Pandemia | Plano de tratamento com medicina chinesa activado amanhã 

As autoridades vão activar o plano de tratamento de casos leves e assintomáticos de covid-19 com medicina tradicional chinesa a partir de amanhã. Macau conta agora com 533 casos positivos

 

A partir de amanhã, sexta-feira, será possível receber tratamento para a covid-19, com medicina tradicional chinesa (MTC), mas apenas para casos leves ou assintomáticos, e para quem esteja a cumprir o isolamento nos hotéis. A medida, que consta no Plano de Resposta de Emergência para a situação epidémica da covid-19 em grande escala, será sempre aplicada mediante autorização do doente, declarou Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM).

“Quem quiser aceitar a medicação chinesa [pode recorrer ao tratamento] pode ser atendido por médicos através de uma consulta online, que vão prescrever a medicação. Sempre colaborámos com os médicos do sector da MTC para o tratamento e divulgação de informações. Temos feito alguns trabalhos preparativos e será sempre implementado [o tratamento] com o consentimento das pessoas”, adiantou.

Ontem, Macau registava um total de 533 casos de covid-19, existindo apenas um caso grave que se encontra “em situação estável, após tratamento e medicação”.

Na conferência de imprensa de actualização da situação, que durou 1h30, Alvis Lo adiantou que “o aumento diário de casos tem a ver com vários factores, incluindo os resultados de testes rápidos e de PCR, o que significa que há um elo de ligação e contaminação na comunidade”.

Admitindo que os residentes “estão a colaborar bem” com as medidas, não há, para já, uma nova data para a realização de uma nova testagem em massa.

O director dos SSM voltou a apelar à vacinação dos idosos. “Diferentes regiões aplicam diferentes medidas. Não há medidas boas ou más a 100 por cento. Em Shenzhen, no último surto, as pessoas ficaram em casa durante duas semanas e fizeram nove testes. A aplicação de diferentes medidas terá diferentes efeitos, e tem a ver com a realidade de cada local. Tem de haver um equilíbrio entre diferentes situações”, frisou.

Entretanto, há mais uma ala do hotel Sheraton disponível para isolamento de casos positivos, disponibilizando duas mil camas no total.

Casos no lar

Relativamente à situação no lar gerido pela Obras das Mães, na zona da Praia do Manduco, e após ter sido detectado um caso positivo por parte de um funcionário, foram encontrados mais três casos, uma idosa de 94 anos com doença crónica, um enfermeiro e um cuidador. Tratam-se de “pessoas que não saíram de Macau ultimamente” e que testaram negativo aos testes PCR. Desde sábado, que o lar opera em regime de circuito fechado.

Neste momento “a situação é estável”, tendo já sido aplicadas as medidas de desinfecção e isolamento no lar. “O pessoal de gestão e os trabalhadores estão a cumprir os deveres para encarar este desafio. Na vida quotidiana dos idosos não há problemas especiais”, disse o responsável do Instituto de Acção Social.

Entretanto, seis trabalhadores dos SSM contraíram covid-19, onde se incluem um examinador de amostragem no posto de teste de ácido nucleico, dois trabalhadores de limpeza da empresa concessionárias que operam no Centro Hospitalar Conde de São Januário, uma enfermeira do Centro Clínico de Saúde Pública de Coloane, uma enfermeira de Serviço de Urgência e um auxiliar. Foram ainda classificados 32 funcionários como contactos próximos, estando em quarentena.

Alvis Lo assegurou que não houve contágios com origem no hospital público. “Estas pessoas foram infectadas fora do hospital, mas não o foram dentro do dormitório. Se [o contágio] tivesse sido dentro do hospital, isso iria causar um aumento significativo de casos.” De salientar que nem todos os profissionais de saúde trabalham em circuito fechado.

O director dos SSM prometeu ainda analisar a redução da quarentena de dez para sete dias, tendo em conta as medidas implementadas pela China. “Não excluímos o ajustamento do nosso período de quarentena para quem vem de Hong Kong e de Taiwan.”

Jornalistas avisados

Na conferência de imprensa de ontem, foram deixados vários recados aos jornalistas presentes. Um deles, prende-se com a ocorrência de “incidentes” aquando da cobertura noticiosa nas zonas vermelhas. “Os jornalistas, por motivo de protecção, devem afastar-se das zonas vermelhas e só podem fazer cobertura noticiosa com locais de menor risco. Penso que não vamos impedir a vossa cobertura e o CPSP também cria conveniências para o vosso trabalho.”

Alvis Lo declarou ainda que a conferência de imprensa é um local para anunciar medidas e não para responder a perguntas mais específicas. “De uma forma geral, sobre os casos, temos outros meios para responder, uma plataforma online para a consulta dos casos. Podem consultá-la. Na conferência de imprensa, o importante é dar a conhecer a todos mais informações gerais, queremos focar-nos mais na estratégia e nas medidas aplicadas.”

DICJ reúne com concessionárias

A Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) reuniu ontem com as seis concessionárias de jogo, numa altura em que os casinos continuam a operar com normalidade. Foram analisadas as medidas de controlo da pandemia e as acções de testagem dos trabalhadores do sector. Segundo uma nota de imprensa, as concessionárias vão suportar os custos dos testes, que podem ser feitos no local de trabalho ou nos restantes postos do território. Serão ainda distribuídas máscaras e testes rápidos para os trabalhadores.

30 Jun 2022

Associações | Apelos à população para não sair de casa

Após terem sido diagnosticados cerca de 400 casos de covid-19 em Macau até segunda-feira, a presidente da Associação Geral das Mulheres de Macau, Lau Kam Ling desejou que os residentes se articulem com as medidas de prevenção pandémica do Governo e fiquem em casa.

Em declarações, citadas pelo jornal Ou Mun, Lau argumentou que as actividades desnecessárias devem ser reduzidas ao mínimo, para diminuir a circulação de pessoas nas ruas. Além disso, apesar de o Governo ter lançado várias medidas anti-pandémicas para diminuir o risco de transmissão comunitária, Lau Kam Ling apontou o dedo a quem se desloca às ilhas e às zonas de lazer, e deixou o desejo que o Governo tenha mão pesada para controlar a situação.

Adicionalmente, a vice-presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau, Chio Lan Ieng indicou que a situação da pandemia de Macau continua a ser relativamente grave, e espera que residentes e empregadores cumpram as indicações do Governo e fiquem em casa.

Construção | Estaleiros sem obrigação de suspender obras

Em declarações ao jornal Ou Mun, o chefe do Conselho de Juventude da Associação de Engenharia e Construção de Macau, Harry Lai Meng San, apontou que a maioria dos estaleiros continua a operar, porque não há uma obrigação legal de encerramento.

Harry Lai recordou que muitas obras têm de cumprir obrigações contratuais, e, se não for declarado o encerramento pelo Governo, ficam obrigadas a pagar multas, em caso de atraso. Porém, o responsável reconhece que se o Governo emitir uma ordem para a suspensão dos trabalhos, o sector vai respeitar as orientações.

A 27 de Junho, a Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana lançou instruções para que os trabalhadores só possam entrar nos estaleiros depois de fazer um teste rápido antigénio e mostrar código verde de saúde. Apesar de considerar as instruções simples de seguir, Harry Lai reconheceu estar preocupado que alguns estaleiros não cumpram.

29 Jun 2022

Covid-19 | Autoridades dizem que não proíbem actividades normais na rua

Mesmo sem confinamento geral, pessoas em Macau foram mandadas para casa, apesar de estarem sozinhas na rua. Leong Iek Hou assegura que a população não está proibida de sair, mas a ordem é mesmo para estar em casa. O território registava ontem à noite 414 casos positivos, com 37 novos casos registados. Crianças podem ficar de fora do próximo teste em massa. Os testes rápidos de antigénio obrigatórios continuam hoje e amanhã

 

As autoridades alegam que não proíbem ninguém de sair à rua e fazer a vida normal, mas a verdade é que há relatos de pessoas abordadas e ordenadas a regressar a casa ou usarem máscara. A questão foi colocada na conferência de imprensa de ontem, com o relato de situações como “idosos sozinhos a andar de bicicleta, ou sentados em banco, que são abordados para irem para casa e informados que é proibido estar na rua, ou não usar máscara”.

Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus, assegurou que “não existe este tipo de leis, ou uma ordem que obrigue as pessoas a usar máscara”.

“Não estamos a proibir nada à população. Mas o uso de máscara no exterior é importante, pois falamos de uma estirpe com alta transmissibilidade que pode invadir o aparelho respiratório inferior. Os sintomas e a lesão podem ser maiores do que a estirpe anterior do vírus. Pode originar situações clínicas graves, e por isso temos apelado ao uso da máscara. É necessária a redução de actividades fora de casa”, declarou.

Com base nos resultados da testagem em massa contabilizados até às 15h de ontem, o território contava com um total de 414 casos positivos, 37 destes detectados ontem, uma contagem diária inferior a segunda-feira quando foram identificados 57 casos. Porém, foram detectadas 21 amostras positivas na testagem massiva, que até à hora do fecho deste edição não estavam confirmados. Todos os casos continuam associados à estirpe Ómicron BA.5.1, associada à Ómicron.

Um dos casos encontrados é referente a um trabalhador de um lar de idosos na zona da Praia do Manduco que teve reacção positiva na amostragem, resultado que está ainda a ser analisado. “Encontramos uma amostra mista com um resultado positivo. Vamos convidar dez pessoas para fazer o teste de verificação. Como este caso envolve o trabalhador de um lar, vamos manter o contacto com o Instituto de Acção Social e testar todos os utentes”, adiantou Leong Iek Hou. Relativamente aos testes rápidos, até às 15h de ontem 651 mil pessoas tinham registado o resultado, com 41 “imagens que contém resultado positivo”, o que envolve 36 pessoas.

Crianças podem ficar de fora

As autoridades anunciaram ontem à noite que toda a população de Macau tem de, obrigatoriamente, fazer um teste rápido de antigénio para covid-19 hoje e amanhã.

Porém, caso haja uma nova ronda de testes em massa, crianças e bebés poderão ficar de fora, mas tudo vai depender dos resultados finais da mais recente testagem em massa, que terminou ontem. A informação foi ontem anunciada por Leong Iek Hou.

“[Quanto à testagem] de crianças mais pequenas e bebés vamos anunciar, caso tenhamos uma nova ronda de testes”, declarou. A informação surge depois de uma mãe ter publicado uma carta aberta no jornal Macau Daily Times a pedir que os mais pequenos fiquem de fora deste processo.

Os responsáveis do Centro de Coordenação foram ainda questionados sobre o facto de algumas funcionalidades do registo de dados para quem está em zonas amarelas estar apenas em chinês. “Com um elevado risco quisemos activar o nosso sistema o mais rapidamente possível para que as pessoas pudessem marcar o teste. Daí estar apenas em chinês. Mas a tradução será feita a curto prazo, podendo depois optar por inglês ou português”, disse Leong Iek Hou.

A responsável confirmou também que o hospital de campanha não está ainda activado e que o Dome é, neste momento, usado “para análise e triagem dos casos confirmados”.

IAM | Deitar lixo nas retretes pode espalhar o vírus

O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) alertou ontem a população para não deitar comida nem lixo nos esgotos e nas retretes porque pode bloquear os canos e contribuir para espalhar o vírus da covid-19. “O IAM apela de forma veemente aos cidadãos para que não abandonem resíduos domésticos nos esgotos e, em particular para que não deitem lixo nas retretes, uma vez que estas são drenadas para os esgotos”, foi indicado.

“Alguns resíduos são grandes e fáceis de se emaranhar com outros e bloquear os esgotos internos dos edifícios e os esgotos públicos. Uma vez entupidos os esgotos, isso facilita a ocorrência de refluxo de águas residuais e o agravamento do risco de transmissão epidémica na comunidade”, foi acrescentado.

O apelo foi feito depois do IAM ter identificado várias situações em que foram deitadas toalhas e máscaras na sanita. “Recentemente, foi verificada a existência, nos esgotos públicos, de muitos resíduos domésticos, como toalhas e máscaras, o que não apenas afecta gravemente o funcionamento dos esgotos, mas também pode causar mais facilmente o refluxo de águas residuais, aumentando o risco de transmissão epidémica nos bairros comunitários”, foi justificado.

Zhuhai | Quem esteve em Macau não entra em espaços públicos

O Comando de prevenção e controlo da covid-19 de Zhuhai emitiu ontem um comunicado onde decreta que, entre as 17h de ontem e a meia-noite de quinta-feira, os indivíduos que tenham estado em Macau nos últimos 14 dias estão proibidos de entrar em espaços públicos. Na mesma nota é ainda revelado que todas as pessoas que pretendem frequentar esses espaços devem apresentar o resultado negativo de um teste de ácido nucleico emitido nas últimas 48 horas. Caso os responsáveis por controlar o acesso aos espaços públicos se deparem com indivíduos com códigos de saúde de cor amarela ou vermelha ou um historial de viagens em regiões de médio e alto risco, onde se inclui Macau, estes devem reportar a ocorrência, de imediato às autoridades competentes.

Centro | Recebidas 429 chamadas em menos de 24 horas

A linha aberta do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus recebeu 429 chamadas telefónicas, entre as 08h e as 16h de ontem, de acordo com a estatística oficial. Entre as 429 chamadas atendidas pelos Serviços de Saúde, 171 visaram a utilização do código de saúde, 103 sobre a realização de testes oficiais e rápidos, 96 referentes a pedidos de levantamento do código de saúde amarelo e vermelho, 12 sobre contacto ou cruzamento com o itinerário de caso confirmado, 7 sobre medidas de quarentena, entre outras. Uma das chamadas foi reencaminhada para o Corpo de Polícia de Segurança Pública e estava relacinada com dúvidas sobre medidas de migração para residentes de Macau.

Casinos | Teste obrigatório à entrada a partir de Julho

A apresentação de um teste de ácido nucleico com resultado negativo feito nas últimas 48 horas vai passar a ser obrigatório para clientes e funcionários dos casinos, a partir das 07h do dia 1 Julho. De acordo com um comunicado divulgado ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), à medida, é ainda acrescentada a obrigatoriedade de os funcionários dos casinos apresentarem, diariamente, antes de entrar ao serviço, um teste rápido de antigénio, demonstrando um resultado negativo para a covid-19. As orientações da DICJ ditam ainda que, tanto os custos dos testes de ácido nucleico como dos testes rápidos, são da responsabilidade das concessionárias.

29 Jun 2022

Negócios portugueses em Macau nos ‘cuidados intensivos’ lutam para não morrer da cura

Empresários portugueses em Macau disseram hoje à Lusa que estão a lutar pela sobrevivência dos negócios face às medidas mais apertadas de controlo da pandemia de covid-19.

“Não morremos da doença, vamos morrer da cura”, desabafou Nelson Rocha, do restaurante Mariazinha, num momento em que Macau está em estado de prevenção imediata, a insistir em quarentenas e com zonas da cidade isoladas, apostando na testagem massiva da população para controlar um surto local que se traduziu na deteção de centenas de casos numa só semana.

“Já estávamos pela hora da morte, agora foi pior. Estamos há dois anos e meio a perder dinheiro todos os meses. Estamos a ponderar fechar o restaurante, porque não temos dinheiro para pagar ordenados e rendas”, sublinhou o português.

Se no mês passado existiam alguns sinais que podiam alimentar a esperança de aguentar até outubro, a decisão de há uma semana de decretar o fecho dos restaurantes para apenas lhes permitir vender comida para fora “é a última facada”, lamentou.

“São medidas muito pesadas. Macau foi impecável no início, em 2020. Havia que preparar hospitais, esperar pela vacina, por um tratamento adequado. Mas agora, este vírus é como uma gripe e nós estamos aqui a tentar fazer uma coisa que não faz sentido”, insistiu, para concluir: “Não se consegue ver a luz ao fundo do túnel”.

Para o presidente da Macau Meetings, Incentives and Special Events (MISE) “enquanto a China não mudar de estratégia não há volta a dar”.

“Para nós, isto é um acumular de más notícias. Agora cancelaram-nos tudo e o mercado é cada vez mais pequeno”, explicou o empresário português Bruno Simões, ligado à indústria de eventos.

A dimensão internacional tinha-se perdido já em 2020, mas ao longo destes dois anos e meio “o mercado chinês mostrou-se cada vez mais volátil e arriscado”, contextualizou.

E agora “isto veio confirmar o que já todos suspeitavam: que qualquer dia chegava o vírus e que organizar um evento implicava assumir grandes riscos”, acrescentou.

Susana Diniz está à frente de um centro de formação desde 2019, o último ano pré-pandemia.

Apesar de a sua atividade ter sido quase sempre marcada pelas restrições, com constantes recuos e avanços das medidas restritivas das autoridades, explicou que não há forma de se habituar a esta indefinição.

“Desde domingo que mandaram fechar as portas, o que tem impacto direto no meu negócio”, com a inevitável perda de alunos, mesmo com a aposta no ‘online’.

“Não me parece que a situação fique resolvida tão depressa e não sei se será possível salvar seja o que for”, lamentou, lembrando que em 2020 fechou as portas do centro durante cinco meses e por três vezes em 2021.

“Começa-nos a faltar forças para lutar contra isto, porque vivemos dos clientes e sem eles não há negócios. Começa a faltar forças para recomeçar. Sem alunos não faço nada, mesmo que tenha o melhor produto do mercado. Eu, quando vou para casa sem fazer nada, não tenho ordenado”, notou.

Susana Diniz preparou o centro para as atividades do verão e abdicou das férias em Portugal “para salvar o negócio” e, de repente, surgiram “estas medidas desproporcionadas, que não resolvem nada, a fechar prédio sim, prédio não, com testes todos os dias”, salientou. “As regras que temos são essas, mas já não parece que seja muito lógico, tendo em conta o que se passa no mundo”, frisou.

O proprietário de “A Petisqueira” parece estar a ver “todo o filme outra vez”, depois de no início de 2020 os restaurantes, em desespero, terem fechado portas numa resposta à paralisação da economia, às ruas desertas de pessoas, refugiadas em casa. O mesmo filme, “mas para pior”, atreveu-se a descrever.

“As coisas estão muito complicadas. É só despesa com fornecimento, rendas, pessoal, que não despedi ninguém, e depois sai esta bomba. E não entra nada”, destacou. Nem clientes, nem dinheiro.

O restaurante voltou a fechar. Experimentou alguns dias manter as portas abertas com a venda de comida para fora, mas a procura foi tão reduzida que pensou que ganhava mais em encerrar o espaço.

“Sentimo-nos como se tivéssemos a corda na garganta”, resumiu, após regressar de um dos locais onde as autoridades organizam aquela que é a terceira testagem massiva a toda a população numa só semana.

28 Jun 2022

Pandemia | Território atinge 299 casos e Governo lança mais um teste em massa

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, afirmou que as medidas estão a ter resultados no controlo do surto local e que contam com a benção de Zhong Nanshan, epidemiologista do Interior. O número de casos subiu de 190, na sexta-feira, para 299, às 17h de ontem

 

A partir desta manhã está em curso mais um teste em massa que vai decorrer até amanhã às 18h00 contando com novos postos de testagem. O anúncio foi feito ontem, na conferência de imprensa sobre a situação pandémica, depois de o número de casos de covid-19 activos ter subido para 299.

No entanto, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, mostrou-se confiante no avançar dos trabalhos, sem desvalorizar a gravidade da situação, porque as medidas têm a aprovação do epidemiologista Zhong Nanshan.

“A equipa de Zhong Nanshan tem sido notificada de todas as medidas adoptadas pela RAEM. Sabemos que a estirpe BA.5.1 é altamente transmissível e que a origem nem sempre é clara, por isso, os testes em massa e de antigénio são fundamentais”, afirmou Elsie Ao Iong U. “A equipa disse que o Governo tomou as medidas necessárias e imediatas. Mas, como os casos têm vindo a crescer de forma rápida, há necessidade de fazer mais uma ronda de testes em massa, para travar e interromper a cadeia de transmissão”, foi justificado.

A secretária revelou ainda que nenhuma medida é adoptada sem a validação de Zhong Nanshan. “A equipa dele tem os dados para fazer uma avaliação sobre as nossas medidas. Se decidem que as nossas medidas são indicadas, elas são adoptadas. Se eles acharem que não são indicadas, então o Governo estuda outras medidas para aplicar”, reconheceu a secretária. “É uma equipa com muitos peritos e que nos transmite opiniões diferentes, mas é o Governo que decide as medidas a aplicar”, assegurou.

Para este teste, a secretária anunciou que as pessoas vão receber cinco testes rápidos e ainda 10 máscaras com o padrão KN95, visto como o mais eficaz face às máscaras de cirurgia, com uma taxa de prevenção de 83 por cento contra uma eficácia de 66 por cento.

Perto de casa

O aumento do número de centros de testagem foi explicado com o perigo de contágio e a necessidade de reduzir as aglomerações. Por isso, foi ainda deixado o apelo para que as pessoas sejam testadas perto das residências, e que evitem deslocações de autocarro ou de mais de 15 minutos a pé.

“Agradecemos que façam o teste perto da zona onde vivem. Não devem ir para outros bairros residenciais fazer o teste, de forma a evitar que haja um cruzamento da infecção”, foi pedido. “Também não devem apanhar o autocarro para ir para outro bairro, porque há um grande risco”, justificou a secretária.

O Governo apelou ainda à população para não sair de casa e declarar sempre os lugares que visita, através da aplicação móvel com o código de saúde. Segundo a explicação, se o Governo souber onde as pessoas estiveram ao longo do dia consegue impedir a cadeia de transmissão na comunidade e isolar as pessoas mais rapidamente, ou seja, mandá-las para quarentena, para evitar futuros contágios.

Quanto à evolução do surto, foi explicado que o “epicentro” se deslocou da Zona da Horta e Costa para a Zona Norte da cidade, “onde há uma grande concentração da população”.

Alvis Lo reconheceu ainda não ter capacidade para responder quando vai ser realizado o último teste em massa à população, apontando que vai depender da “situação real”.

Quarentenas atrasadas

Também ontem, foi reconhecido que a saída das quarentenas está atrasada e que as pessoas estão a passar nos hotéis quase mais um dia do que o inicialmente previsto. Em causa, está o facto de os Governo ter falta de meios humanos para analisar todos os testes realizados às pessoas em quarentena.

“Temos muitas pessoas sob controlo. Há mais de 2 mil pessoas para sair dos hotéis e precisamos de um tempo muito prolongado para testar as amostragens recolhidas”, reconheceu a Leong Iek Hou, médica. “Pedimos compreensão para a situação, mas o nosso pessoal tem vindo a trabalhar de manhã até altas horas da noite. Como as pessoas só podem deixar a quarentena com um teste negativo, às vezes têm de ficar mais uma noite do que o previsto”, confessou.

Este atraso foi encarado como um “motivo de força maior”, e a médica afirmou que não vai aumentar a despesa do custo da quarentena, que é assumido pelo erário público. Segundo os dados apresentados na conferência de ontem havia 4.845 pessoas em quarentena nos hotéis do território

 

Farmácias | Testes rápidos disponíveis para venda

Para além dos kits distribuídos aquando das rondas de testagem em massa da população, os teste rápido de antigénio podem ser adquiridos nas farmácias de Macau. “As farmácias de Macau também dispõem de produtos que cumprem as especificações, podendo os cidadãos adquirirem e fazerem os auto testes de antigénio, de acordo com as suas próprias necessidades”, pode ler-se em comunicado. Recorde-se que autoridades distribuíram, até ao momento, um total de cinco kits de testes rápidos a cada pessoa nas duas primeiras rondas de testes em massa.

13 zonas vermelhas

De acordo com a lista mais recente publicada pelo Governo, existiam até às 22h de ontem 13 áreas de controlo selado (zonas vermelhas). Das zonas vermelhas fazem parte: Edifício Tat Cheong (Travessa dos Bombeiros), Hotel Fortuna, Edifício Tat Cheong (Rua de Afonso de Albuquerque), Edifício Choi Kong Cheong (Bloco 1 – Rua Direita do Hipódromo), Edifício Yan On (Rua de Manuel de Arriaga), Restaurante Ng Iap (Estrada dos Cavaleiros), Edifício Comandante Pinto Ribeiro (Torre I – Praça das Portas do Cerco), Edifício Va Fai Kok (Rua de Francisco Xavier Pereira), Edifício Son Lei (Avenida da Longevidade), La Marina (Torre 4 – Rua Central da Areia Preta), Edifício Veng Chan (Pátio de Horta e Costa), Edifício Sok Fan (Rua da Barca) e Edifício Mau Tan (Bairro Iao Hon). Quanto às áreas de prevenção (zonas amarelas) foram definidos 43 locais.

Grand Lisboa Palace | Negada presença de familiares de Ho Iat Seng em casamento

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus esclareceu no sábado, “face aos rumores nas plataformas sociais online”, que “o Chefe do Executivo e seus familiares não compareceram no jantar de casamento que teve lugar no Grand Lisboa Palace, no dia 18 de Junho”. Recorde-se que o evento esteve na origem de um dos surtos que afecta Macau.
“Os rumores também alegaram que os familiares [de Ho Iat Seng] em causa tinham idade compreendida entre alguns meses e quatro anos, os quais também não se encontravam no Reino Unido nem em outros países estrangeiros, sendo que estes rumores não têm fundamento em relação à verdade dos factos e são maliciosos, pelo que foram entregues à polícia para investigação de acompanhamento”, indicou o Governo.
No sábado, o director dos Serviços de Saúde sublinhou também que nenhum deputado terá participado na festa de casamento. Na noite anterior, o Centro de Contingência referiu que a deputada Angela Leong não compareceu ao jantar de casamento mencionado, e que não estaria “sob controlo antiepidémico”.

Zonas vermelhas | Dois agregados com casos positivos ditam confinamento

A existência de duas fracções com casos positivos de covid-19 passou a estar na base para definir as chamadas zonas vermelhas. A medida anunciada ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus substitui o anterior critério em que as zonas vermelhas eram definidas a partir do momento em que eram detectados dois casos positivos, independentemente de pertencerem, ou não, ao mesmo agregado.
“Antes, o critério para a criação de zona de controlo selado [zona vermelha] era um prédio com dois casos positivos de ácido nucleico não controlado. Neste momento, esse critério altera para duas fracções autónomas ou duas famílias (ocupantes de alojamento colectivo que moram em mais de um quarto) com casos positivos de ácido nucleico não controlados”, pode ler-se numa nota oficial.
Os novos critérios ditam assim, que os edifícios onde exista apenas uma fracção ou família com casos positivos de covid-19, serão considerados como zonas amarelas. Desta feita, todos os edifícios que anteriormente tenham sido classificados como zonas vermelhas, passarão a ser zonas amarelas, “após realização de pelo menos um teste de ácido nucleico”, indica o Centro de Coordenação.

IAM | Acolhidos 34 animais de estimação

Entre 19 de Junho e o passado sábado, o serviço temporário de hospedagem do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) foi solicitado para acolher 34 animais de estimação, cujos donos foram obrigados a cumprir quarentena. De acordo com uma nota oficial, entre os animais estão cães, gatos, coelhos e ouriços-cacheiros, que foram entretanto entregues a familiares ou amigos dos donos ou encaminhados para o Canil Municipal, onde ficarão temporariamente hospedados.
Nenhum dos animais apresenta sintomas suspeitos relacionados com a covid-19. Segundo o IAM, após a recepção do pedido de ajuda, o organismo envia um veterinário e uma equipa de apoio para recolher e tratar do animal em causa, que é depois enviado para “a zona de inspecção de quarentena e criação de animais” do Canil Municipal. Durante o processo, o animal receberá toda a atenção quotidiana necessária, “a fim de permitir ao dono sentir-se à vontade durante a quarentena ou ao receber tratamento”.

Quarentena | Parisian acrescenta 2.300 quartos para observação médica

Face à necessidade de aumentar o número de quartos disponíveis para quarentena, o Governo anunciou que, desde sábado, o The Parisian Macau passou a integrar a lista de hotéis para observação médica, acrescentando assim 2.300 novos quartos. Recorde-se que, desde quinta-feira o Hotel Lisboeta Macau, passou também a ser utilizado para quarentenas, disponibilizando 650 quartos adicionais destinados a pessoas que são submetidas a observação médica a pedido do Governo. Com P.A. e J.L.

27 Jun 2022

Covid-19 | Governo admite terceira ronda de testes à população

O Governo admitiu esta sexta-feira a possibilidade de uma terceira ronda de testes à população, na sequência do surto de covid-19 que antecipou o final do ano letivo e suspendeu total ou parcialmente serviços e comércios.

“É com grande probabilidade que vamos fazer uma nova ronda de testes para atingir a política de zero casos”, disse o diretor dos Serviços de Saúde de Macau, Alvis Lo, durante a conferência de imprensa diária sobre a situação da covid-19 no território.

Macau decretou no domingo o estado de prevenção imediata, na sequência do pior surto desde o início da pandemia, no qual foram detetados 170 casos.

Na quinta-feira, teve início um teste geral à população, que decorre até à meia noite de hoje, depois de no início da semana cerca de 677 mil pessoas se terem deslocado aos 53 postos disponíveis para uma primeira testagem.

Nesta segunda avaliação, disse Lo, “foram recolhidas até às 15:00 567.462 amostras, ou seja 84% do público-alvo”.

Entretanto, na quarta-feira foi pedido também aos residentes de Macau que realizassem um teste antigénio em casa. À população foram entregues até à data cinco ‘kits’ de testes rápidos.

Na sequência do novo surto, as autoridades locais anteciparam o encerramento do ano escolar, além de declararem a suspensão da atividade de todos os espaços de diversão e dos restaurantes, permitindo apenas o serviço de ‘takeaway’.

Em Macau estão suspensos também os serviços públicos, a atividade dos museus e dos equipamentos sociais que prestam serviços diurnos (creches, centros de cuidados especiais e centros comunitários) e as visitas a lares de idosos.

Macau definiu áreas de confinamento, tendo delimitados neste momento nove edifícios da cidade de onde não é permitida a saída dos residentes. A par destas zonas vermelhas, foram criadas zonas amarelas em prédios adjacentes, com medidas de controlo menos restritivas.

24 Jun 2022

Covid-19 | Encerrados espaços de lazer. Estirpe BA5.1 na origem de todos os casos

Por decreto do Governo, desde as 17h00 de ontem que todos os espaços de diversão e lazer estão encerrados ao público e os restaurantes só estão autorizados a servir refeições para fora. A totalidade dos 110 casos confirmados foram infectados com a estirpe da variante Ómicron BA5.1. Definição de zonas vermelhas só a partir da detecção de dois casos positivos. Novo teste em massa decidido após resultados da actual ronda

 

 

O Chefe do Executivo decretou ontem, através de um despacho publicado em Boletim Oficial, o encerramento de todos os espaços de lazer, diversão e outros serviços e a imposição aos restaurantes de apenas servirem refeições para fora. A medida entrou em vigor às 17h00 de ontem.

Assim, segundo o despacho, enquanto a actual situação epidémica vigorar, cinemas, teatros, parques de diversão, salões de jogos, cibercafés, salas de bilhar e bowling, saunas e locais de massagens, salões de beleza, ginásios, health clubs e karaokes, bares, discotecas, salas de dança, barbearias e piscinas estarão de portas fechadas.

Quanto aos restaurantes, estão também desde ontem proibidos de servir refeições e vender outros produtos para consumo “no interior dos respectivos espaços, sem prejuízo da prestação dos serviços de takeaway”.

Questionado sobre se as empresas privadas deveriam seguir o exemplo e também elas fechar portas, Ho Iat Seng respondeu afirmativamente e reiterou que, à luz do actual surto, é fundamental travar a transmissão da covid-19 em Macau, através da redução da circulação de pessoas, concentrações e saídas desnecessárias.

“O Governo já suspendeu os serviços públicos e, por isso, as empresas do sector privado também podem seguir esse exemplo. Isto, com o objectivo de evitar aglomerações e saídas desnecessárias, como também aconteceu com as escolas. Não se trata de um problema de casos confirmados, mas o objectivo (…) é reduzir, tanto quanto possível, a transmissão”, disse o Chefe do Executivo durante uma conferência ao início da tarde de ontem.

Estirpe mistério

Mais tarde, o director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long anunciou que o número de casos confirmados em Macau aumentou para 110 até às 15h00 e confirmou que todos os pacientes foram infectados com a estirpe da variante Ómicron BA5, que nunca antes tinha entrado em Macau.

“De onde vem este surto epidémico? Não podemos afastar qualquer possibilidade. Pode ter sido através dos bens alimentares congelados que são importados do exterior para Macau. Agora, no Interior da China não existe a estirpe BA5. Uma vez que existe a possibilidade de contaminação através dos produtos, muitas vezes, não conseguimos encontrar a fonte, mas agora (…) temos que saber como é que, a curto prazo, vamos controlar a situação. Em Macau, em mais de 200 dias nunca houve um caso confirmado com esta estirpe”, disse Alvis Lo.

Sobre os infectados, o responsável detalhou que o seu estado de saúde é “estável” e que foram divididos em cinco grupos, envolvendo o Edifício Yim Lai (55 pessoas), Edifício Tat Cheong (38 pessoas), uma lavandaria (4 pessoas), um ginásio (3 pessoas) e o Centro Internacional de Macau (2 pessoas). Entre os infectados, foi ainda revelado, está pela primeira vez um profissional de saúde. Do total de pacientes, apenas 32 apresentam sintomas.

Questionado sobre a possibilidade de o Governo avançar para uma terceira ronda de testagem em massa da população, Alvis Lo referiu que, primeiro, é necessário analisar os resultados da ronda que termina hoje e que, só depois, será decidida uma nova testagem nesses moldes ou através da utilização de testes rápidos.

Sobre a utilização do hospital de campanha, o responsável referiu que as instalações podem ser activadas “em qualquer momento”. No entanto, dado que a maioria dos casos são assintomáticos e os pacientes com sintomas têm manifestações leves, os casos detectados estão a ser colocados em hotéis.

Nota ainda para o facto de o pavilhão C do Macau Dome estar disponível desde hoje como posto de testagem, no lugar do posto do Pac On. A medida foi justificada com a possibilidade de o novo espaço poder acolher mais pessoas.

Padrões alterados

Também ontem, foi anunciada a revisão dos critérios de classificação das zonas vermelhas e amarelas, com as primeiras a ser seladas, a partir do momento em que há dois casos confirmados. Nas situações em que é detectado apenas um caso de covid-19, essa área será definida como zona amarela. Isso mesmo explicou a médica Leong Iek Hou, vincando que ao final de cinco dias as zonas vermelhas podem passar a amarelas, caso sejam cumpridos determinados critérios.

“Quando, nos edifícios, surgirem mais de dois casos positivos, estes são considerados como zonas seladas e o código de saúde das pessoas que lá moram passa a vermelho. Esta zona vai ficar selada, pelo menos cinco dias e no 1º e 5º dias, vão ter que fazer teste de ácido nucleico e no 2º 3º e 4º dia têm de fazer testes antigénio”, começou por explicar Leong Iek Hou.

“Se não houver mais transmissão, no quinto dia, após saírem os resultados do teste de ácido nucleico, essas zonas vão voltar a abrir, no 6.º e 7.º dia o código passa a amarelo e no 7.º dia essas pessoas têm de ser sujeitas a teste de ácido nucleico”, acrescentou.

 

Zonas Vermelhas – Controlo Selado

Edifício YIM LAI: Rua de Manuel de Arriaga n.º 60-66C;
PADRE Modern Cuisine: Avenida da Praia Grande, n.º 251, Edifício. TAK FUNG, R/C B e C);
Edifício TAT CHEONG: Rua de Afonso de Alburquerque n.º 33-35G;
Centro CHIU FOK: Rua de Pedro Coutinho n.º 23);
CENTRO INTERNACIONAL DE MACAU (TORRE VI) : Rua de Malaca 124 Rua do Terminal Marítimo 93-103 Travessa da Amizade 82;
EDF. MAN LEI (BLOCOS S,T) : Rua Três do Bairro da Areia Preta6;
HOTEL FORTUNA: Rua de Cantão 49-63, Rua de Foshan 48A-78, Praça de D. Afonso Henriques 76-90 (Obs.:O Auto-Silo Pak Tou e reaberto.);
YO HO CITY CENTER: Avenida Marginal do Patane 331-339, Rua Marginal do Lam Mau 330-342, Travessa Marginal do Lam Mau 15-31;
FLOWER CITY (EDF. LEI SENG): Rua de Nam Keng 73;
EDF. PAK WAI (BLOCO 3): Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida 128;
EDF. U WA (BLOCO 6): Rua do Canal Novo 263;
TRUST LEGEND (TOWER II): Rua do Padre Eugénio Taverna 86;
EDF. FEI CHOI KONG CHEONG: Rua Direita do Hipódromo 77-115,Rua da Tribuna 303-315,Avenida do Hipódromo 332-388,Alameda da Tranquilidade 8-42.

Zona Amarela – Zona de Prevenção

Edifício SON LEI: Rua de Manuel de Arriaga n.º 64-64B;
Edifício. CHUN FONG: Rua de Afonso de Albuquerque n.º 38-40A;
Edifício. TAK FONG: Avenida da Praia Grande n.º 241-253;
Edifício TAK WENG: Rua de Afonso de Alburquerque n.º 37-45;
Edifício MAN HENG: Rua de Afonso de Alburquerque n.º 31C-31G;
Edifício PARKWAY MANSION, Bloco 2: Rua do Almirante Costa Cabral n.º 146;
FLOWER CITY – LEI POU KOK: Avenida Olímpica n.º 177-259, Rua de Évora n.º 10-72;
LAKE VIEW GARDEN: Praça de Lobo de Ávila 16-18;
Carnes Assadas Lam Kei: Rua da Emenda 40 ;
EDF. JARDIN IAT LAI (BLOCO 6) : Rua central de T’oi Sàn 302 .

Congelados | Suspensa importação de produtos da Índia

O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) decidiu suspender a importação de produtos aquáticos congelados de uma empresa oriunda da Índia. Segundo uma nota de imprensa, a medida surge depois de a Administração Geral das Alfândegas da China ter anunciado ontem que uma amostra de produtos importados da referida empresa testou positivo à covid-19.

O IAM exigiu ainda “aos comerciantes locais que selassem esses produtos”, tendo sido realizadas novos testes, sem detecção de anomalias.  A mesma nota dá conta que, desde Julho de 2020, o IAM tem realizados vários testes às amostras recolhidas dos produtos aquáticos congelados importados da Índia e das suas embalagens, quer interiores quer exteriores, “mas nunca havia detectado o novo tipo de coronavírus”.

Nos últimos três meses, o IAM “tem procedido a desinfecção e a testes aleatórios em relação aos produtos provenientes do referido país, cuja entrada é apenas permitida após a aprovação nas respectivas inspecções”.

Encomendas | Produtos vindos do Interior mais caros

Com o surto recente e os limites à circulação de pessoas entre Macau e Zhuhai, as encomendas vindas do Interior e entregues nas lojas locais estão mais caras. Segundo o Jornal Ou Mun, um responsável de uma loja explicou que o facto de todos os camiões transfronteiriços terem sido desviados e haver um aumento no preço dos combustíveis fez com os preços tivessem praticamente duplicado. Só nas encomendas mais pequenas, o lojista afirmou que o aumento foi de 2 patacas por unidade, mas prometeu baixar para o normal, mal termine o surto.

Outra pessoa ouvida, também responsável por um negócio semelhante, mostrou-se a favor dos aumentos e explicou a posição com a falta de condutores de camiões, além do custo da desinfecção dos produtos, que disse reflectir-se num aumento de 20 por cento sobre o preço final.

Ilha Verde | Abrigo de Verão volta a abrir

O Instituto de Acção Social (IAS) anunciou ontem a abertura do Abrigo de Verão localizado na Ilha Verde. A decisão foi tomada no seguimento de a Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) ter emitido alerta amarelo de temperaturas altas. Segundo uma nota divulgada ontem, o abrigo ficará de portas abertas “até que a temperatura volte a baixar” e os utilizadores que pretenderem aceder ao espaço terão de realizar, no local, um teste rápido.

De acordo com os SMG, as temperaturas para os próximos dias irão variar entre os 27 e os 33 graus Celsius. O pico das temperaturas deverá ser atingido entre as 12h00 e as 14h00. O IAS apela ainda à população para estar atenta “à situação física dos idosos em casa e dos que vivem sozinhos, doentes crónicos bem como dos indivíduos débeis” para evitar os efeitos provocados pelas altas temperaturas nos próximos dias.

24 Jun 2022

Surto | Receio de quarentena ou isolamento causa desespero a quem tem voos marcados

A possibilidade de, pela primeira vez em três anos, sair de Macau durante um surto comunitário tornou-se para muitos portugueses um autêntico teste aos nervos. Alguns residentes com viagem marcada tentaram antecipar a partida, sem sucesso devido à lotação esgotada dos poucos voos disponíveis. A maioria teme o confinamento total das zonas de residência ou ser enviado para quarentena

 

As férias de Verão de muitos portugueses e daqueles que procuram sair de Macau neste período para ver a família ou tratar de assuntos urgentes parecem estar assombradas com a ocorrência do mais recente surto em Macau. O facto de as autoridades não permitirem a saída de quem reside em zonas vermelhas, mesmo com teste negativo à covid-19, está a causar desespero a muitos, que tentam antecipar viagens. No entanto, o HM sabe que, pelo menos até às primeiras semanas de Julho, os voos estão completamente cheios, o que faz com muitos residentes temam ficar retidos no território.

“Por mim, voava já hoje”, disse uma residente, que não quis ser identificada. “Não sabemos o dia de amanhã e queremos sair o mais rapidamente possível porque são viagens muito complicadas. Esta viagem não é um capricho, é uma coisa séria, falo de questões de saúde e familiares. Tenho tido uma vida recatada e sou praticamente risco zero. Se alguém ao lado fica infectado muda a nossa vida por completo, além de perdermos 20 mil patacas, só porque sim.”

“Estão a ser cancelados voos de pessoas que vivem em zonas vermelhas e que tentam marcar as viagens noutras datas. Mas não temos sequer acesso aos voos que estão a ser cancelados para poder marcar os nossos. Estamos um pouco desesperados para sair daqui e não vamos contagiar ninguém, porque o mundo já vive com o covid-19”, declarou.

A afirmação da residente é uma referência a uma declaração proferida por Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde (SSM), que, numa conferência de imprensa sobre o surto, declarou ser totalmente proibida a saída de pessoas de zonas vermelhas, por existir o risco de contágio de covid-19 fora do território.

A única constante

O HM contactou uma agência de viagens que confirmou a impossibilidade de antecipar partidas devido à falta de lugares. Porém, a fonte confirmou ter alterado datas de partida de “poucas pessoas” que ficaram confinadas em casa. “A situação muda a cada dia. Neste momento, temos lugares para o voo que parte no dia 11 de Julho, que é bastante dispendioso. Tivemos pedidos para alterar voos até ao final deste mês, início do próximo, mas não temos qualquer hipótese de concretizar esses pedidos”, contou a fonte que trabalha numa agência de viagem.

O empresário Gonçalo Martins tem a vida um pouco mais dificultada. Há muito que a possibilidade de umas férias de Verão no seu país é contada como um conto de fadas aos filhos pequenos. A mulher já saiu de Macau, mas a família teme não se poder encontrar como desejou.

“Temos viagem marcada para dia 2 de Julho, começamos a ver toda esta situação a avançar e pensámos em alterar o voo. Mas não é possível antecipar. Há três anos que não vamos ao nosso país, estamos longe da nossa família e amigos, e tem sido desesperante. Andamos felizes e todos os dias conto histórias aos meus filhos, que vão conhecer a terra dos avós. De repente, acontece isto e é como se tudo desmoronasse.”

O empresário português assume que tem vivido “dias de algum desespero e apreensão”. “Não sabemos o que vai acontecer. Podemos estar bem, e de repente alguém do prédio apanha covid-19 e ele transforma-se numa zona vermelha ou amarela. Isso iria estragar os nossos planos completamente”, acrescentou.

Apesar de dizer que não pode fazer nada contra as decisões adoptadas pelas autoridades, Gonçalo Martins defende uma nova abordagem à pandemia que não passe pela política de casos zero.

“Fico, de facto, aborrecido com tudo isto. Por um lado, compreendo certas situações, por outro penso que, passados três anos, parece que estamos a reagir ao vírus como se fosse uma coisa nova. Dever-se-ia fazer uma certa abordagem, mas é a China que decide. Não concordo com esta abordagem, mas a minha vida está aqui e posso demonstrar o meu desagrado no dia-a-dia, com conversas e redes sociais, estou de pés e mãos atadas. É desesperante.”

Nova situação

Outra residente, que também não quis ser identificada, viaja na próxima quarta-feira e faz figas para que não haja mais casos e definição de novas zonas vermelhas que a obriguem a mudar todos os planos. Desde 2020 que não vai a Portugal.

“Finalmente, consegui negociar uma licença sem vencimento para ir, e se as coisas morrerem na praia por causa disto…imagine a aflição. Tenho um colega de trabalho que viaja no sábado que tentou mudar a viagem e disseram-lhe que os voos estão completamente cheios.”

A residente entende que a situação pandémica “está pior”, pois “há mais casos e as medidas de confinamento não se cingem à quarentena, mas o prédio fica em confinamento, mesmo sem muitos casos positivos”.

Porém, a residente tem conhecimento de casos mais extremos. “Tenho amigos que vivem ao lado de um prédio confinado e não podem sequer utilizar a garagem comum. Depois não circunscrevem as zonas de uma só vez, o que cria esta angústia. A todo o momento encontram uma ligação a um caso positivo e levam toda a gente para confinamento.”

Ir de vez

Pedro Benjamim, radialista, viaja por Hong Kong daqui a uns dias e deixa o território de vez. Tentou antecipar a viagem para escapar à situação actual, mas percebeu que o estado das coisas seria sempre imprevisível.

“Vou por Hong Kong, e não por Singapura, o que me traz um nível extra de dificuldade. Se essa ligação é cancelada, ou o sistema de isenção de quarentena é interrompido, ou há mudanças nos autocarros [dourados], deixo de poder ter a viagem e tenho de procurar alternativa por Singapura. Esta fase é muito complicada porque os voos estão cheios e não sei se haverá vagas.”

O radialista teme que, “de repente, o prédio fique numa zona vermelha e seja praticamente impossível viajar”. “Mesmo ao meu lado tenho um prédio que está numa zona vermelha, moro nesta zona que foi delimitada como teste alvo, mas sinto que é tudo muito imprevisível. Tento estar mais por casa, não passar por muitos sítios, para não correr o risco de ir para quarentena ou que o meu prédio passe a ficar na zona vermelha. Acredito que as coisas podem mudar de um dia para o outro. Ao mesmo tempo, tenho algum optimismo que a ligação com Hong Kong não feche de repente.”

Em relação à actuação das autoridades, Pedro Benjamim entende que as deveriam permitir os voos de pessoas que testem negativo à covid-19. No entanto, considera que “seja difícil criar excepções”.

Quem também sai de vez do território, ao fim de 28 anos, é Isabel Carvalho. Viaja com animais, o que dificulta ainda mais o processo já de si difícil. “Tenho medo que passe a haver quarentenas em Hong Kong, o que torna tudo mais difícil. Acabo de trabalhar no dia 30 e depois tenho dez dias para me organizar. Tenho esperança que as coisas estabilizem até lá. Todos apanham covid-19 e para mim a política de zero casos é anacrónica.”

Assumindo-se infeliz em Macau e sem conseguir estar longe da mãe idosa e das filhas, Isabel Carvalho já não tem esperanças de que o território se transforme “num sítio aberto”.

“A minha questão premente, neste momento, é o [possível] isolamento do prédio onde estou a viver e as dificuldades para ir para Hong Kong. Viajo com três animais e já foi difícil arranjar um voo. Se tiver de mudar o dia vai ser complicado, porque em Hong Kong os animais só têm 24 horas para estar em trânsito. Se quiser mudar, já estará esgotado na semana seguinte, por exemplo”, rematou.

24 Jun 2022

Pandemia | Função Pública dispensada até sexta-feira. Afastado confinamento geral

Funcionários públicos sem funções urgentes estão dispensados do serviço até sexta-feira. Ainda não há data para o regresso das aulas presenciais e o Governo aconselha a avaliação contínua. Autoridades afastam possibilidade de confinamento geral do território. Quem tem voos marcados não pode deixar zonas seladas

 

As autoridades decidiram prolongar até sexta-feira a suspensão do trabalho para todos os funcionários públicos que não desempenhem funções essenciais ou de linha da frente. A garantia foi dada ontem na habitual conferência de imprensa do Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus por Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde (SSM), com base no despacho assinado pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, que entra hoje em vigor.

“Os trabalhadores suspensos do serviço devem cumprir o seu dever e permanecer em casa. As empresas que não prestem serviços urgentes devem suspender os trabalhos, enquanto que os restaurantes devem disponibilizar apenas o serviço de take-away. Segundo os resultados dos testes em massa, temos 21 amostras mistas, por isso apelo aos cidadãos para permanecerem em casa”, adiantou.

Mesmo com regras relativas a distanciamento social e com encerramento de serviços, as autoridades afastam, para já, a possibilidade de o território entrar em confinamento geral. “Temos um plano de gestão comunitária circunscrita que não queremos ainda activar. Estamos a observar a situação e não é necessária preocupação. Não precisam de açambarcar os produtos [nos supermercados], basta que sigam as nossas instruções”, apontou o responsável dos Serviços de Polícia Unitários (SPU).

A situação torna-se mais complicada para quem tem voos marcados para fora de Macau e esteja agora em zonas vermelhas, uma vez que não pode sair, mesmo com teste negativo à covid-19.
“Estas pessoas não podem sair das zonas de confinamento porque temos de assegurar que a epidemia não se propaga para fora de Macau e têm de ficar em casa. Se apanharem voos ou outros transportes quer dizer que seremos responsáveis pela propagação do vírus fora de Macau”, adiantou Alvis Lo.

Testes hoje

Tendo em conta que a testagem em massa terminou ontem, as autoridades pediram à população para fazer hoje testes rápidos em casa. “A próxima etapa será a realização, amanhã, dia 22 [hoje] de testes anti-génio para todos os residentes. Vamos dividir algumas zonas onde serão feitos testes de ácido nucleico e vamos ainda analisar quantas pessoas estão envolvidas.”

Já quem vive em determinadas áreas afectadas terá de realizar hoje testes de ácido nucleico. Quem vive ou trabalha na zona delimitada pela Av. Horta e Costa; Rua do Almirante Costa Cabral; Estrada do Repouso; e Avenida do Almirante Lacerda deve efectuar marcação ainda hoje até às 21h, através do link https://eservice.ssm.gov.mo/allpeoplernatestbook informaram as autoridades de saúde ao fim da noite.

Ainda assim, as autoridades não afastam a possibilidade de realizar outra ronda de testes à população, conforme a evolução pandémica. “Temos de fazer primeiro uma avaliação dos resultados. Amanhã [hoje] apelamos a que as pessoas façam testes rápidos e coloquem o resultado na plataforma. Se detectarmos mais casos positivos, teremos mais uma ronda de testagem em massa. Como selámos os edifícios em risco e temos dois grupos de pessoas em análise, pedimos apenas, de momento, o teste rápido”, disse Alvis Lo.

As autoridades continuam sem saber quem é o paciente zero, mas assumem que “o mais importante é encontrar todos os pacientes e pessoas de contacto próximo”. “Muitas vezes, na China, nunca é encontrada a origem do surto. Mesmo que façamos as investigações é sempre necessário tempo”, frisou Alvis Lo.

Aulas sem data

Luís Gomes, responsável da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), afirmou que ainda não existe uma data para o regresso das aulas presenciais. Caso as aulas se mantenham online, e uma vez que o ano lectivo está perto do fim, as autoridades educativas aconselham os docentes a recorrer à avaliação contínua.

“Não podemos dizer nada, para já, porque temos de acompanhar a situação, mas o princípio fundamental é a segurança dos estudantes. Se não tivermos mais tempo para o regresso das aulas presenciais, poderemos considerar o recurso à avaliação contínua.”

A DSEDJ assegura que serão disponibilizadas “soluções de ensino” para que as escolas façam a “avaliação multidisciplinar”. “Ao longo do ano lectivo não houve suspensão de aulas pelo que os alunos conseguiram ter aproveitamento até esta altura. As escolas podem aproveitar esta avaliação contínua”, assegurou Luís Gomes.

 

Crianças acompanhadas

Tendo em conta o caso positivo relativo a uma professora da Escola Primária Hou Kong, que contactou com mais de 300 alunos, bem como o da sua filha que é aluna do Jardim de Infância do Colégio do Sagrado Coração de Jesus, que poderá ter contactado com mais de 60 crianças, as autoridades ainda estão a avaliar quantas crianças irão cumprir quarentena em hotéis. Ficou garantido que, caso isso aconteça, serão acompanhadas pelos pais. “Teremos de ver a disponibilidade dos hotéis e o percurso comum, se houve um período mais longo, para vermos se se justifica enviar para a quarentena. As nossas regras dizem que as crianças com menos de 18 anos são acompanhadas pelos pais.”


300 no Hotel Fortuna

Um dos novos locais sinalizado como zona vermelha é o Hotel Fortuna, que neste momento tem 300 hóspedes e 80 trabalhadores, alguns deles da zona do casino. “Se os quartos estiverem disponíveis as pessoas podem lá ficar, caso contrário serão transferidas para hotéis de quarentena. Temos primeiro de realizar os testes após selar a unidade.” De frisar que o parque de estacionamento está aberto ao público. O encerramento do Hotel Fortuna deveu-se ao facto de um trabalhador ter testado positivo, bem como mais três homens que estão no grupo de casos confirmados associados a trabalhadores não-residentes. Além disso, um trabalhador do Hotel Fortuna, que está em Zhuhai, também testou positivo, aumentando para cinco os casos associados à unidade hoteleira.

IAS | Apelo “veemente” à vacinação de idosos

O Instituto de Acção Social (IAS) voltou a solicitar aos cidadãos idosos que se vacinem contra a covid-19, porque “apesar de ficarem permanentemente no domicílio e não saírem de casa, é provável que os idosos fiquem infectados com a covid-19, transmitido pelos familiares ou seus cuidadores”. O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, afastou ontem a hipótese de tornar a inoculação obrigatória. “Relativamente à obrigatoriedade, não posso ainda dizer que as pessoas serão obrigadas a vacinarem-se, porque é difícil”, afirmou. Até às 21h do dia 20 de Junho, a taxa de vacinação dos idosos em diversos grupos etários que administraram pelo menos uma dose de vacina foi de: 79,9 por cento para idades de 60 a 69 anos; 74,8 por cento para 70 a 79 anos; 50,4 por cento para o grupo etário de 80 anos ou mais.

49 positivos, 15 com sintomas 

Macau está neste momento com 49 casos confirmados de covid-19, sendo que apenas 15 pessoas apresentam sintomas e 34 estão assintomáticos. Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), prometeu divulgar os resultados dos testes em massa até à meia noite de ontem, mas até ao fecho desta edição os dados não tinham sido divulgados. Ontem de manhã, de um total de 677.586 testes, 564.297 apresentaram resultado negativo, existindo 21 amostras mistas com um resultado positivo. Os 49 casos dividem-se em dois grupos, sendo que o primeiro está ligado a 28 trabalhadores não residentes, enquanto que outro grupo é composto por um trabalhador do Estabelecimento Prisional de Coloane e familiares, num total de 19 pessoas. Segundo Alvis Lo, duas pessoas estão a ser investigadas por, alegadamente, terem uma ligação a estes dois grupos, que estão interligados em termos de contágio. As autoridades classificaram 11 zonas vermelhas, de onde as pessoas não podem sair, e cinco zonas amarelas. De momento, estão 1824 pessoas isoladas em casa.

Transportes | Apresentação de código de saúde causa problemas

Desde que a apresentação do código de saúde de cor verde passou a ser obrigatória na segunda-feira para frequentar autocarros, táxis e o Metro Ligeiro, residentes idosos e trabalhadores não-residentes têm encontrado constrangimentos na utilização de transportes públicos.
De acordo com a TDM – Canal Macau, muitos passageiros de autocarros foram apanhados de surpresa pela medida, implicando atrasos e a necessidade de encontrar alternativas de transporte. Um trabalhador não-residente do Interior da China que se encontrava numa das paragens de autocarro da Praça Ferreira do Amaral contou não ser capaz de gerar o código saúde e que, por isso, iria chegar atrasado ao trabalho.
Um casal de residentes idosos admitiu ter sido obrigado a pedir ajuda à filha para se deslocar na cidade, pois a mulher não possui um telemóvel com acesso à internet capaz de gerar o código de saúde. “A minha mulher tem um telefone antigo, sem internet e, por isso, não consegue fazer o código de saúde. Só eu tenho o código de saúde e vamos ter que pedir à nossa filha para nos transportar”, disse.
Uma outra residente que também esperava a chegada do autocarro, admite ter sido apanhada de surpresa pela exigência, mas sublinha ser necessário “cooperar com o Governo porque há um surto no território”.
Além disso, ao longo de segunda-feira foi comum ver os autocarros a demorar-se mais em cada paragem, dada a fila de passageiros que se inevitavelmente se formava para preparar e apresentar, o código de saúde ao condutor do veículo.

Macau

Zonas Vermelhas – Controlo Selado

Edifício Yim Lai: Rua de Manuel de Arriaga 66-66C

Padre Modern Cuisine (Edifício Tak Fung): Avenida da Praia Grande 251

Edifício Tat Cheong: Rua de Afonso Albuquerque 33-35G

Edifício Parkway Mansion (Bloco 2): Rua do Almirante Costa Cabral 146

Centro Chiu Fok: Rua de Pedro Coutinho 23

Lake View Garden: Praça de Lobo de Ávila 16-18

Carnes Assadas Lam Kei: Rua da Emenda 10

Centro Internacional de Macau (Torre VI): Rua de Malaca 124, Rua do Terminal Marítimo 93-103, Travessa da Amizade 82

Edifício Jardim Iat Lai (Bloco 6): Rua Central de Toi San 302

Edifício Man Lei (Bloco S,T): Rua Três do Bairro da Areia Preta 6

Hotel Fortuna: Rua de Cantão 49-63, Rua de Foshan 48A-78,Praça de D. Afonso Henriques 76-90

Zona Amarela – Zona de Prevenção

Edifício Son Lei: Rua de Manuel de Arriaga 64-64B

Edifício Chun Fong: Rua de Afonso de Albuquerque 38-40A

Edifício Tak Fong: Avenida da Praia Grande 241-253

Edifício Tak Weng: Rua de Afonso de Albuquerque 37-45

Edifício Man Heng: Rua de Afonso de Albuquerque 31C-31G

Taipa

Zonas Vermelhas – Controlo Selado

Flower City – Lei Pou Kok: Avenida Olímpica 177-259, Rua de Évora 10-72

22 Jun 2022

Economia | Governo lança sete medidas de apoio no valor de 10 mil milhões 

O secretário para a Economia e Finanças anunciou ontem um pacote de sete medidas de apoio a residentes e empresas no valor de dez mil milhões de patacas. Os serviços públicos vão ficar encerrados até amanhã, mas os casinos continuam a operar

 

Depois de ser confirmado um surto comunitário no território, o Governo anunciou sete novas medidas de apoio económico a residentes e empresas. As medidas representam um gasto público de dez mil milhões de patacas, que terá ainda de passar pelo crivo da Assembleia Legislativa.

Assim sendo, será devolvido o imposto domiciliário para os sectores industriais e comerciais, decretada a isenção do imposto de turismo, além de serem concedidos apoios a taxistas para fazer face ao aumento do preço dos combustíveis. O pacote de medidas inclui também ajudas a profissionais liberais e lojas, sendo também estendido o prazo para que as pequenas e médias empresas (PME) devolvam o montante dos empréstimos concedidos pelo Governo. Até ao dia 31 de Dezembro de 2023 pagam apenas os juros.

“Sabemos que está quase a vencer o prazo de devolução e daremos mais um ano para que as empresas devolvam o empréstimo”, declarou o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong. O governante admitiu ainda atribuir mais apoios a “empresas de grande envergadura” pois estas “começaram a fechar”, prometendo “outra ponderação”.

O secretário terá como referências os planos de apoio criados nos últimos dois anos. “Estas medidas visam reduzir a sobrecarga sentida pelas empresas e dar um apoio nesta fase difícil da pandemia, para que possam superar as dificuldades. Daí os benefícios atribuídos aos profissionais liberais e lojas. Serão ainda adoptadas medidas de impulso ao consumo, como sorteios, a anunciar mais tarde.”

Casinos não fecham

O secretário garantiu também que, para já, os casinos não fecham portas, tendo em conta que são implementadas medidas de controlo da saúde, como a medição da temperatura, entre outras. Em relação à votação da proposta de lei do jogo na Assembleia Legislativa, o governante afirmou que deverá decorrer conforme o calendário previsto.

Na segunda conferência de imprensa de ontem foi confirmado que Macau não tem falta de fornecimento de produtos. Chegou ontem ao território o segundo lote de produtos alimentares frescos e vivos, e hoje chegam mais 300 toneladas de vegetais, 150 toneladas de frutas, 700 mil ovos e 380 porcos vivos.

O Lam, vice-presidente do conselho de administração do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), garantiu que não haverá falta de comida para quem está isolado em casa. “Será atribuído um kit de comida com legumes e carne de porco, com uma quantidade suficiente de alimentos para três dias. Temos carne congelada e legumes com maior duração, como batatas.” O lixo será recolhido também por equipas do IAM durante a noite.

As autoridades indicaram ainda que não é recomendável comer dentro de restaurantes, mas, para já, não é proibido fazê-lo. “Afastamos a possibilidade (de comer dentro dos restaurantes) antes de terminarmos a ronda de testes, porque se as pessoas tirarem a máscara e tomarem as refeições, isso constitui um risco. Em Macau, durante a pandemia, muitas medidas foram adoptadas com a colaboração dos cidadãos. Começamos com um apelo, mas se a situação não for controlada poderemos, pela via legal, obrigar as pessoas a não comer nos restaurantes”, disse Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM).

Foi ainda decretado que os serviços públicos permanecem de portas encerradas até amanhã, “à excepção dos serviços indispensáveis e urgentes”. Os funcionários públicos devem “observar o cumprimento do dever, evitando saídas e ficando em casa”.

20 Jun 2022

Covid-19 | Macau em estado de prevenção, com 31 casos positivos. Testes em massa até amanhã

Após a confirmação de novos casos de covid-19 de origem “desconhecida”, o Governo decretou ontem o estado de prevenção imediata e anunciou um novo plano de testagem em massa que inclui a distribuição de testes rápidos. Perante o surto “mais grave” desde o início da pandemia, Elsie Ao Ieong U apelou aos cidadãos para não saírem de casa e aos estabelecimentos não essenciais para fechar portas

 

Macau despertou ontem para a incerteza dos próximos dias. Após um início de noite e madrugada marcadas pela agitação das sirenes um pouco por toda a cidade e o isolamento de vários edifícios e áreas habitacionais, o Governo decidiu decretar ontem o estado de prevenção imediata e avançou para aquele que é o quarto plano de testagem em massa da população desde o início da pandemia.

“Macau está em risco de sofrer um surto do novo tipo de coronavírus na comunidade”, pode ler-se na nota do Centro de Operações de Protecção Civil emitida por volta da 01h da manhã de ontem.

Numa conferência de imprensa marcada de urgência, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, começou por revelar a detecção de 12 casos confirmados de covid-19 em Macau, admitindo que, provavelmente, o número deverá aumentar nos próximos dias. Sobretudo quando, segundo a responsável, a situação é a “mais grave” desde o início da pandemia. Mais tarde, o número de casos confirmados detectados no dia de ontem viria a subir para 21.

Por isso mesmo, e havendo o risco de transmissão comunitária, Elsie Ao Ieong U apelou ainda à população para ficar, tanto quanto possível, em casa e aos estabelecimentos não essenciais, incluindo os casinos, para fechar portas.

“Temos, pelo menos, 12 casos confirmados. Creio que o número vai aumentar nos próximos dias, porque estamos a proceder à testagem em massa da população. Apelo aos residentes para ficarem em casa. Oito destes casos são assintomáticos e quatro têm sintomas”, começou por dizer ao início do dia.

“Prevemos que os casos confirmados não fiquem por aqui. Esta situação é a mais grave [desde o início da pandemia], comparando com os surtos anteriores. Excepto, supermercados e outros locais de venda de bens essenciais, apelamos aos outros estabelecimentos para fecharem. Apelamos aos residentes para se manterem em casa e colaborarem com as medidas de prevenção da pandemia”, acrescentou.

As actividades educativas das escolas de todos os graus de ensino foram suspensas, assim como outros eventos públicos. As autoridades decidiram também suspender o funcionamento dos equipamentos sociais que prestam serviços diurnos (creches, centros de cuidados especiais e centros comunitários) e as visitas a lares de idosos, bem como o encerramento de museus. Quanto aos restaurantes, o Governo lançou um apelo para que a venda de refeições apenas seja feita para fora.

Durante a conferência de imprensa, Leong Man Cheong, dos Serviços de Polícia Unitários (SPU) apelou à tranquilidade e garantiu que há bens essenciais em número suficiente para toda a população.

“Foi activado o Centro de Protecção Civil que irá articular com os trabalhos de prevenção epidémica do Centro de Coordenação e manter a ordem da sociedade. Contactámos também com o Centro de Consumidores para assegurar o fornecimento dos bens necessários. Portanto, os residentes não precisam de comprar muitos bens. Apelamos aos cidadãos para prestar atenção às informações oficiais e não aos rumores”, indicou.

Mais uma voltinha

Em vigor desde o meio-dia de ontem, o novo plano de testagem em massa da população estará a decorrer, ininterruptamente, até ao meio-dia de amanhã, em 53 locais. À semelhança dos planos de testagem anteriores, o teste de ácido nucleico é gratuito, pode ser feito mediante marcação prévia e haverá filas dedicadas a pessoas com necessidades especiais, idosos e menores (estes, sem marcação prévia).

Além dos postos normais, estão também disponíveis 18 postos de testes pagos, com o objectivo de facilitar a passagem fronteiriça de trabalhadores e outros interessados.

A maior novidade do novo plano de testagem está na distribuição de três kits de testes rápidos após a recolha das amostras. No entanto, tal como explicou o director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long, numa primeira fase, os testes são apenas para conservar, até indicação em contrário. Caso seja necessário, o objectivo passará por ajudar os Serviços de Saúde a confirmar casos de covid-19 numa fase posterior.

“Estamos a distribuir testes rápidos aos residentes para prevenção, mas quanto ao seu uso, vamos anunciar posteriormente. O resultado dos testes rápidos pode ser carregado no código de saúde através do link disponibilizado na aplicação. Estes testes rápidos são para ajudar os serviços de saúde a confirmar casos nas amostras mistas. Essas pessoas terão de fazer o teste rápido para confirmar o seu caso. Cada residente vai ter três kits de testes rápidos para apoiar os trabalhos de prevenção epidémica”, detalhou.

Origem desconhecida

Questionado sobre os novos casos detectados, Alvis lo apontou que, para já, a sua origem é ainda “desconhecida”. Isto apesar de se tratarem de casos “conexos” e a possibilidade de o número de casos vir a aumentar nos próximos dias ser uma “certeza”.

“Há 12 casos confirmados e são todos conexos. Quanto ao historial de viagem não vejo qualquer ligação directa com outras cidades, por isso a origem é desconhecida. Posso dizer com certeza que vão ser confirmados mais casos”, referiu o responsável.

Sobre o tema, a secretária começou por apontar que, numa fase preliminar, os novos casos não estarão relacionados com os hotéis de quarentena, embora a hipótese não possa ser totalmente descartada.

“Numa fase preliminar isto não tem a ver com os hotéis designados. Não conhecemos origem e, por isso, temos que investigar. Não excluímos hipótese de os casos terem sido importados”, partilhou.

Mais tarde, numa nova conferência de imprensa, Alvis Lo viria a revelar que o número de casos confirmados subiu para 21, referentes a indivíduos com idades compreendidas entre os 8 meses e os 89 anos. Destes, detalhou o responsável, 13 são trabalhadores não-residentes (TNR) e quatro não estão vacinados (entre os quais dois idosos). Entre os TNR, sete são empregadas domésticas, três estão desempregados, dois trabalham num restaurante e um é segurança de hotel. Um dos outros casos trabalha no estabelecimento prisional de Coloane.

As autoridades separaram ainda os novos casos em dois grupos, com o primeiro, de 17 pessoas, a incluir os 13 TNR (que vivem juntos), uma pessoa que mora no mesmo andar, duas colegas dos TNR que trabalham no restaurante e a respectiva empregadora. O segundo grupo inclui o trabalhador do estabelecimento prisional e três familiares.

Sobre a origem dos casos, Alvis Lo reiterou que a fonte de contágio continua incógnita, mas que, dado “não ser provável” que a fonte sejam os hotéis de quarentena, a probabilidade de ter vindo do Interior da China é “alta”.
Ao final da noite, a contabilidade subiu para 31 casos positivos, referentes a 21 mulheres e 10 homens.

Macau

Zonas Vermelhas – Controlo Selado

Edifício Yim Lai: Rua de Manuel de Arriaga 66-66C

Padre Modern Cuisine: Avenida da Praia Grande 251

Edifício Tat Cheong: Rua de Afonso Albuquerque 33-35G

Edifício Parkway Mansion (Bloco 2): Rua do Almirante Costa Cabral 146

Centro Chiu Fok: Rua de Pedro Coutinho 23

Zona Amarela – Zona de Prevenção

Edifício Son Lei: Rua de Manuel de Arriaga 64-64B

Edifício Chun Fong: Rua de Afonso de Albuquerque 38-40A

Edifício Tak Fong: Avenida da Praia Grande 241-253

Edifício Tak Weng: Rua de Afonso de Albuquerque 37-45

Edifício Man Heng: Rua de Afonso de Albuquerque 31C-31G

Taipa

Zonas Vermelhas – Controlo Selado

Flower City – Lei Pou Kok: Avenida Olímpica 177-259, Rua de Évora 10-72

20 Jun 2022

Pandemia | Portugueses lamentam burocracia, viagens caras e restrições desumanas

Muitos portugueses a residir em Macau estão a preparar a primeira viagem a Portugal desde que começou a pandemia, à boleia da lenta redução das restrições. As opções de viagem são poucas e as que existem são muito mais caras do que o habitual. A burocracia dificulta ainda mais a vida de muitas famílias, algumas a viajar com crianças

 

A chegada do Verão motivou muitas famílias portuguesas a residir em Macau a marcarem as primeiras viagens a Portugal desde que a pandemia começou. Num misto de receio e saudade dos familiares com quem não estão há mais de dois anos, devido às restrições fronteiriças ainda em vigor, não faltam peripécias para fazer uma viagem que antes da pandemia era longa, mas bem mais simples. A começar pelos preços das viagens.

Existem poucas opções de voos durante a semana e têm de ser marcadas através de uma agência de viagens para que nada falhe entre escalas, nomeadamente a imensa papelada que é preciso apresentar.

Se antes da pandemia, uma viagem normal a Portugal podia variar entre sete e dez mil patacas, hoje os preços quase duplicaram.

Vanessa Amaro, professora universitária, viaja no Verão com o marido e três filhos pequenos porque um deles precisa de se submeter a uma cirurgia que não pode ser feita no território. Ao HM, desabafa sobre uma situação que lhe traz expectativa, mas também muito receio. De frisar que, aquando da realização desta entrevista, ainda a quarentena obrigatória para entrar em Macau era de 14 e não dez dias mais sete de autogestão, como já foi anunciado.

“Sair daqui, neste momento, é extremamente complicado porque as opções são poucas, pois só há duas viagens por semana, na quarta-feira e no sábado. Estamos habituados a comprar viagens online e não me recordo a última vez que fui a uma agência, mas agora é o único caminho possível.”

Vanessa Amaro relata a saga de ter visto o preço de um voo aumentar imenso num só dia. “Perdemos horas e horas à espera de novas opções na agência. Fui ver um voo numa quarta-feira, com o valor de 17 mil patacas, que já é caríssimo. No mesmo dia, à noite, escolhi um voo, e o preço tinha passado para 20 mil patacas. Os valores oscilam muito. Conheço pessoas que pagaram viagens a 15 mil patacas, e outras que pagaram 28 mil patacas, depois de mim. Os bilhetes têm imensas observações que temos de cumprir para sair daqui, como documentos, declarações e testes obrigatórios, o que leva uma pessoa a desesperar.”

Actualmente, uma das opções é viajar por Hong Kong e regressar por Singapura, evitando, assim, a realização de uma dupla quarentena, em Hong Kong e Macau. Mas tal implica comprar viagens por companhias diferentes, excluindo a hipótese de pagar preço mais económico de ida e volta.

“Ir por Hong Kong é sempre um risco porque só há um autocarro por dia para nos levar ao aeroporto. Chegamos lá, precisamos de uma declaração de saúde, e no aeroporto esperamos muitas horas porque os voos saem tarde. Se o voo é cancelado, não podemos sair do aeroporto”, afirmou Vanessa Amaro.

A professora universitária confessa “sentir muito medo” de voltar a Macau e testar um fraco positivo, tendo em conta a possibilidade de isolamento longe da família. “Nem tenho medo de apanhar covid-19, mas sim de chegar com um fraco positivo e ficar separada dos meus filhos, em isolamento, sem necessidade nenhuma. Acho que a situação é desumana.”

Além da “burocracia e do dinheiro que se gasta”, Vanessa Amaro destaca o facto de os testes de despistagem à covid-19 realizados no hotel durante a quarentena, no valor aproximado de duas mil patacas, terem de ser pagos com antecedência. “É tanta coisa que eu, para já, só me foquei no que tenho de fazer para sair daqui. Fazer um teste, ir buscar o certificado, e seja o que deus quiser. Fiz a reserva no Hotel Tesouro a contar que o Governo abra novas opções. Somos dois adultos com três crianças, e nesse hotel teremos de ficar separados. Todos estamos vacinados e vamos ter de passar os dias da quarentena sem nos vermos, como se fossemos criminosos”, frisou.

Os que não conseguem pagar

Ana Lara Clemente, professora, nem estava a pensar fazer uma viagem tão atribulada, tendo em conta que o marido e os dois filhos mais velhos já estão em Portugal. Mas a família ainda não conhece o seu filho mais novo, com apenas dois anos.

“Não era para ir porque estou restringida aos dias de férias que tenho, e com a quarentena e o período de auto-gestão fazia com que fosse impossível ir a Portugal. Eles foram mais cedo, contando eu e os outros dois filhos não fossemos. Mas, entretanto, as regras mudaram e os sete dias já não são de autogestão de saúde, o que nos permite fazer a vida normal. Surgiu assim a ideia de ir a Portugal. Foi uma grande alegria para todos nós”, contou.

No entanto, a saga da viagem complica-se com o regresso, uma vez que o menino de dois anos não pode ser vacinado devido à idade, o que obriga a estar 14 dias num quarto de hotel, quando a família cumpre apenas dez.

“O meu marido fica com ele, porque eu não tenho tantos dias de férias. Eu e os meus outros filhos vamos tentar sair ao fim de dez dias de quarentena. É um pouco complicado, mas vamos ver o que é possível.”

Para ir a Portugal, Ana Lara Clemente pagou 25 mil patacas, sendo que a sua família é composta por cinco pessoas. Muitos na sua situação simplesmente não têm como pagar uma viagem tão cara. “Tenho colegas que me dizem que não podem ir, por terem uma família grande. Acrescentam-se as despesas da quarentena, dos testes e o que se gasta em Portugal. Não é um encargo que todas as famílias consigam suportar.”

Apesar de todas as regras, Ana Lara Clemente mostra uma atitude compreensiva e assume adorar viver em Macau. “Estou cá há três anos, apaixonei-me pelas pessoas, pelos cheiros. Não me importo, porque gosto muito de viver em Macau e não equaciono sair de cá tão cedo. Mas também gosto do meu país e da minha família. Ao fim de três anos não conhecerem o meu filho, é algo que começa a pesar um pouco”, confessou.

Falta de informações

Uma outra professora, que não quis ser identificada, viaja sozinha e não vê a hora de sair do território por umas semanas para ver a família. A ideia de viajar surgiu quando as autoridades decidiram baixar a quarentena de 21 para 14 dias, factor decisivo apesar de já ter cumprido 21 dias de quarentena no passado.

“A viagem mais barata que consegui foi 16 mil patacas. Como tenho a condicionante de dar aulas e ter de estar em Macau numa data específica, não tenho qualquer flexibilidade de datas, e isso reduziu ainda mais as minhas possibilidades. Tendo em conta que temos as despesas da quarentena e dos testes, os custos logísticos de ir a Portugal custam uma pequena fortuna.”

A partir do momento em que se coloca um pé no avião, o dia de chegada a Portugal é sempre incerto. “Uma abertura de ida e volta com Hong Kong é urgente e necessária, pois não vemos a nossa família há mais de dois anos e andamos a juntar dinheiro para fazer esta viagem. As coisas estão de tal maneira que temos de marcar as viagens através de uma agência para termos algumas garantias, sem as ter, mas é a única forma. Houve pessoas que marcaram sem agência e tiveram problemas no regresso, com a perda de voos devido a atrasos e mudanças de última hora.”

A professora não tem dúvidas: mais de dois anos com condicionantes para viajar para fora de Macau, mesmo com todas as vacinas contra a covid-19, “é desumano”. “Uma sociedade que assume a família como um valor, colocar entraves à reunião familiar é desumano, quer sejamos estrangeiros ou não, pois damos o nosso contributo individual e social para este território”, desabafou.

Com quarentena marcada no Hotel Tesouro, a professora lamenta, por um lado, o elevado preço dos testes, além de não ter ainda a informação de quanto vai pagar por uma noite na unidade hoteleira, questionando a legalidade de fazer este tipo de marcação sem saber valores previamente.

As dificuldades de viajar e os muitos dias de quarentena têm originado uma vaga de saídas de pessoas da comunidade portuguesa, muitas delas que residiam em Macau há muitos anos. O cansaço parece acumular-se. Ainda assim, o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha Alves, desvalorizou esta situação, nas celebrações do último 10 de Junho.

“Durante estes séculos da nossa presença em Macau houve sempre momentos em que a comunidade saiu mais e outros em que saiu menos. Apenas encaro isso como uma questão temporal, que é fruto da conjuntura da pandemia e que tem obrigado as pessoas a tomar decisões sérias e que devem ser (…) assumidas por si.”

Uma posição muito criticada pela professora que preferiu não revelar a identidade, que assume que “Portugal não nos tem ligado nenhuma”. “Quanto muito, dão-nos os parabéns pelo esforço que estamos a fazer. Mas isso não nos serve de nada. Precisamos de esforços é para ter normalidade, porque esta situação é prejudicial para todos”, rematou.

15 Jun 2022

IFT | Secretária pede que alunos não se deixem afectar pela pandemia

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultural, Elsie Ao Ieong U, apelou ontem aos estudantes do Instituto de Formação Turística que não se deixem afectar pela nova situação económica e pela covid-19.

A mensagem foi deixada durante a cerimónia de licenciatura dos estudantes do IFT, que decorreu ontem. “Espero que, perante as mudanças sociais e económicas causadas pela pandemia de COVID-19, possam seguir em frente com a cabeça erguida, mantendo a vossa aspiração inicial, adquirindo mais conhecimentos, lutando incessantemente pelo alcance dos vossos objectivos e contribuindo para o desenvolvimento de Macau!”, apelou a secretária.

No entanto, Elsie deixou ainda uma mensagem para o IFT, para o qual traçou objectivos para os próximos anos, pedindo à instituição que contribua para a diversificação da economia. “Espero que o IFTM consolide as próprias características e vantagens, desenvolvendo modelos de ensino que correspondam às novas conjunturas, que se baseiem nos novos horizontes e que integrem novas tecnologias, promovendo a integração indústria-academia-investigação”, afirmou. A secretária apontou ainda que a instituição tem de contribuir para a criação de “uma marca do ensino superior” de Macau.

9 Jun 2022

Pandemia deixa estudantes chineses sem contacto com falantes de português

As restrições impostas pela China à entrada de estrangeiros, devido à pandemia de covid-19, tem reduzido o contacto dos estudantes com falantes nativos de português, dificultando a aprendizagem, disseram à Lusa vários professores chineses.

Para a professora Sílvia Yan Qiaorong, “a incerteza nesta época de pandemia” tem sido um dos grandes desafios de ensinar português na Universidade de Comunicação da China, na capital, Pequim.

A China vive a pior onda de surtos de covid-19 desde o início de 2020, com confinamentos em várias cidades, incluindo no maior centro financeiro do país, Xangai. Também em Pequim as aulas presenciais foram suspensas indefinidamente.

“Fazemos muitos esforços no ensino à distância, ‘online’, mas isso não pode substituir a comunicação face a face, especialmente num curso que precisa de muita prática”, lamentou Sílvia Yan.

“Temos uma turma de alunos que entraram há dois anos. Nunca tiveram oportunidade de falar face a face com um falante nativo de português”, sublinhou a professora.

A Universidade de Comunicação da China tem duas professoras brasileiras, mas que não conseguem regressar a Pequim. “Ensinam aulas ‘online’, mas não é a mesma coisa”, admitiu Sílvia Yan.

Tanto a China continental como a região de Macau aplicam uma política rigorosa de ‘zero casos’, tendo mantido desde o início de 2020 fortes restrições à entrada, sobretudo de estrangeiros.

Tem havido um número significativo de portugueses, incluindo professores e advogados, a abandonar a região chinesa devido às restrições, sublinhou António Tam.

“Depois de mais de dois anos de pandemia, já chegou aquela altura em que não conseguem aguentar ficar só em Macau”, disse à Lusa o professor de língua portuguesa na Escola Secundária Pui Ching.

E para os alunos de português, “depois da motivação para aprender uma língua nova, é preciso um ambiente com pessoas com quem possam falar e praticar”, acrescentou António Tam.

As dificuldades das escolas de Macau em recrutar docentes de português já tinham levado o Governo a anunciar, em 14 de abril, um programa-piloto para levantar as restrições fronteiriças a alguns estrangeiros, incluindo professores portugueses.

Cerca de 50 instituições da China continental de ensino superior têm já cursos de língua portuguesa, mas Rodrigo Zhang Xiang acredita que Macau continua a ter “a sua própria vantagem”: a presença de professores portugueses e brasileiros.

A cidade “tem um ambiente em que os alunos têm maior oportunidade para falar e praticar português, maior contacto com professores nativos”, disse o docente da Universidade Politécnica de Macau.

“Isso cria mais oportunidades de sentir a cultura dos países de língua portuguesa e permite aos estudantes começar a ter uma visão mais ampla do que os alunos da China continental”, acrescentou Rodrigo Zhang.

9 Mai 2022

Violência doméstica | O efeito da pandemia no aumento do número de casos 

No espaço de um ano Macau registou mais 43 casos de violência doméstica. Cecília Ho e Melody Lu, académicas e membros da Coligação Anti-violência Doméstica, alertam para o facto de o fecho das fronteiras e a crise económica serem duas das grandes causas para o aumento dos casos. Ambas acreditam que a violência poderá continuar a acentuar-se se as restrições pandémicas se mantiverem

Com Nunu Wu

 

O relatório que traça o panorama da violência doméstica no território, divulgado esta quinta-feira pelo Instituto de Acção Social (IAS), revela um aumento do número de casos, situação largamente influenciada pelos efeitos da pandemia. Entre 2020 e 2021 houve mais 43 casos de violência doméstica, sendo que, se olharmos para a tendência dos últimos cinco anos, vemos que a média mensal de casos, de 6,8, voltou a aproximar-se a valores de 2017, quando ocorriam cerca de oito casos de violência doméstica por mês. O maior número é de 2016, ano em que a nova lei da violência doméstica entrou em vigor, quando se registava uma média de 10,3 casos por mês. De frisar que, em 2020, tinha-se atingido a média de casos mais baixa, com 3,2 por cento.

A violência contra mulheres casadas continua a representar a maior fatia, 45,7 por cento, tendo sido registados, em 2021, 37 casos. Por oposição, foi registado apenas um caso de violência doméstica contra um homem casado.

Relativamente à violência conjugal, 81,6 por cento das situações implica violência física. Em todas as situações de violência, seja contra crianças, idosos ou pessoas incapazes, as vítimas do sexo feminino estão sempre em maioria, 74,4 por cento, sendo que as vítimas masculinas são apenas 25,6 por cento.

No que diz respeito à violência perpetrada contra crianças, ocorreram 30 casos, uma fatia de 37,1 por cento. Neste caso, a maioria das situações, 56,7 por cento, registou violência física.

O relatório traça ainda um quadro geral do tipo de agressor e dos motivos que o levam a agredir a vítima. Em 55,6 por cento dos casos ocorrem “distúrbios ou descontrolo das emoções”, sendo que, em segundo lugar, surge, com 25,9 por cento, o factor “concordância com o uso de violência”. O alcoolismo aparece em terceiro lugar como razão da violência, com 17,3 por cento.

Quanto à origem dos casos, a maioria, 34,6 por cento, ocorre na freguesia de Nossa Senhora de Fátima, na zona norte da península de Macau.

Sobre o perfil profissional do agressor, 34,6 por cento não tem rendimentos, enquanto que 35,9 por cento está “inactivo”. Sobre o nível de ensino, 27,2 por cento tem apenas o ensino secundário completo.

No quadro geral, os cenários que levam a situações de violência física prendem-se, em 45,7 por cento dos casos, com “dificuldades ou obstáculos de comunicação no casal” e, em 27,2 por cento, em situações de adultério ou suspeitas do mesmo. Seguem-se, em terceiro lugar, com 18,5 por cento, “obstáculos na comunicação entre pais e filhos”.

Desde 2016, que a violência doméstica é um crime público, o que significa que qualquer pessoa fora do contexto familiar pode fazer queixa junto das autoridades se observar uma situação de violência. Segundo o relatório do IAS, as queixas por parte de vizinhos, amigos ou familiares da vítima representam ainda uma baixa fatia, 3,7 por cento, tendo em conta que a grande parte dos casos conhecidos, 29,6 por cento, veio do Corpo de Polícia e Segurança Pública. A Polícia Judiciária lidou com 4,9 por cento dos casos, enquanto que os organismos públicos trataram de 13,6 por cento das situações. De frisar que, em 26 por cento dos casos, foram as próprias vítimas a pedir ajuda.

Futuro sombrio

Melody Lu, socióloga e membro da Coligação Anti-violência Doméstica, aponta como a grande causa para este aumento do número de casos a crise económica que o território atravessa. “A investigação revela que a quebra na economia, o desemprego e o isolamento são os factores mais importantes para o aumento da violência doméstica”, contou ao HM.

“Mais do que continuar o trabalho da educação pública [sobre este tema] e aperfeiçoar a lei de violência doméstica, penso que é mais importante olharmos para as condições estruturais, como a recuperação da economia e a saúde mental da população. É necessário estudar os casos existentes a fim de identificar os padrões e as causas [para a violência]. Neste momento não temos acesso a essa informação”, frisou.

A socióloga da Universidade de Macau não tem dúvidas de que a continuação das medidas restritivas impostas pelas autoridades para lidar com a pandemia vai levar a um aumento do número de casos.

“Poderemos ver um enorme aumento porque, nos últimos dois anos, as pessoas tiveram de aguentar momentos de maior dificuldade na esperança de que terminassem em breve. Quando não vislumbramos um fim, a depressão torna-se mais séria. Uma maior taxa de desemprego pode tornar-se algo permanente no futuro”, frisou.

Cecília Ho, também membro da Coligação Anti-violência doméstica e académica na área do serviço social da Universidade Politécnica de Macau, acredita num potencial aumento de casos. “A pandemia tem um enorme impacto nos casos de violência doméstica, especialmente devido ao fecho de fronteiras, pois as pessoas têm falta de liberdade nas viagens para o continente. Antes, muitas famílias preferiam ficar no continente ou viajar entre Macau e Zhuhai devido ao menor custo de vida [do outro lado da fronteira]. Mas agora não o podem fazer e estão forçados a viver numa pequena área. Esperam-se mais conflitos e tensões”, defendeu ao HM.

Para Cecília Ho, parece que o IAS “não analisou o impacto da violência doméstica através de uma base com mais educação pública, como a promoção de meios de comunicação não violentos entre membros da mesma família”.

“A pandemia aumenta, de forma indirecta, a demissão de trabalhadores e mais pessoas enfrentam, de repente, dificuldades financeiras, o que traz uma maior tensão e discussões entre as famílias. Acredito que o número de casos de violência doméstica vai continuar a aumentar e que haja mais casos de violência física, dada a permanência de um temperamento depressivo e stressado até que haja uma recuperação económica.”

Atenção aos pequenos

Olhando para os dados do relatório, Cecília Ho destaca o facto de uma boa percentagem dos casos partir de denúncias das próprias vítimas, bem como de queixas de pessoas fora da família. Tal significa que “a consciência do público em torno da violência doméstica, e a busca de ajuda, tem vindo a aumentar”. Desta forma, o IAS deveria “depositar mais esforços na promoção, criando mais serviços de aconselhamento jurídico ou centros de acolhimento, a fim de encorajar a que mais casos de violência sejam reportados”.

Quanto aos casos de violência contra crianças, Cecília Ho defende que não devem ser subestimados. “É urgente um acompanhamento em termos de aconselhamento a fim de combater a violência doméstica inter-geracional e o abuso psicológico.”

Além de ainda existir uma percepção errada na sociedade local de que a violência doméstica apenas diz respeito aos casos de violência física, Cecília Ho alerta para a forma como as autoridades e agentes jurídicos continuam a lidar com estes casos.

“Por norma os advogados estagiários são muito inexperientes a lidar com estes processos. A maior parte das vítimas não está informada e não tem conhecimentos jurídicos suficientes para tomar decisões e para se defender em tribunal. É urgente melhorar o sistema de ajuda jurídica”, adiantou.

Quanto aos casos que chegam a tribunal, e que geram uma acusação efectiva do agressor, serão ainda poucos. “Não temos estatísticas, mas acreditamos que a maior parte dos casos são acompanhados não tratando a violência doméstica como crime público, mas aplicando o artigo 137 do Código Penal [ofensa simples à integridade física], que é um crime semi-público.”

Desta forma, a maior urgência não recai na revisão da lei, mas sim “na revisão detalhada do sistema de ajuda [à vítima] e no sistema de investigação e recolha de provas por parte das autoridades policiais”. Estas alterações podem “acabar com o ciclo de violência doméstica se os agressores lidarem com as consequências”, apontou Cecília Ho.

O HM falou ainda com a deputada Wong Kit Cheng que frisou também um maior aumento de pedidos de ajuda por parte das vítimas.

“Tendo em conta os factores que levam a casos de violência, o IAS deve intervir e tratar os casos. Tendo em conta que as questões conjugais representam o maior factor, podemos recorrer à arbitragem e reforçar a intervenção dos assistentes sociais e serviços de aconselhamento familiar, sem esquecer uma maior educação parental.”

Também ligada à direcção da Associação Geral das Mulheres, Wong Kit Cheng acredita que, acima de tudo, é importante a divulgação destes dados por parte do IAS, pois só assim “saberemos as razões da violência e poderemos elaborar mais medidas de acompanhamento”.

“Os dados não revelam os casos confirmados de violência doméstica e quais os que não terminam com uma condenação, por isso é elevada a possibilidade de reincidência. É importante fazer um trabalho de prevenção”, rematou a deputada.

6 Mai 2022

Fronteiras | Portugal deve integrar plano piloto de entrada de estrangeiros

O Governo está a estudar a inclusão de Portugal na lista de países que farão parte do programa experimental de entrada de estrangeiros em Macau. Ainda sem data ou detalhes de implementação, o plano destina-se a países ou regiões com uma “relação estreita com Macau”. Em caso de confinamento, um elemento do agregado familiar será autorizado a sair para fazer compras. Animais de estimação de infectados terão direito a “hotel de quarentena”

 

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura Elsie Ao Ieong U, revelou ontem que o Governo está a estudar a implementação de um programa experimental para a entrada de estrangeiros em Macau e que Portugal deverá ser um dos países a integrar a lista inicial do plano piloto. Segundo a secretária, o plano destina-se a países ou regiões que tenham uma “relação estreita com Macau”, nomeadamente se entre esses países e Macau existem muitas famílias e estudantes em comum.

“Estamos a estudar a situação e quais os países que poderão ser incluídos [no plano de entrada de estrangeiros]. É claro que esses países devem ter uma relação estreita com Macau. Por exemplo, se muitas famílias desses países estão em Macau ou vice-versa ou se existem alunos que estão a estudar nesses países ou vice-versa. Estes países vão estar na lista preliminar para servir como referência”, começou por dizer Elsie Ao Ieng U à margem de uma sessão de esclarecimento sobre o “Plano de resposta de emergência para a situação epidémica da covid-19 em grande escala”.

“Concretamente, ainda não temos uma lista dos países que vão ser escolhidos para ser os países pilotos, mas vamos estudar essa situação e assim que tivermos um resultado vamos anunciar à população”, acrescentou.

Contudo, perante a insistência dos jornalistas, a secretária acabou por admitir que “Portugal é um dos alvos de estudo do programa”, podendo vir a ser integrado na lista de países-piloto que farão parte do programa experimental de entrada de estrangeiros em Macau. Por esclarecer, ficaram os detalhes de candidatura e implementação do programa ou quando é que este poderá entrar em funcionamento.

Recorde-se que desde segunda-feira entrou em funcionamento um plano piloto para permitir a entrada de empregadas domésticas das Filipinas, estando também no horizonte “numa próxima etapa”, que investigadores e docentes estrangeiros, nomeadamente de Portugal, e ainda estudantes do exterior admitidos em estabelecimentos de Ensino Superior de Macau.

Vou ali e já venho

Questionada sobre como é que a população terá acesso a bens essenciais caso Macau venha a sofrer um surto em grande escala e, por exemplo, um confinamento geral, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura adiantou que não ficará do lado das autoridades a entrega ou o fornecimento de alimentos e outros produtos. Ao invés, apontou, um dos elementos do agregado familiar deverá ser autorizado, a espaços, a sair do domicílio para fazer as compras necessárias.

“[Caso ocorra um surto em grande escala] e uma zona fique sob gestão de controlo pormenorizada, o Governo terá dificuldade em entregar bens essenciais porta a porta. As farmácias e os supermercados vão permanecer de portas abertas e vamos propor, que um dos elementos do agregado familiar possa sair de casa num horário específico para ir ao supermercado para, desta foma, sustentar a sua vida quotidiana”, explicou Elsie Ao Ieong U.

Quanto à eventual falta de recursos humanos para colocar em prática o plano de resposta de emergência caso haja um grande surto de covid-19 em Macau, a secretária vincou que o Governo Central estará disponível para “dar apoio” e “enviar pessoal”.

Toca a todos

Por último, questionada sobre o tratamento a dar aos animais de estimação dos residentes que venham a ser infectados com a doença e enviados, por isso, para isolamento em centros de tratamento comunitário, tratamento hospitalar ou hotéis de observação médica, Elsie Ao Ieong U revelou que o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) está a preparar “hotéis de quarentena” para acolher os respectivos animais.

“No último surto comunitário de Macau, tivemos essas experiências e o IAM, de forma muito simpática já tomou a iniciativa de abordar essa questão (…) e disse que irá providenciar hotéis para esses animais de estimação para servir como local de quarentena para esses animais de estimação”, disse a secretária.

Recorde-se que a preocupação vem no seguimento de em Xangai existirem relatos de que, os animais de estimação de cidadãos infectados com covid-19, terem acabado por ser abandonados ou abatidos pelas autoridades.

IAS espera “espírito de entreajuda”

Caso Macau venha a sofrer um surto em larga escala que implique confinamentos, o vice-presidente do Instituto de Acção Social (IAS), Hon Wai, afirmou esperar que a população demonstre “espírito de entreajuda” e apoie os vizinhos que se encontrem fechados no mesmo edifício. Durante a sua intervenção, Hon Wai frisou ainda que, entre Fevereiro e Abril de 2022, o número de idosos vacinados aumentou 47 por cento e que nos lares, 82 por cento dos idosos já estão vacinados contra a covid-19. No entanto, o responsável admitiu que a taxa de vacinação geral entre os mais velhos “não é satisfatória”.

Simulacro em Maio

Elsie Ao Ieong U revelou ontem que o simulacro previsto para o centro de tratamento comunitário localizado na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental, deverá acontecer já no próximo mês de Maio. O objectivo passa por “perceber melhor” o funcionamento do plano de resposta e dar a conhecer a organização do centro de tratamento. “Temos que organizar e contactar vários serviços e só depois é que podemos lançar este plano. Esperamos que aconteça no próximo mês. Vamos convidar alguns residentes para participar no simulacro como voluntários, realizar testes de ácido nucleico e fazer trabalhos de triagem para a população perceber melhor o funcionamento do plano e do centro de tratamento comunitário”, explicou.

Covid-19 | Plano de resposta inspirado em Hong Kong, Xangai e Taiwan

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, frisou ontem que o plano de resposta a surtos de covid-19 em grande escala tem como referência as experiências de Hong Kong, Xangai e Taiwan e que a sua eficácia irá depender do “esforço comunitário” e da cooperação entre o sector social, da saúde e da educação. Por isso, a secretária espera que os diferentes departamentos se prepararem caso haja um novo surto em Macau.

“Tendo por referência a experiência das regiões de Hong Kong, Xangai e Taiwan, entre outras, [o Governo] concebeu um Plano de resposta. As diversas fases do Plano requerem esforços comunitários para uma implementação eficaz, especialmente o pleno apoio e cooperação dos serviços sociais, dos sectores de saúde e da educação. Deste modo, espero que todos possam articular-se com o Plano em causa e organizar os seus planos de trabalho com a maior brevidade possível, bem como proceder à programação e formação do pessoal, para se prepararem com antecedência”, disse durante o seu discurso.

Testes rápidos | Abastecimento garantido. População deve aprender método

O Governo garantiu ontem que, caso ocorra um novo surto de covid-19 em Macau, haverá kits de testes rápidos em número suficiente para fazer face às necessidades da população.

Depois de o director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long ter apontado os prós e contras dos testes de antigénio e sublinhado a importância de a população começar a aprender como fazer a testagem por si própria, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U frisou que o sistema poderá mesmo servir para complementar os planos de testagem em massa da população.

“Comparando com Hong Kong, a população de Macau é pequena e estes testes de antigénio já são muito vulgares noutros países e em todo o mundo e, por isso, é fácil comprar mais. Estamos a encomendar novos lotes de testes rápidos para prevenir, caso estes venham a ser necessários. Se, no futuro, a necessidade persistir, vamos adquirir mais”, garantiu.

Sobre a possibilidade de os testes em massa poderem vir a ser realizados num só dia, Elsie Ao Ieong U apontou que essa não é uma obrigatoriedade, mas que é necessário “arranjar mais espaços”, manter a distância social nas filas e recorrer, eventualmente, a testes rápidos para “evitar a concentração de pessoas”.

28 Abr 2022

China | Fábricas temem impacto de confinamentos e de política de casos zero 

A maior fabricante dos telemóveis Iphone do mundo, a Foxconn, teme impactos na produção com o confinamento decretado em algumas áreas da zona económica do aeroporto de Zhengzhou. Por sua vez, a situação da pandemia em Xangai traz receios aos fabricantes de automóveis na China, que teve um crescimento económico de 4,8 por cento no primeiro trimestre, abaixo da meta traçada de 5,5 por cento

 

O tecido industrial chinês parece começar a ressentir-se das medidas adoptadas pelas autoridades para lidar com a pandemia, nomeadamente com a implementação de confinamentos e a continuação da política de casos zero de covid-19. Estas medidas influenciam os ritmos normais de produção e, consequentemente, os ganhos económicos.

A mais recente implementação do confinamento de várias áreas da zona económica do aeroporto de Zhengzhou, na província central de chinesa Henan, devido ao aumento dos casos da covid-19, é disso exemplo. A Foxconn, maior produtora mundial de iPhones, cuja fábrica se situa nesta zona, poderá ver a sua produção afectada, uma vez que o confinamento, anunciado na sexta-feira, envolve a proibição de circulação. Segundo noticiou no sábado o South China Morning Post, o pessoal da fábrica tem sido submetido a testes nos últimos dias.

Até agora, nem a Foxconn, nem a Apple comentaram as consequências destas medidas, que podem comprometer a cadeia de abastecimento do gigante da tecnologia, já afectado pelo encerramento forçado de outros fornecedores localizados no leste do país, tais como Pegatron Corp, na província de Jiangsu, e Quanta Computer, em Xangai.

A Foxconn já teve de encerrar as fábricas em Shenzhen, durante duas semanas, embora tenham agora reiniciado a produção.

Automóveis em suspenso

Entretanto, também os fabricantes de automóveis podem ser forçados a suspender a produção no país, em Maio, devido a interrupções no fornecimento de componentes, causadas pelo bloqueio de Xangai, que enfrenta um surto de covid-19.

O alerta foi dado por He Xiaopeng, co-fundador e presidente da Xpeng, um dos principais fabricantes de veículos eléctricos da China, numa mensagem publicada na sua conta oficial na rede social WeChat, e citada pela imprensa local.

“Se os fornecedores dentro e ao redor de Xangai não conseguirem encontrar uma maneira de retomar as operações e a produção, todas as fábricas de veículos da China podem ter de suspender a produção em maio”, previu o executivo.

O CEO do grupo tecnológico Huawei, Yu Chengdong, também compartilhou as previsões pessimistas para as cadeias de fornecimento industriais, devido ao confinamento de Xangai.

Embora destacando o impacto para o sector automóvel, acrescentou que todas as indústrias de tecnologia cuja cadeia de fornecimento passa por Xangai vão ser afectadas, o que geraria perdas económicas “muito altas”, segundo o portal de notícias Sohu.

A “Gigafactory” em Xangai da fabricante norte-americana de veículos eléctricos Tesla, que representa cerca de metade dos automóveis produzidos pela empresa a nível mundial, tem as suas operações suspensas desde 28 de Março.

O primeiro trimestre “foi excepcionalmente difícil devido a interrupções na cadeia de fornecimento e à política de ‘zero covid’ da China”, explicou o CEO da Tesla, Elon Musk, no início deste mês, através da sua conta oficial no Twitter.

Este domingo, a agência estatal chinesa Xinhua noticiou que um dos maiores produtores de computadores portáteis do mundo, o Quanta Group, regressou à produção na fábrica situada em Xangai “com um restrito conjunto de medidas de prevenção e uma gestão aproximada [da situação] a decorrer”.

Cerca de dois mil trabalhadores desta fábrica regressaram aos seus postos de trabalho na sexta-feira, sendo que seis mil deverão voltar ao trabalho até sexta-feira, disse Walter Lee, vice-presidente associado do grupo para a área da produção. Estes trabalhadores realizaram uma quarentena de 14 dias e efectuaram testes de despistagem à covid-19 com resultado negativo.

De frisar que o Quanta Group é um dos grandes produtores dos computadores portáteis da Apple, além de ser um dos principais fabricantes dos computadores de bordo e unidades de controlo da Tesla, na China.
Walter Lee adiantou que, apesar do impacto da covid-19, o grupo obteve um aumento de 15 por cento no valor de produção no primeiro trimestre. A empresa está ainda confiante de que pode crescer mais este ano, acrescenta a mesma notícia.

Segundo o canal de rádio e televisão de Hong Kong RTHK, a cidade de Xangai registou este domingo um total de 21.582 casos assintomáticos, um aumento de 3.238 casos assintomáticos em relação a sábado. Por sua vez, a China reportou no sábado um total de 26.016 novos casos locais, sendo que 3.504 casos são assintomáticos.

Governo promete ajuda

Na sexta-feira, as autoridades chinesas prometeram ajudar empresas e indústrias de sectores chave da economia que lidam com os impactos do confinamento em Xangai. O Ministério da Indústria e Informação Tecnológica da China promete trabalhar, segundo a Reuters, com 666 empresas que produzem semi-condutores, automóveis e medicamentos para que possam regressar à produção normal, foi anunciado em comunicado.

Relativamente ao transporte de mercadorias, foi também anunciado na sexta-feira a criação de um passe nacional que permita veículos movimentarem-se entre zonas de alto risco sem atrasos, perante a apresentação de testes à covid-19 negativos, com uma validade de 48 horas, e uma temperatura corporal normal.

Um estudo apresentado no passado dia 7, pela Gavekal Dragonomics, conclui que 87 das 100 maiores cidades chinesas com muita produção interna impuseram medidas de confinamento.

Também a Air China reportou perdas de 70 por cento de tráfego aéreo em Março, por comparação a igual período de 2021. Os preços do imobiliário registaram, em Março, uma estagnação, pela segunda vez consecutiva, em 70 grandes cidades chinesas, pois as medidas anti-covid-19 reduzem a confiança dos consumidores.

Apesar dos sinais de alerta enviados pelos sectores económicos, o presidente chinês, Xi Jinping, não parece disposto a apostar numa política alternativa para lidar com a pandemia. Na última quinta-feira, o dirigente máximo do país defendeu que a China deve manter a política de tolerância zero à covid-19, sinalizando a manutenção das rígidas medidas anti-pandemia no país, apesar dos crescentes custos económicos e sociais.

“Devemos persistir e colocar as pessoas acima de tudo, as vidas acima de tudo (…) Devemos aderir à precisão científica”, disse Xi Jinping, durante uma visita à ilha de Hainan, no extremo sul do país, segundo a imprensa estatal.

“A actual pandemia global ainda é muito grave e não podemos relaxar o trabalho de prevenção e controlo. Só com persistência sairemos vencedores”, afirmou.

Crescimento abaixo

Entretanto foi anunciado um crescimento da economia chinesa de 4,8 por cento no primeiro trimestre, abaixo da meta estipulada por Pequim para este ano, de 5,5 por cento.

O crescimento acelerou, em relação ao ritmo de 4 por cento atingido no trimestre anterior, quando o Governo chinês restringiu o acesso ao crédito pelo vasto sector imobiliário do país.

Os gastos nos sectores retalho e manufactureiro, e o investimento em fábricas, imóveis e outros activos fixos, aumentaram. “A recuperação da economia nacional foi sustentada e a gestão da economia foi geralmente estável”, apontou Fu Linghui, porta-voz do Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês, em comunicado.

Contudo, as vendas a retalho, um indicador dos gastos do consumidor, caíram 3,5 por cento, em Março, – a primeira contração desde Julho de 2020 – à medida que as autoridades endureceram as medidas antipandemia, visando combater o surto mais grave no país em mais de dois anos.

A meta de crescimento de 5,5 por cento anunciada para este ano é a menor em três décadas. Fu Linghui apontou para os “surtos frequentes” de covid-19 na China e um “ambiente internacional cada vez mais grave e complexo”.

“Com o ambiente doméstico e internacional a tornar-se cada vez mais complicado e incerto, o desenvolvimento económico enfrenta dificuldades e desafios significativos”, apontou.

Os dados dos primeiros três meses do ano não expressam o impacto do bloqueio de Xangai. Analistas do grupo japonês de serviços financeiros Nomura estimaram, na semana passada, que 45 cidades, que correspondem a 40 por cento do PIB (Produto Interno Bruto) da China, estavam sob medidas de confinamento, completas ou parciais, e acrescentaram que o país estava em “risco de entrar em recessão”.

A produção industrial, que foi um grande impulsionador da recuperação inicial da China da pandemia, em 2020, aumentou 5 por cento em Março, em relação ao mesmo mês do ano anterior. O investimento em activos fixos aumentou 9,3 por cento, nos primeiros três meses de 2022, em termos homólogos.

Nas últimas semanas, o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, alertou repetidamente sobre os riscos económicos. Também o Presidente chinês, Xi Jinping, apontou, em Março, para a necessidade de minimizar o impacto económico das políticas anti-pandemia, apesar de ter defendido, na última quinta-feira, a aposta na continuação da política de zero casos covid-19 no país.

Para além de Xangai, também as cidades de Jilin e Changchun, importantes centros industriais do nordeste da China, encontram-se sob confinamento total há mais de um mês. A.S.S.

19 Abr 2022

Covid-19 | Xangai reduz restrições e permite que alguns moradores saiam de casa

Alguns moradores de Xangai foram hoje autorizados a sair de casa, à medida que a ‘capital’ financeira da China levanta algumas das medidas de bloqueio impostas devido a um surto de covid-19, que motivaram reclamações sobre a falta de bens essenciais.

O governo local disse que alguns mercados e farmácias também reabriram, mas não detalhou quantas pessoas foram autorizadas a sair.

Uma local confirmou à Lusa ter sido hoje autorizada a sair de casa, após várias semanas em confinamento. “Pude sair para fazer compras. Sinto-me muito melhor”, explicou.

A China continua a reagir a surtos de covid-19 com medidas rigorosas, no âmbito da estratégia de ‘zero casos’, apesar dos crescentes custos económicos e sociais.

Estas medidas incluem o isolamento de todos os infetados em instalações designadas e o bloqueio de cidades inteiras, incluindo o encerramento de supermercados.

O encerramento abrupto dos serviços em Xangai e as ordens para ficarem em casa levaram a população a reclamar, face à falta de acesso a alimentos e remédios.

Contudo, as autoridades de Xangai disseram que estão a garantir suprimentos diários para os moradores, na sequência de reclamações sobre entregas de alimentos e outras necessidades.

Tal como determinado pelo Governo, as pessoas que testaram positivo à covid-19 foram levadas para instalações temporárias de quarentena, mesmo os casos assintomáticos.

Entretanto, o Governo aliviou as restrições ao anunciar que moradores de bairros que não registam casos há, pelo menos, duas semanas vão ser autorizados a sair das suas casas a partir de hoje.

Estes moradores poderão deslocar-se para qualquer outra área que não tenha registado casos novos durante o mesmo período. Pessoas em áreas sem novos casos na semana passada também podem sair, mas não podem deixar os seus bairros. Estão impedidos de sair de casa todos os moradores que estejam em “áreas de quarentena”, que tiveram infeções na semana passada.

Em comunicado hoje divulgado, o consulado geral de Portugal em Xangai recomendou aos cidadãos portugueses ali radicados que procurem assistência consular, caso se deparem com dificuldades.

O surto e as dificuldades enfrentadas pelos residentes de Xangai constituem um embaraço para o Partido Comunista Chinês, num ano politicamente sensível, quando o Presidente da China, Xi Jinping, deve tentar romper com a tradição política das últimas décadas e iniciar um terceiro mandato de cinco anos.

Xangai, a cidade mais populosa da China, com 25 milhões de habitantes, registou cerca de 200.000 casos desde o início de março. Nas últimas 24 horas, registou mais de 23 mil novos casos.

As autoridades disseram que não houve mortes, até à data, e que apenas um paciente desenvolveu sintomas graves.

12 Abr 2022

Covid-19 | Período de convalescença reduzido para sete dias

Para evitar o “desperdício de recursos médicos”, o Centro de Coordenação anunciou que o tempo de internamento e isolamento de pacientes infectados com covid-19 foi reduzido de 21 para sete dias. As exigências de Macau são “ligeiramente mais rigorosas” que as do Interior da China, admite o organismo

 

O Centro de Coordenação e Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou ontem que o período de vigilância durante a convalescença vai passar de 21 para sete dias para os pacientes que tenham testado positivo para a covid-19. Em comunicado, o Centro de coordenação aponta que a actualização dos critérios e alta tem por base evidências científicas e que, desta forma, será evitado o desperdício de recursos médicos.

“Os critérios de alta e de levantamento das medidas de isolamento foram ajustados com base em evidências científicas. Os critérios de alta foram ajustados de forma razoável de acordo com as características clínicas e os resultados dos testes de ácido nucleico, reduzindo ainda mais o período de tempo de internamento e isolamento de pacientes, evitando desperdício de recursos médicos”, pode ler-se na nota.

De acordo com o Centro de Coordenação, o período de internamento começa a contar a partir do dia em que o paciente obtém resultados negativos em três testes consecutivos de ácido nucleico, com pelo menos 24 horas de intervalo entre si. Caso, após três semanas volvidas desde o primeiro teste positivo, os pacientes continuarem sem cumprir os critérios, caberá a um “grupo de especialistas” decidir sobre a sua ida ou não para o período de recuperação.

Nota ainda para o facto de os pacientes provenientes de países ou regiões em que se exige o cumprimento de quarentena, terem de cumprir um período de convalescença de acordo com o seu historial de viagem.

“Devido ao seu historial de viagem, o período de tempo decorrido entre a entrada e o termo de vigilância da saúde [para os pacientes provenientes de países ou regiões que obrigam a quarentena] não deve ser inferior ao período de observação médica exigido pelo historial de viagem correspondente”, esclareceu Centro de Coordenação.

O organismo aponta ainda que, tendo em conta a “situação real” do território, as exigências de combate epidémico de Macau “são ligeiramente mais rigorosas do que as do Interior da China”. No entanto, compromete-se a actualizar “de modo flexível” as políticas antiepidémicas de Macau, de acordo com a evolução da situação.

Recorde-se a Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou ontem uma série de medidas de combate à covid-19, que incluem a redução de quarentenas e o levantamento de proibições de alguns voos, noticiou o South China Morning Post de acordo com a agência Lusa.

Sempre a somar

O Centro de Coordenação e Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou ontem ter adicionado quatro pessoas à lista de contactos próximos de casos confirmados de covid-19 em Zhuhai.

Entre os novos casos de contacto próximo está uma mãe e o seu filho de cinco anos que estiveram em Nanping, no interior de um espaço ao mesmo tempo que um caso confirmado. Por causa disso mesmo, seis alunos da Escola de Santa Teresa, frequentada pela criança, foram submetidos a um período de observação médica de sete dias com um dos pais.

Os outros casos dizem respeito a duas mulheres que estiveram na Região Autónoma da Etnia Zhuang de Guangxi integradas numa equipa de filmagens entre os dias 8 e 18 de Março. As duas mulheres vão agora cumprir uma quarentena de 14 dias, dado terem estado no mesmo salão de beleza que um caso confirmado. As restantes 22 pessoas da equipa de filmagens encontram-se a fazer uma quarentena de sete dias.

SAFP | Funcionários instados a não participar em eventos de grupo

Os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) emitiram ontem uma circular interna a apelar aos funcionários públicos para evitarem actividades ou refeições de grupo. Segundo a TDM Rádio Macau, a circular, assinada pelo director dos SAFP, Kou Peng Kuan, aponta que “tendo em conta que a pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus está a evoluir de forma acentuada nas regiões vizinhas, os Serviços de Saúde emitiram orientações específicas para ajuntamentos e que todos os trabalhadores dos serviços públicos devem cumpri-las ‘rigorosamente’”. Em relação aos titulares dos principais cargos públicos, “incluindo o pessoal de direcção e chefia, devem evitar convocar ou participar em todos os tipos de actividades conjuntas ou em refeições em grupo, a menos que haja motivos oficiais importantes e inalteráveis, a fim de reduzirem ao máximo o risco de transmissão do novo tipo de coronavírus”, refere a nota.

22 Mar 2022

Covid-19 | Bolsas isentam de taxas empresas em áreas afectadas por surtos

As três bolsas de valores da China continental isentaram de algumas taxas as empresas localizadas em áreas onde houve surtos de covid-19, para aliviar o impacto económico das medidas de confinamento aplicadas no país.

A Bolsa de Valores de Shenzhen anunciou a isenção do pagamento de três taxas a todas as empresas cotadas no mercado, estendendo assim uma medida que já era aplicada às companhias com sede nas províncias de Shaanxi, Henan e Tianjin, segundo a agência oficial chinesa Xinhua.

Esta decisão soma-se às isenções, anunciadas na quinta-feira, pelas bolsas de valores de Xangai e Pequim, para empresas de Shenzhen, Mongólia Interior, Guangdong, Jilin e Xangai, algumas das áreas mais afectadas pelos surtos das últimas semanas, que levaram o número de novas infecções a voltar a níveis só vistos no início de 2020.

Estimativas iniciais, que apenas levaram em conta as isenções das taxas da Bolsa de Valores de Pequim e da Bolsa Nacional de Acções chinesa (para pequenas e médias empresas), indicam que as empresas poderão poupar mais de 45 milhões de yuan. As empresas que se listem este ano poderão também beneficiar das mesmas isenções.

Com tranquilidade

Na quarta-feira, o Governo chinês tentou tranquilizar os investidores com a promessa de mais apoio ao sector imobiliário, empresas do sector digital e empresários em dificuldades, depois de as firmas do país registarem fortes perdas em bolsa.

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse na semana passada que o Governo espera gerar até 13 milhões de novos empregos este ano, para ajudar a reverter uma crise económica.

Analistas dizem que o Partido Comunista provavelmente terá dificuldades para cumprir a sua meta oficial de crescimento económico, de 5,5 por cento, a menor desde a década de 1990.

A Comissão Nacional de Saúde da China confirmou ontem a detecção de 1.737 novos casos de covid-19 nas 24 horas entre sábado e domingo, 1.656 deles por contágio local.

O número mantém a tendência de queda iniciada na semana passada, altura em a China registou 3.507 casos na última terça-feira, o número mais alto desde o início de 2020.

As províncias com o maior número de casos de transmissão comunitária foram Jilin (nordeste, 1.191), Fujian (sudeste, 158), Shandong (leste, 51) e Guangdong (sudeste, 51).

Duas mortes

A China registou duas mortes relacionadas com a covid-19, nos primeiros óbitos desde Janeiro do ano passado, anunciaram sábado as autoridades sanitárias. As mortes, ambas na província de Jilin, no nordeste da China, elevam o número de óbitos causados pelo SARS-CoV-2 no país para 4.638.

As autoridades locais proibiram as deslocações, sendo necessária uma autorização da polícia para atravessar as fronteiras da província.

21 Mar 2022

Covid-19 | Surtos nas regiões vizinhas resultam em eventos anulados

A “evolução da pandemia” foi a justificação dada para cancelar uma série de eventos este fim-de-semana. A prova de atletismo 2022 Sands China Macau Internacional 10K, a 41.ª Edição da Semana Verde de Macau e dois concertos da Orquestra de Macau e Orquestra Chinesa de Macau foram cancelados

 

Apesar de não se verificar um surto comunitário de covid-19 em Macau há mais de cinco meses, a vigilância aperta perante os casos detectados nas regiões vizinhas, com particular incidência em Zhuhai.
Assim sendo, ao longo do fim-de-semana, as autoridades cancelaram vários eventos programados para sábado e domingo.

A prova de atletismo Sands China Macau Internacional 10K, agendada para o início da manhã de ontem, acabou por ser cancelada no sábado. A organização já exigia apertados requisitos de participação, como a apresentação de um certificado de teste de ácido nucleico com menos de 24 horas antes do início da prova, exigência que acabou por não impedir o cancelamento.

“Em articulação com o trabalho de prevenção e controlo da epidemia, anuncia-se o cancelamento da ‘2022 Sands China Macau Internacional 10K’ prevista para o dia 20 de Março. Desde já, lamenta-se a inconveniência”, anunciou o Instituto do Desporto (ID) no sábado, que organizaria o evento, em parceria com a Associação Geral de Atletismo de Macau.

“Após avaliação rigorosa”, as autoridades justificaram cancelar a prova devido à “evolução da epidemia nas regiões vizinhas”. O ID solicitou a compreensão dos participantes e adiantou que “em relação ao reembolso de inscrição” serão anunciados detalhes em breve.

Outro evento sacrificado na luta contra a pandemia foi a 41.ª Edição da Semana Verde de Macau, cuja inauguração estava prevista para ontem, com um cartaz que se prolongaria até 27 de Março. O Instituto para os Assuntos Municipais, a entidade organizadora, acabou por cancelar o evento que incluía “a plantação de árvores, a oferta de plantas, a experiência ecológica e workshops”.

Música e educação

Outra duas baixas deste fim-de-semana, ocorreram no cartaz cultural da cidade. O Instituto Cultural (IC) apresentou a mesma justificação para cancelar dois concertos, organizados em parceria com a Sociedade Orquestra de Macau. “Os dois concertos ‘Romance Encantador’ e ‘Músicas Encantadoras do Ecrã 3’”, agendados para as 20h horas de sábado, foram cancelados. “Os detalhes sobre o reembolso de bilhetes serão anunciados posteriormente”, acrescentou o anúncio do IC, apelando também à compreensão e cooperação do público.

O desporto escolar e a expressão artística de alunos também não ficaram imunes à vaga de cancelamentos. A Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) anunciou ontem que as provas e competições de desporto escolar passam, a partir de hoje, a ser realizadas à porta fechada. Além disso, não será permitido ao público assistir às provas e competições. Outra actividade afectada foi a 39.º Concurso Escolar de Canto, que para já não será cancelado, mas a DSEDJ suspendeu o registo online no concurso e o serviço de aquisição de bilhetes.

Além disso, a DSEDJ suspendeu as aulas presenciais para “docentes e alunos transfronteiriços das instituições de ensino superior e das escolas de ensino não superior, que tenham residido, nos últimos 14 dias”, nas “áreas seladas, controladas e de prevenção de Zhuhai e Zhongshan”.

SSM | Autoridades seguem vários contactos próximos

As autoridades de saúde estão a monitorizar vários contactos próximos de pessoas infectadas oriundas de Nanping, em Zhuhai, da Região Autónoma de Guangxi e de Zhengzhou, na província de Henan. O centro de coordenação e contingência está a seguir várias pessoas, incluindo uma aluna da Escola Secundária Ilha Verde e a sua mãe, classificadas como contactos próximos do caso confirmado em Nanping, Zhuhai, por terem estado na mesma padaria que a pessoa que deu positivo.

A aluna participou num espectáculo de dança no dia 13 de Março, com outros alunos, durante o qual não foram usadas máscaras. Facto que resultou no envio para hotel de quarentena das crianças, por serem consideradas contactos próximos por via secundária, para isolamento de sete dias e autogestão de saúde por mais sete dias. As crianças mais novas serão acompanhadas por um dos pais.

O centro de contingência adiantou que também durante as refeições a aluna e os restantes contactos não usaram máscara.

Na sexta-feira, foi anunciado também que dois alunos da Escola Fukien foram declarados como contactos próximos da pessoa infectada em Nanping, o que resultou na quarentena obrigatória para estas crianças e mais sete colegas de escola.

Um outro caso é referente a um contacto próximo de pessoa infectada, oriunda de Zhengzhou, na província de Henan. “Na manhã de 19 de Março, as autoridades sanitárias do Interior da China informaram as autoridades de Macau que uma residente que se encontrava em Macau tinha sido classificada como contacto próximo de um caso confirmado de covid-19 da Cidade de Zhengzhou da Província de Henan, os três indivíduos com quem coabita foram classificados como contactos próximos por via secundária.”

21 Mar 2022

Covid-19 | Plano de emergência prevê testes rápidos e hospitais de campanha

As autoridades apresentaram ontem um novo plano de resposta a um eventual surto comunitário de covid-19 que inclui a instalação de um hospital de campanha no Dome e no centro de formação de atletas. Serão distribuídos pela cidade postos móveis para testagem e os testes rápidos serão generalizados

 

A situação da pandemia em Hong Kong e em algumas regiões da China, nomeadamente Shenzhen, obrigou as autoridades a preparar, nos últimos dias, um novo plano de emergência em resposta a um eventual surto comunitário de covid-19. Como tal, será generalizado o uso de testes rápidos e criados postos móveis de testagem espalhados pela cidade, com capacidade diária para realizar 100 a 300 mil testes.

A grande novidade do plano é a criação na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental (Dome) e no Centro de Formação de Estágio de Atletas de um centro de tratamento de doentes com capacidade para 1400 camas.

Nestes locais serão instaladas mais 32 casas de banho temporárias e 16 chuveiros para dar resposta e garantir um rácio de doentes por instalações sanitárias que, segundo Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), é superior ao definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

“[No Dome] haverá nove doentes por sanita, e nove por chuveiro, enquanto que no centro de estágio de atletas o rácio será de 17 doentes por um chuveiro e sanita. A OMS define 20 doentes por um chuveiro, pelo que temos padrões superiores aos que são recomendados pela OMS.”

Neste local não faltam planos para o tratamento de resíduos ou dos restos mortais, que serão transportados e cuidados pelo Instituto para os Assuntos Municipais, em parceria com outras entidades públicas.

O plano tem várias fases conforme a evolução da pandemia. Se o número de infectados ultrapassar uma centena entra em funcionamento o centro de tratamento comunitário.

Mais capacidade

Em matéria de isolamento de infectados em unidades hospitalares e quarentenas, as autoridades prometem aumentar gradualmente em dez vezes a actual capacidade, para um total de 2700 doentes. Serão ainda definidos hotéis de quarentena de infectados com capacidade para 1000 camas. Do total de 266 camas disponíveis actualmente nas unidades hospitalares públicas, 120 vão funcionar no Centro Clínico de Saúde Pública do Alto de Coloane e 146 na enfermaria de isolamento do Centro Hospitalar Conde de São Januário.

O plano prevê também a criação de um hospital de campanha ao ar livre, com 1000 camas disponíveis. Alvis Lo adiantou que as autoridades de saúde estão em conversações com empresas para erigir a estrutura num espaço ao ar livre.

Por sua vez, fica definido que caso Macau tenha um surto de grandes dimensões, os infectados com covid-19 ficarão em isolamento em casa. Nestas situações, o Governo promete um sistema coordenado de resposta para garantir acesso a alimentos, medicamentos e outras necessidades diárias.

As medidas apresentadas pelas autoridades prevêem também que, em caso de surto, o centro de coordenação e de contingência do novo tipo de coronavírus e o centro de operações da protecção civil passem a funcionar sob alçada do Chefe do Executivo e serão criados 15 grupos especializados. Estes vão dedicar-se a questões como o apoio social ou jurídico, entre outras, analisando ainda a evolução da pandemia e as respostas a dar em cada caso.

O plano define ainda cinco mecanismos de avaliação da situação pandémica, sendo que o nível 1 representa um surto onde existe baixo risco de disseminação do vírus, e o nível 5 representa uma elevada possibilidade de contágio.

Vias de comunicação

As autoridades deverão lançar também 30 linhas abertas de apoio para cedência de informações, prevendo-se a criação da linha de emergência 222. Serão ainda instituídos mecanismos digitais para a marcação de consultas médicas.

Em termos gerais, as autoridades não colocam de parte a possibilidade de se encerrarem de novo escolas ou repartições públicas caso seja necessário, nem a instauração de um confinamento geral. “Quando a situação ficar grave poderemos aplicar medidas de confinamento a toda a população”, disse Alvis Lo, que apelou à população para não entrar em “stress” com estas medidas.

Na conferência de imprensa de ontem foi feito um novo apelo para o aumento da taxa de vacinação, tendo em conta a estabilidade que se vive em Macau. Actualmente quase metade dos elegíveis para a toma da terceira dose ainda não o fez, disse Leong Iek Hou, coordenadora do centro de coordenação e de contingência. Há apenas 153 mil doses administradas a este nível.

Zhuhai | Exigido teste para entrar em Macau com validade de 24 horas

Desde a meia noite de hoje é obrigatório para quem entra em Macau via Zhuhai apresentar certificado de teste à covid-19 com resultado negativo com validade de 24 horas. Além disso, os não residentes que não tenham certificado não poderão entrar no território, enquanto que os residentes podem fazer teste no local. As autoridades afirmam ainda que mantém um contacto estreito com Zhuhai, sendo que “serão retomadas, logo que possível” os testes com um prazo de validade de 48 horas.

Os Serviços de Saúde (SSM) aumentaram o número de vagas para testes à covid-19 nos postos fronteiriços de Qingmao e da Ilha Verde. Desde ontem estão disponíveis mais quatro locais para testes com capacidade para oito mil testes, e que estarão em funcionamento até às 22h. Locais como o Fórum Macau e Campo dos Operários também vão aumentar a resposta quanto à realização de testes.

18 Mar 2022

Epidemiologista Zhong Nanshan em organismo que distingue projectos científicos

O epidemiologista e pneumologista Zhong Nanshan, uma das figuras nacionais de topo na luta contra a pandemia, foi nomeado por Ho Iat Seng para integrar a Comissão de Avaliação das Candidaturas aos Prémios para o desenvolvimento das ciências e tecnologia.

A constituição da nova comissão foi revelada ontem, através de um despacho do Chefe do Executivo, que nomeou 11 membros, o máximo permitido pela lei. Entre os nomeados encontram-se igualmente académicos de Hong Kong como Sung Jao Yiu, presidente da Universidade Chinesa de Hong Kong, e Tsui Lap Chee, presidente da Universidade de Hong Kong, que vão ter mandatos de dois anos. Yang Wei vai presidir aos trabalhos.

Segundo o despacho assinado por Ho Iat Seng, “os vogais da Comissão têm direito a uma gratificação total de 40.000 patacas durante o mandato”. Contudo, não é certo como será feito o pagamento, uma vez que o regulamento da comissão define que “as personalidades convidadas a participar nas sessões de avaliação têm direito a senhas de presença por cada sessão em que participem”.

O valor das senhoras corresponde ao estabelecido para os trabalhadores da Administração Pública, que ronda as 910 patacas por reunião.

Conselheiro do Governo

Nos últimos anos, e principalmente após o surgimento da covid-19, Zhong Nanshan reuniu várias vezes com Ho Iat Seng, para aconselhamento na estratégia de prevenção da pandemia.

As várias reuniões na sede do Chefe do Executivo, acabaram por ser reconhecidas mais tarde por Ho Iat Seng, que atribuiu ao médico Medalha de Honra Grande Lótus, ou seja, a distinção mais elevada que existe na RAEM.

“Durante a fase crucial do combate à pandemia, deslocou-se várias vezes a Macau para partilhar a sua experiência no âmbito da prevenção e controlo de epidemias com o Chefe do Executivo”, justificou Ho Iat Seng.

No texto da distinção era ainda explicado que Zhong emitiu “orientações” aos serviços de saúde e “contribuído de forma significativa para o combate de Macau” à pandemia. A entrega aconteceu no ano em que Chui Sai On, ex-Chefe do Executivo, também recebeu a distinção.

17 Mar 2022

Covid-19 | Especialistas insistem na política de zero casos apesar de novos surtos

Apesar do agravamento da situação, com o país a atravessar a maior crise pandémica desde o aparecimento do novo coronavírus, cientistas dizem não ser ainda o momento de alterar a estratégia

 

O epidemiologista chinês Zhang Wenhong afirmou ontem que “não é o momento” para debater a política de tolerância zero à covid-19 da China, numa altura em que o país enfrenta o maior surto da doença, desde 2020.

Numa mensagem difundida através da rede social Weibo, Zhang explicou que o país asiático deve “aproveitar este período como uma oportunidade para desenhar estratégias anti-pandemia mais sábias, completas e sustentáveis”.

Zhang admitiu que a China atravessa o momento “mais difícil” desde que a pandemia eclodiu, no início de 2020. Desde o início do mês, o país passou de 119 para 3.122 casos diários.

Apesar da extensão dos surtos, o epidemiologista salientou que a “virulência do coronavírus diminuiu”, acrescentando que as “pessoas com imunidade normal e que receberam uma dose de reforço não terão problemas”.

Zhang assegurou que se a China – que mantém as suas fronteiras praticamente fechadas a estrangeiros não residentes há dois anos, e exige uma quarentena mínima de 14 dias para quem entra no território – se abrisse aos estrangeiros, “aumentaria o número de casos num período muito curto e o sistema médico nacional ficaria sobrecarregado”, causando “danos irreparáveis” à sociedade.

Wang Guangfa, especialista no sistema respiratório que foi um dos primeiros a visitar Wuhan, durante o primeiro surto de covid-19, em Janeiro de 2020, explicou este fim de semana que a variante Ómicron, já dominante no país asiático, significa que há mais casos assintomáticos, “tornando difícil detectar os infectados a tempo”.

Wang, citado pelo jornal oficial Global Times, acrescentou que a proporção relativamente baixa de vacinados entre os idosos “ainda é um dos maiores problemas”.

O especialista disse ter esperança de que o número de casos “se reduza significativamente em duas semanas” e previu que o país volte aos zero casos no espaço de 28 dias.

A seu tempo

Cidades como Shenzhen e Changchun estão actualmente sob confinamento parcial ou total, devido ao aumento do número de infeções entre a sua população.

Nas últimas semanas, algumas vozes na China sugeriram um possível ajuste à estratégia de zero casos de covid-19, que envolve, além dos confinamentos, restrições nas viagens internas e testes em massa sempre que um caso é detetado.

O epidemiologista Zeng Guang, ex-chefe do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, afirmou recentemente que as “restrições não durarão para sempre” e que a China “vai apresentar o seu roteiro para coexistir com o vírus na altura apropriada”.

15 Mar 2022