DSAMA | Executivo recusa transformar lagos em reservatórios de água doce

O Governo afasta a possibilidade de transformar os Lagos de Nam Van e Sai Van num reservatório de água doce. A posição foi tomada na resposta a uma interpelação da deputada Song Pek Kei, assinada por Susana Wong, directora dos Serviços e Assuntos Marítimos e de Água.

Segundo as explicações do Executivo, a transformação dos lagos implica “um grande volume de dragagem e de escavação com grande profundidade”. Além disso, a transformação implica ainda “obras de impermeabilização e de construção de muretes para a retenção de água no fundo dos lagos e diques circundantes”.

Como os trabalhos referidos têm “um impacto profundo e a longo prazo para o ambiente hídrico e ecológico”, assim como efeitos negativos para a “paisagem geral da zona circundante dos lagos”, o Executivo considera que não se justifica a transformação, optando por manter a situação actual.

No entanto, foi explicado que para aumentar a capacidade de armazenamento em Macau, as obras de ampliação da Barragem de Ká Hó e da Ampliação do Reservatório de Seac Pai Van vão ficar concluídas no próximo ano e em 2026, respectivamente.

Com as obras terminadas em 2026, a capacidade de armazenamento de água vai subir para 3,12 milhões de metro cúbicos, o que representa a quantidade de água consumida em Macau em 12 dias.

Sobre a utilização de água reutilizável, ou seja, água não potável, mas tratada e que pode ser usada para descargas, o Governo diz ter finalizado um estudo no ano passado e que está a ouvir os diversos serviços competentes. Após escutar as opiniões, vai concluir, ainda este ano, uma rede de canalizações para a implementação da água reutilizável.

24 Mai 2022

Ambiente | Lago glaciar transborda e causa inundações

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m lago glaciar transbordou no noroeste da China, causando inundações na região de Xinjiang, um incidente que a associação de protecção ambiental Greenpeace ontem considerou ser uma consequência do aquecimento global. Este fenómeno repentino ocorreu na sexta-feira, libertando cerca de 35 milhões de metros cúbicos de água no centro daquela região, anunciou a agência oficial Nova China.
Imagens da televisão pública CCTV mostraram correntes de lama invadindo as estradas, com vagas abatendo-se sobre as bermas e os passeios. Não há registo de mortos ou feridos. Um lago glaciar forma-se quando se dá o desgelo de um glaciar, e ele pode transbordar quando os blocos de gelo ou as rochas que retêm aquela porção de água se quebram.
As autoridades locais encarregadas da gestão das águas indicaram ter previsto o incidente desde o fim de Julho, o que levou à retirada preventiva de habitantes e à instalação de calhas para desviar a corrente de água e lama. O brutal esvaziamento de lagos glaciares tornou-se mais frequente desde os anos 1980, devido à subida das temperaturas, indicou a Greenpeace em comunicado, citando um estudo da Academia das Ciências chinesa. “À medida que as temperaturas sobem, o esvaziamento de lagos glaciares, as inundações e as faltas de água sazonais serão cada vez mais pronunciados”, observou Liu Junyan, da Greenpeace da Ásia oriental.

17 Ago 2018

Cinco detidos na China por despejo de centenas de toneladas de lixo num lago

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]polícia chinesa deteve cinco pessoas por alegado envolvimento no despejo ilegal de centenas de toneladas de lixo no lago Tai, um popular destino turístico na cidade de Suzhou, na costa leste da China. Pilhas de entulho e lixo doméstico, com sete metros de altura, e amontoadas num espaço equivalente a três campos de basquetebol, terão sido encontradas em Julho passado nas margens do lago, segundo a imprensa local.
O jornal Shanghai Daily detalha que mais de 22 mil toneladas de lixo foram transportadas, por oito barcos, a partir de Xangai, a “capital” económica da China, que fica a 100 quilómetros de distância.
Situado no delta do rio Yangtsé, o Tai é o terceiro maior lago de água doce da China, com 2.400 quilómetros quadrados, servindo como fonte de água potável para várias comunidades locais.
Dois representantes da Jinlu Construction and Engineering, a empresa de construção responsável pelo despejo, a pessoa que terá forjado o aterro sanitário, e dois funcionários encarregues de supervisionar aquela área, foram detidos. Estão acusados de causar danos ambientais e incumprimento do dever.
O caso ilustra o impacto ambiental da rápida urbanização da China e aumento dos índices de consumo que, segundo os analistas, não são acompanhados pelo desenvolvimento de sistemas de processamento de lixo. Segundo dados citados pelo jornal oficial Global Times, só o município de Xangai, cujo número de residentes supera os 24 milhões, produziu no ano passado 89 milhões de toneladas de resíduos de construção. A mesma fonte detalha que a “capital” económica da China gera, em média, 20.000 toneladas de lixo doméstico por dia.
Em Dezembro passado, um deslizamento de terras num parque industrial em Shenzhen, o centro da indústria tecnológica da China, situado na província de Guangdong, que confina com Macau e Hong Kong, resultou na morte de 70 pessoas e enterrou 33 edifícios.
O acidente deveu-se à excessiva acumulação ilegal de resíduos de construção em montes com 100 metros de altura. O governo de Shenzhen admitiu, na altura, as dificuldades em processar os 30 milhões de metros cúbicos de entulho que a cidade gera anualmente.

26 Set 2016