Sanções | Pequim condena medidas dos EUA por trocas com Rússia

Pequim critica veementemente as novas sanções dos Estados Unidos que atingem países como a China, Sérvia e Alemanha, entre outros, e defendem a continuação da sua política de cooperação económica com os vizinhos russos

 

A China contestou ontem as mais recentes sanções impostas pelos Estados Unidos contra várias empresas chinesas, com o objectivo de, segundo Washington, “negar à Rússia os recursos de que necessita para apoiar a sua guerra brutal contra a Ucrânia”.

“Opomo-nos firmemente a estas sanções unilaterais. A China e a Rússia têm uma cooperação económica e comercial normal, que não visa nenhum outro país nem está sujeita à interferência de outras partes”, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, em conferência de imprensa.

De acordo com Mao, “a China vai continuar a tomar as medidas necessárias para proteger firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”.

“A lição mais importante a retirar desta crise é que o confronto entre blocos não trará segurança. A China, como potência responsável, vai continuar a desempenhar um papel construtivo na busca de uma solução política. A China tem mantido sempre uma posição justa e objectiva sobre a crise na Ucrânia”, acrescentou.

 

Retaliação total

Os Estados Unidos lançaram na passada sexta-feira a maior vaga de sanções desde o início da guerra na Ucrânia, punindo meio milhar de entidades e indivíduos, com o objectivo de minar a capacidade financeira do Governo de Vladimir Putin e retaliar pela morte do líder da oposição, Alexei Navalny.

Estas sanções não envolvem apenas empresas russas, mas afectam também um total de 26 empresas e cidadãos de países terceiros, de locais como a China, Sérvia, Alemanha, Liechtenstein e Emirados Árabes Unidos, com o objectivo de “negar à Rússia os recursos de que necessita para apoiar a sua guerra brutal contra a Ucrânia”.

No ano passado, a porta-voz condenou sanções semelhantes impostas por Washington contra a Ucrânia, afirmando que não tinham “qualquer base no direito internacional” e não eram autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU.

A China mantém uma posição ambígua desde o início da guerra, pedindo respeito pela “integridade territorial de todos os países”, inclusive a Ucrânia, e atenção às “preocupações legítimas de todos os países com a segurança”, referindo-se à Rússia.

27 Fev 2024

Defesa | Pequim critica cooperação entre Japão e EUA

A China criticou ontem o acordo anunciado entre Estados Unidos e Japão para fortalecer a sua aliança de defesa e acusou Washington de coagir e “prejudicar os interesses de terceiros” através da cooperação militar.

“Em resposta a este acordo, que fala de ‘coerção da China’, a realidade é que quem coage não é a China, são os Estados Unidos”, reagiu a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, em conferência de imprensa.

Mao acrescentou que a China sempre defendeu que a cooperação militar entre países deve “servir para manter a paz e a estabilidade regional”, em vez de “ter outros como alvo ou prejudicar os interesses de terceiros”.

As declarações foram feitas depois de o ministro da Defesa japonês, Katsuhiro Hamada, e o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, terem concordado em “aprofundar a cooperação bilateral” e explorar “maneiras de fortalecer as capacidades da aliança entre o Japão e os Estados Unidos para deter e responder”, face a possíveis conflitos.

O secretário de Defesa dos EUA destacou que as forças armadas de ambos os países “estão a operar e treinar juntas como nunca antes”, para responder a ameaças comuns, como o desenvolvimento de armas pela Coreia do Norte, a agressão russa contra a Ucrânia e “os desafios suscitados pela China”.

O acordo também ocorre depois de Austin ter considerado “infeliz” a recusa do seu homólogo chinês, Li Shangfu, ao convite feito pelo lado norte-americano para se encontrarem, em Singapura, à margem do Diálogo de Shangri-La.

1 Jun 2023