Joana Freitas BrevesSociedade Canais Básicos com contrato prolongado [dropcap]A[/dropcap] Canais de Televisão Básicos de Macau S.A. vai continuar a funcionar até 2020. De acordo com um despacho publicado ontem em Boletim Oficial, e assinado pelo Chefe do Executivo, a empresa criada para coordenar os canais de televisão viu ser-lhe aditada uma alteração aos estatutos: em 2014 a empresa tinha estatuído que teria a duração de quatro anos, ou seja até 2018, mas com esta alteração – que é igual e diz apenas que “a sociedade tem a duração de quatro anos”, como se pode ler no despacho – a empresa ficará activa até 2020. Esta alteração aos estatutos é antecedida de uma autorização publicada na segunda-feira, também em Boletim Oficial e assinada por Chui Sai On, que dava poderes a Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas, para assinar “a escritura pública relativa ao contrato adicional ao contrato de concessão do serviço de assistência na recepção de canais de televisão básicos”, entre a RAEM e o Governo. Essa autorização permite, como foi explicado ao HM por uma porta-voz do Gabinete de Rosário, que o contrato com a empresa seja renovado. A Canais Básicos foi criada em 2014 para que os serviços básicos de televisão fossem assegurados, depois de conflitos entre os anteneiros e a TV Cabo Macau, empresa que detinha o monopólio dos canais. A Canais de Televisão Básicos assume ainda a responsabilidade dos assuntos relativos à legalidade dos direitos de autor dos conteúdos dos canais televisivos, sendo responsável por 49 canais. A sociedade é constituída por três accionistas: a RAEM, com 70%, a TDM, com 25%, e a Direcção dos Serviços de Correios, com 5%.
Flora Fong SociedadeMTEL diz que tem “mais pedidos do que a oferta” O director-executivo da operadora de telecomunicações MTEL, Miguel Choi, garantiu que a empresa tem tido “mais pedidos do que oferta”. A MTEL tem actualmente mais de dez mil requisições para serviços de banda larga de fibra óptica, mas devido aos limites existentes apenas consegue dar resposta a 1500 clientes. À margem do jantar de Primavera com os jornalistas, esta quarta-feira, Miguel Choi falou ainda da existência de “limites” ao nível dos recursos humanos. Para já a MTEL tem 30 funcionários ao seu serviço, tendo a concessionária pedido quotas ao Gabinete de Recursos Humanos (GRH) para a contratação de trabalhadores não residentes. Contudo, apenas um pedido foi aprovado. Miguel Choi explicou ainda que a cobertura actual dos cabos de fibra óptica na península de Macau já chegou aos 46,8%, sendo que nas zonas de Taipa e Coloane é de 40 e 50%, respectivamente. O responsável garantiu que os números ainda não atingiram as exigências do Governo no processo de concessão, que pediu 70% de cobertura. Contudo, o director-executivo “tem confiança” de que até ao final deste ano esse nível possa ser atingido. Em competição Garantindo que a operadora tem preços “competitivos”, Miguel Choi referiu que este ano vão ser investidas cem milhões de patacas, sendo que um dos planos da MTEL é a criação de uma rede de ‘cloud computing’ para a área das indústrias culturais e criativas. Com a entrada da Hong Kong Elegant Way International na estrutura accionista da empresa, a MTEL espera que o projecto possa avançar já em Março, depois da apreciação do Executivo. A concessionária espera ainda que mais accionistas possam investir antes de 2017. A MTEL defende ainda a criação de um “centro de intercâmbio da internet” em Macau, dando o exemplo do que já acontece em Hong Kong, cujo centro está localizado na Universidade Chinesa de Hong Kong. Miguel Choi sugere que este centro possa ser criado numa instituição sem fins lucrativos, para que se possa promover a troca de informações.
Flora Fong SociedadeTelecomunicações | DSRT quer publicar desempenho das operadoras [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Regulamentação de Telecomunicações (DSRT) está a estudar a hipótese de publicar, de forma periódica, os desempenhos das operadoras de telecomunicações, além de supervisionar a sua qualidade. A ideia surge com o intuito de facilitar aos cidadãos a compreensão e escolha de serviços mais apropriados. Depois do deputado Chan Meng Kam criticar, numa interpelação, os preços altos das tarifas de telecomunicação em Macau, citando um relatório da DSRT que aponta que os preços de Macau “são os mais baratos do mundo”, e questionar os critérios da cobrança de tarifas e os testes de velocidade das redes, o organismo vem assegurar que está atento. O director substituto da DSRT, Leong San Io, respondeu que a cobrança de tarifas é considerada consoante o rendimento nacional bruto per capita. O responsável defende que, através do mecanismo de competição do mercado e a supervisão da rede, o Governo irá promover tarifas mais razoáveis. Leong San Io disse ainda que o organismo quer publicar periodicamente o desempenho das redes de cada operadora, além de já ter um mecanismo contínuo para inspeccionar os índices principais de desempenho, a fim de aumentar o nível da transparência. “Temos intenção de pedir a uma instituição para fazer um estudo profundo para avaliar de forma sistemática e científica toda a qualidade dos serviços e das redes de comunicação de Macau”, indicou.
Flora Fong Manchete SociedadeTelecomunicações | Governo confirma ligação entre empresas. Mtel desmente O Governo diz que sim, mas a Mtel diz que não: ainda há problemas na ligação entre a nova empresa de telecomunicações e a CTM, de quem está dependente [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]director dos Serviços de Regulamentação de Telecomunicações (DSRT), Hoi Chi Leong, defende que não existe qualquer problema na ligação entre a Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) e a Mtel. Esta, contudo, desmente. Em causa está o atraso na instalação da rede da Mtel, sendo que o director assegurou, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, que está a ser feito um esforço para acelerar as obras, confessando que se trata de um trabalho complexo por envolver tubos de combustível, água e de electricidade. Hoi Chi Leong foi questionado sobre o assunto ontem, à margem do 12º Fórum do Desenvolvimento das Telecomunicações e das Tecnologias da Informação e Comunicação da Ásia-Pacífico. Recorde-se que o deputado Au Kam San criticou, numa interpelação escrita, a fraca ligação entre a CTM e a Mtel, acusando a DSRT de ignorar o problema. O director defendeu que o Governo já coordenou os trabalhos de acordo com o Regime de Interligação de Redes Públicas de Telecomunicações e disse, uma vez mais, que não existem problemas de maior. Contudo, o consultor especial do gabinete executivo da Mtel, Alex Choi afirmou ao HM que a CTM ainda não respondeu ao pedido da ligação, pelo que a Mtel continua a aguardar pela interferência da DSRT. Sem contacto Até ao momento, confirmou, não há qualquer ligação. “Estamos totalmente preparados para a ligação com a CTM. Antes dos nossos serviços entrarem em funcionamento, já tínhamos apresentado o pedido à DSRT, o que regulamenta na proposta do concurso e do regulamento administrativo”, admitiu Alex Choi. Alex Choi ilustra a falta de ligação com o facto de parte dos servidores estarem sob poder da CTM e surgirem vários casos de falhas no download de email de pessoas que usam a banda larga da Mtel. O responsável acrescenta que alguns websites estrangeiros estão consignados às páginas da CTM e os clientes da Mtel não conseguem abri-las. “Como não há ligação, os nossos serviços podem ser mais lentos e menos completos”, frisou. 4G | Plano de uma das empresas aprovado Quanto aos serviços 4G, o director da DSRT referiu que de entre quatro operadoras, o plano de preços de uma delas já foi aprovado. Dois outros estão na apreciação e a última ainda não apresentou o seu plano, mas o director não referiu os nomes das empresas. Hoi Chi Leong defende que os serviços de 4G continuam a respeitar as medidas de protecção de clientes e mantêm o uso de dados móveis nas 500 patacas.
Flora Fong SociedadeInternet | Tarifa da 4G vai ser mais barata. 2G também fica [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s tarifas dos serviços de internet 4G vão ser mais em conta do que as oferecidas pelo 3G, defenderam ontem os Serviços de Regulação de Telecomunicações (DSRT). No entanto, o serviço 2G não vai desaparecer, como se poderia pensar com a chegada de um outro mais avançado. Numa interpelação escrita de Julho passado, Zheng Anting disse que muitos cidadãos estão preocupados com a transmissão dos custos de operação dos serviços de 4G aos consumidores, questionando o Governo se o serviço 2G vai ser suspenso. No documento, justificou que há especialistas a considerar que não é possível manter alta qualidade dos três serviços 2G, 3G e 4G em simultâneo. Na resposta ao deputado, a directora da DSRT, Lam Wan I, afirmou que após a emissão das licenças da rede 4G para quatro operadoras em Junho passado, o organismo vai manter o princípio de tarifas mais baixas para os serviços de 4G, sem esquecer que vai referir o modelo da cobrança de tarifa das regiões vizinhas. No que toca à questão da rede 2G, a directora referiu que todas as redes se vão manter ainda durante algum tempo, justificando o uso de telemóveis de redes 2G e 3G por turistas estrangeiros, não indo a DSRT cessar os serviços enquanto não forem reportados conflitos entre as redes 2G e 4G.
Andreia Sofia Silva Sociedade4G | Licenças atribuídas por oito anos. Empresas investem milhões Estão finalmente atribuídas quatro licenças para o funcionamento da rede 4G no território, às empresas CTM, Hutchinson, China Telecom e Smartone, por um período de oito anos. As empresas deverão investir vários milhões na rede até 2018 [dropcap style =’circle’]F[/dropcap]oram ontem publicados em Boletim Oficial (BO) os despachos e detalhes contratuais das quatro licenças que o Governo decidiu atribuir a quatro operadoras de telecomunicações, por forma a implementar a rede 4G, há muito pedida em Macau. As licenças terão a duração de oito anos e as empresas deverão investir milhões. A Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) é a única que se compromete a avançar com uma cobertura de rede no território de 95% já este ano. “No primeiro ano, a cobertura territorial da rede será progressivamente alargada após o lançamento do serviço, ultrapassando os 95%. No período inicial de lançamento do serviço (…) a CTM irá assegurar a cobertura de rede nos postos fronteiriços de Macau (aeroporto, terminal marítimo, postos fronteiriços com o interior da China) e expandir, gradualmente, a cobertura até 50% no final de 2015 e uma cobertura total no ano seguinte”, pode ler-se no contrato publicado em BO. A cor do dinheiro Quanto ao plano de investimento, a CTM planeia investir já este ano cerca de 260,8 milhões de patacas no desenvolvimento da rede e construção de infra-estruturas de apoio. Até 2018, a empresa “irá continuar a investir na expansão da rede”, num investimento total de 485 milhões de patacas. Quanto à Smartone, promete estabelecer uma rede 4G que cubra apenas 50% do território este ano, estando previstos 25 milhões de patacas investidos também para 2015. Deverá ser feito um investimento de 60 milhões de patacas entre o segundo e quarto ano da implementação, com a empresa a prometer “acompanhar o acréscimo de clientes e oferecendo novos serviços aos clientes de valor acrescentado”. No primeiro semestre do quinto ano, a Smartone garante investir 15 milhões de patacas na expansão da rede. Em relação à China Telecom, a empresa compromete-se a investir já este ano 126 milhões de patacas, cobrindo apenas 50% do território, ou as “zonas principais”, “planeando-se a constituição de 70 estações base (de fornecimento)”. Em 2016 a rede da China Telecom deverá abranger todo o território, com um número de estações inferior a 150. Quanto ao investimento, entre 2016 e 2018 a operadora quer gastar 345 milhões de patacas. Já a Hutchinson, pretende investir nos primeiros quatro anos um total de 239 milhões de patacas, sendo que já este ano serão investidos 91 milhões. A operadora compromete-se também a “construir um sistema que garante a cobertura de 50% do território da RAEM, com boa qualidade, durante o ano de 2015 e que assegure a cobertura da totalidade do território durante o ano de 2016”.