelamento de duas dezenas de voos domésticos, a maioria a partir dos aeroportos do nordeste, assim como a interrupção de 18 comboios shinkansen , da linha de alta velocidade, na mesma zona.
 

18 Ago 2016

Que estamos nós aqui a fazer, tão longe de casa? | 23 – A viúva

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s teus músculos vão começar a contrair-se. Um processo que se prolonga por dez a vinte minutos. Não sentirás os músculos depois disso. Como se o teu corpo estivesse morto. Morto. Como se alguém tivesse desligado um interruptor. A única coisa que te parece funcionar é o cérebro. Durante esses dez ou vinte minutos irás tentar perceber o que fizeste. Irás pensar em todas aquelas vezes em que poderias ter voltado para casa. Deixar este lugar. Esta cidade maldita. Irás pensar na tua casa. Lá longe. Naquela ilha das filipinas. E como um barco que procura abrigo numa tempestade tentarás em vão combater a dormência. Porque já não tens enseadas. Nem uma enseada. Estiveste aqui a viver como uma clandestina. Mudaste de passaporte cada 5 anos. E, embora a paralisia se vá tornar completa a tua mente irá permanecer completamente acordada. Desta vez com um clareza especial. Procuras a razão de tudo isto. Porque estás aqui presa nesta cadeira. Tu que em toda a tua vida não passaste de uma empregada de bar. Que o mais ultrajante que fizeste foi aquele encontro louco com um homem que reconheceste mais tarde ter-se tornado político. Pois é exactamente por causa disso. Mas pensas. Não há nada. Nem por um momento pensaste em ir à polícia fazer queixa das agressões daquela noite. Não há nada. Nada foi provado. Tu esqueceste e acreditas que ele também esqueceu. Durante esses dez ou vinte minutos não irás conseguir entender todos os detalhes daquilo que eu vou dizer ou fazer. Mas tudo bem. O que importa é que retenhas uma coisa apenas. Estás aqui porque falhaste. Falhaste ou em tornar aquele homem feliz ou porque te intrometeste numa relação que ele poderia ter retomado se tu não tivesses acontecido. Para qualquer das coisas falhaste. Foste leviana. O que me importa é que falhaste. E que as tuas acções alteraram o curso de vida de quatro pessoas. Esta é a oferta da tua redenção. Vocês os católicos acreditam nisso não é? De acordo com os desejos da tua religião na redenção dos teus pecados eu vou cumprir esse destino. Eu sou a “viúva” e a minha missão é voltar a trazer ordem ao mundo. Por isso tenho que te retirar deste mundo. Porque ainda existe uma possibilidade de eu conseguir repor alguma ordem. Vou dar-te uma morte indolor. Pelo menos fisicamente. Mas não será instantânea. Será lenta. Uma morte lenta. 18816P16T1-B

Mesmo que a felicidade possa acabar. Tens que perceber que a felicidade não é uma coisa oferecida. E isto não é um trabalho pedido por alguém. É apenas, se quiseres, um negócio meu com o teu passado e com o meu passado. Sabes que tenho dois filhos. Um acompanhei durante quase toda a vida mas o primeiro… O primeiro foi uma menina. Tinha 16 anos e tive que a abandonar à porta de uma clínica em Cantão. Estávamos no ano de 1992. Tu deves andar pela mesma idade não? Quantos anos tens hoje? 57? 55? Quantos anos tinhas em 2016 quando foste para a cama com aquele homem que estava sempre deprimido naquele bar onde trabalhavas? 24? 22? Ou és mais nova? E perguntas tu o que tem isso tudo a ver agora em 2049? Passado tanto tempo. Apesar disso eu sei que ainda existe uma possibilidade de, passado o pânico, começares a perceber a razão de tudo isto. É que, na realidade, isto, esta punição que te imponho, é por amor. Pelo amor à filha que perdi. Na esperança que ela se possa reencontrar. Que possa reencontrar o homem da vida dela. Sim. É verdade. Aquele homem com que foste para a cama. Ela estava apaixonadíssima. E tu… Tu que fizeste? Intrometeste-te e quebraste o fio do destino. Vou-te dizer que tinhas duas hipóteses. Ou não te teres metido com ele ou teres feito com que ele desaparecesse contigo para as Filipinas. Poderias até ter mudado de cara. Ele mudou de cara muitas vezes. Eu, por exemplo, não me oponho à ideia de perder a identidade. Não estou particularmente vinculada ao nome ou ao rosto e não tenho nada mais a perder no passado. É por isso que hoje irei repor o destino. A redefinição do propósito da minha vida. Esta é a única coisa que me importa e a qual eu tenho ansiado. Estranhamente, a única coisa que realmente importa. Também eu disse muitas vezes para mim própria: “estou assustada… não quero ficar sozinha”.

Mas não. A solidão não é uma opção. É um dado adquirido. Houve uma vez que assassinei um líder de um grupo das tríades. Também tive que desaparecer. Mudar de rosto. Mudar de nome. Mudar de estilo de vestir. Mas a única coisa que quis realmente alterar foi o tamanho dos meus seios. Eram pequenos e tristes. Foi um descontentamento inabalável ter chegado a uma certa idade com aquela forma e tamanha de seios. Muitas vezes me ocorreu se a vida teria sido diferente se por acaso tivesse tido seios maiores. Se a vida teria sido mais serena. Mais normal. Por isso quando tive que mudar de rosto e de nome vi uma oportunidade para os aumentar. Esse foi o meu mais forte desejo de mudança. Uma certa necessidade de me sentir mais desejada. Uma estupidez pensarás tu. Tu que tens uns seios excelentes. Imagino que ao ver os teus seios aquele homem tenha perdido o controlo de si mesmo. Em contraste com os seios da minha filha que muito naturalmente seguiam a forma e tamanho dos meus. Mas sabes o peito de uma mulher não é um bocado de massa. Não é um ingrediente para ter melhor sexo. O exagero com que tu provavelmente deixavas ver um pouco mais foi a tua falha inicial. Sabes que o curioso em mim é que quando aumentei os meus seios tudo mudou. Não me tornaria mais numa irreflectida. E o meu trabalho, enquanto assassina profissional, refinou-se. Tornei-me numa espécie de fantasma que ninguém conhece e capaz de levar uma vida dupla. Antes tremia com tudo. Tremia quando um homem me tocava na mão. Mas a partir daquele momento foi como se tivesse destinado a mim mesma um deserto. Porque já não tinha mais nenhum desejo de mudança. E sem desejo veio o deserto. O deserto do corpo. Até se tornar um deserto ressequido. E não houve mais amor.

18 Ago 2016

Droga | Governo tem proposta de revisão para aumentar penas para traficantes

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Lei de Proibição da Produção, Tráfico e Consumo Ilícitos de Estupefacientes e de Substâncias Psicotrópicas está nas mãos do Governo para que as penas para os traficantes sejam aumentadas. Os deputados aguardam a nova versão do diploma e não têm sequer feito reuniões, como confirmam alguns membros da Comissão encarregue de analisar a proposta na especialidade ao HM.
Desde Fevereiro que nada se sabe do diploma que já gerou dúvidas e que foi aprovado em Janeiro com a abstenção de Gabriel Tong. A ideia do Governo é aumentar as molduras penais e tornar obrigatório o exame da droga, mas os membros do hemiciclo já se tinham mostrado contra algumas das mudanças: queriam, por exemplo, punir os traficantes, mas implementar medidas de apoio para os consumidores.
No início do ano, os membros da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) pediram ao Executivo que explicasse se a nova lei visa penalizar o consumo ou o tráfico de estupefacientes, já que as penas para o tráfico transfronteiriço não aumentaram. Ontem, José Pereira Coutinho e Zheng Anting confirmaram ao HM que não está ainda nas mãos dos deputados a nova versão do diploma, mas Coutinho referiu que a intenção é aumentar as penas para quem passa com droga para este lado.
“Ainda não temos tido reuniões, está nas mãos do Governo aumentar as penas para punir os traficantes”, referiu ao HM.
Com a revisão da lei, as molduras penais mínimas para o consumo passam de três meses a um ano, mas não havia alterações significativas nas penas aplicadas a quem faz tráfico de droga ao nível transfronteiriço. Esta questão levantou dúvidas junto dos deputados, que questionavam se a proposta de lei tem como foco os crimes de droga ou os crimes transfronteiriços?
“O Governo deixou um ponto claro, de que esta lei visa combater os crimes transfronteiriços de droga e a possibilidade de Macau se tornar num lugar de trânsito e entrada de droga e, por isso, havia a necessidade de rever a lei. Neste ponto estamos de acordo. Mas na proposta de lei não se verifica uma norma específica para estes crimes e não se vê qualquer aumento da moldura penal. Os crimes transfronteiriços são a fonte da criminalidade e, sem esses crimes, se calhar, os problemas não se verificam”, apontou Cheang Chi Keong, em Fevereiro. A lei foi aprovada na generalidade em Janeiro.

18 Ago 2016

Cinema | Filme japonês em Macau para ajudar animais abandonados

Um documentário filmado no Japão após o sismo de 2011 pretende mostrar a importância de ajudar os animais. Todas as receitas arrecadadas em Macau, onde o filme se estreia no Cinema Alegria, vão ser doadas à ANIMA e à Pet Pet

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se “Dogs without names” e vai estrear em Macau a 25 de Agosto, na próxima quinta-feira. O documentário faz parte de uma actividade de caridade organizada pela Associação Star Rise Cultural and Creative, para “apoiar” a entrada em vigor da Lei de Protecção de Animais já no início de Setembro e para ajudar os cães e gatos abandonados.
O filme conta a vida de cães e gatos abandonados no Japão após o sismo de Tohoku, em 2011. Muitos habitantes foram obrigados a evacuar as suas casas, enquanto muitos animais foram abandonados na área afectada pela radiação. A protagonista do filme é uma produtora de televisão que viu cães e gatos a serem levados para abrigos onde o único destino que os esperava era a eutanásia. A mulher ficou “chocada” e decidiu implementar qualquer tipo de ajuda possível. cinema2_SEM CREDITOS
Ainda assim, a produtora conheceu também pessoas que tentaram salvar os animais, fazendo com que estes pudessem, por exemplo, servir de companhia a idosos sozinhos em lares, de forma a que pudesse renascer uma nova vida para ambos.
 

Promessa de vida

Em Macau, segundo os números do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, mais de 300 cães e 24 gatos foram abatidos no ano passado. Portanto, valorizar a vida dos animais também é intenção desta apresentação.
“Não abandonar os seus animais de estimação, não só brincar com eles mas sim cuidar deles, deixar de comprar e vender animais e, quando adoptar animais, pensar que é uma promessa de toda a vida [é o objectivo]”, disse Esther Lim, presidente da Associação Star Rise Cultural and Creative, ao HM.  
A actividade vai ter lugar no Cinema Alegria, às 19h00 e conta com a presença de representantes de várias associações de protecção de animais de Macau, com os seus amigos animais, bem como vários artistas de Hong Kong e Macau, como Filipe King e Carlos Koo. Os bilhetes estão à venda, com o preço de 250 patacas. Todas as receitas, descontando os custos, vão ser doados à Sociedade Protectora dos Animais de Macau – Anima e à loja de animais Pet Pet, para oferecerem comida a gatos e cães abandonados.

18 Ago 2016

Empresários da Iec Long e Capital Estate constroem prédio comercial na Taipa

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Fortuneup Group Limited foi autorizada a construir um prédio comercial na Taipa. Um anúncio ontem publicado em Boletim Oficial, assinado por Raimundo do Rosário, dá conta da construção, revelando ainda a edificação de uma pensão de duas estrelas perto da Avenida Almeida Ribeiro por outra empresa.
Segundo o Boletim Oficial, Kong Tat Choi e Si Tit Sang, ambos da Fortuneup Group, foram os representantes da empresa na assinatura do contrato com o Governo, no mês passado. O prédio vai nascer num lote de 68 metros quadrados na Rua dos Clérigos, na Taipa, onde estava já construído um edifício. O terreno foi adjudicado por aforamento.
Em Janeiro deste ano, a empresa pediu autorização ao Governo para “proceder ao reaproveitamento do terreno” para a construção do edifício destinado a comércio.
Kong Tat Choi é um dos empresários que passou a ser titular de parcelas privadas no terreno da Fábrica de Pacnhões Iec Long e do lote BT27, na Rua de Fat San e Rua de Bragança, que passou mais tarde à Companhia de Investimento e Fomento Predial Samtoly.
Já Si Tit Sang é um dos accionistas da Capital Estate, a empresa de Sio Tak Hong, empresário dono do projecto de luxo no Alto de Coloane.

Pensão na San Ma Lou

Num outro despacho, fica a saber-se que uma pensão de duas estrelas vai nascer junto à Avenida Almeida Ribeiro, depois do Governo ter autorizado a Companhia de Investimento e Fomento Predial China Peak a alterar a finalidade de um terreno que detém no local.
A empresa detém o lote de 290 metros quadrados por concessão por aforamento, tendo já estado aqui edificado um prédio que ocupava a Rua de Cinco de Outubro, a da Rua do Guimarães e a Rua do Pagode. Em Agosto de 2014 a concessionária pediu para modificar o aproveitamento do terreno, pedido para o qual obteve autorização no mês passado. O terreno é agora reaproveitado para a construção de um edifício em regime de propriedade única com oito pisos, para uma pensão de duas estrelas, com uma área bruta de construção de mais de 2200 metros quadrados.
A empresa foi representada na assinatura do contrato por Sio Chong Meng, empresário da construção civil.

18 Ago 2016

Estudantes de Macau entre melhores do mundo em concurso da Microsoft

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]ois estudantes de Macau estão entre os seis vencedores do concurso anual promovido pela Microsoft que os torna “masters” na utilização em ferramentas Office. Os jovens foram escolhidos entre mais de sete mil candidatos que prestaram uma prova de conhecimentos. Receberam um certificado e um prémio em dinheiro na final que se realizou em Orlando, nos EUA.
Lei Kuan Hou tem 16 anos e estuda no Instituto Salesiano. Ganhou o concurso da Microsoft na vertente Excel 2010, numa série onde a versão de 2013 também esteve em avaliação. Este jovem, que diz gostar de correr, revelou-se um “craque na prova de demonstração de conhecimentos que se realizou na Florida”, como indica um comunicado enviado aos jornais.
Quem também participou foi Chao Ka Hei, que ganhou na versão Power Point 2010. Estudante no colégio Yuet Wah, diz que os principais hobbies são a programação e a informática em geral. Este é o segundo ano consecutivo que este estudante de 17 anos ganha o prémio. Os dois estudantes são assim nomeados oficialmente Campeões Mundiais do Campeonato Mundial da Microsoft Office.
De entre os seis finalistas, dois são de Macau, dois de Hong Kong, um da Bulgária e um dos EUA, o que confere à Ásia o primeiro lugar no pódio da competição mundial. Este ano a Microsoft recebeu 700 mil candidaturas, que vieram de todo o mundo. Como explica o porta-voz da Microsoft, Bob Whelan, “primeiro são feitos concurso regionais e daí é que são escolhidos os melhores para participarem a nível mundial. Os jovens divertem-se durante a competição, mas aprendem muito e no final recebem um diploma a certificar a sua mestria a lidar com a ferramentas Office”.
Estes jovens génios, que têm capacidades fora do comum dentro da informática, continuam a surpreender até os próprios representantes da Microsoft. “Estes estudantes são masters a lidar com o Word, Excel e o Power Point”, diz a Microsoft, acrescentando que “alcançaram um grau elevado a trabalhar com as aplicações e isso irá ajudá-los a obter sucesso nos estudos, a entrar no mercado de trabalho e a serem reconhecidos e valorizados”.
A Microsoft vai continuar a patrocinar este encontro anual que oferece aos seis finalistas um montante em dinheiro que varia entre os cinco mil e os 7500 dólares americanos.

18 Ago 2016

Equipa chinesa dos Olímpicos vem a Macau

Seguindo o costume dos anos anteriores, os atletas chineses que ganharam medalhas de ouro vão visitar Hong Kong e Macau no fim do mês, para um encontro com os cidadãos e para fazer espectáculos de demonstração. Prevê-se que a delegação chegue a Hong Kong no dia 27 e visite Macau no dia 29.

18 Ago 2016