Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCosta Nunes | Suspeito detido. Ministério Público investiga alegados crimes de abuso sexual [dropcap]O[/dropcap] suspeito da prática de abusos sexuais a duas meninas de três anos que frequentam o jardim de infância D. José da Costa Nunes foi hoje constituído arguido por suspeita da prática do crime de abuso sexual de criança, tendo sido detido pela Polícia Judiciária (PJ). A informação foi confirmada ao HM por fonte da PJ, que adiantou ainda que os depoimentos das alegadas vítimas e do próprio suspeito, ex-funcionário do jardim de infância, ajudaram na recolha de mais provas por parte das autoridades policiais. O caso segue agora para mais investigações junto do Ministério Público. O juiz de instrução criminal ainda não se pronunciou sobre a medida de coacção a aplicar ao suspeito de 30 anos de idade, de nacionalidade filipina. Além das duas queixas que foram ontem apresentadas pelos pais junto da PJ, surgiu entretanto uma terceira queixa. Fonte da PJ frisou ao HM que voltaram a ser realizados exames médicos às alegadas vítimas, mas que, mais uma vez, foram inconclusivos quanto a vestígios da prática de abusos. Contudo, as declarações do suspeito e das meninas fizeram com o que o caso tenha sido entregue no MP para mais averiguações. “Os exames não deram resultados, não há provas concretas”, disse a PJ. O caso da alegada prática de abusos sexuais no jardim de infância D. José da Costa Nunes por um funcionário da escola foi noticiado esta quinta-feira, tendo a direcção do jardim de infância tido conhecimento das queixas dos pais na terça-feira. Estes acusam a escola de negligência, mas, até ao momento, a associação de pais reitera o apoio e confiança no trabalho da direcção da escola. Na próxima semana deverá ser concluído o relatório interno, a entregar à Associação de Promoção da Instrução dos Macaenses.
Andreia Sofia Silva SociedadeAbuso sexual | Funcionário do Costa Nunes não foi constituído arguido [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] funcionário do jardim de infância D. José da Costa Nunes que, alegadamente, terá cometido abusos sexuais a duas meninas de três anos não foi constituído arguido. Neste momento, é apenas alguém que foi convidado a ajudar no processo de investigação. Entretanto, de acordo com a DSEJ, o regime sancionatório para casos como este pode implicar uma multa pecuniária, ou mesmo a suspensão da escola A Polícia Judiciária (PJ) considera, para já, não haver indícios suficientes para a constituição do suspeito como arguido, mas dentro do jardim de infância D. José da Costa Nunes a confiança foi quebrada. A PJ adiantou ontem ao HM que o funcionário que foi despedido por, alegadamente, ter cometido abusos sexuais a duas meninas de três anos não foi sequer constituído arguido. O sujeito “não foi detido e foi convidado para ajudar na nossa investigação”, disse fonte da PJ. “Neste momento, ainda não foi constituído arguido. Não há provas de que tenha cometido abusos sexuais. As vítimas são duas meninas e já foram fazer uma consulta no hospital, não tendo sido detectados quaisquer vestígios de abuso sexual”, acrescentou a mesma fonte. O ex-funcionário do jardim de infância estava em casa, no território, quando foi “convidado” pelas autoridades para prestar declarações. “Neste momento, não podemos dar mais informações, porque é apenas um indivíduo que nos está a ajudar na investigação.” Os responsáveis da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) deram ontem uma conferência de imprensa, mas remeteram a maior parte das informações para a PJ. “A PJ está a fazer a investigação e depois vai divulgar mais informações junto do público. Vamos esperar por mais informações da polícia. Vamos reunir com a direcção da escola e esta deve agir de acordo com o nosso guia de funcionamento. Enviamos agentes de aconselhamento para dar apoio aos pais e às crianças”, adiantou a responsável da DSEJ que referiu que também será dado “ apoio psicológico às crianças”. Na conferência de imprensa promovida pela DSEJ, vários órgãos de comunicação social chinesa fizeram questões sobre o facto do funcionário ter, alegadamente, trocado fraldas às crianças, facto que também é referido pelos media de Hong Kong (ver caixa). Sobre as consequências para a instituição, a DSEJ adiantou que, “de acordo com a lei está definido no regime sancionatório a aplicação de uma multa pecuniária ou a suspensão do funcionamento da escola”. Contudo, a PJ confirmou ao HM que tal ponto nunca foi referido pelas autoridades e que essas informações serão apenas boatos divulgados nas redes sociais. Número de casos não é claro Os casos aconteceram numa turma do primeiro ano do jardim de infância, com alunos de apenas três anos. A primeira queixa foi feita por uma mãe à educadora em Outubro, mas esta nada disse à direcção do jardim de infância, conforme relatou ao HM Goreti Lima, a psicóloga da instituição de ensino. “O primeiro caso foi uma mãe chinesa que veio dizer que a filha lhe tinha dito que esse funcionário lhe tinha posto as mãos nos genitais. A coisa passou porque é difícil acreditarmos numa coisa dessas. Depois aconteceu com uma menina portuguesa e na terça-feira foi uma família portuguesa que fez a mesma queixa. Aí tivemos o alerta. Na mesma turma aconteceram mais casos semelhantes.” A Associação de Promoção de Instrução dos Macaenses (APIM) não sabe, para já, quantos casos terão ocorrido ao certo, estando apenas confirmados dois casos investigados pela PJ. Segundo adiantou Miguel de Senna Fernandes ao HM, terão surgido situações em que os pais nem sequer reportaram à escola. “Isto tem de ser muito bem esclarecido. Tenho dúvidas de que [determinadas situações] sejam consideradas casos. Há apenas dois casos apenas confirmados pela PJ. É por isso que estou a aguardar o relatório da direcção da escola.” Apesar de no hospital Conde de São Januário nada ter sido detectado com os exames efectuados às duas crianças, Miguel de Senna Fernandes lembrou que o abuso sexual não acontece apenas na forma de agressão. “Temos de ver e estudar o caso. No fundo, ele não é suspeito porque, do ponto de vista da polícia, não há indícios de abuso sexual, mas sabemos que não se limita apenas a casos de agressões, com indícios muito claros no corpo da vítima. O comportamento pode acontecer de várias formas e o toque pode chegar.” Não é ainda clara a continuação deste funcionário na instituição depois da sua suspensão por parte da direcção do Costa Nunes. Independentemente do resultado da investigação criminal, “coloca-se também a confiança no funcionário”. “É uma coisa ainda por estudar no futuro e ficamos a aguardar a conclusão do relatório. E era bom que fosse feito desta semana para resolvermos este caso o mais depressa possível”, acrescenta Miguel de Senna Fernandes. O relatório de que fala o presidente da APIM será desenvolvido pela direcção do jardim de infância, adiantou a sua directora, Marisa Peixoto. “Vamos fazer um processo interno de averiguações e depois realizar um relatório interno, vamos ouvir várias pessoas para apresentar à direcção da AIPIM para depois eles próprios fazerem as suas averiguações internas.” Marisa Peixoto apontou que teme uma redução do número de matrículas, numa altura em que cada vez mais famílias procuram o Costa Nunes, dado ser o único jardim de infância de matriz portuguesa. “Tememos [uma redução das matrículas] mas vamos tentar restabelecer a confiança dos pais. Aconteceu e não podemos fazer nada, mas vamos trabalhar a partir daí e melhorar. O primeiro passo que tomámos foi o afastamento da pessoa em causa logo no dia em que os pais fizeram a queixa. Em termos de rotina da escola, estamos a tentar que os pais não fiquem tão preocupados.” Empregado exemplar No jardim de infância, o funcionário tinha como funções tratar das limpezas e das refeições. Mas, segundo Marisa Peixoto, era muito prestável, respondendo a vários pedidos de ajuda que lhe faziam. “Era daqueles empregados que não tinha responsabilidade sobre nenhum grupo mas que estava sempre disponível, a tudo o que lhe pedíamos havia disponibilidade da parte dele para fazer. Era uma pessoa bem disposta”, conta a directora da instituição. Também Goreti Lima, psicóloga, se recorda de um trabalhador sempre disponível. “Era um excelente funcionário e fazia mais do que aquilo que lhe era pedido. Era super simpático, envolvia-se em actividades com as crianças, brincava com elas quando não era essa a função dele, entrava mais cedo e saía mais tarde, era sempre prestável. Não levantava nenhuma suspeita pela conduta que levava e era próximo das educadoras. Isso também é um choque para elas, ele ganhou a confiança de todos.” Apesar da PJ não ter considerado o indivíduo como suspeito, a verdade é que Goreti Lima alerta que “as crianças estão na descoberta do seu corpo e para elas são apenas festinhas”. Cabe, por isso, aos “adultos ter consciência de que isto não se faz”. Na terça-feira, quando foi confrontado, o funcionário “não reagiu, não viu maldade, ficou de cabeça baixa, transtornado. Ficou perdido”, recorda a psicóloga. Para a profissional que acompanha as várias turmas do D. José da Costa Nunes, este é um alerta a todos os profissionais da instituição. “Eu e as minhas colegas temos responsabilidade nisto, porque não foi dito o que se passava.” Goreti Lima acrescenta ainda a falta de recursos humanos no jardim de infância. “Não tenho tempo para fazer observações em todas as salas, porque ando sempre a correr, andamos sempre a correr. É preciso que os pais saibam que têm de estar mais presentes na vida dos filhos, que têm de conversar com eles e que tem de haver mais contacto entre os pais e a escola. Isto faz-nos repensar o nosso estilo de vida porque estão em causa uma série de coisas.” Hoje deve decorrer uma reunião entre a associação de pais, a direcção do jardim de infância e a APIM. Media de Hong Kong noticiaram o caso As suspeitas de abuso sexual no jardim de infância de matriz portuguesa foram noticiadas por alguns meios de comunicação social de Hong Kong. Um deles foi a Radio and Television Hong Kong (RTHK), que noticiou a investigação que decorre sobre o caso alegadamente protagonizado pelo jovem filipino de 30 anos e que resultou na ida dos pais de duas crianças à PJ. Na notícia, lê-se que a escola “não tratou do caso no tempo devido”. Também o website do jornal Oriental Daily News reportou que “duas crianças num jardim de infância terão sido abusadas por um trabalhador filipino”. Associação de pais diz que direcção “tomou medidas necessárias” Foi emitido ontem um comunicado depois da reunião da Associação de Pais do Costa Nunes (APCN), onde se refere que a direcção do jardim de infância tomou as medidas necessárias para lidar com este caso. “Pelos dados de que dispomos, acreditamos que a direcção do jardim-de-infância D. José da Costa Nunes (DJCN) tomou as medidas possíveis assim que teve conhecimento do que se estava a passar. A informação de que dispomos até ao momento leva-nos a crer que está a ser feito o devido acompanhamento das crianças e pais directamente envolvidos.” A associação de pais faz ainda um apelo contra a desinformação. “Pela gravidade e sensibilidade do caso em apreço, apelamos ao bom-senso e respeito pela privacidade dos envolvidos. A desinformação em situações desta índole tem danos incalculáveis não só para as pessoas directamente envolvidas, como também para a comunidade escolar.” O comunicado, assinado pela presidente, Fátima Oliveira, refere ainda que serão feitos mais comentários quando se considerar necessário. “Atendendo ao elevado grau de sensibilidade da questão, ao facto de se tratar de matéria de foro criminal – a ser já investigada em sede própria –, e, sobretudo, tendo em consideração que os principais visados deste triste acontecimento são crianças de tenra idade, entendemos que não nos compete, neste momento, tecer qualquer comentário adicional.” Os sinais de abuso sexual na criança (por Goreti Lima) – Vários sintomas psicológicos, incluindo os transtornos depressivos vulgo depressão ou tristeza, e os transtornos de ansiedade nomeadamente o transtorno pós-traumático. Estes são os maiores sinais associados com questões de abuso e/ou trauma sexual. As tentativas de suicídio também são comuns – A nível psicológico e comportamental a criança pode apresentar sinais de ansiedade e regulação emocional deficiente, como medos e nervosismo, irritabilidade, raiva, chupar no dedo, roer as unhas; depressão e tristeza; perturbações da memória e concentração; alterações alimentares; e alterações do sono como insónias, terrores nocturnos, pesadelos, enurese nocturna (xixi na cama). – Também podem apresentar isolamento social, alterações ou dificuldades nos relacionamentos sociais e íntimos; e baixa auto-estima, ou seja falta de confiança, desrespeito por si mesmo, desvalorização pessoal, não se sentir merecedor de amor e respeito por parte dos outros, referir-se depreciativamente ao seu próprio corpo como “sujo”, “defeituoso” ou “feio”. Sentir vergonha, culpabilização; evitar certos sítios ou certas pessoas; comportamento sexuais desadequados para a idade, “tocar” nos órgãos genitais ou fazer avanços, evitar ir à casa de banho para fazer as suas necessidade como antigamente, tomar banho, recusar expor o corpo – Sinais físicos, que são queixas somáticas, por exemplo, dores muscular constantes, dores de cabeça , fadiga , distúrbios gastrointestinais; doenças nos genitais, nas meninas cândidas frequentes, inflamações, dores e mal-estar.
João Santos Filipe Manchete SociedadePedofilia | Funcionário do Costa Nunes suspeito de abusos sexuais Um auxiliar do jardim-de-infância D. José Costa Nunes terá alegadamente abusado de crianças. O caso já está a ser investigado pela Polícia Judiciária, após queixas da escola e dos pais, tendo o funcionário sido imediatamente suspenso [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m funcionário do jardim de infância Costa Nunes está a ser investigado por alegadamente ter cometido abusos sexuais a várias crianças. A situação foi reportada à Polícia Judiciária, ontem, depois do surgimento de várias queixas por parte de pais de crianças do género feminino e o funcionário foi suspenso com efeitos imediatos. As crianças são todas da mesma turma. “Estamos todos em estado de choque. A educadora da turma em causa está em estado de choque, os pais estão em estado de choque. Era um funcionário com vários anos de escola, que tinha a total confiança de todos e aconteceu isto”, contou, ontem, Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), responsável pela escola. “Se calhar, é nestas situações em que menos se espera que as coisas acontecem”, acrescentou. O número de crianças afectadas ainda não é totalmente conhecido. O perpetuador dos alegados abusos é um servente da turma afectada, tem cerca de 30 anos e é de nacionalidade filipina. De acordo com o presidente da APIM, o funcionário trabalhava no jardim-de-infância há mais de dois anos. O caso foi descoberto depois de várias crianças terem relatado aos pais os abusos. O primeiro caso terá sido comunicado em Outubro, altura em que a escola ficou em alerta para a possível existência de outros casos. “Ao que parece o primeiro alerta tinha sido dado em Outubro, mas também não ficou muito claro, nessa primeira conversa, entre a educadora e o pai, que houvesse motivos para uma suspeita total”, comentou Miguel de Senna Fernandes. “Quando se identificou mais do que um caso, a escola agiu logo. Mas é uma acusação grave e uma coisa é dizer: ‘falta-me uma coisa’, outra é: ‘Aquela pessoa roubo-me’. São situações diferentes”, acrescentou. Reunião Aberta Em relação à reunião de ontem, Miguel de Senna Fernandes explicou que a direcção se disponibilizou para responder a qualquer pergunta dos pais. A situação foi igualmente comunicada à Direcção de Serviços para a Educação e Juventude, que prestou apoio com um serviço de psicólogos. Também a psicóloga da instituição se mostrou imediatamente disponível para prestar o apoio necessário. “Ao fim da tarde, houve uma reunião com os pais das crianças da sala. Foi uma reunião em que as partes se mostrarem abertas ao diálogo e em que respondemos às dúvidas que conseguimos”, revelou o presidente da APIM. Ainda sobre a situação, o também advogado reconheceu que este é um caso que coloca em causa o trabalho da instituição e a confiança dos pais: “Está em causa a confiança na escola. Sabemos que qualquer pai que procura uma escola, o aspecto mais básico é a segurança das crianças e um episódio destes coloca tudo em causa”, reconheceu. O Jardim-de-infância foi inaugurado em Janeiro de 1999 e recebe crianças com idades entre os dois e seis anos. Por sua vez, o funcionário suspeito, se for condenado pela prática de crimes de abuso sexual de crianças, pode incorrer numa pena de prisão de 1 a 8 anos.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCosta Nunes | Janela foi alterada sem conhecimento prévio do arquitecto [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s obras efectuadas no jardim de infância D.José da Costa Nunes resultaram na alteração de uma janela que era símbolo do movimento arquitectónico De Stilj, também conhecido como Neoplasticismo. Surgido em 1917, trata-se de um movimento inspirado nas icónicas linhas do pintor Piet Mondrian. As mudanças levaram o arquitecto autor do projecto de ampliação do Costa Nunes, Mário Duque, a questionar a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), por estar em causa a violação dos direitos de autor. Imagem da janela antes da transformação Na carta enviada ao organismo, à qual o HM teve acesso, lê-se que “nessas obras procedeu-se à destruição da janela icónica virada a norte de desenho neoplasticista, com a construção de uma nova janela de desenho diferente e alheio”. Trata-se, na visão de Mário Duque, “uma ‘inovação’, para efeito do Código Civil, na medida em que modifica a linha arquitectónica e o arranjo estético do prédio”. Tratando-se, na visão do arquitecto, de uma “obra de modificação”, caberia à Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (AIPIM), responsável pela gestão do jardim de infância e também pelas obras, contactar previamente o arquitecto. Na carta enviada, Mário Duque pede ainda que seja feita uma “averiguação urgente sobre a modalidade e actos da obra em curso, tomando as devidas precauções naquilo que colida com o ordenamento da RAEM”. Na resposta que deu ao arquitecto, a DSSOPT confirmou que não foi responsável pela execução da obra. Em declarações ao HM, Miguel de Senna Fernandes, presidente da AIPIM, adiantou que as questões de licenciamento foram respeitadas. “Tivemos de informar de que iríamos fazer esta obra. Foi atribuído [pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude] um subsídio para este efeito e os serviços conhecem este projecto.” O HM sabe que no passado dia 2 deste mês alguns fiscais da DSSOPT se deslocaram ao jardim de infância D. José da Costa Nunes. Custos eram excessivos O presidente da AIPIM admitiu que não sabia que Mário Duque é o autor do projecto de ampliação do jardim de infância, que foi concluído em 1997, o que fez com que não tenha sido feito um contacto prévio. Ainda assim, Miguel de Senna Fernandes promete enviar uma carta ao arquitecto a explicar as alterações. O facto de ter sido colocada uma janela totalmente diferente da original prende-se com o elevado estado de degradação e custos excessivos que a AIPIM não conseguia suportar. “A alteração foi ditada por razões de segurança, mais nada. A janela estava em muito mau estado, já havia sinais visíveis de enferrujamento, e a única maneira para tratar daquilo era fazer uma janela nova. A reposição da janela [no formato original] custaria muito mais dinheiro, e depois a janela não é pequena.” O presidente da AIPIM disse ainda já ter conhecimento da carta enviada à DSSOPT. “Lamentamos não o termos informado previamente. Não tínhamos outra hipótese porque os subsídios são muito limitados. Não podemos ser impedidos de fazer as reparações absolutamente necessárias para garantir, pelo menos, a segurança das pessoas envolvidas.” “Naturalmente lamentamos ter avançado com a obra sem dar conhecimento ao arquitecto. Se soubesse que era ele naturalmente que ia falar”, adiantou o presidente da AIPIM, que pede, contudo, compreensão da parte de Mário Duque. “O arquitecto vai ter de compreender que não sou pessoa de fazer alterações a torto e a direito. Mas quando as condições exigirem que as faça, mesmo que não vá de encontro ao gosto das pessoas, é o que tem de ser feito. Com todo o respeito, vai ter de compreender a nossa posição”, concluiu.
João Luz Manchete SociedadeEnsino | Infantário Costa Nunes discute integração na rede de escolas públicas A Assembleia Geral da APIM reúne extraordinariamente na próxima quarta-feira para discutir a adesão do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes à rede de escolas públicas. Miguel de Senna Fernandes garante que a transferência em nada alterará a natureza do estabelecimento, incluindo a língua portuguesa [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Assembleia Geral extraordinária da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) está marcada para quarta-feira, às 18h. O único ponto da ordem de trabalhos é a discussão da integração do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes no sistema de escolaridade gratuita. Miguel de Senna Fernandes, presidente da associação que gere o infantário, explicou ao HM que a reunião servirá para “auscultar a opinião dos membros e, naturalmente, pedir um voto de confiança para a comissão directora que conduz esse processo”. A reunião pretende também recolher orientações do órgão colegial e auscultar as opiniões dos seus membros. O presidente da APIM releva que este é “um processo complicado, mas é algo que é necessário equacionar para o futuro”, principalmente porque “os custos são cada vez maiores” e precisam ser encarados com realismo e ponderação. No fundo, a adesão ao sistema de escolaridade gratuita representa a atribuição do subsídio do próprio sistema e a sua repartição. Algo que obedece a um conjunto de regras bem definidas que carecem de adaptações da escola. “Não é como comprar um bilhete e entrar na sala de cinema”, compara Miguel de Senna Fernandes. Independentemente disso, o infantário “já cumpre muitas das regras que estão estabelecidas na lei de bases do sistema educativo”. Essência mantém-se Uma coisa é garantida pelo presidente do APIM, “o jardim de infância é para ficar com as características que lhe são muito próprias”, mas como é um projecto de longo prazo, são precisos meios para o efeito”. Se for aprovada a integração no sistema de escolaridade gratuita, o processo de integração implicará uma série de adaptações “meramente administrativas e financeiras, que em nada têm relação com a autonomia da escola e a sua filosofia”. Miguel de Senna Fernandes garante que “a língua portuguesa também não está em causa” e será salvaguardada. O presidente da APIM acrescenta que a mudança não traz alterações, além da óbvia que é “os pais passarem a não pagar propinas”. Além disso, as actividades extracurriculares vão continuar a ser pagas, uma vez que são despesas que não estão cobertas pela gratuitidade do sistema. Para Miguel de Senna Fernandes, é necessário pensar também ao nível da contratação de pessoal docente com capacidades académicas. “Não está em causa o cumprimento de um requisito da lei, é algo do nosso funcionamento”, revela o presidente da APIM. Para já, o Costa Nunes prepara-se para aderir a uma rede de onde só estão de fora duas ou três escolas, uma dela a Escola Portuguesa de Macau. A integração não será imediata, uma vez que pressupõe um período de adaptação à nova realidade.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeMarisa Peixoto, directora do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes Era, até há bem pouco tempo, educadora no jardim-de-infância de matriz portuguesa, mas a saída de Lola Flores do Rosário levou à sua escolha para a direcção do D. José da Costa Nunes. Marisa Peixoto quer aproximar a escola aos pais e à comunidade, e diz que são necessários mais terapeutas da fala em Macau [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m novo ano lectivo, mais alunos. O que traz de novo ao Costa Nunes? Por enquanto, ideias, porque tenho de seguir o que já estava definido. Normalmente preparamos o ano lectivo no fim do ano anterior. Tenho sobretudo ideias para implementar nos próximos anos. Espero que o ano lectivo corra da melhor maneira possível e que as crianças saiam daqui felizes, e que os pais também estejam satisfeitos. É, portanto, uma directora na continuidade. Ajudei a fazer o plano anual, mas ainda como educadora. Como directora ainda não trago nada de novo. Disse que queria fomentar o ensino do cantonês. Como é que isso vai ser feito? O cantonês já existia no ensino extracurricular. Este ano vamos ter o cantonês mas em moldes de workshops, e como são muitas horas dá para estender durante todo o ano lectivo. As crianças vão participar, sendo que o workshop é também dirigido a funcionários. O jardim-de-infância é de matriz portuguesa, mas tem cada vez mais alunos chineses. O objectivo deste projecto é ir transformando aos poucos a escola numa instituição bilingue? Não, de todo. O objectivo é que as crianças portuguesas e de língua não materna chinesa (temos crianças que só falam mandarim) possam aprender um pouco mais de cantonês, que é a língua que se fala na rua. Eu adorava saber cantonês, por exemplo. É interessante, já que vivemos em Macau, ter essa oportunidade, e decidimos estender isso às crianças. Quanto mais cedo começarem, melhor. O jardim-de-infância recebe mais alunos todos os anos. Há uma capacidade de expansão e de resposta face a esta tendência? Por enquanto temos capacidade de resposta, mas não iremos ter para muitas mais turmas. Estamos a usar a sala de actividades no edifício novo, onde estão as educadoras de infância. Temos ainda salas no edifício antigo, que são usadas como refeitório e também para as restantes actividades. A nossa capacidade não irá além de duas ou três salas, mas estão sempre a sair os alunos de cinco anos, que ocupam quatro salas. Por isso temos capacidade de reabrir estas salas. Sobre o ensino do mandarim, vão tentar equilibrar o ensino nas duas línguas? O mandarim é obrigatório para todos, mesmo para as crianças que já dominam a língua. Temos apoio ao português todos os dias e as crianças que já dominam o cantonês podem ter workshops de português, enquanto as outras estão nos workshops de cantonês. Mas ainda vamos fazer esses horários. As línguas dificultam o processo de integração dos alunos e a relação com as educadoras e os colegas? No início é um pouco difícil, se bem que tentamos ter sempre na sala alguém que fale cantonês. Algumas educadoras falam, mas nem todas. Depois, as crianças vão interiorizando algumas palavras. Para os pais também é difícil, ficam ansiosos porque não conseguem ajudar. Acham que depois de um mês as crianças já deveriam falar português. Eu tive a experiência como educadora. Como não domino cantonês, sentia que não os conseguia perceber para satisfazer as necessidades que tinham. Esperava chegar a directora de uma escola em Macau, sobretudo uma instituição como esta, com um papel importante na sociedade? Não, de todo. Estava a fazer o meu papel como educadora com muito gosto e não estava à espera. Fiquei contente porque é o reconhecimento do meu trabalho. Quando saiu a directora Vera Gonçalves achava que a nova directora (Lola Couto do Rosário) era para ficar. Traz a estabilidade que o Costa Nunes precisa, com esta nova direcção? Espero que sim. Disse-me que está a seguir o plano que já tinha sido estabelecido. Mas que novas ideias traz para o jardim-de-infância? São ideias que vou ter de amadurecer com as minhas colegas, porque muitas são elas que as põem em prática. Gostava de chamar mais os pais, para que fizessem mais parte deste processo educativo de três anos. Gostava de ter mais actividades direccionadas a pais e filhos e também à comunidade envolvente. Ia passar por pequenos e grandes projectos. Quero chamar mais a comunidade e os pais ao jardim-de-infância. As famílias entregam muito a educação dos seus filhos à escola e depois há um distanciamento? Não tenho essa ideia, de todo. Mas, se calhar, até gostariam de estar mais presentes. Temos algumas actividades dirigidas a pais e filhos, mas não muitas. Sinto os pais muito interessados no processo de educação dos filhos. A língua portuguesa é realmente uma aposta da parte deles. O Costa Nunes vai responder a isso nos próximos anos? Há uma manutenção desta tendência? Penso que sim, e se tivermos mais crianças de língua não materna portuguesa teremos de ter mais apoio, dentro e fora da sala de aula, ao português. A tendência vai continuar a ser esta, a ter mais crianças de língua materna não portuguesa. Em termos de recursos humanos fazem falta mais educadoras bilingues? Se existirem, óptimo. Por outro lado, se não souberem, não caem na tentação de falar a mesma língua da criança. Desta forma, as crianças mais rapidamente entendem o português e fazem um esforço para falar e entender. Mas, de facto, se houvesse mais educadoras bilingues não sentiam as dificuldades que senti no início. Pretendem contratar mais pessoas? Se abrirmos novas salas sim, até lá penso que não. Em termos de infra-estruturas, havia alguns projectos de obras em andamento. Como está esse processo? Já foram autorizadas as obras no recreio, que serão feitas no Verão do próximo ano. As obras nada têm que ver com tufão, tivemos apenas pequenos danos. O Costa Nunes continua a fazer a diferença e a demarcar-se das outras instituições de ensino? Como? A maior diferença – e é a opinião dos pais que nos chega, chineses sobretudo – é ser uma escola com um currículo muito diferente, mais aberto, onde as crianças aprendem através do brincar. Não temos o ensino da escrita e da leitura. Se virmos que a criança tem necessidade disso, claro que vamos alimentar, mas não é institucional, não é obrigatório. Temos crianças que antes de chegarem aos seis anos já conseguem ler, e aí não pomos de parte essa competência. Essa obrigatoriedade de leitura e de escrita não está sequer nas metas que seguimos de Portugal e de Macau. Os pais sentem essa liberdade e gostam da parte de brincar dos filhos, sentem falta disso nos currículos das escolas chinesas. Tendo em conta as novas directrizes implementadas pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), acha que o ensino é muito exigente e apela pouco à criatividade e pensamento livre do aluno? As escolas pecam por isso. A DSEJ está a tentar mudar, a criar currículos mais flexíveis e que as escolas apliquem isso, que dêem importância à parte artística e ao brincar, que é tão importante nestas idades. É uma questão cultural, mas a DSEJ está a tentar mudar para melhor. Chegou a Macau em 2014. Que desafios sentiu em relação ao sistema educativo? Tive de mudar algumas coisas porque tinha crianças de língua não materna portuguesa. Esse foi o meu maior desafio. Tive de remodelar o meu modo de ensino, os meus planos, e tentar trabalhar de modo a dar mais apoio a essas crianças. Quando queria contar uma história, a alunos de três anos, tinha de usar coisas mais visuais. Tive de me adaptar. É preciso inovar no sistema educativo local? Em termos de recursos humanos e não só de docentes, mas ter, por exemplo, mais formação para o pessoal auxiliar? Em relação ao pessoal auxiliar, ou agentes de ensino, nenhuma das pessoas que temos cá tem formação em educação. Em Portugal já há esse curso e acho que seria importante ter cursos de formação aqui. Sentimos que é importante, e fazia a diferença e sentido. Em termos de apoio pedagógico ou de medidas para crianças com necessidades educativas especiais, há lacunas? No nosso caso, não temos necessidade de mais terapeutas. Temos duas educadoras a tempo inteiro para o apoio ao aluno inclusivo, três conselheiras escolares e uma psicóloga. Sentimos falta, com a quantidade de crianças que temos tido, de termos mais terapeutas da fala. Começamos a sentir que a pessoa que dá a terapia da fala não tem mãos a medir com tantas crianças. Seria importante termos um terapeuta mais dirigida para a nossa escola e não um profissional que tenha de andar por várias escolas. Pelo menos que estivesse a tempo parcial. É necessária uma flexibilização do sistema de recrutamento no sector da educação? Acho que sim. Não temos direito a um terapeuta só para nós, temos de seguir algumas normas, como termos um número de alunos suficiente. Mas depois têm poucas horas por semana. Os alunos recebem esse apoio, mas não é necessário para resolver alguns casos. Há pais que têm de recorrer ao apoio privado, e a maioria das terapeutas só fala chinês. Terapeutas que dominam o português são poucos. Aquando da saída de Lola Flores do Rosário foi noticiado que havia questões relacionadas com orçamentos por clarificar. Tudo isso já foi resolvido? Sim, penso que foi sobretudo sobre o financiamento do Fundo de Desenvolvimento Educativo, da DSEJ. Mas já está tudo resolvido.
Hoje Macau SociedadeEnsino | Costa Nunes tem mais alunos este ano [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]arisa Peixoto, directora do jardim de infância D. José da Costa Nunes, disse à Rádio Macau que a instituição conta com mais alunos no início do novo ano lectivo. No total são 224 crianças que estão matriculadas, quando o ano passado eram 193. Foram ainda criadas mais duas turmas para crianças com três anos de idade. Marisa Peixoto disse ainda que foram contratadas mais três educadores de infância, um deles em sua substituição. Recorde-se que Marisa Peixoto assumiu funções como directora em substituição de Lola Couto do Rosário, que esteve um ano à frente da instituição de ensino. A nova responsável disse à Rádio Macau que o ensino do cantonense é uma das apostas da escola de matriz portuguesa. “Vamos ter durante o ano bastantes horas de cantonense para as crianças portuguesas e de outras nacionalidades que não sabem falar cantonense. E também para os adultos da escola que não falam. Normalmente [as crianças] têm o mandarim curricular e o inglês e este ano apostamos também no cantonense”, disse. Quanto aos estragos causados pela passagem do tufão Hato, o jardim de infância ficou com algumas mazelas na zona exterior, mas na próxima segunda-feira os mais pequenos já podem usar o recreio. É ainda necessário fazer um controlo das pragas, rematou Marisa Peixoto. BNU | Sam Tou é o novo director executivo [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi decidida em Maio, mas só ontem foi dada a conhecer a nova nomeação do BNU. O cargo é de Sam Tou que, de acordo com o comunicado à imprensa, “possui conhecimentos ricos e profundos do sector bancário, tendo vindo a colaborar com o BNU há mais de seis anos num cargo de gestão”. O novo director executivo, nascido em Macau e Mestre em finanças conta já com uma vasta experiência na banca e nos negócios locais. Sam Tou viveu as mudanças e transformações económicas e comerciais inerentes à transferência de administração do território e “vem fortalecer ainda mais o relacionamento do BNU com as empresas locais”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCosta Nunes | Marisa Peixoto é a nova directora da escola Está escolhido o nome que vai substituir Lola Flores Couto do Rosário na direcção do Jardim-de-Infância D. José da Costa Nunes. Chama-se Marisa Peixoto e há quatro anos que é educadora na instituição. Não domina o chinês, mas Miguel de Senna Fernandes confia agora na estabilidade da escola [dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á um ano entrava Lola Flores do Rosário, bilingue, que prometia trazer um novo rumo ao Jardim-de-Infância D. José da Costa Nunes e, sobretudo, responder ao aumento dos alunos chineses. A directora acabou por não ficar mais do que um ano lectivo, sendo que Marisa Peixoto é o nome que se segue. A educadora está há quatro anos no jardim-de-infância de matriz portuguesa e, segundo referiu Miguel de Senna Fernandes, é o nome ideal para ficar à frente da instituição. “Neste momento ela reunia as melhores condições para desempenhar o cargo, a escolha foi natural. Há cerca de quatro anos que está no Costa Nunes e conhece bem a escola, bem como os colegas. Havia outros nomes que reuniam boas condições, mas julgámos que a Marisa seria uma boa aposta”, disse o presidente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM). Miguel de Senna Fernandes quis ir à prata da casa buscar um nome e não pensou sequer em recorrer a currículos de fora do Costa Nunes. Marisa Peixoto não domina a língua chinesa, ao contrário da sua antecessora, mas para o presidente da APIM isso não constitui um problema de maior. “[Marisa Peixoto] Não domina o chinês, isso seria ouro sobre azul. Continuamos a esperar por uma directora que domine várias línguas, mas muitas vezes as coisas não acontecem. Mas não é por causa disso que não se gere um jardim-de-infância. O bilinguismo é um factor importante, mas não é decisivo. A actual directora domina o chinês, era uma aposta bastante boa.” Quanto a Lola Flores Couto do Rosário, não ficará a trabalhar no jardim-de-infância. Vera Gonçalves, a directora que a antecedeu, chegou a ser convidada para ficar na escola como educadora, mas declinou o convite. “A Lola não vai ficar no Costa Nunes, não sei onde vai ficar. Ela melhor o dirá”, explicou Miguel de Senna Fernandes. Contrato de um ano Marisa Peixoto assinou contrato como directora por um ano. Tal como explicou o presidente da APIM, isso não revela falta de confiança no novo nome. “É normal, todos os contratos com todo o pessoal docente foram sempre de um ano. Todos os anos renovamos os contratos e corresponde a uma prática tradicional. No espaço de um ano veremos se tem condições para continuar.” Miguel de Senna Fernandes referiu ainda que sempre quis o melhor para a escola em todas as decisões que tomou. “Estivemos sempre à espera de uma maior estabilidade, as escolhas foram sempre feitas nesse sentido. É uma esperança renovada, com certeza. Tudo indica que será um nome bem aceite, se bem que é sempre uma incógnita. Mas, segundo o que conhecemos da pessoa em causa, vai dar-nos estabilidade”, rematou.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCosta Nunes | Centro da cultura macaense é projecto adiado O projecto de erguer um centro da cultura macaense num edifício junto ao jardim de infância D. José da Costa Nunes terá que ser adiado, garante Miguel de Senna Fernandes. A APIM está a pensar na remodelação e criação de uma sala multiusos no último piso do edifício [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]oucos se recordam de um projecto que a anterior direcção da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) queria erguer num edifício atrás das instalações do jardim de infância D. José da Costa Nunes. Miguel de Senna Fernandes, actual presidente da APIM, disse ao HM que a criação de um centro da cultura macaense vai ter mesmo de ficar adiada, sem que haja qualquer data prevista no horizonte para que seja uma realidade. As razões prendem-se com o protocolo instituído com a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), que determina que o espaço apenas pode ser utilizado para fins educativos. “Tudo depende do protocolo, e tudo teria de ser feito consoante os parâmetros desse protocolo”, disse o presidente. “Até agora a DSEJ não quis largar mão disso e permitir que isto acontecesse, porque implicava ir além dos limites do próprio protocolo. Ainda não nos debruçamos sobre a possibilidade de reanimar este projecto, com o tempo iremos ver”, acrescentou. Com o projecto de obra do novo complexo suspenso, Miguel de Senna Fernandes garante, contudo, que a ideia não está posta de parte. “Se a APIM tivesse condições, não tenho dúvidas de que agarraríamos o projecto com toda a garra”, frisou. “Teremos de adiar e repensar o projecto”, apontou. Em 2012 a DSEJ negou dar luz verde ao projecto pelo facto do protocolo em vigor determinar apenas a realização de um projecto educativo como é o jardim de infância, e não cultural. Na altura, a direcção da associação de pais do Costa Nunes chegou a defender que, a acontecer, o centro da cultura macaense só deveria funcionar a partir das 18h00, dado o pouco espaço para as actividades diárias da instituição de ensino. Fátima Oliveira, actual presidente da direcção da associação de pais, afirmou desconhecer o projecto. Obras precisam-se Com o adiamento deste projecto, a APIM vai dedicar-se a renovar o último andar do jardim de infância, que será destinado a uma sala multiusos e à construção de um anfiteatro. “Vamos estudar como podemos reaproveitar o último piso do edifício, para fazer um espaço multi-funcional, ligado à educação. Já que temos de nos cingir aos parâmetros do protocolo, vamos agora avaliar os custos das obras de apetrechamento de materiais e renovação, para ver se podemos dar uma função como deve ser ao último piso, que está absolutamente desaproveitado”, explicou Miguel de Senna Fernandes. O presidente da APIM garante que vai demorar algum tempo até que estas obras tenham uma data de conclusão. O edifício, disse ainda, data dos anos 90 e desde então que não foi alvo de obras de reparação. “Há áreas de degradação visível, com ferrugem”, concluiu.
João Luz SociedadePais do Costa Nunes confiantes na escolha da próxima direcção [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois de menos de um ano no cargo de directora do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, Lola do Rosário deixa o lugar depois de ser revelado que não irá continuar no próximo ano lectivo. A notícia, avançada pelo Jornal Tribuna de Macau, não preocupa Fátima Oliveira, presidente da associação de pais do infantário da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM). “Confio que vão contratar alguém com capacidade de gestão, que mantenha a qualidade da escola e as características que a distinguem das outras escolas”, afiança. Além disso, Fátima Oliveira explica que o Costa Nunes está a funcionar bem nos dias que correm e que, seja quem for que vier, terá um natural período de adaptação, “tal como Lola do Rosário teve depois de Vera Gonçalves sair”. Quanto à substituição da directora, a presidente da associação de pais não tece qualquer comentário, uma vez que “cabe à APIM decidir quem é mais adequado para gerir o jardim-de-infância”. No entanto, Fátima Oliveira confessa que não ficou surpreendida com a saída de Lola do Rosário. “A própria directora, quando chegou no ano passado, disse publicamente, por várias vezes, que vinha apenas por um ano, não só à associação, como aos próprios pais em reuniões públicas”, explica. De resto, Fátima Oliveira faz um “balanço, em geral, positivo” do mandato de Lola do Rosário”, uma vez que a “direcção da escola sempre colaborou com a associação de pais, estabelecendo uma relação muito saudável e aberta”. A presidente da associação que representa os pais dos alunos do Costa Nunes acrescenta que sempre houve um espírito onde a crítica construtiva sempre foi bem recebida. Fátima Oliveira explica ainda que existem situações que podem ser melhoradas, “acertos que se foram alinhavando com a direcção”. Uma delas prende-se com a forma como os educadores comunicam com os pais, que se pode aprimorar. “Se calhar faria falta orientações mais uniformizadas em relação à comunicação”, adianta. Outra das situações é a resposta que o Costa Nunes tem de dar à crescente entrada de alunos de língua chinesa, “que requer alguns cuidados e adaptação, uma vez que a escola é de matriz e língua veicular portuguesa”, explica a presidente da associação de Pais. Fátima Oliveira acrescenta que nunca ouviu nenhum pai contra a entrada de crianças chinesas, mas que esse facto carece de alguma preparação e de “uma política condizente com a mudança de paradigma”. De resto, Fátima Oliveira perspectiva a continuação da qualidade do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, uma instituição muito “acarinhada pela comunidade portuguesa, macaense e, cada vez mais, pela comunidade chinesa”.
Hoje Macau SociedadeAnuário do D. José da Costa Nunes é lançado hoje A associação de pais do Costa Nunes apresenta hoje a terceira edição do anuário dos alunos do jardim-de-infância. Fátima Oliveira, a nova presidente da direcção, promete um trabalho de continuidade. E também atenção ao crescimento da escola, que traz alguns desafios [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] ideia é criar “um repositório de recordações”, tanto para os alunos, como para os pais e familiares das crianças relativamente ao período de passagem pelo jardim-de-infância. A terceira edição do anuário do Jardim-de-infância D. José da Costa Nunes é hoje apresentada. Diz respeito aos anos lectivos de 2013/2014 e 2014/2015, e é da responsabilidade da associação de pais do estabelecimento de ensino. Ao HM, Fátima Oliveira – que desde Janeiro passado é a presidente da associação – destaca a pertinência deste género de publicações. “O que se pretende é deixar fundamentalmente uma recordação do período de frequência do jardim-de-infância.” Numa terra com elevada mobilidade, este tipo de registo adquire maior significado. O anuário inclui dois textos. Um deles é da autoridade de Carmo Pires, educadora com muitos anos de experiência: “Dá-nos uma perspectiva da evolução que o jardim-de-infância tem tido”. O segundo escrito é o testemunho de um antigo aluno, André Ritchie, “sobre a sua experiência enquanto criança e, mais tarde, enquanto pai, uma vez que teve lá o seu filho”. Diz a presidente da associação de pais que se trata de “um testemunho também muito interessante que nos dá uma ideia de como era antigamente o jardim-de-infância”. Fátima Oliveira faz também uma referência especial ao facto de, a cada edição, o anuário contar com a colaboração de artistas de Macau, responsáveis pela capa. Depois de António Conceição Júnior e de Rui Rasquinho, o volume que é hoje apresentado tem a capa desenhada por Carlos Marreiros. A cerimónia de lançamento, agendada para o final da tarde, conta com a presença de Alexis Tam. “Sendo o secretário da tutela da educação, e tendo sempre defendido o bilinguismo e mostrado grande apoio pela língua portuguesa, convidámos o secretário para deixar algumas palavras no anuário. Há um pequeno texto” de Alexis Tam, conta a presidente da associação. “Contamos com a sua presença no sentido de reforçar a promoção da língua portuguesa, que também tentamos fazer”, acrescenta. “É o único jardim-de-infância de língua veicular portuguesa, pretende-se que se mantenha assim.” O desafio das línguas Na presidência da associação há pouco mais de três meses, Fátima Oliveira explica que, acima de tudo, trata-se de uma direcção de continuidade. “Faço parte da associação há três anos, fui vice-presidente, e assumi agora a presidência”, contextualiza. “Os desafios desta nova direcção são cooperar com a escola, mantermo-nos atentos e, sobretudo, lutar pela manutenção da qualidade do jardim-de-infância.” O principal desafio para a manutenção da qualidade tem que ver com a gestão do crescimento da escola, procurada cada vez mais por famílias de língua materna chinesa, e a capacidade de resposta do jardim-de-infância a crianças que não falam português. “A escola neste momento tem muitas crianças de língua materna chinesa e isso pode representar alguns desafios relativamente ao idioma e ao desenvolvimento do trabalho do jardim-de-infância”, observa Fátima Oliveira. “Esse, quanto a mim, será o maior desafio: garantir que a escola mantém a qualidade do ensino e que consegue lidar com o facto de ter muitas crianças que não dominam a língua portuguesa.” De resto, a associação pretende continuar com as actividades desenvolvidas até agora, com destaque para as levadas a cabo nas férias da Páscoa e do Verão. “Consideramos essencial criar actividades para as crianças. Nesta faixa etária, dos três aos cinco anos, não existe oferta em língua portuguesa”, diz. “Temos conseguido arranjar uma ocupação, de forma divertida, com muita variedade de actividades, que permite ocupar as crianças pelo menos uma parte do dia.”
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCosta Nunes | Lola Couto do Rosário na direcção do jardim-de-infância Miguel de Senna Fernandes decidiu ir buscar um nome com ligações ao jardim-de-infância Dom José da Costa Nunes. Lola Couto do Rosário foi afastada em 2001 do cargo de directora por suspeitas de desvio de dinheiro, mas o presidente da APIM afasta esses boatos e relembra o currículo da educadora. “Isso não pesa minimamente na nossa decisão”, diz [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]omina três línguas e é um rosto conhecido do jardim-de-infância Dom José da Costa Nunes. Lola Couto do Rosário é o nome escolhido pela direcção da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) para dirigir a instituição de ensino infantil, com um contrato renovável por um ano. É este o nome que vai substituir Vera Gonçalves, que assumia as funções de directora desde 2009. Lola Couto do Rosário esteve no Costa Nunes entre 1998 e 2001, de onde saiu sob suspeitas de desvio de fundos, segundo fonte ligada à escola. Foi a APIM e o seu presidente na altura, José Manuel Rodrigues, que a afastaram do cargo, ainda que não tenha sido provado nada. O HM sabe ainda que a nomeação de Miguel de Senna Fernandes deixou muitas pessoas dentro e fora da instituição surpreendidas, sendo que algum do pessoal docente diz só ter sabido da nomeação através das notícias. Confrontado com aquilo que considera “boatos”, Miguel de Senna Fernandes, presidente da APIM, afasta essa possibilidade. “Vamos supor a hipótese disso se confirmar. Não é isso que está aqui em causa. A Lola deixou o Costa Nunes em 2001, passaram-se alguns anos, e mesmo que se confirmem esses boatos, achamos que o perfil dela serve este propósito. Claro que também equacionámos todo o percurso da Lola. Se existirem rumores sobre a idoneidade [dela] isso não pesa minimamente na nossa decisão, uma vez que a nova directora vai trabalhar num ambiente completamente diferente, com toda a direcção da APIM por cima. Só terá o nosso apoio. Isso pesaria apenas se tivéssemos dúvidas sobre a capacidade de gestão de recursos, então claro que nunca iríamos escolher este nome”, disse Senna Fernandes. O presidente da APIM garantiu que será aberto “um novo capítulo” na vida do jardim-de-infância, até porque domina três línguas, algo que era tido como necessário devido à diversidade de alunos da instituição. “Julgamos que a nova directora, com a supervisão da direcção, fará o seu trabalho como deve ser, dadas as suas capacidades. É uma pessoa com larga experiência de direcção e que domina várias línguas. Não há uma razão pessoal mas é uma pessoa que preenche os requisitos. Havia outros nomes também, mas decidimos por este. A pessoa que reuniu maior consenso foi a Lola”, frisou Miguel de Senna Fernandes. O HM tentou falar com algumas educadoras que trabalharam de perto com Lola Couto do Rosário, mas nenhuma delas quis prestar declarações sobre esta nomeação. A nova directora do Costa Nunes está neste momento em Portugal onde continua ligada ao ensino infantil, no jardim-de-infância de Ferreiras, tendo coordenado o jardim-de-infância de Olhos de Água, no Algarve e acumulado funções como coordenadora do Departamento de Educação Pré-escolar. Esteve, nos anos 90, seis anos como directora do jardim-de-infância luso-chinês Veng Tim, tendo começado a carreira no Colégio Dom Bosco em 1982.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCosta Nunes | Vera Gonçalves convidada a ficar como educadora Vera Gonçalves foi convidada para continuar no jardim-de-infância D. José da Costa Nunes como educadora de infância, mas ainda não tomou uma decisão. O presidente da APIM quer melhorar gestão de recursos humanos e realizar obras [dropcap style=circle]D[/dropcap]irectora do jardim-de-infância D. José da Costa Nunes desde 2009, Vera Gonçalves está de saída do cargo, mas foi convidada para continuar na instituição de ensino como educadora de infância. A garantia foi dada ao HM por Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação de Promoção de Instrução dos Macaenses (APIM). “Vamos ter mais uma turma e vamos precisar muito dela”, disse Senna Fernandes, que garantiu que a saída nada tem a ver com o trabalho de Vera Gonçalves, a quem teceu elogios. “A Vera apareceu numa altura importante para a APIM mas agora o universo é outro. Quando assumiu funções havia poucas crianças e não havia a abertura que o Costa Nunes hoje tem”, disse ainda. Vera Gonçalves disse ao HM que ainda não tomou uma decisão quanto ao seu futuro. “Não estava à espera que me dispensassem, fui apanhada de surpresa”, disse apenas. “Julgo que a nova direcção irá continuar o bom trabalho que foi feito até agora. A direcção da APIM mudou e naturalmente as equipas também são mexidas. Quando comecei as minhas funções, em 2009, o jardim-de-infância tinha 53 alunos, hoje tem 153. Isso é devido ao grande investimento que houve na qualidade. Temos conseguido ir reduzindo o saldo negativo das contas, fomos de encontro às expectativas dos pais, proporcionamos o Mandarim e o Inglês. O ano passado recebemos o Prémio Identidade do Instituto Internacional de Macau e esse foi um reconhecimento do trabalho feito até aqui. Cada vez somos procurados por pais chineses em que não há um único falante de Português na família. Temos listas de espera e tudo isso é comprovativo do nosso sucesso.” Obras e recursos humanos Sem levantar muito a ponta do véu, Miguel de Senna Fernandes fala apenas na necessidade de reestruturação dos recursos humanos. “Estamos numa fase de mudanças e acho que há espaço de implementação para outro tipo de ideias. Queremos um melhor aproveitamento dos recursos humanos, que não estavam devidamente aproveitados. Tem de mudar a forma como o jardim-de-infância é gerido. Há pessoal que poderia estar a exercer determinadas funções e não está.” Para além da contratação de mais um enfermeiro a tempo inteiro, o presidente da APIM está à espera de apoio financeiro do Governo para a realização de obras. “Desde que se assegure a qualidade em termos de espaços, não temos problemas em receber mais crianças. Está tudo indicado para fazermos obras, pedimos subsídio e ainda não houve resposta por parte da DSEJ. É visível o estado de degradação do edifício mais velho, quase em termos estruturais, e já exige alguma atenção”, referiu Miguel de Senna Fernandes. Sobre a saída de Vera Gonçalves, Lurdes de Sousa, presidente da Associação de Pais do Costa Nunes, destaca o diálogo estreito que sempre foi mantido com a direcção do jardim-de-infância. “Tivemos uma boa colaboração com a escola e a directora. Vamos ter em breve uma reunião com a APIM e vão ser facultadas mais informações sobre o ano lectivo. A APIM irá nomear uma directora que, esperamos, seja qualificada e que possa fazer uma boa gestão. A escola tem melhorado o funcionamento nos últimos anos e a Associação pretende que isso continue. A escola tem vindo a crescer em termos de números de alunos e isso obriga a uma maior gestão e é essa a nossa preocupação”, rematou.