Kiang Wu | Associação arrenda terrenos ao Governo para lojas e casas

A Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu cedeu ao Governo dois terrenos, com uma área total de 130 metros quadrados, a troco de os receber de volta por arrendamento e construir um edifício com seis andares com lojas e habitação privada. A informação foi publicada ontem no Boletim Oficial, em que consta parte do contrato entre as duas partes e prevê um prémio de 9,7 milhões de patacas.

Desde ontem que a associação tem cerca de três anos para concluir as obras do edifício e enquanto estas decorrerem vai ter de pagar uma ronda anual de 780 patacas, de seis patacas por metro quadrado de área construída.

Após a conclusão das obras, a renda anual sobe para 3 patacas por quadrado metro quadrado de área de habitação construída e 4,5 patacas por metro quadrado de área comercial construída. De acordo com as contas feitas pelo HM, a renda subirá assim para um valor de 2.101,5 patacas por ano.

O contrato estipula que o valor da renda pode ser actualizado de cinco em cinco anos.

Além disso, o contrato prevê o pagamento pela Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu à RAEM de 9,7 milhões de patacas.

A Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu está ligada à família Chui, do segundo Chefe do Executivo da RAEM, e é responsável pelo Hospital Kiang Wu, além do Instituto de Enfermagem. É também detentora do monopólio do crematório de Macau, o que tem levado a vários motivos de contestação, inclusive por deputados, devido aos elevados preços praticados, que fazem com que seja mais barato cremar os familiares em Zhuhai.

22 Fev 2024

Instituto Cultural recebe 13 propriedades do Kiang Wu

São 13 os imóveis que vão ficar sob a alçada do Instituto Cultural depois da doação por parte da Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu. Localizados no Centro histórico, os imóveis vão agora ser submetidos a trabalhos de preservação e só depois é que o Governo irá pensar em planos para estas estruturas

 

[dropcap]F[/dropcap]oi ontem celebrada a cerimónia de doação por parte da Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu de 13 propriedades ao Governo que vão ficar sob a alçada do Instituto Cultural (IC).

Para já não há planos para os referidos imóveis sendo que a acção prioritária é a sua conservação. “O primeiro passo é a conservação dos edifícios. “O essencial agora é efectuar os trabalhos de preservação e de segurança dos edifícios”, apontou a presidente do IC, Mok Ian Ian, à margem da cerimónia. Quanto a planos para a sua utilização, só mais tarde. “Temos concretamente que ver o plano em geral e depois é que podemos decidir”, acrescentou a responsável referindo-se aos imóveis localizados no Pátio da Eterna Felicidade e na Rua da Tercena.

Os edifícios integram a zona de protecção do centro histórico de Macau e ocupam uma área total de construção de 2.184 metros quadrados. Segundo a presidente do IC estão em “bom estado de conservação”.

Interesse especial

A localização dos imóveis e o facto de estarem rodeados de outros elementos turísticos, faz com estes edifícios tenham especial interesse, segundo a presidente do IC. “À volta há as Ruínas de São Paulo, também estão situados numa zona de protecção no centro da cidade e iremos interligar os pontos turísticos e arredores com o pátio [da eterna felicidade]”, referiu. O objectivo é dar continuidade à história e cultura daquela zona. “Este pátio é para ser preservado e também projectado e esperamos ter espaço para mostrar a história dessas propriedades e dar continuidade à cultura””, acrescentou.

A responsável sublinhou ainda a importância da preservação arquitectónica dos edifícios “de estilo chinês”, característico da região de Lingnam que abrange as províncias de Guangdong e Guangxi, no sul do país.

De acordo com a lei

Já em relação às acusações feitas pelo Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia num relatório divulgado em comunicado e que vai ser submetido à UNESCO , Mok Ian Ian apontou que a construção dos edifícios nas imediações daquela zona estão a ser feitas de acordo com a leis que regulam a construção. “Neste aspecto, em 2008 o Chefe do Executivo emitiu um despacho em que regula a limitação da altura dos edifícios [em 52,5 metros]”, disse.

Relativamente ao projecto com 80 metros de altura, situado na Calçada do Gaio e que se encontra ao abandono deste 2008, a responsável referiu que, quando foi construído, não existiu oposição por parte das autoridades.

“O projecto na altura já tinha sido construído numa determinada altura e depois dos serviços terem consultado o IC, o IC não negou que se mantivesse”, disse. De acordo com Mok Ian Ian, esta posição foi comunicada ao continente e à própria UNESCO, que, na mesma altura, “não negaram o projecto e deixaram que continuasse”.

Recorde-se que o grupo de activistas, acusa, no documento que vai apresentar à UNESCO, o Governo de não respeitar as suas promessas. Em causa está o despacho do Chefe do Executivo que estipula a altura máxima dos edifícios nas imediações do Farol da Guia em 52,5 metros. Mas, há um edifício com 80 metros de altura na Calçada do Gaio, que tem as obras suspensas desde 2008.

“O Governo prometeu à UNESCO que ia reduzir a altura do prédio para 52,5 metros, no entanto, passaram 11 anos e o prédio está abandonado, o que prejudica gravemente a paisagem do Património, o ambiente e a segurança dos moradores daquela zona”, aponta o documento que vai seguir para a UNESCO.

4 Jun 2019

Saúde | Kiang Wu vai ser reconstruído

[dropcap]A[/dropcap] maior parte do Hospital Kiang Wu vai sofrer obras de reconstrução, revelou no domingo à noite o Canal Macau.

Os trabalhos de reconstrução deverão começar dentro de um ano e quase todos os edifícios vão ser reconstruídos, à excepção do Edifício do Centro de Médicos Especialistas Dr. Henry Fo e o Edifício de Internamento.

O projecto já terá sido entregue às Obras Públicas e os responsáveis pelo hospital estão à espera da aprovação.

28 Mai 2019

Kiang Wu | Médica que tratou caso de sarampo acabou infectada

Macau registou mais dois casos de sarampo. Uma médica do Kiang Wu ficou infectada após ter tratado de um dos casos importados. O Governo explica, em parte, o aumento das ocorrências com a quantidade de trabalhadores não-residentes e vai estudar a obrigação da vacinação contra a doença

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SSM) anunciaram ontem que foram registados mais dois casos de sarampo no território, o que coloca o número de ocorrências em oito, entre Setembro e ontem. Um dos casos registou-se no Hospital Kiang Wu, onde uma médica acabou infectada, após ter tratado um caso de sarampo.

Segundo a informação fornecida por Lam Chong, chefe do Centro de Prevenção e Controlo da Doença, entre os oito casos já registados, cinco foram importados e três desenvolvidos após contacto com os casos importados, ou seja, houve uma relação de contágio.

A primeira situação apresentada sucedeu no Hospital Kiang Wu, quando uma médica com 38 anos tratou de um outro paciente com a doença, que terá sido o quinto caso. No entanto, a profissional de saúde acabou infectada e foi diagnosticada ontem. Encontra-se internada no Kiang Wu, isolada, e o estado de saúde é considerado normal. Os Serviços de Saúde estão agora a acompanhar a situação de 106 pessoas que estiveram em contacto com a mulher. Uma vez que a médica é residente do Interior da China, não se sabe se tinha sido vacinada contra a doença.

Questionado se teria havido negligência, ou se os serviços iriam proceder a uma investigação à infecção da médica, Lam Chong não respondeu directamente e limitou-se a dizer que vai haver mais campanhas de sensibilização. “Há cada vez mais casos de sarampo importado. Por isso, vamos sensibilizar os médicos das urgências, de clínica geral, internos, entre outros para os cuidados”, afirmou. “São acções que também vão ser feitas nos centros de saúde e hospitais diurnos”, acrescentou.

O segundo caso envolve um nepalês de 37 anos, empregado pelo Macau Jockey Club. O trabalhador não-residente chegou à RAEM a 2 de Março e está internado em regime de isolamento. No local de trabalho ninguém apresentou qualquer sintoma, mesmo assim os SSM estão a acompanhar cerca de 20 pessoas que estiveram em contacto com o doente.

TNR e viagens

Durante a conferência de imprensa, Lam Chong explicou que, segundo a Organização Mundial do Comércio, o sarampo é considerado eliminado em Macau. No entanto, os casos registados nos últimos tempos são justificados com dois factos: o aumento exponencial dos trabalhadores não-residentes de áreas onde há surtos da doença e às viagens dos residentes, que vão a países, incluindo Europa e Estados Unidos, e regressam infectados.

“Estamos a estudar a possibilidade de os trabalhadores não-residentes serem obrigados a levar a vacina para poderem trabalhar em Macau. São cerca de 180 mil TNR e muitos vêm de regiões onde há surtos”, disse Lam.

Neste sentido, o médico apelou para que as empregadas domésticas se vacinem, uma vez que podem constituir um perigo para as crianças de que tomam conta. No caso dos TNR, a vacina custa menos de 100 patacas. Para os residentes está disponível gratuitamente.

Já no caso dos residentes, os SSM apelaram a que tenham cuidado, principalmente quando se deslocam para sítios onde o sarampo está activo. Um dos casos identificados, que terá sido o sexto, foi um bebé que viajou com os pais para a Suíça e voltou infectado. Os SSM confirmaram que o bebé não tinha sido vacinado.

21 Mar 2019

Saúde | Kiang Wu planeia mestrado de enfermagem até ao final do ano

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]directora do Instituto de Enfermagem Kiang Wu de Macau, Van Iat Kio, afirmou ontem que estão concluídos os trabalhos relativos ao curso de mestrado em enfermagem. Como tal, a responsável espera que o curso comece a funcionar até ao final deste ano. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Van Iat Kio admite a necessidade deste grau de ensino para aumentar a capacidade profissional dos estudantes. Questionada sobre o número inscritos no grau de licenciatura este ano, Van Iat Kio considera-o surpreendente: “entre cerca de 100 novos alunos, 90 por cento são locais”, afirmou.

19 Set 2018

Kiang Wu | Empregada de limpeza não apresentou queixa

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]empregada que na terça-feira ameaçou saltar do 14.º andar do Hospital Kiang Wu, devido a um disputa laboral, optou por não apresentar qualquer queixa contra o empregador. A revelação foi feita pela Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), numa resposta enviada ao HM. “Depois de ter sido dado o alerta para o incidente, a Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) enviou uma equipa ao local para fornecer a assistência necessária à trabalhadora. Não foi apresentada qualquer queixa”, respondeu o Governo.

Recorde-se que a mulher de 52 anos, uma trabalhadora não-residente do Interior da China, exerce as funções de empregada de limpeza no hospital. Contudo, não é empregada pelo Kiang Wu, pertencendo antes aos quadros de uma companhia de limpeza subcontratada. Na origem do incidente esteve o facto da trabalhadora ter sido informada que o seu contrato não seria renovado, pelo que, ao abrigo da lei em vigor, teria de voltar ao Interior da China. Em relação ao futuro, a DSAL promete “continuar a acompanhar este tipo de incidentes e a proteger os direitos legítimos dos trabalhadores”.

10 Set 2018

Kiang Wu | Problemas no contrato levaram a tentativa de suicídio

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Hospital Kiang Wu prestou ontem esclarecimentos ao jornal Ou Mun quanto ao caso da empregada de limpeza que contemplou a hipótese de se suicidar saltando do 14º andar da unidade hospitalar. A administração do hospital adiantou que o contrato de trabalho da mulher, oriunda do interior da China, tinha problemas afectaram a ligação à entidade patronal. O hospital acrescentou que tem prestado atenção à tentativa de suicídio da empregada e que entrou em contacto com a mulher para evitar a repetição de casos semelhantes. De acordo com o jornal, a empresa que fornece serviços de limpeza tem vindo a lidar com o caso, que está a ser acompanhado pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais. O caso aconteceu esta quarta-feira. “Na origem da situação esteve o facto da empresa não querer renovar o contrato de trabalho”, adiantou fonte da PSP, ao HM. “A mulher desempenhava tarefas de empregada de limpeza no Kiang Wu, mas o contrato é com uma empresa subcontratada”, esclareceu a mesma fonte.

7 Set 2018

Associação do Kiang Wu oferece ao Governo 13 casas no Pátio da Eterna Felicidade

[dropcap style=’circle’]L[/dropcap]iu Chak Wan, presidente da Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu, decidiu oferecer ao Governo um total de 13 propriedades situadas no Pátio da Eterna Felicidade para assegurar a preservação cultural do local. O dirigente associativo estima que o valor das 13 casas antigas em 200 milhões de dólares de Hong Kong, depois de terem sido adquiridas há 50 anos por 3 mil dólares de Hong Kong.

Segundo o Jornal Exmoo News, numa reunião da Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu, em Julho, foi decidido pelos membros oferecer as 13 propriedades ao Governo, tendo em conta que o Executivo tem reforçado a aposta no turismo, cultura e protecção das infra-estruturas antigas. Após ter sido enviada uma carta a Chui Sai On, a associação recebeu a resposta de agradecimento do Chefe do Executivo a aceitar as propriedades.

Ainda de acordo com a mesma fonte, o Governo já tinha mencionado anteriormente a ideia de adquirir as 13 casas no Pátio da Eterna Felicidade à associação. O Executivo queria transformar os imóveis em activos valiosos no Centro Histórico da cidade.

Para Chan Su Weng, presidente da Associação de História de Macau, o Pátrio da Eterna Felicidade tem uma história com mais de cem anos e as casas enquadram-se no período final da dinastia Qing (1644-1912). Chan Su Weng explicou também que as casas são um marco histórico e reflectem a arquitectura da comunidade chinesa dessa altura. O presidente espera, por isso, que no futuro o Instituto Cultural (IC) recupere as casas bem como o pátio, sugerindo que se liguem as casas para formar um polo de interesse cultural.

Já Manuel Pui Ferreira, membro do Conselho do Planeamento Urbanístico, acha que o acto da Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu é um bom exemplo, e acredita que se podem incentivar mais organizações no sentido de dinamizar os bairros antigos da cidade em cooperação com o Governo. Além disso, Manuel Pui Ferreira espera que o Governo aproveite a oportunidade para revitalizar o Pátio da Eterna Felicidade.

 

10 Ago 2018

Kiang Wu quer despedir enfermeiros se estes quiserem ir para os SS

[dropcap style≠‘circle’]V[/dropcap]ários enfermeiros do Hospital Kiang Wu revelaram que o hospital quer exigir a sua demissão antes de se candidatarem a vagas em instituições públicas. A mensagem foi deixada ao deputado pró-democrata Sulu Sou. Os profissionais queixam-se de ter recebido uma mensagem interna que refere que “os enfermeiros só podem apresentar candidatura às vagas nos Serviços de Saúde (SS) depois de entregar carta de demissão”, revela o deputado numa interpelação escrita. De acordo com Sulu Sou, os queixosos querem saber se a exigência tem alguma base legal e estão preocupados com possíveis despedimentos.

O hospital alega que nunca fez tais exigências, mas apelou para a apresentação de uma carta de demissão nestas circuntâncias. De acordo com a entidade privada de saúde, o objectivo é “garantir a segurança dos doentes”.

Ao Jornal Ou Mun, o hospital adiantou que tem tido muitos profisiosnais de enfermagem a deixar a instituição para irem para os SS e que quer evitar a falta de recursos humanos.

O presidente da Associação da Sinergia de Macau, Lam U Tou, considera que caso o Kiang Wu despeça enfermeiros locais sem causa justa, o Governo deve cancelar as quotas oferecidas ao hospital para contratação de trabalhadores não residentes. A sugestão visa limitar o despedimentos de residentes.

Por sua vez, o deputado Leong Sun Iok apela ao Governo para que proteja a privacidade dos candidatos a empregos na função pública.

16 Jul 2018

Inseminação artificial | Kiang Wu aguarda autorização oficial

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Hospital Kiang Wu  está a aguardar autorização do Governo para que possa dar início ao serviço de procriação medicamente assistida. De acordo com as declarações do Jornal do Cidadão o director da instituição, Ma Hok Cheung, já deu seguimento ao pedido e espera agora a devido deferimento.

Ma Hok Cheung disse ainda que a intenção é ter em conta a legislação local de modo a satisfazer todos os requisitos exigidos por parte do Executivo. As obras para a construção do centro de serviços da procriação medicamente assistida situado no edifício dos especializados de Kiang Wu já estão em andamento e a entidade já tem especialistas na área da embriologia para que o serviço possa ser assegurado.

De acordo com a mesma fonte, Chan Tai Ip, vice-director do Kiang Wu, adiantou que o centro especializado pode mesmo estar concluído no próximo mês de Maio. Apesar do desconhecimento, por ora, da resposta oficial, Chan Tai Ip está confiante na nova valência do hospital e na sua eficácia tanto no que respeita aos profissionais que nele vão trabalhar como aos equipamentos a serem utilizados.

Relativamente aos serviços no futuro centro da procriação medicamente assistida, que são destinados principalmente aos residentes de Macau, vão englobar a inseminação artificial de bebés-proveta, não considerando para já o serviço de maternidade de substituição.

7 Nov 2017

Terrenos | Associação do Kiang Wu constrói ossários e columbários

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Governo deu autorização à Associação de Beneficência do Kiang Wu para reaproveitar um terreno para construir ossários, columbários e espaços para outros serviços fúnebres. A autorização foi ontem oficializada em Boletim Oficial, num despacho assinado pelo Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário.
A Associação era já titular do terreno com uma área de quase cinco mil metros quadrados na Avenida do Almirante Lacerda, em Macau, onde estava construído um prédio que lhe pertence. Em 2012, a instituição pediu à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) para alterar o projecto de arquitectura, algo que foi autorizado parcialmente em 2013 e depois plenamente este ano.
Assim, o empresário e deputado Fong Chi Keong, presidente da Associação de Beneficência, poderá construir dois prédios no mesmo local para prestar serviços fúnebres. A Associação do hospital privado, recorde-se, tem o monopólio de alguns destes serviços: gere uma das duas casas mortuárias no território e as agências funerárias concorrentes têm de pedir autorização à empresa para alugar o espaço e o transporte dos mortos que pretendam ser cremados são feitos unicamente também por esta Associação.
Macau não tem crematório e quem desejar ter um funeral feito ao estilo chinês tem de ir a Zhuhai, sendo que também só a Associação de Beneficência do Kiang Wu possui a autorização para manusear os líquidos que preservam o corpo até ao outro lado da fronteira.
Agora, a Associação vai reaproveitar o terreno para construir um prédio de cinco andares destinado a ossários e columbários e um outro com o mesmo tamanho, destinado “à prestação de serviços funerários”.
Segundo o Boletim Oficial, a concessionária “pagou o preço actualizado” do domínio útil do terreno, no valor de 1,2 milhões de patacas e paga um foro anual de 3040 patacas. O reaproveitamento do terreno deve ser feito em 36 meses a partir de hoje.

3 Dez 2015

São Januário gastou 3,52 mil milhões em 2014. Mais de 200 milhões foram para o Kiang Wu

O orçamento do hospital público em 2014 foi de 3,52 mil milhões de patacas. Destes 240 milhões foram pagos ao Kiang Wu. O director dos Serviços de Saúde garantiu que, mesmo com o novo hospital, a parceria com o Kiang Wu é para continuar

[dropcap stule=’circle’]E[/dropcap]stá desvendado o mistério. Uma semana depois do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura ter ordenado a organização de uma conferência de imprensa para divulgação do orçamento do hospital público, eis que os Serviços de Saúde (SS) divulgaram ontem os números. Em 2013, o orçamento do Centro Hospitalar Conde de São Januário foi de 3,12 mil milhões, número que representa 73,5% das despesas totais dos SS, incluindo “pessoal, bens de consumo e bens adquiridos”, explicou Fanny Ho, sub-directora dos SS. Dessa fatia, 230 milhões foram pagos ao hospital Kiang Wu por prestação de tratamentos médicos.
Já o ano passado o orçamento do hospital público foi de 3,52 mil milhões, com 240 milhões a serem pagos ao Kiang Wu. Os valores dizem sobretudo respeito a tratamentos de hemodiálise, mas também ao serviço de urgência, pediatria e internamento.
O director dos SS prometeu fazer orçamentos autónomos para o São Januário no futuro, depois de ter referido que não havia um orçamento específico.
“No futuro haverá mais hospitais e os SS já pensaram em separar as contas. Na década de 80 as contas eram separadas, por se tratarem de dois sistemas autónomos, mas a situação mudou e, em muitas situações, temos de cooperar e trabalhar em conjunto com os centros de saúde”, explicou.

Kiang Wu para manter

Questionado sobre a extensão do pagamento de apoios financeiros ao sector privado de saúde aquando da abertura do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas, Lei Chin Ion não teve dúvidas.
“Sem dúvida, vamos continuar, porque temos três suportes em todo o sistema de saúde de Macau. Esta cooperação será mantida e reforçada para proporcionar mais serviços à população e com os estabelecimentos de saúde não lucrativos.”
O director dos SS foi ainda confrontado com as razões pelas quais o dinheiro dado a entidades privadas não foi usado para melhorar o serviço público de saúde, mas Lei Chin Ion falou da necessidade de financiar o privado.
“O hospital tem que executar as suas tarefas através de um regime de concessão e adjudicação. Devem perceber que em Macau este é o único hospital público que presta serviços a toda a população. Temos de ter uma entidade para nos ajudar. Se toda a procura nos concentrasse no hospital, os nossos trabalhadores iriam ter muita pressão. Se houvesse mais hospitais, iríamos escolher, mas optámos pelo Kiang Wu para fazer uma parceria. Há muitas pessoas que não conseguem fazer viagens a Hong Kong”, apontou.
Lei Chin Ion citou ainda Chui Sai On, Chefe do Executivo, que na Assembleia Legislativa falou da necessidade de manter um sistema de saúde com três áreas: público, privado e associações não lucrativas.
“Na década de 80 praticamente tínhamos um sistema sustentado pelo hospital público e o sector público era só para funcionários públicos. Imaginem numa situação de calamidade se fosse só o hospital público a receber doentes. O hospital público não consegue dar resposta. A responsabilidade do Governo é garantir o funcionamento de todas estas instituições e temos de garantir que a qualidade do serviço e temos um mecanismo de fiscalização de todos os serviços”, rematou.

Hospital promete documentos electrónicos

Na conferência de imprensa de ontem os SS levaram dois sacos de cores diferentes e uma máquina de triturar papéis para exemplificarem o modo como os documentos confidenciais serão tratados. Para além da criação de grupos de trabalho para reforço da fiscalização, Kuok Cheong U, director do hospital, confirmou que há a intenção de digitalizar documentos. “A longo prazo vamos proceder ao estudo de um sistema de informatização dos dados e documentos, para que o papel seja menos utilizado e para reduzir o risco de desvio inadequado de tantas informações. Vamos criar o sistema de processo clínico informático. Ainda não temos um projecto que permita a substituição dos processos em suporte papel para formato electrónico. Para termos tudo informatizado ainda é muito complexo”, explicou. Os visados vão ainda receber cartas com pedidos de desculpa.

20 Nov 2015

Associação do Kiang Wu | Reconstrução de prédio vale 200 milhões

A Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu vai poder construi um prédio no Patane de habitação e comércio que vai gerar lucros de 200 milhões de patacas à organização, liderada pelo deputado Fong Chi Keong. Os moradores actuais queixam-se de um caso que nem foi discutido no seio do CPU

[dropcap style=’circle’]U[/dropcapm despacho do Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, determinou que um terreno na Rua da Ribeira do Patane poderá receber um edifício com 18 pisos destinados à habitação, comércio e estacionamento, mediante um pagamento de cerca de 41 milhões de patacas. O concessionário do terreno é a Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu, que vai conseguir ganhar 200 milhões com o novo prédio. Neste momento o terreno detém um prédio baixo e velho, onde se encontram um café antigo e três lojas de materiais de construção e uma galeria de arte. O problema é que os inquilinos queixam-se do facto do novo prédio não ser feito em nome da beneficência e nem ter sido discutido no seio do Conselho do Planeamento Urbanístico.
À MASTV, a senhora Leong, dona do café antigo com o nome Leong Cho Kei, afirmou que já recebeu avisos do proprietário da loja para a saída do espaço no final do próximo ano. A senhora referiu que o café tem 60 anos de uma história que começou com os seus progenitores, mas que com o fim do negócio não pode fazer nada.
Noutra loja, o dono da galeria de arte, de apelido Chao, queixou-se também das obras serem irracionais. “Se a associação retirasse o terreno para objectivo de beneficência, seria aceitável. Mas a reconstrução é para um prédio de luxo, não é aceitável”, afirmou.
De acordo com a Lei de Planeamento Urbanístico, todas as revisões de concessão de terreno público devem ser discutidas pelo Conselho de Planeamento Urbanístico (CPU). No entanto, segundo o despacho, a Associação submeteu o projecto em Setembro do ano passado à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) e este foi aprovado sem a discussão no CPU.
A DSSOPT respondeu ao mesmo canal de televisão que, como o projecto já obteve em 2013 uma planta de condições urbanísticos com período de um ano, não seria necessária a discussão novamente pelo Conselho.

Tudo dentro da lei

O presidente da Associação, Fong Chi Keong, frisou ao Jornal do Cidadão que todo o plano da reconstrução do prédio está de acordo com as leis, defendendo que o projecto é racional.
“O prédio já tem 70 a 80 anos, está em risco, deve ser desenvolvido novamente”, afirmou o também deputado nomeado, frisando que já avisou os inquilinos com seis meses de antecedência e defendendo que estes que devem fazer tudo de acordo com os contratos.
Fong Chi Keong frisou que não vai ser construído um edifício de luxo, mas sim fracções de T1 e T2. O deputado prevê um lucro líquido de 200 milhões de patacas com o novo edifício.

29 Set 2015