João Santos Filipe Manchete SociedadeEnsino | Universidade Cidade de Macau recebe terreno grátis O Governo concedeu à universidade do membro do Conselho Executivo e ex-deputado Chan Meng Kam um terreno em Seac Pai Van, que se for avaliado de acordo com o preço mais baixo do último leilão de terras vale 2,58 mil milhões de patacas O Governo concedeu gratuitamente um terreno com 10.696 metros quadrados à Fundação da Universidade da Cidade de Macau, instituição privada controlada pelo membro do Conselho Executivo e ex-deputado e empresário Chan Meng Kam. A concessão gratuita em Seac Pai Van foi reconhecida ontem pela Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU), apesar do contrato ainda não ter sido tornado público no Boletim Oficial. De acordo com um comunicado oficial, o Governo “está a dar seguimento ao procedimento de concessão gratuita e com dispensa de concurso público de um terreno do Estado à Fundação da Universidade da Cidade de Macau”. O terreno tem como destino a “construção dos novos edifícios escolares e “todas as despesas inerentes à construção do novo campus” vão ser “suportadas pela Fundação da Universidade da Cidade de Macau”. A documentação disponibilizada no portal da DSSCU indica que a concessão foi garantida de forma gratuita e aprovada porque a Fundação da Universidade da Cidade de Macau é entendida pelo Governo como uma “pessoa colectiva de direito privado sem fins lucrativos”, desenvolve “acções na área da formação científica, humana, cultural e técnica, como o ensino e a investigação” e porque a Universidade Cidade de Macau (UCM) pretende aumentar o número de alunos de cerca de 6 mil para 10 mil, nos próximos anos. O Governo destaca ainda que, em troca, a UCM vai devolver o actual terreno na Avenida Padre Tomás Pereira, na Taipa, onde funcionaram as antigas instalações da Universidade de Macau, antes da mudança para o Campus da Ilha da Montanha. A UCM tinha recebido estas instalações em 2015, também cedidas pelo Governo. Terra de milhões O futuro campus da UCM vai ser construído junto ao reservatório de Seac Pai Van, perto de dois edifícios privados construídos nos últimos anos naquela zona, ligados ao grupo Yoho, igualmente responsável pela gestão do hotel Roosevelt, no Macau Jockey Club. Com 10.696 metros quadrados e uma área bruta de construção de 53.490 metros quadrados, o terreno ocupa mais do dobro da área, mais de cada um dos dois terrenos na Taipa colocados em leilão público pelo Governo no ano passado. Os terrenos tinham como destino a construção de habitação e espaços comerciais, e apenas um dos deles acabou por ser vendido. O pedido mínimo do Governo por metro quadrado nos leilões públicos era de 240.930 patacas. Se for utilizado o mesmo critério, tendo em conta a área de 10.696 metros quadrados, o valor do terreno atinge quase 2,58 mil milhões de patacas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEstudo | Políticas anti-corrupção e efeitos da covid-19 afastam turistas Os visitantes estão menos motivados para visitar a RAEM, e indicam como causas as poucas autorizações de saída emitidas no Interior e as políticas anti-corrupção, em especial entre funcionários públicos chineses. As conclusões constam de um estudo da Universidade Cidade de Macau As políticas anti-corrupção adoptadas nos últimos anos pelo Interior da China são um dos principais factores que afastam turistas de Macau. Esta é a conclusão de um estudo elaborado por três académicos das Universidade Cidade de Macau, Martin Tang, Grace Chan e Yvonne He, publicado na Revista Internacional de Investigação em Ciências Sociais, com o título “Quais são as barreiras ao regresso dos turistas do Interior a Macau, no contexto das políticas anti-corrupção”. O estudo foi feito com base em 47 entrevistas a turistas do Interior e apontou três factores principais que levam à diminuição da vontade de visitar Macau: a implementação de políticas anti-corrupção mais rigorosas, as restrições de circulação e exigência de resultados negativos de testes de ácido nucleico e a redução dos rendimentos causada pela crise da covid-19. “Segundo este estudo, a maioria dos inquiridos referiu de forma repetida as políticas, em particular as acções contra a corrupção, a realização obrigatória de testes de ácido nucleico e as burocracias ligadas aos processos de entrada e saída como factores que afectam de forma negativa a vontade de viajar”, é indicado nas conclusões. A investigação identifica um padrão de medo em entrar nas zonas de jogo da RAEM, principalmente entre os visitantes que são funcionários públicos. “As políticas anti-corrupção foram repetidamente mencionadas pelos inquiridos das instituições públicas como tendo impacto negativo”, foi explicado pelos autores. Entre os 47 entrevistados, 42 referiram este aspecto, ou seja, 89 por cento dos ouvidos. Receios públicos O estudo avança também com o depoimento de um funcionário público, não identificado, que mostrou receio em ser visto perto das entradas dos casinos. “A tendência geral mostra-nos uma política anti-corrupção cada vez mais rigorosa, por isso sinto-me preocupado só por ser visto nas imediações das áreas de jogo”, é mencionado. “Pode dar-se o caso de alguém fazer queixa só por estar perto”, acrescenta o mesmo entrevistado. Ao nível das restrições de circulação de covid-19, a realização de testes também foi indicada. Contudo, a maior parte das restrições não estará tanto em Macau, mas principalmente no Interior, relacionado com a emissão de autorizações de saída. “Nos últimos tempos, os processos de pedidos para deslocações são muito rigorosos, nem os casamentos são actualmente razão que permite sair do Interior, talvez só em caso de funerais seja possível sair”, foi explicado por outro dos entrevistados. Quanto à redução dos rendimentos, o estudo indica que não afecta tanto os funcionários públicos, que até admitiram ter um salário mais alto, mas antes os privados. “Alguns dos trabalhadores do sector privado afirmaram que embora não tivessem desistido das férias, que abdicaram de Macau, em detrimento de destinos mais baratos”, foi justificado.
Hoje Macau Grande PlanoLusofonia | Instituto de Investigação para os PALOP em Macau estuda cooperação com a China Wu Yuxian, do Instituto de Investigação para os Países de Língua Portuguesa em Macau, ligado à Universidade Cidade de Macau, falou do primeiro estudo publicado sobre São Tomé e Príncipe, e de outros que se seguirão. O objectivo é ajudar a definir políticas de cooperação com a China O Instituto de Investigação para os Países de Língua Portuguesa em Macau, que funciona na Universidade Cidade de Macau (UCM), publicou um estudo sobre São Tomé e Príncipe, seguindo-se agora outros livros dedicados à Guiné-Bissau e, possivelmente, a Cabo Verde, disse à Lusa uma das investigadoras. Na prática, Macau está a estudar os pequenos países lusófonos para ajudar a definir políticas de cooperação chinesa com os países de língua portuguesa, afirmou Wu Yuxian. “Estamos a concentrar-nos em alguns países, tais como Timor-Leste, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, e possivelmente Cabo Verde, por enquanto, mas queremos planear investigação para países maiores”, explicou uma das docentes que integra o projecto. A primeira publicação foi sobre Timor-Leste (2020). Este ano foi já lançado um livro sobre a relação da China com pequenos Estados insulares de língua portuguesa. Nesta semana, o último: “São Tomé e Príncipe – A construção de um Estado arquipélago”. O projecto debruçou-se sobre o facto de o “estudo dos países de língua portuguesa estar intimamente ligado à da criação do instituto” e vai ao encontro do conceito expresso pelo Presidente chinês, Xi Jinping, de se promover a construção de uma comunidade com um futuro partilhado para a humanidade, salientou a professora da UCM. Mas não só. A existência, desde 2018, de um novo financiamento para projectos de investigação académicos dedicados a países lusófonos, com o objectivo de se reforçar a cooperação, mas também de potenciar oportunidades de mercado para os quadros formados na China continental e em Macau, esteve também em foco. A ideia “é fornecer ao Governo ajuda para a formulação de políticas de apoio” a estes países e, para isso, “é preciso entendê-los verdadeiramente, para se compreender qual é a raiz do seu comportamento”, assinalou a historiadora. Desafios para São Tomé O livro, apenas em chinês, sobre São Tomé e Príncipe, apresentado esta semana tem quase 200 páginas em que são abordados vários temas multidisciplinares: desde a colonização portuguesa; uma visão política da escravatura à democratização; o investimento, desenvolvimento e dependência; a dimensão social, da linguagem à religião; até às relações externas, nas quais é dissecada a diplomacia com outros países africanos, União Europeia e continente americano. E, claro, com a China, desde que as relações diplomáticas foram restabelecidas em 2016, o que possibilitou a entrada de São Tomé e Príncipe no Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, também conhecido como Fórum Macau. A investigação agora publicada aponta vários desafios actuais para São Tomé e Príncipe. A “forte dependência de ajuda externa”, segundo a investigadora, é um dos problemas. Por um lado, a economia do país ainda se baseia na exportação de produtos agrícolas, muito dependente da flutuação de preços dos mercados internacionais, sem garantir a criação de valor acrescentado. Por outro, procura agora potenciar a sua riqueza em recursos como o petróleo, resumiu. “Fiquei muito feliz quando soube [da descoberta de petróleo], as pessoas pensaram que poderiam finalmente ter uma vida melhor, mas nada mudou (…) devido à incapacidade de governança”, disse Wu Yuxian, uma vez que “ainda não se conseguiu transformar esse recurso em dinheiro”. Tal como no Haiti, que tem recursos, “as pessoas são muito pobres e o povo vive na miséria”, afirmou. A docente sublinhou que em São Tomé e Príncipe há uma ausência de identidade nacional, ainda muito tribal, para depois destacar a importância do “esforço comum do povo”, como acontece na China, apontando que há uma razão para o Partido Comunista Chinês “ser tão poderoso”. Nesta matéria, concluiu, o povo de São Tomé e Príncipe “deve encontrar o seu próprio caminho” que, “definitivamente não é algo que os ocidentais possam dar”, argumentando que “o poder político está nas mãos de alguns que são geralmente educados no Ocidente (…) sem fazer nada pela base”, referindo-se a uma elite que vai partilhando o poder. A historiadora reiterou que “a falta de uma identidade nacional ou memória comum” é um obstáculo chave no processo de desenvolvimento do país, que é muito recente, exemplificando, por contraste, o que acontece em nações como Portugal, Alemanha e China. E mesmo no Brasil, país que já estudou e que, apesar de também ter um passado marcado pela colonização, conseguiu “formar gradualmente a sua própria identidade nacional”, muito visível, exemplificou, nas artes. UCM organiza simpósio em Julho O Instituto de Investigação para os Países de Língua Portuguesa em Macau organiza, no próximo dia 16 de Julho, um simpósio presencial e online em parceria com a Universidade Joaquim Chissano, de Moçambique. A ideia é reunir um grupo de académicos que possam olhar para os diferentes níveis de desenvolvimento económico de países lusófonos em África como é o caso de Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. “Tendo em conta o passado histórico e a língua comuns, o nosso objectivo é ter uma melhor compreensão destas realidades, pelo que este simpósio olha para as características, desafios e oportunidades dos seus processos de desenvolvimento”, pode ler-se numa nota publicada no website da UCM. A terceira edição deste simpósio anual aborda o facto de São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Moçambique terem registado os Índices de Desenvolvimento Humano (HDI, na sigla inglesa) mais baixos de 2019, à excepção de Angola. “Este simpósio traz académicos destes países para debaterem questões chave de desenvolvimento, especialmente no contexto da iniciativa uma faixa, uma rota e a Grande Baía.” Outro dos objectivos deste evento será “a publicação do terceiro livro, como resultado das conferências, para a colecção de oito livros que serão dedicados à análise das relações entre os países de língua portuguesa e a China”. Participam também neste simpósio académicos portugueses, como Jorge Tavares da Silva, Paulo Duarte e Rui Pereira, que vão abordar a temática “China in the Middle Atlantic: Challenges for the Small Portuguese Island States”. Estão também incluídas no simpósio as apresentações de académicos da própria UCM, como é o caso de Amélie Lu Yuqing, que irá falar das “Mulheres e a Economia na Moçambique contemporânea”. Meng Jingwen, Wu Wenzhong e Auricelio André Co vão abordar o tema “Mega eventos locais e a imagem de marca nacional no Turismo: Um estudo comparativo dos carnavais entre a RAEM e a Guiné-Bissau”. João Simões e Paulo Guilherme Figueiredo, também da UCM, irão fazer a apresentação “Um panorama da energia global: Implicações para as transições de energia para a China e os países de língua portuguesa”. Lucio Lima Viegas, da Universidade de São Tomé e Príncipe, fala ainda do “Impacto económico e social na educação das ilhas de São Tomé e Principe”, entre outros oradores.
João Santos Filipe Entrevista MancheteNovo Reitor da Universidade Cidade de Macau: “O nosso objectivo é servir os estudantes de Macau” Desde o início do mês aos comandos da instituição, Jun Liu pretende fazer crescer o número de alunos além dos actuais 6 mil, nos próximos anos, e o caminho passa pela aposta na Grande Baía, vista como uma grande oportunidade. O novo reitor promete também reforçar a aposta no português Assumiu a posição no início deste mês, após quase 30 anos nos Estados Unidos. Como se está a adaptar? Cheguei a Macau há menos de duas semanas e estou a instalar-me. Já tinha estado por cá muitas vezes no passado, por isso não é um lugar estranho. Estou a sentir-me bastante bem. Que motivos o levaram a aceitar o convite da universidade e vir para Macau? Sinto que é um momento entusiasmante para regressar à China com o projecto da Grande Baía. Escolhi regressar por Macau porque é um local muito característico, não é igual ao Interior e não é Hong Kong, é Macau. É um misto único das culturas portuguesa e chinesa, cantonense entre outras. Mas não veio para uma posição qualquer… É uma posição muito apelativa, porque me permite liderar uma universidade que tem por bases as Letras e as Humanidades. Na minha perspectiva é a altura perfeita para a posição perfeita. Vou poder usar o que aprendi e vivi e, num contexto mais amplo, contribuir para Macau, a Grande Baía e a China. Quais vão ser as prioridades da Universidade Cidade de Macau para os próximos anos? As áreas que vão ser mais desenvolvidas são as Humanidades e as Ciências Sociais, apoiadas pela vertente tecnológica, porque são as fundações desta universidade, ao contrário do que acontece com outras instituições. Por exemplo, a Universidade de Macau é mais abrangente, a Universidade de Ciência e Tecnologia é mais focada as Ciências e Medicina. A Universidade Cidade de Macau tem raízes nas Humanidades, Ciências Sociais e na comunicação intercultural, como com Portugal, os países de língua portuguesa, ou com os Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e até a América do Sul, como é o caso do Brasil. Queremos aproveitar estas bases para desenvolver novas disciplinas e formar os quadros necessários para Macau e o mercado para os próximos 5 a 10 anos. Que posições são essas? Acreditamos que as profissões do futuro, dos próximos 10 anos, ainda não foram criadas. Por isso, precisamos de analisar bem o que vai ser necessário e começar a estudar antes do tempo, para que daqui a 5 a 10 anos, os alunos formados na Universidade Cidade de Macau tenham sempre muitas ofertas de trabalho e sejam procurados pelo mercado. Falou das ligações com os países de língua portuguesa. A instituição oferece cursos nessa área. O futuro passa por uma expansão? O multiculturalismo é um valor essencial para desenvolver os novos cursos, por isso esperamos aproveitar as vantagens culturais de Macau e trabalhar com os países de língua portuguesa. Neste momento, temos um instituto de investigação para os países de língua portuguesa. E queremos não só consolidar esse instituto mas colaborar com os próprios países, não só a nível da investigação, mas também em termos das oportunidades de mercado para os quadros formados. Quer isso dizer que vai haver um reforço na aposta destes cursos? O caminho passa não só consolidar, mas reforçar a aposta na língua portuguesa, aproveitando as vantagens da cultura de Macau. Vamos também estudar muito bem as possibilidades desta vantagem. Os nossos cursos não se limitam a estudar a língua, são compreensivos, multidisciplinares, e é isso que vai ser uma vantagem para nós. Também nesse sentido, sinto que uma das coisas que quero fazer é visitar Portugal e os países de língua portuguesa. Qual é o impacto da covid-19 nas finanças da universidade? Somos uma universidade sustentável. Sabemos que temos de diversificar as fontes das nossas receitas, o que queremos fazer com o aumento das parcerias a nível empresarial e esperamos continuar a contar com o apoio do subsídio do Governo. Não encaro as finanças como uma preocupação, porque se a qualidade do ensino estiver presente a universidade vai sempre atrair alunos e isso garante que não há essas preocupações. Por isso, o nosso caminho passa por expandir e fazer crescer o número de estudantes. Temos 6 mil estudantes e esperamos expandir para 8 mil ou 10 mil. E o crescimento dos alunos vai ser feito com alunos do Interior e do estrangeiro? O nosso objectivo principal é servir os estudantes de Macau, que têm várias escolhas no território. Mas, Macau tem uma limitação relacionada com a dimensão da população, por isso a nossa segunda prioridade vai ser o Interior. E não ficamos por aqui, gostávamos de aumentar também o número de alunos fora da China. O que é preciso para atrair mais alunos internacionais? A única forma de atrai-los é, de forma gradual, melhorar os nosso cursos que são leccionados em inglês, porque de outra forma é demasiado difícil para os alunos internacionais aprenderem. Tenho um percurso como líder no sector da educação na língua inglesa e por isso quero desenvolver um ambiente onde todos os alunos vão ter oportunidades para melhorar, falar e compreender o inglês como língua global. Nesse esforço vai também haver maior aposta na qualidade do ensino e investigação? Precisamos de aumentar o número de investigadores e criar novos cursos. Vamos pensar em outras formas de tornar a universidade mais atractiva, como bolsas de estudo e investigação, criação de melhores condições para que os professores consigam apoios e possam contratar alunos como assistentes, que é uma forma de aprendizagem pela experiência. Todas estas formas diferentes vão fazer da instituição mais atraente para os estudantes. Tem como objectivo aumentar o número de estudantes dos países de língua portuguesa? Sim, queremos atrair mais estudantes internacionais. Mas, para tornar a universidade verdadeiramente internacional temos de nos focar na língua. Estamos abertos a receber estudantes de todo o mundo, e particularmente de Portugal e da Europa. Neste momento temos estudantes de África. Como pensa fazer o número de alunos crescer e quantos pretendem de fora de Macau e do Interior? O nosso objectivo prioritário é servir os estudantes de Macau, que têm várias escolhas. Uma delas é a universidade pública, a Universidade de Macau, que tem uma certa percentagem de alunos de Macau. Mas Macau tem uma limitação no número de população, por isso vamos olhar para o Interior, como segunda prioridade. Mas além dos estudantes de Macau e do Interior, quero uma maior representatividade de regiões e continentes. Quando os alunos escolhem as universidades a que se querem candidatar é inegável que os rankings mundiais têm sempre uma influência no processo. Há o objectivo de dar maior destaque à Universidade Cidade de Macau? Concordo que os rankings influenciam o número de candidaturas às universidades. E tendo trabalhado mais de 20 anos nos Estados Unidos, em diferentes institutos de investigação, tenho consciência da importância dos rankings. As escolas da Liga Ivy estão sempre entre os cinco ou dez primeiros lugares dos rankings mundiais, na China destacam-se a Universidade de Tsinghua e a Universidade de Pequim, mesmo na Grande Baía a Universidade de Hong Kong é uma referência. Considero que os rankings são importantes, mas não é o único aspecto que vamos considerar. Isso que dizer… Pode olhar-se para os critérios dos rankings, que até variam de ranking para ranking, e trabalhar-se especificamente para satisfazer os critérios e ir subindo na classificação. Só que essa estratégia ignora outras vertentes da educação que são muito importante. Os lugares no ranking têm de ser o resultado do esforço na melhoria do ensino e da investigação. É formado nas Ciências Sociais, por isso, pergunto-lhe como encara a liberdade académica? É um assunto muito importante e queremos encorajar as pessoas a fazerem-se ouvir. Vamos ter discussões abertas sobre os assuntos controversos e vamos respeitar as pessoas e ouvir as ideias com que podem contribuir para a sociedade. Mas, como uma universidade vamos guiar os académicos em certos assuntos para terem discussões mais eficazes, vamos orientar as nossas discussões para a resolução de problemas. O patriotismo é um valor chave da Cidade Universidade de Macau? Sim, o patriotismo e a lealdade à comunidade local. O patriotismo faz parte da natureza das pessoas e acredito que é um valor essencial. Chan Meng Kam? “Fazemos uma equipa muito boa” A Universidade Cidade de Macau tem como presidente o empresário e político Chan Meng Kam, e Jun Liu admite que esta foi umas das razões que o levaram a aceitar o cargo de reitor na instituição. “Chan Meng Kam foi uma das razões que fizeram com que aceitasse esta posição. Sinto que ele tem uma grande paixão pelo sector da educação”, começou por explicar Liu. “Ele é um empresário e não finge que sabe muito sobre educação. Foi uma pessoa muito honesta e directa, disse-me que apesar de não perceber muito sobre o sector da educação, que é uma área pela qual tem uma grande paixão. Gostei muito desta honestidade”, revelou. “Senti que apesar da juventude dele não ter sido muito ligada ao ensino, ele tem como objectivo fazer com que as próximas gerações possam beneficiar do ensino. É algo nobre”, acrescentou. Para que o convite de regressar dos Estados Unidos e liderar a Cidade Universidade de Macau fosse aceite, Jun Liu garantiu igualmente apoio do influente empresário, que no passado fez parte do Conselho do Executivo escolhido por Chui Sai On e é o responsável pela eleição de dois dos deputados do hemiciclo. “Ele mostrou que me apoia muito para que eu possa tomar certas decisões. Esse apoio é fundamental. Por isso, acho que esta parceria se traduz numa situação com ganhos mútuos”, sustentou. “Tenho um grande respeito por ele e sei que ele conhece Macau muito bem e é muito respeitado e ouvido. É um aspecto importante e considero que fazemos uma equipa muito boa”, sublinhou. Perfil Cargos anteriores Stony Brook University Vice-Presidente e Vice-director para os Assuntos Globais; Reitor dos Cursos Internacionais e Serviços; Director-Fundador do Centro da China; Georgia State University Vice-director para Iniciativas Internacionais; Director do Instituto Confúcio University of Arizona Vice-Presidente; Chefe do Departamento de Inglês Doutoramento Educação em Línguas Estrangeiras e Secundárias na Ohio State University (Fonte: Cidade Universidade de Macau)
Hoje Macau SociedadeUniversidade Cidade de Macau | Jun Liu é o novo reitor Jun Liu toma posse como reitor da Universidade Cidade de Macau na segunda-feira, de acordo com um comunicado da instituição de ensino superior. O novo líder da universidade tem mais de quatro décadas de experiência em educação linguística, doutorou-se na Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos em 1996. No currículo tem cargos como vice-presidente e vice-reitor para os assuntos globais, reitor de programas e serviços académicos internacionais, director do China Center. Foi também professor de linguística na Universidade Stony Brook, em Nova Iorque, antes de vir para Macau. Jun Liu tem publicado extensivamente na área da metodologia de ensino de línguas, sociolinguística, desenvolvimento curricular e comunicação intercultural.
João Santos Filipe Manchete SociedadeInvestigador ligado a Macau associado a fraude em artigos científicos Daming Li, investigador associado da Universidade Cidade de Macau, é co-autor de dois artigos científicos que foram “assinados” com David Cox. Contudo, o investigador do MIT afirma que o nome foi utilizado de forma indevida Um investigador associado da Universidade Cidade de Macau, Daming Li, está a ser envolvido num caso de fraude académica, em que o nome de um professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) foi utilizado de forma indevida. A situação foi relatada ontem pelo jornal Macau Daily Times, com base num artigo da revista americana Wired. Em causa estão pelo menos dois artigos científicos intitulados A FCM Cluster: cloud networking model for intelligent transportation in the city of Macau, de Outubro de 2017, e Mobile network intrusion detection for IoT system based on transfer learning algorithm, de Janeiro de 2018, em que David Cox surge como co-autor. Além de Cox, os trabalhos eram igualmente assinados por outros autores como Li e Xiang Yao, apresentado como representante da empresa Zhuhai Da Hengqin Science and Technology Development. Segundo a Wired, Cox só descobriu que o seu nome estava ser utilizado de forma indevida através de uma aplicação online que permite pesquisar todos os trabalhos assinados por um autor de forma automática. Mas não era só o nome, também a fotografia de Cox surgia com os artigos. “Acabei de descobrir que o meu nome surge como autor em dois artigos científicos (publicados na revista Springer Nature), mas tenho a certeza que não contribui para os trabalhos. Os restantes autores identificados são pessoas chinesas que não conheço de lado nenhum”, escreveu Cox, num twitter publicado em Dezembro de 2020. “Sinto-me quase violado… É uma destas revistas científicas que apresenta fotografias dos autores no final, onde eu apareço… Tudo isto é nojento”, acrescentou. Apesar das queixas de Cox, que é o dirigente do laboratório especializado em inteligência artificial MIT-IBM, os artigos só foram removidos após a ameaça que o caso ia para os tribunais. Esta postura da Springer Nature fez com que o académica se sentisse desiludido. Ideias partilhadas Segundo as explicações da revista Springer Nature, para que uma pessoa seja identificada como autora de um trabalho é necessário e enviar um email com os seus dados pessoais. A publicação diz que recebeu o email de um domínio Hotmail, que Cox nega utilizar. Após ter sido tornado público o caso, o blog RetractionWach, especializado no mundo académico, entrou em contactou com Daming Li. O académico com ligações a Macau recusou ter tido responsabilidade no facto do nome de Cox surgir nos artigos e explicou que tal se tinha ficado a dever a Xiang Yao. Segundo Li, o homem ligado à empresa de Zhuhai disse-lhe que tinha trocado ideias com Cox sobre os temas dos artigos e que por isso tinha decidido que era justo que o académico do MIT fosse identificado como autor. Li disse ainda que Xiang já tinha sido despedido dos institutos de pesquisa em que estava envolvido. Segundo o portal ScienceDirect, Daming Li doutorou-se em 2014 na Universidade Cidade de Macau e além de ser investigador associado da instituição de Macau é também investigador no Centro de Pesquisa da China (Hengqin) Zona de Comércio Livre e Centro de Informação da Noa Área de Hengqin.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTufões | Académicos apontam para novos desafios devido a alterações no clima Um estudo que contou com académicos da Cidade Universidade de Macau e do Instituto de Formação Turística defende a aposta em ferramentas de simulação virtual de tufões face à crescente intensidade deste fenómeno natural Face ao aumento da intensidade dos tufões nos últimos 10 anos é necessário apostar em sistemas de simulação de cheias e promover uma maior educação para os perigos do aumento da intensidade. São estas as conclusões do estudo “Pesquisa na Ásia de Ciclones Tropicais: Hong Kong e Macau”, que abordou a intensidade crescente dos tufões e que contou com a participação de académicos da Cidade Universidade de Macau e do Instituto de Formação Turística, Gavin Chau e Guan Jieqi, respectivamente. Publicado no Journal of Physics, o documento aponta que nos últimos 20 anos, o clima extremo tem levado a que haja um aumento da intensidade dos tufões e dos danos causados em Macau e Hong Kong. As alterações resultaram em 12 mortes em Macau e 10 mil milhões de dólares americanos em prejuízos nas duas regiões administrativas especiais, como é exemplificado através dos tufões Hato e Mangkhut, de 2017 e 2018, respectivamente. Os académicos notam igualmente que com base nos dados dos últimos anos, as pequenas tempestades tropicais são cada vez mais fortes: “A pesquisa mostra que uma das consequências das mudanças extremas do clima passa pela transformação no século XXI dos ciclones tropicais mais fracos em super tufões. Os impactos e os riscos da subida do nível das águas, erosão e das cheias ficaram assim mais óbvios”, é indicado. “Além do mais, os tufões que ocorreram depois de 2000 causaram um número significante de mortes e resultaram num aumento substancial dos danos. Porém, estas mortes e os danos também podem ser explicados com o crescimento rápido da população e da riqueza nas áreas costeiras”, é ressalvado. Novos padrões No que diz respeito às mudanças promovidas pelo clima, o estudo indica que os caminhos percorridos pelos tufões tem sofrido alterações face ao passado, que há uma intensidade maior e que as chuvas violentas são cada vez mais as norma, após a passagem de um tufão. Os académicos apontam também que os pontos de passagem e aterragem dos tufões são propícios aos maiores danos e prejuízos. É neste cenário “novo” que os autores do estudos defendem a necessidade não só de educar a população para os perigos dos tufões, mas também de apostar em sistemas de simulação para compreender melhor e prever as potenciais consequências. “O enriquecimento da compreensão humana sobre as cheias é fundamental, uma vez que se este conhecimento seria impossível gerir de forma adequada os danos extremos negativos gerados pelas grandes cheias”, é sublinhado. “Este estudo recomenda que sejam desenvolvidas tecnologias inovadoras (como por exemplo ferramentas para simular a realidade de forma virtual) e ainda programas educação, de forma a aumentar o conhecimento da população sobre as alterações climáticas, mas também para haver uma maior compreensão e capacidade de previsão sobre as potenciais consequências dos tufões”, é concluído.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeUniversidade Cidade de Macau | Sistema de tradução automática em desenvolvimento A Universidade Cidade de Macau e a Universidade de Évora estão a desenvolver em conjunto um sistema de tradução automática e desde 2019 que existe um laboratório colaborativo em funcionamento para esse fim. Paulo Quaresma, professor catedrático da Universidade de Évora, espera obter resultados concretos já este ano São dez os investigadores da área da informática e linguística ligados ao laboratório colectivo da Universidade de Évora (UE) e da Universidade Cidade de Macau (UCM), responsável por desenvolver um sistema de tradução automática português-chinês e chinês-português. Esta iniciativa arrancou em 2018, mas só em 2019 é que foi criado o laboratório, explicou ao HM Paulo Quaresma, professor catedrático do departamento de informática da UE e responsável pelo projecto. A ideia foi desenvolver “uma plataforma colaborativa para o desenvolvimento de recursos computacionais para as línguas portuguesa e chinesa”, por serem “duas das línguas mais faladas do mundo” e por ser “fundamental que sejam desenvolvidas ferramentas que permitam uma mais fácil comunicação e interacção entre falantes”. Paulo Quaresma acredita que os primeiros resultados práticos deste projecto podem começar a sentir-se já este ano. “É nossa forte convicção, com base no trabalho já desenvolvido e em curso e no novo equipamento em fase de instalação, que teremos resultados com desempenho bastante acima do actual estado da arte neste domínio durante este ano de 2021.” Os responsáveis pelo projecto já estão a trabalhar em “várias soluções a disponibilizar aos cidadãos e a entidades públicas e privadas”. “Teremos o sistema de tradução automático mais tradicional, mas iremos, também, apostar na criação de serviços de elevado valor acrescentado, em que os utilizadores destes serviços poderão solicitar as traduções de documentos ou o apoio à realização de eventos específicos”, acrescentou Paulo Quaresma. Milhões de financiamento Este projecto está integrado no Laboratório de Inteligência Artificial e Big Data da UE e contou com o financiamento, por parte da UE, de 400 mil euros [3.9 milhões de patacas], montante financiado a 85 por cento pelo programa operacional Alentejo2020. Mas houve também o financiamento do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e Tecnologia (FDCT) de Macau, “que tem permitido financiar componentes fundamentais do projecto”, disse Paulo Quaresma. Com o objectivo de responder aos desafios de tradução trazidos pelo projecto político nacional “Uma Faixa, Uma Rota”, o laboratório colectivo desenvolvido pela UE e UCM pretende “desenvolver sistemas de tradução automática chinês-português de elevada qualidade e desempenho, recorrendo às mais avançadas metodologias de inteligência artificial, nomeadamente, a aprendizagem automática e as redes neuronais profundas”. No entanto, Paulo Quaresma reconhece as limitações e os desafios. “Embora a área da tradução automática tenha vindo a obter aumentos de desempenho bastante significativos nos últimos anos, a qualidade para o par de línguas chinês-português é, ainda, bastante baixa e há um longo e difícil caminho a percorrer.” Com este projecto, a UCM torna-se na primeira universidade privada de Macau a desenvolver esta iniciativa, semelhante ao sistema de tradução automática já existente no Instituto Politécnico de Macau.
Hoje Macau PolíticaUCM | Apresentado relatório com oito propostas de governação [dropcap]O[/dropcap] Centro de Estudo do Desenvolvimento Social e Económico da Universidade da Cidade de Macau (UCM) divulgou ontem um relatório sobre o modo de governação de Macau nos últimos 20 anos. De acordo com o jornal Ou Mun, são feitas oito propostas para resolver os actuais problemas do território, que passam pelo aproveitamento dos terrenos anteriormente congestionados e já recuperados pelo Governo e pela prioridade que deve ser concedida ao desenvolvimento de políticas públicas. O mesmo relatório apresenta ainda a sugestão de melhoria da governação, do aumento do papel das associações na melhoria dos serviços públicos e da maior promoção de transportes públicos amigos do ambiente. O documento fala da melhoria do sector da saúde e da necessidade da integração dos residentes no projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, a fim de poderem aumentar o seu volume de negócios. O relatório produzido pela UCM assume que Macau está numa nova fase de desenvolvimento, existindo alguns problemas como a falta de diversificação económica e as restrições por falta de terrenos, algo que afecta o desenvolvimento social.
admin PolíticaUCM | Apresentado relatório com oito propostas de governação [dropcap]O[/dropcap] Centro de Estudo do Desenvolvimento Social e Económico da Universidade da Cidade de Macau (UCM) divulgou ontem um relatório sobre o modo de governação de Macau nos últimos 20 anos. De acordo com o jornal Ou Mun, são feitas oito propostas para resolver os actuais problemas do território, que passam pelo aproveitamento dos terrenos anteriormente congestionados e já recuperados pelo Governo e pela prioridade que deve ser concedida ao desenvolvimento de políticas públicas. O mesmo relatório apresenta ainda a sugestão de melhoria da governação, do aumento do papel das associações na melhoria dos serviços públicos e da maior promoção de transportes públicos amigos do ambiente. O documento fala da melhoria do sector da saúde e da necessidade da integração dos residentes no projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, a fim de poderem aumentar o seu volume de negócios. O relatório produzido pela UCM assume que Macau está numa nova fase de desenvolvimento, existindo alguns problemas como a falta de diversificação económica e as restrições por falta de terrenos, algo que afecta o desenvolvimento social.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEstudo | Bifana preferida por visitantes com menos de 35 anos Uma investigação da Universidade Cidade de Macau coloca o pastel de nata português e o pastel de ovo no segundo e terceiro lugares do pódio das preferências de visitantes com menos de 35 anos. Contudo, é apontada a falta de bebidas e sobremesas com características unicamente de Macau [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] bifana é a especialidade gastronómica local que mais encanta os turistas com menos de 35 anos. A seguir segue-se o pastel de nata português e depois o pastel de ovo. Esta é a conclusão de um estudo com o título “Compreender as preferências gastronómicas das Gerações Y e Z: O caso de Macau em 2018, no Ano das Gastronomia” publicado em Setembro, na Revista de Turismo e Hospitalidade, de autoria dos académicos Irini Lai, Perry Ip, Grace Chan e Yuen Cheong Ho, da Universidade Cidade de Macau. “Ao nível da gastronomia, o item mais popular foi a bifana e a principal razão para a escolha deve-se com o facto da maior parte dos pequenos restaurantes, cafés ou até espaços gourmet disponibilizarem a bifana, devido à sua popularidade”, pode ler-se nas conclusões. “Mesmo assim, a forma de cozinhar a bifana varia de estabelecimento para estabelecimento, é possível encontrar locais onde é frita, noutros é grelhada, há também espaços que adicionam as suas características, através de produtos como cebolas brancas ou roxas ou molho de tomate”, é acrescentado. Nos 500 inquéritos realizados a pessoas com menos de 35 anos, ou seja nascidas depois de 1981, 120 colocaram a bifana no topo das preferências. Depois seguiu-se o pastel de nata português, com 114 preferências. Entre o pastel de nata português, a pastelaria Lord Stow, com origem britânica, foi a favorita dos inquiridos. Finalmente, o pastel de ovo conquistou a preferência de 74 inquiridos. No que diz respeito aos motivos, os autores sublinham que em grande parte se deve também a dois factores: o fácil acesso e os custos acessíveis. Por outro lado, o estudo concluiu que muitas vezes os visitantes já vêm predispostos a experimentar este tipo de comida, devido à partilha de experiências de amigos. Sobremesas sem originalidade No que diz respeito às bebidas e sobremesas locais, o estudo aponta a falta de produtos com características locais, à excepção da bebinca. Assim, os principais produtos têm influências principalmente de Taiwan e da Tailândia, como chá com leite ou a água de coco, nas bebidas, ou a sopa de feijão vermelho e o durião, nas sobremesas. “Observámos que as bebidas ou sobremesas populares carecem de características locais que as tornem autênticas, ao mesmo tempo que há várias sobremesas e bebidas com influências de Taiwan e Tailândia”, é defendido. “Não há bebidas ou sobremesas vistas como obrigatórias no território que seja oferecidas apenas em Macau”, é observado. Num patamar diferente, e segundo os autores do estudo, os restaurentes gourmet estão longe de alcançar a popularidade desejada, entre os visitantes com menos de 35 anos. Mas mais do que os preços cobrados, os autores referem a necessidade de promover mais os pratos e serviços prestados, principalmente através das redes sociais.
Hoje Macau PolíticaChefe do Executivo reuniu com Chan Meng Kam [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, reuniu na passada sexta-feira com Chan Meng Kam, ex-deputado à Assembleia Legislativa e presidente do Conselho da Universidade da Cidade de Macau (UCM), bem como com o reitor desta instituição privada de ensino superior, Zhang Shu Guang. De acordo com um comunicado oficial, os responsáveis garantiram que a UCM tem vindo a melhorar em termos de qualidade da oferta educativa. O reitor lembrou “a existência do plano de auditoria à qualidade das instituições do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) e que, depois de um ano e meio de avaliação externa por parte de uma instituição com competência internacional para avaliar estabelecimentos de ensino, a Universidade conseguiu a certificação de qualidade”. Recorde-se que a UCM foi uma das beneficiadas aquando da cedência de espaços do antigo campus da Universidade de Macau, na Taipa, tal como o Instituto de Formação Turística, instituição pública de ensino. O Chefe do Executivo “afirmou a enorme satisfação de ver o crescimento gradual desta universidade e espera que continue a progredir”, tendo frisado a necessidade de aperfeiçoamento “do programa pedagógico e melhoria da qualidade do ensino”. No mesmo dia, Chui Sai On teve também um encontro com o director da escola Hou Kong, Iao Tun Ieong. Este frisou a postura patriótica da escola, uma vez que “durante mais de 80 anos de funcionamento manteve o conceito ‘Amar a Pátria, Amar Macau’”. Os dirigentes da escola afirmaram poder “proporcionar serviços educativos à população” na zona A dos novos aterros”, além do “projecto de expansão das actuais instalações, na Taipa”. Há a intenção de “demolir um dos edifícios da escola” para que haja “admissões de mais alunos”, refere um comunicado do Gabinete do Chefe do Executivo.
Hoje Macau SociedadeBilinguismo | Universidade Cidade de Macau e Fórum Macau assinam acordo [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau) e a Universidade da Cidade de Macau assinaram, na sexta-feira, um acordo de cooperação no âmbito da formação de quadros bilingues. De acordo com a secretária-geral do Fórum Macau, Xu Yingzhen, a cooperação bilateral poderá contribuir para a elevação de Macau como plataforma na formação de quadros bilingues em chinês e português, enunciado na quinta conferência ministerial da China. Na ocasião, Xu Yingzhen agradeceu à Universidade os colóquios realizados nesta área e a criação do Instituto para a Investigação dos Países de Língua Oficial Portuguesa.
João Luz SociedadeFundação Macau | Universidade da Cidade de Macau no topo da lista de apoios [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] publicação dos apoios prestados pela Fundação Macau revela que a Fundação da Universidade da Cidade de Macau recebeu 45 milhões de patacas, para custear estudos e publicações académicas, assim como financiar equipamentos e subsídios a estudantes. Esta verba representa mais de 10 por cento do bolo total que ascende a mais de 337 milhões de patacas. O montante atribuído à Universidade da Cidade de Macau é referente à segunda prestação do ano lectivo 2016/2017 e à última prestação do ano lectivo de 2014/2015. Outro dos habituais grandes contemplado pelos apoios da Fundação Macau é a Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu, que conseguiu uma verba de 11 milhões de patacas para aquisição de equipamentos clínicos e informáticos e obras de remodelação do hospital. O Centro de Estudos Permanentes Pós-laboral foi financiado em 4,8 milhões de patacas para pagar o plano anual de 2017 do iCentre. No capítulo das associações, a FAOM recebeu uma verba de 20 milhões de patacas referente ao plano anual deste ano para financiar as 26 instituições e 47 filiais dos operários. Aos Kaifong foram atribuídas 16 milhões patacas, enquanto a Aliança de Povo de Instituição de Macau recebeu 21 milhões de patacas. À Associação Geral dos Conterrâneos de Fukien de Macau foram atribuídas 10 milhões de patacas para custear as despesas do plano de actividades deste ano. Enquanto que à Associação Geral das Mulheres de Macau foram entregues 12 milhões de patacas. A Fundação da Escola Portuguesa de Macau recebeu 10 milhões de patacas para financiar o presente ano lectivo. Já a ANIMA recebeu 1,75 milhões de patacas. À APOMAC foram atribuídos 2,025 milhões de patacas.
Hoje Macau Manchete SociedadeFundação Macau | Universidade Cidade de Macau com metade de apoios A universidade ligada ao deputado Chan Meng Kam recebeu quase metade dos apoios fornecidos no segundo trimestre pela Fundação Macau, com mais de 200 milhões a servirem para despesas de ensino e outros 90 para obras de renovação do campus [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Universidade Cidade de Macau, instituição ligada ao deputado Chan Meng Kam, recebeu 46,2% dos quase 272 milhões de patacas distribuídos pela Fundação Macau em apoios no segundo trimestre do ano, foi ontem anunciado. De acordo com a lista de apoios da Fundação Macau publicada no Boletim Oficial, a Fundação da Universidade Cidade de Macau recebeu dois apoios financeiros. Um primeiro de seis milhões de patacas para “despesas com o apoio ao ensino e aprendizagem, actividades académicas, estudos e investigação científica, subsídios de propinas e bolsas de estudo aos alunos” e, depois, 89,68 milhões de patacas para “obras de renovação do novo campus e a aquisição dos equipamentos pedagógicos”. Apesar das obras no novo campus, a Universidade Cidade de Macau recebeu este ano, recorde-se, parte das instalações antigas da Universidade de Macau. Esta foi a única instituição privada a conseguir um espaço no local e ficou com uma parte considerável, com mais de 37.600 metros quadrados – o edifício administrativo e outros sete blocos, entre eles o centro cultural. Tudo somado, os apoios concedidos à Fundação perfazem 125,68 milhões de patacas, 46,2% dos quase 272 milhões de patacas distribuídos pela Fundação Macau entre Abril e Junho do corrente ano. Outros premiados Além da Universidade Cidade de Macau, dezenas de outras instituições foram contempladas com apoios financeiros, entre as quais a Universidade de Ciência e Tecnologia, que recebeu 50 milhões de patacas para actividades do seu plano anual, incluindo o “hospital Universitário, da Escola Internacional de Macau, e o Centro de Formação Médica para o Desenvolvimento Profissional, da Faculdade das Ciências de Saúde da Universidade”. A Associação dos Conterrâneos de Chon Kong de Macau recebeu 5,4 milhões de patacas para organizar o grande encontro mundial dos conterrâneos de Chon Kong e as actividades das comemorações dos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Estes mais de cinco milhões são apenas a primeira prestação, indica ainda a rádio. Entre as entidades beneficiadas estão também a Associação de Jovens Macaenses, a Santa Casa da Misericórdia de Macau, Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas ou a Associação dos Trabalhadores da Função Pública.
Filipa Araújo SociedadeUCM | GAES justifica arrendamento de parte do antigo campus da UM A intenção é apoiar a Universidade Cidade de Macau a desenvolver-se e, consequentemente, ajudar à evolução do ensino. É a justificação do GAES para ceder espaços à instituição liderada por Chan Meng Kam que, diz o GAES, vai ter de passar por avaliações [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) emitiu ontem uma nota onde justifica a cedência de parte do campus da Universidade de Macau (UM) à Universidade da Cidade de Macau (UCM). O gabinete assegura que a instituição terá que cumprir certas condições por ocupar as instalações do antigo campus e que esta cedência chega no sentido de apoiar o desenvolvimento das instituições do ensino superior. Assim, o GAES diz que a UCM terá que atingir, “no prazo de cinco anos”, os indicadores principais de desempenho do desenvolvimento universitário. “Isto é considerado como um pré-requisito de cedência das instalações pedagógicas e outros equipamentos. Para o efeito, o Governo da RAEM vai assinar os respectivos acordos com a UCM. Assim, esta universidade deve continuar a aumentar a sua qualidade pedagógica e a optimizar as suas condições de ensino, para que possa atingir os indicadores estabelecidos”, pode ler-se no comunicado, que acrescenta que estes indicadores “envolvem aspectos pedagógicos, académicos, de gestão administrativa, curriculares, bem como a utilização dos equipamentos e outros aspectos relacionados”. O gabinete assinala ainda que o pagamento das rendas vai ser “apoiado pela Direcção dos Serviços de Finanças, uma vez que a UCM vai poder utilizar as instalações que eram da UM, mas de forma onerosa. O GAES refere ainda que a UCM pretende recrutar, nos próximos cinco anos, o dobro dos docentes a tempo integral, reforçar a execução da gestão e da fiscalização na qualidade pedagógica e ainda investir recursos para optimizar o espaço e as instalações arrendadas, pontos a favor para a escolha da instituição a ocupar o espaço. A UCM é uma das instituições públicas do ensino superior e de serviços governamentais que vai receber parte das instalações e que esta decisão não só foi feita de acordo com “estudos”, mas também mereceu o acordo, em 2014, do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, tendo sido aprovada pelo Chefe do Executivo. Recorde-se que o arrendamento de oito edifícios do antigo campus pela UCM tornou-se bastante polémico por esta instituição de ensino estar ligada ao deputado e empresário Chan Meng Kam. A UCM deverá abrir portas em Setembro do próximo ano e espera acolher seis mil alunos, mais dois mil do que os que possui actualmente.