Tailândia | PM cessante pede calma a manifestantes

O primeiro-ministro cessante da Tailândia, general Prayut Chan-o-cha, pediu ontem calma aos manifestantes que protestaram na noite de quarta-feira após a rejeição pelo Parlamento da candidatura de Pita Limjaroenrat à chefia do Governo.

Cerca de mil manifestantes reuniram-se na noite de quarta-feira ao redor do Monumento à Democracia, no centro de Banguecoque, para expressar a sua desilusão pela decisão dos parlamentares em bloquear, horas antes, a candidatura a primeiro-ministro do deputado progressista Pita Limjaroenrat.

O general Prayut, que chegou ao poder através de um golpe militar em 2014 e está no cargo desde a eleição como líder interino, disse que “entende” a frustração dos apoiantes do Avançar, segundo o seu porta-voz, Rachada Dhnadirek.

O primeiro-ministro cessante pediu moderação e declarou que “todos devem trabalhar para fazer a Tailândia avançar em direcção à democracia e ao lado da monarquia”, de acordo com Dhnadirek.

O partido de Pita, o Avançar (Move Forward/MFP), venceu por ampla margem as eleições de 14 de Maio, graças ao apoio maioritário dos jovens, que esperavam mudanças profundas no país governado pelos militares há quase uma década.

Na quarta-feira, além de ver a sua candidatura a chefe de Governo rejeitada pelo Parlamento tailandês pela segunda vez, o Tribunal Constitucional do país suspendeu provisoriamente Pita do cargo de deputado devido a uma denúncia sobre uma alegada irregularidade eleitoral.

O candidato do Avançar tem a maioria na câmara alta do parlamento, mas não entre os senadores escolhidos pela ex-junta militar tailandesa (2014-2019).

Apesar da suspensão, Pita ainda pode ser nomeado para o cargo de primeiro-ministro porque, de acordo com a lei tailandesa, o chefe do Governo não é obrigado a ser membro do legislativo, mas não pode participar na votação, nem está autorizado a permanecer no hemiciclo.

21 Jul 2023

Tribunal Constitucional da Tailândia suspende mandato de candidato a primeiro-ministro

O Tribunal Constitucional da Tailândia suspendeu hoje o deputado Pita Limjaroenrat, candidato ao cargo de primeiro-ministro, na sequência da vitória do partido que lidera nas legislativas de maio.

O tribunal anunciou ter aceitado uma queixa contra o líder do partido Move Forward [Avançar], relativo às ações que Pita, de 42 anos, possuía numa cadeia de televisão, durante a campanha eleitoral, o que é proibido pela lei e poderá banir o líder partidário da vida política durante 20 anos.

A mais alta jurisdição tailandesa indicou ter votado a favor da suspensão do deputado, na sequência de um pedido apresentado pela comissão eleitoral tailandesa.

A decisão do Tribunal Constitucional foi anunciada a meio de uma sessão da Assembleia Nacional tailandesa, que deverá aprovar durante o dia a candidatura de Pita a primeiro-ministro.

Apesar da suspensão, o reformista ainda pode ser nomeado para o cargo porque, de acordo com a lei tailandesa, o chefe do Governo não é obrigado a ser membro do legislativo, mas não pode participar na votação, nem está autorizado a permanecer no hemiciclo.

Na semana passada, na primeira votação do parlamento, Pita obteve 321 votos, falhando por 55 votos a escolha dos deputados como primeiro-ministro tailandês. Entretanto, o reformista anunciou já que vai retirar a candidatura a primeiro-ministro se perder a votação de hoje, após um primeiro revés na quinta-feira passada.

19 Jul 2023

Tailandeses protestam contra Senado não eleito

Manifestantes e activistas na Tailândia protestaram ontem nas ruas e na Internet contra os senadores escolhidos a dedo pela antiga junta militar por bloquearem a nomeação do vencedor das eleições como primeiro-ministro.

Em Banguecoque, centenas de pessoas desfilaram em carros para manifestar a rejeição do bloqueio dos senadores, enquanto outras expressaram o descontentamento nas redes sociais, relata o jornal Bangkok Post.

Alguns senadores acusaram os apoiantes do partido Move Forward (Avançar) de lançarem uma “caça às bruxas”, depois de o líder do partido, Pita Limjaroenrat, não ter conseguido chegar à chefia do Governo na passada quinta-feira devido à rejeição imposta pela maioria dos membros do Senado e Parlamento.

A coligação liderada por Limjaroenrat, que inclui também o Pheu Thai, tem uma ampla maioria de 312 dos 500 deputados da Câmara dos Representantes, mas a eleição do primeiro-ministro envolve também 249 senadores (um demitiu-se na quarta-feira) nomeados pela antiga junta militar (2014-2019).

O candidato tem de obter uma maioria absoluta entre a soma das duas câmaras, mas Limjaroenrat só conseguiu obter 324 votos, menos 51 do que o número necessário para ser nomeado primeiro-ministro.

Limjaroenrat foi apoiado por apenas 13 senadores, enquanto 34 se abstiveram, 159 votaram contra e 43 estiveram ausentes.

O maior obstáculo é a promessa eleitoral do Avançar em alterar a lei de lesa-majestade, que prevê penas de prisão até 15 anos para quem criticar a família real.

Mais de metade dos senadores, na sua maioria militares e políticos de tendência conservadora, opõe-se veementemente à alteração.

Ou vai ou racha

O Senado da Tailândia foi criado e eleito inteiramente pela junta militar, que tomou o poder num golpe de Estado em 2014 e foi dissolvido após as eleições de 2019.

A actual Constituição, redigida pelos militares durante o regime ditatorial, estipula um mandato de cinco anos para os senadores, que terminam a legislatura em 2024.

Limjaroenrat indicou que vai voltar a apresentar a sua candidatura a 19 deste mês e que o seu partido vai também tentar abolir o artigo que dá aos senadores o poder de participar na eleição do primeiro-ministro.

No entanto, o candidato progressista deu a entender que passará o testemunho a outro dirigente da coligação se não conseguir ser eleito primeiro-ministro na votação da próxima quarta-feira no Parlamento.

O partido Avançar, com uma agenda reformista de longo prazo, tem um forte apoio entre os jovens eleitores e os manifestantes que saíram à rua em 2020 e 2021 para exigir mudanças radicais no país, incluindo a reforma da lei de lesa-majestade.

A segunda maior economia do Sudeste Asiático, mergulhada num ciclo de violência política há mais de 20 anos, está a viver uma nova onda de tensão entre as elites militares conservadoras no poder e as gerações mais jovens, desejosas de mudança.

16 Jul 2023

Tailândia | Reunião para discutir crise em Myanmar que inclui junta militar

A convocatória com pouco tempo de antecedência gerou mal-estar entre alguns países do sudeste asiático, que criticaram ainda a presença de um representante dos militares no poder na antiga Birmânia
A Tailândia realizou ontem uma reunião informal para discutir a crise política em Myanmar, que inclui representantes da junta militar birmanesa.
A reunião teve como objectivo “apoiar os esforços da ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiático] para resolver a situação em Myanmar”, antiga Birmânia, onde se vive uma profunda crise desde o golpe militar de Fevereiro de 2021.
A reunião foi organizada com pouca antecedência e causou mal-estar entre países parceiros da região, como Indonésia e Malásia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Tailândia, Don Pramudwinai, é o anfitrião do encontro, que junta representantes do Brunei, Camboja, China, Índia, Laos e Vietname, além de um representante da junta militar birmanesa.
A organização da reunião gerou críticas de países vizinhos, que se opõem à participação dos militares birmaneses em qualquer discussão sobre a crise política em Myanmar.
A Indonésia e a Malásia expressaram preocupação com a reunião, pois acreditam que a presença do representante da junta militar possa legitimar o golpe e prejudicar os esforços para restaurar a democracia em Myanmar.
A Tailândia, que está sob um governo provisório após as eleições de Maio, que deu a vitória à oposição, diz que a reunião apela ao “diálogo” como forma de “procurar soluções pacíficas” no Myanmar, país com o qual partilha uma fronteira.
“A Tailândia quer ver uma cessação da violência que acabará por conduzir à paz e à estabilidade em Myanmar”, sustenta-se no comunicado, no qual se sublinha ainda que o encontro não corresponde a uma reunião formal do bloco do Sudeste Asiático, onde o representante estrangeiro da junta militar birmanesa está impedido de participar.

Pontos de discórdia
No entanto, a estratégia da Tailândia, que tem o seu próprio enviado especial em Myanmar e que já anteriormente insistiu em conversações com os representantes da junta, colide com a posição de outros países da ASEAN, como Singapura, Malásia e Indonésia, que se mostram relutantes em dialogar com os militares.
Em cartas, tanto a Indonésia como a Malásia rejeitaram o convite da Tailândia e observaram que é importante apoiar a actual política da ASEAN em relação à crise birmanesa, que inclui o veto dos membros da junta militar birmanesa às reuniões de alto nível do bloco.
Por seu lado, o Governo de Unidade Nacional (NUG, na sigla em inglês) de Myanmar, composto por políticos e activistas, que se afirma como a autoridade legítima do país após a revolta, condenou a iniciativa de Banguecoque.
“Convidar a junta ilegítima para esta discussão não contribuirá para a resolução da crise política de Myanmar”, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do NUG num comunicado, no sábado.
O golpe militar, que derrubou o Governo eleito de Aung San Suu Kyi e pôs fim a uma década de transição democrática, conduziu a uma espiral de violência com novas milícias civis, que acabou por intensificar os conflitos armados que duram há décadas no país.
Mais de 3.650 pessoas morreram em consequência da repressão das forças de segurança, que mataram a tiro manifestantes pacíficos e desarmados, segundo dados da organização não-governamental birmanesa Associação de Assistência aos Presos Políticos.

20 Jun 2023

Tailândia | Abatido atacante barricado em casa após matar três pessoas

A polícia tailandesa informou ontem que abateu um homem que alegadamente matou a tiro três pessoas e feriu duas outras, e que se encontrava barricado numa habitação, no sul do país. O homem foi morto após ter disparado contra agentes da polícia que tentavam detê-lo, durante uma operação que durou mais de 15 horas.

A polícia na província de Petchaburi, a sudoeste de Banguecoque, indicou em comunicado que, após horas de negociações, os agentes finalmente invadiram a casa onde o atirador se refugiara. Os acontecimentos ocorreram na quarta-feira à tarde numa zona comercial movimentada no distrito de Muang (cerca de 140 quilómetros a sudoeste de Banguecoque), e levaram à evacuação de um jardim-de-infância próximo, bem como ao destacamento de uma centena de polícias para negociar com o atacante.

Segundo a imprensa local, o agressor é um ex-soldado de 29 anos que enfrentava uma acusação de agressão física.

23 Mar 2023

Tailândia | PM dissolve Parlamento e antecipa legislativas

O primeiro-ministro tailandês, Prayut Chan-O-Cha, dissolveu ontem o Parlamento, uma medida que abre caminho para eleições parlamentares antecipadas, em Maio. Esta votação, a segunda desde o golpe de 2014, deve ocorrer entre 45 e 60 dias após a dissolução do Parlamento. Provavelmente será marcada para 7 ou 14 de Maio, de acordo com a imprensa tailandesa. O órgão encarregado de fiscalizar as eleições na Tailândia divulgará a data nos próximos dias.

A votação coloca o impopular Prayut, que chegou ao poder através de um golpe militar, contra a filha do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, um desafecto do Exército que apesar de um exílio de mais de 10 anos continua a animar a vida política tailandesa.

Prayut, de 68 anos, legitimado no poder em 2019 através de eleições legislativas polémicas, tem uma longevidade rara para um líder na Tailândia, cuja história política é repleta de golpes [12 bem-sucedidos desde o fim da monarquia absoluta em 1932].

Sangue novo

A dois meses das eleições, Prayut está atrás do principal partido da oposição, Pheu Thai, que obteve metade das intenções de voto, contra 12 por cento para o partido do primeiro-ministro [United Thai Nation Party], segundo uma sondagem realizada com 2.000 pessoas e publicada no domingo.

A líder do partido de oposição, Paetongtarn Shinawatra, de 36 anos, é o novo rosto da família cuja oposição ao poderoso Exército, autoproclamado defensor da monarquia, estrutura a vida política tailandesa há mais de vinte anos.

O seu pai Thaksin serviu como primeiro-ministro entre 2001 e 2006, antes de ser derrubado, enquanto a sua tia Yingluck liderou o governo de 2011 a 2014 até o golpe de Prayut. O partido Move Forward [17 por cento das intenções de voto], a surpresa nas urnas em 2019 graças ao seu jovem eleitorado, espera capitalizar os eleitores que participaram nas manifestações pró-democracia em 2020.

O primeiro-ministro é indicado tanto pelos deputados quanto pelos 250 senadores, indicados pelo governo, que tendem a favorecer um candidato próximo aos militares.

21 Mar 2023

Turismo | Influenciadores digitais tailandeses visitam Macau

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) convidou um grupo de 20 influenciadores digitais da Tailândia e jornalistas para mostrar o que de melhor Macau tem para oferecer na área do turismo.

A visita teve início na segunda-feira e terminou ontem, sendo que entre os próximos dias 13 e 16 haverá uma nova visita, mas, desta vez, com mais de 20 operadores turísticos do país do sudeste asiático. Segundo um comunicado, o Governo pretende, com estas iniciativas, “atrair os visitantes tailandeses a escolherem Macau para viajar, diversificar o mercado de visitantes e promover a recuperação do turismo e da economia”.

O grupo incluiu cinco influenciadores digitais de viagens e de gastronomia, bem como apresentadores de quatro grandes canais de televisão. A delegação visitou os principais monumentos do território e resorts, incluindo locais como o Museu do Grande Prémio de Macau, a MinM Plaza, o Museu Marítimo, a Torre de Macau e a Doca dos Pescadores. Houve ainda tempo para explorar os melhores pratos oferecidos aos turistas, tendo em conta que Macau é uma Cidade Criativa da Gastronomia da UNESCO.

Os influenciadores e apresentadores de televisão convidados pelo Governo têm 30 milhões de seguidores nos seus perfis nas redes sociais, esperando-se, assim, da parte da DST, que os turistas tailandeses tenham mais interesse em visitar a RAEM. Antes da pandemia, a Tailândia constituía o décimo maior mercado de visitantes para Macau, sendo que, em 2019, o território recebeu mais de 150 mil turistas. “Com a retoma gradual dos voos entre Macau e a Tailândia, a DST aproveita a oportunidade para reforçar a promoção através de diferentes meios”, aponta ainda a mesma nota.

10 Mar 2023

Tailândia exige vacinação contra covid-19 a todos os viajantes

A Tailândia começou hoje a exigir um certificado de vacinação contra a covid-19 a todas as pessoas que entram no país, uma restrição aprovada após a reabertura da China e criticada pelas associações de turismo.

A partir de hoje e, pelo menos até 31 de janeiro, os viajantes devem apresentar, na altura do embarque para a Tailândia, um certificado que comprove a vacinação, enquanto os não vacinados devem apresentar atestado médico ou documento que comprove a recuperação.

A política, anunciada na quinta-feira, coincide com a reabertura das fronteiras da China, que era até ao início da pandemia uma das principais fontes de turistas para a Tailândia.

No domingo, o Departamento de Aviação Civil da Tailândia confirmou que os passageiros que não puderem comprovar terem a vacinação em dia devem realizar um teste para detetar o novo coronavírus à chegada ao país.

Além disso, os visitantes cujos países de origem solicitam um teste de ácido nucleico à chegada, como é o caso da China e da Índia, devem também ter um seguro especial para covid-19, com uma cobertura de pelo menos 10 mil dólares caso testem positivo antes do voo de regresso.

A Associação de Turismo da ilha de Phuket (oeste), um dos principais turísticos tailandeses, criticou em comunicado a pressa das autoridades tailandesas e a confusão na divulgação da medida.

De acordo com a associação, que diz ter tomado conhecimento da mudança de política através dos meios de comunicação social, muitos turistas já estavam em trânsito para a Tailândia quando a medida foi anunciada.

Os ministérios da Saúde e dos Negócios Estrangeiros tailandeses não mencionam os novos requisitos nos seus portais na internet, e apenas a Aviação Civil do país publicou um documento, em tailandês.

As autoridades tailandesas têm insistido que as medidas não visam discriminar os viajantes provenientes da China, onde o relaxamento das restrições antecedeu uma onda inédita de infeções.

A China levantou no domingo a quarentena obrigatória para viajantes do estrangeiro, pondo fim a três anos de isolamento.

Mais de uma dezena de países, entre os quais Portugal, passaram a exigir aos viajantes oriundos daquele país um teste negativo à covid-19 para entrar nos seus territórios.

A Tailândia recebeu mais de 10 milhões de turistas em 2022, números ainda assim muito inferiores aos registados antes da pandemia da covid-19. Em 2019, o país tinha registado um recorde de 39,8 milhões de visitantes.

9 Jan 2023

Navio da marinha tailandesa naufraga, salvamento de marinheiros em curso

Um navio da marinha tailandesa naufragou no domingo no Golfo da Tailândia e equipas de salvamento estão no local para os trabalhos de resgate de cerca de três dezenas de marinheiros que se encontram ainda na água.

A meio da manhã de hoje, 75 marinheiros tinham sido resgatados e 31 ainda estavam na água, disse fonte da marinha citada pela agência Associated Press.

No domingo à noite, ventos fortes atiraram água do mar para a corveta HTMS Sukhothai e derrubaram o sistema elétrico. A Marinha Real tailandesa enviou três fragatas e dois helicópteros para tentar ajudar o navio e remover a água do mar, mas não possível fazê-lo devido aos ventos fortes.

A perda de potência permitiu que mais água do mar entrasse no navio, fazendo com que este se afundasse.

O acidente ocorreu quando o navio de guerra estava em patrulha no mar a 32 quilómetros do cais no distrito de Bangsaphan, na província de Prachuap Khiri Khan.

Enquanto o norte e o centro da Tailândia vivem as temperaturas mais frias do ano, o sul da Tailândia tem vindo a sofrer tempestades e inundações nos últimos dias. Os navios foram avisados para permanecerem ancorados nos portos.

19 Dez 2022

Tailândia | Previsão de 10 milhões de turistas atingida

A Tailândia alcançou no sábado a previsão de 10 milhões de turistas em 2022, números inferiores aos registados antes da pandemia da covid-19, mas que sustentam a recuperação deste sector-chave da economia do país.

Para celebrar o marco, que cumpre a previsão realizada em Agosto pelo Ministério do Turismo, os visitantes foram recebidos com uma série de presentes em vários aeroportos do país e em fronteiras terrestres, num evento baptizado de “Amazing Thailand 10 Million Celebrations”.

O primeiro-ministro, Prayuth Chan-ocha, tem previsto dar as boas-vindas no aeroporto internacional Suvarnabhumi, no este de Banguecoque, aos passageiros de um voo da Arábia Saudita, que segundo as autoridades locais, completa a marca dos 10 milhões de visitantes.

A crise sanitária causou estragos no sector turístico da Tailândia, que em 2019 registou um recorde de 39,8 milhões de visitantes, um sector-chave para a segunda economia do sudeste asiático que antes da covid-19, representava entre 12 e 20 por cento do Produto Interno Bruto tailandês.

O Governo da Tailândia indicou em Setembro que estimava alcançar os 32 milhões de turistas em 2023, o equivalente a 80 por cento dos visitantes antes da pandemia, ainda que recentemente se tenha mostrado cauteloso face a uma possível desaceleração.

12 Dez 2022

Comboios de alta velocidade vão ligar China e Tailândia

A importância comercial destes projectos é inegável e vai trazer um desenvolvimento único a estas regiões

 

O projecto ferroviário China-Tailândia, que foi assinado e lançado em 2021, é uma construção conjunta e um projecto emblemático da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, entre a China e a Tailândia. O caminho-de-ferro é o primeiro de alta velocidade da Tailândia e um dos primeiros projectos ferroviários de alta velocidade fora da China que utiliza normas chinesas de concepção de caminhos-de-ferro de alta velocidade, sendo financiado pelo próprio país anfitrião.

Segundo o plano de construção, o projecto ferroviário está dividido em duas fases. A primeira fase do projecto liga Bangkok e Nakhon Ratchasima, uma porta de entrada para o nordeste da Tailândia, com cerca de 252,3 quilómetros.

A segunda fase, com cerca de 356 quilómetros, estender-se-á até Nong Khai, uma importante cidade de comércio fronteiriço no nordeste da Tailândia, do outro lado do rio a partir de Vientiane, a capital do Laos, para realizar a ligação com a linha férrea China-Laos.

A empresa que gere os caminhos-de-ferro estatais da Tailândia disse recentemente aos media que a primeira fase deste projecto ferroviário China-Tailândia está a progredir rapidamente, e cerca de 12% já foi concluído e espera-se que complete 20% este ano.

O Ministério dos Transportes tailandês atribui grande importância ao projecto ferroviário, porque o projecto pode trazer vários benefícios, tais como o turismo e o desenvolvimento económico, diz o relatório.

Despoletar novo potencial

Após a abertura da nova linha férrea, serão necessários apenas 90 minutos de Banguecoque a Nakhon Ratchasima, em comparação com as actuais 4,5 horas e meia. Contudo, como quaisquer outros grandes projectos de infra-estruturas, existem desafios.

Os contratos de construção ferroviária podem exigir renegociação, informou o Bangkok Post, citando uma fonte dentro do Ministério dos Transportes tailandês, uma vez que a construção da primeira fase do projecto entre Bangkok e Nakhon Ratchasima está atrasada em relação ao previsto.

O atraso relatado foi largamente atribuído a restrições pandémicas da COVID-19, a atrasos significativos no processo de expropriação de terras, e à relocalização de linhas de serviços públicos em redor do estaleiro de construção, segundo o relatório.

Apesar de certas dificuldades, os peritos acreditam que as questões são controláveis e que o projecto será concluído como amplamente esperado. “Qualquer projecto de infra-estruturas de grande escala exige um aperfeiçoamento contínuo quando for tentado no estrangeiro, para não mencionar que a construção do caminho-de-ferro é a primeira do seu género na área local… acredito que as questões são controláveis, e com os esforços conjuntos de ambas as partes, o projecto global será concluído com sucesso”, disse Zhao Gancheng, um investigador do Instituto de Estudos Internacionais de Xangai.

O caminho-de-ferro também chamou a atenção de alguns dos meios de comunicação ocidentais que olham para o projecto com parcialidade, afirmando que a linha ferroviária poderia suscitar “alguma forma de preocupação por parte de certos governos da região, mas também o QUAD, do ponto de vista da segurança”, informou o VOA News.

“Como um projecto de investimento em grande escala, o custo do caminho-de-ferro não pode ser recuperado a curto prazo, e deve ser considerado que desempenha um papel de apoio em áreas como a indústria, comércio e emprego ao longo da linha… de facto, a cooperação em projectos de infra-estruturas entre a China e os membros da ASEAN não conduzirá a uma chamada “armadilha da dívida”, mas pode efectivamente promover o desenvolvimento das economias e da sociedade locais”, disse Gu Xiaosong.

As obras civis actualmente em curso incluem pontes, leitos de estradas, túneis, e edifícios de estações, e a primeira fase do projecto ferroviário China-Tailândia deverá estar concluída em 2027, disse Ma Shengshuang, director-geral do China Railway Design Group Co’s Thailand Branch.

Ao mesmo tempo, tendo já passado uma avaliação de impacto ambiental, espera-se que a segunda fase esteja concluída cerca de 3-4 anos após a primeira fase, ou entre 2029 e 2030, de acordo com outro relatório publicado pelo Bangkok Post.

China e Laos já estão ligadas por alta velocidade

O caminho-de-ferro China-Tailândia fornecerá conectividade entre os países do sudeste asiático e a China, e trará benefícios tangíveis a toda a região, ao mesmo tempo que injectará um novo ímpeto no desenvolvimento regional, afirmaram peritos e representantes empresariais.

A Yunnan Easy Trans International Freight Forwarder Co, a empresa de logística e comércio com negócios relacionados com a China-Laos Railway, está entusiasmada com o futuro lançamento da actualização da ligação ferroviária na região.

Yang Yuepeng, director-geral da empresa, disse que após a conclusão do caminho-de-ferro China-Tailândia, o transporte será mais conveniente e o custo do transporte será grandemente reduzido. “Até lá, mais empresas irão expandir os seus projectos na Tailândia, e mais tailandeses irão acreditar no ‘Made in China'”, disse Yang.

Desde a abertura do caminho-de-ferro China-Laos, que vai de Kunming a Vientiane, a integração do transporte e comércio tem acelerado grandemente o crescimento do comércio fronteiriço, com cada vez mais projectos de intercâmbio e categorias comerciais, disse Yang. Nos 11 meses desde a abertura do caminho-de-ferro China-Laos, os dados financeiros da empresa de Yang para 2022 aumentaram 15,8% numa base anual em comparação com os dados financeiros para 2021.

“Embora o caminho-de-ferro China-Tailândia ainda esteja em construção, a Tailândia, a China e o Laos estão ligados por caminho-de-ferro, o que reflecte o conceito do caminho-de-ferro Trans-Asiático”, disse Zhao.

Após a conclusão do caminho-de-ferro, pode melhorar consideravelmente a construção do moderno sistema ferroviário da Tailândia, e se puder ser efectivamente ligado ao caminho-de-ferro China-Laos no futuro, irá definitivamente ajudar o desenvolvimento económico de toda a região, disse Zhao.

“O nosso objectivo final é construir o caminho-de-ferro Trans-Asiático, um caminho-de-ferro que atravessa a Península da Indochina e liga o Laos, Tailândia, Malásia e Singapura… Quando este caminho-de-ferro estiver concluído, ligará estreitamente as áreas interiores da ASEAN e da China, e será benéfico para toda a região terrestre sob a comunidade de um futuro comum”, disse o perito.

22 Nov 2022

Dezenas de crianças e adultos mortos num ataque em creche na Tailândia

Cerca de 30 pessoas, incluindo crianças, foram mortas hoje na Tailândia num tiroteio numa creche, disse a polícia tailandesa. Um coronel da polícia disse que pelo menos 23 crianças estão entre as vítimas mortais, segundo a AFP.

O ataque ocorreu em Nong Bua Lamphu, no nordeste do país do sudeste asiático. A polícia disse que crianças e adultos estão entre as vítimas, noticiou a televisão britânica BBC. O agressor usou armas de fogo e esfaqueou crianças e adultos, e pôs-se em fuga.

A polícia divulgou um cartaz com a imagem do principal suspeito, um antigo agente da polícia de 34 anos, segundo a agência francesa AFP. O suspeito está na posse de uma espingarda, uma pistola e uma faca, disse a polícia. As autoridades disseram desconhecer o motivo do ataque.

6 Out 2022

Vietname e Tailândia vão trabalhar para aumentar preço internacional do arroz

O Vietname e a Tailândia, o segundo e terceiro maiores exportadores de arroz do mundo, vão trabalhar em conjunto para aumentar o preço internacional do arroz, visando melhorar a situação financeira dos agricultores, revelou hoje um responsável governamental.

O conselheiro do Ministério da Agricultura tailandês, Alongkorn Phonbutr, explicou em comunicado que os dois países chegaram a um acordo, depois de verificarem que o preço do arroz no mercado internacional é “excessivamente baixo” e “injusto” para os países produtores e para os seus agricultores.

No entanto, não deu detalhes sobre qual o nível de preços definido para o mercado internacional, nem deu grandes pormenores sobre o plano que prevêem pôr em prática.

Entretanto, o preço do arroz no mercado internacional caiu de 404 dólares por tonelada em 2019-2021 para 394 dólares este ano, apesar de se prever que o preço suba para 400 dólares por tonelada no próximo ano, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Alongkorn esclareceu ainda que o acordo foi alcançado numa recente visita oficial ao Vietname, na qual os dois países retomaram as negociações iniciadas em maio do ano passado, visando mitigar o que consideram baixos preços do arroz num ambiente de crescente inflação a nível mundial.

“[O preço atual] não tem lógica com o aumento dos custos de produção, bem como a subida dos preços dos fertilizantes e do combustível devido ao impacto da crise da covid-19 e da guerra russo-ucraniana”, lembrou o assessor governamental.

Alongkorn referiu também que os agricultores “estão endividados” por causa dos elevados custos de produção, o que, na sua opinião, pode levá-los a reduzir a produção de arroz, o que agravaria os atuais problemas de segurança alimentar.

O conselheiro disse ainda que o plano de aumento de preços inclui a cooperação com as associações de produtores de arroz e que vão procurar juntar-se a outros países asiáticos produtores e exportadores.

Em 2021, o maior exportador mundial de arroz foi a Índia, com 19,55 milhões de toneladas, seguido pelo Vietname (6,24 milhões de toneladas) e a Tailândia (6,11 milhões de toneladas).

30 Ago 2022

Incêndio na discoteca na Tailândia causou 17 mortos e 29 feridos graves

O número de mortos provocado pelo incêndio, na sexta-feira, numa discoteca perto da cidade turística de Pattaya, na Tailândia, subiu para 17, enquanto 29 feridos permanecem no hospital, informaram hoje as autoridades locais.

“A 17.ª vítima é uma oficial da marinha, de 40 anos”, anunciaram na rede social Facebook os socorristas do distrito de Sattahip, citando a unidade de queimados do Hospital Siriraj em Banguecoque, onde a mulher estava a receber tratamento.

O incêndio deflagrou na “Mountain B”, uma discoteca a cerca de 180 quilómetros a sudeste da capital, segundo os bombeiros, que sublinharam terem sido necessárias mais de duas horas para controlar o fogo devido à grande quantidade de material inflamável dentro das instalações.

Vídeos publicados ‘online’ pelas equipas de salvamento mostram as instalações envoltas em enormes chamas e dezenas de pessoas a fugir do incêndio. Um relatório inicial de socorro falava de 13 mortes no local e cerca de 40 feridos. Outras quatro pessoas sucumbiram mais tarde aos ferimentos.

Autoridades da província de Chonburi, onde a tragédia ocorreu, disseram hoje que 29 pessoas estão ainda no hospital, incluindo 15 ligados a ventiladores. O dono da discoteca foi preso no sábado, antes de ser libertado sob fiança por um tribunal na segunda-feira.

A presença nas paredes da discoteca de espuma acústica, destinada a isolar o ruído , favoreceu a propagação do fogo, segundo os socorristas. De acordo com uma investigação policial preliminar, a “Mountain B” tinha recebido autorização das autoridades para funcionar como restaurante, mas não como discoteca.

No dia seguinte ao incêndio, o primeiro-ministro tailandês Prayut Chan-O-Cha pediu a imposição de padrões de segurança mais rígidos, sublinhando o impacto negativo do caso na imagem da Tailândia como destino turístico.

11 Ago 2022

ONG pede libertação de ativistas em greve de fome há mais de um mês na Tailândia

As autoridades tailandesas devem libertar e retirar imediatamente as acusações de lesa-majestade contra duas ativistas pró-democracia, em greve de fome há mais de um mês, disse hoje a organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW).

Num comunicado, a HRW disse que Netiporn “Bung” Sanesangkhom e Nutthanit “Bai Por” Duangmusit estão em greve de fome desde 02 de junho, em protesto contra a detenção preventiva a que estão sujeitas, numa prisão da capital tailandesa.

A organização defendeu que as duas ativistas, que desmaiaram durante uma audiência num tribunal de Banguecoque, na segunda-feira, devido a fortes dores de estômago e fadiga, devem ser imediatamente transferidas para um hospital onde possam receber cuidados médicos adequados.

“As autoridades tailandesas deveriam abandonar os casos, cuja motivação é política, contra Netiporn, Nutthanit e outros, acusados devido a protestos pacíficos para reformar a monarquia”, disse John Sifton, diretor da HRW para a Ásia.

“O governo tailandês está a punir de forma severa estes ativistas, mantendo-os desnecessariamente em prisão preventiva prolongada em vez de libertá-los antes do julgamento”, acrescentou Sifton.

As autoridades acusaram as duas ativistas de vários crimes, incluindo lesa-majestade (insultos à monarquia), por terem lançado uma sondagem de opinião pública, em 08 de fevereiro, sobre as comitivas reais.

Netiporn, 26, e Nutthanit, 20, membros do grupo pró-democracia Thalu Wang, estão desde 03 de maio em prisão preventiva, detenção que tem sido sucessivamente prolongada.

Desde novembro de 2020 que as autoridades tailandesas acusaram mais de 200 pessoas de lesa-majestade, crime punível com até 15 anos de prisão na Tailândia, disse a HRW.

“O governo tailandês deve permitir a expressão pacífica de todos os pontos de vista, incluindo questões sobre a monarquia”, disse Sifton.

“As autoridades da Tailândia devem dialogar com especialistas das Nações Unidas e outros para alterar a lei de lesa-majestade, tornando-a compatível com os padrões internacionais de direitos humanos”, acrescentou.

Na segunda-feira, os grupos de investigação sobre segurança cibernética Citizen Lab e iLaw anunciaram terem descoberto que ativistas envolvidos em protestos pró-democracia na Tailândia tiveram os seus telemóveis e outros dispositivos infetados e atacados pelo programa informático de espionagem Pegasus, possivelmente utilizado pelo governo tailandês.

Os indivíduos cujos dispositivos foram atacados estavam envolvidos nos protestos pró-democracia que ocorreram entre 2020 e 2021 ou criticavam publicamente a monarquia tailandesa. Os dois grupos disseram que os advogados que defenderam os ativistas também estavam sob vigilância digital.

19 Jul 2022

Pegasus usado contra ativistas pró-democracia tailandeses, dizem investigadores

Ativistas envolvidos em protestos pró-democracia na Tailândia tiveram os seus telemóveis e outros dispositivos infetados e atacados pelo programa informático de espionagem Pegasus, possivelmente utilizado pelo governo tailandês, dizem investigadores.

Os grupos de investigação sobre segurança cibernética Citizen Lab e iLaw descobriram que pelo menos 30 indivíduos – incluindo ativistas, académicos e pessoas que trabalham com grupos da sociedade civil – foram alvo de vigilância com o Pegasus, um programa produzido pela empresa de segurança cibernética NSO Group, com sede em Israel.

Os indivíduos cujos dispositivos foram atacados estavam envolvidos nos protestos pró-democracia que ocorreram entre 2020 e 2021 ou criticavam publicamente a monarquia tailandesa. Os dois grupos disseram que os advogados que defenderam os ativistas também estavam sob vigilância digital.

O programa Pegasus é conhecido por ser capaz de infetar aparelhos, sem precisar que os utilizadores carreguem em ligações ou botões armadilhados, um processo designado ‘zero-click’.

Os produtos do NSO Group, incluindo o programa Pegasus, normalmente são licenciados apenas para agências governamentais de inteligência e policiais para investigar terrorismo e crimes graves, de acordo com o site da empresa.

A empresa israelita tem enfrentado vários desafios legais, respondendo que as suas decisões sobre vendas de programas informáticos de espionagem passam por um rigoroso processo de verificação ética.

Os relatórios do Citizen Lab e do iLaw não mencionam nomes de dirigentes governamentais, mas dizem que o uso do Pegasus demonstra o envolvimento de elementos do governo da Tailândia.

Os ataques aos dispositivos ocorreram entre outubro de 2020 e novembro de 2021, um momento “altamente relevante para eventos políticos tailandeses”, por ser um período em que protestos pró-democracia eclodiram em todo o país.

O movimento pró-democracia, liderado por estudantes da Tailândia, surgiu em grande parte contra a contínua influência dos militares na administração do país e à crescente repressão de toda e qualquer crítica à monarquia.

O movimento conseguiu atrair multidões de 20 mil a 30 mil pessoas na capital, Banguecoque, em 2020 e teve seguidores nas principais cidades e universidades do país.

O exército derrubou em 2014 o governo eleito de forma democrática. O líder do golpe, o general Prayuth Chan-ocha, foi nomeado primeiro-ministro após um partido político apoiado pelos militares ter vencido a eleição geral de 2019.

Os manifestantes exigiam a renúncia do primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha e do seu governo, reformas para tornar a monarquia mais transparente e a constituição mais democrática.

Há um ano, um coletivo de meios internacionais revelou que o Pegasus tinha permitido espiar números de jornalistas, ativistas, empresários e políticos de vários países, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron.

18 Jul 2022

Tailândia descriminaliza consumo de canábis para fins medicinais

O cultivo e posse de canábis foi hoje descriminalizado para fins medicinais na Tailândia, que se torna no primeiro país asiático a retirar a droga da lista de substâncias proibidas no país.

De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), o Governo tailandês disse que está a promover a canábis apenas para uso médico, advertindo que fumar em público ainda pode estar sujeito a pena de prisão de três meses e uma multa de 25 mil bahts.

Por outro lado, extratos de canábis continuam a ser ilegais se contiverem mais do que 0,2% de tetrahidrocanabinol (THC), a principal substância psicoativa da planta.

A Tailândia, que se destaca na indústria do turismo de saúde, está a tentar apostar na marijuana medicinal, com benefícios geralmente derivados de outras substâncias canabinóides que a planta contém, ainda de acordo com a AP.

“Devemos saber como usar a canábis”, disse recentemente, numa entrevista à imprensa, o ministro da Saúde Pública tailandês Anutin Charnvirakul, o grande impulsionador da marijuana no país. “Se tivermos sensibilizados para isso, a canábis é como o ouro, é algo valioso que deve ser promovido”, acrescentou.

Anutin Charnvirakul referiu que o Governo prefere “aumentar o conhecimento” sobre a utilização da canábis entre a população do que vigiar as pessoas e puni-las. “Tudo deve ter um meio termo”, disse.

9 Jun 2022

Organização não-governamental pede à Tailândia para ajudar refugiados rohingyas

Em vez de deter os rohingyas ou recusar a entrada das suas embarcações, a Tailândia deve acolher estes refugiados da minoria muçulmana de Myanmar e ajudá-los a requerer asilo, disse a Human Rights Watch (HRW).

Num relatório divulgado hoje, a diretora interina da organização não-governamental (ONG) para a Ásia, Elaine Pearson, disse que “o governo tailandês deve pôr um fim à política de prender sumariamente os rohingyas resgatados e atirar as chaves para um canto”.

O governo do primeiro-ministro tailandês Prayut Chan-ocha tem tratado os rohingyas como “imigrantes ilegais”, mantendo mais de 470 pessoas “por tempo indeterminado” em “prisões miseráveis”, refere o relatório.

Em 04 de maio, a Marinha da Tailândia encontrou e deteve um grupo de 59 rohingyas, incluindo cinco menores e 23 mulheres, abandonados numa ilha no sul do país enquanto tentavam chegar à Malásia.

A Marinha tailandesa garantiu que irá apreender qualquer barco que conseguir chegar às costas do país e prender os homens, mulheres e crianças a bordo sob acusações de entrada ilegal, lamentou a HRW.

A Marinha vai ainda manter a política de intercetar as embarcações com rohingyas, minoria muçulmana não reconhecida em Myanmar, em águas tailandesas e “empurrar esses barcos” para a Malásia ou a Indonésia, sublinhou o relatório.

“Isso equivale a uma continuação da política de repressão mortal da Tailândia, que resultou no desaparecimento de barcos rohingya em alto mar e na morte de pessoas”, disse a organização não-governamental.

Há anos que a Tailândia diz que não quer aceitar os rohingyas como refugiados, mas, de acordo com o direito internacional, não pode rejeitar sumariamente os requerentes de asilo antes de fazer “uma avaliação completa e justa”, disse a HRW.

A Tailândia deve permitir que o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) “faça uma triagem” de todos os rohingyas que chegam ao país, “para identificar e ajudar aqueles que procuram o estatuto de refugiado”, acrescentou Elaine Pearson.

A Tailândia também não permite que os rohingyas se registem como trabalhadores migrantes legalmente documentados, ao contrário de outras pessoas vindas de Myanmar (antiga Birmânia), sublinhou o relatório.

As numerosas travessias realizadas este ano fazem lembrar a crise de refugiados de 2015, quando várias embarcações com centenas de rohingya permaneceram durante semanas à deriva, depois de serem recusadas pelas autoridades da Tailândia, Malásia e Indonésia.

Desde 2017 que a situação dos rohingyas piorou, quando uma operação militar no estado de Rakhine, oeste de Myanmar, provocou milhares de mortes e o êxodo de 725 mil membros desta minoria muçulmana para o vizinho Bangladesh.

Segundo os investigadores da ONU, a operação militar foi “uma limpeza étnica com traços de genocídio”, pela qual generais birmaneses enfrentam agora acusações perante o Tribunal Penal Internacional, em Haia.

7 Jun 2022

Banguecoque volta a ser palco de uma marcha de Orgulho LGBTQ+ uma década e meia depois

A capital da Tailândia voltou a ser ontem palco de uma marcha do Orgulho LGBTQ+, a primeira em quase 16 anos, com os participantes a sublinharem a circunstância de que a verdadeira igualdade está ainda muito longe.

A marcha Naruemit Pride 2022 – Naruemit significa “criação” em tailandês – foi organizada por uma coligação de organizações não-governamentais (ONG), apoiadas pelo novo governador da cidade, Chadchart Sittiput.

Manifestantes de todos os géneros, defensores da liberdade sexual, feministas, prostitutas, travestis, etc., reuniram-se numa das principais autoestradas da metrópole tailandesa para a primeira marcha de Orgulho LGBTQ+ oficial desde 2006.

O país do sudeste asiático, uma monarquia conservadora de crença maioritária budista, tem uma comunidade LGBTQ+ altamente visível, mas muitos dos seus membros enfrentam graves dificuldades e discriminação.

“Não queremos mais direitos do que outros géneros, queremos apenas os direitos básicos”, afirmou à AFP Maysa Petkam, uma concorrente num concurso de beleza transgénero.

“Espero que a lei do Casamento para Todos passe, para que haja leis que protejam e lutem contra a desigualdade de género”, acrescentou, sublinhando que a sua comunidade ainda é segregada diariamente.

O casamento entre pessoas do mesmo sexo continua a ser ilegal na Tailândia. O Governo rejeitou uma proposta de lei em março último.

6 Jun 2022

Tailândia volta a isentar viajantes vacinados de quarentena a partir de fevereiro

A Tailândia anunciou hoje que vai voltar a isentar os viajantes vacinados da quarentena a partir de 01 de fevereiro, uma esperança para a indústria do turismo, em crise desde o início da pandemia de covid-19.

Temendo a propagação da variante Ómicron, o país restabeleceu uma quarentena obrigatória no final de dezembro.

Mas apenas alguns milhares de casos são registados oficialmente todos os dias e a taxa de mortalidade permanece estável. Estes dados levaram as autoridades a reavaliar a situação.

A partir de 01 de fevereiro, os visitantes vacinados terão agora de fornecer um teste à covid-19 negativo no país de origem, fazer um segundo teste à chegada, e um final no quinto dia, disse Taweesin Visanuyothin, porta-voz do centro de gestão do coronavírus.

Os testes em solo tailandês terão de ser feitos num hotel aprovado. Se o resultado for negativo, o viajante poderá circular livremente no país. Se houver um aumento dos casos, a situação será novamente reavaliada, disse Taweesin Visanuyothin.

Após mais de 18 meses de encerramento, o reino reabriu as suas fronteiras no início de novembro aos turistas vacinados, mediante a apresentação de um simples teste PCR negativo.

Algumas dezenas de milhares de visitantes tiraram partido desta flexibilização das restrições. Antes da pandemia, o país era um dos mais visitados do mundo, com quase 40 milhões de chegadas em 2019. O Ministério do Turismo espera receber este ano cinco milhões de visitantes.

20 Jan 2022

Covid-19 | Tailândia regista primeiro caso de variante Ómicron

As autoridades sanitárias da Tailândia anunciaram hoje que detetaram o primeiro caso da variante Ómicron do vírus SARS-CoV-2, num viajante dos Estados Unidos que chegou ao país num voo proveniente de Espanha.

De acordo com a agência de notícias Efe, que cita o diretor-geral do Departamento de Ciências Médicas tailandês, o homem, de 35 anos, teve resultado positivo no teste realizado à chegada àquele país, em 30 de novembro, um diagnóstico confirmado por um novo teste, em 03 de dezembro.

A Tailândia reabriu recentemente as fronteiras a estrangeiros, para tentar relançar o turismo e mitigar os danos económicos provocados por mais de ano e meio de portas fechadas aos viajantes, para combater a pandemia de covid-19.

O país diagnosticou 2,14 milhões de casos desde o início da pandemia, tendo registado 5.300 mortes. Cerca de 60% da população tem a vacinação completa.

6 Dez 2021

Covid-19 | Hospitais de Banguecoque lotados devido a forte surto da doença

A pressão sobre os hospitais de Banguecoque encontra-se num momento crítico com uma ocupação de 100% de doentes com covid-19 verificando-se um aumento preocupante do número de contágios, anunciaram as autoridades.

De acordo com os dados dos Serviços Médicos, publicados no sábado, encontram-se ocupadas todas as 36.977 camas para doentes com covid-19 nos centros públicos e privados, hospitais de campanha e equipamentos hoteleiros adaptados da capital tailandesa.

O hospital público de Rachapiphat instalou dezenas de camas para doentes afetados pelo SARS-CoV-2 no parque de estacionamento do edifício. A escassez de camas coincide com o número de pedidos de ajuda de familiares de pessoas infetadas e que têm de aguardar em casa disponibilidade nos hospitais.

Apisamai Srirangsan, porta-voz da agência para a gestão da pandemia, disse que cinco pessoas foram encontradas sem vida nas casas onde viviam depois de terem pedido ajuda médica. As autoridades da capital começaram também a transportar as pessoas que testaram positivo para as cidades de origem.

Um comboio com mais de uma centena de pacientes acompanhados de equipas médicas e material hospitalar deixou hoje Banguecoque em direção ao noroeste do país.

O comboio vai deixar doentes infetados com SARS CoV-2 em sete províncias onde devem ser assistidos pelos hospitais locais.

O vice-primeiro-ministro Anutin Charnvirakul disse hoje que autocarros, carrinhas e aviões podem vir a ser requisitados para o transporte de doentes para as províncias de origem.

Inicialmente a Tailândia conseguiu conter as vagas da pandemia mas nos últimos meses os surtos aumentaram.

O governo do primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha enfrenta neste momento fortes críticas por causa da gestão do surto da variante delta da doença.

Entretanto, o governador de Banguecoque, Aswin Kwanmuang disse que as autoridades locais vão coordenar com a companhia estatal de caminhos-de-ferro a instalação de um centro de campanha perto da estação de Bang Sue onde os doentes devem aguardar o transporte.

Alguns templos budistas anunciaram que vão proceder a cremações de forma gratuita, em todo o país, devido ao aumento do número de mortes.

Na segunda-feira, o ministro da Indústria Suriya Jungrungreangkit, disse que o país dispõe de oxigénio sanitário para enfrentar “a pior vaga de contágios e de óbitos” desde o início da crise.

A Tailândia – o primeiro país a detetar o novo coronavírus fora da República Popular da China, em janeiro de 2020 – registava hoje 14.150 novos casos e mais 118 mortes.

No total morreram 4.264 de covid-19 e registam-se 526.828 contágios desde o princípio da crise sanitária.

A capital da Tailândia e outras 12 províncias encontram-se sob confinamento parcial com recolher obrigatório noturno, encerramento de restaurantes e locais de lazer.

Os encontros e reuniões estão limitados a um máximo de cinco pessoas. A campanha de vacinação, que começou em fevereiro, avança com atrasos estando neste momento apenas 5% da população inoculada com o composto completo.

28 Jul 2021

Tailândia | Restrições reforçadas incluindo recolher obrigatório em Banguecoque

A Tailândia vai impor novas restrições face a um pico epidémico sem precedentes desde o aparecimento da covid-19, incluindo um recolher obrigatório noturno em Banguecoque, anunciaram sexta-feira as autoridades.

A partir de segunda-feira, “as deslocações desnecessárias estão proibidas. As pessoas não poderão sair de casa entre as 21:00 e as 04:00, excepto em caso de necessidade”, declarou Apisamai Srirangson, porta-voz adjunto do grupo de trabalho da covid-19.

Estas medidas dizem respeito aos 10 milhões de habitantes da capital tailandesa, mas também aos de nove outras províncias. A Tailândia registou um recorde de 72 mortes e 9.276 casos de infecção nas últimas 24 horas.

“Pedimos desculpa pelas dificuldades enfrentadas pelas pessoas que vivem em áreas com as maiores restrições, mas isso permitirá combater efectivamente a doença. A Tailândia sairá vitoriosa”, acrescentou o porta-voz.

O teletrabalho é encorajado e estão proibidas as concentrações de mais de cinco pessoas. Os transportes públicos não funcionam a partir das 21:00 e os centros comerciais encerram às 20:00.

Devido às restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, a Tailândia registou em 2020 os seus piores resultados económicos desde a crise asiática de 1997.

Abertura em causa

Há vários meses que o número de casos tem vindo a aumentar e o governo tailandês é criticado pela lentidão do seu plano de vacinação, pela fraca capacidade de testagem e pela má gestão da economia.

As novas medidas surgem numa altura em que o país tenta reabrir as suas portas aos viajantes internacionais. O turismo representa quase um quinto da economia do reino e antes do encerramento das fronteiras, em Março de 2020, cerca de 40 milhões de pessoas viajavam para a Tailândia anualmente.

No mês passado, o governo tailandês anunciou a intenção de reabrir o país aos visitantes completamente vacinados em Outubro.

12 Jul 2021

Covid-19 | Ilha tailandesa de Phuket reabre ao turismo

Cerca de 250 turistas devem chegar hoje a Phuket, no sul da Tailândia, para o primeiro dia da reabertura, depois do encerramento das fronteiras em março de 2020. O primeiro avião aterrou pouco depois das 11:00 no aeroporto da ilha turística, proveniente de Abu Dhabi.

Numa tentativa de reavivar uma indústria turística, que representa quase um quinto da economia do reino e a definhar desde março do ano passado, o Governo está a apostar num modelo que permite aos viajantes totalmente vacinados permanecer no local, sem passar por uma quarentena.

Devido às restrições impostas pela pandemia da covid-19, a Tailândia registou o pior desempenho económico em 2020 desde a crise asiática de 1997. O país recebia cerca de 40 milhões de viajantes todos os anos.

Este plano arrancou quando o país está a tentar conter uma terceira vaga da covid-19, com restrições na e à volta da capital, Banguecoque, que viu as variantes Alfa e Delta do novo coronavírus espalharem-se.

A situação em Phuket tem permanecido relativamente calma, uma vez que as autoridades tailandesas lançaram uma campanha de vacinação em massa e 70% dos residentes receberam pelo menos uma dose.

Um centro de comando que acompanha os movimentos dos visitantes estrangeiros através de uma aplicação móvel que os turistas devem instalar à chegada tem a tarefa de prevenir qualquer risco de agrupamento.

Há requisitos rigorosos para quem escolhe Phuket para férias. Além de serem vacinados, só são elegíveis os viajantes de 66 países, considerados de baixo ou médio risco.

Terão de passar 14 dias na ilha antes de poderem viajar para outro lugar na Tailândia e terão de se submeter a três testes PCR durante esse tempo, uma despesa de várias centenas de dólares para uma família.

“É demasiado pesado”, disse o presidente da secção sul da Associação de Hotéis da Tailândia, Kongsak Khoopongsakorn.

O responsável afirmou esperar que algumas das restrições sejam levantadas até 01 de outubro, início da época turística na Tailândia. Caso contrário, o risco é “perder outra época”, o que “pode ser desastroso e condenar muitos estabelecimentos a nunca reabrirem”, avisou.

Kongsak acrescentou que as autoridades tinham reduzido a previsão inicial de 129 mil visitantes para Phuket no terceiro trimestre para cem mil.

Depois de Phuket, onde quase 90% dos hotéis tiveram de fechar, Koh Samui deverá reabrir ainda este mês e o resto do país em outubro.

Na Indonésia, Bali também tinha considerado a reabertura neste mês, mas as autoridades indonésias parecem ter recuado à medida que os casos da covid-19 atingem níveis recorde no país do Sudeste asiático.

Embora Jacarta não tenha anunciado um cancelamento oficial, as autoridades apontaram que o regresso dos turistas será adiado até a uma diminuição das infeções.

1 Jul 2021