Grupo Alibaba realiza tour com empresas em Portugal 

Decorreu a semana passada em Portugal, nas cidades de Albufeira, Lisboa e Porto, uma tour de representantes do grupo chinês Alibaba na Europa com empresas portuguesas que pretendem explorar as oportunidades de ligação a esta grande plataforma de comércio electrónico. As visitas foram organizadas pelas câmaras de comércio e indústria Portugal-Hong Kong e Luso-chinesa, das quais Bernardo Mendia é presidente e secretário-geral, respectivamente.

Ao HM, o responsável traça um balanço positivo destas iniciativas. “Disseram-nos que já tinham Portugal em mente e que tinham muito interesse. Deu para perceber que as pessoas e as empresas estavam satisfeitas. O balanço é positivo e está acima das expectativas deles [representantes do grupo Alibaba]”, disse.

Segundo Bernardo Mendia, a plataforma alibaba.com permite que as empresas portuguesas possam exportar os seus produtos para mercados de 190 países. Tal é importante em contexto de pandemia, “num momento em que as empresas não conseguem sair para estarem representadas em feiras ou estar com clientes”.

“A plataforma alibaba.com é a maior do mundo a nível do comércio entre empresas e é realmente uma oportunidade para as empresas terem uma montra e chegarem a mercados onde nunca tinham pensado chegar”, frisou Bernardo Mendia.

Neste momento marcas como a SuperBock ou Sumol já trabalham com a Alibaba. “Esta é uma experiência recente. A maior parte das empresas só está presente nesta plataforma há cerca de dois anos.”

HK sem alterações

Questionado sobre as consequências da situação pandémica em Hong Kong para o sector empresarial, Bernardo Mendia assegurou que o impacto sente-se sobretudo a nível interno.

“Não se alterou nada a nível das empresas porque já não era possível viajar para Hong Kong. Não há uma quebra de facturação. Digamos que a situação já não estava boa e agora temos a confirmação de que vai continuar assim por uns tempos”, frisou.

Relativamente à câmara de comércio Portugal-Hong Kong, existem planos para criar, em Outubro, a distinção Ambrose So. Esta terá um carácter bi-anual e pretende “distinguir uma personalidade, instituição ou actividade que tenha contribuído para as relações entre Portugal e Hong Kong”.

Quanto à câmara de comércio e indústria luso-chinesa, está prevista a abertura de uma delegação em Xangai no final do Verão. “Este é um projecto que temos há 15 anos e agora foi possível concretizá-lo. Criaram-se agora condições para termos portugueses e chineses, pessoas com bastante credibilidade que se quiseram associar a este projecto”, rematou.

Lucros com queda de 50 por cento

A gigante chinesa do comércio eletrónico Alibaba obteve um lucro líquido de 70.937 milhões de yuans, nos primeiros nove meses do seu ano fiscal, uma queda de 54,47%, face ao mesmo período do ano anterior.

No relatório enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, a empresa atribuiu a queda dos seus lucros entre abril e dezembro a um menor volume de negócios, relacionado com algumas das suas operações e a contração das receitas, devido à alteração no valor dos seus investimentos.

A receita da empresa de tecnologia nesse período foi de 649.010 milhões de yuans, o que representa um aumento de 22,48%, em termos homólogos. Porém, ainda maior foi o aumento dos custos operacionais, que subiram 35,42%, para 400.505 milhões de yuans.

No terceiro trimestre fiscal (outubro-dezembro), os lucros líquidos caíram 74%, fixando-se em 20.429 milhões de yuans. O volume de negócios aumentou 10% no mesmo período, para 242.580 milhões de yuans.

A diretora financeira do Alibaba, Maggie Wu, assegurou que o crescimento das receitas do último trimestre é representativo de “resultados saudáveis”, salientando que nesse período a empresa efetuou a recompra de mais de 10 milhões das suas ações cotadas nos EUA, por cerca de 1.400 milhões de dólares.

O presidente e CEO do grupo, Daniel Zhang, falou em termos semelhantes: “Continuamos a executar a nossa estratégia de crescimento diversificado, num ambiente de mercado complexo e volátil”.

Na divisão por segmentos de negócios, o setor de comércio na China continuou a dominar amplamente no trimestre – realizado principalmente através dos seus populares portais Taobao e Tmall -, que representa 73% do faturamento total e registou receitas 7% superiores às do mesmo período do ano anterior. Os negócios internacionais avançaram 18%.

Fora desses dois segmentos tradicionais, que respondem por 80% do faturamento do Alibaba, destacam-se os avanços do negócio de computação em nuvem (‘cloud’), que cresceu 20%, ou da subsidiária de logística Cainiao (+15%).

Negócios menores, como serviços ao consumidor local (+27%) ou iniciativas de inovação (+63%) também tiveram um bom desempenho. Os órgãos digitais e de entretenimento mantiveram o volume de negócios, face ao ano passado.

“Sempre inovamos e investimos a longo prazo. Os nossos investimentos contínuos em iniciativas de crescimento produziram resultados tangíveis”, disse Wu.

No final de dezembro, as plataformas da Alibaba – designadas por “ecossistema” pela empresa – acumulavam cerca de 1,28 mil milhões de usuários ativos anuais, ou seja, clientes que realizam pelo menos uma transação por ano.

Desse montante, cerca de 76,5% correspondem a utilizadores na China, enquanto os restantes encontram-se noutros territórios; no entanto, em termos de crescimento por área geográfica, o crescimento internacional (+5,6%) é superior ao verificado no país de origem do grupo (+2,7%).

As ações do Alibaba na Bolsa de Hong Kong fecharam hoje com uma queda de 6,67%, para 104,9 dólares de Hong Kong. Com Lusa

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