Kuomintang analisa resultados eleitorais e diz que perdeu apoios

Depois da estrondosa derrota eleitoral, os herdeiros da Aliança Revolucionária, reuniram-se para perceber o que correu mal e chegaram à conclusão que perderam o apoio do público

O Kuomitang, um dos partidos mais antigos e ricos do mundo, publicou ontem um relatório sobre a pesada derrota nas eleições de 16 de Janeiro.
No relatório, apresentado na quarta-feira, à porta fechada, na reunião do seu Comité Permanente, foram identificadas como principais causas da derrota os erros na “adopção de políticas pelo governo”, muito impopulares, a “falta de comunicação eficaz” e discórdias internas.
O KMT, que controlou o Parlamento (Yuan) até este ano, mas não a presidência de 2000 a 2008, teve um claro apoio popular até 2012, data em que venceu as eleições presidenciais e legislativas, refere o relatório, citado pela agência Efe.
Segundo o documento, desde 2012, uma série de políticas, como os impostos sobre as receitas de capital, a subida dos preços do gás e da electricidade e a tentativa de forçar a aprovação legislativa de um acordo de serviços com a China beliscaram a popularidade do KMT.
A morte em 2013 de um soldado por castigos excessivos pouco antes do final do seu serviço militar, vários incidentes de segurança alimentar, os altos preços da habitação, o aumento do fosso entre ricos e pobres e a paralisação dos salários inflamaram a ira pública, de acordo com o relatório.
Não valorizar a influência dos meios de comunicação social e fóruns da Internet, é outro dos pecados elencados, o que fez com que perdesse a oportunidade de manifestar e clarificar a sua posição, criando uma brecha com a opinião pública.
A falta de consenso interno, a má distribuição dos benefícios da aproximação económica à China e o incidente da cantora taiwanesa Chou Tzu-yu, que sofreu pressões por parte da China depois de exibir uma bandeira nacional num programa de televisão da Coreia do Sul, em vésperas das eleições, também contribuíram para a derrota eleitoral, segundo o relatório.

Agora vai ser mais difícil

“O KMT depara-se agora com desafios mais difíceis do que quando perdeu, pela primeira vez, as eleições presidenciais em 2000, e temos de enfrentar o facto de que perdemos o apoio do público”, conclui o documento.
O KMT, fundado na China em 1911, foi o principal impulsionador da revolução chinesa do ano seguinte, a qual colocou um ponto final à dinastia imperial Qing e estabeleceu a República.
Depois de perder a guerra civil com os comunistas em 1949, o partido mudou-se para Taiwan, onde governou de forma autoritária até à década de 1980, avançando depois para a transição democrática. Desde as primeiras eleições legislativas democráticas (1992) e as primeiras presidenciais directas (1996) até 2000, o KMT controlou a presidência e o Parlamento da Ilha Formosa e só perdeu a maioria parlamentar no mês passado.

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