Comboios de alta velocidade sem condutores para Olimpíadas de Inverno

[dropcap]A[/dropcap] China está a desenvolver um sistema que permite controlar remotamente comboios de alta velocidade, abdicando de condutores, e que se estreará durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, informou hoje a imprensa oficial.

O sistema permite que o comboio arranque, circule e pare com precisão nas estações ferroviárias, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.

As autoridades esperam que os comboios entrem em funcionamento na linha de quase 200 quilómetros, que liga Pequim a Zhangjiakou, o local onde se realizam os Jogos Olímpicos de Inverno, na província de Hebei.

Um sistema semelhante está já em funcionamento na província de Guangdong, sudeste do país, com comboios interurbanos, que alcançam 200 quilómetros por hora.

Mas os comboios que ligarão Pequim a Zhangjiakou vão deslocar-se a uma velocidade de 350 quilómetros por hora.

Este ano, a China planeia expandir a sua malha ferroviária de alta velocidade em 3.200 quilómetros, para um total de 30.000 quilómetros, anunciou na quarta-feira Lu Dongfu, o diretor-geral da China Railway, entidade que opera as ferrovias do país.

A primeira linha chinesa de alta velocidade – um troço de 117 quilómetros entre Pequim e Tianjin – começou a funcionar em 2008, quando a capital chinesa organizou os Jogos Olímpicos, 28 anos depois do nascimento do TGV francês.

E quando o Japão lançou o seu “comboio-bala”, em 1964, a China era um país pobre e isolado, mergulhado em constantes “campanhas políticas” e empenhada em “aprofundar a luta de classes”.

Em 2012, o país inaugurou a linha de alta velocidade mais extensa do mundo, com 2.298 quilómetros, que liga Pequim a Cantão.

Hoje, a malha ferroviária de alta velocidade da China compõe dois terços do total do mundo.

Durante a última dinastia imperial (1644-1911), o governo chinês começou por se opor ao caminho-de-ferro e só em 1881 autorizou a construção da primeira via-férrea.

O acelerado desenvolvimento da rede chinesa de alta velocidade ficou também marcado por um grave acidente, que matou 40 pessoas, no verão de 2011.

 

 

4 Jan 2019

Olímpicos | Jovens incentivados a fazer mais desporto com contacto com atletas

A Comitiva Olímpica está em Macau para uma visita de quatro dias. Pela primeira vez, e de entre os 60 atletas que a compõem, não estão somente os “ouros”. Depois da chegada na passada segunda-feira, o dia de ontem permitiu o contacto dos atletas com jovens e património. Uma iniciativa de “propaganda” para uns e de promoção de valores para outros. Fu Yuanhui continua a ser a estrela da companhia

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hegaram na segunda-feira ao Terminal Marítimo de Macau. O grupo de atletas medalhados chineses veio acompanhado por representantes do Desporto da China continental e tinha à sua espera cerca de 200 alunos a dar as boas-vindas. Depois da visita a Hong Kong, é a vez de passarem quatro dias em Macau. A noite foi ocupada com um jantar, no qual participou o Chefe do Executivo, e o dia de ontem foi entre os mais novos e visitas ao património da RAEM.
A manhã começou com o encontro de intercâmbio com os jovens alunos das escolas secundárias, universidades e associações de serviço social. Estiveram presentes os atletas Long Qingquan (Levantamento de peso), Zhao Shuai (Taekwondo), Zhu Ting e Hui Ruoqi (Voléibol), Zhang Mengxue (Tiro Desportivo), Ding Ning (Ténis de mesa), Ren Qian (Saltos), Fu Yuanhui (Natação). Estavam presentes para que a juventude pudesse colocar questões e chegar mais perto das estrelas. E, no encontro que contou com a participação do Chefe do Executivo, Chui Sai On, e Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, foi isso que fizeram.
A curiosidade dos alunos da terra incidiu essencialmente sobre as questões do stress associadas às grandes competições, os hábitos alimentares ou como manter a persistência e ajustar a disposição psicológica em tão exigente missiva. Não passou despercebida também a forma como é possível equilibrar estudos e treino de alta competição.
Zhang Mengxue, vencedora do Ouro em Tiro, considera que “só a possibilidade de participação e representação da China já é uma grande honra” e, como tal, o stress terá passado para um plano secundário.
“Perante a necessidade de concentração total, a ansiedade é esquecida naquele momento”, diz.
Hui Ruoqi – que foi operado ao coração – foi questionado acerca da sua condição física. “Quando se tem um sonho vale a pena a persistência”, mesmo quando as condições aparentam não ajudar, respondeu. É agora capitão da equipa de vólei que representa a RPC.
E como é Macau? Para a nadadora Fu Yuanhui, “a menina mística” como lhe chama a população pelo vídeo que se tornou viral após o Bronze, é “engraçado”. “Macau é muito divertido e tem casas muito bonitas”, revela a atleta, pela primeira vez na RAEM, afirmando a curiosidade em experimentar mais sabores da terra. Já para a atleta de vólei Zhu Ting, familiar com o território, este é um lugar que admira porque tem um “ritmo de vida lento e confortável”.

Pela pátria

Dos presentes e representantes da juventude fica uma mensagem patriota. Para Chan Hou Man, assessor do Macau Youth Summit que participou como representantes das associações de jovens, o contentamento era patente.
“Com estas iniciativas ficamos mais próximos dos atletas e eles têm mostrado uma comunicação calorosa connosco.” O assessor afirmou ainda que “estas visitas são importantes porque contribuem para a construção de valores e hobbies”, por um lado, e por outro, porque motiva a “um maior patriotismo”.
O facto da presente Comitiva pela primeira vez não integrar só medalhados com o Ouro é, para Chan Hou Man, “sinal de desenvolvimento social”. Mas a presença destes é mais do que uma visita.
“É preciso aproveitar bem a popularidade e o encanto dos atletas para reforçar o patriotismo dos jovens de Macau e Hong Kong”, disse, adiantado uma referência especial ao vídeo que se tornou viral de Fu Yuanhui, a nadadora que “fez com que todos os chineses, do continente e das regiões, sentissem que faziam parte da mesma família”. Para o membro associativo é importante, tal como fez a nadadora, “ser mais directo e mais energético, tornando-se numa imagem muito útil para incentivar e motivar o patriotismo dos jovens de Macau e Hong Kong”.

Por detrás do brilho

Para Zhang Ieng Man, uma das alunas que teve a sorte de estar perto das estrelas olímpicas, uma das coisas melhores deste encontro foi poder conhecer o outro lado da moeda. “Embora os atletas pareçam brilhantes à frente do público, têm ao longo da sua vida acontecimentos muito tristes também, o que faz com que admire ainda mais a sua persistência.”
Do encontro, a jovem salienta que ficou com mais vontade de praticar desporto. O aluno Chan Chon Ieong, que vem do Colégio Perpétuo Socorro Chan Sui Ki, esteve presente porque o professor de Educação Física o levou, como afirma com satisfação. À semelhança de outros colegas, refere que aprendeu mais sobre o “espírito desportivo”. “Fica o sentimento de que são pessoas reais com histórias e sentimentos”, afirma ainda a universitária Ma Quchen.

Pelos caminhos de Macau

Após o contacto com os mais novos, a Comitiva dirigiu-se ao Centro Histórico onde visitou as Ruínas de S. Paulo e seguiu para o Museu de Macau. A manhã terminaria no Miradouro da Guia.
Junto a S. Paulo, a azáfama era a do costume, com os turistas característicos da zona. Não fosse o aparato de segurança, discreto mas presente, não se saberia que passariam por ali as estrelas do atletismo chinês. Aos poucos – e com o aproximar das 11h00 – as Forças de Segurança iam dispersando as excursões e as Ruínas eram vistas sem ninguém.
Não foi difícil perceber que alguma coisa estava a acontecer e as pessoas começavam a acumular-se por detrás dos jornalistas. A Comitiva deu entrada para admirar as Ruínas e tirar a fotografia do protocolo, por entre saudações. Entre os gritos, era inevitável não perceber o nome da mais recente estrela chinesa, a nadadora que, sem Ouro, conquistou a popularidade entre os seus conterrâneos. Fu Yanhui – com um tempo de 58 segundos – “apenas” trouxe o Bronze olímpico e atribuiu essa posição ao mau estar que sentia na prova devido à menstruação. Caiu em graça e foi, de facto, uma das personalidades mais tidas em conta.
Por entre fotografias de grupo e “selfies” os atletas seguiram para o Museu de Macau. Da população ali à volta, maioritariamente constituída por turistas, o HM falou com An Lin, uma turista chinesa que visitava Macau com o namorado. Para a jovem, a presença do “ouro olímpico” naquele lugar foi “uma surpresa”, “não contava com aquilo”. Satisfeita e com o telemóvel em punho, An Lin considera que estas iniciativas são “muito boas” pois de outra forma ninguém conseguiria conhecer aqueles que conquistaram o palco em nome da China. Já o namorado partilha da mesma opinião, registando alguns nomes que até à data só conhecia pelas transmissões de televisão. “É bom que os atletas percorram a China”, afirma.
Surpresa foi também para um jovem casal polaco Agatha e Adam que “de repente” se confrontaram com o cenário de recepção aos desportistas. Juntaram-se aos turistas, na sua maioria da China, a apreciar a foto de grupo. Acerca deste tipo de acções, Adam afirma que “nunca tinha visto uma iniciativa destas na vida”, enquanto que para Agatha é um acto que se assemelha a “algum tipo de propaganda” em que há uma exibição dos medalhados pelo país de modo a que o “povo todo possa ver a importância e superioridade da China relativamente ao mundo”. “Isto são suposições”, acrescenta, “não tenho a certeza, mas é o que sinto”.
Fu Yanhui também não passou despercebida à jovem turista polaca. “[Ela] pode ser um exemplo para o mundo capaz de representar mais liberdade no que respeita às mulheres na sociedade. É bom que ela tenha feito isso sem vergonha, referindo-se à menstruação, e que, com isso, possa transmitir uma mensagem de normalidade e em voz alta que ainda não é sentida por todos”, remata a polaca. O namorado, sem muito a dizer, concorda que o que a atleta fez é importante para a generalidade das mulheres.

Fundações que dão milhões

Da recolha de donativos particulares que fizeram questão de demonstrar financeiramente o seu apreço pelos atletas Olímpicos resultou o montante de 14 milhões de patacas. O cheque foi entregue directamente por Chui Sai On à comitiva no jantar de boas-vindas na segunda-feira. Segundo adianta a agência Lusa, o valor do cheque resulta de doações da Fundação Henry Fok (cinco milhões de patacas), Associação das Empresas Chinesas de Macau (três milhões de patacas), familiares de Ma Man Kei (dois milhões de patacas), Chan Meng Kam (um milhão de patacas), Lei Chi Keong (um milhão de patacas), Banco Tai Fung (um milhão de patacas) e Fong Chi Keong (um milhão de patacas).

31 Ago 2016

Djokovic afastado e recordes na natação. Phelps com 23ª medalha

Segunda feira dia 8 não faltaram emoções no parque olímpico. A maior delas vem do ténis, com o sérvio Novak Djovic afastado da competição. O halterofilista chinês ganhou a medalha de ouro e o Kosovo arrecada a sua primeira medalha olímpica. Ginasta portuguesa alcança melhor resultado de sempre em ginástica artística

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]omo em todas as edições dos Jogos Olímpicos há surpresas boas e surpresas más. Pegando na última, temos a queda do líder do “ranking” mundial de ténis, o sérvio Novak Djokovic, afastado da competição por Del Potro, numa reedição do encontro de há quatro anos, onde o este já tinha manifestado superioridade. O argentino defrontou então o tenista português João Sousa, na noite de ontem, (hora de Macau) depois de também ele, ter seguido em frente na prova, não se sabendo o resultado até o fecho desta edição.
As irmãs Williams, detentoras do título de pares femininos foram também eliminadas pela dupla Lucie Safarova e Barbora Strycova, da República Checa.
Os detentores dos títulos individuais, o britânico Andy Murray, vencedor do sérvio Viktor Troicki, e Serena Williams, que afastou a australiana Daria Gavrilova, não se deixaram bater e continuam na corrida a nova medalha de ouro
A selecção do Brasil continua também a desiludir não indo além de um empate a zero, quer frente à África do Sul, quer frente ao Iraque, adiando para a terceira jornada o apuramento para os quartos de final.

Tempos superados

Comecemos pela natação. O britânico Adam Peaty a sagrar-se campeão olímpico dos 100 metros bruços e a voltar a baixar o recorde do mundo, que já tinha batido na primeira eliminatória, estabelecendo-o agora em 57,13 segundos.
Michael Phelps volta a surpreender conquistando a 19ª medalha de ouro ao integrar a estafeta 4×100 metros livres. No total o norte americano já arrecadou 23 medalhas olímpicas. JogosOlimpicos_(lusa) filipMartins
A sua compatriota Katie Ledecky esteve em grande destaque nos 400 metros livres, sagrando-se campeã olímpica com a marca de 3.56,46 minutos, numa jornada em que caiu também o recorde do mundo dos 100 metros mariposa, com Sarah Sjostrom a conquistar a primeira medalha de ouro feminina para a Suécia na natação.
Também o Kosovo recebeu a sua primeira medalha olímpica. A campeã de judo de etnia albanesa é dominadora absoluta no escalão de 52 kg, desde há quatro anos. Campeã em 2013 e 2014 só deixou escapar o ano passado, ao falhar o mundial devido a uma lesão. Para que não restassem dúvidas, ontem bateu nas meias-finais a japonesa Misato Nakamura, a campeã do ano passado. Na final de ontem, ganhou por ‘yuko’ à italiana Odette Giuffrida, ficando as medalhas de bronze para Nakamura e para a russa Natalia Kuziutina.
A equipa da Itália foi bafejada pela sorte e juntou às medalhas de ouro e prata do judo, a medalha de ouro no florete masculino em esgrima e a medalha de bronze de Elisa Longo Borghini na prova de fundo de ciclismo de estrada. A campeã é a holandesa Anna Van Der Breggen e a vice-campeã a sueca Emma Johanson.
Wu Minxia, saltadora chinesa fica na história da competição ao sagrar-se pela quinta vez campeã, agora de parceria com Shi Tingmao, no trampolim de três metros, sincronizado.
A equipa sul-coreana feminina de tiro com arco, estende para oito a série de sucessos olímpicos.
Já campeã nas equipas masculinas a Coreia do Sul é dominadora absoluta desde que a modalidade regressou ao programa olímpico, em 1988.

Pesos de ouro

O halterofilista chinês Long Qingquan conquistou ontem a medalha de ouro da categoria de 56 kg e ao mesmo tempo obteve um recorde do mundo de 207 kg no total olímpico. Long, de 25 anos, bateu por quatro quilos o norte-coreano Om Yun-Chol, detentor do título. A medalha de bronze foi para o tailandês Sinphet Kruaithon, que levantou um total de 289 kg.

A melhor de sempre

A portuguesa Filipa Martins mostrou-se satisfeita com a sua prova depois de ser 37.ª na qualificação do ‘all around’ da ginástica artística dos Jogos Rio 2016 . A melhor pontuação foi alcançada na trave, com 13.833, seguindo-se os 13.660 nas paralelas assimétricas, os 13.433 no solo e os 13.336 no cavalo. A atleta portuense obteve a melhor participação de sempre de uma ginasta portuguesa numa prova de ginástica artística. Mas ainda assim foi insuficiente para chegar à final do concurso completo.

Secretário na abertura

Alexis Tam, assistiu, no dia 6 de Agosto, à abertura dos Jogos Olímpicos. Acompanhado de uma delegação do Comité Olímpico de Macau, participou num jantar de confraternização entre presidentes olímpicos de vários países como Portugal, Timor –Leste e, Cabo-Verde e Moçambique. Entre outros.
Macau preside à organização das Associações dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP)desde 2009. A ACOLOP tem nos Jogos Olímpicos 700 atletas.
Durante a estadia o Secretário aproveitou para visitar a aldeia olímpica e as instalações desportivas adaptadas especialmente para albergarem os Jogos Olímpicos e Para-olímpicos.

9 Ago 2016