Hoje Macau SociedadeEnsino | Estudantes de Macau com acesso facilitado em Portugal e na China [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]ão boas notícias para os estudantes de Macau que pretendem ingressar no ensino superior em Portugal ou na China, dado que, a partir deste ano, vão poder candidatar-se com os resultados do exame unificado de acesso. Os estudantes de Macau vão ter acesso facilitado a 15 instituições de ensino superior. Já se sabia que os estudantes de Macau que realizaram o exame unificado de acesso podiam utilizar os resultados para se candidatarem a instituições de ensino superior em Portugal na sequência de protocolos de cooperação, firmados em Setembro, com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), pelo que a grande novidade é o acesso facilitado a universidades da China. Em comunicado, o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) indica que, no total, são dez as instituições de ensino superior da China que vão começar, a partir deste ano, a aceitar os resultados do exame unificado de acesso de Macau. Todos os estudantes titulares do BIR e do salvo-conduto concedido aos residentes de Hong Kong e Macau para entrada e saída da China podem candidatar-se às respectivas instituições em Junho, prevendo-se que os resultados sejam publicados em meados do mês seguinte. No caso de Portugal, os estudantes de Macau que tenham efectuado o exame unificado de acesso podem candidatar-se a estabelecimentos de ensino superior afiliados dos dois Conselhos. Em causa, três dezenas de instituições, entre as quais figuram as Universidades de Coimbra, de Lisboa e do Porto ou os Institutos Politécnicos de Leiria e de Bragança. De acordo com o GAES, os estudantes podem apresentar os resultados do exame unificado de acesso às instituições abrangidas pelos protocolos que vão rever se os candidatos precisam de efectuar provas adicionais ou entrevistas conforme os cursos e as áreas a que se candidatam.
Hoje Macau SociedadeGoverno cria “Aliança para Formação de Quadros Bilingues” com instituições do ensino superior O Governo juntou-se a cinco instituições do ensino superior para estabelecer a “Aliança para Formação de Quadros Bilingues Qualificados nas Línguas Chinesa e Portuguesa”. O objectivo é transformar o território numa “base de formação de quadros qualificados” [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi assinado, há cerca de duas semanas, o protocolo que institui a “Aliança para Formação de Quadros Bilingues Qualificados nas Línguas Chinesa e Portuguesa”, apesar de só ontem o acto ter sido divulgado através de um comunicado oficial. Esta aliança é fruto de um trabalho de muitos anos e representa uma parceria entre o Governo, através do Gabinete de Apoio do Ensino Superior (GAES), e cinco instituições do ensino superior públicas e privadas: a Universidade de Macau, a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, a Universidade da Cidade de Macau e a Universidade de São José (USJ) e Instituto Politécnico de Macau. O objectivo desta plataforma, que começou a ser pensada e discutida em 2014 depois da criação de um grupo de trabalho, é “reforçar os trabalhos de formação de quadros qualificados bilingues em chinês e português”, para que Macau possa ser uma “Base de Formação de Quadros Qualificados Bilingues em chinês e português”. O novo protocolo visa “promover a cooperação em diversos aspectos”, tais como a “formação de docentes das línguas chinesa e portuguesa e cursos de formação de docentes para o ensino de chinês como língua estrangeira”. Além disso, estão a ser pensadas formas de fomentar a “pesquisa e investigação no ensino de língua portuguesa, a formação de quadros qualificados bilingues em chinês e português no sector do turismo”, bem como “cursos fornecidos em conjunto pelas instituições do ensino superior projectos e acordos de cooperação específicos, apresentados pelos membros da Aliança”. O HM tentou chegar à fala com Maria Antónia Espadinha, vice-reitora da USJ que acompanhou este processo desde o início. Contudo, a docente esteve incontactável até ao fecho desta edição. Peter Stilwell, reitor da USJ, disse apenas que “todos estão a colaborar [com este projecto] e é um protocolo bom para o Governo”. O reitor não quis fazer mais comentários por não ter acompanhado o processo de perto. Responder às políticas O comunicado oficial do GAES aponta para o facto deste protocolo representar “um novo marco dos trabalhos das instituições na formação de quadros qualificados bilingues em chinês e português”, que “favorece a integração das forças das instituições e a complementaridade de vantagens”. O objectivo é formar bilingues que possam dar resposta às recentes políticas que a China tem para o território, nomeadamente o Fórum Macau e a abertura de um edifício sede, “Uma Faixa, Uma Rota” e o desenvolvimento do projecto da Grande Baía Guandgong-Hong Kong-Macau. A assinatura do protocolo contou com as contribuições de representantes das restantes instituições do ensino superior, tal como Fanny Vong, presidente do Instituto de Formação Turística, Hoi Sio Iong, director da Escola Superior das Forças de Segurança de Macau, Xing Zhi Hong, subdirectora do Instituto de Enfermagem de Kiang Wu de Macau, Cheng Hin Wan, director substituto do Instituto de Gestão de Macau, Kai Cheong Fok, presidente do Instituto Milénio de Macau e os Coordenadores-Adjuntos do GAES, Sílvia Ribeiro Osório Ho e Chang Kun Hong.
Hoje Macau SociedadeMaterial escolar | Mais de 33 mil alunos receberam subsídios [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) atribuiu, até ao passado 7 de Setembro, apoio financeiro a quase 34 mil alunos para que estes possam adquirir o seu material escolar. Tais subsídios dizem respeito ao ano lectivo 2016/2017. Dados anunciados ontem pelo Governo revelam que, deste grupo de alunos, mais de 15 mil alunos frequentam cursos superiores em Macau, enquanto os restantes, mais de 17 mil, estão a estudar no estrangeiro. Há apenas 996 estudantes que, estando em Macau, frequentam cursos ministrados por instituições de ensino superior estrangeiras. Mais de oito mil alunos que estão fora estudam no interior da China, quase dois mil estão nas universidades de Hong Kong, pouco mais de cinco mil decidiram frequentar os seus cursos em Taiwan. Apenas 305 alunos estão em países europeus como Portugal ou Reino Unido. Apenas 502 pessoas que usufruíram deste apoio financeiro frequentam programas de doutoramento, enquanto que a maioria, quase 27 mil pessoas, estudam em cursos de licenciatura. Cursos ligados às áreas de comércio, administração ou Direito são os mais populares neste âmbito, uma vez que existem mais de onze mil alunos beneficiados. O GAES aponta que esta ajuda financeira “não só apoia os estudantes nos seus estudos e diminui os seus encargos financeiros, como também ajuda o Governo a obter os dados dos residentes de Macau, quanto à situação de frequência dos cursos do ensino superior e respectiva localização”.
Hoje Macau SociedadeGAES quer criar Laboratório da Língua Portuguesa O Governo esteve reunido com as diversas instituições de ensino superior que ensinam português para traçar um plano de formação de quadros bilingues. Algumas ideias passam pela criação de um Laboratório da Língua Portuguesa e de cursos online [dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]á são conhecidas algumas conclusões da primeira reunião do “Grupo de Trabalho sobre a Formação dos Quadros Bilingues Qualificados nas Línguas Chinesa e Portuguesa”, que conta não só com representantes do Gabinete de Apoio para o Ensino Superior (GAES), como também das várias instituições de ensino superior que ensinam português no território. O objectivo deste grupo de trabalho é debater ideias e traçar planos no âmbito do projecto intitulado “Base de Formação dos Quadros Bilingues Qualificados nas Línguas Chinesa e Portuguesa”. Segundo um comunicado oficial, Chan Kun Hong, coordenador-adjunto do GAES, adiantou que há a ideia de criação de um Laboratório de Língua Portuguesa, bem como o desenvolvimento de materiais didácticos neste idioma. O Executivo pretende ainda reforçar a “formação de docentes de línguas chinesa e portuguesa”, bem como a criação de cursos online para o ensino da língua de Camões. Está ainda a ser pensado o estabelecimento de “uma base de dados sobre estudos de língua portuguesa”, bem como a aposta na “formação do ensino de língua chinesa como língua estrangeira”, sem esquecer a “formação de quadros qualificados de chinês e português profissionais na área do turismo”. Chan Kun Hong disse ainda que devem as instituições de ensino superior “perceber a situação”, criando uma “plataforma de cooperação, integrando os seus poderes e fazendo com que os recursos sejam aproveitados com a maior eficiência”. O HM tentou chegar à fala com alguns dos representantes das instituições que estiveram presentes neste encontro mas, até ao fecho da edição, não foi possível estabelecer contacto. Números lusos A reunião serviu também para a apresentação de dados estatísticos relativos à formação de alunos nas áreas do chinês e do português. No ano lectivo que está prestes a terminar, matricularam-se 755 estudantes nos cursos de Português, incluindo um total de 2875 alunos inscritos em cursos de curta duração, tal como cursos Minor, disciplinas obrigatórias, disciplinas opcionais ou cursos de Verão. Há neste momento 177 estudantes de Macau em Portugal a terem aulas de aperfeiçoamento do idioma, que recebem bolsas de mérito ou bolsas de estudo atribuídas pelo Governo ou pela Fundação Macau. No ano passado, houve ainda 200 estudantes que terminaram as licenciaturas relacionadas com a língua portuguesa ou onde o português língua veicular. Na opinião dos representantes das universidades e instituto politécnico, “os dados ajudam a compreender a situação da formação de quadros qualificados bilingues e, conforme as metas de políticas e as necessidades da sociedade, e a concretizar melhor os trabalhos da formação dos respectivos quadros qualificados”. Relativamente aos casos de financiamento especial para investigação ou formação na área das línguas, quatro instituições de ensino superior entregaram um total de 40 requerimentos este ano. Tal, afirma o GAES, representa um aumento de 50 por cento face ao ano passado. “Os requerimentos envolvem a cooperação de ensino e investigação, a realização de seminários e fóruns, a formação de quadros ou o desenvolvimento de materiais didácticos e de obras”, conclui o comunicado ontem divulgado.
João Luz SociedadeEnsino | Formação em português leva 80 alunos a Portugal [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] curso de Verão “Ser e saber da Língua Portuguesa”, destinado a alunos universitários de Macau, levou 320 alunos a Portugal desde que foi lançado em 2012. Os dados foram relevados pelo Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES). Este ano, parte um novo grupo composto por mais 80 alunos, disse o coordenador do GAES, Sou Chio Fai, à agência Lusa, num balanço dos cinco anos da iniciativa inserida no “objectivo de Macau de formar mais quadros bilingues” com diferentes especializações. “Podemos ver que cada vez mais alunos universitários têm interesse em aprender português”, observou Sou Chio Fai, manifestando-se satisfeito com os resultados dos alunos que participam no curso e com a cooperação com as instituições parceiras. O curso de Verão de língua portuguesa desenrola-se em duas fases: a primeira decorre em Macau, no Instituto Português do Oriente (IPOR), onde os alunos universitários têm de cumprir 50 horas lectivas; e a segunda em Portugal, para onde seguem os melhores estudantes por um período de, aproximadamente, um mês. Em 2012, por exemplo, 100 alunos participaram na primeira fase, dos quais 28 foram seleccionados para irem para Portugal; enquanto que em 2016 foram 250 os que frequentaram o curso no IPOR, dos quais 80 seguiram para Portugal, complementou a coordenadora-adjunta do GAES, Sílvia Ho. No arranque, a iniciativa contava apenas com a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa como parceira, mas desde 2014 o curso passou a ser alargado também à Universidade do Porto. Grande parte dos participantes são da área de Humanidades – de Línguas Estrangeiras ou de História – mas também há alunos de áreas tão distintas como Turismo ou Enfermagem. A importância da língua São elegíveis para o curso do GAES residentes que estejam a frequentar cursos de bacharelato ou licenciatura em instituições do ensino superior de Macau e também no estrangeiro. As motivações variam. Em primeiro lugar, há interesse por o português ser uma das duas línguas oficiais de Macau, observa Sílvia Ho, reproduzindo o ‘feedback’ dos alunos que viveram a experiência. A coordenadora adiantou que ficou a percepção de que “agora na administração há mais pessoas a falar da importância do português e querem ficar bem preparados”. Sou Chio Fai complementou: “Alguns também têm interesse em conhecer o país, que é tão conhecido, mas fica muito longe”. Os dirigentes do GAES consideram que os estudantes têm “aproveitado bem” o curso de Verão, havendo casos de alunos que após concluir o ensino superior foram fazer mestrado em Portugal, além de muitos outros que decidiram aprofundar os conhecimentos da língua no IPOR. O curso foi alvo de melhorias, após terem sido introduzidas opiniões dos estudantes. A título de exemplo, em 2012 foram a Portugal 28 alunos, todos do chamado “tipo 1”, ou seja, sem conhecimentos prévios da língua. Em 2014 foram também abertas vagas para o “tipo 2”, isto é, destinadas a estudantes com algum conhecimento de português. “Os alunos têm conseguido atingir um determinado nível de proficiência de português”, enfatizou Sou Chio Fai. O coordenador do GAES adiantou ainda que os estudantes “fazem questão” que se cumpram as 50 horas lectivas no IPOR, referentes à primeira fase do curso para não chegarem a Portugal sem conhecimento nenhum. “Achamos que seria um pouco desperdício de tempo” só começarem a aprender lá, complementou a coordenadora-adjunta. Sílvia Ho explica ainda que os residentes que estudam no estrangeiro – para os quais está reservada parte das vagas do curso – a formação no IPOR pode ser feita em três períodos diferentes: no Ano Novo chinês, Páscoa e Verão. Alturas em que, regra geral, regressam a casa e têm tempo por estarem de férias. “Foi uma coisa que decidimos fazer para os atrair”, acrescentou. Segundo a média dos últimos três anos, o GAES gasta 4.410 patacas por cada aluno que participa no curso, uma verba que inclui propinas e subsídio de alojamento. A viagem de avião até Portugal também é paga pelo Governo de Macau, mas não entra nas contas do GAES.
Hoje Macau SociedadeEducação | GAES vai financiar juros de licenciados no exterior É já no final deste mês que os alunos que estão em universidades estrangeiras a estudar português, mandarim ou inglês poderão ter apoio financeiro para suportar os juros dos empréstimos pedidos. Seis entidades bancárias participam na iniciativa [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]em o nome pomposo de “Plano de Apoio de Pagamento dos Juros de Crédito para a Formação Linguística de Graduados do Ensino Superior” e, na prática, representa mais um apoio financeiro a quem estuda do lado de lá da fronteira. Segundo um comunicado oficial, o Governo vai começar a financiar os juros dos empréstimos pedidos pelos estudantes que estão a frequentar licenciaturas de Português, Mandarim ou Inglês. Caberá ao Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) a análise dos pedidos e a concessão do apoio, sendo que seis entidades bancárias já se juntaram ao plano. Chan Kun Hong, coordenador-adjunto do GAES, referiu que o apoio visa que os alunos “aumentem as suas capacidades linguísticas” e que possam “ampliar os seus horizontes”. O programa “é aplicável aos empréstimos concedidos pelos bancos para os estudos, incluindo as propinas, os custos de vida básicos e as despesas de transporte de ida e volta”. O mesmo comunicado aponta que os representantes dos seis bancos “mostraram-se honrados com a participação”, uma vez que vão exercer “responsabilidade social”. Ontem, foi realizada uma reunião sobre a implementação do plano de apoio financeiro, tendo sido abordados os “detalhes da cooperação, a implementação de plano de execução, bem como o programa de propaganda”. Além do Banco Nacional Ultramarino, participam neste programa do Governo as sucursais do Banco da China em Macau, do Banco OCBC Weng Hang e Banco de Guandfa da China. Estão também incluídos o Banco Comercial de Macau e a sucursal do Banco Industrial e Comercial da China.
Sofia Margarida Mota SociedadeTalentos | Comissão vai financiar a qualificação dos residentes A formação de pilotos de aviões, a avaliação de necessidades e os incentivos à formação especializada são alguns dos sectores que a Comissão de Desenvolvimento de Talentos debateu ontem. Sou Chio Fai está satisfeito com o trabalho que tem sido desenvolvido pela entidade e em 2017 arrancam novos projectos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] programa de apoio à formação de pilotos de aviação vai avançar no próximo ano. A informação foi ontem dada pelo secretário-geral da Comissão de Desenvolvimento de Talentos, Sou Chio Fai, à saída da reunião plenária do organismo. “Foi aprovado um programa em que o Governo vai subsidiar a formação de mais quadros qualificados. Estamos a trabalhar com a Autoridade de Aviação Civil para promover a formação de pilotos e mecânicos no sector. Estamos já em diálogo com a Fundação Macau e com a Autoridade de Aviação Civil e, em 2017, vamos ter um programa piloto no apoio à formação de pilotos”, afirmou. A necessidade de formação e desenvolvimento de quadros especializados locais foi o tema central da reunião, sendo que a responsabilidade não caberá apenas ao Governo. Para Sou Chio Fai, a população e as entidades empregadoras têm de ser cúmplices neste projecto. “É também importante que as entidades empregadoras possam lançar alguns planos para acompanhar o que a comissão está a fazer. Por exemplo, criar programas do tipo ‘mestre aprendiz’ em que as pessoas com mais experiência podem liderar e acompanhar pessoas com menos experiência.” De olhos postos no futuro O secretário-geral frisou ainda que, no processo de apoio à qualificação de residentes, é necessário ter em conta as necessidades locais e antever o futuro dos sectores económicos de Macau. “Um dos membros do conselho fez questão de salientar que não basta apenas investir na formação de quadros especializados, há que perceber qual vai ser o futuro dos diversos sectores de modo a poder antecipar necessidades e formar talentos para as áreas mais adequadas”, referiu. A comissão tem cinco áreas em que tenciona investir no sentido de perceber as necessidades que as afectam. Segundo Sou Chio Fai, o jogo, a hotelaria, a venda a retalho, a restauração e o sector das exposições são áreas com as quais a comissão tem desenvolvido um trabalho mais intenso. “Não podemos dizer que são as cinco áreas com mais necessidades mas sim que são áreas de muita importância e que podemos investir numa primeira fase”, explicou. A banca e os seguros também estão na agenda da comissão e o Governo está em diálogo com o sector da construção civil. “Estamos também a pensar colaborar com a criação de cursos de engenharia, na área da construção. É uma área que abarca muitos postos de emprego numa hierarquia muito grande e estamos a pensar em todos eles”, referiu. Um mestrado especial A comissão já firmou acordos com a Universidade de Coimbra para apoio a pós-graduações e está em conversações com a Universidade Nova de Lisboa. O objectivo é a formação de “quadros bilingues que tenham na sua experiência outras especializações”. “Precisamos não só de tradutores intérpretes como de habilitar técnicos superiores que já têm uma determinada especialização, uma profissão, e que saibam português e chinês. Por isso, celebrámos um acordo com a Universidade de Coimbra para motivar os residentes a fazerem cursos de pós-graduação.” Com a Universidade Nova, o acordo é dirigido aos trabalhadores na área de gestão que podem fazer um MBA num programa conjunto entre aquela instituição, a Universidade Católica e o MIT americano. O acordo estará firmado no próximo ano, apontou Sou Chio Fai: “Não será neste mês devido a ser altura de férias, mas será em 2017”.
Filipa Araújo SociedadeEnsino | Duplas licenciaturas só complementares e na mesma instituição Desmistificando: o GAES explica que para a dupla licenciatura, a entrar em vigor com o novo Regime de Ensino Superior, serão necessários 270 créditos, o equivalente a seis anos de estudos. Algo que depende da dedicação do aluno, que terá de ser “muito bom”, e que tem de ser feito em áreas que se complementem e só nas mesmas instituições de ensino [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] conceito de “dupla licenciatura” não é novo, mas a sua futura implementação parece ter trazido alguma confusão a Macau. A ideia de avançar com este tipo de licenciatura – já implementado em Portugal, por exemplo – parece não ser clara, nem sequer para os deputados que fazem parte da 2.ª Comissão Permanente, grupo responsável pela análise na especialidade da proposta de Lei do Ensino Superior, que não souberem responder às questões colocadas. Uma coisa é clara: estas licenciaturas serão, aquando da entrada em vigor da lei, ministradas em sistema de créditos. Contrariamente ao que Sou Chio Fai, coordenador do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES), afirmou inicialmente aos jornalistas, esta dupla licenciatura não exigirá aos seus alunos entre 160 ou 180 créditos, mas sim 270. “Este é um curso mais longo que o curso de licenciatura normal, mas também é mais curto que dois cursos seguidos”, começou por explicar um jurista do GAES, parte integrante da elaboração da lei, ao HM. Meio de metades Afastando facilitismos, este é um curso para “os bons alunos”, “muito bons, alunos”. Mais complexa do que os outros cursos, a dupla licenciatura é “um curso especial, com uma duração própria, que tem um plano de estudos diferentes dos planos normais de licenciatura, que irá abranger necessariamente duas áreas de formação técnicas científicas diferentes”. É um erro, aponta ainda o responsável, dizer-se que estes cursos terão uma duração de quatro anos, porque não é pelo tempo que este tipo de licenciatura é definido. “Há um período de tempo de referência para se concluir um curso de licenciatura normal, que é de quatro anos – 180 créditos correspondem a estes quatro anos. Mas o que está aqui em causa, nesta parte dos créditos, é a sua referência e não a duração”, apontou. Duas licenciaturas de oito anos correspondem a 360 créditos, mas neste caso específico, se o aluno fizer o mesmo número de créditos numa licenciatura normal, poderá concluir uma dupla licenciatura em seis anos. Mas isso só dependerá do seu empenho e decisão, porque poderá sempre fazer mais créditos por ano. Mesma casa Afastada está também a hipótese deste tipo de licenciatura ser feita em instituições diferentes, o que pode acontecer é serem ministradas por faculdades ou departamentos diferentes da mesma Universidade ou instituição de ensino superior. Quanto às áreas essas terão sempre de ser complementares, apesar de poderem ser diferentes. “A questão é que podem ser aéreas eventualmente complementares mas diferentes entre si. Como têm de ser ministradas por diferentes faculdades ou departamentos da mesma instituição, também é normal que sejam áreas diferentes. A inovação aqui constitui efectivamente esta possibilidade de ter áreas complementares”, por exemplo Direito e Gestão, Técnicas de Farmácia e Medicina Dentária ou Astronomia e Engenharia Aeroespacial, apesar de ainda não existir uma lista de hipóteses pública. “Agora a imaginação não tem limites”, apresentou o jurista. Esta é, diz o GAES, uma possibilidade que “vem aumentar a concorrência e melhorar as qualificações dos alunos”.
Tomás Chio SociedadeEnsino | GAES garante qualidade em mestrados e doutoramentos O Governo garante que a falta de tese para alguns mestrados e doutoramentos não vai diminuir a qualidade Sou Chio Fai explica que as exigências de ensino vão ser rigorosas [dropcap style=’circle’]I[/dropcap]O Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) assegurou que vai implementar uma medida para garantir a qualidade dos cursos de mestrado e doutoramento com a finalidade de pedagogia que não exigem tese final. Durante a semana passada, o Governo explicou que, com a nova proposta para a Lei de Ensino Superior, Macau irá receber mestrados e doutoramentos que não vão exigir tese final. Medida que só irá contemplar cursos que tenham o Ensino como finalidade. Sou Chio Fai, coordenador do GAES, explicou ao Jornal do Cidadão que o Governo vai apoiar todas as instituições de ensino superior que queiram implementar esta nova opção. O coordenador indica que o Executivo, juntamente com as escolas, vai implementar uma medida para que, mesmo sem tese, seja garantida a qualidade do ensino e, por sua vez, da aprendizagem. “Mesmo sem tese, os alunos precisam de fazer estágios, relatórios dos estágios e outros trabalhos mais elaborados. Estes trabalhos têm diferentes objectivos consoante a finalidade do próprio alunos. Só depois disto é que podem obter o seu certificado”, explicou. Sou Chio Fai diz ainda que todas as instituições interessadas terão de ter a autorização do Governo para implementar este tipo de curso. Mas a última palavra não é apenas do Governo – estas instituições serão avaliadas por associações internacionais dedicadas ao ensino, que, por sua vez, irão avaliar a qualidade dos cursos. Sou Chio Fai explicou ainda aos jornalistas que esta opção foi introduzida na proposta de lei para que Macau “consiga acompanhar a tendência de ensino mundial”. Esta medida, apontou, vem trazer também maior competitividade às próprias instituições de ensino. “Neste momento em Hong Kong e nos Estados Unidos da América já existem cursos sem tese final, principalmente nos cargos de Educação, Direito e Engenharia”, acrescentou, frisando que a qualidade dos mesmos nunca esteve em causa.
Filipa Araújo PolíticaGAES com novo lugar e mais funções O Conselho Executivo já concluiu a discussão do regulamento administrativo da alteração ao decreto que criou o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES), trazendo algumas mudanças. Ao GAES será acrescentado um novo lugar de coordenador-adjunto e extinta a Secção Administrativa e Financeira, continuando a manter-se o mesmo número de funcionários. Numa apresentação à imprensa, o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, justificou a necessidade de “aumentar e alterar as atribuições do GAES”, tal como também defendido nas Linhas de Acção Governativa. Em causa estão, como indica um documento entregue aos jornalistas, sete alterações estruturais. A partir da entrada em vigor, caberá ao GAES “conceber e propor estratégias para o desenvolvimento e internacionalização do ensino superior”, passando por elaborar acções de planeamento e de estudos sobre modernização e diversificação do ensino superior. O Gabinete irá também “apoiar o funcionamento das instituições de ensino”, sem nunca, como garantiu Leong Heng Teng, colocar em causa a autonomia das mesmas. Coordenar formas de cooperação local, regional e internacional, prestar apoio técnico e administrativo, organizar e manter actualizadas as bases de dados de pessoas docentes e não docentes, promover o desenvolvimento do ensino superior e realizar estudo de identificação das áreas de maior necessidade de formação são as restantes alterações propostas pelo Governo.
Andreia Sofia Silva BrevesEnsino superior | GAES admite necessidade de mudanças na estrutura O Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES), admitiu, em resposta à interpelação escrita do deputado Si Ka Lon, que são necessárias à sua estrutura organizacional e funcionamento. “Confrontado com uma nova carga, especialmente pesada, de novos trabalhos, há agora uma necessidade mais urgente do ajustamento da estrutura e das funções organizacionais do GAES”, lê-se na resposta. “O Gabinete está a elaborar o plano do desenvolvimento a médio e longo prazo na área do ensino superior”, sendo que o GAES pretende fazer um “acompanhamento mais abrangente e eficaz na implementação e concretização das respectivas políticas”. Quanto à criação de um regime de avaliação das universidades locais está a ser criado “com dinâmica”, “iniciando-se de modo ordenado os trabalhos preparatórios dos diversos aspectos desta matéria”. Em Dezembro o deputado questionou o Governo sobre a necessidade de alterar a estrutura de funcionamento do GAES, por forma a responder à nova Lei do Ensino Superior, actualmente em análise na especialidade na Assembleia Legislativa.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeEnsino | Pedida mais fiscalização para cursos do exterior Só no primeiro semestre, o Governo autorizou a abertura de quatro novos cursos de mestrado em Macau, ministrados por universidades do exterior, em parceria com a FAOM. A académica Teresa Vong defende uma maior fiscalização destas ofertas educativas [dropcap style=’circle’]A[/dropca]pesar da existência de quase uma dezena de universidades locais, o Governo autoriza a abertura de cursos do ensino superior ministrados por universidades do exterior, em parceria com o Centro de Estudos Amador da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Nos primeiros seis meses do ano foram criados quatro novos mestrados, nas áreas da Tecnologia, Direito, Gestão Empresarial e Arquitectura, cuja responsabilidade pertence à South China Normal University e à Huaqiao University. Só no ano passado, segundo dados disponibilizados pelo Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES), foram criados 11 novos cursos, licenciaturas, mestrados e doutoramentos, não só de universidades do continente mas também de Hong Kong e de Portugal. Para Teresa Vong, directora do Centro de Investigação em Educação da Universidade de Macau (UM), o Executivo deveria fiscalizar mais este tipo de oferta formativa. “Esta situação em Macau é única e muito complicada. Sim, deveria existir um maior controlo da qualidade dos cursos que são oferecidos. Contudo, se olharmos para trás, o Centro de Estudos Amador da FAOM tem um longo historial de colaboração com universidades, especialmente com a South China Normal University na China, até antes da transferência de soberania. Será fácil ter um maior controlo agora?”, questionou a académica, em declarações ao HM. “Penso que o Governo deveria ter a responsabilidade de aprovar cursos com qualidade por forma a salvaguardar os direitos dos cidadãos”, disse ainda. Poucas palavras O HM pediu uma entrevista ao responsável pelo Centro da FAOM, a qual foi recusada. O GAES não deu qualquer informação quanto a uma maior fiscalização, tendo apenas referido que a nova Lei do Ensino Superior irá continuar a regular estes cursos. “As acções académicas e os trabalhos didácticos são da responsabilidade da respectiva instituição do ensino superior do exterior. Aliás, compete, ainda, à sua entidade colaborante, em Macau, tratar dos assuntos administrativos gerais. Os destinatários dos cursos do ensino superior não locais são, principalmente, os estudantes de Macau.” Teresa Vong não deixa de lembrar que este fenómeno é também resultado da “globalização” do ensino superior, que se tornou num mercado para muitas universidades. Para além disso, “apesar de termos 12 instituições do ensino superior em Macau, os cursos que temos são muito semelhantes ou limitados. Isso significa que não temos muitas escolhas”, diz. A académica defende ainda que “para a perspectiva de Macau, os cursos dirigidos por instituições de fora, em termos de custos assumidos pelo Governo, são relativamente mais baratos do que os oferecidos localmente”. O HM tentou contactar as deputadas Kwan Tsui Hang e Ella Lei, da FAOM, mas até ao fecho da edição não se mostraram disponíveis para prestar declarações.
Filipa Araújo SociedadeEnsino | Cursos Associados poderão integrar todas as instituições [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]nova opção de estudo no ensino superior – os cursos associativos – foi o tema central da última reunião da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), presidida por Chan Chak Mo, que decorreu ontem. “Trocámos impressões, com os deputados, sobre o projecto de Lei do Ensino Superior, em especial sobre o terceiro capítulo, que está relacionado com os cursos e os graus”, começou por explicar Sou Chio Fai, coordenador do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES). A existir apenas no Instituto Milénio, o Governo tem intenção de colocar esta opção em prática em todos os estabelecimentos de ensino superior, e, por isso, a reunião serviu para responder a algumas perguntas da Comissão. “Os deputados fizeram algumas perguntas sobre a ligação com o resto dos cursos, tal como os cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento, e qual a ligação com deste cursos [associados] com outros países ou regiões”, adicionou o coordenador. Os cursos associados têm duração de dois anos e não equivalem à licenciatura. “Este tipo de acordo não existe em Portugal, mas existe na América e Hong Kong (…) e tem duração de dois anos. Depois de acabados, com o diploma de associados, os [alunos] podem fazer o terceiro ano do curso de licenciatura”, explicou. Para o coordenador, este tipo de curso traz várias vantagens, como por exemplo, a possibilidade de obter um diploma [de associado] sem fazer os quatro anos de licenciatura. “Os alunos antes de acabar um curso de quatro anos, da licenciatura, podem depois de dois anos ter um diploma de associado. Segunda [vantagem] é a mobilidade internacional e regional”, aponta, explicando que depois de obter o diploma os alunos podem obter créditos para terminar uma licenciatura em outros países. Os alunos que estudam e não têm tempo para acabar uma licenciatura de quatro anos, podem também usufruir com este tipo de curso. Relativamente à cedência de oito edifícios do antigo campus da Universidade de Macau (UM) para a Universidade da Cidade de Macau (UCM), o coordenador explicou que ainda não existe data para a assinatura do acordo, mas será antes do próximo ano lectivo. Depois das várias críticas apresentadas à UCM, Sou Chio Fai explicou que efectivamente existe margem de manobra de todas as instituição para melhorias. “Não posso dizer qual é a situação ideal da qualidade do ensino superior, posso dizer que todas as instituições de ensino superior em Macau têm espaço para melhoramento em termos de qualidade de ensino. O Governo está a tomar várias medidas para melhorar a qualidade do ensino superior”, defendeu. A UCM é uma das instituições públicas do ensino superior e de serviços governamentais que vai receber parte das instalações, decisão que não só foi feita de acordo com “estudos”, mas também mereceu o acordo, em 2014, do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, tendo sido aprovada pelo Chefe do Executivo. Recorde-se que o arrendamento de oito edifícios do antigo campus pela UCM tornou-se bastante polémico por esta instituição de ensino estar ligada ao deputado e empresário Chan Meng Kam. A UCM deverá abrir portas em Setembro do próximo ano e espera acolher seis mil alunos, mais dois mil do que os que possui actualmente.
Flora Fong Manchete SociedadeEmpresa diz ajudar alunos a entrar no Ensino Superior. GAES rejeita É o negócio perfeito: uma empresa ajudaria alunos a entrar no ensino superior, mesmo que não tenham notas para tal. O GAES diz que não é possível Uma empresa que presta apoio a quem quer sair da China, seja para trabalhar ou para estudar, publicou um anúncio no jornal Ou Mun onde diz que pode ajudar os alunos do interior da China que queiram entrar nas universidades locais. A empresa diz que não só disponibiliza apoio no processo de candidatura a quem não tiver boas notas nos exames do ensino secundário na China, como assegura que os alunos podem ainda ter acesso a “cinco mil patacas de desconto nas propinas quando mostrarem o anúncio da empresa”. O caso foi divulgado pela publicação Macau Concelears, onde os pais de um aluno da China apontaram que a empresa referiu ser possível que “os alunos frequentem cursos do ensino superior em Macau através da empresa, mesmo que as notas no exame de Inglês não correspondam aos critérios das instituições”. A empresa terá ainda dito aos pais que tem “vários anos de experiência” com o apoio a candidaturas ao ensino superior, tendo dado a entender a existência de uma ligação “de forma passiva” com a Universidade de Macau (UM). À Macau Concelears, o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) garantiu que não fez qualquer aprovação para o trabalho desta empresa, sendo que a UM referiu que “o site oficial é a única forma de entregar as candidaturas”. O GAES disse ainda que as seis instituições do ensino superior “nunca autorizaram qualquer empresa local ou estrangeira a fazerem a inscrição de alunos”. O organismo apela ainda a que os alunos do interior da China “tenham atenção” às intenções de frequentar as universidades locais e que “não acreditem facilmente no anúncio” da empresa. Flora Fong flora.fong@hojemacau.com.mo