Espionagem da China na União Africana? “Absurdo”, diz embaixador da China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] embaixador da China na União Africana (UA) classificou de absurda a conclusão de uma investigação do jornal francês Le Monde que indica que Pequim espiou, pelo menos entre 2012 e 2017, a sede daquela organização, em Adis Abeba.

“Eu acho esta uma história sensacional, mas também completamente falsa e sem sentido”, afirmou Kuang Weilin, citado pela agência France-Presse, à margem da cimeira da organização. Segundo o embaixador, o artigo em questão, publicado na sexta-feira pelo Le Monde, “prejudicará a imagem do jornal”, mas não a relação entre China e África.

Citando várias fontes internas na UA, o Le Monde assegurou que os informáticos da organização constataram há cerca de um ano que o conteúdo dos servidores da Internet da UA foi transferido para outros servidores na cidade chinesa de Xangai. As mesmas fontes dizem que essas transferências ocorreram desde 2012, após concluída a construção do novo edifício da UA, que foi oferecido pela China. Os servidores da UA foram alterados em 2017, quando essa falha no sistema foi descoberta.

O Le Monde acrescenta que, após ter sido exposta a transferência dos dados para a China, especialistas da Etiópia em segurança descobriram microfones escondidos nas mesas e paredes das salas da sede. O primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn, negou, entretanto, as informações avançadas pelo Le Monde, insistindo na importância das relações com a China. “Não há nada para espiar, não acredito”, afirmou.

30 Jan 2018

Espionagem | Americana condenada a três anos e meio de prisão

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal chinês condenou a cidadã norte-americana Sandy Phan-Gillis a três anos e meio de prisão por espionagem e revelação de segredos de Estado, informou ontem o jornal de Hong Kong South China Morning Post.

Phan-Gillis, de 55 anos, foi detida em Março de 2015, quando acompanhava uma delegação de empresários de Houston, cidade do Estado norte-americano do Texas, e tentou entrar na China continental através de Macau.

A norte-americana encontra-se num centro de detenção e não planeia recorrer da sentença, segundo John Kamm, director da Fundação Dui Hua, uma organização não-governamental especializada em seguir casos de presos na China.

O período que Phan-Gillis passou detida corresponde a mais de metade da pena a que agora foi condenada pelo Tribunal Popular Intermédio de Nanning, pelo que pode obter já liberdade condicional e ser deportada.

Uma porta-voz da embaixada dos Estados Unidos em Pequim explicou ao jornal que o julgamento decorreu à porta fechada e que um funcionário consular foi impedido de assistir.

Normas de lado

No ano passado, o grupo das Nações Unidas para as detenções arbitrárias criticou a China por não ter respeitado “as normas internacionais relativas ao direito a um julgamento justo e à liberdade e segurança”.

Phan-Gillis permaneceu durante seis meses num lugar secreto e mais tarde foi transferida para um centro em Guangxi, província no sudoeste do país.

A sua detenção só foi anunciada em Setembro de 2015, quando as autoridades chinesas revelaram que a suspeita “pôs em perigo a segurança nacional”.

A norte-americana tem origens no sul da China, mas nasceu no Vietname.

Numa carta enviada desde a prisão, a mulher assegurou que a sua detenção teve motivações políticas e não criminais.

27 Abr 2017

Taiwan | Detido ex-estudante chinês por espionagem

“Foram registados 55 casos de espionagem desde 2008, mas esse número é só a ponta do iceberg… A China enviou numerosos agentes para infiltrar a nossa sociedade e governo”, disse um investigador do Ministério Público citado pelo jornal Taipei Times

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] primeira detenção em Taiwan de um cidadão chinês, que estudou na ilha até há poucos meses, desencadeou novas tensões com a China e o endurecimento da luta contra-espionagem em Taiwan.

Zhou Hungxu, de 29 anos e antigo estudante das universidades taiwanesas de Tamkang e Chengchi desde 2009 até Julho de 2016, foi detido e acusado de espionagem na sexta-feira, encontrando-se incomunicável, segundo um tribunal de Taipé.

Zhou voltou a Taiwan no mês passado com um visto de “investimentos e negócios” para trabalhar numa empresa de Taipé e na sua página de Facebook, que conta com mais de 1.400 amigos, podem ver-se numerosas fotografias em diversos locais de Taiwan e variados tipos de eventos.

Os investigadores taiwaneses dizem que Zhou ofereceu a um diplomata taiwanês dinheiro e uma viagem com tudo pago ao Japão em troca de informação classificada, que devia entregar nesse país a um contacto chinês.

O Ministério Público de Taiwan afirma que Zhou trabalha para o Gabinete de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado da China, que o enviou para a ilha para fazer contactos e estabelecer uma rede de espionagem de estudantes e funcionários.

“Foram registados 55 casos de espionagem desde 2008, mas esse número é só a ponta do iceberg… A China enviou numerosos agentes para infiltrar a nossa sociedade e governo”, disse um investigador do Ministério Público citado pelo jornal Taipei Times.

A primeira vez

Zhou é o primeiro chinês que estudou em Taiwan a ser acusado de espionagem, um caso que desencadeou alerta no governo, já que na ilha há mais de 36.000 estudantes chineses e o território é visitado anualmente por mais de três milhões de turistas daquele país.

Na maioria dos casos, os acusados em Taiwan de espionagem a favor da China são oficiais ou ex-oficiais da Defesa ou Serviços Secretos da ilha.

O primeiro-ministro taiwanês, Lin Chuan, apelou na sexta-feira a “tomar medidas preventivas” para lutar contra a alegada espionagem chinesa, incluindo “a criação de um sistema de defesa” específico.

Pequim considera Taiwan uma província chinesa e defende a “reunificação pacífica”, mas ameaça “usar a força” caso a ilha declare independência.

13 Mar 2017