João Luz Manchete SociedadeHong Kong | Combate ao contrabando de medicamentos para Macau As autoridades de Hong Kong apertaram o controlo ao contrabando de medicamentos para combater sintomas de covid-19. Nos últimos tempos, mais de 10 milhões de dólares de Hong Kong em fármacos “ocidentais”, como Molnupiravir, Paxlovid e Primovir foram apreendidos. Os destinos do contrabando são Macau e o Interior da China A explosão de casos de covid-19 em Macau e no Interior da China criou uma vaga de contrabando de medicamentos relacionados com o novo coronavírus das farmácias de Hong Kong. De acordo com as autoridades alfandegárias da região vizinha, nas últimas seis semanas foram apreendidos nos postos fronteiriços mais de 10 milhões de dólares de Hong Kong (HKD) em medicamentos, com particular incidência nos fármacos Molnupiravir, Paxlovid e Primovir (a versão genérica do Paxlovid, produzido na Índia), com destino a Macau e Interior da China. Citada pelo South China Morning Post, uma fonte das autoridades alfandegárias, com jurisdição sobre a zona costeira de Hong Kong, revelou que parte do contrabando é feito através de lanchas rápidas, mas que medicamentos entram e saem da região disfarçados encomendas. O jornal da região vizinha acrescenta que nas últimas semanas foram apreendidas mais de uma dúzia de encomendas vindas de países europeus, como França e Alemanha, onde foram encontradas embalagens de Paxlovid, apontou a comissária assistente do departamento, Ida Ng Kit-ching. “Nas declarações, os conteúdos eram identificados como chocolates, produtos de madeira e calçado, mas cada encomenda tinha entre algumas centenas a um milhar de comprimidos”. Entre segunda-feira e quarta-feira da semana passada, foram apreendidas duas encomendas vindas da Alemanha e Índia contendo quase 9.000 comprimidos de Paxlovid e Primovir, no valor de 480 mil HKD. Mar, terra e ar Segundo o South China Morning Post, entre 1 de Dezembro e 12 de Janeiro, foram apreendidos nos postos fronteiriços 56 pessoas transportando fármacos avaliados em mais de 660 mil HKD, e 9,5 milhões de HDK escondidos em encomendas. Além dos medicamentos das farmacêuticas Merck e Pfizer, foram também encontradas embalagens de Lianhua Qingwen, o produto de medicina tradicional chinesa usado para tratar sintomas de febre e garganta dorida. Para combater a tendência crescente de contrabando de fármacos, as autoridades de Hong Kong apertaram a fiscalização de pessoas e encomendas. A principal via de saída de medicamentos é pelas fronteiras terrestres. Só nos dias entre 27 de Dezembro e 1 de Janeiro, as autoridades de Hong Kong identificaram cinco camiões que transportavam fármacos para sintomas de covid-19 no valor de 940 mil HKD. Os cinco condutores foram presos. Quem for apanhado a transportar bens não declarados pode ser multado até 2 milhões de HKD e sete anos de prisão, se forem fármacos sem respectiva receita ou documentação que autorize importação, as penalizações podem chegar a mais 100 mil HKD de multa e até 2 anos de prisão.
João Luz Manchete SociedadeMedicamentos | Governo limita transporte na fronteira Desde ontem, quem passar a fronteira para o Interior da China não pode levar mais do que cinco embalagens de uma lista de fármacos que combatem os sintomas da covid-19. Os produtos em questão são analgésicos e antitérmicos, antigripais, medicação para a tosse e testes rápidos de antigénio Numa altura em que as farmácias de Macau enfrentam problemas de carência de medicação, principalmente para tratar sintomas da infeção viral, o Governo anunciou o controlo nas fronteiras do transporte de quatro tipos de medicamentos e testes rápidos antigénio. O Chefe do Executivo assinou um despacho publicado no Boletim Oficial no sábado a determinar que desde ontem é “proibido transportar na saída da fronteira da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), a título de uso pessoal ou bens de consumo, quatro tipos de medicamentos e artigos antiepidémicos de quantidades excessivas”. O despacho assinado por Ho Iat Seng determina que cada pessoa fica limitada ao transporte de “cinco caixas ou frascos de medicamentos analgésicos e antitérmicos, cinco caixas ou frascos de medicamentos de antigripais compostos, cinco caixas ou frascos de expectorantes e antitússicos e cinco caixas de teste rápido de antigénio”. A medida não se aplica a pessoas que apresentem um atestado de receita médica, ou a residentes de Macau que vivam no Interior da China e venham à RAEM periodicamente para consulta médica e prescrição de medicamentos abrangidos pela medida. Estes últimos ficam obrigados a “apresentar a receita médica para comprovar a necessidade médica”. Grandes prateleiras No sábado à noite, o Instituto para a Supervisão e Administração Farmacêutica concluiu que houve uma “diminuição da tensão no fornecimento de medicamentos e artigos antiepidémicos em Macau”. Porém, o limite de transporte nas fronteiras de medicação foi decidido tendo em conta que “os residentes continuam a necessitar de medicamentos e artigos antiepidémicos e as regiões vizinhas também estão a lidar com a dificuldade de fornecimento de medicamentos”. O objectivo avançado foi “proteger ainda mais as necessidades de medicamentos por parte dos residentes de Macau e prevenir a retirada em massa de medicamentos e artigos antiepidémicos de Macau”. Importa recordar que antes do final do ano o Governo limitou a compra de medicação nas farmácias do território, permitindo “a cada compra” a aquisição de uma caixa ou frasco de analgésicos e antipiréticos, de uma caixa ou frasco de medicamentos antigripais, de uma caixa ou frasco de medicamentos para a tosse e de dez doses de testes rápidos de antigénio, para fazer face à ruptura de stock.
Salomé Fernandes PolíticaCoutinho sugere mecanismo de entrega de medicamentos a doentes crónicos Em vez de os medicamentos de pacientes crónicos serem distribuídos pelas farmácias dos hospitais, Pereira Coutinho quer um novo sistema que permita o levantamento em locais mais próximos dos utentes. Paralelamente, quer saber se o Governo está aberto a consultas farmacêuticas por telefone ou videoconferência Pereira Coutinho sugeriu ao Governo a adopção de um programa de acesso a medicamentos em proximidade, que permita a doentes crónicos receber os fármacos prescritos em casa, na farmácia mais próxima ou em instituições protocoladas. O objectivo é evitar idas dos pacientes ou cuidadores às farmácias dos hospitais “com riscos de infecção para estes pacientes e consequentes prejuízos para o erário público”. “A cedência da medicação hospitalar em proximidade tem, em determinados casos, o potencial de permitir minimizar os constrangimentos económicos e de mobilidade dos pacientes, que podem condicionar a acessibilidade e a adesão à terapêutica e, consequentemente, os resultados em saúde”, argumenta o deputado em interpelação escrita. Pereira Coutinho descreve o actual processo de prescrição a pacientes crónicos e idosos acamados como dispensa “a conta-gotas”, alertando que a necessidade de irem às unidades hospitalares pode acrescentar custos e pôr em causa a adesão dos doentes à terapia. Nesse sentido, o deputado quer saber a avaliação feita pelo Governo das “dificuldades de dispensa de medicamentos aos doentes crónicos” e formas para ultrapassar possíveis constrangimentos. Consulta à distância Além da maior proximidade na entrega de fármacos, Pereira Coutinho sugere consultas farmacêuticas por telefone ou videoconferência para avaliar o cumprimento do plano de tratamento. Na interpelação indica que a consulta pode ser feita por um farmacêutico, para avaliar os efeitos da medicação, a necessidade de ajustes ou a existência de sintomas a comunicar ao médico assistente. Para Pereira Coutinho, se o pessoal das farmácias hospitalares ficar liberto do tempo para a entrega de medicamentos pode “aferir com maior rigor sobre se o que é prescrito aos pacientes é adequado à sua condição, designadamente em relação a pacientes com artrite reumatóide, psoríase, espondilite anquilosante, fibrose quística, hepatites, esclerose múltipla, doentes hematológicos e oncológicos, com hipertensão pulmonar e até de alguns doentes pediátricos”.
Hoje Macau China / ÁsiaSaúde | Medicamentos para hipertensão arterial retirados do mercado [dropcap style=’circle’] U [/dropcap] ma importante fabricante chinesa de ingredientes de Valsartan interrompeu entregas e procedeu à retirada voluntária nos mercados doméstico e estrangeiro após a detecção do carcinogéneo NDMA em alguns lotes, referiu no domingo o regulador de medicamentos do país, de acordo com a Xinhua. De acordo com a agência oficial que cita informações prestadas pela Administração Estatal de Medicamentos (AEM), a Zhejiang Huahai Pharmaceutical tomou as medidas necessárias de acordo com os regulamentos. A empresa é fornecedora dos ingredientes activos para o Valsartan, medicamento usado para tratar hipertensão arterial e insuficiência cardíaca. Em 6 de Julho, a Huahai relatou ao regulador a descoberta de vestígios de NDMA (N-nitrosodimetilamina) em lotes para exportação e publicou as informações. Actualizada sobre as avaliações de riscos publicadas por homólogos globais, a AEM examinou todas as sete fornecedores de ingredientes do Valsartan no país, incluindo a Huahai, e aprovou os produtos das outras seis. A NDMA é classificada como um cancerígeno 2A por reguladores internacionais, incluindo europeus, significando que há uma evidência limitada de que pode causar cancro. De acordo com a Xinhua, foram tomadas medidas de precaução, como a interrupção de vendas e retirada dos medicamentos dos mercados, apesar de ser afirmado que os fármacos que contém NDMA não acarretam riscos severos para a saúde. A AEM aconselhou que os pacientes não parem de tomar o Valsartan, a menos que recebam indicação do médico.
Hoje Macau SociedadeSaúde | Anuladas mais de mil prescrições de medicamentos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde revelaram que 1238 pessoas tinham prescrições para os medicamentos para a redução da pressão arterial que foram retirados do mercado, por ordem das autoridades. De acordo com o canal de rádio da TDM, o número diz respeito aos centros de saúde e ao Centro Hospitalar Conde São Januário. Em causa, estão seis medicamentos das marcas Valtensin e Valsartan. No sábado, os Serviços de Saúde revelaram que o principal ingrediente nestes fármacos – impureza de valsartan – excede o padrão, pelo que os importadores foram instruídos para proceder à recolha de todos os lotes dos medicamentos. Num comunicado ontem divulgado, os serviços liderados por Lei Chi Ion afirmam que foi, de imediato, activado um plano de contingência. Até ao momento, foram contactadas com sucesso 970 pessoas. Todos os afectados devem trocar os medicamentos durante a próxima semana, refere a mesma fonte. A ideia era que os pacientes pudessem começar a receber os fármacos substitutos já a partir de hoje, mas “um problema de escassez levou a que os medicamentos sejam apenas fornecidos a partir de quarta-feira”. O levantamento estende-se até sexta-feira, podendo ser efectuado nos centros de saúde ou no serviço de consulta externa de 24 horas do Conde São Januário, locais onde, dizem os Serviços de Saúde, vai haver “uma via verde” para o efeito. As autoridades deixam ainda uma recomendação: os pacientes devem tomar os actuais medicamentos prescritos de acordo com a receita médica antes de receberem novos medicamentos, “não podendo de qualquer maneira suspender a administração por sua vontade”.
Hoje Macau SociedadeDetectada prescrição inadequada de medicamentos oncológicos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde de Macau (SSM) detectaram casos suspeitos de prescrição inadequada de medicamentos contra o cancro por clínicas privadas, no valor de 80 milhões de patacas. Num comunicado enviado pouco depois da meia-noite de ontem, os SSM explicam que, suspeitando do caso, que “pode ter efeitos adversos nos pacientes”, realizaram fiscalizações surpresa em sete estabelecimentos privados de cuidados de saúde, sendo que em quatro se mantiveram as suspeitas, dois estão ainda a ser investigados e num caso o centro médico foi ilibado. Os fiscais verificaram que, em casos de prescrição de medicamentos destinados ao tratamento de carcinoma pulmonar, os processos clínicos dos pacientes estavam incompletos ou em falta e havia diferenças de quantidade entre a compra e a prescrição. Os produtos suspeitos foram selados, bem como os processos clínicos. O valor total dos medicamentos contra o cancro que terão sido prescritos inadequadamente é de cerca de 80 milhões de patacas. Os SSM explicam ainda que os medicamentos em questão “não foram registados oficialmente em Macau”, tendo sido solicitada por importadores uma licença especial para que pudessem ser utilizados por determinados pacientes, o que foi autorizado pelos SSM. No entanto, “algumas entidades de saúde procediam à venda ilegal deste tipo de medicamentos a pacientes do interior da China para obtenção de lucro”, o que pode incorrer em fraude, contrabando e evasão fiscal. Os SSM alertam que, se se concluir que a infracção constitui “crime contra a saúde pública, a multa será acrescida de suspensão de licença e, em caso de reincidência, do seu cancelamento”. Além disso, se a prescrição não corresponder à “realidade do processo clínico, não será excluída a possibilidade de envio do caso ao Ministério Público para apuramento da responsabilidade penal”.
Sofia Margarida Mota PolíticaLAG 2017 | Aumento de despesa justificado com compra de novos medicamentos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] subida do orçamento para a saúde é justificada pelo Governo com as despesas em medicamentos. O deputado José Pereira Coutinho foi um dos críticos do crescimento do orçamento destinado aos Serviços de Saúde de Macau (SSM). “O aumento é muito grande, será que devemos gastar assim o nosso dinheiro?”, questionou o deputado. Pereira Coutinho falou também das despesas que envolvem o Hospital das Ilhas em que “um hospital já vai no custo de dois”. Song Pek Kei, depois de elogiar o trabalho da tutela dos Assuntos Sociais e Cultura, também apontou a saúde como uma das maiores preocupações. “Temos 8,1 milhões de investimento na área da saúde. Se o Governo conseguir prestar todos os cuidados de que a população necessita, ninguém vai reclamar, mas se não conseguir, vai ser muito criticado”, avisou. A deputada chamou ainda a atenção para o aumento de casos de cancro que precisam de assistência e para a necessidade de médicos e enfermeiros, salientando que “há um desequilíbrio no sector”. Mais dinheiro para tratar melhor Alexis Tam referiu que as grandes despesas da saúde são, em muito, devido à aquisição de novos medicamentos, nomeadamente para o tratamento da Hepatite C. “Queremos que a população consiga ser curada através da administração de medicamentos de alta qualidade. Por isso, aumentámos as nossas as despesas e no orçamento verifica-se esta intenção de melhorar os serviços médicos”, apontou. O secretário não deixou de referir que o seu departamento “tem em conta o controlo do erário público, em que o sistema de saúde respeita os diplomas legais que já constavam da Administração portuguesa”. “Temos os cuidados primários que são universais e abrangem toda a população”, explicou. Alexis Tam salvaguardou que o dinheiro público não anda a ser mal gasto. “O que estamos a fazer é um trabalho que vai ao encontro das expectativas da população. Os residentes querem mais investimento público e é aí que estamos a fazer mais”, sendo que “não estamos a meter dinheiro público no bolso – pelo contrário, estamos a gastá-lo na vida da população”.
Isabel Castro SociedadeReunião | Médicos debatem importância e cuidados a ter com os fármacos Várias associações de médicos de Macau juntam-se no próximo sábado para falarem de medicamentos. Os cuidados a ter com os fármacos e o modo como lidar com a medicina tradicional chinesa são alguns dos temas de uma iniciativa da Associação dos Médicos de Língua Portuguesa [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]ão dos melhores aliados que médicos e pacientes têm: os comprimidos, as injecções e os xaropes certos, nas doses certas e nas horas certas, aliviam dores, curam maleitas e salvam vidas. Mas os fármacos são um assunto complicado, exigem cuidados e vigilância. É a pensar na utilidade dos medicamentos que a Associação dos Médicos de Língua Portuguesa (AMLP) organiza, no próximo sábado, o 3º Fórum das Associações Médicas de Macau, uma reunião com o tema “Fármacos: Há mar e mar, há ir e voltar”. Jorge Sales Marques, presidente da AMLP, explica ao HM a importância de um debate sobre medicação: “Tem que ver fundamentalmente com a vigilância, os efeitos secundários, os problemas de alergia, alterações ao nível da coagulação”. Em debate vão estar questões como os riscos do envenenamento, as reacções adversas e a chamada polifarmácia. “Hoje em dia é muito comum as pessoas levarem muitos medicamentos para casa, o que pode aumentar o risco de efeitos secundários”, alerta o médico. Pensar diferente A reunião abre com uma intervenção sobre medicina tradicional chinesa, da responsabilidade de Savio Yu. Este é um dos pontos principais do fórum. “Queremos fazer uma reunião em que estejam médicos ocidentais e médicos de medicina tradicional chinesa precisamente para trocarmos ideias, o que é muito importante”, indica Jorge Sales Marques. Numa altura em que há várias tendências de fuga à medicação convencional, e tendo em conta o contexto cultural de Macau, torna-se pertinente chamar à discussão outros métodos e formas de lidar com a doença, para que se evite estar de costas voltadas. “Na cultura chinesa, foram sempre utilizados medicamentos de várias espécies que, ao nível ocidental, não foram reconhecidos, mas que, nalgumas situações, sabemos agora que poderão ter algum interesse terapêutico em certas situações”, aponta o presidente da AMLP. “Hoje em dia, temos de olhar para a medicina tradicional chinesa de uma forma um bocadinho diferente – nem tudo faz mal, nem tudo faz bem.” O médico sublinha, no entanto, que “é preciso ter muito cuidado” – e daí a importância da vigilância. “Tudo isto tem de ser feito com muita prudência e, acima de tudo, com indicação terapêutica.” A influência dos fármacos na função renal, com uma apresentação de Kuok Un I, as lesões no fígado, numa abordagem de Sheeva, e a histopatologia, a cargo de Di Fang, são os temas que se seguem ao debate sobre a medicina tradicional chinesa. Ainda durante a manhã, vai falar-se de envenenamento, com Tse Man Li, e de farmacovigilância, com Venus Li. Já durante a tarde, cabe a Ricardo Coelho pronunciar-se sobre alergias aos medicamentos e Monica Pon vai debruçar-se sobre a polifarmácia. Depois, Francis Chan faz uma intervenção sobre anticoagulação e hemorragias do sistema digestivo. O fórum encerra com o tema “Além dos fármacos”, por Lao Kun Leong. A iniciativa conta com a colaboração de cinco associações médicas do território.
Joana Freitas SociedadeMedicamentos tradicionais chineses sob investigação [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Departamento dos Assuntos Farmacêuticos está a examinar amostras de medicamentos tradicionais chineses prescritos e dispensados pelo Centro de Saúde da Areia Preta. O caso acontece depois de uma doente de 56 anos ter sido assistida no hospital por suspeitas de intoxicação. Os Serviços de Saúde (SS) foram notificados do caso suspeito de intoxicação quando uma mulher, que recorreu ao Centro de Saúde da Areia Preta por ter problemas de sono, começou a sentir a fraqueza das extremidades, aumento da frequência cardíaca, a ter pupilas dilatadas, visão turva, distúrbios da consciência e aumento da temperatura corporal, entre outros sintomas. A mulher tinha começado a tomar “algumas doses de medicamentos tradicionais chineses”, que lhe foram prescritos pelo Centro de Saúde. A paciente foi levada pela família para os Serviços de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário onde foi clinicamente estabilizada. “Após investigação, suspeita-se que a paciente foi intoxicada pelos medicamentos tradicionais chineses que tomou, sofrendo da intoxicação anticolinérgica. As causas precisam de ser investigadas. A dose de medicamentos tradicionais chineses em causa foi entregue ao Departamento dos Assuntos Farmacêuticos para exame e análise detalhada”, pode ler-se num comunicado. Segundo os SS, existem principalmente dois tipos de anticolinérgicos: um deles é o alcalóide extraído das plantas tais como beladona, o outro tipo são medicamentos sintéticos. As manifestações clínicas são boca seca, vermelhidão da pele, garganta seca, queimadura, aumento da temperatura corporal, frequência cardíaca, pupilas dilatadas, visão turva, retenção urinária, perda de consciência, alucinações, entre outras, que podem ser mais graves. Os SS apelam aos cidadãos que tenham tomado medicamentos chineses e que não se sintam bem para visitarem o hospital.