Fernando Gomes diz que aumentos já poderiam ter sido resolvidos

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]ernando Gomes, médico do hospital público e presidente da Associação dos Médicos dos Serviços de Saúde (SS), disse à Rádio Macau que os aumentos de salários da classe poderiam ter ficado resolvidos há seis anos, já que em 2010 foi feita a última revisão das carreiras. Para Fernando Gomes, os médicos deveriam ter carreiras próprias na Função Pública, tal como acontece com os professores da Universidade de Macau ou os magistrados.
“Seria a melhor forma para contornar esta barreira limitativa que, no fundo, impede um ajustamento condigno, sério e visionário. Mas parece que não houve um entendimento ou uma percepção dessa questão. Alertámos que, nos próximos anos, iríamos ter sérios problemas”, disse Fernando Gomes.

Diferenças abissais

“Um consultor ou um chefe de serviço em Hong Kong ganha cerca de 2,5 vezes mais do que se ganha em Macau”, disse o responsável, que explicou que, segundo os actuais índices de carreira, um médico consultor no primeiro escalão, em regime de exclusividade, não ganha mais do que 95 mil patacas. Já um chefe de serviço ganha menos de 105 mil patacas. “Agora, estamos em ruptura iminente, não só em termos de pessoal – está a ser colmatado, muito bem – mas também em termos de espaço físico”, disse Fernando Gomes à Rádio Macau, referindo-se aos recursos humanos.
Em relação à futura Academia de Medicina, Fernando Gomes disse que questiona quem vai dar a formação aos alunos. “(A academia) tem de ter uma capacidade formativa e produtiva com qualidade”, acrescenta o responsável, que gostaria também de saber se os médicos dos Serviços de Saúde vão ser chamados a participar nas actividades do futuro projecto.

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