Andreia Sofia Silva SociedadeAlibaba | Segunda edição do plano de estágios com 34 residentes Um total de 34 jovens residentes de Macau participam na segunda edição do “Plano de formação e estágios na Alibaba em Hangzhou para jovens de Macau”, que arrancou oficialmente na segunda-feira, tendo a duração de oito semanas. Nas primeiras três semanas da iniciativa os jovens participam numa acção de formação na área dos negócios, com conteúdos relacionados com o desenvolvimento da economia digital da China e a cultura empresarial do grupo Alibaba e as suas práticas empresariais. Nas restantes cinco semanas, decorre um estágio em contexto real de trabalho num departamento do grupo. Os jovens podem ainda visitar as bases e instituições de diferentes espaços de educação de Hangzhou, a fim de “aprofundar os seus conhecimentos relativamente à herança cultural de Hangzhou e ao desenvolvimento nacional” do país. Este programa de estágios é desenvolvido por diversas entidades como a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais e o departamento laboral do município de Hangzhou. Lei Lai Keng, responsável do departamento de emprego da DSAL, disse que, no contexto do plano de diversificação económica de Macau, os jovens podem, com esta iniciativa “ter um melhor desenvolvimento na sua carreira profissional e contribuir para o desenvolvimento da economia digital em Macau”.
Hoje Macau China / ÁsiaFinancial Times | Magnata Jack Ma está a viver em Tóquio O patrão da plataforma gigante Alibabba vive há cerca de seis meses na capital nipónica, segundo o Financial Times O bilionário fundador da plataforma de vendas ‘online’ Alibaba, Jack Ma, vive em Tóquio há seis meses, noticiou ontem o jornal Financial Times (FT). A mudança de Ma para o Japão aconteceu, na sequência de críticas, no final de 2020, à burocracia chinesa e do fracasso na oferta pública inicial da empresa de ‘fintech’ Ant Group, agravado pela maior multa ‘anti-trust’ da história da China, imposta por Pequim à Alibaba em Abril de 2021, no valor de 2,8 mil milhões de dólares. Ma permaneceu na capital japonesa com a família e nos últimos meses viajou para outras zonas do Japão, Estados Unidos e Israel, entre outros países, disseram ao FT fontes próximas do magnata. A ausência de Ma da vida pública chinesa coincidiu com as novas restrições de prevenção e controlo da pandemia da covid-19, no âmbito da política oficial ‘zero covid’, em algumas das principais cidades do país, incluindo Xangai e Hangzhou, onde fica a sede da Alibaba e onde o empresário também possui uma casa. Durante a estada em Tóquio, Ma optou também pela discrição e reduziu a vida social a uma série de clubes privados nos bairros mais famosos da capital nipónica, frequentados por outros empresários chineses que vivem no Japão ou que permanecem por longos períodos de tempo no país, de acordo com as mesmas fontes, citadas pelo jornal. Amigos do negócio A presença no Japão levou a especulações sobre os movimentos de Ma relacionados com a possível cedência de controlo nas empresas. A gigante tecnológica japonesa Softbank anunciou uma redução da participação na Alibaba de 24,28 por cento para 23,73 por cento, entre Abril e Junho, uma transação que coincidiu com a estada da Ma em Tóquio e trouxe à empresa japonesa lucros de 5,37 triliões de ienes (37,13 mil milhões de euros). Ma integrou o conselho de administração da Softbank até meados de 2020, enquanto o fundador e CEO do grupo japonês, Masayoshi Son, também ocupou um lugar no conselho de administração da Alibaba.
João Santos Filipe SociedadePrograma de estágios do Alibaba falha meta de recrutamento Apesar do plano de formação e estágio na Alibaba em Hangzhou para jovens de Macau ter disponibilizado 14 vagas para residentes, apenas 13 jovens foram aceites. A informação foi divulgada ontem pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), que publicou a lista com os resultados do processo de contratação. Quando o programa foi anunciado pela DSAL, havia a esperança de que 14 residentes encontrassem uma oportunidade para estagiar numa das maiores empresas a nível mundial. No entanto, os resultados mostram que apenas 13 vagas foram preenchidas e que mesmo nesses casos teve de haver um ajuste das posições oferecidas. Segundo a informação reconhecida pela DSAL, o recrutamento para o estágio decorreu entre 15 e 23 de Setembro, com 34 residentes a mostrarem-se interessados no programa. Na primeira fase de apreciação, três foram excluídos, por não terem passado na selecção com base na análise dos documentos dos candidatos. Mais tarde, o número foi ainda reduzido para 19 candidatos, após entrevistas e uma triagem da Alibaba. Vagas alteradas Ontem, foi divulgada a lista final dos candidatos aceites com duas novidades: apenas 13 residentes foram contratados e as vagas existentes sofreram alterações, para acomodar as especificidades dos candidatos. “Devido a valorização de certos postos pelos jovens, Alibaba ajustou as vagas das diferentes linhas de serviço segundo as qualidades conjuntas dos candidatos, tendo seleccionado quatro estagiários para a linha de serviço do comércio electrónico ICBU, quatro para a linha de serviço do comércio electrónico Tmall Global e cinco para a linha dos serviços de computação em nuvem Alibaba Cloud”, foi justificado. Os jovens começam a estagiar a 6 de Novembro, dia em que se espera que cheguem a Hangzhou. O final do estágio está agendado para 30 de Dezembro, se não houver alterações no calendário, motivadas pela pandemia. Ao longo do período que estiverem no Interior, os 13 escolhidos vão receber quase 15 mil patacas. Entre este valor, o pagamento de 5 mil renminbis (5.609 patacas) é feito pela Alibaba, no final do estágio. Além disso, a DSAL assume o pagamento de 5 mil patacas a cada quatro semanas de estágio e ainda um pagamento de mais 4 mil patacas, para cobrir os custos de deslocação e o seguro de trabalho.
Hoje Macau China / ÁsiaAlibaba | Suposta detenção de Jack Ma faz afundar as acções do grupo As acções do grupo chinês Alibaba registaram ontem uma queda de nove por cento na bolsa de valores de Hong Kong, uma consequência das notícias sobre a alegada detenção de Jack Ma, fundador do grupo. Mas um desmentido fez com que a empresa recuperasse As acções do Alibaba sofreram ontem uma queda superior a nove por cento nos primeiros minutos da sessão da bolsa de Hong Kong, devido à suposta detenção do fundador do gigante do comércio electrónico chinês, Jack Ma. Na manhã de ontem a televisão estatal chinesa CCTV anunciou “restrições de liberdade” impostas em Hangzhou – cidade do leste da China onde fica a sede do Alibaba – a um homem de apelido Ma, em 25 de Abril. O homem é acusado de “conluio com forças hostis anti-chinesas no exterior” e de “actividades que colocam em risco a segurança nacional, como incitar a secessão ou subverter o poder do Estado”. A notícia levou a que as ações do Alibaba caíssem 9,4 por cento nos primeiros 15 minutos da sessão da bolsa de valores de Hong Kong. Uma queda que só terminou quando o jornal estatal chinês Global Times esclareceu que o suspeito trabalha como director de pesquisa e desenvolvimento de ‘hardware’ numa empresa de computadores. Depois do desmentido, as acções do Alibaba recuperaram e estavam a perder 0,69 por cento a duas horas do fecho da sessão. Maior regulação O gigante do comércio electrónico foi uma das empresas privadas mais afectada por uma campanha do Governo chinês para apertar a regulação no sector digital, que atingiu também a Didi, conhecida como o ‘Uber chinês’. Em Outubro de 2020, Jack Ma fez um discurso altamente crítico da estratégia de Pequim de minimizar os riscos no sistema financeiro e dos bancos tradicionais, que, segundo ele, ainda são geridos como “lojas de penhores”. O ainda accionista maioritário do Alibaba esteve depois três meses sem aparecer em público, período em que as autoridades chinesas cancelaram a oferta pública inicial do Ant Group, a tecnológica financeira do grupo. Desde então, o Alibaba perdeu cerca de 65 por cento da capitalização de mercado, tendo ainda recebido uma multa recorde de 2,8 mil milhões de dólares por abusar da posição de mercado, no ano passado.
Hoje Macau China / ÁsiaGrupo Alibaba aumenta plano de recompra de ações para 25 mil milhões de dólares O grupo chinês Alibaba anunciou hoje um aumento do plano de recompra de ações para 25 mil milhões de dólares, visando estimular a confiança dos investidores, após ter sido alvo de escrutínio regulatório. A empresa de comércio eletrónico, fundada pelo magnata Jack Ma, perdeu cerca de 65% da capitalização de mercado, desde que as autoridades chinesas cancelaram a oferta pública inicial do Ant Group, a tecnológica financeira do grupo, em novembro de 2020, desencadeando meses de escrutínio regulatório. O Alibaba disse, em comunicado, que vai aumentar a recompra de ações de 15 mil milhões de dólares para 25 mil milhões nos próximos dois anos. A empresa já recomprou 9,2 mil milhões de dólares em ações como parte do programa. As ações do Alibaba na Bolsa de Valores de Hong Kong subiram quase 5% no início da tarde, após o grupo ter anunciado o plano. As ações subiram mais de 40%, desde a semana passada, depois de o vice-primeiro-ministro chinês Liu He ter feito uma rara intervenção, na tentativa de tranquilizar os investidores, garantido que Pequim em breve terminará a sua campanha de “retificação” das grandes plataformas de tecnologia do país. O Conselho de Estado da China reiterou na segunda-feira as promessas de Pequim de impulsionar o crescimento e proteger os mercados financeiros de decisões políticas. Os crescentes riscos geopolíticos relacionados à invasão da Ucrânia pela Rússia e o escrutínio dos reguladores norte-americanos sobre a auditoria das empresas chinesas cotadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque agravaram a volatilidade no mercado, nas últimas semanas. Daniel Zhang, presidente – executivo do grupo, disse repetidamente que as ações do Alibaba estão subvalorizadas e que a empresa continuará a recomprar ações. Os registos públicos também indicam que Ma e Joe Tsai, vice-presidente executivo, desaceleraram as vendas de ações. Tsai não vendeu nenhuma ação no segundo semestre de 2021 e Ma vendeu apenas cerca de 10 milhões de ações durante o ano, aproximadamente metade do valor em anos anteriores. O preço das ações relativamente barato atraiu investidores conhecidos, como o vice-presidente da Berkshire Hathaway, Charlie Munger, mas a empresa ainda não eliminou o ceticismo de muitos analistas de Wall Street. O Alibaba reportou o crescimento de vendas trimestral mais lento no quarto trimestre de 2021, desde que começou a negociar em bolsa em 2014, com um aumento das receitas de 10%, em termos homólogos – a primeira vez que o crescimento caiu abaixo de 20%. O principal negócio da empresa enfrenta crescente concorrência de grupos de comércio eletrónico como Pinduoduo e JD.com, e plataformas mais recentes, incluindo a Douyin – o nome do Tiktok na China -, que permite que celebridades da Internet vendam produtos por meio de transmissão de vídeo. O Alibaba recebeu uma multa recorde de 2,8 mil milhões de dólares por abusar da sua posição de mercado, no ano passado. A Ant Group continua também sob escrutínio regulatório.
Hoje Macau China / ÁsiaGrupo Alibaba lança voo semanal de carga entre Hong Kong e São Paulo O Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos recebeu na segunda-feira à noite o primeiro voo semanal de mercadoria entre Hong Kong e São Paulo, numa parceria entre a Qatar Airways Cargo e o Alibaba. Segundo o portal do aeroporto, o voo aterrou por volta das 19:00, depois de ter partido de Hong Kong no sábado e feito uma paragem em Doha, no Qatar. Num comunicado divulgado na segunda-feira, a companhia aérea Qatar Airways Cargo revelou que o avião Boeing 777 utilizado nesta parceria tem capacidade para transportar mais de 100 toneladas de mercadoria. O primeiro voo fretado pela empresa de logística Cainiao Smart Logistics Network, parte do grupo chinês do comércio eletrónico Alibaba Group Holding Ltd, transportou bens de consumo, incluindo produtos de beleza, joias, relógios, eletrodomésticos, brinquedos e equipamento desportivo. O objetivo da nova rota é garantir que os produtos comprados por brasileiros nas plataformas da Alibaba sejam entregues no espaço de 72 horas, sublinhou o diretor-geral da Cainiao para a logística de exportação. William Xiong disse no comunicado que o comércio eletrónico no Brasil está a crescer “a uma velocidade fenomenal”, tornando-se um dos mais importantes mercados para a Alibaba na América Latina. Em abril de 2021, a Cainiao anunciou um acordo com o Latam Cargo para utilizar os voos do grupo de aviação chileno de e para o Brasil para reduzir o tempo de entrega de encomendas da China para o Peru e a Colômbia. Em novembro de 2020, a empresa chinesa lançou voos fretados, em cooperação com o grupo de aviação norte-americano Atlas Air Worldwide Holdings Inc, a ligar a China ao Brasil e ao Chile três vezes por semana. Em agosto, o Brasil tornou-se o primeiro país das Américas – e o sexto do mundo – cujos comerciantes podem vender os seus produtos na plataforma chinesa de comércio eletrónico AliExpress, gerida pela Alibaba. A Cainiao ficou a coordenar o envio de produtos brasileiros comprados na plataforma chinesa, garantindo a entrega no mesmo dia ou no dia seguinte à aquisição, com o transporte gratuito para compras acima de 50 reais (nove euros).
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaGrupo Alibaba realiza tour com empresas em Portugal Decorreu a semana passada em Portugal, nas cidades de Albufeira, Lisboa e Porto, uma tour de representantes do grupo chinês Alibaba na Europa com empresas portuguesas que pretendem explorar as oportunidades de ligação a esta grande plataforma de comércio electrónico. As visitas foram organizadas pelas câmaras de comércio e indústria Portugal-Hong Kong e Luso-chinesa, das quais Bernardo Mendia é presidente e secretário-geral, respectivamente. Ao HM, o responsável traça um balanço positivo destas iniciativas. “Disseram-nos que já tinham Portugal em mente e que tinham muito interesse. Deu para perceber que as pessoas e as empresas estavam satisfeitas. O balanço é positivo e está acima das expectativas deles [representantes do grupo Alibaba]”, disse. Segundo Bernardo Mendia, a plataforma alibaba.com permite que as empresas portuguesas possam exportar os seus produtos para mercados de 190 países. Tal é importante em contexto de pandemia, “num momento em que as empresas não conseguem sair para estarem representadas em feiras ou estar com clientes”. “A plataforma alibaba.com é a maior do mundo a nível do comércio entre empresas e é realmente uma oportunidade para as empresas terem uma montra e chegarem a mercados onde nunca tinham pensado chegar”, frisou Bernardo Mendia. Neste momento marcas como a SuperBock ou Sumol já trabalham com a Alibaba. “Esta é uma experiência recente. A maior parte das empresas só está presente nesta plataforma há cerca de dois anos.” HK sem alterações Questionado sobre as consequências da situação pandémica em Hong Kong para o sector empresarial, Bernardo Mendia assegurou que o impacto sente-se sobretudo a nível interno. “Não se alterou nada a nível das empresas porque já não era possível viajar para Hong Kong. Não há uma quebra de facturação. Digamos que a situação já não estava boa e agora temos a confirmação de que vai continuar assim por uns tempos”, frisou. Relativamente à câmara de comércio Portugal-Hong Kong, existem planos para criar, em Outubro, a distinção Ambrose So. Esta terá um carácter bi-anual e pretende “distinguir uma personalidade, instituição ou actividade que tenha contribuído para as relações entre Portugal e Hong Kong”. Quanto à câmara de comércio e indústria luso-chinesa, está prevista a abertura de uma delegação em Xangai no final do Verão. “Este é um projecto que temos há 15 anos e agora foi possível concretizá-lo. Criaram-se agora condições para termos portugueses e chineses, pessoas com bastante credibilidade que se quiseram associar a este projecto”, rematou. Lucros com queda de 50 por cento A gigante chinesa do comércio eletrónico Alibaba obteve um lucro líquido de 70.937 milhões de yuans, nos primeiros nove meses do seu ano fiscal, uma queda de 54,47%, face ao mesmo período do ano anterior. No relatório enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, a empresa atribuiu a queda dos seus lucros entre abril e dezembro a um menor volume de negócios, relacionado com algumas das suas operações e a contração das receitas, devido à alteração no valor dos seus investimentos. A receita da empresa de tecnologia nesse período foi de 649.010 milhões de yuans, o que representa um aumento de 22,48%, em termos homólogos. Porém, ainda maior foi o aumento dos custos operacionais, que subiram 35,42%, para 400.505 milhões de yuans. No terceiro trimestre fiscal (outubro-dezembro), os lucros líquidos caíram 74%, fixando-se em 20.429 milhões de yuans. O volume de negócios aumentou 10% no mesmo período, para 242.580 milhões de yuans. A diretora financeira do Alibaba, Maggie Wu, assegurou que o crescimento das receitas do último trimestre é representativo de “resultados saudáveis”, salientando que nesse período a empresa efetuou a recompra de mais de 10 milhões das suas ações cotadas nos EUA, por cerca de 1.400 milhões de dólares. O presidente e CEO do grupo, Daniel Zhang, falou em termos semelhantes: “Continuamos a executar a nossa estratégia de crescimento diversificado, num ambiente de mercado complexo e volátil”. Na divisão por segmentos de negócios, o setor de comércio na China continuou a dominar amplamente no trimestre – realizado principalmente através dos seus populares portais Taobao e Tmall -, que representa 73% do faturamento total e registou receitas 7% superiores às do mesmo período do ano anterior. Os negócios internacionais avançaram 18%. Fora desses dois segmentos tradicionais, que respondem por 80% do faturamento do Alibaba, destacam-se os avanços do negócio de computação em nuvem (‘cloud’), que cresceu 20%, ou da subsidiária de logística Cainiao (+15%). Negócios menores, como serviços ao consumidor local (+27%) ou iniciativas de inovação (+63%) também tiveram um bom desempenho. Os órgãos digitais e de entretenimento mantiveram o volume de negócios, face ao ano passado. “Sempre inovamos e investimos a longo prazo. Os nossos investimentos contínuos em iniciativas de crescimento produziram resultados tangíveis”, disse Wu. No final de dezembro, as plataformas da Alibaba – designadas por “ecossistema” pela empresa – acumulavam cerca de 1,28 mil milhões de usuários ativos anuais, ou seja, clientes que realizam pelo menos uma transação por ano. Desse montante, cerca de 76,5% correspondem a utilizadores na China, enquanto os restantes encontram-se noutros territórios; no entanto, em termos de crescimento por área geográfica, o crescimento internacional (+5,6%) é superior ao verificado no país de origem do grupo (+2,7%). As ações do Alibaba na Bolsa de Hong Kong fecharam hoje com uma queda de 6,67%, para 104,9 dólares de Hong Kong. Com Lusa
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaGoverno Electrónico | Cooperação com grupo Alibaba vai continuar Termina no final deste mês o acordo-quadro de cooperação entre o Governo e o grupo chinês Alibaba, mas André Cheong garantiu que a ligação irá continuar. Porém, o secretário para a Administração e Justiça admitiu que Macau “tem um grande atraso” na modernização da máquina administrativa O Governo vai continuar a cooperar com o grupo chinês Alibaba, fundado por Jack Ma, ainda que o acordo-quadro assinado em 2017 chegue ao fim no final deste mês. A garantia foi dada pelo secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, no debate de ontem sobre o relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano. “A cooperação vai findar no final deste mês e, de uma forma geral, os resultados foram satisfatórios. Criámos o centro de computação em nuvem, bem como a reestruturação da conta de acesso comum. Vamos manter as relações com o grupo Alibaba e alargar os projectos a construir”, apontou. Além disso, André Cheong adiantou que o grupo vai também dar formação a funcionários públicos. “O grupo Alibaba vai destacar professores e vamos enviar trabalhadores para estagiar [na empresa] e aprender novidades.” De resto, o secretário sublinhou que a governação electrónica é a grande aposta para a reestruturação da Administração Pública, embora admita que em Macau exista “um grande atraso” nesta matéria. “Eu e o Chefe do Executivo já fomos várias vezes a Guangzhou, que registou um grande progresso na área da governação electrónica. Temos de trabalhar ainda mais nesta área. A promoção do Governo electrónico não é uma missão, mas uma obra a longo prazo para melhorar a máquina administrativa”, frisou. Registos mais simples Foram vários os deputados que exigiram esclarecimentos sobre a modernização da Administração. André Cheong assegurou que mais de 100 serviços públicos estão integrados na plataforma “Acesso Comum aos Serviços Públicos”, e que até 31 de Outubro mais de 255 mil residentes abriram conta na plataforma, mais 2,8 vezes face ao ano passado. André Cheong garantiu que há mais serviços que podem ser integrados, nomeadamente apólices de seguros. “Podemos contactar as seguradoras [sobre a possibilidade] de os serviços de automóveis poderem ser incluídos na conta de acesso comum, como, por exemplo a apólice de seguro e o imposto de circulação.” Além disso, os cartões de estudantes ou profissionais, como da Associação dos Advogados de Macau ou mediadores imobiliários, podem ser inseridos na conta de acesso comum. Contudo, André Cheong deixou uma ressalva: “não esperamos que esta seja uma conta muito complexa, caso contrário não conseguiremos aceder a nada”. “Não vamos introduzir todos os serviços na conta de acesso comum”, frisou. O Governo pretende ainda digitalizar e simplificar serviços de registo civil e notariado. “Não pretendemos fazer uma simples electronização dos serviços. Queremos que o registo de nascimento e óbito não tenha de ser feito presencialmente, enquanto que para o registo de divórcio e casamento [as pessoas] só tenham de ir uma vez tratar das formalidades. Temos de ajustar as leis notariais e do registo civil”, explicou o secretário. Modelo do BIR muda Wong Pou Ieng, directora dos Serviços de Identificação, adiantou ontem que o actual modelo do BIR deverá sofrer alterações, mas não para já. “Estamos a rever os termos de encriptação do nosso modelo, porque estão muitos dados inseridos no chip e esta tecnologia fica desactualizada. Não vamos trocar de BIR a curto espaço. Vamos analisar se em termos técnicos e jurídicos é viável ter um BIR digitalizado. Em termos jurídicos, o bilhete em suporte físico não pode ser substituído”, adiantou, acrescentando que a mudança só deverá ocorrer em 2023.
Hoje Macau China / Ásia MancheteChina planeia desmantelar ‘app’ Alipay, detida pelo grupo Alibaba A China planeia desmantelar o Alipay, popular carteira digital afiliada ao grupo Alibaba, e criar um serviço separado para concessão de crédito, numa altura em que combate práticas monopolistas no setor digital, avançou ontem o Financial Times. As autoridades querem dividir o Alipay em duas entidades separadas: uma para pagamentos eletrónicos e outra específica para o lucrativo negócio de concessão de crédito ‘online’, indicou o jornal. O Ant Group também terá de ceder os dados dos utilizadores relativos a pedidos de crédito a uma agência de classificação de crédito, em parte detida pelo Estado, avançou a mesma fonte. As autoridades chinesas lançaram, nos últimos meses, uma campanha, visando conter o que consideram um desenvolvimento “desordenado” da economia, que levou a que as ações das empresas chinesas do setor da Internet afundassem. O Ant Group, a subsidiária do grupo Alibaba que detém o Alipay, foi o primeiro alvo dos reguladores, que desde então estenderam a campanha a outros setores, incluindo ensino, entretenimento, jogos de computador ou imobiliário. No final de 2020, Pequim suspendeu a entrada em bolsa do Ant Group. O Alibaba, grupo fundado pelo bilionário Jack Ma, foi posteriormente multado em 2,3 mil milhões de euros, por abuso da sua posição dominante. O Alipay é uma aplicação essencial na China, onde o dinheiro físico praticamente desapareceu e a grande maioria dos pagamentos são feitos através de carteiras digitais instaladas no telemóvel. O Alipay domina o mercado em conjunto com o seu concorrente WeChat Pay, do grupo Tencent. As autoridades têm sido particularmente intransigentes, nos últimos meses, contra práticas até então amplamente toleradas e generalizadas em vários setores dinâmicos da economia chinesa. O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China alertou também hoje os gigantes digitais contra o bloqueio de ligações entre serviços concorrentes e impedimentos à interoperabilidade. Na China, por exemplo, certos sistemas de pagamento são excluídos das ‘apps’ de comércio eletrónico de grupos rivais. As plataformas de vídeo bloqueiam também a partilha de conteúdo em redes sociais concorrentes. O regulador de mercado chinês anunciou, no mês passado, que está a considerar fortalecer a legislação nestas questões.
Hoje Macau China / ÁsiaGrupo Alibaba despede gestor por suspeita de agressão sexual a funcionária O gigante chinês do comércio eletrónico Alibaba disse hoje que despediu um gestor acusado de agressão sexual e prometeu fortalecer a política contra o assédio, depois de uma funcionária ter acusado a empresa de suprimir a sua denúncia. A funcionária, não identificada, tornou público este fim de semana a alegada agressão sexual por um gestor e um cliente durante uma viagem de negócios, de acordo com a imprensa estatal. Segundo ela, foi forçada a beber álcool e que o seu gestor a agrediu sexualmente num quarto de hotel. A funcionário contou ainda ter sido alvo de abusos por parte do cliente, mas que o gestor ignorou. A funcionária disse que a empresa não levou o assunto a sério após ter denunciado a agressão e que foi informada de que o suspeito não seria demitido da empresa, segundo o seu relato. Em comunicado, o chefe executivo do Alibaba, Daniel Zhang, disse hoje que o agressor acusado – que trabalha na unidade de negócios Retalho da Vizinhança – confessou ter tido “atos íntimos” com a funcionária enquanto ela estava embriagada. Zhang disse que o gestor foi demitido por violar gravemente a política da empresa. O seu nome não foi identificado. “Se ele cometeu violação ou atos indecentes que infringiram a lei, isto será determinado pela justiça”, disse Zhang. O presidente da unidade de negócios de Retalho da Vizinhança e o chefe do departamento de recursos humanos da unidade renunciaram também após assumirem responsabilidade pela gestão incorreta do caso. “Quando a funcionária relatou um acto horrendo, como violação, eles não tomaram decisões oportunas nem as medidas adequadas”, apontou Zhang. Zhang prometeu acelerar a formação de uma política contra o assédio sexual com “tolerância zero para a má conduta sexual”. O chefe executivo da Alibaba acrescentou que haverá formação sobre a proteção dos direitos e interesses dos funcionários, e que um canal dedicado a denúncias será estabelecido. A empresa disse no domingo que está a trabalhar com a polícia para investigar o incidente. A polícia de Jinan, a capital da província de Shandong, disse em comunicado que está a investigar um caso envolvendo a violação de uma funcionária do Alibaba. O Alibaba foi criticado pela imprensa oficial por agir apenas depois de a vítima ter tornado as acusações públicas. “O público está a perguntar por que a empresa demorou tanto para responder ao incidente ocorrido em 27 de julho”, disse em editorial o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês. Na Bolsa de Valores de Hong Kong, o preço das ações do Alibaba fechou a cair 2,48% para os 188,70 dólares de Hong Kong. O escândalo surge poucos meses depois de os reguladores terem multado o Alibaba num valor recorde de 2,8 mil milhões de dólares por comportamento monopolista. Pequim reforçou o escrutínio sobre as firmas tecnológicas do país, após anos de rápido crescimento. O movimento global #MeToo contra o assédio sexual nos últimos anos também cresceu na China, com acusações feitas contra vários académicos, um apresentador da televisão e celebridades, embora as condenações sejam escassas.
Andreia Sofia Silva PolíticaAlibaba | Cooperação prolongada devido à pandemia O secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, assegurou, em resposta a uma interpelação oral do deputado Lam Lon Wai, que o acordo de cooperação com o grupo de comércio electrónico Alibaba, do magnata Jack Ma, será estendido até Dezembro. “Proceder-se-á ao ajustamento do Acordo-Quadro inicial e prorrogar-se-á o prazo de cooperação até ao final deste ano, para que os trabalhos sejam executados da melhor forma”, disse o secretário. Esta mudança deve-se “ao impacto da epidemia e à nova direcção do desenvolvimento da governação electrónica”. O acordo foi celebrado com o grupo Alibaba em 2017, tendo sido concluída em 2019 a primeira fase de cooperação, através da construção do Centro de Computação em Nuvem. A segunda fase de cooperação, teve início em Julho de 2019, estando prevista a sua conclusão no próximo mês de Junho. “Além da optimização das infra-estruturas” será “aprimorada a cidade inteligente e a governação electrónica”, explicou o secretário. A pandemia “teve um grande impacto no desenvolvimento do programa de cooperação entre as duas partes no âmbito da governação inteligente”, uma vez que a equipa técnica do grupo Alibaba não conseguiu viajar do Interior da China para o território. Este impedimento “dificultou o desenvolvimento atempado dos trabalhos”. André Cheong disse também no hemiciclo que no segundo semestre deste ano será lançada na conta única de acesso comum a funcionalidade da carteira digital, com vista a tornar efectiva a digitalização de 28 tipos de cartões, como, por exemplo, a do cartão de utente dos Serviços de Saúde e a do Cartão Sport Easy do Instituto do Desporto. Será lançado também o serviço de criação de conta online para os menores de 18 anos de idade.
Hoje Macau China / ÁsiaGrupo Alibaba | Repercussões de multa são menores O grupo chinês de comércio electrónico Alibaba disse ontem que a pesada multa imposta no sábado passado pelas autoridades, por práticas monopolistas, não tem grandes repercussões para a empresa, levando as suas acções a disparar. O presidente do grupo, Daniel Zhang, disse aos investidores por videoconferência que não espera “um impacto negativo material”, após a multa recorde de 18 mil milhões de yuan imposta por Pequim. O valor equivale a 4% da receita do Alibaba na China em 2019. Zhang disse que a maior plataforma de comércio electrónico do país asiático tem milhões de utilizadores e comerciantes, e que não precisa de exclusividade para os manter. O responsável indicou que a empresa que dirige vai implementar novas medidas, como a redução dos custos de utilização das plataformas para os comerciantes e a oferta de serviços tecnológicos com custos mais baixos, em linha com as orientações dos reguladores chineses. As acções do Alibaba subiram 7,25% a meio da sessão de ontem na Bolsa de Valores de Hong Kong.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteJack Ma, fundador do grupo Alibaba, não está, afinal, desaparecido O bilionário chinês Jack Ma não aparece em público há cerca de dois meses desde que criticou o sistema bancário em vigor na China, e de imediato a especulação sobre o seu desaparecimento, devido a pressões políticas, se fez sentir. No entanto, uma fonte familiar confirmou ao canal norte-americano CNBC que o empresário está afastado e não desaparecido Afinal o bilionário chinês Jack Ma, fundador do grupo Alibaba, não está desaparecido, mas apenas escondido, retirado da esfera pública. As especulações sobre o seu desaparecimento começam a surgir na imprensa internacional nos últimos dias, uma vez que Jack Ma não aparece em público há cerca de dois meses. No entanto, uma fonte familiar confirmou esta terça-feira ao jornalista David Faber, do canal norte-americano CNBC, que Jack Ma está apenas retirado. “O que posso dizer é que muito provavelmente ele está em Hangzhou, onde fica a sede do grupo Alibaba, e está menos visível de propósito. Mas isso não significa que esteja desaparecido”, explicou o repórter. Os media internacionais destacaram o facto de o súbito desaparecimento de Jack Ma ter ocorrido depois de este ter feito duras críticas ao sistema bancário chinês num fórum, que decorreu em Outubro do ano passado. O empresário, com 56 anos de idade, apelou à realização de reformas profundas e pediu às autoridades chinesas para “não utilizarem a regulamentação de ontem para gerir o futuro”, tendo dito que o país precisa de “menos burocracia” neste campo. Jack Ma terá referido ainda, na mesma ocasião, que “os bancos chineses operam com uma mentalidade de loja de penhores”. Depois destas opiniões, Jack Ma não fez a esperada aparição no último episódio do programa “Africa’s Business Heroes”, um programa de talentos da fundação com o seu nome através do qual dez empresários africanos emergentes recebem uma bolsa para concretizarem as suas ideias. O facto de o empresário não ter aparecido num programa ligado à sua própria fundação fez soar os alarmes de um possível desaparecimento devido a pressões políticas. Depois destas críticas, feitas em Xangai, o país pediu uma Oferta Pública Inicial (OPA) ao grupo Ant, que é o braço financeiro do grupo Alibaba, no valor de 37 mil milhões de dólares, naquela que era uma tentativa da empresa abrir o seu capital ao público. Mas as mudanças não se ficaram por aqui: o Governo chinês iniciou depois uma investigação às empresas do grupo, acusando-as de assinar acordos exclusivos. Para o regulador, a empresa expandira a sua participação na cadeia de lojas Intime Retail sem autorização, tendo aplicado uma multa à China Literature, uma subsidiária de livros electrónicos que também está sob alçada do grupo Alibaba. O grupo Ant, que detém o sistema Alipay, um dos maiores a nível de pagamentos digitais, foi ainda autorizado pelas autoridades a reduzir as operações, referindo que a governação corporativa da empresa “não era sólida”. Citado pela CNN, o analista de mercado da Oanda, Jeffrey Halley, considerou logo óbvio na altura que “os comentários claramente não ressoaram nos corredores do poder em Pequim”. Mudanças de horário Esta segunda-feira, uma assessora de imprensa do grupo Alibaba disse à Reuters que o não aparecimento de Jack Ma no programa se deveu a alterações da sua agenda pessoal, tendo recusado fazer mais comentários. Também à Reuters, Duncan Clark, autor do livro “A Casa que Jack Ma construiu”, defendeu que o empresário optou apenas por se afastar da vida pública de forma temporária. “Penso que lhe foi dito para se afastar. Esta é uma situação sem precedentes, e está mais ligada ao que aconteceu com o grupo Ant e com as sensibilidades em torno da regulação financeira”, disse. O entrave das autoridades chinesas à OPA fez com que o grupo Ant tenha ficado afastado da entrada em bolsa de valores, de Hong Kong e Xangai, por um período de seis meses, escreveu o jornal Financial Times. O diário britânico adiantou ainda que o valor da operação poderá ser também “drasticamente” menor, citando fontes envolvidas na operação e investidores. A entrada nas bolsas de valores de Xangai e de Hong Kong poderá ser uma realidade depois das alterações exigidas pelo regulador. Este deseja que as plataformas online do grupo Ant providenciem 30 por cento do financiamento dos seus empréstimos, ao contrário dos dois por cento de financiamento. Cultura que mata O nome de Jack Ma está também associado a uma cultura de excesso de trabalho no sector da tecnologia, conhecida por “996”. Esta segunda-feira faleceu um trabalhador da empresa chinesa Pinduoduo, que opera na área do comércio electrónico, com apenas 22 anos. Segundo os media internacionais, a morte aconteceu de madrugada, à 1h30, quando o trabalhador saía do trabalho, no dia 29 de Dezembro. A empresa não apresentou uma causa oficial para o falecimento do funcionário, mas acredita-se que terá ocorrido por excesso de trabalho. Nas redes sociais, nomeadamente no Weibo, tem sido muito falada a morte de Zhang, que está a ser identificada como uma vítima da cultura “996”. De frisar que, em Abril de 2019, Jack Ma chegou a dizer que foi “uma enorme benção” trabalhar muitas horas, com um total de 72 horas semanais, quando era um jovem empregado. Apps chinesas banidas O ainda Presidente dos EUA, Donald Trump, assinou ontem uma ordem executiva que bane as transacções de oito aplicações chinesas, incluindo as plataformas de pagamentos electrónicos Alipay, QQ Wallet e WeChat Pay. A ordem passa a estar em vigor daqui a 45 dias e deve-se a uma alegada ameaça à segurança nacional dos EUA. Segundo a BBC, a ordem executiva determina que “os EUA devem adoptar acções agressivas contra aqueles que desenvolvem ou controlam aplicações de software chinês a fim de proteger a sua segurança nacional”. A ordem assinada por Trump refere ainda que “ao aceder a aparelhos electrónicos pessoais como smartphones, computadores ou tablete, as aplicações de software chinês podem aceder e capturar informações dos seus utilizadores, incluindo informações sensíveis, pessoais e privadas”. O Governo chinês já reagiu, acusando os Estados Unidos de usarem indevidamente a segurança nacional como pretexto para prejudicarem empresas chinesas.
Hoje Macau China / ÁsiaReguladores chineses convocam Jack Ma antes de Ant Group entrar em bolsa [dropcap]O[/dropcap]s reguladores chineses convocaram hoje Jack Ma, fundador do Ant Group e o homem mais rico da China, para uma reunião, poucos dias antes das acções da empresa começarem a ser negociadas em bolsa. Em comunicado, o Banco do Povo da China (banco central), a Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China, a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários e a Administração Estatal de Câmbio informaram terem realizado “entrevistas regulatórias” com Ma, com o presidente do conselho da administração do Ant Group, Eric Jing, e o diretor da empresa, Hu Xiaoming. O comunicado não avança detalhes, embora estas chamadas dos reguladores sejam vistas como um alerta ou uma espécie de repreensão. “Houve uma troca de opiniões sobre a saúde e a estabilidade do sector financeiro”, disse o Ant Group, em comunicado. O grupo “está empenhado em implementar as opiniões recolhidas durante a reunião em profundidade e continuar no rumo, com base nos princípios de inovação estável, cumprimento da regulação, servir a economia real e cooperação com ganhos para todas as partes”, disse. “Continuaremos a melhorar as nossas capacidades para fornecer serviços inclusivos e promover o desenvolvimento económico, visando melhorar a vida dos cidadãos comuns”, acrescentou a empresa. Jack Ma foi convocado pelos reguladores poucos dias depois de ter afirmado que os regulamentos financeiros estão desatualizados, referindo-se aos acordos de supervisão bancária de Basileia como obra de um “clube de velhos”. Ma questionou se o sistema financeiro chinês se deve submeter a esses regulamentos. “Os acordos de Basileia são usados para tratar as doenças de um sistema bancário envelhecido, são remédios para idosos (…), mas o sistema bancário chinês é jovem”, disse o empresário, citado pela imprensa local. O empresário defendeu que a China precisa de canais de financiamento alternativos, além dos grandes bancos estatais, fortemente dominantes no país. “Os grandes bancos são como rios, mas precisamos de lagoas, riachos e canais no sistema. Sem eles, vai haver sempre enchentes ou secas”, descreveu. Ma garantiu que os bancos tradicionais funcionam como “casas de penhores” e garantiu que as futuras decisões de crédito terão que ser feitas por meio de ‘big data’ (análise maciça de dados) e históricos de crédito, em vez de solicitar grandes garantias para conceder empréstimos, ao mesmo tempo que criticou a excessiva burocracia do sistema financeiro chinês. O Ant Group opera a Alipay, a maior e mais valiosa empresa de tecnologia financeira (‘fintech’) do mundo e uma das duas carteiras digitais dominantes na China, país onde o dinheiro físico praticamente desapareceu. Jack Ma fundou o gigante do comércio eletrónico Alibaba, em 1999. O Alipay foi introduzido como método de pagamento, para aumentar a confiança dos utilizadores na plataforma. As ações do Ant Group devem começar a ser negociadas em Hong Kong e em Xangai na quinta-feira, na que se espera ser a maior entrada em bolsa de sempre. A empresa enfrenta crescente escrutínio e regulamentação mais rígida, à medida que amplia a gama de serviços que oferece. Entre as novas regulamentações estão limites para o uso de títulos garantidos por ativos para financiar empréstimos ao consumidor, novos requisitos de capital e licenciamento e limites para as taxas de empréstimos. Na segunda-feira, o banco central aumentou a exigência de capital registado para credores como o Ant para um mínimo de cinco mil milhões de yuan.