João Santos Filipe Manchete SociedadeJovem de Macau impedido de casar em Taiwan com parceiro do mesmo sexo [dropcap]U[/dropcap]m homem de Macau foi impedido de se casar com o seu parceiro, em Taiwan, porque o matrimónio entre casais do mesmo sexo não é reconhecido na RAEM. A história foi avançada, na terça-feira, pela estação televisiva Public Televison Service, de Taiwan. O casamento entre pessoas do mesmo sexo foi legalizado em Maio deste ano em Taiwan, o que fez com que a Ilha Formosa fosse a primeira região asiática a permitir a união legal entre homossexuais. Contudo, a lei de Taiwan exige que o casamento entre pessoas do mesmo sexo só possa ser efectuado se ambos forem residentes de jurisdições que reconhecem este direito. Foi na manhã do dia do estabelecimento da República Popular da China que o residente de Macau e o seu companheiro foram ao registo da cidade de Hsinchu, na esperança que a sua relação fosse legalmente reconhecida. Contudo, as autoridades de Taiwan recusaram o matrimónio pelo facto do residente local ter um passaporte de Macau. Porém, o casal prometeu não deixar o caso por aqui e vai recorrer da decisão para o Governo. Ambos acreditam que o matrimónio não deve estar dependente das leis de outras jurisdições e vão insistir nesse argumento, com o auxílio de um advogado. Mas mesmo que o recurso para o Governo seja rejeitado, os dois jovens vão recorrer ainda recorrer aos tribunais de Taiwan. Ligação de quatro anos Segundo o parceiro do casal que é natural de Taiwan, os dois conheceram-se através da Internet, há quatro anos. Nessa altura viveram uma paixão à distância com viagens frequentes entre Macau e a Ilha Formosa, o que levou o homem de Taiwan a admitir que os salários de ambos eram quase gastos na totalidade em viagens. Porém, há dois anos, o jovem de Macau decidiu que queria fazer vida com o parceiro e abdicou do emprego como psicólogo e em que recebia cerca de 26 mil patacas. Desde essa mudança, ambos têm vivido juntos e esperavam “dar o nó” no início do mês. Contudo, este desejo foi agora recusado, mas ambos acreditam que não será definitivamente e que no final vão ver o seu direito reconhecido. O casamento entre pessoas do mesmo sexo não é reconhecido em Macau, tal como acontecia em Portugal, antes da transferência da soberania. A situação só foi regularizada no país Europeu em 2010. No Interior da China, a prática também não é reconhecida, assim como acontece em Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaIlhas Salomão | Pequim elogia corte de laços com Taipé [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês enalteceu ontem a decisão das autoridades das Ilhas Salomão de “reconhecer o princípio ‘uma só China'” e romper os laços diplomáticos com Taiwan como a confirmação “da irresistível tendência desta era”. “Apoiamos esta importante decisão, que as Ilhas Salomão tomaram por si, como um Estado soberano independente”, lê-se no comunicado da porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying. Segundo a agência noticiosa oficial de Taiwan CNA, 27 dos 33 deputados da coligação maioritária de quatro partidos no Parlamento de Salomão – que tem 50 cadeiras – votaram a favor de passar a reconhecer Pequim como o Governo legítimo de toda a China, em detrimento de Taipé, enquanto os restantes seis se abstiveram. A decisão foi posteriormente aprovada pelo governo do primeiro-ministro, Manasseh Sogavare, que assumiu o cargo após eleições em Abril. “A decisão do Governo das Ilhas Salomão de reconhecer o princípio ‘uma só China’ e estabelecer laços diplomáticos com a China atesta que este princípio atende ao desejo dos cidadãos e constitui uma tendência irresistível desta era”, defendeu o Governo chinês. Hua enfatizou que “existe apenas uma China no mundo” e que “o governo da República Popular da China é o único governo legítimo que representa toda a China”, sendo Taiwan “parte inalienável do território chinês”. Desde que Tsai Ing-wen, do Partido Progressivo Democrático (PPD), pró-independência, foi eleita Presidente, em 2016, seis países, incluído São Tomé e Príncipe, cortaram relações diplomáticas com Taipé, que tem agora apenas 16 aliados diplomáticos. A presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, acusou Pequim de “causar instabilidade na sociedade internacional” e praticar “diplomacia do dólar”, com “promessas de cheques chorudos”, que “muitas vezes não são cumpridas”.
Hoje Macau China / ÁsiaIlhas Salomão | Pequim elogia corte de laços com Taipé [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês enalteceu ontem a decisão das autoridades das Ilhas Salomão de “reconhecer o princípio ‘uma só China'” e romper os laços diplomáticos com Taiwan como a confirmação “da irresistível tendência desta era”. “Apoiamos esta importante decisão, que as Ilhas Salomão tomaram por si, como um Estado soberano independente”, lê-se no comunicado da porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying. Segundo a agência noticiosa oficial de Taiwan CNA, 27 dos 33 deputados da coligação maioritária de quatro partidos no Parlamento de Salomão – que tem 50 cadeiras – votaram a favor de passar a reconhecer Pequim como o Governo legítimo de toda a China, em detrimento de Taipé, enquanto os restantes seis se abstiveram. A decisão foi posteriormente aprovada pelo governo do primeiro-ministro, Manasseh Sogavare, que assumiu o cargo após eleições em Abril. “A decisão do Governo das Ilhas Salomão de reconhecer o princípio ‘uma só China’ e estabelecer laços diplomáticos com a China atesta que este princípio atende ao desejo dos cidadãos e constitui uma tendência irresistível desta era”, defendeu o Governo chinês. Hua enfatizou que “existe apenas uma China no mundo” e que “o governo da República Popular da China é o único governo legítimo que representa toda a China”, sendo Taiwan “parte inalienável do território chinês”. Desde que Tsai Ing-wen, do Partido Progressivo Democrático (PPD), pró-independência, foi eleita Presidente, em 2016, seis países, incluído São Tomé e Príncipe, cortaram relações diplomáticas com Taipé, que tem agora apenas 16 aliados diplomáticos. A presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, acusou Pequim de “causar instabilidade na sociedade internacional” e praticar “diplomacia do dólar”, com “promessas de cheques chorudos”, que “muitas vezes não são cumpridas”.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Governo põe fim às relações diplomáticas com Ilhas Salomão [dropcap]T[/dropcap]aiwan anunciou ontem que cortou relações diplomáticas com as Ilhas Salomão depois de saber que o novo Governo deste Estado do Pacífico decidiu transferir o seu reconhecimento diplomático para a China. “O Governo declarou hoje [ontem] o fim das suas relações diplomáticas com as Ilhas Salomão”, indicou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joseph Wu, numa conferência de imprensa em Taipei. Este anúncio é a consequência da decisão do “Governo das Ilhas Salomão de transferir as suas relações diplomáticas para a República Popular da China”, explicou Joseph Wu. O novo primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, considerou, numa entrevista áudio transmitida há alguns dias em formato ‘podcast’, que no plano económico e político Taiwan era “totalmente inútil”. Essa mudança de aliança é um novo golpe para Taiwan. A lista de países ainda ligados a Taipei diminuiu consideravelmente ao longo das décadas, caindo para 16 com a saída das Ilhas Salomão. Em Agosto de 2018, Taiwan anunciou o corte de relações diplomáticas com El Salvador. Também Burkina Faso rompeu as relações diplomáticas com Taipé, depois de a República Dominicana ter anunciado, em 1 de Março desse ano, a ruptura com Taiwan. Em Dezembro de 2016, São Tomé e Príncipe também rompeu relações diplomáticas com Taiwan e passou a reconhecer a República Popular da China. Após a ruptura do Burkina Faso, a Suazilândia é o único país africano a manter relações com Taipé. Desde 2000 que diversos países africanos, incluindo o Chade e o Senegal, que recebiam ajudas de Taiwan, romperam as suas relações com a ilha para beneficiar da cooperação chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Governo põe fim às relações diplomáticas com Ilhas Salomão [dropcap]T[/dropcap]aiwan anunciou ontem que cortou relações diplomáticas com as Ilhas Salomão depois de saber que o novo Governo deste Estado do Pacífico decidiu transferir o seu reconhecimento diplomático para a China. “O Governo declarou hoje [ontem] o fim das suas relações diplomáticas com as Ilhas Salomão”, indicou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joseph Wu, numa conferência de imprensa em Taipei. Este anúncio é a consequência da decisão do “Governo das Ilhas Salomão de transferir as suas relações diplomáticas para a República Popular da China”, explicou Joseph Wu. O novo primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, considerou, numa entrevista áudio transmitida há alguns dias em formato ‘podcast’, que no plano económico e político Taiwan era “totalmente inútil”. Essa mudança de aliança é um novo golpe para Taiwan. A lista de países ainda ligados a Taipei diminuiu consideravelmente ao longo das décadas, caindo para 16 com a saída das Ilhas Salomão. Em Agosto de 2018, Taiwan anunciou o corte de relações diplomáticas com El Salvador. Também Burkina Faso rompeu as relações diplomáticas com Taipé, depois de a República Dominicana ter anunciado, em 1 de Março desse ano, a ruptura com Taiwan. Em Dezembro de 2016, São Tomé e Príncipe também rompeu relações diplomáticas com Taiwan e passou a reconhecer a República Popular da China. Após a ruptura do Burkina Faso, a Suazilândia é o único país africano a manter relações com Taipé. Desde 2000 que diversos países africanos, incluindo o Chade e o Senegal, que recebiam ajudas de Taiwan, romperam as suas relações com a ilha para beneficiar da cooperação chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaChina confirma que deteve taiwanês por partilhar fotos de polícia paramilitar [dropcap]A[/dropcap] China confirmou hoje que deteve um homem de Taiwan por alegadamente ter “prejudicado a segurança nacional” ao partilhar fotos da polícia paramilitar chinesa junto à fronteira com Hong Kong no mês passado. Lee Meng-chu está sob investigação por suspeita de envolvimento em actividades criminosas “prejudiciais à segurança nacional”, revelou Ma Xiaoguang, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Governo chinês, sem avançar mais detalhes. Lee desapareceu em 20 de Agosto, depois de enviar fotos da polícia paramilitar ao prefeito de Fangliao, uma pequena comunidade de pescadores no sul de Taiwan. O prefeito, Archer Chen, disse que tentou contactar Lee nesse mesmo dia, mas que não conseguiu. Lee costumava viajar para a China e era consultor voluntário do município para ajudar a promover os seus negócios, disse Chen. A agência noticiosa de Taiwan informou que Lee também partilhou as fotos com o seu irmão. Veículos do exército e da polícia paramilitar da China estão reunidos em Shenzhen, cidade que faz fronteira com Hong Kong, que há mais de três meses é palco de protestos pró-democracia.
Hoje Macau China / ÁsiaProtestos de Hong Kong marcam festival de cinema de Taiwan [dropcap]U[/dropcap]m documentário sobre o movimento pró-democracia em Hong Kong abre no dia 6 de Setembro a edição deste ano do Festival Internacional de Cinema e Direitos Humanos de Taiwan. Numa altura em que Hong Kong enfrenta protestos regulares desde Junho, a terceira edição do festival arranca com “Umbrella Diaries: The First Umbrela”, do realizador James Leong, de Singapura, que acompanha a “Revolta dos Guarda-Chuvas” em 2014. Segundo um comunicado do Ministério da Cultura de Taiwan divulgado na segunda-feira, o programa do festival inclui ainda “Last Exit to Kai Tak”, um outro documentário, do britânico Matthew Torne, que segue quatro activistas pró-democracia de Hong Kong. “Hoje Hong Kong, Amanhã Taiwan” e “Movimentos Juvenis Contemporâneos” são aliás dois dos três temas do festival organizado pelo Museu Nacional dos Direitos Humanos de Taiwan, juntamente com “Destino: Igualdade de Género”. A actual crise política é o maior desafio que Hong Kong já enfrentou, disse o director do Museu, Chen Jung-hong, durante a apresentação do festival, que vai decorrer entre 6 e 8 de Setembro na capital Taipé e entre 17 e 25 do mesmo mês na cidade de Kaohsiung. Minas e armadilhas O programa do festival inclui “Deslembro”, um filme da realizadora brasileira Flávia Castro sobre os desaparecidos políticos durante a ditadura militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985, assim como discussões após as sessões e workshops “para explorar os direitos humanos na perspectiva das vítimas políticas”. A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-Wen, recebeu no mês passado cativistas pró-democracia de Hong Kong e referiu que a ilha iria seguir “princípios humanitários” para lidar com eventuais pedidos de asilo dos activistas. Em resposta na semana passada, Ma Xiaoguang, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Governo chinês, exigiu que o governo de Taiwan “pare de minar o Estado de Direito” e de interferir nos assuntos de Hong Kong.
Hoje Macau EventosTaiwan | Pequim proíbe participação chinesa em festival de cinema [dropcap]A[/dropcap] China informou ontem que proibiu actores e filmes chineses de participarem no Prémio Golden Horse, de Taiwan, uma das mais prestigiadas distinções da indústria cinematográfica na Ásia, em mais uma medida para pressionar Taipé. O anúncio, difundido pelo China Film News, um jornal afiliado à agência que regula a indústria no continente chinês, não detalhou os motivos para a suspensão, mas a medida ocorre no momento em que Pequim exerce crescente pressão financeira e diplomática sobre Taiwan. Mesmo sem aquela proibição, seria difícil para os artistas chineses participarem na cerimónia, que decorre no final de Novembro. Pequim proibiu recentemente viagens individuais a Taiwan, alegando o deteriorar das relações com a ilha democraticamente governada. A participação chinesa já estava em dúvida, desde que a cerimónia do ano passado ficou marcada pelo descontentamento chinês com o discurso do produtor de documentários Fu Yue, que apelou ao mundo para reconhecer Taiwan como um país independente, algo que menos de vinte nações fazem actualmente. Os participantes chineses recusaram-se então a subir ao palco e fizeram observações pontuais sobre Taiwan e China serem membros da mesma família. No final, recusaram-se a comparecer no banquete de recepção. Citado pela agência noticiosa Associated Press, o comité organizador disse lamentar a notícia, mas confirmou que o evento continuará como planeado. Os participantes chineses são os grandes vencedores do evento, desde que foram convidados pela primeira vez a participar, em 1996.
Hoje Macau China / ÁsiaTurismo | Taiwan critica decisão de proibir visitas individuais à ilha O Governo de Taiwan criticou ontem a decisão da China de proibir viagens individuais à ilha, considerando que Pequim está a impedir o seu povo de visitar um país “livre e tolerante” [dropcap]D[/dropcap]everia ser-lhes permitido juntarem-se a mais e mais viajantes de todo o mundo para vivenciarem um país onde a liberdade, a abertura e a tolerância estão na ordem do dia. O que há a temer?”, questionou o ministro dos Negócios Estrangeiros taiwanês. Joseph Wu deixou a mensagem na rede social Twitter, apelidando de “triste” a restrição que entrou ontem em vigor. A China anunciou na quarta-feira que vai proibir viagens individuais a Taiwan, alegando o deteriorar das relações com a ilha democraticamente governada, em mais uma medida para aumentar a pressão financeira e diplomática sobre Taipé. Os chineses estão agora limitados a visitarem Taiwan como participantes de excursões de grupo, que diminuíram drasticamente depois de Pequim ter ordenado que as agências de viagens diminuíssem o número de visitas à ilha. Em comunicado, o ministério chinês da Cultura e do Turismo anunciou a suspensão das viagens a partir de quinta-feira, “face às actuais relações entre os dois lados”. O comunicado não detalha se também as viagens em grupo serão suspensas. A China só permite aos residentes das suas 47 maiores cidades que visitem Taiwan. Todos os outros têm de pedir permissão, através de agências de viagens seleccionadas, e de viajar em excursões em grupo. Não é claro o impacto da medida na indústria do turismo de Taiwan, que também recebe visitantes da Coreia do Sul, Japão e Sudeste da Ásia, atraídos pelas praias, regiões montanhosas e comida de rua. Amizades complicadas A China está também alarmada com os sinais de aumento do apoio militar pelos EUA a Taiwan. Embora Washington não tenha laços diplomáticos formais com Taipé, a lei norte-americana determina que forneça a Taiwan equipamentos e serviços de defesa suficientes para autodefesa. No início deste mês, os EUA aprovaram provisoriamente a venda de 2,2 mil milhões de dólares de armamento a Taiwan, incluindo tanques e mísseis de defesa anti-aérea.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | China afirma que não renunciará à força para reunificação O Governo chinês assegurou ontem que não vai “renunciar ao uso da força” para reunificar Taiwan com o continente e prometeu tomar todas as medidas necessárias para derrotar os “separatistas” [dropcap]N[/dropcap]um livro branco sobre a Defesa nacional, o Governo de Pequim apontou como prioridade conter a independência de Taiwan e combater o que considera “forças separatistas” no Tibete e na região do extremo oeste de Xinjiang. O documento, que é um esboço da política de defesa nacional da China, destacou a abordagem “defensiva” do país, mas promete “certamente contra-atacar em caso de ataque”. O porta-voz do ministério da Defesa, Wu Qian, afirmou que a ameaça do separatismo de Taiwan está a aumentar e alertou que aqueles que procuram a independência de Taiwan vão entrar num beco sem saída. “Se alguém ousa separar Taiwan da China, o exército chinês certamente lutará, defendendo resolutamente a soberania e a integridade territorial do país”, disse. O livro branco referiu ainda o reforço da presença militar dos EUA, Japão e Austrália e das suas alianças na região Ásia-Pacífico, apontando que desestabilizam a região. A instalação pelos EUA de um sistema de defesa anti-mísseis na Coreia do Sul prejudicou gravemente o equilíbrio estratégico regional, apontou o relatório. O mesmo documento condenou ainda a reinterpretação do Japão da sua Constituição pós-Segunda Guerra Mundial para permitir que os seus militares operem mais longe da sua costa. O Tio Sam Os EUA continuam a fornecer armas a Taiwan, apesar das condenações de Pequim. Embora Washington não tenha laços diplomáticos formais com Taipé, a lei norte-americana determina que forneça a Taiwan equipamentos e serviços de defesa suficientes para autodefesa. No início deste mês, os EUA aprovaram provisoriamente a venda de 2,2 mil milhões de dólares de armamento a Taiwan, incluindo tanques e mísseis de defesa anti-aérea. Pequim ameaçou com sanções contra as empresas norte-americanas envolvidas, enquanto o ministério da Defesa de Taiwan afirmou que fez o pedido face à crescente ameaça militar da China.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente de Taiwan reitera apoio ao Haiti, um dos 17 aliados diplomáticos da Ilha [dropcap]A[/dropcap] Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, reiterou no sábado o seu apoio ao Haiti, no início de uma visita a quatro países caribenhos que mantêm relações diplomáticas com a ilha Formosa. Tsai Ing-wen foi recebida pelo presidente do Haiti, Jovenel Moise, a quem prometeu apoio taiwanês na forma de investimentos, embora não tenha especificado nenhum plano. “Estou aqui para expressar a nossa solidariedade e manter a amizade entre o Haiti e Taiwan. Estamos felizes com esta relação entre os dois países”, disse Ing-wen, no Museu Nacional do Panteão no Haiti. A Presidente da Ilha Formosa disse que “Taiwan quer apoiar o desenvolvimento do Haiti” e contribuir para o desenvolvimento deste país, o mais pobre da América. “Taiwan quer fazer mais investimentos para apoiar o Haiti e queremos um Haiti próspero”, acrescentou a chefe de Estado. A visita de Tsai Ing-wen aos países caribenhos acontece um ano depois de a República Dominicana e El Salvador romperem relações com Taipei e reconhecerem a China. No mesmo ano, o Panamá também passou a reconhecer a China. Apenas 17 países reconhecem Taiwan actualmente. O périplo de Tsai, de 12 dias, incluiu ainda paragens em São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, nações que mantém relações diplomáticas com a Ilha Formosa. Tsai Ing-wen chegou ao Haiti vinda dos Estados Unidos onde advertiu que o povo taiwanês “nunca se sentirá intimidado” apesar dos protestos de Pequim, que recusam reconhecer Taiwan como território soberano. A visita ocorreu apesar dos protestos de Pequim, que pediu aos EUA que não permitam que Tsai Ing-wen transite pelo país e que tratem com “cautela” as questões relacionadas com Taiwan. Mas, na mesma semana, o Departamento de Estado norte-americano aprovou uma venda de armamento a Taiwan no valor de 2,2 mil milhões de dólares, numa outra decisão que Pequim considera provocativa. Embora Tsai Ing-wen tenha visitado os EUA antes, esta foi a sua primeira viagem como líder de Taiwan a Nova Iorque, onde Taiwan mantém uma representação consular e comercial não oficial, próximo da sede das Nações Unidas. China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana. Pequim cortou os mecanismos de diálogo com Taipé desde a eleição de Tsai Ing-wen, em 2016, e afirma que só aceita voltar atrás se a líder taiwanesa declarar que a ilha é parte da China. Desde o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), em 2017, que as incursões de aviões militares chineses no espaço aéreo taiwanês se intensificaram, levando analistas a considerarem como cada vez mais provável que a China invada Taiwan. Washington, que rompeu relações diplomáticas com Taipei em 1979 e passou a reconhecer o Governo de Pequim como o único representante da China, continua a ser o maior aliado de Taipé e o seu principal fornecedor de armas.
Hoje Macau EventosArte contemporânea | MOCA Taipei celebra 18 anos com nova exposição Chama-se “Once Upon a Time – Unfinished Progressive Past” e é a nova exposição que marca os 18 anos de existência do museu de arte contemporânea da Ilha Formosa. Para marcar o aniversário do MOCA Taipei, está também a ser pensado um projecto de cinco anos que incide sobre a história e a sociedade de Taiwan [dropcap]O[/dropcap] primeiro museu de arte contemporânea de Taiwan está de parabéns e, para recordar esse marco está programada a inauguração de uma nova exposição, no próximo dia 20 de Julho, que tem como nome “Once Upon a Time – Unfinished Progressive Past”, com curadoria de Kao Chien-Hui, um crítico de arte e curador que trabalha a partir de Chicago. A mostra estará patente no MOCA Taipei (Museu of Contemporary Art) até ao dia 31 de Outubro e contém trabalhos de 16 artistas que nasceram entre os anos de 1950 e 1980, tal como Leo Liu, Dean-E Mei, Chien-Chi Chang e Ruey-Shiann, entre outros. De acordo com um comunicado oficial do evento, a exposição pretende constituir “um ponto crucial da história cultural de Taiwan, quando a arte contemporânea da região começou a ganhar forma”. As obras que vão estar patentes ao público “exploram as vidas e as memórias culturais de três gerações do pós-guerra, entre 1950 e 1990, partilhando também o seu passado de repressão e revolta”, sendo que também espelham um sentimento de retrospecção. Isto porque as obras “revelam o impacto das memórias colectivas, bem como das suas aproximações estéticas”. Desta forma, os artistas participantes nesta iniciativa “reexaminam as suas motivações, o contexto histórico e a sua transformação ao nível da linguagem artística, elementos que têm feito parte da emergente arte contemporânea de Taiwan”. “Once Upon a Time” mostra também ao público “a consciência, não só dos artistas, mas talvez de toda a sociedade, e uma resposta face à identidade da ilha e do território, sistema social, passado colonial e influência ocidental”. Desta forma, consegue-se traçar um mapa “do desenvolvimento cultural de Taiwan”. Olhar o futuro Além da exposição, a direcção do MOCA Taipei está também a pensar noutros projectos que façam uma reflexão sobre o desenvolvimento da entidade local. Citada pelo mesmo comunicado, Yuki Pan, directora do museu, explica que “uma vez que celebramos 18 anos de existência, uma marca de entrada na idade adulta, estamos a lançar o nosso projecto a cinco anos na área da arte contemporânea”, o qual “traça uma retrospectiva do desenvolvimento da arte contemporânea na região e também olha para o futuro”. Com “Once Upon a Time”, o MOCA Taipei pretende “mostrar o contexto do nascimento da arte contemporânea em Taiwan e permitir que os visitantes explorem a relação entre arte e sociedade”, acrescentou Yuki Pan. Este projecto a cinco anos não é mais do que uma iniciativa que convida um curador a trabalhar na exposição que responde a cinco tópicos, tais como o desenvolvimento da arte contemporânea, a criação especial, a crítica do sistema social, a arte contemporânea em Taiwan e o lado multidisciplinar da arte contemporânea. Além destas iniciativas, o MOCA Taipei apresenta também, até ao dia 28 deste mês, uma exposição individual do artista taiwanês Chu Chun Teng, intitulada “Rooftop”, que explora as dificuldades sentidas pelos residentes da Ilha Formosa na cidade transfronteiriça de Tengchong. O público poderá também ver a mostra “Why Did You Come to Taiwan?”, de 3 de Agosto a 29 de Setembro, com a curadoria de Cheng Shao-Hung.
Hoje Macau China / ÁsiaChina vai sancionar empresas dos EUA envolvidas na venda de armas a Taiwan [dropcap]A[/dropcap] China anunciou hoje que vai impor sanções às empresas norte-americanas envolvidas na venda de armamento a Taiwan, cuja soberania é reivindicada por Pequim. “A venda de armas a Taiwan pelos Estados Unidos constitui uma grave violação das normas fundamentais do Direito Internacional e das relações internacionais”, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, dias depois do Departamento de Estado norte-americano ter anunciado um acordo de venda de armamento com aquele território insular na ordem dos 2,2 mil milhões de dólares. “A fim de proteger os interesses nacionais, a China vai impor sanções às empresas norte-americanas envolvidas nesta venda de armas a Taiwan”, referiu o representante, citado num comunicado, mas sem especificar a abrangência das medidas. Antes deste comunicado, o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, já tinha advertido que os Estados Unidos (EUA) estavam “a brincar com o fogo” ao ter negociado com a ilha de Taiwan, afirmando que com esta política a administração norte-americana estava a imiscuir-se num assunto interno da China. “Os separatistas de Taiwan actuam contra a História e contra o povo”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, após um encontro com o seu homólogo húngaro, Peter Szijjártó, em Budapeste, exigindo a Washington que respeite o princípio de uma só China. “Se os Estados Unidos gerarem novos problemas nas relações com a China, as suas acções irão voltar-se contra eles”, avisou Wang Yi, fazendo ainda referência à passagem da líder taiwanesa, Tsai Ing-wen, pela cidade norte-americana de Nova Iorque. Ainda em Budapeste, o ministro chinês defendeu que os Estados Unidos não deviam ter permitido esta visita e deviam suspender todos os contactos oficiais com a ilha. Tsai Ing-wen, do Partido Democrático Progressista, pró-independência, realizou uma paragem de duas noites em Nova Iorque, a caminho das Caraíbas, onde irá visitar aliados de Taipé naquela região. Em declarações em Nova Iorque, a líder taiwanesa afirmou hoje que o povo daquele território “nunca se sentirá intimidado”. Embora Tsai Ing-wen tenha visitado os EUA em outras ocasiões, esta foi a sua primeira viagem como líder de Taiwan a Nova Iorque, onde o território insular mantém uma representação consular e comercial não oficial, próximo da sede das Nações Unidas. Taiwan não é membro da ONU, mas 17 países continuam a manter relações diplomáticas com a ilha. O itinerário de dois dias de Tsai Ing-wen em Nova Iorque, aprovado pela administração norte-americana, incluiu um encontro com representantes de empresas de Taiwan e um jantar com membros da comunidade taiwanesa radicada nos EUA. A actual administração norte-americana, liderada pelo Presidente Donald Trump, tem intensificado os contactos diplomáticos com Taiwan e, segundo o executivo de Taipé, o recente acordo para a venda de armamento demonstra o apoio de Washington perante a ameaça chinesa. As relações Estados Unidos/China estão actualmente seriamente deterioradas por causa da guerra comercial que Pequim e Washington têm vindo a travar desde o ano passado. Taiwan reclama a sua independência da China desde a guerra civil de 1949, mas é vista por Pequim como uma província separatista.
Hoje Macau China / ÁsiaChina pede aos EUA que cancelem “imediatamente” venda de armas a Taiwan [dropcap]A[/dropcap] China pediu ontem aos Estados Unidos que “cancelem imediatamente” uma venda de armamento a Taiwan no valor de 2,2 mil milhões de dólares e aprovada pelo Departamento de Estado norte-americano. “Devemos evitar mais danos nas relações sino-norte-americanas”, afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, em conferência de imprensa. China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana. Pequim cortou os mecanismos de diálogo com Taipé desde a eleição da Presidente Tsai Ing-wen do Partido Democrático Progressista, pró-independência, em 2016, e afirma que só aceita voltar atrás se a líder taiwanesa declarar que a ilha é parte da China. Desde o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), em 2017, que as incursões de aviões militares chineses no espaço aéreo taiwanês se intensificaram, levando analistas a considerarem como cada vez mais provável que a China invada Taiwan. A venda, que inclui 108 tanques e 250 lançadores de mísseis terra-ar, foi notificada ao Congresso dos EUA, que tem agora 30 dias para se opor, o que parece improvável. Esta não é a primeira vez que os EUA vendem armas a Taiwan, apesar da oposição de Pequim. “A China pede aos Estados Unidos (…) que cancelem imediatamente o projecto de venda de armas a Taiwan e que travem qualquer vínculo militar com Taiwan”, disse Geng. “Devemos evitar minar ainda mais as relações sino-americanas, a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, acrescentou. A venda coincide também com uma altura em que a relação entre Pequim e Washington se deteriora, face a uma guerra comercial que dura há um ano. “A venda de armas pelos Estados Unidos a Taiwan é uma violação grave dos princípios fundamentais do direito internacional e das relações internacionais”, disse Geng Shuang. “O lado chinês exprime a sua profunda insatisfação, bem como oposição resoluta, e já protestou oficialmente com Washington”, apontou. Washington, que rompeu relações diplomáticas com Taipei em 1979 e passou a reconhecer o Governo de Pequim como o único representante da China, continua a ser o maior aliado de Taipé e o seu principal fornecedor de armas.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente de Taiwan vence primárias e tenta novo mandato nas eleições de 2020 [dropcap]A[/dropcap] Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, venceu as primárias do Partido Progressista Democrático (DPP), pelo que irá tentar ser eleita para um segundo mandato, na eleição presidencial de 2020, informou hoje a imprensa local. Segundo a agência de notícias espanhola EFE, que cita a imprensa local, Tsai obteve 35,67% dos votos, contra os 27,48% do ex-primeiro ministro William Lai Ching-te, anunciou o secretário do DPP Cho Jung-tai. Taiwan, a ilha onde se refugiou o antigo Governo chinês depois de o Partido Comunista tomar o poder no continente, em 1949, assume-se como República da China e funciona como uma entidade política soberana. Actualmente, é alvo de uma pressão sem precedentes da China, que defende a “reunificação pacífica”, mas ameaça “usar a força” caso Taiwan declare independência. Desde 2016, após as eleições da Presidente Tsai Ing-wen, do DPP (pró-independência), em Taiwan, e de Donald Trump, nos Estados Unidos da América, Washington tem tomado várias medidas para apoiar Taiwan nos campos político e militar. Além disso, a partir de 2018 – ano em que a China rompeu laços diplomáticos com Burkina Faso, República Dominicana e El Salvador – os Estados Unidos declararam repetidamente a sua oposição a que outros países rompessem as suas relações com Taiwan. Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan celebra hoje primeiros casamentos gay na Ásia [dropcap]D[/dropcap]ois casais taiwaneses protagonizaram hoje, em Taipé, os primeiros casamentos gay no continente asiático, uma semana depois de o parlamento da ilha ter legalizado a união entre casais do mesmo sexo. No passada sexta-feira, dois anos após uma decisão histórica do mais alto tribunal da Ilha Formosa, o parlamento de Taiwan legalizou o casamento homossexual, marcando o culminar de três décadas de luta pela igualdade de direitos. Os deputados taiwaneses aprovaram por larga maioria uma lei que permite que casais do mesmo sexo formem “uniões permanentes exclusivas” e uma cláusula que lhes permite solicitar a inscrição pela administração no registo de casamentos. A votação, que confirmou a posição de Taiwan na vanguarda dos direitos dos homossexuais asiáticos, foi uma vitória dos grupos de direitos LGBTI (Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgéneros) que se mobilizaram durante anos para obter os mesmos direitos ao casamento de que beneficiam os casais heterossexuais. Em Maio de 2017, o Tribunal Constitucional de Taiwan emitiu um acórdão que julgava inconstitucional privar casais do mesmo sexo do direito de se casarem. O Tribunal deu então até 24 de maio de 2019 [hoje] ao Governo para alterar a lei. Apesar da resistência da oposição conservadora, que chegou a organizar uma série de referendos, o parlamento aprovou o texto na sexta-feira passada, precisamente no Dia Internacional Contra a Homofobia e a Transfobia. Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Navios dos EUA passam no Estreito e podem provocar incidente A entrada de dois navios de guerra norte-americanos no Estreito de Taiwan prometem vir a agitar ainda mais as já de si pouco tranquilas relações entre os dois gigantes económicos mundiais [dropcap]D[/dropcap]ois navios de guerra dos Estados Unidos navegaram no Estreito de Taiwan, informou ontem o Ministério da Defesa de Taiwan, numa operação que poderá provocará indignação em Pequim, que reivindica a soberania sobre esse braço de mar. Os navios entraram na quarta-feira no estreito pela entrada sudoeste, de acordo com uma indicação do Ministério, que não especificou a identidade destes barcos. O Estreito de Taiwan fica localizado no Mar da China Meridional. O exército taiwanês “vigia de perto todo o processo e movimentos no espaço aéreo e nos mares vizinhos, de acordo com os protocolos destinados a manter a paz e a estabilidade na região”, referiu o Ministério. A Marinha dos EUA conduz rotineiramente as chamadas operações de “liberdade de navegação” no estreito que separa a China continental de Taiwan, o que tem causado respostas musculadas de Pequim. De acordo com os media de Taiwan, a passagem dos navios norte-americanos na quarta-feira é a quinta desde o começo do ano. Da História Os Chineses consideram Taiwan como parte de seu território. No entanto, a ilha tem desde 1949 um Governo independente, que foi formado após a guerra civil e a implantação do comunismo na China. Taiwan tem a sua própria bandeira e moeda, mas não é reconhecida como um estado independente pela ONU. Pequim ameaça recorrer à força em caso de proclamação de independência da ilha ou de uma intervenção externa. Neste contexto, Pequim considera a passagem de navios estrangeiros no estreito como uma violação da sua soberania. Os EUA e outros países, no entanto, vêem este braço do mar como parte de águas internacionais e, portanto, aberto a todos. A entrada de uma fragata francesa no estreito, no início de Abril, deu origem a um incidente naval entre a França e a China, quando os navios chineses “ordenaram a partida do navio francês”. Washington rompeu relações diplomáticas com Taipei em 1979 para reconhecer Pequim, mas continua a ser o aliado mais poderoso da ilha e o seu principal fornecedor de armas. Tânia dos Santos Sexanálise VozesSexo Bipolar [dropcap]O[/dropcap] que dizer da semana em que o estado do Alabama passou a proposta lei do aborto mais restritiva e Taiwan tornou o casamento homossexual uma possibilidade legal? Choramos e celebramos recuos e avanços na mesma semana – para nos sentirmos profundamente confusos. Avanços e recuos num movimento perpétuo. O estado bipolar sexual em que vivemos provém da confusão que são os nossos sistemas sócio-políticos. Temos testemunhado movimentos que começaram a deixar para trás o pensamento progressista que julgávamos carregar. Têm-se construído barreiras discursivas e simbólicas para deslegitimar o que são lutas e visibilidades absolutamente necessárias. A 17 de Maio celebrou-se o dia internacional da luta contra as fobias de género e de orientação sexual – e é com insatisfação que me apercebo que o dia terá que continuar a existir por muito tempo. Quando os partidos em Portugal para as eleições europeias fazem uso do termo ‘ideologias de género’ para deslegitimar a naturalidade do nosso ser, devíamos preocuparmo-nos. Mas depois temos Taiwan, o orgulho dos nossos olhos neste grande continente Asiático. Há esperança – se calhar há. No Alabama – e sobre o aborto que é agora punido com 99 anos de prisão – a contestação é criativa e eficaz para desmascarar os supostos valores pela vida. Valores que carregam mais raivas silenciosas contra os corpos detentores de útero do que outra coisa. Um país que se recusa a regular as armas para regular os úteros – torna ainda mais visível a bipolaridade patriarcal em que vivemos. O valor da vida de um embrião é exageradamente tido como o de um bebé. Só que por alguma razão o valor da vida da mulher que é violada (no cenário mais negro) é discutível. A pena é mais alta para quem faz um aborto do que para quem viola uma mulher. Esta lógica não chegou às pobres cabeças que provavelmente nunca tiveram educação sexual, mas que tomam decisões sexuais. Não sabendo dos corpos e dos processos apelam-se a valores universais da vida em contraste com a morte (o assassinato!) e controlam-se os corpos dos outros por consequência. Houve quem sugerisse greve sexual para reforçar que os úteros, as vaginas e as vulvas são de quem as têm. Mas nem sei se isso irá funcionar porque o problema está na ausência de respeito centenária por quem os têm. Depois temos Taiwan que muito nos emocionou nesta semana. Foi tão bom apreciar as fotografias das gentes que na rua manifestaram a felicidade de um amor que agora pode ser legalmente reconhecido. Outros direitos virão. Outras lutas por esta Ásia fora serão travadas – certamente. Em Taiwan mostrou-se que a liberdade para sermos quem somos pode coexistir com o sentido de compreensão social. Ainda que os direitos não sejam plenos, como os da adopção, já é um começo. Vivemos em sociedades que usam e abusam do quão bipolar somos – entre responsabilidade individual e social, usam-se estratégias ideológicas a nosso bel-prazer. O corpo é de quem? Nosso ou de todos? Como é que se equilibra os valores liberais com solidariedade e respeito mútuo? A síndrome bipolar sexual vive desta indecisão. A forma como escolhemos justificar este dilema pode legitimar ou deslegitimar os outros. Em Taiwan, a prioridade foi a liberdade de identidade e de expressão sexual e no Alabama a lógica da vida por nascer é romanceada em contraste com as vidas que, de pele e osso, se sujeitaram ao pecado mortal. Nem quando essa vida é fruto de um incesto a liberdade prevalece. Quando queremos um mundo justo, vemo-nos confrontados com a dispersão de dificuldades e posições sociais. Talvez possa ser feliz em Taiwan e talvez nunca precise de ir ao Alabama. Mas e a nossa responsabilidade em criar um mundo menos bipolar e mais preocupado com os direitos humanos? Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Legalizado casamento entre pessoas do mesmo sexo [dropcap]O[/dropcap] parlamento de Taiwan legalizou sexta-feira o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que acontece pela primeira vez na Ásia, dois anos após uma decisão histórica do mais alto tribunal da Ilha Formosa. Os deputados taiwaneses aprovaram por larga maioria uma lei que permite que casais do mesmo sexo formem “uniões permanentes exclusivas” e uma cláusula que lhes permite solicitar a inscrição pela administração no registo de casamentos. Em Maio de 2017, o Tribunal Constitucional de Taiwan emitiu um acórdão que julgava inconstitucional privar casais do mesmo sexo do direito de se casarem. O Tribunal deu então até 24 de Maio de 2019 ao Governo para alterar a lei. A menos de uma semana da fatídica data, o parlamento foi chamado sexta-feira, Dia Internacional Contra a Homofobia e a Transfobia, a pronunciar-se sobre três projectos concorrentes sobre a questão das uniões homossexuais. O texto mais progressista foi apresentado pelo Governo da Presidente Tsai Ing-wen, o único que usava a palavra casamento. Hoje Macau PolíticaCooperação | Chui Sai On reuniu com líder de partido de Taiwan [dropcap]D[/dropcap]ecorreu ontem um encontro entre Chui Sai On e James Soong Chu-yu, presidente do Partido O Povo Primeiro. De acordo com um comunicado oficial do gabinete do Chefe do Executivo, a reunião serviu para abordar “o reforço da cooperação e intercâmbio entre os dois territórios”, além de terem sido trocadas “opiniões sobre como impulsionar a participação dos compatriotas de Taiwan na construção da Grande Baía Guangdong – Hong Kong – Macau”. O Chefe do Executivo adiantou também que, com esta visita, James Soong “poderá contribuir com boas ideias, no sentido dos compatriotas de Taiwan participarem na construção da Grande Baía”. James Soong referiu que “a visita tem como objectivo procurar o espaço para Taiwan participar nesta área”, além de desejar que “os dois territórios possam aproveitar esta oportunidade para impulsionar, de mãos dadas, o grande rejuvenescimento da Nação Chinesa”. Na manha de ontem, a delegação esteve presente num seminário onde o director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Mi Jian, apresentou as Linhas Gerais do Planeamento para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan fala em provocação de Pequim após aproximação de caças chineses [dropcap]T[/dropcap]aiwan informou hoje que foi feita uma advertência aos caças chineses que cruzaram a linha central do Estreito de Taiwan, que separa a ilha da China continental, classificando o ato como uma provocação de Pequim. “Ontem [domingo], aeronaves militares chinesas provocaram-nos ao violarem o acordo tácito depois de cruzarem a linha mediana do Estreito de Taiwan. Eles recuaram para o lado oeste da linha mediana após advertências da Força Aérea”, disse a Presidente taiwanês Tsai Ing-wen em declarações à margem de uma cerimónia militar. O ministro das Relações Exteriores, Joseph Wu, disse aos jornalistas, que se tratou de um acto intencional, apelidando-a como provocação perigosa. O mesmo responsável disse que Taiwan informou os “parceiros regionais” sobre o incidente. O Ministério da Defesa de Taiwan explicou que um par de caças J-11 chineses entraram no espaço aéreo sudoeste da ilha na manhã de domingo. Taiwan enviou caças para estabelecer contacto com os aviões chineses, que ficaram a cerca de 185 quilómetros da ilha. O Ministério da Defesa adiantou, numa publicação na rede social Twitter, que os aviões chineses “violaram o acordo tácito de longa data, cruzando a linha mediana” do estreito. A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, disse aos jornalistas que estes actos procuram alterar o ‘status quo’ e ameaçam a segurança e a estabilidade regionais. João Luz EventosLiu Xia e Tsai Hai-Ru no Museu de Arte Contemporânea de Taipé Na próxima segunda-feira é inaugurada em Taipé “Atemschaukel”, uma exposição conjunta de Liu Xia e Tsai Hai-Ru, ambas oriundas de famílias marcadas pelo drama das prisões políticas. A mostra abre a janela para um mundo de desolação e medo através da poesia, fotografia e pintura [dropcap]T[/dropcap]aipé recebe uma mostra de arte que em nada vai agradar a Pequim, sem surpresas. Na próxima segunda-feira, 30 de Março, é inaugurada a exposição “Atemschaukel”, que reúne trabalhos de Liu Xia e Tsai Hai-Ru, e que estará em exibição até 26 de Maio no Museu de Arte Contemporânea de Taipé. A mostra é composta por fotografias a preto e branco e aguarelas, salpicadas com poesia, que procuram transmitir as angústias de duas mulheres que viveram dramas familiares resultantes de dissidência e perseguição política. “Atemschaukel” reúne poemas e 26 fotografias a preto e branco de Liu Xia, viúva do dissidente chinês, Liu Xiaobo laureado com o Prémio Nobel da Paz em 2010, assim como dois trabalhos inéditos de Tsai Hai-Ru, cujo bisavô, avô e pai foram todos prisioneiros políticos durante décadas na sequência do activismo pró-democracia. A mostra tenta levar ao público um vislumbre do mundo das artistas, marcado pela desolação, incerteza, medo e impotência que resultaram da perseguição política dos seus familiares. De acordo com a organização, a mistura de poemas e arte gráfica nos trabalhos de Liu são “de partir o coração”. Quanto à contribuição de Tsai Hai-Ru, destaque para o quadro “Floating”, que representa uma figura nua ladeada por um poema com o título “A Jail Beyond the Prison Walls: Untold Stories by Female Family Members Of White Terror Victims”. A artista oriunda de Taiwan participa ainda com uma instalação intitulada “Flower of Life”, composta por uma espécie de planta de era conhecida pela sua resiliência e por florescer no escuro. Dor e arte O título da exposição, “Atemschaukel”, que traduzido à letra quer dizer respiração pendular, foi inspirado num romance de Herta Müller, vencedora do Prémio Nobel da Literatura em 2009. O livro retrata nas experiências da minoria romena/germânica nos campos soviéticos de trabalhos forçados. O título descreve a precisa noção da respiração e de sobrevivência que ganha uma dimensão maior durante clausura. Os trabalhos de Liu Xia e Tsai Hai-Ru enquadram-se neste panorama emocional e estético, salpicados por momentos de raiva, histeria e impotência. João Santos Filipe PolíticaPresidente da câmara de Kaohsiung desconhecia voos directos com Macau Han Kuo-yan esteve reunido com Chui Sai On, falou do entusiasmo do Chefe do Executivo e da mulher pela cidade de Kaohsiung, em Taiwan, e no final lamentou a falta de voos directos entre Macau e Kaohsiung… [dropcap]A[/dropcap]visita de dois dias do presidente da Câmara de Kaohsiung a Macau, que decorreu no fim-de-semana, ficou marcada pelo lapso de Han Kuo-yan, que desconhecia a existência de voos directos entre a RAEM e a cidade de Taiwan. A gafe aconteceu logo no primeiro dia, depois de uma visita à Sede do Governo, onde Han foi recebido por Chui Sai On. Segundo o portal Macau Concealers, quando saiu da reunião com o Chefe do Executivo, o presidente da câmara de Kaohsiung, Han Kuo-yan, revelou aos jornalistas que Chui Sai On e a mulher, Winnie Fok, já tinham visitado a segunda maior cidade de Taiwan e que apreciavam muito o local. Lamentou, no entanto, que não houvesse voos directos e que esperava que esta questão fosse resolvida no futuro. Foi este o erro de Han Kuo-yan, uma vez que a Air Macau garante dois voos diários nos dois sentidos, assim como a Eva Air e a Tiger Air também com ligações diárias. Esta é uma viagem que demora cerca de hora e meia. Lapsos à parte, no encontro com o Chefe do Executivo, de acordo com um comunicado do Gabinete de Comunicação Social, Han Kuo-yan demonstrou a vontade de que Kaohsiung exportasse mais produtos agrícolas para Macau, um mercado por explorar para o município. Por sua vez, Chui Sai On abriu as portas a todos os municípios de Taiwan que queiram visitar Macau dentro de um espírito de desenvolvimento “de relações amigáveis entre os povos”, desde que respeitem o “Consenso de 1992”. À luz deste consenso, a China e Taiwan reconhecem a existência de uma única China, com cada parte a fazer a sua interpretação do significado da expressão. Além disso, o Chefe do Executivo elogiou ainda as “profundas ligações” entre Macau e Taiwan. Han nega traição Um dos pontos mais sensíveis da visita foi o encontro com de Han com o director do Gabinete de Ligação em Macau, Fu Ziying. Uma visita semelhante tinha acontecido em Hong Kong, onde o político do Partido Nacionalista (KMT) tinha estado, antes de chegar à RAEM. Desde a eleição da Presidente Tsai Ing-wen, do Partido Democrático Progressista de Taiwan, em 2016, que as relações entre o Governo Central e a Formosa estão num impasse. Tsai recusa reconhecer o Consenso de 1992, o que levou a uma mudança no discurso e trocas comerciais do Governo Central face à Ilha. Em relação a este aspecto, Han, que pertence ao principal partido da oposição, recusou estar a trair Taiwan. “Alguns taiwaneses acusaram-me de trair Taiwan, porque trouxe a minha chefe de gabinete e a minha mulher a visitar o Gabinete de Ligação [para trair Taiwan]. Estes comentários não fazem sentido nenhum”, respondeu Han, de acordo com Canal Macau. O governante apontou depois o factor económico como o principal aspecto para a visita: “No desenvolvimento da história da humanidade, durante milhões de anos, qual foi a dinastia que não deu importância ao desenvolvimento da economia? Só um governo estúpido não dá importância à economia”, sublinhou. Em relação a este encontro, também o Gabinete de Ligação emitiu um comunicado onde é expresso o desejo que Kaohsiung possa disfrutar dos benefícios gerados pela Grande Baía e que Macau possa ser uma plataforma de contactos entre o Governo Central e Taiwan. Saúde e jogo Com uma agenda virada para os assuntos económicos, Han Kuo-yan visitou ao vários locais, como o Centro de Exposição dos Produtos Alimentares dos Países de Língua Portuguesa, a Universidade de Macau, o Gabinete de Ligação ou o Centro de Saúde do Tap Seac. Foi na área da Saúde que o presidente da Câmara Municipal de Kaohsiung viu outra possibilidade de cooperação. Nas últimas declarações prestadas em Macau, Han afirmou que é comum os residentes da RAEM deslocarem-se a Hong Kong ou a Cantão para receberem tratamentos médicos. Por isso, afirmou que gostaria de ver nascer um turismo de saúde dos residentes de Macau para Kaohsiung, onde podem ser recebidos e tratados. No âmbito da vertente económica, o líder da câmara de Kaohsiung teve também encontros com alguns dos responsáveis pelos casinos locais, como Lawrence Ho, proprietário da concessionária Melco, Francis Liu, director-executivo da operadora Galaxy, e responsáveis do Jockey Club. Hoje Macau Breves China / ÁsiaTaiwan | Ex-primeiro-ministro mede forças com Presidente [dropcap]O[/dropcap] antigo primeiro-ministro de Taiwan Lai Ching-te, do Partido Progressivo Democrático (PPD), no poder, oficializou ontem a sua candidatura às primárias do partido para as eleições presidenciais de 2020. Lai pertence a uma facção mais independentista que a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, com quem vai medir forças e que tem uma postura mais moderada em relação a Pequim, apesar de não aceitar que a ilha seja parte da China. Tsai Ing-wen foi eleita em 2016, mas as suas taxas de aprovação têm caído, à medida que se aproximam as eleições presidenciais, no próximo ano. De acordo com várias sondagens, tanto Tsai como Lai estão atrás do candidato independente Ke We-je, presidente da Câmara de Taipé, e do presidente da Câmara de Kaohsiung, Han Kuo-yu, do Partido Kuomintang (KMT), que ainda não confirmou a sua candidatura às eleições. Desporto | Atleta olímpico por participar em eventos comerciais O atleta chinês Zhang Guowei foi suspenso de todas as competições desportivas nacionais e internacionais, após ter participado sem autorização em dois eventos comerciais, informou ontem a Xinhua. O saltador em altura, de 27 anos, e medalha de prata no Campeonato Mundial de Pequim de 2015, foi imediata e indefinidamente suspenso pela Associação de Atletismo da China (CAA). Conhecido pelas suas celebrações efusivas, Zhang participou em dois eventos comerciais, no final de Fevereiro e início de Março, sem obter autorização prévia da equipa nacional, violando os regulamentos da selecção. “Depois de falar com os funcionários da CAA, compreendo as suas preocupações, expectativas e chamada de atenção. Por favor, não se preocupem, vou continuar a treinar no duro e a dar tudo para alcançar o meu sonho”, afirmou nas redes sociais o atleta, que participou nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. «123456789101112»
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan celebra hoje primeiros casamentos gay na Ásia [dropcap]D[/dropcap]ois casais taiwaneses protagonizaram hoje, em Taipé, os primeiros casamentos gay no continente asiático, uma semana depois de o parlamento da ilha ter legalizado a união entre casais do mesmo sexo. No passada sexta-feira, dois anos após uma decisão histórica do mais alto tribunal da Ilha Formosa, o parlamento de Taiwan legalizou o casamento homossexual, marcando o culminar de três décadas de luta pela igualdade de direitos. Os deputados taiwaneses aprovaram por larga maioria uma lei que permite que casais do mesmo sexo formem “uniões permanentes exclusivas” e uma cláusula que lhes permite solicitar a inscrição pela administração no registo de casamentos. A votação, que confirmou a posição de Taiwan na vanguarda dos direitos dos homossexuais asiáticos, foi uma vitória dos grupos de direitos LGBTI (Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgéneros) que se mobilizaram durante anos para obter os mesmos direitos ao casamento de que beneficiam os casais heterossexuais. Em Maio de 2017, o Tribunal Constitucional de Taiwan emitiu um acórdão que julgava inconstitucional privar casais do mesmo sexo do direito de se casarem. O Tribunal deu então até 24 de maio de 2019 [hoje] ao Governo para alterar a lei. Apesar da resistência da oposição conservadora, que chegou a organizar uma série de referendos, o parlamento aprovou o texto na sexta-feira passada, precisamente no Dia Internacional Contra a Homofobia e a Transfobia.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Navios dos EUA passam no Estreito e podem provocar incidente A entrada de dois navios de guerra norte-americanos no Estreito de Taiwan prometem vir a agitar ainda mais as já de si pouco tranquilas relações entre os dois gigantes económicos mundiais [dropcap]D[/dropcap]ois navios de guerra dos Estados Unidos navegaram no Estreito de Taiwan, informou ontem o Ministério da Defesa de Taiwan, numa operação que poderá provocará indignação em Pequim, que reivindica a soberania sobre esse braço de mar. Os navios entraram na quarta-feira no estreito pela entrada sudoeste, de acordo com uma indicação do Ministério, que não especificou a identidade destes barcos. O Estreito de Taiwan fica localizado no Mar da China Meridional. O exército taiwanês “vigia de perto todo o processo e movimentos no espaço aéreo e nos mares vizinhos, de acordo com os protocolos destinados a manter a paz e a estabilidade na região”, referiu o Ministério. A Marinha dos EUA conduz rotineiramente as chamadas operações de “liberdade de navegação” no estreito que separa a China continental de Taiwan, o que tem causado respostas musculadas de Pequim. De acordo com os media de Taiwan, a passagem dos navios norte-americanos na quarta-feira é a quinta desde o começo do ano. Da História Os Chineses consideram Taiwan como parte de seu território. No entanto, a ilha tem desde 1949 um Governo independente, que foi formado após a guerra civil e a implantação do comunismo na China. Taiwan tem a sua própria bandeira e moeda, mas não é reconhecida como um estado independente pela ONU. Pequim ameaça recorrer à força em caso de proclamação de independência da ilha ou de uma intervenção externa. Neste contexto, Pequim considera a passagem de navios estrangeiros no estreito como uma violação da sua soberania. Os EUA e outros países, no entanto, vêem este braço do mar como parte de águas internacionais e, portanto, aberto a todos. A entrada de uma fragata francesa no estreito, no início de Abril, deu origem a um incidente naval entre a França e a China, quando os navios chineses “ordenaram a partida do navio francês”. Washington rompeu relações diplomáticas com Taipei em 1979 para reconhecer Pequim, mas continua a ser o aliado mais poderoso da ilha e o seu principal fornecedor de armas.
Tânia dos Santos Sexanálise VozesSexo Bipolar [dropcap]O[/dropcap] que dizer da semana em que o estado do Alabama passou a proposta lei do aborto mais restritiva e Taiwan tornou o casamento homossexual uma possibilidade legal? Choramos e celebramos recuos e avanços na mesma semana – para nos sentirmos profundamente confusos. Avanços e recuos num movimento perpétuo. O estado bipolar sexual em que vivemos provém da confusão que são os nossos sistemas sócio-políticos. Temos testemunhado movimentos que começaram a deixar para trás o pensamento progressista que julgávamos carregar. Têm-se construído barreiras discursivas e simbólicas para deslegitimar o que são lutas e visibilidades absolutamente necessárias. A 17 de Maio celebrou-se o dia internacional da luta contra as fobias de género e de orientação sexual – e é com insatisfação que me apercebo que o dia terá que continuar a existir por muito tempo. Quando os partidos em Portugal para as eleições europeias fazem uso do termo ‘ideologias de género’ para deslegitimar a naturalidade do nosso ser, devíamos preocuparmo-nos. Mas depois temos Taiwan, o orgulho dos nossos olhos neste grande continente Asiático. Há esperança – se calhar há. No Alabama – e sobre o aborto que é agora punido com 99 anos de prisão – a contestação é criativa e eficaz para desmascarar os supostos valores pela vida. Valores que carregam mais raivas silenciosas contra os corpos detentores de útero do que outra coisa. Um país que se recusa a regular as armas para regular os úteros – torna ainda mais visível a bipolaridade patriarcal em que vivemos. O valor da vida de um embrião é exageradamente tido como o de um bebé. Só que por alguma razão o valor da vida da mulher que é violada (no cenário mais negro) é discutível. A pena é mais alta para quem faz um aborto do que para quem viola uma mulher. Esta lógica não chegou às pobres cabeças que provavelmente nunca tiveram educação sexual, mas que tomam decisões sexuais. Não sabendo dos corpos e dos processos apelam-se a valores universais da vida em contraste com a morte (o assassinato!) e controlam-se os corpos dos outros por consequência. Houve quem sugerisse greve sexual para reforçar que os úteros, as vaginas e as vulvas são de quem as têm. Mas nem sei se isso irá funcionar porque o problema está na ausência de respeito centenária por quem os têm. Depois temos Taiwan que muito nos emocionou nesta semana. Foi tão bom apreciar as fotografias das gentes que na rua manifestaram a felicidade de um amor que agora pode ser legalmente reconhecido. Outros direitos virão. Outras lutas por esta Ásia fora serão travadas – certamente. Em Taiwan mostrou-se que a liberdade para sermos quem somos pode coexistir com o sentido de compreensão social. Ainda que os direitos não sejam plenos, como os da adopção, já é um começo. Vivemos em sociedades que usam e abusam do quão bipolar somos – entre responsabilidade individual e social, usam-se estratégias ideológicas a nosso bel-prazer. O corpo é de quem? Nosso ou de todos? Como é que se equilibra os valores liberais com solidariedade e respeito mútuo? A síndrome bipolar sexual vive desta indecisão. A forma como escolhemos justificar este dilema pode legitimar ou deslegitimar os outros. Em Taiwan, a prioridade foi a liberdade de identidade e de expressão sexual e no Alabama a lógica da vida por nascer é romanceada em contraste com as vidas que, de pele e osso, se sujeitaram ao pecado mortal. Nem quando essa vida é fruto de um incesto a liberdade prevalece. Quando queremos um mundo justo, vemo-nos confrontados com a dispersão de dificuldades e posições sociais. Talvez possa ser feliz em Taiwan e talvez nunca precise de ir ao Alabama. Mas e a nossa responsabilidade em criar um mundo menos bipolar e mais preocupado com os direitos humanos?
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Legalizado casamento entre pessoas do mesmo sexo [dropcap]O[/dropcap] parlamento de Taiwan legalizou sexta-feira o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que acontece pela primeira vez na Ásia, dois anos após uma decisão histórica do mais alto tribunal da Ilha Formosa. Os deputados taiwaneses aprovaram por larga maioria uma lei que permite que casais do mesmo sexo formem “uniões permanentes exclusivas” e uma cláusula que lhes permite solicitar a inscrição pela administração no registo de casamentos. Em Maio de 2017, o Tribunal Constitucional de Taiwan emitiu um acórdão que julgava inconstitucional privar casais do mesmo sexo do direito de se casarem. O Tribunal deu então até 24 de Maio de 2019 ao Governo para alterar a lei. A menos de uma semana da fatídica data, o parlamento foi chamado sexta-feira, Dia Internacional Contra a Homofobia e a Transfobia, a pronunciar-se sobre três projectos concorrentes sobre a questão das uniões homossexuais. O texto mais progressista foi apresentado pelo Governo da Presidente Tsai Ing-wen, o único que usava a palavra casamento.
Hoje Macau PolíticaCooperação | Chui Sai On reuniu com líder de partido de Taiwan [dropcap]D[/dropcap]ecorreu ontem um encontro entre Chui Sai On e James Soong Chu-yu, presidente do Partido O Povo Primeiro. De acordo com um comunicado oficial do gabinete do Chefe do Executivo, a reunião serviu para abordar “o reforço da cooperação e intercâmbio entre os dois territórios”, além de terem sido trocadas “opiniões sobre como impulsionar a participação dos compatriotas de Taiwan na construção da Grande Baía Guangdong – Hong Kong – Macau”. O Chefe do Executivo adiantou também que, com esta visita, James Soong “poderá contribuir com boas ideias, no sentido dos compatriotas de Taiwan participarem na construção da Grande Baía”. James Soong referiu que “a visita tem como objectivo procurar o espaço para Taiwan participar nesta área”, além de desejar que “os dois territórios possam aproveitar esta oportunidade para impulsionar, de mãos dadas, o grande rejuvenescimento da Nação Chinesa”. Na manha de ontem, a delegação esteve presente num seminário onde o director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Mi Jian, apresentou as Linhas Gerais do Planeamento para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan fala em provocação de Pequim após aproximação de caças chineses [dropcap]T[/dropcap]aiwan informou hoje que foi feita uma advertência aos caças chineses que cruzaram a linha central do Estreito de Taiwan, que separa a ilha da China continental, classificando o ato como uma provocação de Pequim. “Ontem [domingo], aeronaves militares chinesas provocaram-nos ao violarem o acordo tácito depois de cruzarem a linha mediana do Estreito de Taiwan. Eles recuaram para o lado oeste da linha mediana após advertências da Força Aérea”, disse a Presidente taiwanês Tsai Ing-wen em declarações à margem de uma cerimónia militar. O ministro das Relações Exteriores, Joseph Wu, disse aos jornalistas, que se tratou de um acto intencional, apelidando-a como provocação perigosa. O mesmo responsável disse que Taiwan informou os “parceiros regionais” sobre o incidente. O Ministério da Defesa de Taiwan explicou que um par de caças J-11 chineses entraram no espaço aéreo sudoeste da ilha na manhã de domingo. Taiwan enviou caças para estabelecer contacto com os aviões chineses, que ficaram a cerca de 185 quilómetros da ilha. O Ministério da Defesa adiantou, numa publicação na rede social Twitter, que os aviões chineses “violaram o acordo tácito de longa data, cruzando a linha mediana” do estreito. A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, disse aos jornalistas que estes actos procuram alterar o ‘status quo’ e ameaçam a segurança e a estabilidade regionais.
João Luz EventosLiu Xia e Tsai Hai-Ru no Museu de Arte Contemporânea de Taipé Na próxima segunda-feira é inaugurada em Taipé “Atemschaukel”, uma exposição conjunta de Liu Xia e Tsai Hai-Ru, ambas oriundas de famílias marcadas pelo drama das prisões políticas. A mostra abre a janela para um mundo de desolação e medo através da poesia, fotografia e pintura [dropcap]T[/dropcap]aipé recebe uma mostra de arte que em nada vai agradar a Pequim, sem surpresas. Na próxima segunda-feira, 30 de Março, é inaugurada a exposição “Atemschaukel”, que reúne trabalhos de Liu Xia e Tsai Hai-Ru, e que estará em exibição até 26 de Maio no Museu de Arte Contemporânea de Taipé. A mostra é composta por fotografias a preto e branco e aguarelas, salpicadas com poesia, que procuram transmitir as angústias de duas mulheres que viveram dramas familiares resultantes de dissidência e perseguição política. “Atemschaukel” reúne poemas e 26 fotografias a preto e branco de Liu Xia, viúva do dissidente chinês, Liu Xiaobo laureado com o Prémio Nobel da Paz em 2010, assim como dois trabalhos inéditos de Tsai Hai-Ru, cujo bisavô, avô e pai foram todos prisioneiros políticos durante décadas na sequência do activismo pró-democracia. A mostra tenta levar ao público um vislumbre do mundo das artistas, marcado pela desolação, incerteza, medo e impotência que resultaram da perseguição política dos seus familiares. De acordo com a organização, a mistura de poemas e arte gráfica nos trabalhos de Liu são “de partir o coração”. Quanto à contribuição de Tsai Hai-Ru, destaque para o quadro “Floating”, que representa uma figura nua ladeada por um poema com o título “A Jail Beyond the Prison Walls: Untold Stories by Female Family Members Of White Terror Victims”. A artista oriunda de Taiwan participa ainda com uma instalação intitulada “Flower of Life”, composta por uma espécie de planta de era conhecida pela sua resiliência e por florescer no escuro. Dor e arte O título da exposição, “Atemschaukel”, que traduzido à letra quer dizer respiração pendular, foi inspirado num romance de Herta Müller, vencedora do Prémio Nobel da Literatura em 2009. O livro retrata nas experiências da minoria romena/germânica nos campos soviéticos de trabalhos forçados. O título descreve a precisa noção da respiração e de sobrevivência que ganha uma dimensão maior durante clausura. Os trabalhos de Liu Xia e Tsai Hai-Ru enquadram-se neste panorama emocional e estético, salpicados por momentos de raiva, histeria e impotência.
João Santos Filipe PolíticaPresidente da câmara de Kaohsiung desconhecia voos directos com Macau Han Kuo-yan esteve reunido com Chui Sai On, falou do entusiasmo do Chefe do Executivo e da mulher pela cidade de Kaohsiung, em Taiwan, e no final lamentou a falta de voos directos entre Macau e Kaohsiung… [dropcap]A[/dropcap]visita de dois dias do presidente da Câmara de Kaohsiung a Macau, que decorreu no fim-de-semana, ficou marcada pelo lapso de Han Kuo-yan, que desconhecia a existência de voos directos entre a RAEM e a cidade de Taiwan. A gafe aconteceu logo no primeiro dia, depois de uma visita à Sede do Governo, onde Han foi recebido por Chui Sai On. Segundo o portal Macau Concealers, quando saiu da reunião com o Chefe do Executivo, o presidente da câmara de Kaohsiung, Han Kuo-yan, revelou aos jornalistas que Chui Sai On e a mulher, Winnie Fok, já tinham visitado a segunda maior cidade de Taiwan e que apreciavam muito o local. Lamentou, no entanto, que não houvesse voos directos e que esperava que esta questão fosse resolvida no futuro. Foi este o erro de Han Kuo-yan, uma vez que a Air Macau garante dois voos diários nos dois sentidos, assim como a Eva Air e a Tiger Air também com ligações diárias. Esta é uma viagem que demora cerca de hora e meia. Lapsos à parte, no encontro com o Chefe do Executivo, de acordo com um comunicado do Gabinete de Comunicação Social, Han Kuo-yan demonstrou a vontade de que Kaohsiung exportasse mais produtos agrícolas para Macau, um mercado por explorar para o município. Por sua vez, Chui Sai On abriu as portas a todos os municípios de Taiwan que queiram visitar Macau dentro de um espírito de desenvolvimento “de relações amigáveis entre os povos”, desde que respeitem o “Consenso de 1992”. À luz deste consenso, a China e Taiwan reconhecem a existência de uma única China, com cada parte a fazer a sua interpretação do significado da expressão. Além disso, o Chefe do Executivo elogiou ainda as “profundas ligações” entre Macau e Taiwan. Han nega traição Um dos pontos mais sensíveis da visita foi o encontro com de Han com o director do Gabinete de Ligação em Macau, Fu Ziying. Uma visita semelhante tinha acontecido em Hong Kong, onde o político do Partido Nacionalista (KMT) tinha estado, antes de chegar à RAEM. Desde a eleição da Presidente Tsai Ing-wen, do Partido Democrático Progressista de Taiwan, em 2016, que as relações entre o Governo Central e a Formosa estão num impasse. Tsai recusa reconhecer o Consenso de 1992, o que levou a uma mudança no discurso e trocas comerciais do Governo Central face à Ilha. Em relação a este aspecto, Han, que pertence ao principal partido da oposição, recusou estar a trair Taiwan. “Alguns taiwaneses acusaram-me de trair Taiwan, porque trouxe a minha chefe de gabinete e a minha mulher a visitar o Gabinete de Ligação [para trair Taiwan]. Estes comentários não fazem sentido nenhum”, respondeu Han, de acordo com Canal Macau. O governante apontou depois o factor económico como o principal aspecto para a visita: “No desenvolvimento da história da humanidade, durante milhões de anos, qual foi a dinastia que não deu importância ao desenvolvimento da economia? Só um governo estúpido não dá importância à economia”, sublinhou. Em relação a este encontro, também o Gabinete de Ligação emitiu um comunicado onde é expresso o desejo que Kaohsiung possa disfrutar dos benefícios gerados pela Grande Baía e que Macau possa ser uma plataforma de contactos entre o Governo Central e Taiwan. Saúde e jogo Com uma agenda virada para os assuntos económicos, Han Kuo-yan visitou ao vários locais, como o Centro de Exposição dos Produtos Alimentares dos Países de Língua Portuguesa, a Universidade de Macau, o Gabinete de Ligação ou o Centro de Saúde do Tap Seac. Foi na área da Saúde que o presidente da Câmara Municipal de Kaohsiung viu outra possibilidade de cooperação. Nas últimas declarações prestadas em Macau, Han afirmou que é comum os residentes da RAEM deslocarem-se a Hong Kong ou a Cantão para receberem tratamentos médicos. Por isso, afirmou que gostaria de ver nascer um turismo de saúde dos residentes de Macau para Kaohsiung, onde podem ser recebidos e tratados. No âmbito da vertente económica, o líder da câmara de Kaohsiung teve também encontros com alguns dos responsáveis pelos casinos locais, como Lawrence Ho, proprietário da concessionária Melco, Francis Liu, director-executivo da operadora Galaxy, e responsáveis do Jockey Club.
Hoje Macau Breves China / ÁsiaTaiwan | Ex-primeiro-ministro mede forças com Presidente [dropcap]O[/dropcap] antigo primeiro-ministro de Taiwan Lai Ching-te, do Partido Progressivo Democrático (PPD), no poder, oficializou ontem a sua candidatura às primárias do partido para as eleições presidenciais de 2020. Lai pertence a uma facção mais independentista que a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, com quem vai medir forças e que tem uma postura mais moderada em relação a Pequim, apesar de não aceitar que a ilha seja parte da China. Tsai Ing-wen foi eleita em 2016, mas as suas taxas de aprovação têm caído, à medida que se aproximam as eleições presidenciais, no próximo ano. De acordo com várias sondagens, tanto Tsai como Lai estão atrás do candidato independente Ke We-je, presidente da Câmara de Taipé, e do presidente da Câmara de Kaohsiung, Han Kuo-yu, do Partido Kuomintang (KMT), que ainda não confirmou a sua candidatura às eleições. Desporto | Atleta olímpico por participar em eventos comerciais O atleta chinês Zhang Guowei foi suspenso de todas as competições desportivas nacionais e internacionais, após ter participado sem autorização em dois eventos comerciais, informou ontem a Xinhua. O saltador em altura, de 27 anos, e medalha de prata no Campeonato Mundial de Pequim de 2015, foi imediata e indefinidamente suspenso pela Associação de Atletismo da China (CAA). Conhecido pelas suas celebrações efusivas, Zhang participou em dois eventos comerciais, no final de Fevereiro e início de Março, sem obter autorização prévia da equipa nacional, violando os regulamentos da selecção. “Depois de falar com os funcionários da CAA, compreendo as suas preocupações, expectativas e chamada de atenção. Por favor, não se preocupem, vou continuar a treinar no duro e a dar tudo para alcançar o meu sonho”, afirmou nas redes sociais o atleta, que participou nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.