Escola Portuguesa | Miguel de Senna Fernandes antevê futuro risonho

O novo director da Escola Portuguesa de Macau deverá ser recrutado em Portugal. O conselho de administração da fundação que gere a escola irá incluir José Basto da Silva, Patrícia Ribeiro e Raul Capaz Coelho, enquanto José Sales Marques sai de cena. Miguel de Senna Fernandes, vice-presidente da fundação, está optimista quanto ao futuro da escola

 

Os órgãos de gestão da Escola Portuguesa de Macau (EPM) estão numa fase de mudança. Depois da reforma e saída de Manuel Machado, o novo director da escola deverá ser recrutado em Portugal, noticiou a TDM – Rádio Macau. O novo dirigente deverá ser “um profissional com experiência na liderança de escolas portuguesas no estrangeiro”.

Enquanto isso, para o conselho de administração da Fundação da EPM (FEPM) também se registam alterações, com Miguel de Senna Fernandes, em representação da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), a entrar para a vice-presidência, ao lado do presidente Jorge Neto Valente.

Ao HM, Miguel de Senna Fernandes confirma o novo cargo e diz esperar um futuro risonho para a escola. “Estamos a trabalhar para uma causa comum, que é levar a EPM a bom porto. Esta não é uma escola portuguesa qualquer, tem características próprias, a começar por ser uma escola de Macau. A EPM não deve ser olhada como uma mera manifestação do Estado português, embora este tenha uma intervenção importante na sua gestão.”

O vice-presidente diz que os novos gestores não devem esquecer-se “de fazer valer os interesses de uma escola que é de Macau, independentemente do pendor internacional que possa vir a ter”. Olhando para os últimos anos, Miguel de Senna Fernandes disse que a escola “tem vindo a trilhar um bom caminho, com os alunos a ter bons resultados”. “Auguro uma nova etapa com uma boa liderança”, frisou.

O responsável adianta que a FEPM “nunca deixou de trabalhar com transparência” e sempre cumpriu os estatutos. “Quaisquer modificações que venham a surgir na EPM ainda não foram discutidas, mas adivinha-se que venha a ser um projecto válido por muitos anos. A escola está a sofrer modificações estruturais, mas está no bom caminho.”

Sales Marques saiu

Ainda relativamente ao conselho de administração, o HM confirmou que José Sales Marques deixou o órgão, terminando o seu mandato na segunda-feira. O economista não quis, para já, comentar a sua saída, tendo desejado “sucesso” ao novo conselho de administração.

Por sua vez, José Basto da Silva, presidente da Associação dos Antigos Alunos da Escola Comercial Pedro Nolasco, foi convidado para integrar o conselho de administração. A TDM Rádio – Macau avançou ainda que Patrícia Ribeiro, presidente do Instituto Português do Oriente, e Raul Capaz Coelho, foram nomeados pelo ministro da Educação português, João Costa.

A FEPM, que reuniu terça-feira, fez também um convite a Manuel Viseu Basílio para presidir ao Conselho Fiscal, enquanto no conselho de curadores se mantém os nomes de Edith Silva, antiga directora da EPM, Jorge Rangel, presidente do Instituto Internacional de Macau, os advogados Rui Cunha e Amélia António e ainda o presidente da Santa Casa da Misericórdia de Macau, António José de Freitas. Leonel Alves está de saída da FEPM, tendo sido convidado o académico Francisco José Leandro para integrar o conselho de curadores. Ao HM, o académico disse apenas ser “muito prematuro para fazer qualquer declaração até o processo estar terminado”.

13 Out 2023

Falta de informações e ausência de aulas online preocupam pais da Escola Portuguesa de Macau

A falta de informação quanto a planos lectivos e aulas online preocuparam alguns pais de alunos da Escola Portuguesa de Macau. Após contactada pelo HM, a direcção da escola comunicou aos pais que as aulas online arrancam na sexta-feira

[dropcap]A[/dropcap]lguns encarregados de educação da Escola Portuguesa de Macau (EPM) ficaram agastados com a falta de informações e planeamento sobre o decorrer das aulas. A situação foi explicada, ao HM, por pais que pediram para não ser identificados e pelo presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Portuguesa de Macau (APEEEP), numa altura em que ainda não tinha sido comunicado que as aulas são retomadas na sexta-feira, no formato online.

Segundo foi relatado ao HM, desde que as escolas foram encerradas, e durante a Semana Dourada, estava previsto que até ontem não houvesse aulas presenciais, mesmo sem novos casos de covid-19. Os planos iniciais apontavam o dia de hoje como a data de regresso à escola.

No entanto, ontem antes das 19h a direcção da escola ainda não tinha comunicado com os pais.

Nessa altura, já tinham sido publicados os despachos do Chefe do Executivo a encerrar serviços públicos e espaços de entretenimento.

“É inconcebível que ainda não haja aulas online a decorrer e que não tenhamos informações sobre como vão decorrer as aulas a partir de amanhã [hoje]”, relatou um pai, ao HM. “É inconcebível voltarmos a estar nesta situação [depois de se ter verificado o mesmo no ano lectivo passado]. Já devia haver um plano para que quando houvesse suspensão das aulas presenciais o ensino online pudesse arrancar logo”, acrescentou.

O encarregado de educação comparou ainda a EPM com outras escolas internacionais, como a Escola das Nações, The International School e o Colégio Anglicanos de Macau, onde afirmou que as aulas online arrancaram na semana passada. “Nas outras escolas vimos que as aulas arrancaram imediatamente, como já tinha acontecido no ano lectivo passado. Só a EPM é que não adoptou logo o sistema de ensino online”, lamentou. “A EPM tem de começar a dar prioridade aos alunos, que não podem ficar prejudicados”, frisou.

Atrasos preocupam

Ao HM, também o presidente da APEEEP se mostrou preocupado com a falta de informações. “Confirmo que não está a haver aulas online e apenas alguns professores têm enviado trabalhos de casa. Não há uma rotina comum a todos os professores e efectivamente estamos preocupados”, começou por explicar Filipe Regêncio Figueiredo.

O responsável apontou que a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) deixou ao critério das escolas encontrarem uma solução para as aulas. Nessas orientações foi recomendado que as aulas só fossem retomadas após o fim do teste a toda a população, marcado para amanhã.

No entanto, o presidente da APEEEP lamentou que ontem os pais ainda não soubessem o que estava a ser planeado pela direcção. “Era bom que os planos [sobre as aulas] fossem comunicados aos encarregados de educação, para sabermos o que estão a pensar fazer”, indicou. “Até as orientações que têm sido recebidas têm vindo apenas dos directores de turma. Nem essas informações são uniformes”, destacou.

Apesar da falta de informação, Filipe Regêncio Figueiredo considerou que a situação mais preocupante é dos alunos que têm exames nacionais: “Se em Portugal não há suspensão de aulas, e os exames vão ser iguais para todos, temos um problema grave que afecta os alunos de Macau, porque há o risco de as matérias avaliadas não serem todas leccionadas”, explicou.

Informação aos pais

Confrontado com as queixas dos pais, o director da EPM, Manuel Peres Machado, considerou que a escola tem seguido as orientações Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). “As queixas não têm fundamento porque seguimos as orientações da DSEDJ”, considerou.

Ainda assim, o director da EPM prometeu que até ao final de ontem seria emitido um comunicado. “Posteriormente, sairá uma comunicação sobre esse assunto. Não vou acrescentar informação, porque quero que sejam os pais a saber primeiro”, afirmou.

Horas depois, por volta das 19h, a EPM enviou um comunicado aos pais a informar que, salvo indicações em contrário, as aulas começam online na sexta-feira, com os horários a serem facultados pelos docentes directores de turma.

6 Out 2021

Nota da redacção

 

Na sequência da polémica sobre o acompanhamento das queixas que a Inspecção-Geral da Educação e Ciência está a dar aos casos noticiados sobre a Escola Portuguesa de Macau (EPM), vimos por este meio esclarecer o leitor quanto à verdade dos factos.

Na edição de 3 de Abril fizemos capa e publicámos na página seis um artigo que dava conta da análise e tramitação das queixas recebidas pela Inspecção-Geral da Educação e Ciência sobre os casos de violência, alegadamente, ocorridos na EPM. Utilizámos a expressão “investigação” no sentido lato, não no sentido técnico-jurídico do termo e citámos a fonte afecta ao Ministério da Educação correctamente, respeitando escrupulosamente os nossos deveres deontológicos e éticos. Como se pode confirmar no email que publicamos nesta página, foi-nos, de facto, facultada a informação de que a Inspecção-Geral da Educação e Ciência estava a seguir os casos. Não mencionámos a fase em que o processo se encontrava e, como se pode comprovar na imagem em anexo, com a data de ontem, estão “já em curso as notificações necessárias, [e] diligenciar-se-á com vista ao apuramento do participado”.

Não fazemos jornalismo movido pela emoção, animosidade ou simpatia. Não fazemos o cálculo se uma notícia é agradável, ou desagradável, esse não é o nosso trabalho, nem a nossa vocação. Se o Estado português está, oficialmente, a averiguar factos ocorridos numa das maiores instituições portuguesas em Macau isso é, naturalmente, notícia.

12 Abr 2018

Ensino | Lou Pak Sang é o senhor que se segue à frente da DSEJ

Depois de quase sete anos à frente da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, chegou a hora da directora Leong Lai se aposentar. Lou Pak Sang, antigo vice-director dos serviços desde que a sua antecessora tomou posse, passa a liderar o departamento do Executivo que detém a pasta do ensino

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á mais de três décadas que a vida de Lou Pak Sang tem sido dedicada ao ensino. Ontem, o Chefe do Executivo oficializou aquilo que já se sabia. Lou Pak Sang é o novo director da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), depois de ocupar o cargo de vice-director durante sete anos.

De acordo com o despacho publicado ontem no Boletim Oficial, o novo líder da DSEJ terá uma comissão de serviço com duração de dois anos, a partir do próximo dia 7 de Fevereiro.

Entre 1987 e 1997, Lou Pak Sang foi docente do ensino secundário luso-chinês. Após uma década nas salas de aula, o novo director da DSEJ passou a ser inspector escolar até 2000, altura em que viria a ser promovido a coordenador de inspecção escolar, cargo que ocupou durante 9 anos. Findos os anos de inspecção, Lou Pak Sang trabalhou na assessoria do gabinete do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura durante dois anos, saindo em 2011 para ocupar o cargo de subdirector da DSEJ.

Paul Chan Wai Chi relaciona-se com o novo líder dos serviços de educação há mais de dez anos. “Conheço o Sr. Lou há muito tempo, é uma pessoa muito trabalhadora e penso que dará um bom director”, conta o ex-deputado e professor do ensino secundário.

“É um homem com grande devoção às crianças e à educação. Espero que seja bom para a nossa educação e juventude”, remata Paul Chan Wai Chi.

Leong Vai

O presidente da direcção da Escola Portuguesa de Macau (EPM), Manuel Machado, antecipa a mudança no cúpula da DSEJ como “a continuidade de relações profissionais que têm corrido sempre da melhor maneira”. Ao longo dos tempos em que foi vice-director da DSEJ, Lou Pak Sang pautou a sua relação com a direcção da EPM “sempre com grande afabilidade e carinho”.

No que diz respeito ao futuro Manuel Machado espera que Lou Pak Sang “siga a linha da anterior directora”.

Em relação a Leong Lai, o presidente da direcção da EPM confessa que é alguém por quem tem “uma especial consideração, carinho e amizade e que conhece há quase 30 anos”. A relação profissional remota à década de 1990 e desde que ambos ocuparam a liderança, tanto da EPM como da DSEJ, a ligação entre as duas instituições tem se pautado por uma “grande proximidade”. Além de fazer um balanço “francamente positivo” do consulado de Leong Lai, Manuel Machado revela que a ex-directora da DSEJ sempre demonstrou “atenção e carinho, procurando ajudar a resolver os problemas, dos mais simples aos mais complexos”.

Em relação a Leong Lai, o ex-docente Paul Chan Wai Chi limita-se a referir que esta “é uma boa altura para se reformar”, desejando à ainda directora da DSEJ uma boa vida de aposentada.

Obras de ampliação da EPM ainda sem prazo para terminar

[dropcap style≠’circle’]”A[/dropcap]s obras de ampliação estão a ser tratadas a nível do conselho administrativo e da Fundação da Escola Portuguesa de Macau, estão a ser resolvidas nos locais próprios e a andar ao seu ritmo”, explica Manuel Machado, presidente da direcção da EPM. Para já, não existe um prazo para a conclusão das obras de ampliação. Entretanto, a Escola Portuguesa tem feito obras de manutenção geral do edifício, algo que é feito todos os anos, e que se circunscreve às instalações eléctricas, canalizações e paredes. “Um edifício escolar sofre um desgaste natural relativamente grande ao longo do ano”, explica o presidente.

1 Fev 2018

Frio | EPM proíbe alunos de entrar na escola sem uniforme

Uma nota da direcção da Escola Portuguesa de Macau no Facebook proibia os alunos de entrarem nas instalações sem o uniforme, depois destes terem usado roupas normais na segunda-feira. Na prática a ordem não se verificou, tendo sido distribuídas peças suplentes do uniforme

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Escola Portuguesa de Macau (EPM) decidiu proibir a entrada aos alunos nas instalações da instituição de ensino que não tivessem o uniforme vestido. A informação constava numa nota publicada na página oficial do Facebook da instituição, que ditava que a ordem era para ser cumprida a partir de ontem.
“Notou-se um abuso por parte de alguns alunos relativamente à ausência de uniforme, trocando as peças do mesmo por outras bem mais ligeiras, no dia 25 de Janeiro. No dia 26, terça-feira, todos os alunos deverão vir devidamente uniformizados, sendo permitido apenas um agasalho mais forte. Quem não cumprir esta directiva irá a casa vestir-se de acordo com a mesma e só depois poderá permanecer na escola”, pode ler-se na nota assinada pela direcção.
Ao HM, o presidente da Associação de Pais da EPM, Fernando Silva, confirmou a existência de um “pequeno desentendimento entre a escola e os estudantes” e referiu que poderia abrir-se uma excepção. “Hoje [ontem] avisaram que os alunos não entravam se não levassem os uniformes por baixo de roupas mais quentes. Se me pergunta, acho que a escola tem problemas mais graves para resolver. Nestes dias [de frio], que são poucos, esta questão podia entrar no esquecimento e podiam dizer para pôr uma roupa mais quente. Abria-se uma excepção”, frisou.
Apesar de garantir que a associação não recebeu queixas de pais, a verdade é que o HM teve conhecimento da mãe de uma aluna que ponderou fazer queixa da decisão caso a entrada da sua filha não fosse aceite na EPM no dia de ontem, algo que não veio a acontecer.
Zélia Mieiro, vice-presidente da EPM, confirmou ao HM que nenhum aluno foi proibido de entrar na escola e que, afinal, foram fornecidas peças de uniforme suplentes. “A escola e a associação de pais têm peças de uniforme suplentes e os que não vinham de acordo com as regras (uniforme por debaixo de agasalhos quentes) tiveram de trocar a roupa que traziam e vestir as peças que lhes foram entregues. Depois seguiram para as aulas”, disse.

DSEJ emitiu ordem

O caso começou depois da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) ter emitido um aviso em Chinês para que as instituições de ensino mantivessem o uso dos uniformes durante a semana, apesar do mau tempo. “A DSEJ publicou um aviso só em Chinês para alertar as escolas que tivessem cuidado com as baixas temperaturas e referiam que os alunos fossem mais agasalhados, mas com roupas por cima do uniforme. Sei que ontem (segunda-feira) alunos não levaram o uniforme e isso não é aceitável. Iam com roupas normais que não tinham nada a ver com a escola”, explicou Fernando Silva. “Pessoalmente, como presidente da associação de pais, enviei o aviso traduzido, porque a direcção da escola não sabia de nada e perguntei o que iriam fazer. O que a escola impôs é que por cima do uniforme pudessem usar agasalhos ou casacos. Esta é uma questão da escola, pessoalmente acho que o aluno se for bem agasalhado e levar o uniforme por baixo não terá problemas”, acrescentou o presidente da associação de pais.

Mudanças a caminho

Na calha, indicou ainda Zélia Mieiro, estão alterações às roupas da escola. “Temos tido problemas na execução dos modelos escolhidos e temos estado a fazer algumas adaptações que terão de estar concluídas antes do Ano Novo Chinês, para conseguirmos concretizar o nosso projecto, de modo a que no ano lectivo de 2016/2017 os alunos do 1º, 5º, 7º e 10º anos possam começar o ano com uniformes novos e do agrado deles”, disse ainda ao HM.

27 Jan 2016