Malásia | Cúmplice de Jho Low morre semanas após falar à polícia

No dia seguinte à notícia do repatriamento do alegado cúmplice de Jho Low para a Malásia, onde terá colaborado com as autoridades, é avançado que Kee Kok Thiam morreu na segunda-feira de acidente vascular cerebral. A família de Kee emitiu um comunicado a informar que o empresário foi ontem cremado

 

“Apelamos a todos para que não alimentem quaisquer especulações sobre este infeliz acontecimento e dêem à família o espaço necessário para fazer o luto pelo seu falecimento.” Foi assim que a família de Kee Kok Thiam reagiu publicamente à morte do empresário que terá confirmado à Comissão Anti-Corrupção da Malásia ter-se encontrado em Macau com Jho Low.

Recorde-se que Jho Low é um dos homens mais procurados do mundo devido a um dos mais avultados desfalques de fundos públicos no valor de 4,5 mil milhões de dólares norte-americanos, através da companhia 1Malaysia Development Berhad (1MDB).

No dia seguinte à notícia de que Kee Kok Thiam teria sido repatriado de Macau, por ter excesso de permanência no território, para a Malásia, onde foi ouvido pelas autoridades, foi ontem avançado por vários meios de comunicação social malaios e pela Al Jazeera o falecimento de Kee.

A Al Jazeera adiantou que Kee Kok Thiam faleceu na passada segunda-feira num hospital, vítima de um “repentino e fulminante acidente vascular cerebral”, e foi cremado ontem de manhã, segundo um comunicado emitido pela família do empresário.

Sem protecção

Após ter falado com a Comissão Anti-Corrupção da Malásia, logo à chegada a Kuala Lumpur, Kee Kok Thiam foi libertado sem qualquer acusação, apesar de continuar sob suspeita das autoridades.

Uma fonte da comissão anti-corrupção, em condição de anonimato, indicou à Al Jazeera que Kee Kok Thiam não ficou sob protecção policial depois de ser libertado, nem que terão havido negociações para acertar o tipo de informação que Kee estaria pronto para divulgar em troca de protecção.

A Comissão Anti-Corrupção da Malásia alegou que Kee Kok Thiam terá sido avisado por Jho Low de que não devia regressar à Malásia enquanto testemunha do caso 1MDB.

Jho Low | Governo “surpreendido e em choque”

As autoridades locais dizem estar surpreendidas e em choque com as últimas declarações da Comissão Anti-Corrupção da Malásia, que crê que Jho Low, acusado de defraudar o Estado malaio, está escondido em Macau. “Caso seja verdade o que foi dito na reportagem, as autoridades da segurança não podem deixar de manifestar a sua surpresa e choque, já que em lugar de recorrer à cooperação policial internacional, ou ao auxílio judiciário internacional em matéria penal, para investigar e verificar a situação e pedir auxílio, o organismo de execução da lei divulgou, unilateralmente, notícias não confirmadas, contrariando as regras e as práticas no âmbito da cooperação policial internacional e de auxílio judiciário internacional em matéria penal”, lê-se numa nota do gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak. O mesmo comunicado dá conta que a Polícia Judiciária “não pode, nos termos da lei, divulgar quaisquer informações, sendo essa uma perseverança de Macau, enquanto cidade internacional e enquanto sociedade de Estado de Direito”.

1 Jun 2023

Malásia | Primeiro-ministro admite conversações para extraditar Jho Low

Nos últimos anos, as autoridades e imprensa da Malásia têm insistido que Jho Low está em Macau, e em Setembro do ano passado surgiu uma fotografia do alegado fugitivo num dos principais casinos de Macau

 

O primeiro-ministro da Malásia, Anwar bin Ibrahim, afirmou estar em negociações com “vários países” para conseguir a extradição de Jho Low. O foragido é procurado na Malásia, por um crime de desfalque de fundos públicos no valor de 4,5 mil milhões de dólares norte-americanos, que envolve a companhia 1Malaysia Development Berhad (1MBD).

Na sexta-feira, Anwar bin Ibrahim explicou, de acordo com o jornal The Malaysian Insight, que o processo é encarado pelas autoridades malaias como extremamente complexo porque implica “negociações diplomáticas” com vários países.

No entanto, o líder do Governo da Malásia recusou adiantar os países com os quais decorrem negociações, ou até indicar a localização de Jho Low, que também é conhecido por Low Taek Jho.

“Acha que até agora, não conseguimos localizá-lo?”, perguntou de forma retórica o ministro. Depois respondeu: “O que posso dizer com toda a certeza, é que o processo de extradição de Low Taek Jho é muito difícil, envolve muitos países e um trabalho profundo de investigação, além da Interpol”, apontou.

Anwar bin Ibrahim garantiu também que está comprometido com o objectivo de trazer para a Malásia o mentor do escândalo 1MBD, que ficou conhecido em Hollywood pelas festas extravagantes com estrelas como Leonardo DiCaprio ou Paris Hilton.

Presença negada

Em 2020, a extradição de Jho Low criou um momento de tensão nas relações entre Macau e a Malásia. Nesse ano, o Inspector-Geral da polícia da Malásia, Abdul Hamid Bador, afirmou que Low estava em Macau, onde conseguia fazer os seus negócios, sem qualquer restrição. “Queremos que as autoridades locais e a polícia de Macau ajam com responsabilidade. Será que as autoridades de Macau não têm o instinto policial para nos ajudar?”, questionou Abdul Hamid Bador.

Na altura, Wong Sio Chak respondeu à polícia da Malásia e negou as acusações, além de acusar a congénere de se comportar incorrectamente. “A Polícia da Malásia, contrariando as regras e as práticas no âmbito de cooperação policial internacional, divulgou unilateralmente que o Lao XX [Jho Low] se encontra em Macau, informação que não corresponde à verdade”, afirmou o gabinete do secretário, em comunicado, em Julho de 2020. Contudo, no dia seguinte, Abdul Hamid Bador voltou a insistir na presença de Jho Low em Macau.

Também a presença de Low em Macau tem sido notícia regular na imprensa malaia, e em Setembro do ano passado o jornal New Strait Times publicou uma fotografia que alegadamente mostra Jho Low num dos espaços de acesso ao público do hotel MGM Macau. O dinheiro alegadamente subtraído por Low fazia parte do fundo nacional da Malásia para subsidiar deslocações de crentes a Meca.

7 Mai 2023

Jho Low | Polícia da Malásia acusa Macau de falta de cooperação

Apesar do desmentido de Wong Sio Chak na semana passada, o Inspector-Geral da polícia da Malásia voltou a insistir que o fugitivo acusado de crimes financeiros, Jho Low, está escondido em Macau a conduzir os seus negócios livremente. As autoridades malaias pediram ainda que a polícia de Macau actue com responsabilidade

 

[dropcap]O[/dropcap] Inspector-Geral da polícia da Malásia, Abdul Hamid Bador, voltou ontem a insistir que Jho Low, empresário acusado de estar envolvido num esquema que desviou 4,5 mil milhões de dólares norte-americanos do Estado malaio, está escondido em Macau. A insistência chega praticamente uma semana depois de o secretário para a segurança Wong Sio Chak ter desmentido a presença de Low no território.

De acordo com declarações do Inspector-Geral da polícia da Malásia à agência France-Presse (AFP), citadas pelo Malay Mail, Jho Low “está praticamente a conduzir de forma livre os seus negócios a partir de Macau”, deixando um novo apelo: “Queremos que as autoridades locais e a polícia de Macau ajam com responsabilidade. Será que as autoridades de Macau não têm o instinto policial para nos ajudar?”.

Garantindo que as autoridades malaias “não vão descansar enquanto não for feita justiça”, Abdul Hamid Bador acusou ainda as autoridades de Macau de “falta de cooperação”.

Recorde-se que a recente tomada de posição do Governo de Macau vem no seguimento do Inspector-Geral da polícia da Malásia ter afirmado que Jho Low fez transacções durante a sua permanência em Macau e que os seus familiares estão a circular livremente em Hong Kong. Na resposta, Wong Sio Chak desmentiu as ocorrências, lembrando que já em 2018, o Governo de Macau esclareceu que o bilionário não se encontrava em Macau, após ter sido emitido um mandato internacional para a sua captura. “A Polícia da Malásia, contrariando as regras e as práticas no âmbito de cooperação policial internacional, divulgou unilateralmente que Lao XX [Jho Low] se encontra em Macau, informação que não corresponde à verdade”, segundo um comunicado do gabinete do secretário para a Segurança.

“Em 2018, o sub-gabinete de Macau da Polícia Judiciária do Gabinete Central Nacional Chinês da Interpol recebeu um pedido das autoridades da Malásia, tendo dado resposta clara de que o referido indivíduo não se encontrava em Macau”, pode ler-se na mesma nota divulgada na semana passada.

Crime maior

Jho Low, cujo nome real Low Taek Jho está em fuga desde 2017, e é procurado por um crime de desfalque de fundos públicos no valor de 4,5 mil milhões de dólares norte-americanos, que envolve a companhia 1Malaysia Development Berhad (1MBD).

O escândalo ligado ao desvio de um fundo soberano culminou no final de Julho numa sentença de 12 anos de prisão para o ex-primeiro-ministro da Malásia Najib Razak, dois anos depois de provocar a queda do seu Governo.

7 Ago 2020

Malásia insiste que suposto mentor de desvio multimilionário está escondido em Macau

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades da Malásia voltaram a afirmar que o suposto mentor de um desvio multimilionário, que levou à condenação do ex-primeiro-ministro malaio, está escondido em Macau.

“Jho Low conduz os seus negócios quase livremente” em Macau, disse esta quarta-feira o chefe de polícia da Malásia à agência de notícias France-Presse (AFP), que acrescentou um pedido de ajuda: “Queremos que as autoridades locais e a polícia de Macau ajam com responsabilidade”.

Abdul Hamid Bador criticou “a falta de cooperação” das autoridades, apesar de ainda há uma semana o Governo de Macau ter desmentido categoricamente a presença de Low no território.

“A Polícia da Malásia, contrariando as regras e as práticas no âmbito de cooperação policial internacional, divulgou unilateralmente que Lao XX [Jho Low] se encontra em Macau, informação que não corresponde à verdade”, segundo um comunicado do Gabinete do Secretário para a Segurança.

“Em 2018, o sub-gabinete de Macau da Polícia Judiciária do Gabinete Central Nacional Chinês da Interpol recebeu um pedido das autoridades da Malásia, tendo dado resposta clara de que o referido indivíduo não se encontrava em Macau”, pode ler-se na mesma nota.

Desde então, “a Polícia da Malásia não efectuou qualquer comunicação para as autoridades de Macau, nem formulou qualquer pedido”, salientaram as autoridades.

O Governo acrescentou ainda que a Polícia de Macau “cumpre sempre a lei e os procedimentos, tomando uma atitude pragmática e franca e de acordo com os princípios de igualdade, reciprocidade e de respeito mútuo no que toca ao desenvolvimento de uma cooperação policial efetiva com todos os países e regiões”.

Apesar do desmentido, o chefe de polícia da Malásia adiantou que uma mulher que enviou documentos a Low em Macau foi detida este ano, o que ajudou a determinar que o financeiro estaria naquela cidade.

Outros dois suspeitos encontram-se em Hong Kong e na cidade chinesa de Shenzhen, segundo Abdul.

O escândalo ligado ao desvio de um fundo soberano no valor de quase quatro mil milhões de euros culminou no final de julho numa sentença de 12 anos de prisão para o ex-primeiro-ministro da Malásia Najib Razak, dois anos depois de provocar a queda do seu Governo.

6 Ago 2020

Wong Sio Chak nega que fugitivo Jho Low esteja em Macau

No comunicado emitido ontem, as autoridades de Macau criticam a congénere malaia por divulgar “unilateralmente” uma informação que não “corresponde à verdade”

 

[dropcap]O[/dropcap] secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, nega que Jho Low, bilionário foragido da justiça, esteja escondido em Macau e deixou um ataque às autoridades malaias. A resposta surgiu após o inspector-geral da polícia da Malásia, Tan Sri Abdul Hamid Bador, ter afirmado que as autoridades chinesas estavam a proteger o empresário acusado de estar envolvido num esquema que desviou 4,5 mil milhões de dólares norte-americanos do Estado malaio.

“A Polícia da Malásia, contrariando as regras e as práticas no âmbito de cooperação policial internacional, divulgou unilateralmente que o Lao XX [Jho Low] se encontra em Macau, informação que não corresponde à verdade”, esclareceu o gabinete do secretário, em comunicado.

Na mesma posição sobre o tema que chegou à imprensa internacional, o secretário critica ainda a congénere malaia por não ter feito qualquer pedido de assistência desde 2018, apesar de as declarações feitas de falta de cooperação. “Desde o ano 2018 até ao presente, a Polícia da Malásia não efectuou qualquer comunicação para as Autoridades de Macau, nem formulou qualquer pedido”, foi revelado.

Por outro lado, o Governo explicou que logo em 2018, meses após de ter sido emitido o mandato internacional de captura de Jho Low, Macau recebeu um pedido de extradição. Contudo, também nessa altura as autoridades negaram que Low estivesse na RAEM. “Em 2018, o subgabinete de Macau da Polícia Judiciária do Gabinete Central Nacional Chinês da Interpol recebeu um pedido das Autoridades da Malásia, tendo dado resposta clara de que o referido indivíduo não se encontrava em Macau”, foi apontado.

Atitude “franca”

Finalmente, as autoridades da RAEM destacam a atitude pragmática e franca na relação com as autoridades internacionais. “É de salientar que a Polícia de Macau cumpre sempre a lei e os procedimentos, tomando uma atitude pragmática e franca e de acordo com os princípios de igualdade, reciprocidade e de respeito mútuo no que toca ao desenvolvimento de uma cooperação policial efectiva com todos os países e regiões”, consta no comunicado.

Também a embaixada chinesa em Kuala Lumpur, capital da Malásia, negou que as autoridades chinesas oferecessem protecção a Jho Low e considerou a acusação “sem fundamento” e “inaceitável”.

No mesmo sentido, o comunicado da embaixada, citado pelo jornal Strait Times, recusa a ideia de a China poder receber criminosos. “A posição do governo chinês no combate ao crime é muito clara”, foi destacado.

“A China não oferece protecção nem nunca vai oferecer a criminosos estrangeiros”, foi adicionado.
Jho Low tem um mandato de captura internacional desde 2017, depois de ter estado envolvido num roubo de 4,5 mil milhões de dólares americanos, que resultou na condenação a 12 anos de prisão do ex-Primeiro-Ministro malaio Najib Razak.

31 Jul 2020

Crime | Autoridades da Malásia dizem que Jho Low está em Macau

O Inspector-Geral da polícia da Malásia, Tan Sri Abdul Hamid Bador, disse que Jho Low está em Macau e que os seus familiares estão em Hong Kong

 

[dropcap]T[/dropcap]udo aponta para que o fugitivo acusado de crimes financeiros Low Taek Jho esteja escondido em Macau. A informação foi avançada ontem por órgãos de comunicação social da Malásia, com base em dados prestados pelas autoridades do país.

De acordo com o jornal local The Star, o Inspector-Geral da polícia da Malásia, Tan Sri Abdul Hamid Bador, disse que Low Taek Jho – mais conhecido por Jho Low – fez transacções durante a sua permanência no território. E garantiu que “estão a ser feitos todos os esforços para o localizar e trazer à justiça”. Hamid acrescentou ainda que os familiares de Jho Low se estão a mover livremente em Hong Kong. As autoridades do país do Sudeste Asiático estarão a trabalhar silenciosamente para recuperar os fundos bem como para levar Jho Low de regresso à Malásia.

O Malay Mail noticiou que o Inspector-Geral disse que o fugitivo entrou em Macau depois de ter sido localizado na Tailândia, tendo fugido para a RAEM depois do anúncio dos resultados das eleições gerais.

Além da alegada compra de propriedades no território, terá tentado adquirir outras em Chipre, e terão sido detectadas propriedades dele e da família em Kuala Lumpur e Penang.

Jho Low está em fuga há vários anos, e é procurado por um crime de desfalque de fundos públicos, que envolve a companhia 1Malaysia Development Berhad (1MBD). Um caso denunciado em 2015.

Memórias recentes

Não é a primeira vez que é apontada a presença de Jho Low em Macau. Em 2018, as autoridades da Malásia disseram que o fugitivo estava no território. Posteriormente, informaram ter recebido informações de Macau em como Jho Low já teria saído do território, uma posição tomada depois de Macau ter desmentido as informações. A Polícia Judiciária chegou a emitir um comunicado a lamentar a postura da congénere malaia.

Na semana passada, a BBC noticiou que a Goldman Sachs, acusada na Malásia de ter induzido em erro investidores quando ajudou a angariar dinheiro para o fundo de desenvolvimento, chegou a um acordo de 3,9 mil milhões de dólares com o Governo da Malásia pelo seu papel no esquema de corrupção.

30 Jul 2020