Coreias | China quer desempenhar “papel construtivo” na desnuclearização

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês quer que a China desempenhe “um papel construtivo” na desnuclearização da Coreia do Norte, um compromisso expresso na sua terceira reunião com o líder norte-coreano, informaram ontem os ‘media’ do regime. Durante o novo encontro de terça-feira em Pequim entre Xi Jinping e Kim Jong-un, o Presidente chinês “expressou o seu firme apoio” à desnuclearização da península coreana.

A reunião entre Xi e Kim decorreu “de maneira cordial, aberta e amistosa”, durante a qual o líder norte-coreano transmitiu a sua gratidão ao Presidente chinês pelo apoio da China na cimeira histórica que Pyongyang realizou com Washington a 12 de Junho em Singapura, adiantou a agência estatal da Coreia do Norte, KCNA. Kim Jong-un declarou ainda que a Coreia do Norte vai cooperar com a China “no processo de abertura de um novo futuro na península coreana e na região” e comprometeu-se a consolidar as relações bilaterais, segundo uma informação da KCNA sobre a viagem e este encontro.

A aproximação de Pyongyang e Pequim verifica-se depois de cinco anos de relações tensas que coincidiram com a chegada ao poder de Xi Jinping em 2013 e a execução do tio do líder norte-coreano, ordenada nesse mesmo ano por Kim Jong-un, na altura ‘número dois’ do regime e que mantinha um vínculo estreito com Pequim.

21 Jun 2018

Coreia do Norte | Washington quer um desarmamento “completo”

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, insistiu ontem, em Seul, que Washington quer a desnuclearização completa de Pyongyang com base no que foi estipulado na cimeira entre o presidente Donald Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Pompeo sublinhou que o seu governo aposta na “desnuclearização completa, verificável e irreversível”, como declarou antes da cimeira.
As palavras de Pompeo chegam em resposta à imprecisão dos termos empregados na declaração conjunta que Kim e Trump assinaram ao final da sua reunião histórica em Singapura, na última terça-feira. Trump e Kim assinaram um texto onde se comprometem em abrir uma nova era de relações e estabelecer “uma paz estável e duradoura”, enquanto Washington oferece garantias de sobrevivência ao regime e ambos trabalham para conseguir a desnuclearização da península coreana.
No entanto, nenhum mecanismo concreto ou prazo de implementação para nenhum dos pontos foi detalhado, algo que, segundo Washington, será negociado em sucessivas conversas.
Pompeo também afirmou que não serão relaxadas as sanções sobre a Coreia do Norte antes de alcançar a mencionada “desnuclearização completa” e que Kim “entende a urgência” de um processo que, segundo ele, será implementado de maneira “sequencial e com condições”.

Tóquio e Pyongyang: cimeira à vista
Por outro lado, o Japão e a Coreia do Norte estão a negociar a realização de uma cimeira entre o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, que poderia acontecer em Agosto ou Setembro, informou nesta quinta-feira o jornal nipônico “Yomiuri”. Autoridades dos dois países conversaram várias vezes nos últimos meses para negociar o encontro, que poderia ocorrer em Pyongyang em Agosto ou durante um fórum internacional, no mês seguinte, segundo fontes do governo ouvidas pelo jornal.
O primeiro-ministro japonês declarou que está “decidido” que o Japão se reúna “directamente” com a Coreia do Norte para resolver seus conflitos, em declarações após Trump ter comunicado ao líder norte-coreano algumas das preocupações de Tóquio.
O encontro serviria para resolver problemas como o desenvolvimento de mísseis e nuclear e os sequestros de cidadãos japoneses cometidos há décadas pelo regime, disse o porta-voz do Executivo, Yoshihide Suga. No entanto, nada foi “decidido ainda”.

Militares discutem fim dos exercícios
Entretanto, a Coreia do Norte e a Coreia do Sul estão em conversações ao mais alto nível militar para abordar a redução de tensões na zona de fronteira entre os dois países. O objectivo deste encontro na vila fronteiriça de Panmunjom é o de alcançar um firme compromisso por parte da Coreia do Sul de terminar os exercícios militares com os Estados Unidos. Estas negociações são as primeiras a integrarem generais de ambas as Coreias desde Dezembro de 2007.
“Nós vamos investir os nossos melhores esforços para garantir uma nova era de paz na Península Coreana”, sublinhou o major-general sul-coreano Kim Do-gyun antes do encontro. Os militares coreanos poderão ainda discutir temas como a promoção de um diálogo regular e a criação de um ‘canal aberto’ entre os oficiais de topo.
Já o Japão considera que a presença das tropas norte-americanas na Coreia do Sul e as manobras militares conjuntas dos dois países “desempenham um papel vital” para a segurança da Ásia de Leste, afirmou o ministro da Defesa japonês. “Os exercícios e a presença militar dos EUA desempenham um papel vital na segurança da Ásia de Leste”, declarou Itsunori Onodera, em resposta ao anúncio do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a interrupção destes exercícios.

15 Jun 2018

Donald Trump aceitou convite para visitar Pyongyang – agência coreana

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente norte-americano aceitou um convite do líder norte-coreano para um encontro em Pyongyang, tendo igualmente convidado Kim Jong-un para se deslocar aos Estados Unidos da América, segundo a agência oficial da Coreia do Norte.

No primeiro balanço da cimeira de Singapura entre os responsáveis políticos dos dois países, a agência KCNA apontou que este encontro abre a porta a “uma mudança radical”.

“Kim Jong-un convidou Trump a fazer uma visita a Pyongyang num momento oportuno e Trump convidou Kim Jong-un a deslocar-se aos Estados Unidos”, referiu a KCNA.

A agência garante, também, que o Presidente dos EUA evocou “um levantamento das sanções” contra o regime de Pyongyang.

“O mundo deu um grande passo atrás numa possível catástrofe nuclear! Não há mais lançamentos de foguetões, testes nucleares ou pesquisas!”, escreveu Trump na rede social Twitter, aproveitando a longa viagem de regresso de Singapura para Washington.

O jornal oficial norte-coreano Rodong Sinmun tem na sua primeira página uma fotografia do aperto de mão histórico entre Donald Trump e Kim Jong-un. No total, publica 33 fotografias do encontro entre os dois líderes ao longo de quatro das seis páginas do jornal, que foram mostradas na televisão norte-coreana.

Ao lerem o jornal nos transportes públicos, os habitantes de Pyongyang veem pela primeira vez as fotografias do seu líder com o Presidente dos EUA, habitualmente apresentado como sendo o diabo, relatam jornalistas da AFP, no local.

“O encontro do século abre uma nova era da história das relações” entre aqueles dois países é o título da publicação Rodong Sinmun.

“A travessia movimentada em direção à desnuclearização da península coreana e uma paz permanente só está a começar”, analisa com mais prudência o jornal sul coreano Hankook.

Trump e Kim Jong-un realizaram na terça-feira a primeira cimeira da história entre os líderes dos dois países, durante a qual se comprometeram a “construir um regime de paz duradouro e estável na península coreana”.

Um simbólico aperto de mão deu início ao primeiro encontro entre os líderes dos dois países depois de quase 70 anos de confrontos políticos no seguimento da Guerra da Coreia (1950-53) e de 25 anos de tensão sobre o programa nuclear de Pyongyang.

14 Jun 2018

Acordo entre EUA e Coreia do Norte refere desnuclearização e troca de restos mortais de prisioneiros

Palavras de optimismo e elogios entre Donald Trump e Kim Jong-un marcaram o fim da cimeira histórica entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte. O acordo assinado aborda o fim progressivo do programa nuclear da Coreia do Norte e a troca de restos mortais de prisioneiros de guerra entre os dois países.

 

[dropcap style≠‘circle’]C[/dropcap]omeram um lauto almoço (ver caixa) e ambos saíram satisfeitos de um encontro histórico. Terminou ontem a cimeira entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, que decorreu em Singapura e, à saída, Donald Trump até garantiu que o encontro se poderá repetir nos próximos tempos.

“Vamos encontrar-nos novamente, vamos encontrar-nos muitas vezes”, disse aos jornalistas, de acordo com a agência Associated France-Press (AFP). “Fizemos grandes progressos, foi melhor do que esperávamos”, disse ainda.

Antes do encontro, as palavras trocadas pelos dois líderes, também revelaram um caminho diplomático a percorrer em prol da paz. “É uma honra reunir consigo e sei que vamos resolver o nosso grande problema, o nosso grande dilema, que até este ponto não foi possível resolver. Trabalhando juntos, vamos resolver o assunto”, disse Donald Trump.

Também Kim Jong-un falou em harmonia para o futuro. “Trabalhando em estreita harmonia consigo, senhor presidente, com desafios, estou disposto a fazer este grande trabalho.”

 

Desnuclearização e restos mortais

Palavras amistosas à parte, da cimeira saiu um acordo que aborda não só a possibilidade de desnuclearização da Coreia do Norte. De acordo com a AFP, que fotografou o documento, o texto não menciona a exigência norte-americana de “desnuclearização completa e irreversível” – a fórmula que significa o abandono completo do armamento e a aceitação de missões de inspecção –, mas reafirma o compromisso anterior, mais vago.

“As pessoas ficarão muito admiradas e muito contentes e nós vamos tratar de um problema muito perigoso para o mundo”, disse Trump, admitindo estar “muito orgulhoso com o que aconteceu hoje”. O presidente norte-americano disse que tinha criado “uma ligação muito especial” com Kim e que a relação com a Coreia do Norte iria ser muito diferente daqui em diante.

“Decidimos deixar o passado para trás. O mundo assistirá a uma grande mudança. Gostaria de expressar a minha gratidão ao presidente Trump por fazer este encontro acontecer”, afirmou Kim Jong-un na altura em que o documento foi assinado. Trump disse que iria “sem dúvidas” convidar Kim Jong-un para visitar a Casa Branca.

Por outro lado, no mesmo texto, os Estados Unidos “garantem a segurança da Coreia do Norte”. “O presidente Trump compromete-se a fornecer as garantias de segurança” à Coreia do Norte, indica a primeira informação sobre o documento conjunto.

“Paz e prosperidade”

O documento refere também o estabelecimento de novas relações entre os dois países no sentido “da paz e da prosperidade” e a troca de restos mortais de prisioneiros e informações sobre soldados desaparecidos em combate durante a Guerra da Coreia, que ocorreu entre 1950 e 1953. Os corpos de mais de 7.800 militares norte-americanos continuam por localizar desde o final do conflito.

Numa conferência de imprensa promovida já depois da saída de Kim Jong-un de Singapura, Donald Trump referiu-se ao líder norte coreano como sendo alguém “muito inteligente” que iria colocar os pontos do acordo em prática.

Ontem o editorial do jornal norte-coreano Rodong referia que o país “vai procurar, através do diálogo, a normalização das relações” com um país (sem identificar qual), sempre que essa nação “respeitar a autonomia” norte-coreana.

 

 

China quer fim das sanções

A China, o principal aliado da Coreia do Norte, reagiu aos resultados da cimeira, falando de uma “nova história”. “A China apoia, porque é aquilo que temos esperado”, afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang. Geng lembrou o contributo da China para a resolução da questão norte-coreana, nomeadamente a proposta de “dupla suspensão”: o fim das manobras militares dos EUA e da Coreia do Sul na península coreana e, ao mesmo tempo, a paragem dos testes com armamento nuclear por parte da Coreia do Norte. “A proposta de suspensão por suspensão é a correcta e foi concretizada”, afirmou Geng, lembrando que Pequim “tem vindo a apelar aos dois lados para que mantenham o diálogo diplomático”. O porta-voz lembrou ainda a importância de os EUA “levarem seriamente e atenderem as preocupações com a segurança da Coreia do Norte”. “A outra parte deve também tomar medidas construtivas”, afirmou.

Além disto, a China sugeriu ontem que o Conselho de Segurança da ONU suspenda as sanções contra a Coreia do Norte, face às actuais iniciativas diplomáticas de Pyongyang, após a cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-un. “As sanções não são uma finalidade em si”, afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, em conferência de imprensa. “Acreditamos que o Conselho de Segurança deve fazer esforços para apoiar as atuais iniciativas diplomáticas”, acrescentou.

No ano passado, o Conselho de Segurança aprovou de forma unânime a aplicação de sanções contra o regime de Kim Jong-un, face aos seus sucessivos testes atómicos, proibindo as exportações norte-coreanas de carvão, ferro, chumbo, têxteis e marisco. A China teve ainda de reduzir o fornecimento de petróleo e produtos petrolíferos refinados a Pyongyang.

 

 

Japão espera comportamento “responsável”

“Esperamos que a Coreia do Norte se comporte como um país responsável na comunidade internacional” a partir de agora, disse o porta-voz do executivo japonês numa conferência de imprensa. O responsável escusou-se a avaliar o resultado da cimeira até Trump telefonar ao primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, nas próximas horas para o informar, mas enfatizou “a liderança e o esforço do presidente Trump para tornar realidade [a reunião]”. Entretanto, o Japão lançou ontem um satélite destinado a vigiar as instalações militares da Coreia do Norte e conseguir imagens de áreas afectadas por desastres naturais, informou a Agência de exploração Aeroespecial do Japão (JAXA). O satélite do tipo radar foi lançado num foguete H-2ª do centro espacial Tanegashima, na província de Kagoshima (sudoeste), informou a Jaxa em comunicado. “O foguete voou como planeado e o satélite de colheita de dados foi devidamente separado.”

 

 

A ONU e a questão humanitária

O secretário-geral da ONU, António Guterres, estava confiante, na segunda-feira, de que a cimeira entre os líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte permitirá avanços no sentido da paz e da desnuclearização da península coreana. “O mundo está a seguir de perto o que se vai passar dentro de horas em Singapura.” Guterres elogiou o “valor” dos dois líderes e disse esperar que eles possam “quebrar o perigoso ciclo que tanta preocupação causou o ano passado”. O objectivo, sublinhou, deve continuar a ser “a paz e a desnuclearização verificável”. Perante as potenciais dificuldades, Guterres assegurou que a ONU está pronta para apoiar o processo “de qualquer modo, incluindo a verificação, se for solicitado pelas partes-chave”. “Eles são os protagonistas”, insistiu, realçando que as Nações Unidas apenas oferecem a sua ajuda e que o seu único objectivo é o êxito das negociações. Guterres pediu, por outro lado, para que se preste atenção à situação humanitária na Coreia do Norte e recordou que a ONU está a tentar obter 111 milhões de dólares para dar resposta às necessidades imediatas de seis milhões de pessoas.

 

Seul diz que acordo “põe termo à Guerra Fria”

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, saudou o acordo de Singapura entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte como um “acontecimento histórico que põe termo à Guerra Fria”. Moon Jae-in disse ainda que está preparado para iniciar uma nova etapa nas relações com a Coreia do Norte e que Pyongyang se comprometeu com a desnuclearização completa do seu arsenal. O chefe de Estado sul-coreano homenageou Kim e Trump pela sua “coragem e determinação”, considerando que cabe agora às duas Coreias virarem a página de um “passado sombrio, feito de guerra e confrontos”.

 

 

Calma em Pyongyang

A AFP, uma das poucas agências internacionais com delegação em Pyongyang, descreveu a capital norte-coreana, durante o decurso da cimeira entre Trump e Kim, como a “calma no centro da tempestade”. “Com poucas fontes de informação, além da imprensa estatal, rumores e passa-a-palavra, a maioria dos norte-coreanos está às cegas sobre o histórico evento, que potencialmente transformará as suas vidas”, descreve Eric Talmadge, correspondente da agência.

 

 

Bimi e costeletas de vitela

Costelas de vitela com verduras e molho de vinho ou “oiseon”, um prato típico coreano a base de pepino e carne, foram alguns dos pratos degustados nesta terça-feira por Donald Trump e Kim Jong-un durante a histórica cimeira. Pratos que homenageiam a comida americana e norte-coreana, bem como Singapura, a sede do encontro, foram os protagonistas do almoço entre os dois líderes e suas respectivas delegações. No começo, Trump e Kim experimentaram um cocktail de camarões com salada de abacate e um kerabu, um prato típico malaio de arroz com manga, lima e polvo fresco; ou o conhecido “oiseon”, um pepino cozido recheado de carne bastante popular na Coreia do Norte. Como prato principal, os líderes comeram costelas de vitela com batata gratinada e bimi, um vegetal que surgiu no Japão como um híbrido entre os brócolos e um tipo de couve oriental. O outro prato principal foi o zhao, um arroz frito do estilo Yangzhou (leste da China), igualmente homenageado pela comida de Singapura. Como sobremesa, Trump, Kim e o restante de suas delegações comeram sorvete de baunilha e torta de chocolate.

 

Ivanka deixa os chineses perplexos

Os chineses tentavam encontrar nesta terça-feira a origem de um suposto provérbio da sua cultura que Ivanka Trump, filha do presidente Donald Trump, publicou no Twitter poucas horas antes da reunião do seu pai com o líder norte-coreano Kim Jong Un. “O céptico não tem que interromper o que actua – Provérbio chinês”, escreveu no twitter Ivanka Trump na segunda-feira à noite. Esta referência deixou os internautas chineses perplexos e muitos tentaram encontrar a origem do suposto provérbio. “O nosso chefe de redacção não encontra de que provérbio se trata. Ajuda!”, pediu a conta oficial da Sina, a empresa que administra o Weibo. Em milhares de mensagens, os utilizadores do Weibo discutiram sobre a possível origem do provérbio e alguns criticavam directamente a filha de Trump. “Leu em um biscoito da sorte do Panda Express”, afirmou um internauta, em referência aos biscoitos de uma conhecida rede de comida chinesa nos Estados Unidos. Ivanka Trump é muito popular na China, sobretudo depois de publicar um vídeo de sua filha de seis anos recitando um poema em mandarim.

12 Jun 2018

Cimeira EUA/Coreia do Norte: Trump confiante e Kim destaca superação de obstáculos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s equipas do presidente dos Estados Unidos e do líder norte-coreano iniciaram uma reunião alargada, após um primeiro encontro de cerca 40 minutos entre os dois líderes, sem conselheiros e apenas com os tradutores.

À chegada à sala onde o encontro está a decorrer, Trump mostrou-se confiante de que ele e Kim Jong-un vão “resolver um grande problema, um grande dilema”.

No início da histórica cimeira em Singapura, o Presidente dos Estados Unidos disse “não ter dúvidas” de que iria ter um “ótimo relacionamento” com o líder norte-coreano.

“Antigos preconceitos e velhos hábitos têm sido obstáculos, mas superámos todos para nos encontrarmos aqui hoje”, disse por sua vez vez Kim Jong-un.

A cimeira histórica entre o Presidente dos Estados Unidos e o líder da Coreia do Norte teve início hoje, em Singapura, com um histórico aperto de mão entre Donald Trump Kim Jong-un.

Este é o primeiro encontro entre os líderes dos dois países depois de quase 70 anos de confrontos políticos no seguimento da Guerra da Coreia e de 25 anos de tensão sobre o programa nuclear de Pyongyang.

Este encontro histórico ocorre depois de, em 2017, as tensões terem atingido níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), face aos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Washington.

A cimeira começou pouco depois das 09:00 de terça-feira (02:00 em Lisboa), num hotel em Singapura, e resulta de uma corrida contra o tempo – com uma frenética atividade diplomática em Washington, Singapura, Pyongyang e na fronteira entre as duas Coreias -, em que houve anúncios, ameaças, cancelamentos e retratações surpreendentes.

12 Jun 2018

EUA/Coreia do Norte: China “apoia” cimeira mas com “reservas”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] professor chinês de Relações Internacionais Wang Li afirma que, “no geral”, a China apoia a cimeira entre Coreia do Norte e Estados Unidos, admitindo existirem algumas “reservas” face à aproximação de Pyongyang a Washington.

“Apesar de existirem diferentes visões sobre o envolvimento da China na península coreana (…) o papel da China na desnuclearização e estabilidade da região é tido como incontornável”, disse à agência Lusa, dias antes da cimeira, Wang, formado em Ciência Política pela universidade inglesa de Aberdeen, e professor na Universidade de Jilin, província chinesa situada junto à fronteira com a Coreia do Norte.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o seu homólogo da Coreia do Norte, Kim Jong-un, reúnem-se na terça-feira, em Singapura, num encontro histórico que ocorre depois de, em 2017, as tensões terem atingido níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), face aos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Washington.

Wang sustenta que, apesar de “alguns cépticos” temerem que a cimeira enfraqueça o papel da China e que uma possível reunificação da península coreana venha a constituir uma ameaça para o país a longo prazo, Pyongyang vai continuar a depender de Pequim.

“A RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte] precisa da China como tremenda retaguarda estratégica, que funciona desde aliado ideológico, parceiro político, fornecedor de apoio económico e tecnologia, modelo institucional até janela para o mundo exterior”, defende.

O académico recorda ainda que Kim Jong-un precisa de uma retaguarda forte na aproximação a Donald Trump, por “motivos simbólicos e reais”.

Pequim e Pyongyang combateram lado a lado contra os EUA na Guerra da Coreia e a relação entre os dois países costumava ser descrita como sendo “unha com carne”.

Nos mapas chineses impressos até há cerca de 20 anos, a península coreana correspondia a apenas um país, a RPDC, com a capital em Pyongyang. Seul tinha então o estatuto de cidade de província.

No entanto, a insistência do regime norte-coreano em desenvolver um controverso programa nuclear levou Pequim a afastar-se do país, consciente que este representava um embaraço para a sua diplomacia e uma fonte de instabilidade regional.

No entanto, os dois lados reaproximaram-se, à medida que Kim embarca numa ofensiva diplomática e põe a hipótese da desnuclearização, em troca de garantias de segurança.

Em Março passado, Kim Jong-un visitou Pequim e encontrou-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, na sua primeira visita ao estrangeiro desde que assumiu a liderança da Coreia do Norte, há mais de seis anos. Menos de dois meses depois, Kim voltou a reunir-se com Xi, na cidade chinesa portuária de Dalian, no nordeste do país, numa cimeira surpresa.

Wang explica que a China “precisa de estabilidade e paz nas suas fronteiras”.

Caso a península seja pacificada, Pequim “pode então concentrar as suas energias” no Mar do Sul da China, que reclama quase na totalidade – apesar dos protestos dos países vizinhos -, e em Taiwan, cujos laços com o continente se deterioraram desde a eleição da Presidente Tsai Ing-wen, pró-independência, afirma Wang.

Outra vantagem no regresso ao diálogo na península é “a promoção da imagem da China como mediadora da paz e grande potência responsável”, diz o académico, numa altura em que Pequim abdica do tradicional perfil discreto na cena internacional e reclama a liderança na governação de questões globais.

“A China é o principal país a defender o diálogo a seis na península”, que envolve ainda Rússia, EUA, Japão, Coreia do Sul e Coreia do Norte, “se essa proposta avançar, será verdadeiramente um grande sucesso para a imagem internacional da China”, conclui Wang.

11 Jun 2018

Bashar al-Assad quer reunir-se com Kim Jong-un em Pyongyang

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente sírio, Bashar al-Assad, quer reunir-se com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Pyongyang, segundo informou a agência estatal KCNA.

“Quero viajar para a República Democrática Popular da Coreia e reunir-me com a sua excelência Kim Jong-un”, referiu Bashar al-Assad ao novo embaixador norte-coreano em Damasco, Mun Jong-nam.

A realizar-se, será a primeira vez que Kim Jong-un recebe um Presidente no seu país.

Entre março e abril, o líder norte-coreano reuniu-se na China duas vezes com o Presidente chinês, Xi Jingping, após as tensões provocadas pelo apoio de Pequim à aplicação de sanções económicas da ONU a Peyongyang.

Está ainda previsto que a 12 de junho se realize um encontro entre Kim Jong-un e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, onde deverá debater-se a possibilidade de desnuclearização da Coreia do Norte.

4 Jun 2018

Líder da Coreia do Norte reafirma compromisso de abandonar armas nucleares

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] líder norte-coreano, Kim Jong-un, reiterou na quinta-feira o compromisso “consistente e imutável” para a desnuclearização da península da Coreia, informou hoje a agência estatal de notícias KCNA.

A posição foi tomada numa reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, em Pyongyang.

Kim Jong-un disse esperar que o processo de desnuclearização decorra de “forma progressiva”, sublinhando que o tema deve resolver-se mediante “um efetivo diálogo e negociações construtivas” com os Estados Unidos.

O objetivo é “alcançar uma solução que considere os interesses de ambas as partes, através de um novo método e numa nova era”, indicou.

No encontro, segundo a agência estatal norte-coreana, Lavrov reafirmou o apoio de Moscovo a este compromisso e afirmou que a península coreana entrou numa “fase de estabilidade”.

No âmbito do encontro, Kim Jong-un elogiou a política do Presidente russo, Vladimir Puttin, no que concerne a “contrariar a hegemonia dos EUA” e, por sua vez, Sergei Lavrov convidou-o a visitar a Rússia.

A reunião de quinta-feira decorreu durante o período de preparação da cimeira entre Kim Jong-un e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A última visita de autoridades russas à Coreia do Norte ocorreu em março, quando o ministro do Desenvolvimento do Extremo Oriente da Rússia, Alexander Galushka, esteve Pyongyang para discutir os laços económicos bilaterais.

A visita de Sergei Lavrov realiza-se quando Trump e Kim se preparam para um encontro, a 12 de junho, em Singapura, depois de essa reunião ter sido cancelada na semana passada e, posteriormente, ter sido novamente confirmada.

2 Jun 2018

Seul e Pyongyang retomam encontros de alto nível para desenvolver cooperação

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s duas Coreias iniciaram ontem uma reunião para começar a aplicar a declaração conjunta assinada em abril, na qual concordaram em aumentar a cooperação e trabalhar para a paz e a “desnuclearização total” da península.

A reunião começou às 10:00 na fronteira militarizada que divide os dois países, disse uma porta-voz do Ministério da Unificação sul-coreano.

A delegação sul-coreana é liderada pelo ministro da Unificação, Cho Myoung-gyon, e integra os vice-ministros dos Transportes, Kim Jeong-ryeon, e da Cultura, Roh Tae-kang.

Antes de entrar na reunião, Cho comprometeu-se a aplicar o acordado na declaração de 27 de abril passado “de forma ágil e sem interrupções, criando ao mesmo tempo uma atmosfera positiva para a realização da cimeira entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos”.

A delegação de Pyongyang é liderada por Ri Son-gwon, responsável pelo organismo encarregado das relações intercoreanas, e conta com os vice-ministros dos Transportes Ferroviários e do Desporto, Kim Yun-hyok e Won Kil-u, respetivamente.

As duas partes devem abordar a reunião de famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-53), prevista para 15 de agosto último, o aumento do comércio ou a possível ligação das vias férreas transfronteiriças para trocas comerciais e viagens turísticas a partir da Coreia do Sul.

Norte e Sul continuam tecnicamente em guerra, uma vez que o armistício assinado no final da Guerra da Coreia, ainda não assinaram um acordo de paz.

Muitos analistas consideraram que a reativação da cooperação económica entre as duas Coreias vai ser demorada, devido às sanções aplicadas ao regime de Pyongyang, devido aos programas nuclear e de desenvolvimento de armas.

Esta recente aproximação entre as duas Coreias sofreu um revés, em meados de maio último, quando Pyongyang cancelou, à última hora, esta reunião de alto nível e condenou as manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul. O encontro estava inicialmente previsto para 16 de maio.

Os contactos foram recuperados na sequência do encontro, no passado sábado, entre o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Esta foi a segunda reunião entre os dois responsáveis desde a cimeira de 27 de abril.

A reunião de sábado também serviu para recuperar a histórica cimeira entre Kim e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O encontro, previsto para 12 de junho, em Singapura, chegou a ser cancelado por Trump, na passada quinta-feira, mas, após uma série de mensagens amistosas entre os dois lados, os preparativos em curso para a realização da cimeira entre Trump e Kim.

2 Jun 2018

General de Pyongyang prepara rara deslocação aos Estados Unidos

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m destacado general da Coreia do Norte deve fazer uma visita aos Estados Unidos, noticiou ontem a agência de notícias sul-coreana Yonhap, sublinhando que se trata de uma deslocação pouco habitual.

O general Kim Yong chol chegou ontem ao aeroporto de Pequim onde efectua uma escala antes da chegada aos Estados Unidos, que deve acontecer hoje, acrescenta a agência de notícias que cita fontes diplomáticas.

O oficial da Coreia do Norte tem na agenda um encontro com responsáveis da República Popular da China, num contexto de alterações diplomáticas no sentido da aproximação entre Pyongyang e Seul e no quadro da provável cimeira entre o líder norte-coreano Kim Jong-un e o chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, prevista para o dia 12 de Junho em Singapura.

No domingo, uma equipa de diplomatas dos Estados Unidos chefiada pelo embaixador dos Estados Unidos nas Filipinas encontrou-se com responsáveis norte-coreanos em Panmunjom, na Zona Desmilitarizada (Paralelo 38) que separa as duas Coreias.

Entretanto, o Departamento de Estado norte-americano anunciou que uma outra delegação está prestes a deslocar-se a Singapura tendo como missão os preparativos logísticos da cimeira.

A confirmar-se, a visita do general norte-coreano aos Estados Unidos vai ser a primeira deslocação de um alto oficial militar norte-coreano desde o ano 2000, altura em que o vice-marechal Jo Myong rok se encontrou com o então presidente norte-americano Bill Clinton em Washington. Veterano da Guerra da Coreia (1950-1953) o vice-marechal foi até à morte, em 2010, uma das figuras mais fortes do regime da Coreia do Norte.

O general Kim Yong chol é igualmente apontado como um militar próximo do líder Kim Jong-un e participou nos primeiros contactos diplomáticos que aliviaram a tensão entre o norte e o sul, no passado mês de Janeiro.

O oficial assistiu também aos Jogos Olímpicos de Inverno de Peyongchang, na Coreia do Sul, em que esteve presente Ivanka Trump, filha do chefe de Estado norte-americano e acompanhou o líder norte-coreano nas duas recentes deslocações a Pequim. O general que é considerado homólogo de Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano é também vice-presidente do Comité Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte.

Kim Yong chol é igualmente uma figura controversa na Coreia do Sul devido ao alegado envolvimento na preparação do ataque, negado por Pyongyang, contra a corveta Cheonan, da Coreia do Sul, e que provocou a morte a 46 marinheiros, em 2010.

30 Mai 2018

Coreias | Kim Jong-Un duvida das garantias de segurança dadas pelos EUA

O presidente da Coreia do Sul revelou ontem que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, com quem se reuniu no sábado, tem dúvidas sobre que garantias de segurança podem os EUA dar em troca da desnuclearização

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e o líder do Norte, Kim Jong-un, reuniram-se ontem de surpresa e em segredo para tratar da realização da cimeira entre o dirigente norte-coreano e o presidente norte-americano, Donald Trump.

“Kim Jong-un tem intenções sérias sobre a completa desnuclearização da península coreana. As suas dúvidas não são sobre isso, mas sobre as políticas hostis de Washington e sobre se os EUA podem realmente garantir a estabilidade do regime”, afirmou Moon Jae-in numa conferência de imprensa hoje em Seul.

Moon Jae-in explicou aos jornalistas o conteúdo da reunião que teve sábado, de surpresa, com Jong-un e na qual os dois se comprometeram a cooperar para que a cimeira entre Washington e Pyongyang, prevista para dia 12 de Junho em Singapura, “seja um êxito”.

Moon e Kim encontraram-se, pela segunda vez em um mês, por duas horas, na militarizada fronteira entre os dois países, informou ontem em comunicado o gabinete do presidente sul-coreano.

“Os dois líderes trocaram opiniões amistosas com o objectivo de porem em prática a declaração de Panmunjom de 27 de Abril, e conseguirem que se celebre com êxito uma cimeira entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos”, disse, em comunicado, o porta-voz presidencial, Yoon Young-chan.

Detalhe técnico

Os líderes das duas Coreias, ainda em guerra tecnicamente, celebraram uma primeira cimeira a 27 de Abril, tendo então feito uma declaração em que se comprometiam a trabalhar para alcançar a “total desnuclearização” da península coreana.

Segundo as fotografias divulgadas pelo gabinete presidencial, o encontro que mantiveram os dois líderes na zona norte da chamada Zona de Segurança Conjunta contou também com a presença dos chefes da inteligência (serviços secretos) de ambos os países, Suh Hoon (Sul) e Kim Yong-chol (Norte).

O encontro realizou-se dois dias depois de Trump ter anunciado inesperadamente que cancelaria a cimeira para tratar com Kim do possível desmantelamento do programa nuclear norte-coreano, embora na sexta-feira o líder norte-americano tenha recuado, dizendo que ainda era possível realizar-se a cimeira a 12 de Junho, em Singapura, como estava previsto.

28 Mai 2018

Coreias | Presidente dos EUA cancela cimeira com Kim Jong-un

O Presidente norte-americano, Donald Trump, cancelou ontem a cimeira com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, prevista para 12 de Junho em Singapura, invocando uma “raiva tremenda e hostilidade aberta” da Coreia do Norte

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]uma carta dirigida a Kim Jong-un, Trump informa que o encontro não terá lugar. “Estava muito ansioso por me encontrar lá consigo. Infelizmente, tendo em conta a raiva tremenda e hostilidade aberta demonstrada na sua declaração mais recente, considero ser inapropriado, neste momento, realizar este encontro, há muito planeado”, diz o Presidente dos EUA, na missiva.

O cancelamento da cimeira acontece depois dos Estados Unidos e Coreia Sul terem realizado exercícios militares na península e das declarações do vice-presidente norte-americano. Aliás, uma alta responsável da diplomacia norte-coreana classificou também ontem de “idiotas e estúpidos” os comentários do vice-Presidente norte-americano e avisou que a Coreia do Norte poderia reconsiderar a cimeira planeada com o Presidente Donald Trump.

“Não posso esconder a minha surpresa perante as observações idiotas e estúpidas vindas da boca do vice-Presidente norte-americano”, salientou a vice-ministra norte-coreana dos Negócios Estrangeiros, Cheo Son-hui, em declarações citadas pela agência de notícias oficial do país, a KCNA.

A governante norte-coreana referia-se a uma entrevista ao vice-presidente norte-americano, Mike Pence, no canal de televisão Fox News, na segunda-feira, e na qual este afirmava que o processo de desnuclearização da Coreia do Norte podia seguir o modelo da Líbia, que terminou com a morte de Muammar Kadhafi, após este ter renunciado ao projecto de construir a bomba atómica.

Cheo Son-hui questionou ainda se valeria a pena realizar a cimeira com Donald Trump se estas declarações reflectem a posição de Washington. “Não iremos nem implorar aos Estados Unidos por diálogo, nem ter o trabalho de os convencer, se não quiserem sentar-se connosco”, acrescentou, de acordo com a KCNA.

A vice-ministra norte-coreana qualificou ainda a entrevista de “imprudente”, prevenindo que Pyongyang não irá sentar-se à mesa das negociações sob ameaça.

Voos cancelados

A Coreia do Sul e os Estados Unidos terminaram ontem, um dia antes do previsto, os exercícios militares aéreos que decorriam perto da fronteira norte-coreana, disse à agência de notícias EFE um porta-voz do Ministério da defesa sul-coreano. “O exercício Max Thunder fica concluído hoje [sexta-feira] como estava previsto, mas a manobras de voo terminaram ontem e os pilotos só participarão hoje numa sessão informativa”, adiantou a mesma fonte.

O porta-voz não quis adiantar os motivos pelos quais os exercícios de voo iriam terminar antes da data programada, mas nos últimos dias a operação Max Thunder levou o regime da Coreia do Norte a congelar o diálogo com Seul.

Na passada semana, Pyongyan mudou drasticamente o tom utilizado nos últimos meses com Seul e Washington, considerando que os exercícios se tratavam de um ensaio para invadir o seu território e que a utilização “de activos estratégicos norte-americanos” nestas manobras – numa referência aos bombardeiros B-52 – contrariavam o que havia sido expresso na declaração conjunta firmada entre os líderes das duas Coreias a 27 de Abril.

O próprio Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, considerou durante a sua última viagem à capital norte-americana, esta semana, que o fim dos ‘jogos de guerra’ contribuiria para que fossem retomados os contactos entre os dois países.

Mais de 100 aeronaves participaram nos exercícios, incluindo caças furtivos F-22.

 

25 Mai 2018

Coreias | Pyongyang proíbe jornalistas sul-coreanos de aceder a base nuclear

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades norte-coreanas proibiram a presença de jornalistas sul-coreanos para assistir ao desmantelamento de uma base nuclear, disse ontem fonte do Ministério da Unificação sul-coreano.

A lista de jornalistas sul-coreanos, que se encontrava já em Pequim para seguir viagem rumo a Pyongyang, foi rejeitada, disse a mesma fonte, citada pela agência noticiosa sul-coreana Yonhap. No início do mês, a Coreia do Norte tinha garantido que os jornalistas da Coreia do Sul, dos Estados Unidos, da China e do Reino Unido iam ser convidados a assistir à destruição dos túneis, ao desmantelamento dos postos de observação e das instalações de pesquisa na central de Punggye-ri, previsto entre quarta e sexta-feira.

Muitos analistas declararam duvidar das promessas norte-coreanas, até porque há precedentes: em 2008, Pyongyang derrubou uma parte do centro de reprocessamento de urânio, mas continuou a desenvolver o programa nuclear. O cancelamento de convites surgiu depois de Pyongyang ter cancelado, na semana passada, um encontro entre as Coreias devido à realização de manobras militares conjuntas de Seul e Washington.

23 Mai 2018

Coreia do Sul e EUA vão continuar esforços para realizar cimeira

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] s presidentes da Coreia do Sul e dos Estados Unidos acordaram ontem continuar com os esforços para realizar a histórica cimeira com a Coreia do Norte, depois de o regime de Pyongyang ter ameaçado cancelar o encontro. Segundo um comunicado da presidência de Seul, os presidentes Moon Jae-in e Donald Trump conversaram ao telefone, durante 25 minutos, para analisarem os últimos desenvolvimentos da Coreia do Norte em relação à cimeira prevista para 12 de Junho, em Singapura. Moon e Trump concordaram em continuar a trabalhar em estreita colaboração para garantir que o encontro se realize e seja um êxito, adiantou a mesma fonte.
A 15.ª conversa telefónica entre Moon e Trump aconteceu depois de o regime de Pyongyang ter ameaçado cancelar o histórico encontro entre os líderes norte-coreano e norte-americano, por causa das exigências unilaterais de Washington em relação ao programa de desnuclearização da Península da Coreia.
O chefe do Executivo de Seul estará em Washington nesta semana para se reunir com Trump e “fazer a ponte”, a três semanas daquela que, se acontecer, será a primeira cimeira entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte.
Na quarta-feira, Pyongyang cancelou uma reunião de alto nível com Seul, argumentando que a Coreia do Sul e os Estados Unidos estavam a realizar manobras conjuntas que parecem um ensaio para invadir o território norte-coreano, apesar de terem recebido autorização e visto das autoridades norte-coreanas. Horas mais tarde, o regime de Kim Jong-un assegurou que também a cimeira com Trump estava em perigo face às pressões dos Estados Unidos em torno do modelo de desnuclearização que querem impor à Coreia do Norte, baseado no que foi usado na Líbia.
Até agora cordial e construtiva, a postura do regime de Pyongyang deu uma reviravolta, face à qual a Coreia do Sul, que tem sido o grande artífice da anunciada cimeira, decidiu apostar na mediação para garantir a realização do encontro.

21 Mai 2018

Coreias | Pequim pede que não se desperdice o que foi alcançado

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China pediu aos Estados Unidos e à Coreia do Norte flexibilidade e que não desperdicem a “duramente alcançada distensão na península da Coreia”, reagindo a um possível cancelamento do encontro entre Donald Trump e Kim Jong-un.

“Esta distensão duramente alcançada justifica que as distintas partes assumam mudanças, por isso esperamos que elas possam continuar o espírito de diálogo, reconciliação e cooperação que se conseguiu na Declaração de Panmunjom”, afirmou ontem o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang, durante uma conferência de imprensa.

Os protagonistas da distensão “devem mostrar a compreensão pelo outro e pelos seus legítimos receios” para alcançar a confiança mútua e “consolidar a melhorada situação na península, evitando provocações recíprocas”, acrescentou.

O porta-voz fez estas declarações após saber que a Coreia do Norte está a equacionar cancelar o encontro entre o seu líder Kim Jong-un e o presidente norte-americano, Donald Trump, prevista para 12 de Junho, em Singapura.

O porta-voz chinês assinalou que o seu país “durante muito tempo defendeu que todas as partes devem tomar medidas concretas para aumentar a confiança mútua” e insistiu que Pequim sempre defendeu a “dupla suspensão” para encontrar uma solução política (fim dos testes nucleares norte-coreanos a troco do fim das manobras militares norte-americanas perto da Coreia do Norte). “Apenas o diálogo e os resultados concretos estabilizarão e trarão a paz à região”, insistiu o porta-voz chinês.

17 Mai 2018

Coreias | Jornalistas sul-coreanos vão assistir ao fecho da bases nucleares

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte vai convidar oito jornalistas sul-coreanos a integrar um grupo de internacional de repórteres que vão testemunhar o encerramento da base de testes nucleares, na próxima semana, confirmou ontem o governo de Seul. O encerramento total das bases de ensaios nucleares está previsto para Junho deve coincidir com a cimeira histórica entre o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte anunciou no sábado que jornalistas da Coreia do Sul, Estados Unidos, República Popular da China e Reino Unido vão ser convidados a assistir à destruição dos túneis e ao desmantelamento dos postos de observação e das instalações de pesquisa de energia nuclear. A acção vai decorrer entre os dias 23 e 25 de Maio na zona de ensaios nucleares em território norte-coreano.

O ministro da Unificação do governo da Coreia do Sul disse ontem que foi informado pelas autoridades governamentais de Pyongyang que oito jornalistas sul-coreanos vão ser convidados a assistir à operação de desmantelamento. A Coreia do Norte ainda não especificou o número e a localização dos pontos que vão ser desmantelados apesar de Pyongyang já ter informado que os jornalistas vão ser transportados, inicialmente, para a base de ensaios nucleares de Punggye-ri.

Paralelamente, as duas Coreias vão manter encontros ao mais alto nível, na quarta-feira, no paralelo 38, para discutirem o início das conversações militares entre os dois países (com a participação da Cruz Vermelha) e que têm como objectivo a redução das tensões na fronteira. Devem também ser discutidas questões relacionadas com o processo de reunificação de famílias separadas desde a década de 1950.

16 Mai 2018

Diplomacia | Delegação norte-coreana de alto nível visita Pequim

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ltos quadros do Governo norte-coreano estão desde ontem em visita oficial a Pequim, segundo a agência oficial norte-coreana KCNA, ilustrando a rápida reaproximação entre os dois países aliados tradicionais, após anos de distanciamento.

“Uma delegação do Partido dos Trabalhadores da Coreia, encabeçada por Pak Thae-song, vice-presidente do Comité Central, partiu na segunda-feira para uma visita à República Popular da China”, lê-se num despacho difundido pela agência. O texto não detalha o motivo da visita ou os restantes membros da delegação.

Imagens difundidas pelas autoridades chinesas através do Weibo – o Twitter chinês – mostram a delegação em visita ao centro tecnológico de Zhongguancun, no norte de Pequim, que é conhecido como o Silicon Valley da China, indicando que a visita se deverá a motivos de cooperação económica.

A China, que representava 90 por cento do comércio externo da Coreia do Norte, aprovou no ano passado as sanções impostas pelas Nações Unidas ao país, contribuindo ainda mais para o isolamento de Pyongyang.

Nos anos 1950, China e Coreia do Norte lutaram juntos contra os EUA e, até há pouco tempo, as relações entre os dois países eram descritas como sendo de “unha com carne”.

Nos últimos anos, no entanto, a China afastou-se do país, desagradada com a insistência de Pyongyang em desenvolver o seu programa nuclear e consciente de que a Coreia do Norte representa cada vez mais uma fonte de tensão regional.

A viagem da delegação norte-coreana a Pequim ocorre uma semana depois de Kim realizar uma visita surpresa à cidade chinesa de Dalian, onde reuniu com o Presidente chinês, Xi Jinping. Tratou-se da segunda visita de Kim à China, no espaço de um mês. Kim nunca tinha saído da Coreia do Norte, desde que ascendeu ao poder, em Dezembro de 2011.

16 Mai 2018

Região | Pyongyang anuncia desmantelamento do complexo de testes nucleares

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte anunciou no fim-de-semana que está a tomar “medidas técnicas” para desmantelar o seu complexo de ensaios nucleares e que convidará jornalistas estrangeiros para uma cerimónia de lançamento do processo entre 23 e 25 de Maio.

“Uma cerimónia de desmantelamento do complexo de ensaios atómicos está prevista para entre 23 e 25 de Maio, em função das condições meteorológicas”, indicou a agência estatal norte-coreana KCNA, citando um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O Ministério adianta que o desmantelamento incluirá a explosão dos túneis, o bloqueamento das entradas e a eliminação de todas as instalações de observação, centros de investigação e estruturas de unidade de guarda no terreno e também a “área circundante será completamente fechada”.

Durante a histórica cimeira entre as duas Coreias, a 27 de Abril, o dirigente norte-coreano Kim Jong-un propôs a Seul encerrar em Maio o seu único complexo conhecido de ensaios nucleares, Punggye-ri, uma instalação secreta perto da fronteira com a China.

Foi neste complexo subterrâneo que se realizaram os seis testes nucleares realizados por Pyongyang, o último dos quais em Setembro do ano passado.

Os Estados Unidos declararam na sexta-feira estar “prontos” para ajudar a economia norte-coreana e dar “garantias” a Kim Jong-un se Pyongyang tomar “medidas corajosas” para uma “desnuclearização rápida” e “completa”. “Se a Coreia do Norte tomar medidas corajosas para uma desnuclearização rápida, os Estados Unidos estão prontos a trabalhar com a Coreia do Norte para a levar ao mesmo nível de prosperidade dos nossos amigos sul-coreanos”, declarou o secretário de Estado, Mike Pompeo, de regresso da Coreia do Norte onde se encontrou com o dirigente norte-coreano para preparar a cimeira com o Presidente Donald Trump.

14 Mai 2018

Cimeira entre Kim e Xi reafirmam papel da China na península coreana – analistas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] cimeira surpresa entre os líderes da Coreia do Norte e da China terá servido para garantir que a voz de Pequim será ouvida quando Kim Jong-un reunir com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmam analistas.

“Penso que Xi [Xi Jinping, o Presidente chinês] quer evitar um resultado imprevisível na cimeira entre Trump e Kim”, afirma Bonnie Glaser, conselheiro do Centro Estratégico e de Estudos Internacionais, em Washington, citado pela agência Associated Press.

O Presidente chinês, Xi Jinping, quer proteger os interesses estratégicos da China na península coreana, ao manter um país aliado como Estado-tampão, face às tropas norte-americanas, estacionadas na Coreia do Sul.

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, chegou hoje a Pyongyang, um dia depois de Kim reunir com Xi Jinping, para preparar a cimeira entre o líder norte-coreano e Donald Trump.

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, entretanto, realçou o seu desejo de que a China participe no diálogo, sobretudo com o seu apelo a uma desnuclearização “faseada e sincronizada”, em oposição à exigência de Trump, de que Pyongyang termine imediatamente com o seu programa nuclear.

Xi e Kim reuniram na terça-feira, na cidade chinesa portuária de Dalian, pela segunda vez no espaço de um mês, ilustrando um reaproximar de dois aliados ideológicos.

A cimeira de Dalian é também significativa porque seria expectável que Xi visitasse Pyongyang antes do líder norte-coreano voltar a deslocar-se à China.

Ao visitar o país por duas vezes seguidas, o líder norte-coreano mostra aceitar a sua posição de “parceiro menor” na relação com Pequim, segundo Michael Mazza, da unidade de investigação American Enterprise, citado pela AP.

Segundo a imprensa chinesa, Kim disse a Xi que a Coreia do Norte está comprometida com a desnuclearização, caso uma das “partes interessada” acabe com a sua “política hostil e ameaças à segurança” do país, numa referência evidente a Washington.

A visita ocorre poucos dias depois de Pyongyang mostrar o seu desagrado com os comentários de Washington, que sugeriu que Kim Jong-un foi forçado a negociar, devido à pressão e sanções impostas pelos EUA.

Glaser considera que Xi quer garantir que os interesses chineses são protegidos durante as conversas entre Pyongyang e Washington.

Essa visão foi enfatizada no editorial da versão de hoje do Global Times, jornal do Partido Comunista Chinês.

“Como resolver a questão da península, incluindo a questão nuclear, não poder ser decidido apenas por Washington”, lê-se. Os EUA, “devem respeitar as opiniões e interesses de Pequim, visto que pediram muitas vezes à China que cooperasse”, lembrou.

Nos anos 1950, China e Coreia do Norte lutaram juntos contra os EUA. Até há pouco tempo, as relações entre os dois países eram descritas como sendo de “unha com carne”.

Nos últimos anos, no entanto, a China afastou-se do país, desagradada com a insistência de Pyongyang em desenvolver o seu programa nuclear e consciente de que este representa cada vez mais uma fonte de tensão regional.

A China, que representava 90% do comércio externo da Coreia do Norte, passou a aprovar as sanções impostas pelas Nações Unidas ao país, contribuindo ainda mais para o seu isolamento.

“Para Xi, a mensagem importante é simplesmente de que a China é um elemento-chave para resolver a questão da península coreana e o encontro [em Dalian] serviu para reafirmar essa mensagem”, afirmou Steve Tsang, diretor do Instituto da China, na Escola de Estudos Orientais e Africanos, em Londres.

Kim, por seu lado, quis mostrar que a “China continua a ser um aliado da Coreia do Norte e que estará lá para apoiar o país, caso Trump exija demasiado durante as negociações”, acrescentou.

10 Mai 2018

Cimeira | Pyongyang insta Washington a não minar actual clima de diálogo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] órgão de propaganda de Pyongyang adverte ontem o Governo norte-americano quanto à dureza do seu discurso, instando-o a não minar o clima de diálogo criado antes da cimeira que juntará os respetivos líderes, Donald Trump e Kim Jong-un.

“Os EUA deveriam saber que é melhor absterem-se de palavras e actos que possam estragar o bom ambiente excepcionalmente criado para as conversações” que em breve se realizarão entre Trump e Kim para debater a desnuclearização da península, lê-se num editorial ontem publicado no diário Rodong Sinmun, o jornal oficial do Comité Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia. O texto sugere ainda que Washington “também deve esforçar-se por mostrar atitudes sinceras e genuínas, à altura das actuais circunstâncias”.

Já no passado fim de semana, a agência de notícias KCNA tinha acusado os Estados Unidos de “manipularem a opinião pública”, ao afirmarem que a intenção de se desnuclearizar expressa por Pyongyang após a sua recente reunião com Seul era “resultado da pressão e das sanções” impulsionadas pela Administração Trump.

Esta nova advertência da Coreia do Norte sobre o discurso de linha dura da nova equipa negocial norte-americana surge precisamente no mesmo dia em que o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, chegou a Pyongyang para preparar a cimeira entre os dois dirigentes.

10 Mai 2018

Coreia do Norte | Seul espera que Pyongyang liberte três norte-americanos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte deverá libertar ontem três cidadãos norte-americanos, durante a visita a Pyongyang do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, anunciou um responsável da Presidência sul-coreana, citado pela agência noticiosa Yonhap.

Pompeo chegou a Pyongyang para discutir os preparativos da cimeira entre o dirigente norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre o arsenal nuclear da Coreia do Norte.

A data e o local do encontro histórico não foram ainda oficialmente anunciados, mas um diário sul-coreano citando fontes diplomáticas norte-americanas noticiou que a cimeira se realizará em Singapura, em “meados de Junho”. Mas a questão dos três cidadãos norte-americanos presos na Coreia do Norte é sensível para os Estados Unidos, e Trump deu a entender na semana passada que o desfecho do caso estava próximo.

De acordo com algumas fontes, eles foram deslocados antecipando uma possível libertação. “Esperamos que ele (Pompeo) leve de volta os presos”, declarou o responsável da Casa Azul, a Presidência sul-coreana, citado pela Yonhap.

Kim Dong-Chul, um empresário e pastor norte-americano de cerca de 60 anos, foi condenado em Abril de 2016, na Coreia do Norte, a dez anos de trabalhos forçados, após ter sido detido no ano anterior por subversão e espionagem.

Kim Hak-Song e Kim Sang-Duk, também conhecido como Tony Kim, ambos norte-americanos, trabalhavam para a Universidade de Ciências e Tecnologia de Pyongyang (USTP) quando foram detidos, no ano passado, por “actos hostis”.

Seis cidadãos sul-coreanos estão igualmente detidos na Coreia do Norte e Seul está a exercer pressão para obter a sua libertação.

 

10 Mai 2018

Coreia do Norte: Kim Jon-un visita novamente a China a semanas de cimeira inédita com Trump

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] líder norte-coreano, Kim Jon-un, deslocou-se esta semana novamente à China e reencontrou-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, a semanas da aguardada cimeira com o seu homólogo norte-americano Donald Trump, divulgaram hoje os ‘media’ estatais chineses.

A comunicação social chinesa referiu-se a esta deslocação como uma “visita surpresa” e, por exemplo, a televisão pública chinesa CCTV mostrou Kim Jon-un e Xi Jinping a caminharem lado a lado num parque à beira mar na cidade de Dalian, na região nordeste da China, e a conversarem posteriormente à mesa.

Segundo a agência noticiosa Xinhua (Nova China), os líderes reuniram-se hoje e segunda-feira.

É a segunda deslocação de Kim Jon-un à China em pouco mais de um mês. O líder norte-coreano esteve em Pequim em finais de março e encontrou-se nessa ocasião com Xi Jinping. Tratou-se da sua primeira visita a um país estrangeiro desde que assumiu a liderança do regime de Pyongyang em finais de 2011.

Esta nova visita demonstra os esforços de Pequim e de Pyongyang em dar um novo impulso às suas relações bilaterais, de acordo com as agências internacionais. O apoio da China às sanções económicas aprovadas no seio da ONU para tentar travar o programa nuclear norte-coreano abalou as relações entre os dois países.

Segundo vários especialistas, a China, um aliado histórico da Coreia do Norte, não deseja ficar marginalizada perante as recentes aproximações diplomáticas de Pyongyang com outros países.

Kim Jon-un encontrou-se com o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, em finais de abril numa cimeira qualificada como histórica e prepara-se para reunir dentro de semanas, num encontro inédito, com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Após a minha primeira reunião com o camarada Presidente [Kim], as relações entre a China e a República Popular Democrática da Coreia (RPDC, Coreia do Norte) registaram progressos positivos, assim como a situação na península coreana. Estou feliz por isso”, declarou Xi Jinping, citado pela Nova China.

“São positivos os resultados da minha reunião histórica com o camarada secretário-geral (Xi)”, disse o líder norte-coreano, segundo a mesma fonte.

Na segunda-feira, o diário sul-coreano Chosun Ilbo noticiou que a tão aguardada cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-un vai realizar-se em meados de junho em Singapura.

Trump disse na sexta-feira que a data e o local do encontro já tinham sido definidos e que seriam anunciados em breve.

9 Mai 2018

Diplomacia | Singapura acolherá em Junho cimeira Kim-Trump

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] histórica cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, realiza-se em meados de Junho em Singapura, noticiou ontem o diário sul-coreano Chosun Ilbo. Trump disse na sexta-feira que a data e o local do encontro tinham sido definidos e seriam em breve anunciados.

A cimeira decorrerá “em meados de Junho”, afirma o Chosun Ilbo, citando fontes diplomáticas que obtiveram a informação do conselheiro norte-americano para a Segurança Nacional, John Bolton. A agência de notícias sul-coreana Yonhap também tinha indicado, no fim de semana, que o local favorito para o encontro Trump-Kim era Singapura.

Trump tinha anteriormente dado a entender que a Zona Desmilitarizada (DMZ), onde se realizou no final de Abril a terceira cimeira entre as duas Coreias, poderia ser apropriada para o seu encontro com Kim Jong-un. A Mongólia e a Suíça foram igualmente apontadas como locais possíveis.

8 Mai 2018

Coreias | Tratado de paz não implica retirada das tropas norte-americanas

A possível assinatura de um acordo de paz definitivo entre as Coreias não pressupõe a retirada das tropas norte-americanas da península, garantiu ontem o Governo sul-coreano, sublinhando a “importância estratégica” da presença militar

 

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m comunicado, o Presidente sul-coreano destacou que as Forças dos Estados Unidos na Coreia do Sul (USFK, na sigla inglesa) são “uma questão da aliança entre a Coreia do Sul e os EUA, não têm nada a ver com a assinatura de um tratado de paz”.

Um porta-voz do Governo de Seul também sublinhou o “papel mediador” desempenhado pelas tropas norte-americanas na Coreia do Sul para outras potências, como a China e o Japão, e “a necessidade” de manter essa presença, em declarações divulgadas pela agência noticiosa sul-coreana Yonhap.

As declarações do Governo sul-coreano surgiram em resposta a comentários de analistas e académicos sul-coreanos, que apontaram que o destacamento dos EUA no sul não se justificaria no caso de um acordo de paz.

Washington mantém 28.500 soldados destacados na Coreia do Sul desde o conflito civil.

Embora a retirada das tropas americanas da península seja uma reivindicação comum de Pyongyang, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, não mencionou essa questão durante a reunião que teve com Moon na fronteira intercoreana, segundo o gabinete presidencial sul-coreano.

Exercitar nos céus

Seul e Washington vão realizar novos exercícios aéreos conjuntos com caças furtivos F-22 Raptor na Coreia do Sul, apesar do apaziguamento com os vizinhos do Norte, anunciou ontem o Governo sul-coreano.

Os caças F-22 Raptors já voaram sobre a Coreia do Sul em Dezembro, quando os dois aliados organizaram o mais importante exercício aéreo conjunto, manobra que Pyongyang considerou uma “provocação total”, alguns dias após o disparo de um novo míssil norte-coreano. O anúncio surgiu depois da imprensa sul-coreana já ter informado, no domingo, que oito F-22 haviam desembarcado na base militar em Gwangju, no sul da península.

“‘Max Thunder’ é um exercício regular, planeado bem antes do projecto para a cimeira EUA-Coreia do Norte”, frisou o Ministério de Defesa da Coreia do Sul, em comunicado, no qual pediu aos ‘media’ para não especularem sobre as intenções desta acção.

Os exercícios aéreos “Max Thunder” têm início a 11 de Maio e devem prolongar-se por duas semanas. O jornal conservador Chosun Ilbo disse que a medida visa aumentar a pressão sobre a Coreia do Norte antes do encontro histórico entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Na segunda-feira, Trump sugeriu que a cimeira com o homólogo norte-coreano possa ser realizada em Panmunjom, na fronteira entre as duas Coreias, palco na passada sexta-feira da histórica cimeira intercoreana.

O F-22 Raptor, um caça de elevada importância estratégica para o exército norte-americano, possui as mais avançadas tecnologias e alta capacidade de ataque, sendo também dificilmente detectável nos radares.

3 Mai 2018