Covid-19 | Residente de 30 anos confirmado como o 48.º caso em Macau

[dropcap]O[/dropcap] 48.º caso confirmado de infecção por covid-19 em Macau é um português, que veio de Lisboa no voo que chegou via Tóquio. O anúncio foi feito pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, na sexta-feira à noite, e o paciente está assintomático.

Segundo as informações disponibilizadas, o doente tem 30 anos e encontrava-se a fazer quarentena no hotel Grande Coloane, desde 21 de Janeiro. Além disso, a namorada foi igualmente colocada em isolamento por se considerar que é um caso de contacto próximo.

“A 3 de Fevereiro de 2021, os resultados do teste de sanguíneo de anticorpos apresentaram anticorpos IgG positivos e anticorpos IgM negativos. Os 3 testes de ácido nucleico nos 14 dias anteriores foram todos negativos e o doente não apresentou os sintomas clínicos”, foi explicado. “No dia 4 de Fevereiro, foi enviado para isolamento no hospital para a observação médica, sem sinal de pneumonia na tomografia torácica . Em 5 de Fevereiro, o teste de zaragatoa nasofaríngea apresentou fracamente positivo, foi diagnosticado como a pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus, sendo o 48.º caso confirmado de pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus (COVID-19) em Macau”, foi acrescentado.

Namorada isolada

Segundo os dados revelados pelo Governo na segunda-feira passada, dos 47 casos registados em Macau apenas um estava activo, com o paciente a cumprir isolamento no Centro Hospitalar Conde São Januário. A doente, que é residente e tem 43 anos, encontrava-se num estado estável, sem pneumonia. O caso tinha sido identificado no dia 22 de Janeiro, após a realização de dois testes de despistagem.

A confirmação de mais um caso faz subir para dois o número de pessoas contagiadas que apanhou o voo para Macau vindo de Tóquio.
Além disso, havia oito pessoas consideradas de contacto próximo, que tinham viajado no mesmo voo. Este é um número que agora vai chegar aos nove, uma vez que, segundo o comunicado das autoridades, a namorada do português também foi isolada por precaução. O isolamento vai ser cumprido no Centro Clínico de Saúde Pública do Alto de Coloane.

8 Fev 2021

Voo Tóquio-Macau: Residentes contam como foi

Kits com fraldas, que não foram obrigatórias, distanciamento social, organização, método, aparato policial do aeroporto aos hotéis. Três residentes descrevem a sua experiência nos voos Tóquio-Macau, vindo da Europa, de onde saiu mais um caso positivo de covid-19, com ínfima possibilidade de transmissão local

 

Viajaram por questões prementes para Portugal e não faziam ideia de que, quando do regresso, se deparassem com o cancelamento de voos por parte das autoridades de Taiwan. Um total de 115 residentes chegaram na quinta-feira oriundos da Europa, via Tóquio, separados em dois voos. Três deles contaram ao HM a experiência de viajar com todas as regras de segurança, em contraste com o cenário vivido na Europa.

“O voo para Amesterdão vinha quase lotado. Felizmente que o voo Amesterdão-Tóquio tinha o distanciamento necessário e quando chegámos a Tóquio já tínhamos pessoal dos Serviços de Saúde a dar-nos apoio”, contou o fotógrafo António Mil-Homens, que viajou no segundo voo, de onde saiu o 47º caso positivo de covid-19 registado em Macau.

No entanto, o residente confessa que “o risco e o número de pessoas com contacto próximo foi extremamente reduzido”. “Havia lugares livres entre pessoas e filas vazias entre passageiros. Não se podia ter exigido mais em termos de precauções”, disse.

Num voo de cerca de cinco horas, António Mil-Homens acabou por não usar a fralda providenciada pelas autoridades, que não era de uso obrigatório. “Desembarcámos do avião e fomos divididos em quatro grupos, identificados por cores. Fizemos o teste e tínhamos um balcão só para nós para controlo da emigração.”

António Mil-Homens destaca o enorme aparato policial aquando do transporte para o hotel onde se encontra a cumprir a quarentena de 21 dias. “A sensação que tenho é que como se gerou um movimento de crítica de que vinham residentes de zonas de alto risco, este aparato exterior serviu para demonstrar à população de que estavam a ser tomadas todas as precauções.”

Mais voos precisam-se

Jéssica Leão viajou para Portugal a 11 de Dezembro por motivos familiares, e desde o momento em que aterrou em Lisboa tudo mudou. O voo de regresso foi feito de forma tranquila. “Acho que se fez um grande alarido à volta do uso das fraldas, mas não usei porque foi um voo de cinco horas.”

O contraste com a insegurança sentida na Europa foi grande. “Mostrámos o teste [à covid-19] no momento do check-in em Lisboa para Amesterdão, mas o voo ia cheio. Não tem comparação possível, os voos que fiz na Europa estavam apinhados.”

A residente gostaria que as autoridades organizassem mais acções semelhantes para o regresso de outros portadores de BIR ao território. “Dentro de um certo período de tempo deveria pensar-se nessa hipótese. As medidas aqui são rigorosas para evitar o contágio junto da população, mas é sempre uma decisão do Governo, uma vez que envolve uma grande logística.”

Marta Pereira, jornalista, confessa que sentiu medo quando viajou no espaço europeu. “A Europa não está preparada como está a Ásia. Quando fui para Portugal, via Taiwan, e quando cheguei a Paris, deparei-me com um aeroporto completamente cheio sem distanciamento social.” A chegada à RAEM fez-se com ajuda do pessoal da Air Macau “de forma muito ordeira e organizada”, frisou a residente.

Código de saúde | Cor amarela permite trabalhar e ir à escola

Sobre o período de auto-gestão de sete dias obrigatório para quem tenha feito quarentena e que activa o Código de Saúde amarelo, Leong Iek Hou, do Centro de Prevenção e Controlo da Doença, esclareceu que a sinalética não introduz qualquer impedimento para trabalhar ou ir à escola. As proibições são apenas ao nível da entrada em locais com aglomerações ou contactos com trabalhadores da linha da frente.

“Depois da observação médica de 21 dias é necessário fazer auto-gestão de saúde de sete dias. As pessoas podem ir à escola, podem ir trabalhar, mas estão proibidas de ir a locais com grandes concentrações ou de ter contacto, por exemplo, com o pessoal da linha da frente. O período de auto-gestão é uma medida de dupla proteção, até porque essas pessoas já foram testadas”, explicou a médica.

25 Jan 2021