Tailândia adverte forças birmanesas contra qualquer violação da fronteira

A Tailândia advertiu na sexta-feira que não permitirá qualquer violação do seu território, na sequência de combates junto à fronteira com Myanmar, cujos militares confirmaram a retirada das tropas governamentais de uma cidade fronteiriça estratégica. “Os nossos soldados estão de guarda ao longo da fronteira, mostrando que estamos prontos a proteger e a não permitir que ninguém viole a nossa soberania”, disse o chefe da diplomacia tailandesa, Parnpree Bahiddha-Nukara.

As forças da União Nacional Karen (KNU), que combatem os militares no poder na antiga Birmânia, anunciaram na quinta-feira que as tropas governamentais tinham abandonado Myawaddy, uma cidade estratégica para o comércio com a Tailândia. Cerca de 200 soldados birmaneses deixaram a cidade para se refugiarem numa ponte que a liga a Mae Sot, disse o porta-voz do KNU, Padoh Saw Taw Nee, à agência francesa AFP.

O porta-voz da Junta Militar, Zaw Min Tun, confirmou aos meios de comunicação birmaneses na quinta-feira à noite que os soldados “tiveram de se retirar”, invocando a segurança das suas famílias. Zaw Min Tun disse à televisão britânica BBC que as autoridades birmanesas e tailandesas estavam em conversações sobre os soldados governamentais, mas sem precisar o número de militares em causa.

Reconheceu também que alguns combatentes do KNU tinham entrado em Myawaddy, sem dar mais pormenores. “A Tailândia deixou bem claro que não permitirá que ninguém viole o seu território, que não o aceitará”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros tailandês aos jornalistas em Mae Sot, junto à fronteira com Myanmar.

Mar de gente

Centenas de birmaneses têm-se dirigido à fronteira nos últimos dias para fugir aos combates. A Tailândia tem uma fronteira de 2.400 quilómetros com Myanmar, onde um golpe militar em 2021 reacendeu o conflito com as minorias étnicas.

A situação tinha acalmado na sexta-feira de manhã junto ao rio Moei, que separa os dois países do Sudeste Asiático, constataram jornalistas da AFP no local.
Uma fonte do KNU disse que os seus combatentes e as Forças de Defesa do Povo aliadas tinham entrado em confronto com o exército em Kawkareik, a cerca de 40 quilómetros de Myawaddy, sem dar mais pormenores. Fontes militares disseram à AFP que a junta birmanesa estava a enviar reforços para Myawaddy.

15 Abr 2024

Tailândia | Justiça analisa dissolução do maior partido da oposição

O Tribunal Constitucional da Tailândia anunciou na quarta-feira que aceitou e vai analisar um pedido da comissão eleitoral para dissolver o principal partido da oposição, devido a alegadas violações da lei de lesa-majestade.

O partido Move Forward, que venceu as últimas eleições legislativas, em Maio de 2023, com um programa que previa a reforma da legislação de lesa-majestade, terá agora duas semanas para apresentar a defesa, afirmou o tribunal, em comunicado.

No final de Janeiro, o Tribunal Constitucional tailandês decidiu que a promessa realizada durante a campanha eleitoral equivalia a uma tentativa de derrubar a monarquia. Os juízes não emitiram então uma sanção explícita, mas foram apresentados dois pedidos à Comissão Eleitoral para solicitar a dissolução do partido, liderado pelo empresário Pita Limjaroenrat.

O partido de oposição reformista conquistou a maioria dos assentos no parlamento nas eleições de Maio e formou inicialmente uma coligação de partidos pró-democracia com uma ampla maioria entre os 500 membros da Câmara dos Representantes eleita.

No entanto, a coligação não conseguiu formar um Governo, depois de a candidatura de Pita Limjaroenrat ter sido bloqueada duas vezes pela oposição do Senado, cujos 250 membros foram nomeados pela antiga junta militar (2014-2019).
O líder do partido Pheu Thai, Srettha Thavisin, formou uma coligação com vários partidos, incluindo dois pró-militares, e foi eleito primeiro-ministro em 22 de Agosto.

Em 2020, o Tribunal Constitucional dissolveu o Future Forward, o partido antecessor do Move Forward, e baniu o então líder da vida política, um veredicto que originou enormes manifestações populares. De acordo com a legislação em vigor na Tailândia, insultar ou difamar o rei pode resultar numa pena máxima de 15 anos de prisão.

5 Abr 2024

Justiça ordena que Governo da Tailândia tome medidas contra poluição

Um tribunal da Tailândia deu na sexta-feira 90 dias ao Governo do país para elaborar um plano de emergência contra a poluição atmosférica, que deverá atingir níveis elevados nos próximos meses.

O tribunal administrativo de Chiang Mai, no norte da Tailândia, exigiu ao órgão governamental responsável pelo ambiente que apresente “medidas preventivas para combater a poluição tanto a curto como a longo prazo”, de acordo com o veredicto. Os juízes consideraram também que o Governo anterior, liderado pelo antigo general Prayut Chan-O-Cha, que tomou o poder num golpe de Estado em 2014, “negligenciou o dever e agiu demasiado lentamente” face à deterioração da situação.

Um grupo de residentes de Chiang Mai, que inclui académicos e activistas, apresentou uma queixa no ano passado, na sequência de um grave episódio de poluição atmosférica na Tailândia.

Tanto Chiang Mai como Banguecoque estavam, na altura, entre as cidades mais poluídas do mundo, devido ao fumo causado por incêndios florestais e ao período de queima de restolho agrícola, proibida por lei, mas permitida pelas autoridades, bem como às emissões produzidas por veículos e pela indústria.

A poluição atmosférica foi um dos temas recorrentes da actual campanha para as eleições gerais de maio, com diferentes propostas ambientais a serem apresentadas por quase todos os partidos.

Isto depois do Ministério da Saúde Pública tailandês admitir que, só nos primeiros três meses do ano passado, quase dois milhões de pessoas necessitaram de tratamento hospitalar para doenças respiratórias causadas pela poluição do ar.

O novo primeiro-ministro da Tailândia, Srettha Thavisin, que tomou posse em Agosto, prometeu colocar a luta contra a poluição atmosférica entre as prioridades. O Governo apresentou um projecto de lei, no início de Janeiro, que prevê o pagamento de multas por parte dos indivíduos, empresas ou instituições que sejam responsáveis por poluição acima de determinados limites.

No top

Na manhã de sexta-feira, Banguecoque era a 10.ª cidade mais poluída do mundo numa classificação liderada por Nova Deli, de acordo com uma lista divulgada pela empresa suíça de monitorização da qualidade do ar IQAir. Mas os picos de poluição devem continuar pelo menos até Abril, mês em que termina a estação seca na Tailândia.

Em Abril de 2023, o governador da província de Chiang Mai pediu a funcionários e a empresas privadas para trabalharem a partir de casa para evitar o perigoso nível de poluição atmosférica na região.

Na altura, os níveis de partículas PM 2.5 – as mais perigosas e tão pequenas que podem entrar directamente na corrente sanguínea – estavam mais de 69 vezes superiores às directrizes anuais da Organização Mundial de Saúde, de acordo com o portal Air Visual, que mede a poluição atmosférica em todo o mundo.

22 Jan 2024

Tailândia | Governo quer aprovar casamento entre pessoas do mesmo sexo

A aprovação do projecto de lei, apresentado a partir de uma proposta do partido Avançar vencedor das eleições sem conseguir formar governo, pode dar um novo rumo a uma sociedade conservadora que ao mesmo tempo alberga uma das maiores comunidades mundiais LGBTI

 

O Governo tailandês anunciou ontem que vai apresentar na quinta-feira no Parlamento um projecto de lei que, se aprovado, tornará a Tailândia no terceiro território asiático a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Num comunicado, o primeiro-ministro tailandês, Srettha Thavisin, disse que a nova lei vai permitir que os casais do mesmo sexo tenham os mesmos direitos que os casais heterossexuais e vai promover a unidade familiar com diversidade de género.

Vários grupos activistas marcaram para ontem uma marcha para apoiar a igualdade no acesso ao casamento e os direitos da comunidade LGTBI (lésbicas, gays, transexuais, bissexuais e intersexuais).

Embora a Tailândia, uma monarquia conservadora de crença maioritária budista, tenha uma das maiores e mais visíveis comunidades LGBTI da Ásia, muitos dos membros enfrentam graves dificuldades e discriminação, e os activistas argumentam que as leis do país não reflectem as mudanças e atitudes na sociedade.

Em 2022, a Câmara dos Representantes, a câmara baixa do parlamento, debateu diversos projectos de lei nesse sentido, que iam desde uniões civis para casais do mesmo sexo até à igualdade no casamento. No entanto, os deputados não aprovaram nenhuma das propostas antes da dissolução do parlamento, a propósito das eleições gerais realizadas em Maio de 2023.

Rol de aprovações

O actual projecto de lei vem de uma dessas propostas, promovida pelo partido Move Forward (Avançar) – que ganhou as eleições, mas não conseguiu formar Governo – e que tinha sido aprovada pelos deputados numa primeira votação, na generalidade.

Na Tailândia, os projectos de lei devem passar por três votações na Câmara dos Representantes, antes de passarem pelo Senado e receberem a aprovação do Tribunal Constitucional para poderem entrar em vigor, com a assinatura do rei. Caso esta lei for aprovada pelo Parlamento e receber o consentimento do monarca, a Tailândia poderá tornar-se o terceiro território da Ásia, depois de Taiwan (em 2019) e do Nepal (em Junho deste ano), a reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

20 Dez 2023

Deputada tailandesa condenada por criticar monarquia

Um tribunal de Banguecoque condenou ontem uma deputada do partido da oposição Move Forward a seis anos de prisão por ter criticado, nas redes sociais, a monarquia. Rukchanok Srinork, que terá de abandonar o lugar no parlamento, encontra-se no processo de pedir a saída em liberdade sob pagamento de caução, informou a organização Advogados Tailandeses pelos Direitos Humanos (Thai Lawyers for Human Rights, TLHR).

A deputada, membro da plataforma progressista que venceu contra todas as probabilidades as eleições de Maio, mas que não conseguiu obter apoio suficiente para governar, foi considerada culpada de publicar duas mensagens nas redes sociais em 2020 que criticavam a família real tailandesa.

Nas mensagens na rede social X (antigo Twitter), a mulher criticou o monopólio de um laboratório ligado à monarquia no fabrico da vacina contra a covid-19 da Astrazeneca, além de ter reenviado fotografias de uma manifestação, com mensagens alegadamente antimonárquicas, referiu a TLHR.

O crime de lesa-majestade é punível com penas de três a 15 anos de prisão para quem difamar, insultar ou ameaçar o rei, a rainha ou o príncipe herdeiro, numa das leis mais draconianas do mundo neste domínio.

A TLHR denunciou o aumento dos casos de lesa-majestade na Tailândia desde Novembro de 2020, quando o Governo retomou a aplicação desta lei para sufocar nos tribunais o movimento pró-democracia liderado por estudantes universitários. Este movimento, no qual Rukchanok participou activamente, organizou protestos em massa em meados de 2020 e conseguiu lançar o debate público sobre o papel da monarquia, que tem vindo a perder adeptos entre os tailandeses nos últimos anos.

Voto jovem

Nas eleições de 14 de Maio, o Move Forward, com 14,4 milhões de votos, conquistou a preferência dos jovens manifestantes, nomeadamente devido à promessa de alterar a lei de lesa-majestade para reduzir as penas e permitir que apenas as instituições ligadas à família real apresentem queixas.

Pelo menos 259 pessoas, incluindo menores, foram acusadas de lesa-majestade desde Novembro de 2020, de acordo com a TLHR, enquanto 1.890, incluindo 284 menores, foram acusadas de crimes relacionados com os protestos ou expressão política.

14 Dez 2023

Tailândia | Polícia detém duas pessoas ligadas a tiroteio em centro comercial

A polícia da Tailândia anunciou ontem a detenção de mais duas pessoas alegadamente ligadas a um tiroteio, na terça-feira, num dos principais centros comerciais de Banguecoque, que resultou em duas mortes e cinco feridos.

As detenções foram feitas na noite de quarta-feira na cidade de Yala, no sul da Tailândia, e as autoridades emitiram também um mandado de captura para um terceiro suspeito, que estaria em Banguecoque, disse à agência de notícias EFE o diretor da polícia de Yala, Piyaphat Thongpanlertkul.

A polícia disse que os três suspeitos podem ser acusados de posse e modificação ilegal de armas e acredita que foram estes a vender a arma de plástico modificada para disparar balas verdadeiras que o atacante usou no tiroteio.

De acordo com uma investigação preliminar, o adolescente de 14 anos comprou através da Internet, em troca de 16 mil baht (cerca de 410 euros) a arma que usou no tiroteio no centro comercial Siam Paragon, um dos maiores e mais luxuosos da capital.

O adolescente, que está desde quarta-feira num centro de detenção juvenil, está acusado de cinco crimes, incluindo homicídio premeditado, tentativa de homicídio, pelo ataque que resultou na morte de duas mulheres, de nacionalidade chinesa e birmanesa.

De acordo com a autópsia, a turista chinesa de 34 anos morreu após levar um tiro no torso, enquanto uma trabalhadora birmanesa, de 30 anos, foi baleada três vezes. O ataque também deixou outras cinco pessoas feridas.

O chefe da polícia, Torsak Sukvimol, revelou que o adolescente tinha um historial de tratamento por doença psiquiátrica e, após a detenção, fez um relato incoerente das suas acções, alegando que vozes lhe tinham dito para realizar o ataque.

A violência armada não é invulgar na Tailândia, embora os tiroteios em massa sejam raros. Existem cerca de 10 armas por cada 100 pessoas no país, incluindo as ilegais, em contraste com menos de uma por cada 100 pessoas na vizinha Malásia, de acordo com o GunPolicy.org, um projeto da Universidade de Sydney, na Austrália.

O ataque armado de terça-feira ocorreu dias antes de os tailandeses assinalarem o aniversário do maior assassínio em massa perpetrado no país por um indivíduo: um ataque com arma de fogo e arma branca numa creche rural de uma província do nordeste que fez 36 mortos, a maioria dos quais crianças em idade pré-escolar, a 6 de outubro de 2022.

6 Out 2023

Tailândia concede isenção de visto a chineses

A Tailândia começou hoje a aplicar a isenção de visto para viajantes da China, uma medida em vigor pelo menos até 29 de fevereiro, para reavivar o turismo, afectado pela pandemia da covid-19. O primeiro-ministro tailandês, Srettha Thavisin, recebeu no Aeroporto Internacional de Suvarnabhumi, em Banguecoque, o primeiro grupo de turistas chineses isentos de visto.

Os viajantes chineses representaram quase um terço dos quase 40 milhões de turistas estrangeiros que a Tailândia recebeu em 2019, mas os números caíram devido à pandemia e não recuperaram como esperado após o fim das restrições às viagens. A Tailândia, fortemente dependente do turismo, viu o número de viajantes estrangeiros cair para 428 mil em 2021, embora tenham recuperado para 11,2 milhões no ano passado, de acordo com dados oficiais do Ministério do Turismo e Desporto tailandês.

No entanto, com a China ainda a impor um período de quarentena de até três semanas em instalações designadas a quem chegava ao país, apenas 273.567 turistas chineses chegaram à Tailândia em 2022, em comparação com 11,1 milhões em 2019. A isenção temporária de vistos para chineses faz parte do plano do novo Governo tailandês, formado a 05 de setembro, para recuperar a economia do país, em recessão entre 2020 e 2021 devido ao impacto da pandemia.

A economia da Tailândia começou a recuperar em 2022, embora a um ritmo mais lento do que o previsto pelas autoridades. O regresso em força do turismo e a recuperação do consumo, dos investimentos e das exportações são algumas das prioridades estabelecidas pelo novo Executivo, que assumiu o poder depois de quase quatro meses de impasse político no parlamento para a eleição do primeiro-ministro.

No início de fevereiro, Pequim voltou a permitir o turismo em grupo para cerca de 20 países, incluindo destinos como Tailândia ou Indonésia.

Portugal foi incluído no segundo lote, aprovado no mês seguinte, assim como Brasil, França ou Espanha, enquanto em agosto foi a vez da Guiné Equatorial, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe. A China era o maior emissor de turistas do mundo até ao início da pandemia da covid-19.

26 Set 2023

Tailândia | Definida prioridade no combate ao tráfico de droga

O novo Executivo, que tomou posse no início do mês, pede a cooperação de todos no plano de prevenção e supressão do tráfico de droga delineado para durar até 2027

 

O novo governo da Tailândia, no poder desde 5 de Setembro, anunciou ontem que o combate ao tráfico de drogas, especialmente a metanfetamina, é uma prioridade para os próximos quatro anos.

“Temos de combater os traficantes de droga. São criminosos que não temem a prisão, mas temem a confiscação dos bens. Por isso, peço a todos os organismos que acelerem a aplicação da lei”, declarou o primeiro-ministro, Srettha Thavisin, aos jornalistas no domingo.

O Governo tailandês delineou um plano para “prevenir, suprimir e resolver os problemas da droga no período 2023-2027”, incluindo tratar os toxicodependentes como doentes, ressocializar os consumidores de droga, aumentar o controlo e intensificar as operações de combate ao tráfico de droga e ao branqueamento de capitais.

“A resolução do problema da droga é uma prioridade nacional. Todos os organismos devem cooperar para o resolver e devem fazer cumprir a lei de forma séria e eficaz”, declarou, em comunicado.

A prioridade passa por “aumentar a repressão” sobre o tráfico de droga, “medida fundamental” para evitar que a droga chegue às comunidades, sendo criado “um novo centro de prevenção e repressão da droga”, de acordo com a mesma nota.

 

Outras preocupações

No entanto, o plano anunciado pelo governo suscitou preocupações entre os activistas no país, que receiam que a nova “guerra contra a droga” possa repetir os acontecimentos ocorridos há duas décadas, quando o governo de Thaksin Shinawatra concretizou uma política de tolerância zero em relação à droga.

Iniciadas em 2003, as medidas causaram uma onda de críticas dentro e fora da Tailândia devido à violência das forças de segurança, que alegadamente foram responsáveis por mais de 2.500 execuções extrajudiciais de suspeitos de tráfico de droga em apenas três meses, de acordo com estimativas de várias organizações não-governamentais.

“A promessa do governo de erradicar completamente os narcóticos preocupa-me e receio que a história se possa repetir”, disse o diretor da Cross Cultural Foundation, Pornpen Khongkachonkiet, ao jornal Bangkok Post.

Embora a lei tailandesa puna o tráfico de droga com penas que podem ir até 15 anos de prisão – e, em casos extremos, até à prisão perpétua ou à pena de morte -, a Tailândia flexibilizou a política nos últimos anos e passou a adoptar uma abordagem mais centrada na reabilitação, especialmente dos pequenos traficantes, do que na punição.

A reforma da lei procura resolver outro problema: a sobrelotação das prisões do país, onde cerca de 80 por cento dos presos estão detidos por crimes relacionados com a droga, a maioria dos quais de gravidade ligeira a moderada.

Em Junho do ano passado, a Tailândia também retirou a marijuana da lista de estupefacientes ilegais, para promover a canábis medicinal, mas abriu a porta ao consumo e comércio para fins recreativos, levando à multiplicação de lojas e bares para o consumo da substância.

19 Set 2023

Tribunal decreta oito anos de prisão para ex-primeiro-ministro tailandês Thaksin Shinawatra

O Supremo Tribunal da Tailândia ordenou a detenção do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra e indicou deve cumprir oito anos de prisão, no dia em que o antigo governante regressou ao país após 15 anos de exílio. No entanto, o regresso iminente ao poder do partido associado à sua família, o Pheu Thai, poderá dar-lhe a esperança de um perdão ou de garantir uma redução da pena.

O bilionário de 74 anos, que esteve no poder entre 2001 e 2006 antes de ser derrubado por um golpe de Estado, deverá passar oito anos atrás das grades por três casos julgados na sua ausência, relacionados com a sua gestão do país e da sua antiga empresa Shin Corp, decidiu o mais alto tribunal do reino.

Acusado de corrupção, o magnata das telecomunicações foi levado sob escolta policial para o Supremo Tribunal pouco depois de ter chegado ao aeroporto Don Mueang de Banguecoque, no seu jato privado, proveniente de Singapura.

O regresso do veterano político, considerado o cérebro do Pheu Thai – que dominou a política tailandesa nos últimos anos e ficou em segundo lugar nas eleições de maio – coincide com a sessão parlamentar de hoje, na qual se espera que o candidato deste partido, Srettha Thaivisin, seja eleito primeiro-ministro.

Desde a revolta que derrubou Thaksin, a Tailândia tem vivido em profunda instabilidade política que tem mantido o país num ciclo entre protestos antigovernamentais, períodos ditatoriais liderados por militares e vazios democráticos.

Numa tentativa de conquistar o poder, o Phue Thai anunciou uma aliança com duas formações ligadas aos militares que realizaram o golpe de Estado em 2014 contra o Governo de Yingluck Shinawatra, irmã de Thaksin, que também venceu as eleições de 2011 à frente do Phue Thai e que se exilou.

22 Ago 2023

Banguecoque | Protestos contra bloqueio na nomeação de PM

Centenas de tailandeses manifestaram-se domingo em Banguecoque para protestar contra o bloqueio político que está a impedir que o vencedor das recentes eleições no país seja nomeado primeiro-ministro.

A afluência ao protesto, que obrigou ao encerramento de um importante cruzamento da capital tailandesa, foi afectada pelas fortes chuvas das monções que caíram em Banguecoque.

Apesar do mau tempo, centenas de pessoas contestaram o bloqueio que se verifica no Senado, que já impediu por duas vezes a nomeação de Pita Limjaroenrat para Chefe do Executivo.

Pita, líder do partido Avançar, que venceu inesperadamente as eleições de 14 de Maio, viu na quarta-feira o Tribunal Constitucional suspender o seu mandato de deputado até que fique concluída uma investigação contra ele por suspeitas de irregularidades durante a campanha.

Depois das duas tentativas falhadas, o Avançar aceitou dar a vez ao seu parceiro de coligação Phue Thai, que ficou em segundo lugar nas eleições, para indicar o primeiro-ministro. A candidatura de Pita foi amplamente bloqueada pelos senadores, o que resultou num impasse político.

O Phue Thai, ligado ao influente clã Shinawatra, fez domingo uma segunda ronda de contactos com formações conservadoras com o objectivo de conseguir um maior apoio e alcançar a maioria simples necessária na votação agendada para a próxima quinta-feira.

25 Jul 2023

Tailândia | PM cessante pede calma a manifestantes

O primeiro-ministro cessante da Tailândia, general Prayut Chan-o-cha, pediu ontem calma aos manifestantes que protestaram na noite de quarta-feira após a rejeição pelo Parlamento da candidatura de Pita Limjaroenrat à chefia do Governo.

Cerca de mil manifestantes reuniram-se na noite de quarta-feira ao redor do Monumento à Democracia, no centro de Banguecoque, para expressar a sua desilusão pela decisão dos parlamentares em bloquear, horas antes, a candidatura a primeiro-ministro do deputado progressista Pita Limjaroenrat.

O general Prayut, que chegou ao poder através de um golpe militar em 2014 e está no cargo desde a eleição como líder interino, disse que “entende” a frustração dos apoiantes do Avançar, segundo o seu porta-voz, Rachada Dhnadirek.

O primeiro-ministro cessante pediu moderação e declarou que “todos devem trabalhar para fazer a Tailândia avançar em direcção à democracia e ao lado da monarquia”, de acordo com Dhnadirek.

O partido de Pita, o Avançar (Move Forward/MFP), venceu por ampla margem as eleições de 14 de Maio, graças ao apoio maioritário dos jovens, que esperavam mudanças profundas no país governado pelos militares há quase uma década.

Na quarta-feira, além de ver a sua candidatura a chefe de Governo rejeitada pelo Parlamento tailandês pela segunda vez, o Tribunal Constitucional do país suspendeu provisoriamente Pita do cargo de deputado devido a uma denúncia sobre uma alegada irregularidade eleitoral.

O candidato do Avançar tem a maioria na câmara alta do parlamento, mas não entre os senadores escolhidos pela ex-junta militar tailandesa (2014-2019).

Apesar da suspensão, Pita ainda pode ser nomeado para o cargo de primeiro-ministro porque, de acordo com a lei tailandesa, o chefe do Governo não é obrigado a ser membro do legislativo, mas não pode participar na votação, nem está autorizado a permanecer no hemiciclo.

21 Jul 2023

Tribunal Constitucional da Tailândia suspende mandato de candidato a primeiro-ministro

O Tribunal Constitucional da Tailândia suspendeu hoje o deputado Pita Limjaroenrat, candidato ao cargo de primeiro-ministro, na sequência da vitória do partido que lidera nas legislativas de maio.

O tribunal anunciou ter aceitado uma queixa contra o líder do partido Move Forward [Avançar], relativo às ações que Pita, de 42 anos, possuía numa cadeia de televisão, durante a campanha eleitoral, o que é proibido pela lei e poderá banir o líder partidário da vida política durante 20 anos.

A mais alta jurisdição tailandesa indicou ter votado a favor da suspensão do deputado, na sequência de um pedido apresentado pela comissão eleitoral tailandesa.

A decisão do Tribunal Constitucional foi anunciada a meio de uma sessão da Assembleia Nacional tailandesa, que deverá aprovar durante o dia a candidatura de Pita a primeiro-ministro.

Apesar da suspensão, o reformista ainda pode ser nomeado para o cargo porque, de acordo com a lei tailandesa, o chefe do Governo não é obrigado a ser membro do legislativo, mas não pode participar na votação, nem está autorizado a permanecer no hemiciclo.

Na semana passada, na primeira votação do parlamento, Pita obteve 321 votos, falhando por 55 votos a escolha dos deputados como primeiro-ministro tailandês. Entretanto, o reformista anunciou já que vai retirar a candidatura a primeiro-ministro se perder a votação de hoje, após um primeiro revés na quinta-feira passada.

19 Jul 2023

Tailandeses protestam contra Senado não eleito

Manifestantes e activistas na Tailândia protestaram ontem nas ruas e na Internet contra os senadores escolhidos a dedo pela antiga junta militar por bloquearem a nomeação do vencedor das eleições como primeiro-ministro.

Em Banguecoque, centenas de pessoas desfilaram em carros para manifestar a rejeição do bloqueio dos senadores, enquanto outras expressaram o descontentamento nas redes sociais, relata o jornal Bangkok Post.

Alguns senadores acusaram os apoiantes do partido Move Forward (Avançar) de lançarem uma “caça às bruxas”, depois de o líder do partido, Pita Limjaroenrat, não ter conseguido chegar à chefia do Governo na passada quinta-feira devido à rejeição imposta pela maioria dos membros do Senado e Parlamento.

A coligação liderada por Limjaroenrat, que inclui também o Pheu Thai, tem uma ampla maioria de 312 dos 500 deputados da Câmara dos Representantes, mas a eleição do primeiro-ministro envolve também 249 senadores (um demitiu-se na quarta-feira) nomeados pela antiga junta militar (2014-2019).

O candidato tem de obter uma maioria absoluta entre a soma das duas câmaras, mas Limjaroenrat só conseguiu obter 324 votos, menos 51 do que o número necessário para ser nomeado primeiro-ministro.

Limjaroenrat foi apoiado por apenas 13 senadores, enquanto 34 se abstiveram, 159 votaram contra e 43 estiveram ausentes.

O maior obstáculo é a promessa eleitoral do Avançar em alterar a lei de lesa-majestade, que prevê penas de prisão até 15 anos para quem criticar a família real.

Mais de metade dos senadores, na sua maioria militares e políticos de tendência conservadora, opõe-se veementemente à alteração.

Ou vai ou racha

O Senado da Tailândia foi criado e eleito inteiramente pela junta militar, que tomou o poder num golpe de Estado em 2014 e foi dissolvido após as eleições de 2019.

A actual Constituição, redigida pelos militares durante o regime ditatorial, estipula um mandato de cinco anos para os senadores, que terminam a legislatura em 2024.

Limjaroenrat indicou que vai voltar a apresentar a sua candidatura a 19 deste mês e que o seu partido vai também tentar abolir o artigo que dá aos senadores o poder de participar na eleição do primeiro-ministro.

No entanto, o candidato progressista deu a entender que passará o testemunho a outro dirigente da coligação se não conseguir ser eleito primeiro-ministro na votação da próxima quarta-feira no Parlamento.

O partido Avançar, com uma agenda reformista de longo prazo, tem um forte apoio entre os jovens eleitores e os manifestantes que saíram à rua em 2020 e 2021 para exigir mudanças radicais no país, incluindo a reforma da lei de lesa-majestade.

A segunda maior economia do Sudeste Asiático, mergulhada num ciclo de violência política há mais de 20 anos, está a viver uma nova onda de tensão entre as elites militares conservadoras no poder e as gerações mais jovens, desejosas de mudança.

16 Jul 2023

Tailândia | Reunião para discutir crise em Myanmar que inclui junta militar

A convocatória com pouco tempo de antecedência gerou mal-estar entre alguns países do sudeste asiático, que criticaram ainda a presença de um representante dos militares no poder na antiga Birmânia
A Tailândia realizou ontem uma reunião informal para discutir a crise política em Myanmar, que inclui representantes da junta militar birmanesa.
A reunião teve como objectivo “apoiar os esforços da ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiático] para resolver a situação em Myanmar”, antiga Birmânia, onde se vive uma profunda crise desde o golpe militar de Fevereiro de 2021.
A reunião foi organizada com pouca antecedência e causou mal-estar entre países parceiros da região, como Indonésia e Malásia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Tailândia, Don Pramudwinai, é o anfitrião do encontro, que junta representantes do Brunei, Camboja, China, Índia, Laos e Vietname, além de um representante da junta militar birmanesa.
A organização da reunião gerou críticas de países vizinhos, que se opõem à participação dos militares birmaneses em qualquer discussão sobre a crise política em Myanmar.
A Indonésia e a Malásia expressaram preocupação com a reunião, pois acreditam que a presença do representante da junta militar possa legitimar o golpe e prejudicar os esforços para restaurar a democracia em Myanmar.
A Tailândia, que está sob um governo provisório após as eleições de Maio, que deu a vitória à oposição, diz que a reunião apela ao “diálogo” como forma de “procurar soluções pacíficas” no Myanmar, país com o qual partilha uma fronteira.
“A Tailândia quer ver uma cessação da violência que acabará por conduzir à paz e à estabilidade em Myanmar”, sustenta-se no comunicado, no qual se sublinha ainda que o encontro não corresponde a uma reunião formal do bloco do Sudeste Asiático, onde o representante estrangeiro da junta militar birmanesa está impedido de participar.

Pontos de discórdia
No entanto, a estratégia da Tailândia, que tem o seu próprio enviado especial em Myanmar e que já anteriormente insistiu em conversações com os representantes da junta, colide com a posição de outros países da ASEAN, como Singapura, Malásia e Indonésia, que se mostram relutantes em dialogar com os militares.
Em cartas, tanto a Indonésia como a Malásia rejeitaram o convite da Tailândia e observaram que é importante apoiar a actual política da ASEAN em relação à crise birmanesa, que inclui o veto dos membros da junta militar birmanesa às reuniões de alto nível do bloco.
Por seu lado, o Governo de Unidade Nacional (NUG, na sigla em inglês) de Myanmar, composto por políticos e activistas, que se afirma como a autoridade legítima do país após a revolta, condenou a iniciativa de Banguecoque.
“Convidar a junta ilegítima para esta discussão não contribuirá para a resolução da crise política de Myanmar”, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do NUG num comunicado, no sábado.
O golpe militar, que derrubou o Governo eleito de Aung San Suu Kyi e pôs fim a uma década de transição democrática, conduziu a uma espiral de violência com novas milícias civis, que acabou por intensificar os conflitos armados que duram há décadas no país.
Mais de 3.650 pessoas morreram em consequência da repressão das forças de segurança, que mataram a tiro manifestantes pacíficos e desarmados, segundo dados da organização não-governamental birmanesa Associação de Assistência aos Presos Políticos.

20 Jun 2023

Tailândia | Abatido atacante barricado em casa após matar três pessoas

A polícia tailandesa informou ontem que abateu um homem que alegadamente matou a tiro três pessoas e feriu duas outras, e que se encontrava barricado numa habitação, no sul do país. O homem foi morto após ter disparado contra agentes da polícia que tentavam detê-lo, durante uma operação que durou mais de 15 horas.

A polícia na província de Petchaburi, a sudoeste de Banguecoque, indicou em comunicado que, após horas de negociações, os agentes finalmente invadiram a casa onde o atirador se refugiara. Os acontecimentos ocorreram na quarta-feira à tarde numa zona comercial movimentada no distrito de Muang (cerca de 140 quilómetros a sudoeste de Banguecoque), e levaram à evacuação de um jardim-de-infância próximo, bem como ao destacamento de uma centena de polícias para negociar com o atacante.

Segundo a imprensa local, o agressor é um ex-soldado de 29 anos que enfrentava uma acusação de agressão física.

23 Mar 2023

Tailândia | PM dissolve Parlamento e antecipa legislativas

O primeiro-ministro tailandês, Prayut Chan-O-Cha, dissolveu ontem o Parlamento, uma medida que abre caminho para eleições parlamentares antecipadas, em Maio. Esta votação, a segunda desde o golpe de 2014, deve ocorrer entre 45 e 60 dias após a dissolução do Parlamento. Provavelmente será marcada para 7 ou 14 de Maio, de acordo com a imprensa tailandesa. O órgão encarregado de fiscalizar as eleições na Tailândia divulgará a data nos próximos dias.

A votação coloca o impopular Prayut, que chegou ao poder através de um golpe militar, contra a filha do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, um desafecto do Exército que apesar de um exílio de mais de 10 anos continua a animar a vida política tailandesa.

Prayut, de 68 anos, legitimado no poder em 2019 através de eleições legislativas polémicas, tem uma longevidade rara para um líder na Tailândia, cuja história política é repleta de golpes [12 bem-sucedidos desde o fim da monarquia absoluta em 1932].

Sangue novo

A dois meses das eleições, Prayut está atrás do principal partido da oposição, Pheu Thai, que obteve metade das intenções de voto, contra 12 por cento para o partido do primeiro-ministro [United Thai Nation Party], segundo uma sondagem realizada com 2.000 pessoas e publicada no domingo.

A líder do partido de oposição, Paetongtarn Shinawatra, de 36 anos, é o novo rosto da família cuja oposição ao poderoso Exército, autoproclamado defensor da monarquia, estrutura a vida política tailandesa há mais de vinte anos.

O seu pai Thaksin serviu como primeiro-ministro entre 2001 e 2006, antes de ser derrubado, enquanto a sua tia Yingluck liderou o governo de 2011 a 2014 até o golpe de Prayut. O partido Move Forward [17 por cento das intenções de voto], a surpresa nas urnas em 2019 graças ao seu jovem eleitorado, espera capitalizar os eleitores que participaram nas manifestações pró-democracia em 2020.

O primeiro-ministro é indicado tanto pelos deputados quanto pelos 250 senadores, indicados pelo governo, que tendem a favorecer um candidato próximo aos militares.

21 Mar 2023

Turismo | Influenciadores digitais tailandeses visitam Macau

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) convidou um grupo de 20 influenciadores digitais da Tailândia e jornalistas para mostrar o que de melhor Macau tem para oferecer na área do turismo.

A visita teve início na segunda-feira e terminou ontem, sendo que entre os próximos dias 13 e 16 haverá uma nova visita, mas, desta vez, com mais de 20 operadores turísticos do país do sudeste asiático. Segundo um comunicado, o Governo pretende, com estas iniciativas, “atrair os visitantes tailandeses a escolherem Macau para viajar, diversificar o mercado de visitantes e promover a recuperação do turismo e da economia”.

O grupo incluiu cinco influenciadores digitais de viagens e de gastronomia, bem como apresentadores de quatro grandes canais de televisão. A delegação visitou os principais monumentos do território e resorts, incluindo locais como o Museu do Grande Prémio de Macau, a MinM Plaza, o Museu Marítimo, a Torre de Macau e a Doca dos Pescadores. Houve ainda tempo para explorar os melhores pratos oferecidos aos turistas, tendo em conta que Macau é uma Cidade Criativa da Gastronomia da UNESCO.

Os influenciadores e apresentadores de televisão convidados pelo Governo têm 30 milhões de seguidores nos seus perfis nas redes sociais, esperando-se, assim, da parte da DST, que os turistas tailandeses tenham mais interesse em visitar a RAEM. Antes da pandemia, a Tailândia constituía o décimo maior mercado de visitantes para Macau, sendo que, em 2019, o território recebeu mais de 150 mil turistas. “Com a retoma gradual dos voos entre Macau e a Tailândia, a DST aproveita a oportunidade para reforçar a promoção através de diferentes meios”, aponta ainda a mesma nota.

10 Mar 2023

Tailândia exige vacinação contra covid-19 a todos os viajantes

A Tailândia começou hoje a exigir um certificado de vacinação contra a covid-19 a todas as pessoas que entram no país, uma restrição aprovada após a reabertura da China e criticada pelas associações de turismo.

A partir de hoje e, pelo menos até 31 de janeiro, os viajantes devem apresentar, na altura do embarque para a Tailândia, um certificado que comprove a vacinação, enquanto os não vacinados devem apresentar atestado médico ou documento que comprove a recuperação.

A política, anunciada na quinta-feira, coincide com a reabertura das fronteiras da China, que era até ao início da pandemia uma das principais fontes de turistas para a Tailândia.

No domingo, o Departamento de Aviação Civil da Tailândia confirmou que os passageiros que não puderem comprovar terem a vacinação em dia devem realizar um teste para detetar o novo coronavírus à chegada ao país.

Além disso, os visitantes cujos países de origem solicitam um teste de ácido nucleico à chegada, como é o caso da China e da Índia, devem também ter um seguro especial para covid-19, com uma cobertura de pelo menos 10 mil dólares caso testem positivo antes do voo de regresso.

A Associação de Turismo da ilha de Phuket (oeste), um dos principais turísticos tailandeses, criticou em comunicado a pressa das autoridades tailandesas e a confusão na divulgação da medida.

De acordo com a associação, que diz ter tomado conhecimento da mudança de política através dos meios de comunicação social, muitos turistas já estavam em trânsito para a Tailândia quando a medida foi anunciada.

Os ministérios da Saúde e dos Negócios Estrangeiros tailandeses não mencionam os novos requisitos nos seus portais na internet, e apenas a Aviação Civil do país publicou um documento, em tailandês.

As autoridades tailandesas têm insistido que as medidas não visam discriminar os viajantes provenientes da China, onde o relaxamento das restrições antecedeu uma onda inédita de infeções.

A China levantou no domingo a quarentena obrigatória para viajantes do estrangeiro, pondo fim a três anos de isolamento.

Mais de uma dezena de países, entre os quais Portugal, passaram a exigir aos viajantes oriundos daquele país um teste negativo à covid-19 para entrar nos seus territórios.

A Tailândia recebeu mais de 10 milhões de turistas em 2022, números ainda assim muito inferiores aos registados antes da pandemia da covid-19. Em 2019, o país tinha registado um recorde de 39,8 milhões de visitantes.

9 Jan 2023

Navio da marinha tailandesa naufraga, salvamento de marinheiros em curso

Um navio da marinha tailandesa naufragou no domingo no Golfo da Tailândia e equipas de salvamento estão no local para os trabalhos de resgate de cerca de três dezenas de marinheiros que se encontram ainda na água.

A meio da manhã de hoje, 75 marinheiros tinham sido resgatados e 31 ainda estavam na água, disse fonte da marinha citada pela agência Associated Press.

No domingo à noite, ventos fortes atiraram água do mar para a corveta HTMS Sukhothai e derrubaram o sistema elétrico. A Marinha Real tailandesa enviou três fragatas e dois helicópteros para tentar ajudar o navio e remover a água do mar, mas não possível fazê-lo devido aos ventos fortes.

A perda de potência permitiu que mais água do mar entrasse no navio, fazendo com que este se afundasse.

O acidente ocorreu quando o navio de guerra estava em patrulha no mar a 32 quilómetros do cais no distrito de Bangsaphan, na província de Prachuap Khiri Khan.

Enquanto o norte e o centro da Tailândia vivem as temperaturas mais frias do ano, o sul da Tailândia tem vindo a sofrer tempestades e inundações nos últimos dias. Os navios foram avisados para permanecerem ancorados nos portos.

19 Dez 2022

Tailândia | Previsão de 10 milhões de turistas atingida

A Tailândia alcançou no sábado a previsão de 10 milhões de turistas em 2022, números inferiores aos registados antes da pandemia da covid-19, mas que sustentam a recuperação deste sector-chave da economia do país.

Para celebrar o marco, que cumpre a previsão realizada em Agosto pelo Ministério do Turismo, os visitantes foram recebidos com uma série de presentes em vários aeroportos do país e em fronteiras terrestres, num evento baptizado de “Amazing Thailand 10 Million Celebrations”.

O primeiro-ministro, Prayuth Chan-ocha, tem previsto dar as boas-vindas no aeroporto internacional Suvarnabhumi, no este de Banguecoque, aos passageiros de um voo da Arábia Saudita, que segundo as autoridades locais, completa a marca dos 10 milhões de visitantes.

A crise sanitária causou estragos no sector turístico da Tailândia, que em 2019 registou um recorde de 39,8 milhões de visitantes, um sector-chave para a segunda economia do sudeste asiático que antes da covid-19, representava entre 12 e 20 por cento do Produto Interno Bruto tailandês.

O Governo da Tailândia indicou em Setembro que estimava alcançar os 32 milhões de turistas em 2023, o equivalente a 80 por cento dos visitantes antes da pandemia, ainda que recentemente se tenha mostrado cauteloso face a uma possível desaceleração.

12 Dez 2022

Comboios de alta velocidade vão ligar China e Tailândia

A importância comercial destes projectos é inegável e vai trazer um desenvolvimento único a estas regiões

 

O projecto ferroviário China-Tailândia, que foi assinado e lançado em 2021, é uma construção conjunta e um projecto emblemático da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, entre a China e a Tailândia. O caminho-de-ferro é o primeiro de alta velocidade da Tailândia e um dos primeiros projectos ferroviários de alta velocidade fora da China que utiliza normas chinesas de concepção de caminhos-de-ferro de alta velocidade, sendo financiado pelo próprio país anfitrião.

Segundo o plano de construção, o projecto ferroviário está dividido em duas fases. A primeira fase do projecto liga Bangkok e Nakhon Ratchasima, uma porta de entrada para o nordeste da Tailândia, com cerca de 252,3 quilómetros.

A segunda fase, com cerca de 356 quilómetros, estender-se-á até Nong Khai, uma importante cidade de comércio fronteiriço no nordeste da Tailândia, do outro lado do rio a partir de Vientiane, a capital do Laos, para realizar a ligação com a linha férrea China-Laos.

A empresa que gere os caminhos-de-ferro estatais da Tailândia disse recentemente aos media que a primeira fase deste projecto ferroviário China-Tailândia está a progredir rapidamente, e cerca de 12% já foi concluído e espera-se que complete 20% este ano.

O Ministério dos Transportes tailandês atribui grande importância ao projecto ferroviário, porque o projecto pode trazer vários benefícios, tais como o turismo e o desenvolvimento económico, diz o relatório.

Despoletar novo potencial

Após a abertura da nova linha férrea, serão necessários apenas 90 minutos de Banguecoque a Nakhon Ratchasima, em comparação com as actuais 4,5 horas e meia. Contudo, como quaisquer outros grandes projectos de infra-estruturas, existem desafios.

Os contratos de construção ferroviária podem exigir renegociação, informou o Bangkok Post, citando uma fonte dentro do Ministério dos Transportes tailandês, uma vez que a construção da primeira fase do projecto entre Bangkok e Nakhon Ratchasima está atrasada em relação ao previsto.

O atraso relatado foi largamente atribuído a restrições pandémicas da COVID-19, a atrasos significativos no processo de expropriação de terras, e à relocalização de linhas de serviços públicos em redor do estaleiro de construção, segundo o relatório.

Apesar de certas dificuldades, os peritos acreditam que as questões são controláveis e que o projecto será concluído como amplamente esperado. “Qualquer projecto de infra-estruturas de grande escala exige um aperfeiçoamento contínuo quando for tentado no estrangeiro, para não mencionar que a construção do caminho-de-ferro é a primeira do seu género na área local… acredito que as questões são controláveis, e com os esforços conjuntos de ambas as partes, o projecto global será concluído com sucesso”, disse Zhao Gancheng, um investigador do Instituto de Estudos Internacionais de Xangai.

O caminho-de-ferro também chamou a atenção de alguns dos meios de comunicação ocidentais que olham para o projecto com parcialidade, afirmando que a linha ferroviária poderia suscitar “alguma forma de preocupação por parte de certos governos da região, mas também o QUAD, do ponto de vista da segurança”, informou o VOA News.

“Como um projecto de investimento em grande escala, o custo do caminho-de-ferro não pode ser recuperado a curto prazo, e deve ser considerado que desempenha um papel de apoio em áreas como a indústria, comércio e emprego ao longo da linha… de facto, a cooperação em projectos de infra-estruturas entre a China e os membros da ASEAN não conduzirá a uma chamada “armadilha da dívida”, mas pode efectivamente promover o desenvolvimento das economias e da sociedade locais”, disse Gu Xiaosong.

As obras civis actualmente em curso incluem pontes, leitos de estradas, túneis, e edifícios de estações, e a primeira fase do projecto ferroviário China-Tailândia deverá estar concluída em 2027, disse Ma Shengshuang, director-geral do China Railway Design Group Co’s Thailand Branch.

Ao mesmo tempo, tendo já passado uma avaliação de impacto ambiental, espera-se que a segunda fase esteja concluída cerca de 3-4 anos após a primeira fase, ou entre 2029 e 2030, de acordo com outro relatório publicado pelo Bangkok Post.

China e Laos já estão ligadas por alta velocidade

O caminho-de-ferro China-Tailândia fornecerá conectividade entre os países do sudeste asiático e a China, e trará benefícios tangíveis a toda a região, ao mesmo tempo que injectará um novo ímpeto no desenvolvimento regional, afirmaram peritos e representantes empresariais.

A Yunnan Easy Trans International Freight Forwarder Co, a empresa de logística e comércio com negócios relacionados com a China-Laos Railway, está entusiasmada com o futuro lançamento da actualização da ligação ferroviária na região.

Yang Yuepeng, director-geral da empresa, disse que após a conclusão do caminho-de-ferro China-Tailândia, o transporte será mais conveniente e o custo do transporte será grandemente reduzido. “Até lá, mais empresas irão expandir os seus projectos na Tailândia, e mais tailandeses irão acreditar no ‘Made in China'”, disse Yang.

Desde a abertura do caminho-de-ferro China-Laos, que vai de Kunming a Vientiane, a integração do transporte e comércio tem acelerado grandemente o crescimento do comércio fronteiriço, com cada vez mais projectos de intercâmbio e categorias comerciais, disse Yang. Nos 11 meses desde a abertura do caminho-de-ferro China-Laos, os dados financeiros da empresa de Yang para 2022 aumentaram 15,8% numa base anual em comparação com os dados financeiros para 2021.

“Embora o caminho-de-ferro China-Tailândia ainda esteja em construção, a Tailândia, a China e o Laos estão ligados por caminho-de-ferro, o que reflecte o conceito do caminho-de-ferro Trans-Asiático”, disse Zhao.

Após a conclusão do caminho-de-ferro, pode melhorar consideravelmente a construção do moderno sistema ferroviário da Tailândia, e se puder ser efectivamente ligado ao caminho-de-ferro China-Laos no futuro, irá definitivamente ajudar o desenvolvimento económico de toda a região, disse Zhao.

“O nosso objectivo final é construir o caminho-de-ferro Trans-Asiático, um caminho-de-ferro que atravessa a Península da Indochina e liga o Laos, Tailândia, Malásia e Singapura… Quando este caminho-de-ferro estiver concluído, ligará estreitamente as áreas interiores da ASEAN e da China, e será benéfico para toda a região terrestre sob a comunidade de um futuro comum”, disse o perito.

22 Nov 2022

Dezenas de crianças e adultos mortos num ataque em creche na Tailândia

Cerca de 30 pessoas, incluindo crianças, foram mortas hoje na Tailândia num tiroteio numa creche, disse a polícia tailandesa. Um coronel da polícia disse que pelo menos 23 crianças estão entre as vítimas mortais, segundo a AFP.

O ataque ocorreu em Nong Bua Lamphu, no nordeste do país do sudeste asiático. A polícia disse que crianças e adultos estão entre as vítimas, noticiou a televisão britânica BBC. O agressor usou armas de fogo e esfaqueou crianças e adultos, e pôs-se em fuga.

A polícia divulgou um cartaz com a imagem do principal suspeito, um antigo agente da polícia de 34 anos, segundo a agência francesa AFP. O suspeito está na posse de uma espingarda, uma pistola e uma faca, disse a polícia. As autoridades disseram desconhecer o motivo do ataque.

6 Out 2022

Vietname e Tailândia vão trabalhar para aumentar preço internacional do arroz

O Vietname e a Tailândia, o segundo e terceiro maiores exportadores de arroz do mundo, vão trabalhar em conjunto para aumentar o preço internacional do arroz, visando melhorar a situação financeira dos agricultores, revelou hoje um responsável governamental.

O conselheiro do Ministério da Agricultura tailandês, Alongkorn Phonbutr, explicou em comunicado que os dois países chegaram a um acordo, depois de verificarem que o preço do arroz no mercado internacional é “excessivamente baixo” e “injusto” para os países produtores e para os seus agricultores.

No entanto, não deu detalhes sobre qual o nível de preços definido para o mercado internacional, nem deu grandes pormenores sobre o plano que prevêem pôr em prática.

Entretanto, o preço do arroz no mercado internacional caiu de 404 dólares por tonelada em 2019-2021 para 394 dólares este ano, apesar de se prever que o preço suba para 400 dólares por tonelada no próximo ano, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Alongkorn esclareceu ainda que o acordo foi alcançado numa recente visita oficial ao Vietname, na qual os dois países retomaram as negociações iniciadas em maio do ano passado, visando mitigar o que consideram baixos preços do arroz num ambiente de crescente inflação a nível mundial.

“[O preço atual] não tem lógica com o aumento dos custos de produção, bem como a subida dos preços dos fertilizantes e do combustível devido ao impacto da crise da covid-19 e da guerra russo-ucraniana”, lembrou o assessor governamental.

Alongkorn referiu também que os agricultores “estão endividados” por causa dos elevados custos de produção, o que, na sua opinião, pode levá-los a reduzir a produção de arroz, o que agravaria os atuais problemas de segurança alimentar.

O conselheiro disse ainda que o plano de aumento de preços inclui a cooperação com as associações de produtores de arroz e que vão procurar juntar-se a outros países asiáticos produtores e exportadores.

Em 2021, o maior exportador mundial de arroz foi a Índia, com 19,55 milhões de toneladas, seguido pelo Vietname (6,24 milhões de toneladas) e a Tailândia (6,11 milhões de toneladas).

30 Ago 2022

Incêndio na discoteca na Tailândia causou 17 mortos e 29 feridos graves

O número de mortos provocado pelo incêndio, na sexta-feira, numa discoteca perto da cidade turística de Pattaya, na Tailândia, subiu para 17, enquanto 29 feridos permanecem no hospital, informaram hoje as autoridades locais.

“A 17.ª vítima é uma oficial da marinha, de 40 anos”, anunciaram na rede social Facebook os socorristas do distrito de Sattahip, citando a unidade de queimados do Hospital Siriraj em Banguecoque, onde a mulher estava a receber tratamento.

O incêndio deflagrou na “Mountain B”, uma discoteca a cerca de 180 quilómetros a sudeste da capital, segundo os bombeiros, que sublinharam terem sido necessárias mais de duas horas para controlar o fogo devido à grande quantidade de material inflamável dentro das instalações.

Vídeos publicados ‘online’ pelas equipas de salvamento mostram as instalações envoltas em enormes chamas e dezenas de pessoas a fugir do incêndio. Um relatório inicial de socorro falava de 13 mortes no local e cerca de 40 feridos. Outras quatro pessoas sucumbiram mais tarde aos ferimentos.

Autoridades da província de Chonburi, onde a tragédia ocorreu, disseram hoje que 29 pessoas estão ainda no hospital, incluindo 15 ligados a ventiladores. O dono da discoteca foi preso no sábado, antes de ser libertado sob fiança por um tribunal na segunda-feira.

A presença nas paredes da discoteca de espuma acústica, destinada a isolar o ruído , favoreceu a propagação do fogo, segundo os socorristas. De acordo com uma investigação policial preliminar, a “Mountain B” tinha recebido autorização das autoridades para funcionar como restaurante, mas não como discoteca.

No dia seguinte ao incêndio, o primeiro-ministro tailandês Prayut Chan-O-Cha pediu a imposição de padrões de segurança mais rígidos, sublinhando o impacto negativo do caso na imagem da Tailândia como destino turístico.

11 Ago 2022