Hoje Macau Manchete SociedadeTurismo em Macau continua a crescer, mesmo com a pandemia Reportagem de Miguel Mâncio e Candice Lok, da agência Lusa O turismo em Macau continua a subir progressivamente e os visitantes ouvidos pela Lusa disseram que escolheram o território para viajar na popular semana de férias chinesa devido aos descontos promovidos e porque é um destino seguro de covid-19. Segundo dados oficiais, entre 1 e 5 de Maio visitaram o território 167 mil pessoas e os hotéis registaram uma taxa de ocupação de 83,5%. O número médio diário de passageiros aumentou 25,4% em relação a abril. No primeiro dia do mês, Macau bateu o recorde diário de visitantes desde o início da pandemia com 45.000 pessoas a chegarem ao território. O anterior recorde tinha sido registado no dia 16 de abril (34.353 visitantes). “O volume de passageiros e a taxa de acomodação aumentaram significativamente”, apontaram as autoridades. Ainda assim, o número diário de visitantes nestes feriados encontra-se a 21,1% do registado no último ano antes da pandemia. Stephen Anderson, dono do restaurante/bar Cathedral Café, contou à Lusa que nota mais gente nas ruas, principalmente jovens ansiosos “pela comida tradicional portuguesa, vinho e arquitetura”. “Vemos uma multidão mais jovem, com cerca de 20 e poucos anos de idade, e isso é mais vibrante. Eles teriam ido para Lisboa, teriam ido para Sydney, teriam ido para Banguecoque, mas como não podem ir, por agora, Macau é uma alternativa muito positiva”. Lu e Wang, duas amigas de 25 e 24 anos, da província oriental de Jiangsu, perto de Xangai, escolheram Macau para passar as férias na 1.ª Semana Dourada do ano, período em que os chineses têm feriados de 01 a 05 de maio, porque sentem que o território fez um ótimo trabalho na prevenção da covid-19. Há mais de 400 dias que Macau não regista qualquer caso local de covid-19, sendo considerada uma das regiões mais seguras do mundo em relação à pandemia de covid-19. Contabilizou apenas 49 casos, não tendo registado até hoje nenhuma morte causada pela covid-19. “Claro que só viemos para Macau com base na situação de Macau ser muito seguro”, contou à Lusa Wang, quando passeava com a sua amiga pelas pedras de calçada portuguesa na famosa Praça do Leal Senado, no coração do centro histórico do antigo território administrado por Portugal. Os visitantes provenientes da China continental não precisam de fazer quarentena ao entrar em Macau, e vice-versa, graças ao sucesso no controlo da pandemia. O que não acontece ainda com o vizinho Hong Kong, que apesar dos bons resultados, ainda regista diariamente casos de covid-19. “Porque a emissão do salvo-conduto está suspensa em Hong Kong, e Macau fez um trabalho melhor nas medidas da prevenção da epidemia, por isso, podemos entrar e viajar mais livremente”, explicou Lu. A poucos metros do Leal Senado, Poon, responsável pela loja de bolos Poon Vai Kei, notou que há um aumento significativo de turistas: “Esta rua tem mais turistas a passear, mais do que antes”, afirmou à Lusa. Entre os milhares de turistas chineses no centro histórico de Macau encontravam-se também duas jovens de Xangai, Su e Sun, que admitem ter vindo a Macau porque é, neste momento, o destino mais conveniente, seguro e com preços mais atractivos. “Quando chegamos aqui, descobrimos que realmente todas as pessoas aqui usam máscaras quando saem, por isso ainda nos sentimos mais seguros”, explicou à Lusa Su, de 25 anos. “Em Xangai, quando fazemos o teste de ácido nucleico, podemos receber o relatório no dia seguinte. Com o resultado permitimo-nos ficar em Macau por sete dias, porque a validade é sete dias, é muito conveniente, por isso, escolhemos vir aqui”, justificou a amiga Sun, de 29 anos, acrescentando que o facto de a Air Macau ter voos diretos para o território e de não ser necessário a quarentena ajudou, em muito, a tomada de decisão. As autoridades de Macau, juntamente com a Air Macau e outras instituições, têm promovido descontos em bilhetes de avião e estadia e têm realizado várias promoções turísticas em cidades, a próxima a ser realizada entre 13 e 17 de maio, em Nanjing, mostrando-se como “destino saudável e seguro” de covid-19. A mensagem parece estar a chegar: “a Direcção dos Serviços de Turismo de Macau, fortalece as medidas relativamente benefícios para os visitantes do Interior da China, incluindo hotel e bilhete de avião”, explicou Sun. Um pouco por todo o centro da cidade eram visíveis campanhas promovidas pelo turismo de Macau para que os turistas pudessem ter descontos em vários estabelecimentos através de um código QR. “Agora há algumas políticas em Macau, como os bilhetes de avião, compre um e receba um grátis, e os 50% de vales de desconto de hotel, era um bom negócio, por isso escolhemos Macau em primeiro lugar”, concluiu Su.
João Romão VozesFuturos que tresandam a passado Há ironias assim: instalou-se no planeta a pandemia de covid-19 pouco tempo depois de ter sido convidado a contribuir com um capítulo para um livro sobre turismo em áreas protegidas do Mediterrâneo na era do “overtourism” (“Mediterranean Protected Areas in the Era of Overtourism”, publicado pela Springer, para quem possa interessar). Ainda não tinha sequer começado quando fui confrontado com esse paradoxo de me propor escrever sobre “demasiado turismo” quando a actividade turística estava bloqueada (ou quase). A solução para o aparente imbróglio havia de ser simples: na realidade, as consequências problemáticas do “turismo a mais” ou do “turismo a menos” têm a mesma origem: o excesso de turismo nas economias locais e regionais. Na origem do convite estava um projecto relativamente longo a que dediquei alguns anos de investigação e que incluiu, entre outros tópicos mais ou menos relacionados, uma análise da relação entre os recursos naturais das regiões europeias e a sua dinâmica turística, quer em termos do número de visitantes, quer em termos do valor acrescentado gerado para as economias locais. Muito frequentemente a procura turística e a riqueza gerada nos destinos estão longe de ser a mesma coisa. Logo na recolha de informação tive a primeira surpresa, quando compilei os dados sobre a percentagem do território de cada região classificada como zona protegida no âmbito da rede europeia “Natura 2000”, que define regras e critérios comuns para todas as regiões da UE. Apercebi-me então da magnífica liderança das regiões mediterrâneas, sendo relativamente frequente encontrar mais de um terço do território sob a alegada protecção desta forma de classificação e certificação ambiental. Entre as mais de 200 regiões que observei, as que tinham mais de um quarto da sua área inscrita na Rede Natura eram quase todas portuguesas, espanholas, francesas, italianas ou gregas. Não tenho conhecimentos suficientes de biologia para afirmar se esta diferença se deve a efectivas diferenças na biodiversidade e na importância dos recursos naturais de cada região, se é o resultado do excesso de zelo legislativo que é frequentemente reconhecido nesta zona do Sul da Europa e que nos faz ser (re)conhecidos como “os bons alunos” da União Europeia, os pobrezinhos mas honrados europeus que traduzem com mais abnegação do que os legisladores as leis e normativas, mas que pouco ou nenhum poder temos para influenciar. Não me surpreenderia que assim fosse, mas nem era esse o meu assunto nem eu sou pessoa habilitada para o estudar com a seriedade que o tema merece. Também não é meu assunto avaliar se essa generosa integração de territórios na Rede Natura (entre um quarto e um terço, em geral, mas chegando a ultrapassar os 40%) contribui para uma certa forma de ordenar o território ainda muito enraizada em Portugal: um ordenamento que em grande medida não se faz pela afirmação de uma estratégia de utilização de espaços e recursos, mas pela sua negação e proibição: quer a reserva ecológica, quer a reserva agrícola existentes no nosso ordenamento territorial, para lhe chamar alguma coisa, têm funcionado mais como formas de limitar a expansão urbana e os processos de construção, do que como formas de planear, proteger e valorizar a natureza ou as práticas agrícolas. Um dos resultados é ter um território ordenado e regulamentado por excepções, abertas em nome de superiores interesses nacionais e outras figuras jurídicas de relevo, após longos e penosos processos jurídicos e administrativos, para que se possa eventualmente vir a permitir que se desenvolvam novas áreas habitacionais, de serviços ou turísticas em áreas onde supostamente se protegeria a agricultura ou a natureza. Um país excepcional, portanto, é o que resulta deste regime onde as excepções, claro está, só são possíveis para quem possa pagar os serviços de consultoria a assessoria necessários à navegação pelas turvíssimas águas dos nossos ordenamentos territorial e jurídico. E também um pasto muito fértil para os bois e os borregos das redes nacionais de corrupção. Nada disto vinha ao caso do tal projecto de investigação a que aludia, mais concentrado noutros e certamente mais singelos problemas, mas que ajudou a revelar que estes territórios de alto valor ecológico para a magnífica União Europeia, são também aéreas de intensa procura turística, destinos de viagem massificados e aparentemente inconciliáveis com a suposta vulnerabilidade dos ecossistemas que justificam tamanho zelo administrativo pela burocracia do país e da UE. Um zelo tonto e inconsequente, sabemos bem: afinal as nossas preciosidades ecológicas servem para que se instalem as multidões de nortes vários das Europas, gente com sede de sol, mar e cerveja, e que afinal gasta pouco – e essas foram também contas que fui fazendo quando estudei o assunto: apesar da evidente ligação directa entre territórios de alvo valor ecológico e pressão turística massificada, estas são também regiões onde o turismo gera pouco valor acrescentado: pouca riqueza se cria em comparação com o turismo que se faz noutras partes da Europa – e parte dela nem sequer fica no país, regressando a grandes empresas internacionais em circuitos mais ou menos lícitos e mais ou menos expostos à tributação e outras formalidades administrativas que paraísos diversos permitem iludir. Esse turismo a mais, que perturba quem vive nos destinos de férias, transforma valores culturais em mercadorias baratas de consumo imediato e destrói ecossistemas, é um problema para a Europa mediterrânica. A sua súbita interrupção, obrigando ao encerramento de empresas, lançando no desemprego milhares de pessoas e abrindo novos horizontes de incerteza é outro problema. Em todo o caso, os problemas relacionados com o “turismo a mais” ou com o “turismo a menos” são causas com a mesma origem estrutural: a excessiva dependência das estruturas económicas regionais de um sector turístico massificado, de exploração máxima do trabalho e dos recursos, de baixos preços e baixos salários. Uma estrutura económica pouco diversificada, onde normalmente faltam a inovação, o conhecimento ou a tecnologia. Se a pandemia de covid-19 obrigar a uma reorganização do turismo contemporâneo, mais adequada às preocupações com o esgotamento de recursos e das alterações climáticas, com mais restrições e menos abertura à mobilidade internacional, é o mercado que vai fazer essa regulação. E como se vai vendo nas poucas experiências internacionais de reabertura dos serviços turísticos, são os segmentos mais altos dos mercados turísticos (com empresas financeiramente mais preparadas para lidar com crises e consumidores com maior poder de compra) que estão a dar sinais mais claros de resiliência neste contexto de crise generalizada. Talvez seja o prenúncio de um regresso ao passado, em que o turismo internacional era privilégio de classe ainda mais pronunciado e o turismo doméstico a opção possível para os mais pobres. Não será boa notícia para o turismo no mediterrâneo, tal como o temos vindo a conhecer.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China salienta apoio à Índia, após publicação polémica em conta oficial A comparação entre imagens de um lançamento espacial chinês e uma fogueira de cremação de vítimas da covid-19 indianas não caiu bem em alguns sectores das redes sociais. No entanto, Pequim, através do seu embaixador na Índia, já veio pôr água na fervura, destacando o apoio que a China tem continuamente prestado ao lado indiano no combate à pandemia As autoridades chinesas salientaram nos últimos dias o apoio prestado à Índia no combate à nova vaga da pandemia de covid-19, depois de uma publicação polémica sobre a mesma numa conta oficial do Partido Comunista Chinês (PCC) na rede social Weibo. A publicação, na conta da Comissão Central Política e de Assuntos Jurídicos do PCC na rede social Weibo (semelhante ao Twitter), consistia numa comparação entre duas imagens – um lançamento espacial chinês, ao lado de uma fogueira de cremação de vítimas de covid-19 na Índia – ambas com a legenda depreciativa “a China a acender um fogo versus a Índia a acender um fogo”. De acordo com o site da cadeia de televisão australiano ABC, a publicação foi removida depois de alguns utilizadores da rede social se terem queixado do teor inapropriado, face à grave situação vivida na Índia. Por seu lado, o embaixador da China na Índia, Sun Weidong, disse a órgãos de comunicação social estatais chineses que Pequim enviou mais de cinco mil ventiladores e 21.569 geradores de oxigénio ao longo dos últimos meses. “Tanto quanto sei, as empresas chinesas estão a acelerar a produção de pelo menos 40 mil geradores de oxigénio, em encomendas feitas pelo lado indiano, e estão a trabalhar incessantemente para as entregar o quanto antes”, disse o diplomata. “Muitas empresas e organizações privadas chinesas estão a usar os próprios canais para providenciar” diferentes tipos de auxílio à Índia, adiantou. Tensões acumuladas As tensões entre os dois países mais populosos do mundo aumentaram no ano passado por causa da disputa fronteiriça nos Himalaias. A ABC indicou que utilizadores da rede social chinesa reagiram de forma negativa à publicação e questionaram a forma como é gerida a conta oficial em causa. Contudo, alguns utilizadores também apoiaram a publicação no Weibo, criticando algumas posições assumidas no passado pela Índia em relação à China.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Supremo exige ao Governo indiano plano para fornecimento de oxigénio O Supremo Tribunal indiano ordenou esta quarta-feira ao Governo que apresente um plano para atender às necessidades diárias de oxigénio dos hospitais de Nova Deli, sobrelotados devido a uma vaga devastadora da pandemia de covid-19. O Supremo Tribunal decidiu também contra a punição imediata de funcionários pela falha no fornecimento de oxigénio nas últimas duas semanas em hospitais sobrelotados. “Em última análise, colocar funcionários na prisão ou prendê-los por desacato não trará oxigénio. Diga-nos os passos para que isso seja resolvido”, disse o juiz Justice Chandrachud durante a audiência. O juiz suspendeu o aviso de desacato emitido por um tribunal superior de Nova Deli por desafiar a sua ordem de fornecimento de oxigénio adequado a mais de 40 hospitais de Nova Deli. Os funcionários do Governo considerados culpados poderiam ter enfrentado seis meses de prisão ou multa. Na terça-feira, o Tribunal Superior de Nova Deli, que convocou dois funcionários do Ministério do Interior indiano para uma audiência hoje, disse que a triste realidade é que os hospitais estão a reduzir o número de camas e a pedir aos pacientes que procurem outros locais para tratamento. O tribunal está a ouvir petições apresentadas por vários hospitais e lares de idosos que lutam contra o fornecimento irregular de oxigénio. Raghav Chaddha, porta-voz do Partido Aam Aadmi, que governa Nova Deli, disse que os hospitais estavam a receber apenas 40% das suas necessidades de 700 toneladas métricas por meio do Governo Federal, e o governo local estava a organizar suprimentos adicionais para atender ao défice. A última vaga de infeções por covid-19 levou o sistema de saúde da Índia ao limite, com pessoas implorando por botijas de oxigénio e camas de hospital nas redes sociais e canais de notícias. Corpos amontoam-se em crematórios e nos cemitérios os parentes esperam horas para os últimos ritos. Com 382.315 novos casos de covid-19 confirmados ontem, o número infecções da Índia aumentou para mais de 20,6 milhões desde o início da pandemia. O Ministério da Saúde indiano também divulgou 3.780 mortes nas últimas 24 horas, elevando o total para 226.188. Os especialistas acreditam que ambos os números estão subestimados. As autoridades estão a lutar para adicionar mais camas, enviando oxigénio de um canto do país para outro e a aumentar a produção dos poucos medicamentos eficazes contra a covid-19. Rahul Gandhi, líder do partido de oposição Congresso, disse esta semana que “um confinamento é agora a única opção por causa de uma total falta de estratégia por parte do Governo indiano”. O Governo do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, tem sido relutante em impor um confinamento nacional por medo das consequências económicas. Modi disse no mês passado que este deveria ser o último recurso, mas quase uma dúzia de Estados impôs restrições por conta própria. Os esforços para aumentar a campanha de vacinação são dificultados pela escassez de doses. A Índia, um país com 1,4 mil milhões de pessoas, administrou até agora 160 milhões de doses.
Pedro Arede Manchete SociedadeApoio ao consumo | Inscrições arrancam amanhã. Utilização começa a 1 de Junho As inscrições para a nova ronda de apoios ao consumo no valor total de 8.000 patacas arrancam amanhã. Quer seja pela via digital ou através de cartão de consumo, o montante pode ser utilizado a partir de 1 de Junho. Integração de não residentes nos planos de apoio continua “em estudo” Arrancam amanhã as inscrições para o “Plano de benefícios do consumo por meio electrónico”, que prevê atribuir um montante inicial de 5.000 patacas e um outro para desconto imediato de 3.000 patacas, através de cartão de consumo ou pagamento móvel, a todos os residentes permanentes e não permanentes de Macau. As inscrições podem ser feitas online através do website da Autoridade Monetária de Macau (AMCM) entre as 9h00 de amanhã e 10 de Dezembro. Efectuada a inscrição, a atribuição dos montantes, pela via digital ou no cartão de consumo será feita a partir de 24 de Maio. Com o cartão de consumo carregado, os apoios poderão ser utilizados a partir do dia 1 de Junho e até ao final do ano, ou seja, 31 de Dezembro de 2021. O “Plano de benefícios do consumo por meio electrónico” é uma das iniciativas que integram a estratégia do Governo de salvaguarda do emprego e estabilização da economia. O objectivo, passa por “aliviar as dificuldades da população” e estabilizar a economia”, salientou ontem em conferência de imprensa o director dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), Tai Kin Ip. Tai Kin Ip revelou ainda que, através do programa o Governo espera injectar mais de seis mil milhões de patacas, embora o efeito na economia possa ser mais abrangente. “No âmbito deste plano vamos injectar cerca de seis mil milhões de patacas para estimular o consumo no mercado, alavancando (…) cerca de oito mil milhões de patacas”, apontou o responsável. Via dupla Quer se opte pelo pagamento móvel, quer pelo cartão de consumo, a inscrição é sempre obrigatória, podendo também ser feita presencialmente num dos cerca de 100 postos de serviço de inscrição. Quem optar pelo cartão de consumo deve começar por indicar essa escolha no momento da inscrição, logo após a introdução dos seus dados pessoais. Quem nunca levantou o cartão de consumo em rondas anteriores ou pretenda pedir uma segunda via do mesmo, por motivo de extravio, pode fazê-lo, sendo obrigatório, para o segundo caso, denunciar a situação às autoridades. Os residentes que optem pelo pagamento digital devem proceder à “abertura prévia de uma conta autenticada com nome verdadeiro junto da respectiva instituição financeira participante neste plano”, sendo que o montante dos beneficiários menores pode ser transferido para a conta de pagamento móvel dos pais. Concluída a fase de inscrição, quem optar pelo cartão de consumo poderá dirigir-se a partir do dia 24 de Maio a um dos 170 postos de serviços de carregamento disponíveis em Macau e discriminados no website dedicado ao plano de consumo. Quem escolher a via digital verá os montantes depositados automaticamente na conta do pagamento móvel com autenticação do nome verdadeiro indicada. Recorde-se que o limite máximo diário de utilização do montante inicial é de 300 patacas. Este montante inicial de 5.000 patacas é utilizado simultaneamente com um desconto imediato, pelo que o limite máximo diário de utilização efectiva do desconto imediato é de 100 patacas. Contas feitas, sempre que existir saldo no montante inicial, os residentes podem adquirir produtos no valor máximo de 400 patacas. Questionado sobre a possibilidade de o plano poder vir a abranger trabalhadores não residentes (TNR), hipótese admitida pelo Executivo noutra ocasião, Tai Kin Ip, referiu não ter mais nada a acrescentar de momento, quer ao nível de datas ou da forma como este apoio pode vir a ser prestado. “O Governo já respondeu a esta questão. Até ao momento ainda estamos em processo de estudo sobre a possibilidade de os não residentes poderem vir a usufruir do plano de benefícios ao consumo. Estamos a acompanhar a situação económica de Macau e a situação da recuperação financeira. Não temos mais informações a dar”, disse o responsável. Certo parece ser, de acordo com o que foi avançado noutra ocasião, que os TNR não vão ter direito ao montante inicial.
Hoje Macau Manchete SociedadeComerciantes optimistas com novo plano de incentivo ao consumo local Alguns comerciantes ouvidos pela Lusa mostraram-se optimistas com o novo plano apresentado hoje pelo Governo para incentivar o consumo interno na economia local, afectada pela pandemia. “Temos sorte em Macau devido à boa gestão do Governo. Há dinheiro ‘no banco’ e este dinheiro é para as pessoas de Macau”, disse à Lusa Stephen Anderson, dono do restaurante/bar Cathedral Café. “É uma boa forma de estimular a economia”, frisou, acrescentando que “o cartão de consumo para os residentes é uma ação positiva, uma vez mais, por parte do Governo”. À semelhança do ano passado, os residentes de Macau vão voltar a receber um subsídio de cinco mil patacas, mas também um montante de três mil patacas em descontos imediatos, através de pagamento móvel ou de um cartão eletrónico. No total, os residentes podem beneficiar de vales no valor de oito mil patacas. Em conferência de imprensa, as autoridades explicaram hoje que o plano, que vai abranger 735.816 pessoas, terá um prazo de utilização a partir de 1 de Junho até 31 de Dezembro. Devido à pandemia e às restrições fronteiriças, os residentes do território estão praticamente confinados a Macau e à China continental, por isso, na opinião de Stephen Anderson, “estão a consumir a aprender mais coisas sobre esta cidade”. “O cartão de consumo incentiva as pessoas a saber mais sobre a própria cidade. Particularmente as gerações mais jovens”, frisou o australiano. Também à Lusa, Poon, responsável pela loja de bolos Poon Vai Kei, disse esperar que o novo plano do Governo vá ser bom para o consumo. “Há dinheiro de fora para impulsionar a economia”, disse, referindo-se às cerca de 5,88 mil milhões de patacas injectados pelo Governo para este novo plano. Ainda assim, o senhor Poon preferiu ser cauteloso nas suas projecções sobre o quanto o seu negócio pode vir a ganhar com este incentivo ao consumo local. As autoridades de Macau anunciaram hoje que os residentes podem inscrever-se a partir de sexta-feira para receberem vales de consumo eletrónico, uma medida para apoiar a população e o comércio local, afectados pela pandemia. A 12 de Abril, o executivo do território anunciou novos apoios ao consumo para os residentes em Macau, no valor total de 5,88 mil milhões de patacas, depois de ter estreado em 2020 esta medida em plena crise causada pela pandemia do novo coronavírus, com a atribuição de um subsídio direto de oito mil patacas, no total, também em vales de consumo eletrónico. Este ano, em Março, as autoridades chegaram a anunciar um plano de apoios, que consistia na atribuição de cupões de desconto, mas a medida do Governo de Macau foi recebida com várias críticas pela população. O plano de benefícios do consumo por meio eletrónico é uma das iniciativas que integram a estratégia governamental de salvaguarda do emprego e estabilização da economia. O objectivo, é “aliviar as dificuldades da população” e estabilizar a economia”, salientou o director dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico, Tai Kin Ip. A Assembleia Legislativa aprovou na passada semana o aumento das despesas do orçamento de 2021 em 8,3 mil milhões de patacas, recorrendo à reserva financeira para fazer face aos gastos no combate à pandemia. Cerca de sete mil milhões de patacas destina-se ao plano de garantia do emprego, estabilização da economia e para da qualidade de vida da população 2021″ e cerca de mil milhões de patacas aos “Serviços de Saúde para efeitos de prevenção e de combate ao surto epidémico”.
Jorge Rodrigues Simão Perspectivas VozesAs alterações climáticas e a Covid-19 são crises globais “The ongoing COVID-19 pandemic has killed hundreds of thousands of people and infected millions while also devastating the world economy. The consequences of the pandemic, however, go much further: they threaten the fabric of national and international politics around the world.” Hal Brands and Francis J. Gavin COVID-19 and World Order: The Future of Conflict, Competition, and Cooperation A Covid-19 e as alterações climáticas são uma ameaça para as pessoas forçadas a fugir e para os apátridas em todo o mundo. Para combater as alterações climáticas, o mundo deve aprender com a pandemia da Covid-19 e agir com urgência, sob pena de consequências mortais e de longa exposição para as pessoas que têm de escapar das suas casas no que aos refugiados concerne e que são os mais expostos e vulneráveis. O custo mais elevado será não fazer nada. Os países têm de agir em conjunto. Uma resposta unilateral simplesmente não pode ser eficaz. O mundo deve proteger os mais frágeis, mas também envolvê-los na procura de soluções. Se queremos resolver o problema das alterações climáticas, temos de colocar os mais desprotegidos no centro. O Chade e outros países do Sahel são afectados por uma das crises de migração forçada de crescimento mais rápido, e estão desproporcionadamente expostos aos efeitos negativos das alterações climáticas e das catástrofes ambientais, tais como a alteração dos padrões de pluviosidade que contribuem para inundações e secas. Os mais vulneráveis do mundo sofrem alguns dos piores efeitos das alterações climáticas. O aumento da temperatura pode elevar a insegurança alimentar, hídrica e terrestre, ao mesmo tempo que prejudica os serviços necessários para a saúde, subsistência, estabilidade e a sobrevivência. Invariavelmente, os mais afectados incluem os idosos, mulheres, crianças, deficientes e os povos indígenas. A última década tem sido a mais quente de que há registo. Em 2019, quase dois mil cataclismos se deram, a maioria deles relacionadas com o tempo, e que obrigaram vinte e cinco milhões de pessoas a abandonar as suas casas. As alterações climáticas têm continuado a acelerar à medida que o mundo luta contra a pandemia da Covid-19. Não existem vacinas, máscaras e não se podem fechar as fronteiras às alterações climáticas e daí que teremos de agir e considerar todas as soluções oferecidas pela ciência e pelo conhecimento tradicional para salvar as pessoas e o nosso planeta. A “Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR na sigla inglesa) ” nomeou um Conselheiro Especial em Acção Climática para orientar e definir a resposta para melhorar a resistência das pessoas forçadas a fugir dos riscos climáticos e reforçar a preparação e a resiliência em situações de catástrofe. Criado em 2007, o papel do Alto-comissário é permitir a troca de opiniões entre refugiados, governos, sociedade civil, sector privado, académicos e organizações internacionais sobre os desafios emergentes em matéria de protecção humanitária. As cinco sessões digitais de 2021 concentram-se no impacto da Covid-19 sobre as pessoas forçadas a fugir e os apátridas. As medidas tomadas para mitigar a pandemia da Covid-19 têm consequências significativas para a protecção, saúde, bem-estar sócio-económico e resiliência das pessoas deslocadas à força e apátridas e das suas comunidades de acolhimento. Também afectaram as oportunidades de identificar soluções em alguns casos e decisões adiadas em outros. As acções que os Estados e outros actores tomam, poderiam moldar o que será a protecção internacional em futuras pandemias. Os esforços devem incluir uma visão no reforço das bases de protecção e na construção da resiliência, recorrendo ao regime internacional de protecção de refugiados, incluindo a Convenção sobre Refugiados de 1951; os princípios de protecção, partilha de responsabilidades e inclusão no “Pacto Global sobre Refugiados (GCR na sigla inglesa)”; e as promessas relevantes feitas no “Fórum Global de Refugiados (GRF)”, em Dezembro de 2019. A luta global contra a pandemia colocou desafios para a instituição do asilo. Em alguns casos, desencadeou medidas regressivas, e as fronteiras foram encerradas por motivos de saúde pública. Noutros casos, abordagens inovadoras permitiram o funcionamento contínuo dos sistemas de asilo, através, por exemplo, da renovação automática ou remota da documentação para os requerentes de asilo, do registo e entrevistas à distância, do tratamento acelerado dos casos de asilo, e de rastreios e quarentenas sanitárias à chegada. Tais disposições permitem aos Estados continuar a admitir aqueles que necessitam de protecção internacional, ao mesmo tempo que protegem a saúde dos seus nacionais. O “Grupo de Apoio à Capacidade de Asilo” estabelecido no GCR poderia ajudar a identificar e apoiar tais adaptações. O surto da Covid-19 também aumentou as vulnerabilidades de indivíduos com necessidades específicas de protecção, tais como indivíduos em risco acrescido de violência sexual e de género (SGBV na sigla inglesa), mulheres e raparigas, bem como homens e rapazes em situações vulneráveis, e pessoas idosas, com deficiências, ou que se encontram em detenção. No contexto da Covid-19, o Secretário-Geral das Nações Unidas, afirmou que as pessoas e os seus direitos precisam de estar na frente e no centro da resposta, um princípio que é central para o GCR. Isto requer a avaliação das necessidades e o desenvolvimento de respostas através de uma perspectiva de idade, género e diversidade, para garantir que ninguém fique para trás. Em reconhecimento desta situação, alguns actores tomaram medidas como a libertação de indivíduos de detenção como imigrantes e a disponibilização de acesso móvel para apoiar os sobreviventes do SGBV. A pandemia está a testar a resiliência dos refugiados e das suas comunidades de acolhimento e tem consequências de grande alcance. O acesso aos serviços de saúde e educação é limitado. Muitas pessoas estão a perder os seus meios de subsistência, resultando num aumento da pobreza e levando algumas pessoas deslocadas que eram auto-suficientes a tornarem-se dependentes da ajuda. De acordo com o princípio de inclusão do GCR, muitos Estados e outros actores têm tentado tratar o impacto através de abordagens inclusivas à construção de resiliência, tanto na resposta de emergência como a médio e longo prazo. Alguns dos principais países de acolhimento de refugiados estão a incluir pessoas deslocadas à força nas respostas nacionais de emergência para construir a sua resiliência, conter a propagação da infecção, responder a crises sanitárias, e mitigar o impacto sócio-económico na comunidade em geral. Outros países e doadores têm apoiado estes esforços com contribuições financeiras, materiais, e técnicas em demonstração de solidariedade e partilha de encargos. De acordo com a abordagem de governança multipartite e de parceria estabelecida no GCR, actores-chave na linha da frente da resposta, tais como cidades, organizações lideradas por refugiados, actores religiosos, e “organizações não-governamentais (ONG)”, estão a tomar medidas inovadoras para reforçar a capacidade das comunidades para enfrentarem as crises. Por exemplo, muitos estão a envolver refugiados que são profissionais de saúde para apoiar os sistemas nacionais de saúde e para criar redes para ajudar os membros mais vulneráveis da comunidade. Tendo em vista mitigar alguns dos efeitos sócio-económicos a longo prazo sobre a resiliência, os actores do desenvolvimento, o sector privado, os doadores e as organizações internacionais estão a trabalhar com os países de acolhimento para determinar a melhor forma de assegurar que os sistemas nacionais podem abranger e preparar-se para o futuro. Alguns estão a considerar medidas imediatas para enfrentar o impacto nas pessoas deslocadas à força e apátridas e nas suas comunidades de acolhimento, e outros estão a considerar como apoiar a construção de sistemas nacionais inclusivos de saúde, educação, e protecção social em preparação para futuras emergências. A pandemia da Covid-19 não impediu as pessoas de fugirem à guerra e à perseguição. Assegurar a protecção através da salvaguarda do acesso ao asilo e do reforço e adaptação dos sistemas de asilo continua a ser uma responsabilidade internacional crítica e que salva vidas, juntamente com a abordagem das necessidades específicas de protecção e a construção de resiliência face à pandemia. As abordagens novas e inovadoras desenvolvidas face à actual pandemia podem informar o pensamento em termos de como responder, mitigar, e preparar para os desafios de protecção e soluções, tanto agora como no futuro. A origem da Covid-19, tal como outras doenças infecciosas, são interacções entre os seres humanos e os animais selvagens. Interacções que aumentaram nas últimas décadas e que também falam de uma crise ambiental contínua As alterações climáticas e a pandemia da Covid-19 são ambas crises globais que ameaçam a viabilidade da economia e a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo a “Organização Mundial de Saúde (OMS) ”, o aquecimento global devido à emissão excessiva dos chamados gases de estufa que alteram o clima, provoca a morte de cerca de cento e cinquenta mil pessoas por ano, um número ao qual, serão acrescentadas mais duzentas e cinquenta mil pessoas por ano a partir de 2030. Algumas destas mortes são devidas a eventos climáticos extremos, tais como inundações, incêndios, ciclones ou ondas de calor semelhantes à de 2003, quando a Europa registou um aumento de 70 por cento na mortalidade. Mas as alterações climáticas também afectam muitos dos factores sociais e económicos dos quais depende a protecção da saúde, tais como a qualidade do ar e da água e a biodiversidade, ou seja, a variedade de animais, plantas, fungos e microrganismos que compõem o nosso planeta. Ao fazê-lo, pode alterar as cadeias de transmissão de doenças infecciosas, incluindo doenças virais, tais como a Covid-19. As alterações climáticas estão a impulsionar a transmissão da Covid-19? A Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard nos Estados Unidos afirma que não existem provas directas de que as alterações climáticas estão a afectar a propagação da Covid-19, mas sabem que as alterações climáticas alteram a forma como nos relacionamos com outras espécies na Terra. O cerne da questão é precisamente este, porque sabemos que a Covid-19 tinha uma origem zoonótica (de animais), precisamente de uma estirpe típica de morcegos, embora ainda não seja claro se existiam animais intermediários na transmissão do vírus, quantos e quais eram exactamente. Assim, na base da Covid-19, bem como de outras pandemias globais incluindo o Ébola, por exemplo, existem interacções com espécies animais selvagens. Interacções que aumentaram nas últimas décadas devido à actividade humana, tanto directamente como através de actividades como a desflorestação, que ocorre principalmente para fins agrícolas, ou mineração como indirectamente, como no caso das migrações de animais devido ao aumento das temperaturas na Terra. Mas como as interacções aumentaram, também se elevou o risco de os humanos entrarem em contacto com novos agentes patogénicos e doenças que anteriormente só envolviam outras espécies animais, tal como no caso da Covid-19. Existe alguma ligação entre a poluição e a Covid-19? Há vários estudos que mostram a existência de uma ligação entre a poluição atmosférica, tanto causa como consequência das alterações climáticas com as taxas de infecção e mortalidade relacionadas com a Covid-19, como é recordado em um estudo de Janeiro de 2021 encomendado pelo Parlamento Europeu, e ainda que se trate de uma doença relativamente recente, os dados disponíveis sejam ainda parciais e também complicados pelas medidas de bloqueio introduzidas a nível mundial, que tiveram repercussões no nível global de poluição. Em termos gerais, a relação entre poluição atmosférica e doenças respiratórias e crónicas (como a diabetes) está bem estabelecida e também sabemos que as pessoas que sofrem destas doenças estão entre as mais vulneráveis à Covid-19. Mais controversa é a questão da propagação do vírus. As regiões mais poluídas são também uma das mais afectadas pela Covid-19, pois as partículas atmosféricas não favorecem a difusão do vírus no ar. Quanto ao descongelamento do “permafrost” e o futuro das doenças infecciosas, é certo que as alterações climáticas criaram condições mais favoráveis para a propagação de algumas doenças infecciosas, tais como as transmitidas por mosquitos (malária e dengue). Os riscos não são fáceis de prever e podem também variar em função das mudanças de temperatura e níveis de precipitação, condições que afectam o aparecimento de agentes patogénicos, bem como as interacções entre humanos e animais. Outra questão é o descongelamento do “permafrost”, a camada de solo permanentemente congelada, devido ao aumento da temperatura global que poderia resultar na libertação de vírus e bactérias antigas que têm estado adormecidos durante milénios, começando com o Círculo Árctico, onde as temperaturas estão a subir cerca de três vezes mais depressa do que no resto do mundo.
Andreia Sofia Silva SociedadeNeway | Falência em Hong Kong das salas de karaoke sem impacto em Macau A Neway Music Limited, empresa ligada ao grupo Neway Group Holdings Limited, está em processo de insolvência devido à crise causada pela pandemia da covid-19. Segundo o jornal StandNews, de Hong Kong, o processo judicial relacionado com a liquidação e encerramento está agendado para o dia 28 de Julho deste ano. Em Macau, a empresa possui duas salas de karaoke, no Centro Comercial Chong Fok e Hotel Beverly Plaza, mas segundo disse ao HM o gestor, de apelido Chan, a falência em Hong Kong não afecta o negócio. “As salas têm funcionado e não temos mais informações a dar. Se houver, penso que a empresa as vai anunciar. As salas em Macau têm gerado lucros e acredito que não haverá problemas.” Chan adiantou que em Macau trabalham para o grupo Neway entre 80 a 100 funcionários. Uma delas também disse ao HM que, para já, não se prevêem mudanças. “Não há impacto em Macau. O nosso gestor disse-nos esta manhã que o negócio em Macau não será influenciado.” A 25 de Março do ano passado oito funcionários da cadeia de retalho Marks&Spencer, em Hong Kong, foram a uma sala de karaoke do grupo Neway, sendo que quatro deles foram diagnosticados com covid-19. A 1 de Abril as autoridades de Hong Kong determinaram o encerramento temporário das salas. Depois de terem aberto e fechado portas por diversas vezes, em virtude da evolução da pandemia no território, as salas da Newway voltaram a funcionar a 29 de Abril deste ano. Vários meios de comunicação social de Hong Kong têm noticiado as dificuldades que a empresa tem tido no pagamento dos salários, sendo que muitos funcionários declararam não ter recebido qualquer justificação por parte dos gestores das salas sobre a falta de pagamento. Um porta-voz da empresa disse aos jornalistas que cerca de 500 funcionários poderão ficar sem emprego.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Modi resiste à pressão para confinar Índia enquanto mortes aumentam O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, pediu aos Estados que considerem o confinamento como “última opção”, enquanto o número de mortes por covid-19 aumenta e os seus aliados políticos apontam o confinamento como solução para conter o surto. Depois de, no ano passado, Modi ter decretado um confinamento nacional sem aviso prévio, que espoletou uma crise humanitária com os trabalhadores migrantes a fugirem a pé para as áreas rurais, agora o primeiro-ministro indiano resiste à pressão dos seus aliados políticos e principais líderes empresariais para um novo confinamento, face ao aumento de mortes por covid-19 no país. Apesar da resistência de Modi, até mesmo Estados governados pelo seu partido, o Bharatiya Janata, estão a ignorar os seus conselhos. “Um dos problemas é essa falsa narrativa de que ou é um bloqueio total, o que equivale a um desastre económico, ou nenhum bloqueio, que é um desastre de saúde pública”, disse à Bloomberg Catherine Blish, especialista em doenças infecciosas e saúde pública. “O que está a acontecer agora é um desastre económico e de saúde. Se há grandes faixas de população a adoecer, isso não é bom nem para a população, nem para a economia”, acrescentou Blish. Na semana passada, os canais de televisão e as redes sociais na Índia foram inundados com imagens de crematórios superlotados e hospitais desesperados com a falta de oxigénio. As mortes diárias na Índia diminuíram ligeiramente depois de atingirem um recorde de 3.689 no domingo, enquanto o número de casos diários ultrapassou os 350.000 nos últimos dias. O Serum Institute of India, o maior fabricante mundial de vacinas, anunciou que vai entregar 220 milhões de doses aos governos federal e estaduais indianos nos próximos meses, o que poderá abranger 8% da população do país. O Governo central liderado por Narendra Modi vai receber 110 milhões de doses de Covishield, enquanto os governos estaduais e os hospitais vão receber o restante, disse hoje o fabricante com sede em Puneem, numa publicação na rede social Twitter, sem especificar, no entanto, a data de entrega. “O fabrico de vacinas é um processo especializado, portanto não é possível aumentar a produção de um dia para o outro”, disse o presidente executivo (CEO) da Serum, Adar Poonawalla, em comunicado. De acordo com o responsável, produzir doses suficientes para todos os adultos na Índia “não é uma tarefa fácil”. O país de 1,3 mil milhões de habitantes iniciou, no fim de semana, uma nova fase da campanha de vacinação para abranger todos os maiores de 18 anos, embora algumas regiões indianas tenham indicado ter falta de doses. O ritmo de vacinação tem sido lento desde o início da campanha, em janeiro, com 157 milhões de doses administradas até agora. A Índia registou 3.417 mortos devido à covid-19 e 368.147 casos nas últimas 24 horas, anunciou o Ministério da Saúde indiano na segunda-feira. O país acumulou 218.959 óbitos e 19,9 milhões de casos desde o início da pandemia, indicou a mesma fonte. Estes dados mostraram uma ligeira descida, pelo segundo dia consecutivo, das infeções, depois de o país ter ultrapassado, no sábado e pela primeira vez, os 400 mil casos diários. A Índia atravessa uma segunda vaga da doença, que sobrecarregou o sistema de saúde, com escassez de oxigénio e de camas em grandes cidades como Nova Deli. É agora o segundo país do mundo com mais casos, atrás dos Estados Unidos, e o quarto com mais óbitos, depois dos EUA, do Brasil e do México.
Hoje Macau China / ÁsiaCidade chinesa em alerta devido a caso positivo de covid-19 após quarentena A cidade de Putian, no sudeste da China, está em alerta após um chinês regressado do Brasil ter resultado positivo no teste para o novo coronavírus, já depois do período obrigatório de quarentena. Num comunicado, as autoridades de Putian, na província de Fujian, revelaram que o homem aterrou em Xangai a 5 de abril, tendo sido colocado em isolamento para um período obrigatório de quarentena. Após 15 dias em quarentena e tendo resultado negativo nos vários testes para o novo coronavírus responsável pela covid-19, o chinês viajou de comboio para Putian, onde deveria ficar uma semana em “autogestão de saúde”. Mas a 30 de abril o homem teve resultado positivo num teste para o SARS-Cov-2, apesar de não ter quaisquer sintomas da covid-19. Todos os contactos próximos do paciente foram isolados e submetidos a testes para o novo coronavírus, tendo todos os resultados sido negativos. Ainda assim, 24 contactos permanecem sob observação médica. As autoridades ordenaram também a desinfeção de todos os locais onde o homem esteve. Na semana passada, a cidade de Xangai, no leste da China, tinha registado um caso importado de covid-19, um outro cidadão chinês vindo do Brasil. Poucos dias antes, a companhia aérea chinesa China Southern Airlines tinha deixado de transportar passageiros vindos do Brasil com destino à China, “de acordo com as necessidades de prevenção e controlo da pandemia” da covid-19. O Brasil contabilizou 983 mortos e 24.619 infetados pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, números que elevam o total para 408.622 óbitos e 14.779.529 casos no país. A China detectou 11 casos da covid-19 no domingo, todos oriundos do estrangeiro, anunciaram hoje as autoridades de saúde chinesas. A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos ativos é de 323, incluindo cinco em estado grave.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente do grupo chinês Trip.com espera “directrizes claras” sobre viagens com Presidência portuguesa da UE Entrevista de Alexandra Luís, da agência Lusa A presidente executiva do grupo chinês Trip.com considerou, em entrevista à Lusa, que o contributo de Portugal para o turismo, durante a presidência portuguesa da UE, passa por obter consenso “sobre diretrizes claras” para viagens entre e para Europa. “Portugal assume a presidência da União Europeia [UE] num momento crucial para a Europa, o mundo e a indústria do turismo”, começou por dizer Jane Sun, em resposta por escrito à questão sobre o que é que Lisboa pode fazer para ajudar à recuperação do turismo entre a China e a Europa. Atualmente, “o maior obstáculo para viajar continua a ser a pandemia”, prosseguiu a presidente executiva agência de viagens ‘online’ chinesa, fundada em 1999, cotada em Nasdaq e na bolsa de valores de Hong Kong. “Acho que o maior apoio que Portugal”, no âmbito da presidência, “poderia dar à indústria de turismo seria expandir ainda mais a implementação da vacinação e procurar obter consenso sobre diretrizes claras para viagens internas na Europa e viagens para a Europa”, acrescentou a responsável. Sobre quando é que espera a retoma do turismo, nomeadamente na Europa, Jane Sun salientou que, “enquanto as fronteiras internacionais permanecem praticamente fechadas a viagens, em todo o mundo os viajantes e fornecedores estão limitados aos mercados domésticos”. No entanto, manifestou-se otimista face à progressão do plano de vacinação a nível mundial e novas medidas para tornar as viagens mais seguras. “Com a contínua implementação das vacinas em todo o mundo e promissoras iniciativas globais para desenvolver protocolos e tecnologias de viagens seguras, estou otimista sobre o renascimento das viagens globais”, disse. Em países maiores e regiões, “como a Europa, estamos a ver os mercados de viagens domésticos a recuperar”, acrescentou. “Espero que a Europa e os EUA vejam uma recuperação no segundo semestre deste ano devido às suas fortes iniciativas de vacinação”, considerou a presidente executiva da Trip.com. “Com Portugal atualmente na presidência da UE esperamos ver um impulso para implementar medidas que aumentem os esforços para facilitar ainda mais uma recuperação rápida na Europa”, apontou, salientado que países mais pequenos podem demorar “um pouco mais”. A gestora referiu que “há uma enorme procura de viagens reprimida”, ou seja, “as pessoas estão ansiosas para voltar a explorar o mundo, conectar-se com novas culturas e expandir os seus horizontes”, acrescentando que, “embora a maneira como viajamos, sem dúvida, tenha mudado, o [… desejo de explorar e procurar conexão humana permanece forte”. “Sei que falo por todos os viajantes e trabalhadores do turismo de todo o mundo quando digo que mal podemos esperar para viajar novamente, especialmente para destinos de renome mundial como Portugal”, rematou. Antes de pandemia, Portugal recebia turistas da China e muitos portugueses viajavam para a China, nomeadamente para Macau. Questionada sobre o papel que a Trip.com poderia ter para restabelecer esta tendência, a presidente executiva do grupo salientou que “existem fortes laços culturais e históricos entre Portugal e Macau e Portugal e a China”. Nesse sentido, “esperamos expandir ainda mais e construir sobre esses laços à medida que as viagens globais se tornem possíveis outra vez”, disse Jane Sun. “Construímos uma forte relação com Portugal e com VisitPortugal ao longo dos últimos cinco anos, realizando campanhas de sucesso a promover as maravilhas de Portugal aos viajantes chineses”, prosseguiu a gestora, apontando que um “sinal da continuidade da força e confiança” desta parceria é que haverá uma campanha que “vai decorrer ainda este ano para revigorar o interesse dos chineses por Portugal como destino da sua próxima viagem”. Os turistas chineses “ainda agora começaram a conhecer a incrível beleza e experiências que os esperam em Portugal e pensamos o mesmo para os portugueses que visitam a China”, acrescentou. De acordo com dados da Trip.com, as pesquisas e reservas de produtos de viagem com destino Macau pelos utilizadores da China continental “aumentaram significativamente no período que antecedeu o Dia de Maio, na sequência da forte recuperação das viagens domésticas”. A região administrativa especial de Macau “sempre foi um destino bastante popular na China com a sua combinação única de uma cidade chinesa moderna com rico ambiente multicultural fortemente influenciado pelos portugueses”, sublinhou. Com os feriados nacionais chineses, como o 1.º de Maio e o seguinte, o Festival Barco-Dragão, “os viajantes chineses estão ansiosos para visitar as principais cidades de destino com experiências culturais ricas em ofertas e cadeias de hotéis de alto nível”, disse Jane Sun. “Podemos esperar que, à medida que mais destinos mantêm controlos de pandemia com nenhum ou poucos números de casos [de covid-19]”, permitindo a abertura a viagens, assistir-se-á a “um aumento no turismo”, com os viajantes a procurar “recuperar o tempo perdido”. Questionada sobre a procura de viagens para a Europa por parte dos turistas chineses, a presidente executiva da agência de viagens digital sublinhou que existe vontade em viajar, depois de um longo período de restrições devido à pandemia. “Na sequência da recuperação robusta das viagens domésticas na China, temos a expectativa de que haja uma forte procura por viagens internacionais de viajantes chineses”, considerou. A Europa, “e Portugal, sem dúvida, estão no topo das listas de muitos viajantes”, apontou a gestora. “Vimos um grande aumento no número de viajantes chineses para a Europa e Portugal até ao início de 2020. Nos cinco anos de 2015 a 2019, o número de utilizadores que compraram produtos e serviços relacionados com viagens para a Europa através da Ctrip [grupo Trip.com] aumentou em mais de 30%” em termos anuais, referiu a responsável. De acordo com os dados do grupo, em 2019 as reservas de bilhetes de avião para Portugal aumentaram 148% em termos anuais e as reservas de hotéis no mercado português durante o feriado do Ano Novo Lunar naquele ano cresceram 155%. “Espero que esta tendência continue assim que as viagens entre as duas nações sejam outra vez possíveis”, concluiu.
Pedro Arede PolíticaCovid-19 | Mak Soi Kun pede explicações sobre baixa taxa de vacinação Através de uma interpelação escrita, Mak Soi Kun quer que o Governo introduza mudanças na estratégia de vacinação de Macau, tendo em conta a baixa taxa de inoculação contra a covid-19 no território. Comparando com os dados divulgados pelas cidades vizinhas, o deputado salienta ser incompreensível que, no espaço de um mês, a taxa de população vacinada em Zhuhai seja já de cerca de 80 por cento, ao mesmo tempo que em Macau, onde a vacinação contra a covid-19 decorre desde o dia 22 de Fevereiro, seja apenas de 9,0 por cento. Isto, com a agravante de a população de Macau ser composta por cerca de 680 mil habitantes, ao passo que Zhuhai alberga cerca de dois milhões de habitantes. Pedindo explicações sobre as razões para a baixa taxa de vacinação em Macau, o deputado considera ainda ser urgente que o Governo intervenha, até porque, de uma perspectiva prática, os turistas do Interior da China “vão sentir-se mais seguros em Zhuhai do que em Macau”. “Especialistas e cidadãos sugeriram que o Governo intensifique o plano de vacinação, especialmente ao nível de esclarecimentos prestados à população sobre as sequelas que podem vir a contrair, mesmo após recuperarem de uma eventual infecção por covid-19. Isto serviria para encorajar os residentes a optar pela vacinação. Qual é a resposta do Governo?”, questiona Mak Soi Kun.
João Santos Filipe Manchete PolíticaCovid-19 | Ligações com Hong Kong dependem de 14 dias sem casos, diz Ho Iat Seng O Chefe do Executivo confirmou as conversas com a congénere de Hong Kong para o estabelecimento de uma bolha de viagem, mas o processo depende do combate à pandemia na região vizinha O estabelecimento de uma bolha de viagem com Hong Kong está dependente da região vizinha alcançar a marca de 14 dias sem casos de infecção de covid-19. A condição foi traçada por Ho Iat Seng, chefe do Executivo, à margem das comemorações do Dia do Trabalhador promovidas pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). De acordo com o comunicado do Executivo, Ho Iat Seng “destacou um intercâmbio que teve recentemente na província de Hainão” com Carrie Lam, líder do Governo de Hong Kong, em que o tema da bolha de viagens foi abordado. Ho Iat Seng confirmou a informação que tinha sido revelada anteriormente pelas autoridades da RAEHK. Contudo, o Chefe do Executivo de Macau sublinhou que antes da criação da bolha “Hong Kong deve registar 14 dias consecutivos sem casos locais de Covid-19”. Mesmo que a meta seja atingida, o processo não vai ser automático, e é apenas um ponto de partida para “haver condições para negociar o próximo passo”. Ho Iat Seng comentou igualmente os casos das regiões perto de Macau onde a pandemia está descontrolada e que são encaradas como um risco: “Macau não só precisa de avaliar, de forma mais cautelosa, a viabilidade de importar trabalhadores não residentes domésticos vacinados com as duas doses, como também, ponderar os canais de deslocação para Macau, face às medidas das autoridades de Hong Kong que accionaram o mecanismo de suspensão de voos regionais, por causa das novas situações epidémicas registadas no exterior”, afirmou. Cartão de Consumo em discussão Na ocasião, Ho Iat Seng revelou também que o “programa de benefícios de consumo por meios electrónicos” vai ser discutido no Conselho Executivo esta semana. Após a reunião, haverá uma conferência de imprensa do órgão que tem André Cheong, secretário para a Administração e Justiça, como porta-voz. “Após a discussão e a aprovação do mesmo, será convocada de imediato uma conferência de imprensa para anunciar à sociedade o referido conteúdo”, prometeu. Sobre a economia local, Ho Iat Seng mostrou-se agradado com os números do turismo no 1.º de Maio, e destacou que os hotéis registaram “uma taxa de ocupação bastante positiva” com as previsões a apontarem para “um aumento de 20 por cento” dos visitantes face ao “recorde recente”. Em relação ao turismo, Ho assumiu o compromisso de se empenhar para que as pessoas vacinadas contra a covid-19 possam circular entre o Interior e Macau sem a necessidade de fazerem testes de ácido nucleico a cada sete dias.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Indianos desesperados com devastadora segunda vaga da pandemia A Índia tem registado nos últimos dias recordes mundiais de contágios do novo coronavírus e, face a um sistema de saúde sobrecarregado, as pessoas estão a tomar medidas desesperadas para tentar manter os familiares vivos. Nalguns casos recorrem a tratamentos médicos não comprovados e noutros ao mercado negro de medicamentos que faltam nos hospitais, indica a agência norte-americana Associated Press. Ashish Poddar recorreu a um traficante para obter remdesivir, um antiviral, e tocilizumab, um medicamento que atenua a resposta imunitária. O hospital privado onde o seu pai, Raj Kumar Poddar, 68 anos, infetado com covid-19, estava a ser tratado disse que eram necessários para o manter vivo, mas são medicamentos em falta na maioria dos hospitais e farmácias da capital indiana. O traficante prometeu os remédios depois de receber um adiantamento de quase 1.000 dólares, mas estes nunca chegaram e o pai de Ashish Poddar morreu. “Pelo menos podia ter-me dito que não vinha. Eu poderia ter procurado noutro sítio”, lamenta o filho enlutado, citado pela AP. Segundo a agência norte-americana, embora a Índia seja um dos principais produtores de remédios em todo o mundo, a sua regulamentação de medicamentos já era deficiente antes da pandemia. E o desespero crescente está a levar as pessoas a tentar qualquer coisa. Nas últimas 24 horas a Índia registou 379.257 casos de coronavírus, um novo recorde mundial de contágios. O país registou recordes diários em seis dos últimos sete dias. As mortes contabilizadas na quarta-feira foram 3.645, também um número recorde, que fez subir o total de mortos desde o início da pandemia para os 204.832. Mas alguns pensam que o número real é muito superior. “Pessoas que morrem em confinamento domiciliário e não têm relatório de coronavírus positivo, contamos como não covid” e não entram para os números da pandemia no país, disse o funcionário de um “registo de cadáveres” junto a um crematório situado no sul de Nova Deli, que não quis ser identificado. “Temos apenas 18 piras no crematório, mas agora estamos a receber 60-70 mortos todos os dias (…) entre 25 e 30 por coronavírus (…) Tivemos de cremar fora das piras também”, indicou a mesma fonte citada pela agência noticiosa espanhola EFE. Rajendra Kumar, condutor de uma das ambulâncias que, segundo a EFE, chegam sem parar aquele crematório, no caso vinda da morgue do hospital AIIMS, o principal de Nova Deli, disse à agência espanhola que traz “uns 20 corpos por dia, cinco ao mesmo tempo, ou 10, 12…”. “Há um registo por baixo”, afirma o presidente do Fórum de Médicos e Cientistas Progressivos da Índia. Harjit Singh Bhatti disse à EFE que “o sistema de registo indiano não foi bem desenvolvido e vária de estado para estado”, adiantando que “em estados que não têm um bom sistema de saúde, como Utar Pradesh, Bihar e outros estados pobres, os dados são sempre duvidosos”. O médico referiu ainda que, devido à situação crítica no país, em algumas zonas as pessoas estão a ter problemas para fazer o teste do vírus e, mesmo quando o fazem, muitas vezes não recebem os resultados. Nova Deli anunciou hoje que receberá nos próximos dias medicamentos e equipamentos de oxigénio de mais de 40 países, incluindo Portugal, no âmbito de um compromisso internacional para ajudar o país. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Harsh Shringla, destacou que neste momento as prioridades estão centradas na distribuição de oxigénio líquido, atualmente em escassez no país com mais de 1,35 mil milhões de habitantes e que ultrapassou, nas últimas 24 horas, a barreira das 18 milhões de infeções.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Mais de 40 países vão fornecer oxigénio e fármacos à Índia A Índia anunciou ontem que receberá nos próximos dias medicamentos e equipamentos de oxigénio de mais de 40 países, no âmbito de um compromisso internacional para ajudar o país que enfrenta uma devastadora segunda vaga de casos de covid-19. Perante a escalada de novos casos de infecções pelo novo coronavírus na Índia, que tem registado nos últimos dias novos recordes mundiais de contágios e enfrenta o colapso do sistema de saúde, a comunidade internacional, em resposta aos pedidos de Nova Deli, mostrou sinais de mobilização para ajudar o país. Portugal foi um desses casos, tendo divulgado, na terça-feira, que ia enviar para a Índia medicamentos antivirais e oxigénio. “Face à escalada do número de casos de covid-19 na Índia (…), Portugal já manifestou disponibilidade para contribuir de forma solidária (…) para os esforços da comunidade internacional em resposta ao pedido de apoio do Governo indiano”, anunciou, na terça-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), afirmando ainda que estava a ser avaliada a forma mais eficaz de transportar o material médico. A iniciativa inscreve-se no quadro da União Europeia (UE), através do Centro de Coordenação de Resposta a Emergências. Numa conferência de imprensa realizada ontem, o secretário dos Negócios Estrangeiros indiano, Harsh Shringla, afirmou que o país espera receber nos próximos dias remessas de produtos farmacêuticos, toneladas de oxigénio líquido e equipamentos geradores de oxigénio de mais de 40 países. Países que “se comprometeram em fornecer muitos dos itens que a Índia necessita com maior urgência”, afirmou o representante. Harsh Shringla destacou que neste momento as prioridades estão centradas na distribuição de oxigénio líquido, actualmente em escassez neste país com mais de 1,35 mil milhões de habitantes e que ultrapassou, nas últimas 24 horas, a barreira das 18 milhões de infecções. Santos da casa Apesar do país ser produtor de medicamentos como o Remdesivir ou o Tocilizumab, os hospitais indianos estão a precisar urgentemente de mais doses destes fármacos antivirais para tratar os doentes covid-19 que apresentam um quadro clínico mais grave. “Pretendemos adquirir 400.000 doses de Remdesivir do Egipto e também estamos a agilizar esforços para obter doses dos Emirados Árabes Unidos, Bangladesh e do Uzbequistão”, disse o representante indiano. A empresa de biofarmacologia norte-americana Gilead, que desenvolveu o medicamento antiviral Remdesivir, vai igualmente fornecer ao Governo indiano 450.000 doses do fármaco. Outras 300.000 doses do medicamento Favipiravir, procedentes da Rússia, também devem chegar ao território indiano. Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira o envio de equipamento médico avaliado em mais de 100 milhões de dólares para ajudar a Índia no combate à pandemia.
Pedro Arede PolíticaCovid-19 | Governo não comenta negociação de bolha de viagem com Hong Kong O Governo, em resposta enviada ao HM sobre a eventual criação de uma bolha de viagem entre Macau e Hong Kong e um pedido de esclarecimento acerca a existência de negociações entre as administrações dos dois territórios, em nome da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), afirmou não ter “nada a complementar”. “Há mais de um ano que Macau não regista qualquer caso de infecção local do novo tipo de coronavírus, neste sentido, a Direcção dos Serviços de Turismo está empenhada em promover Macau, junto do mercado do Interior da China, como uma cidade saudável, segura e adequada para viajar, por forma a atrair mais visitantes oriundos do Interior da China e, enquanto a situação epidémica se encontra basicamente estável estão a ser desenvolvidas actividades económicas e de turismo, contudo, a consideração prioritária será sempre a prevenção epidémica, saúde e segurança. Relativamente ao pedido de informação do vosso jornal, a Direcção dos Serviços de Turismo não tem, neste momento, nada a complementar”, pode ler-se na resposta. Recorde-se que na quarta-feira a Chefe do Executivo de Hong Kong avançou ter discutido a criação de uma bolha de viagem sem necessidade de quarentena com Ho Iat Seng durante o Fórum Boao, realizado na província de Hainão entre 18 e 21 de Abril.
Hoje Macau China / ÁsiaOMS diz que variante de covid-19 detectada na Índia já está em 17 países A variante de covid-19 detectada na Índia, a braços com um surto devastador, já foi identificada em pelo menos 17 países, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS), que teme que possa ser mais contagiosa. A estirpe B.1.617 foi detectada em mais de 1.200 sequências de genoma em “pelo menos 17 países”, anunciou a OMS na noite de terça-feira. A maioria das amostras “vem da Índia, Reino Unido, Estados Unidos e Singapura”, disse a OMS no relatório semanal sobre a pandemia. Nos últimos dias, a variante também foi encontrada em vários países europeus, incluindo Bélgica, Suíça, Grécia e Itália. Portugal detectou seis casos daquela variante na última semana, todos “associados a Lisboa e Vale do Tejo”, anunciou na terça-feira o investigador João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA). Esta variante, detectada em Outubro, no oeste da Índia, é qualificada como um “mutante duplo”, por ser constituída por duas mutações do vírus SARS-CoV-2. A primeira, a E484Q, é parecida com a que já tinha sido observada nas variantes detectadas na África do Sul e no Brasil (E484K), suspeita de causar menor eficácia da vacinação e maior risco de reinfecção. A segunda, a L452R, também está presente numa variante encontrada na Califórnia, nos Estados Unidos, e pode causar aumento da transmissão da infeção. Esta é a primeira vez que estas características foram encontradas juntas numa variante com difusão significativa, levantando preocupações de que a nova estirpe seja “mais resistente” às atuais vacinas contra a covid-19, desenvolvidas para reconhecer a proteína ‘spike’ presente nas outras variantes do novo coronavírus, e mais contagiosa. “A B.1.617 tem uma taxa de crescimento mais elevada do que outras variantes que circulam na Índia, sugerindo uma maior contagiosidade”, acrescentou a OMS, que, no entanto, continua a considerá-la uma “variante de interesse” e não de “preocupação”. A maior transmissibilidade da nova estirpe poderá explicar a explosão do número de infectados na Índia, a braços com uma segunda vaga que está a provocar o colapso dos serviços de saúde. A Índia, quarto país com mais vítimas fatais, atrás dos Estados Unidos, do Brasil e do México, ultrapassou já as 200 mil mortes desde o início da pandemia. O país voltou hoje a anunciar um novo máximo diário de mortes (3.293) e de novas infeções, com mais de 360 mil casos num só dia. Desde o início da pandemia, a Índia acumulou 201.187 óbitos e mais de 17,9 milhões de infeções, sendo o segundo país do mundo com mais casos, atrás dos EUA. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.122.150 mortos no mundo, resultantes de mais de 147,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste registou quase 100 casos de covid-19 nas últimas 24 horas Timor-Leste registou nas últimas 24 horas um total de 99 casos de infeções com o SARS-CoV-2, a maior parte dos quais nas duas maiores cidades do país, Díli e Baucau, informou ontem o Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC). Em comunicado o CIGC explica que 58 dos casos se registaram em Díli, com 34 em Baucau, dois cada em Ainaro e Ermera e um cada em Aileu, Viqueque e Oecusse. No mesmo período registou-se um total de 76 casos recuperados, com o total de ativos a ser agora de 1073 e o total de infeções registadas desde o início da pandemia a ultrapassar pela primeira vez os 2.000 (para 2.048). O CIGC explica que os casos incluem cinco pessoas com sintomas da covid-19, sendo que o total de positivos representam 10,33% do total de 958 testes realizados pelo Laboratório Nacional. Há agora casos reportados de infeção com o SARS-CoV-2 nos 12 municípios e no enclave de Oecusse-Ambeno. O comunicado do CIGC confirma que a incidência em Díli nos últimos sete dias foi de 27,3 por 100 mil habitantes, acima dos 22,5 registados na vizinha Indonésia. Actualmente há 20 casos moderados e dois graves no centro de isolamento de Vera Cruz, em Díli. As autoridades timorenses antecipam um aumento significativo de casos de covid-19 nas próximas semanas, incluindo mais hospitalizações e potenciais óbitos, com transmissão comunitária em Díli e cada vez menos respeito pelas medidas preventivas. A previsão é feita num relatório de análise epidemiológica à situação da covid-19, a que a Lusa teve acesso, e que confirma a progressão da curva epidémica, com o número total de casos a crescer significativamente em abril. “A subida acentuada na curva mostra que o número total de casos está a aumentar rapidamente, à medida que a transmissão continua dentro da comunidade”, refere-se no relatório. “Se o crescimento de casos diários continuar ao ritmo atual antecipamos cerca de 2.000 novos casos diagnosticados nas próximas duas semanas, associado ao aumento das hospitalizações e mortes”, prevê-se no documento.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | “Dilúvio” de doentes esgota camas em hospitais de Goa e desespera famílias Por Paula Telo Alves, da Agência Lusa O médico de Goa Oscar Rebello alertou ontem que a situação da covid-19 naquele estado indiano “é terrível”, com camas a faltar nos hospitais, por causa do “dilúvio de doentes” nesta segunda vaga da pandemia. “Em setembro, na primeira vaga, os casos aumentavam mais devagar, mas desta vez é um completo dilúvio”, disse à Lusa o médico do Hospital Healthway, em Goa Velha, em Pangim, capital daquele estado indiano. O médico, que fala português fluentemente, intercalado com algumas palavras em inglês, trata doentes com covid-19 há mais de um ano, e garante que a situação atual é a pior desde o início da pandemia. “É terrível, é um desastre”, disse à Lusa. “Antes, tínhamos tempo para assistir os doentes, organizar o oxigénio e o remdesivir [anti-viral para tratar a doença], mas desta vez é um dilúvio, uma trovoada”, lamentou. Apesar de “para já” não faltar oxigénio em Goa, como acontece noutros estados indianos, a afluência de doentes aos hospitais, “públicos e privados”, excede largamente as camas disponíveis, segundo o médico. “Os doentes estão como sardinhas”, contou à Lusa. “Há gente em macas e cadeiras porque não têm cama”, denunciou. “É horrível, não podemos manejar. Estamos completamente cansados, deprimidos, esgotados”, admitiu. O médico, nascido em 1952, disse estar particularmente chocado com a letalidade da doença entre os jovens. “Desta vez, jovens de 30, 35 anos, que não têm nada – não há diabetes, não fumam – estão a morrer. É uma tragédia enorme”, lamentou. O desespero dos doentes e famílias está a levar muitos a recorrer às redes sociais, noticiou na segunda-feira o jornal local Herald, e há mesmo quem peça ajuda à Igreja, num estado onde cerca de um quarto da população é católica, disse à Lusa o padre Noel da Costa. “Nós também recebemos chamadas e dizemos às pessoas que têm de contactar um médico, mas eles respondem: ‘Padre, todos os hospitais estão cheios, não há vagas, o que podemos fazer?'”, contou à Lusa o prelado. “Estão tão desesperados que ligam a toda a gente para ver se conseguem ajuda de alguém”, explicou. A Igreja tem apelado às pessoas “para ficarem em casa, porque a situação é muito má”, disse o padre. “Não há vagas nos hospitais, as pessoas estão a morrer em Goa, milhares estão a ser infetados”, lamentou. “Nós também nos sentimos impotentes”, admitiu. Na semana passada, o presidente da Conferência Episcopal Católica da Índia pediu aos bispos para realizarem um dia de oração a 07 de maio, “procurando intervenção divina para salvar o país da pandemia”, segundo a agência católica Union of Catholic Asian News. Em Goa, a maioria das igrejas “estão fechadas”, com os serviços religiosos a serem transmitidos pelas redes sociais, mas isso não vai impedir a iniciativa, disse o padre Noel da Costa. “Estamos a usar as redes sociais para avisar cada família, individualmente, através do Whatsaap, para rezarem”, contou. Goa, que faz fronteira com dois dos estados mais afetados do país, Maharashtra e Karnataka, registou na segunda-feira um novo recorde de casos desde o início da pandemia, com 2.321 novas infeções, além de 38 mortes provocadas pela doença. A situação já levou o ministro da Saúde daquele estado, Rane Vishwajit, a pedir medidas mais drásticas ao Governo. “Chegou a altura de Goa ter um confinamento completo pelo menos durante um mês, não podemos dar-nos ao luxo de perder mais vidas”, escreveu o ministro na segunda-feira, na rede social Twitter, adiantando que apelaria ao chefe do Governo, Pramod Sawant, para decretar a medida. O responsável do executivo recusou no entanto o confinamento, segundo os jornais locais, mas para o médico Oscar Rebello, é urgente impor restrições para “quebrar a cadeia de transmissão”. “Esses casamentos, festivais religiosos, casinos… Com certeza que o vírus se vai espalhar. Por isso, sim, sou a favor de um ‘lockdown’ [confinamento] parcial, pelo menos durante 15 dias”, afirmou. Com 1,5 milhões de habitantes, Goa tem “alta positividade neste momento”, disse à Lusa o professor de Física e Biologia Gautam Menon, que trabalha em modelos matemáticos de previsão da doença para vários Governos de estados indianos. Para o professor da Universidade Ashoka, “é provável” que o surto em Goa esteja relacionado com a presença da variante indiana, predominante no estado vizinho de Maharashtra, um dos mais afetados. Com uma população de 1,3 mil milhões de habitantes, a Índia está a braços com um surto devastador, com recordes de mortes e contágios durante cinco dias consecutivos, o que já levou vários países a oferecerem ajuda ao gigante asiático. A segunda vaga atingiu o país após uma redução drástica das infeções durante vários meses, o que levou muitos a especular sobre a possível imunidade da população à doença. “Na vida, a gente paga sempre a arrogância”, apontou Oscar Rebello. “Nunca se devia ser arrogante em relação ao vírus, é preciso continuar humilde”, defendeu o médico.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Universidade de Macau acolhe vacinação entre hoje e quinta-feira O Governo quer estender o plano de vacinação a outros locais que não apenas centros de saúde e hospitais e o pontapé de saída faz-se na Universidade de Macau. Entre hoje e quinta-feira deverão ser vacinadas entre 600 e 700 pessoas com as vacinas da Sinopharm e Pfizer/BionTech. Entidades como a MUST e associação dos operários também foram contactadas O complexo desportivo da Universidade de Macau (UM) acolhe entre hoje e quinta-feira estudantes e professores que, mediante marcação prévia, queiram ser vacinados contra a covid-19. Uma equipa com 30 profissionais de saúde estará no local para administrar as vacinas da Pfizer/BionTech e Sinopharm e estima-se que cerca de 600 a 700 pessoas possam ser vacinadas nos próximos dias. Serão também disponibilizadas vagas para pessoas fora da UM que queiram ser vacinadas. Esta acção de vacinação na UM está relacionada com a vontade do Centro de Coordenação e Contingência do Novo Coronavírus de estender a vacinação a mais locais que não apenas os hospitais e centros de saúde. Na conferência de imprensa de ontem foi dito que cinco entidades já foram contactadas. “Estamos a preparar algumas actividades de administração em outros locais que podem ser escolas, grandes empresas ou casinos. As entidades também nos podem contactar para receber a administração das vacinas”, disse o médico Tai Wai Hou. Foram também contactadas entidades médicas do sector privado, sendo que neste momento apenas o hospital Kiang Wu administra vacinas contra a covid-19. “Já contactamos o hospital da Universidade de Ciências e Tecnologia (MUST) e a associação dos operários”, frisou o mesmo responsável. Nesta fase apenas 9 por cento da população de Macau foi vacinada, mas o Centro de Coordenação adiantou que os números de marcações prévias para a vacinação têm vindo a duplicar ou a triplicar. “No início da vacinação tínhamos centenas de pessoas a fazer a marcação prévia mas agora o número está a aumentar. Creio que as pessoas de Macau têm mais vontade de ser vacinadas.” Sem auto-gestão Outra medida anunciada ontem prende-se com o facto de, desde a meia noite de hoje, dia 27 de Abril, todas as pessoas que tenham estado em Hong Kong nos últimos 14 dias tenham de fazer uma quarentena de 14 dias sem necessidade de auto-gestão de saúde nos sete dias posteriores. Esta medida é também aplicada às pessoas que já estão no território, mas que ainda não concluíram a quarentena. Apesar de Hong Kong e Singapura terem estabelecido uma bolha de viagem, a funcionar em Maio, as autoridades de Macau ainda não têm esse plano. “A situação epidémica em Hong Kong está atenuada, mas ainda tem casos esporádicos, daí ser necessária a observação médica de 14 dias. Vamos continuar a acompanhar a situação para saber se são necessárias novas medidas. Macau e o Interior da China já voltaram à normalidade quanto à circulação de pessoas, mas para outros países não temos ainda planos para o estabelecimento de bolhas de viagem”, referiu Leong Iek Hou, coordenadora do Centro. Relativamente às dez pessoas que chegaram a Macau este domingo vindas do Nepal, sete delas são residentes de Macau e três são trabalhadores não residentes no Estabelecimento Prisional de Macau. Uma das pessoas oriunda do Nepal repetiu ontem o segundo teste de anticorpos, que deu negativo depois de um primeiro teste positivo. Neste momento estão duas pessoas internadas no Centro Clínico de Saúde Pública do Alto de Coloane. Uma delas diz respeito a “um caso importado que voltou a testar positivo e está no período de convalescença”, havendo também “um outro caso de convalescença do exterior, sem febre ou outros sintomas”. Hoje começa o 29º plano de fornecimento de máscaras, com duração até ao dia 26 de Maio.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Cinco pessoas do Nepal testam positivo aos testes anticorpos O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus emitiu este domingo uma nota onde dá conta de que cinco de dez pessoas oriundas da cidade de Katmandu, no Nepal, testaram positivo para os testes anticorpos à covid-19. Um deles “revela a possibilidade de apresentar uma recaída”, pelo que será realizado esta segunda-feira um novo teste. Quanto às restantes quatro pessoas “foram consideradas como tendo sido infectadas anteriormente”. Quanto às restantes cinco pessoas testaram negativo à covid-19. Os 10 indivíduos foram encaminhados para o Centro Clínico de Saúde Pública no Alto de Coloane para observação e realização de testes mais aprofundados. Segundo a mesma nota, o Centro de Coordenação alerta para o facto de “a situação epidémica da covid-19 em países estrangeiros ser mais grave e existir alta propagação” de mutações do vírus SARS-Cov-2 “com elevado risco de infecção”. “Há muitos casos relatados em que o diagnóstico foi confirmado após terem sido realizados vários testes de ácido nucleico negativos, daí que de modo a reduzir o risco para a saúde pública, para a família e a comunidade, [foi tomada a decisão] de realizar a todos os indivíduos que regressam de países estrangeiros o teste de anticorpos contra a covid-19 após a chegada a Macau, de modo a determinar o seu estado geral de infecção”, explica o Centro de Coordenação.
João Santos Filipe SociedadeEstados Unidos colocam Macau na lista vermelha de alerta de turismo Os Estados Unidos colocaram Macau na lista de alerta vermelho para deslocações de turismo, devido à evolução da situação da covid-19. As alterações do Governo dos EUA foram feitas na madrugada de ontem e, segundo a Associated Press, afectaram 116 países e regiões, entre as quais a RAEM. De acordo com a escala americana, as regiões e países são classificadas através de uma escala de um a quatro. O nível um é o mais seguro e o quatro o mais perigoso. Macau está agora no nível quatro, com a indicação “não viaje”. Antes das alterações, a RAEM estava no extremo oposto da escala, no nível um, o mais seguro de todos que é definido como “viaje com as precauções normais”. Com as alterações, Macau é tida como uma região mais insegura do que Hong Kong. A RAEHK está classificada com o nível três, definido como “reconsidere a viagem”. Nova escala As mudanças já tinham sido antecipadas na segunda-feira, quando o Departamento de Estado anunciou que ia fazer uma revisão das classificações. As alterações foram justificadas com a necessidade de “reflectir um sistema de alerta de viagens” mais baseado na avaliação do Centro de Controlo e Prevenção das Doenças dos Estados Unidos. Na comunicação de segunda-feira foi igualmente explicado que a actualização das classificações não reflectia a existência de uma nova avaliação aos países e regiões afectados. O ajustamento, de acordo com a Reuters, fez com que a lista de países e regiões classificadas com a escala quatro subisse de 34 para cerca de 150 países e regiões. Portugal também está no nível quatro. Apesar das novas recomendações, os cidadãos americanos não são obrigados a seguir os conselhos, o que faz com que ainda possam viajar para Macau. Porém, só poderão entrar na RAEM se forem residentes ou por motivos de reunião familiar, com a aprovação dos Serviços de Saúde. Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde, até ontem os Estados Unidos tinham registado 31,4 milhões de casos de infecção por covid-19 que resultaram em 562 mil mortes. O Centro de Controlo e Prevenção da Doença de Macau registou 49 casos e zero mortes.
Andreia Sofia Silva EventosFotografia | “DESVELO • 關愛 • ZEAL”, de Gonçalo Lobo Pinheiro, lançado dia 29 As fotografias captadas no lar da Santa Casa da Misericórdia de Macau e no Asilo de Santa Maria, da Caritas, estão agora compiladas no livro “DESVELO • 關愛 • ZEAL”, de Gonçalo Lobo Pinheiro, que será lançado na próxima quinta-feira, dia 29, na Livraria Portuguesa. No dia seguinte, as fotografias estarão também expostas na cidade do Porto Num território onde a pandemia da covid-19 tem estado plenamente controlada, o fotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro teve de ver além do óbvio. Daí, a ter decidido retratar o dia-a-dia de um dos grupos de risco da pandemia, os idosos, e dos seus cuidadores, foi um passo. Vários prémios e distinções depois, esta reportagem fotográfica ganha nova dimensão com o livro “DESVELO • 關愛 • ZEAL”, apresentado na próxima quinta-feira, dia 29, pelas 18h30 na Livraria Portuguesa. No dia seguinte será inaugurada uma exposição na cidade do Porto, em Portugal, no espaço Mira Fórum. O trabalho realizado em 2020, no lar da Santa Casa da Misericórdia de Macau e no Asilo de Santa Maria, da Caritas, foi “o mais importante que fiz relacionado com a covid-19 em Macau”, disse ao HM Gonçalo Lobo Pinheiro. “A pandemia não teve aqui grande expressão, felizmente, e tornou-se complicado para mim encontrar motivos de fotografar. Acabei por optar por ir aos lares, a par de fazer fotografia do quotidiano. Fui fazendo um levantamento possível, mesmo não havendo casos. Os Serviços de Saúde não permitiram que fizéssemos fotografias na linha da frente, então fui por outras vias, além de que os idosos são um dos grupos de risco desta pandemia.” Neste ano as fotografias estiveram presentes em algumas exposições, além de terem ganho o primeiro prémio do concurso de fotografia da revista Macau Closer. Também obtiveram algumas menções honrosas em prémios internacionais. O fotojornalista, que também escreve poesia, tendo inclusivamente publicado alguns livros, foi buscar à sua “alma poética” o nome deste livro. “Gosto de poesia e achei que [a palavra Desvelo], nesta óptica do cuidador, do cuidar dos idosos, pudesse ser mais poética para explicar, para não ser tão claro na minha abordagem.” Na próxima quinta-feira, a apresentação da obra estará a cargo do arquitecto Francisco Ricarte, que também faz fotografia de forma amadora. Carlos Morais José, director do HM, assina o prefácio. Portas abertas Se Gonçalo Lobo Pinheiro não teve acesso aos hospitais para fotografar a covid-19 de perto, pôde fazê-lo com todo o apoio nestas instituições. “A primeira história foi captada a 29 de Abril de 2020, precisamente um ano antes do dia do lançamento do livro, no Lar da Nossa Senhora da Misericórdia da Santa Casa da Misericórdia de Macau. O lar abriu-me portas e pude testemunhar como os cuidadores estão, mais do que nunca, firmes no apoio aos idosos, muitos deles com várias deficiências.” A segunda reportagem fotográfica foi feita no lar da Caritas a 8 de Maio de 2020. “A madre Louis Mary Sesu Ratnam conduziu-me numa visita ao asilo exclusivo para mulheres idosas. Louis Mary falou de como é ajudar no lar durante a pandemia. Explicou que os cuidadores são essenciais, principalmente nestes momentos. Se não fossem os cuidadores, quais curandeiros, estes idosos ficariam desamparados. ‘Fazemos o que podemos, mas fazemos com cuidado e seriedade’, confessou-me na altura”, adiantou o fotojornalista. Gonçalo Lobo Pinheiro lembrou que as histórias captadas com a sua lente “falam de pessoas, de idosos e dos seus cuidadores”. “Os idosos são um grupo de risco da pandemia que assola o mundo e para o qual só agora começam a surgir esperanças para o seu combate efectivo, ainda que em diversas partes do mundo a doença não esteja controlada”, notou ainda o autor. “DESVELO • 關愛 • ZEAL” é uma edição da Ipsis Verbis e terá uma edição em português, inglês e chinês. A obra conta com o apoio do projecto The Other Hundred – Healers, no qual este trabalho acabou por ser finalista, tendo sido publicado em livro na Malásia e já exposto em algumas cidades no mundo. Além disso, o fotojornalista contou com o apoio do Banco Nacional Ultramarino e do Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong.
João Luz Manchete SociedadeVacina | Reportados dois “eventos adversos”, um resultou em internamento Uma mulher e um homem, ambos com 34 anos, sofreram eventos adversos depois da administração de vacinas da BioNTech e Sinopharm, respectivamente. Apesar da necessidade de internamento da mulher e da paralisia facial do homem, os casos foram considerados ligeiros e as autoridades não encontraram nexo de causalidade com a vacinação Na noite de quarta-feira, o centro de coordenação de contingência do novo tipo de coronavírus declarou dois “eventos adversos ligeiros” que afectaram uma mulher e um homem, ambos com 34 anos, resultando em internamento devido a um problema renal e paralisia facial, respectivamente. No primeiro caso, a mulher foi vacinada a 5 de Abril com a segunda dose da vacina da BioNTech num centro de saúde. Dez dias depois, terminada uma sessão de exercício físico numa bicicleta estática, sentiu fraqueza nas coxas, sensação que passou a dor, que se intensificou nos dias seguintes. No dia 19 de Abril, a paciente decidiu fazer exames médicos no Hospital da Universidade de Ciência e Tecnologia. No dia seguinte, as análises ao sangue acusaram um aumento significativo de creatina quinase e mulher foi encaminhada para as urgências do Centro Hospitalar Conde de São Januário, onde ficou internada na enfermaria de casos agudos. O diagnóstico era rabdomiólise, uma síndrome que pode resultar em lesão renal aguda. De acordo com as autoridades, “a doente encontra-se em estado estável e a creatina quinase está a diminuir gradualmente.” O meu lado esquerdo O caso mais recente, afectou um homem inoculado com a primeira dose da vacina da Sinopharm no passado domingo. Dois dias depois começou a sentir “diminuição da força oclusal no lado esquerdo e a pálpebra esquerda fechada sem tendência de agravamento”, o que o levou às urgências do Centro Hospitalar Conde de São Januário onde foi diagnosticado com paralisia de Bell, conhecida como “Paralisia do nervo facial”. Depois de receber tratamento, teve alta sem necessitar de internamento. O centro de coordenação explica que “a causa desta doença é desconhecida” e que “a maioria de doentes começa a recuperar o nervo facial após 2 semanas do início dos sintomas e recupera a normalidade entre três e seis meses”. É também referido que os diagnósticos nestes dois casos não são detectados “com mais frequência em indivíduos vacinados contra a covid-19 do que na população geral”. Os casos foram remetidos para o grupo de trabalho de avaliação de eventos adversos e a “relação causal entre o evento e a vacinação foi considerada incerta”.