Festival de Curtas | “BUBBLE”, de Ellen Wong, ganha Prémio Macau

Chegou ao fim a primeira edição do Festival Internacional de Curtas-metragens de Macau, organizado pelo Instituto Cultural. Com direito a passadeira vermelha, as realizadoras Gunnur Martinsdóttir Schlüter e Ellen Wong, de Macau, levaram os prémios máximos para casa

 

A realizadora local Ellen Wong, que participou no primeiro Festival Internacional de Curtas-metragens de Macau com o filme “BUBBLE”, sagrou-se a vencedora do Prémio Macau no festival que chegou ao fim na sexta-feira. Destaque ainda para a vitória de “FÁR”, realizado por Gunnur Martinsdóttir Schlüter, distinguido com o prémio de Melhor Curta-metragem.
Organizado pelo Instituto Cultural (IC) e patrocinado pela operadora de jogo Galaxy, a cerimónia de encerramento decorreu no recentemente inaugurado Centro Internacional de Convenções Galaxy.

“BUBBLE” integrava o grupo de dez curtas-metragens concorrentes ao Prémio Macau na categoria “Curtas de Macau”, com o objectivo de “reconhecer obras locais de curta-metragem excepcionais”. O filme foca-se na passagem para a vida adulta de Chi Ieng, uma menina que começa a namoriscar com o irmão de uma amiga. Chi Ieng estuda numa escola católica para meninas e, influenciada pela sua amiga Mei Ka, começa a tentar sair da sua zona de conforto da infância para a adolescência, mas acaba por se confrontar com situações que a levam ao desespero e constrangimento.

Ellen Wong é natural de Macau, mas estudou realização na Academia de Cinema de Pequim. Trabalhou em publicidade e esta não foi a sua estreia no mundo da curta-metragem, tendo já lançado para o mercado “Cards”, “One Day” e “Knock At The Door”, entre outros projectos.

Outro grande vencedor no festival foi “FÁR”, uma curta sobre pequenos momentos, como um pássaro bater na janela de um café e interromper o dia-a-dia dos clientes, momentos de descanso, ou uma mulher que se vê- obrigada a escolher entre ignorar a natureza ou reagir a ela.

Com nacionalidade islandesa e alemã, Gunnur Martinsdóttir Schlüter tem-se especializado, no seu trabalho como realizadora, em captar comportamentos e desejos humanos quotidianos. Nascida em Reykjavik, capital da Islândia, e com mais de dez anos de vida na Alemanha, formou-se em direcção teatral na Universidade de Música e Teatro de Hamburgo, continuando a estudar na Universidade de Artes da Islândia.

Filmes de todo o mundo

Um total de 26 curtas-metragens de todo o mundo competiram na secção de competição oficial “Novas Vozes do Horizonte” por quatro prémios. Destaque também para as vitórias de “Greylands”, de Charlotte Waltert e Alvaro Schoeck, que arrecadou o galardão da Melhor Contribuição Técnica. Este filme centra-se na vida difícil nas montanhas suíças, entre um dia de Outono e a primeira noite de Inverno, em que os caçadores se embrenham nas alturas para apanhar os melhores animais. Aí, os seus caminhos vão-se cruzando e também desvanecendo. “Manchas de névoa esbatem as fronteiras entre sonho, imaginação e realidade”, lê-se na sinopse do filme.

Na lista de trabalhos premiados incluem-se ainda “Bogotá Story”, de Esteban Pedrazza, premiado como Melhor Realizador. “The Miracle”, de Nienke Deutz, que ganhou o Prémio de Narrativa Inovadora, enquanto forma de reconhecimento “das contribuições dos jovens cineastas para a arte do cinema”.

O festival incluiu também uma variedade de eventos, além da exibição de filmes, como diversos workshops e conversas com realizadores. De Portugal viajou Bruno Carnide com a sua curta de 2023, “Memórias de uma Casa Vazia”.

O evento distinguiu ainda o trabalho do realizador japonês Shunji Iwai, tendo sido exibidas várias longas e curtas-metragens com a sua assinatura. Na sexta-feira, Iwai esteve em Macau para participar numa conversa com o público e partilhar o processo de produção de “Last Letter”, de 2018, que evoluiu de uma curta-metragem para uma longa-metragem.

Segundo o IC, a primeira edição deste festival “não só proporcionou uma plataforma para exibir o talento de novos cineastas internacionais, mas também fomentou mais oportunidades de troca e aprendizagem entre talentos locais do cinema”.

2 Abr 2024

Cinema | Festival Internacional de Curtas já está a aceitar projectos

A XII edição do Festival Internacional de Curtas de Macau regressa entre os dias 2 e 9 de Dezembro, arrancando hoje a fase de submissão de curtas-metragens e vídeo-musicais a concurso. À semelhança dos anos anteriores, o festival promete exibir os filmes finalistas nas categorias de Ficção, Documentário e Animação, assim como os vídeos-musicais finalistas, seleccionados por um júri internacional.

O festival aceita filmes que tenham sido feitos entre 1 de Janeiro de 2020 e 16 de Junho deste ano, tendo por objectivo “proporcionar aos realizadores internacionais uma plataforma para a troca de experiências profissionais e criativas com os seus pares de Macau”. Em relação aos vídeos-musicais, podem ser submetidos os que foram produzidos entre 1 de Janeiro de 2020 e 20 de Julho de 2021. Em cada vídeo submetido é obrigatório que a canção incluída seja de uma banda de Macau.

A organização considera que o festival tem sido bem-sucedido mas alerta para as dificuldades financeiras decorrentes da pandemia. “A situação pandémica mundial arruinou o tecido económico de todos os países e as poupanças estão a ser utilizadas para a combater. Como era de prever, neste contexto tão especial, o apoio à cultura e à indústria do cinema diminuiu drasticamente, a nível internacional.”

Apesar disso, a organização espera que “o número de submissões às competições SHORTS e VOLUME se aproxime de 2020”, o que irá “permitir incluir excelentes filmes na programação”. No ano passado foram submetidos 4.232 curtas e vídeos musicais, sendo exibidos 169 trabalhos distintos.

16 Mar 2021

Festival de curtas-metragens | Jacky Cheong estreia “Majestosa Macau” no domingo 

O cartaz do fim-de-semana do Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau inclui cinema de Macau. No domingo será dia da estreia do documentário de Jacky Cheong, intitulado “Majestosa Macau”, que não é mais do que um retrato dos bastidores do sarau cultural de celebração dos 20 anos da RAEM. No sábado será exibido “The Handover” [A Entrega], de Maxim Bessmertny

 

[dropcap]O[/dropcap] Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau apresenta este domingo o documentário “Majestosa Macau”, da autoria de Jacky Cheong. Com cerca de 25 minutos de duração, este documentário revela os bastidores do sarau cultural que subiu aos palcos a 19 de Dezembro do ano passado e que serviu para celebrar os 20 anos da RAEM.

“É um documentário sobre o processo pelo qual a equipa passou, desde a preparação, ensaios e o espectáculo. ‘Majestosa Macau’ foi o nome dado ao programa que incluía um espectáculo de kung fu combinado com um recital com crianças.”

Jacky Cheong recorda os desafios que teve de ultrapassar para realizar o documentário. “O tempo escasseava e precisamos acompanhar os treinos e os ensaios várias vezes. Queríamos mostrar às pessoas para que estas soubessem mais sobre os participantes de Wushu e a situação através deste filme”, adiantou.

O realizador contou com a colaboração de Jia Rui, ex-atleta de Wushu, que trabalhou na organização do sarau cultural. “Jia Rui encontrou-se comigo para gravar o programa, desde o início até ao espectáculo, para que deixássemos um documentário para as pessoas. Penso que ele acreditou que o ‘Majestosa Macau’ iria transmitir um sentimento forte e que seria transmitida a ideia de que Macau é um bom sítio para a aprendizagem do Wushu.”

Recorde-se que este sarau cultural contou com a presença do Presidente Xi Jinping e realizou-se, no dia 19 de Dezembro de 2019, na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental de Macau. O espectáculo, que teve como tema “A Minha Pátria e Eu”, contou com várias performances musicais e actuações da dança do leão, além das artes marciais.

Jacky Cheong co-fundou a produtora IRMO em 2014, trabalhando hoje como realizador videógrafo. Ao longo da sua carreira participou em produções diversas como anúncios publicitários, micro-filmes, documentários e curtas-metragens.

Regresso do “The Handover”

No sábado é a vez de o público de Macau voltar a ver “The Handover” [A Entrega], uma curta-metragem com 31 minutos de duração realizado por Maxim Bessmertny. A curta-metragem, escrita em parceria com Jorge Vale, relata o dia-a-dia de um casal que luta contra o tempo para deixar a casa limpa antes que o senhorio chegue para fazer a inspecção geral ao apartamento.

Ao HM, Maxim Bessmertny recordou um processo fílmico que foi, acima de tudo, “divertido”.
“Foi um projecto muito interessante e divertido que surgiu quando estava na Rússia, à espera de desenvolver o meu próximo filme. Comecei a fazer isto com o Jorge Vale e tivemos um período muito divertido a escrever o filme, pois temos gostos semelhantes na área do cinema. O Jorge tinha escrito o guião com um casal português, mas sugeri cortar o guião, de 40 para 27 páginas, e o casal passar a ter uma rapariga chinesa e um rapaz português.”

“The Handover” é também um filme auto-biográfico, confessou o realizador. “Tirei coisas da minha vida, e pela primeira vez aconteceu ser algo mais auto-biográfico do que aquilo que estava à espera.”

“Este filme é sobre o dia-a-dia de um casal que tem de se mudar e é um pesadelo, um período muito stressante. E quando não se fala chinês o stress é ainda maior, o que é o caso de Miguel, o personagem principal. Para ele é um dia muito difícil”, acrescentou Maxim, para quem a presença em festivais, e sobretudo no Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau, é sempre importante.

“Já exibi este filme quatro vezes em Macau e obtive sempre reacções muito diferentes, o que é muito divertido. Mesmo que seja uma história longa, de 31 minutos, o que senti na última exibição é que o público acompanhou a história e tudo correu bem. Fiquei muito surpreendido, estava nervoso.”

2 Dez 2020

Cinema | Festival Internacional de Curtas-Metragens começa na próxima terça-feira 

Começa na próxima terça-feira, dia 1 de Dezembro, mais uma edição do Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau. Até ao dia 8, o público poderá ver cinema europeu e asiático de vários géneros, que vão desde a animação ao documentário, além do cinema feito em Macau. Este sábado, o festival chega à cidade do Porto, em Portugal, por iniciativa da OPPIA – oPorto Picture Academy

 

[dropcap]A[/dropcap] edição deste ano do Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau, promovido pela Creative Macau e Instituto de Estudos Europeus de Macau, começa na próxima terça-feira, dia 1 de Dezembro, no Teatro D. Pedro V. Nesse dia, às 17h30, actua, no palco do teatro, a banda local Blademark, seguindo-se uma exibição de duas curtas-metragens: “Amore, Non é Como Pensi”, de Sergiy Pudich e “Summertime”, de Andra tévy.

No dia 2 de Dezembro é a vez de dar destaque ao cinema iraniano, com a secção “Expanded Cinema: Modern Cinema – Iranian Short Films”, que começa às 14h.

A primeira película a ser exibida é “Ant’s Apartment”, de Tofiq Amani, filmado em 2014 nos desertos do Iraque. Trata-se da história de uma família de três membros que moram num apartamento de formigas nos desertos do Iraque no período do pós-guerra. Tofiq Amani nasceu no Curdistão em 1981 e estudou cinema na Sociedade de Cinema Jovem Iraniano, em 2004. Em 2006, realizou o seu primeiro filme, “Goli Paraw”. Nessa tarde, o Festival Internacional de Curtas-metragens de Macau exibe ainda os filmes “You’re Still Here”, “The Silence”, “Wine”, “Slaugtherhouse” e “The Last Sin”. A secção destinada ao cinema iraniano acontece também nos restantes dias do festival.

A partir das 16h serão exibidos uma série de documentários, incluindo o português “Aegean”, de Tomás Barão da Cunha. Filmado o ano passado, este documentário aborda a crise dos refugiados na costa do mar Egeu. Seguem-se os documentários “Letters from Prison”, “Who Killed Chiquito Chaves?”, “Mud Road” e “Someone Else – The Story of Titus Gandy”.

O programa do dia 2 de Dezembro completa-se ainda com a exibição de curtas-metragens de animação, a partir das 17h30, onde se inclui a curta de Taiwan “Uma Aventura no Comboio”, do realizador Hsiao-Shan Huang.

UM em destaque

O cartaz do dia 3 de Dezembro destaca a produção cinematográfica local. A partir das 16h serão exibidas várias curtas-metragens inseridas na secção “Expanded Cinema: Film School – University of Macau”, com títulos como “A Decision”, “Anti-Vírus Diary” ou “Coffee in a Pop Bottle”, entre outros.

No dia 6 de Dezembro chegam mais documentários, com destaque para “Majestosa Macau”, do realizador local Jacky Cheong. O documentário, realizado este ano, foi filmado para celebrar os 20 anos da criação da RAEM e o aniversário da transferência de soberania do território.

O último dia do festival, marcado para 8 de Dezembro, destina-se à exibição dos filmes vencedores desta edição e à realização da gala de atribuição dos prémios. Destaque ainda para o concerto de Hoi Lei Lei, às 17h30 no Teatro D. Pedro V.

Antes do arranque do evento em Macau, a cidade do Porto, em Portugal, recebe este sábado uma extensão do festival em colaboração com a OPPIA – oPorto Picture Academy.

Serão exibidos os filmes “Skin”, de Guy Nattiv; “Dante vs. Mohammed Ali”, de Marc Wagenaar; bem como o documentário “Histórias de Lobos”, de Agnes Meng, que estará presente no evento. Será também exibida uma curta-metragem de animação de Macau, intitulada “The Lighthouse”, da autoria de Jay Pui Weng Lei. A projecção dos filmes no Porto termina com “Hold On”, de Bart Schrijver, da Holanda.

Segundo uma nota divulgada pela OPPIA, trata-se de uma “selecção muito exclusiva de filmes premiados neste prestigiado festival internacional”. Esta não é a primeira vez que a OPPIA trabalha em parceria com a organização do festival, pois o ano passado estreou os filmes do VIII Douro Film Festival em cine-concerto na abertura da 11ª edição do festival, no Teatro D. Pedro V. Além disso, o director da OPPIA – Douro Film Festival, Cristiano Pereira, já fez parte do júri em duas edições do festival de Macau.

26 Nov 2020