Comércio | Pequim pede à França que reduza restrições à exportação

O primeiro-ministro chinês pediu ao seu homólogo francês que reduza as restrições à exportação de produtos de alta tecnologia e crie um contexto “mais transparente” para os investidores chineses, informou ontem a agência estatal Xinhua

 

[dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]i Keqiang e Edouard Philippe reuniram-se segunda-feira em Pequim durante uma visita oficial do primeiro ministro-francês, que também se encontrou com o Presidente chinês, Xi Jinping, para abordar as relações bilaterais e alcançar diversos acordos.

Durante a reunião, o primeiro-ministro chinês assegurou que ambas as partes devem facilitar o comércio e o investimento, tendo pedido a Paris que reduza as restrições às exportações chinesas de alta tecnologia. Li Keqiang recordou que Pequim não persegue o ‘superavit’ comercial, pelo que as relações económicas e comerciais devem realizar-se de acordo com as regras do mercado e dos princípios comerciais.

O governante chinês sublinhou o seu desejo de que o bloco europeu se converta num aliado para salvaguardar as normas internacionais, o livre comércio e o multilateralismo, abordando em conjunto questões globais como as mudanças climáticas.

Pela abertura

O primeiro-ministro francês afirmou que o seu país está disposto a trabalhar com a China para se oporem ao proteccionismo e ao unilateralismo, pedindo uma maior cooperação em vários sectores, como a indústria aeroespacial e a energia nuclear. O encontro serviu também para que ambos os países firmassem vários acordos para melhorar a cooperação bilateral em matérias energéticas, tecnológicas, alimentares e médicas.

A visita oficial do primeiro-ministro francês coincidiu com a realização em Pequim de conversações ao mais alto nível entre representantes da União Europeia e da China, em que ambas as partes criticaram as medidas proteccionistas unilaterais dos Estados Unidos.

27 Jun 2018

Crime | Pequim combate equipamentos falsificados do Mundial 2018

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s serviços de alfândega chineses apreenderam um considerável lote de roupas desportivas pirateadas alusivas ao Campeonato do Mundo de Futebol 2018, de acordo com notícia veiculada pela Xinhua.

A Alfândega de Ningbo, na Província de Zhejiang, no leste da China, anunciou na segunda-feira a apreensão de 1.800 equipamentos falsificados de futebol supostamente com o selo oficial da FIFA, além de 14.844 pares de ténis falsificados das marcas Adidas e Nike. A autoridade aduaneira contactou a FIFA para verificação da falsificação.

A alfândega na cidade de Yiwu, também em Zhejiang, apreendeu 288 bolas falsificadas. As bolas não tinham marca, mas estavam impressas com padrões que se assemelhavam à bola oficial da Copa do Mundo e com imagens de troféus da Copa do Mundo e escritos dizendo “Rússia 2018”.

Yiwu é conhecida como o “supermercado mundial” devido ao grande fluxo comercial de produtos de retalho. Segundo a Xinhua, os inspectores alfandegários da cidade realizaram inspecções rigorosas contra pirataria e organizaram campanhas públicas.

A alfândega de Hangzhou, na capital provincial, disse que vai impor multas aos exportadores.

As alfândegas junto das principais bases de produção orientadas para a exportação da China, incluindo as províncias de Zhejiang, Guangdong e Hubei, iniciaram uma luta contra a falsificação de produtos do Mundo 2018 em Março. Na segunda-feira, as autoridades aduaneiras de Hangzhou apreenderam 32.398 produtos que violavam os direitos de propriedade intelectual da competição que decorre na Rússia.

27 Jun 2018

Comércio | Pequim ameaça anular acordos caso EUA avancem com taxas alfandegárias

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] China renovou ontem a ameaça de invalidar qualquer acordo comercial com os Estados Unidos, na véspera de Washington anunciar uma lista de produtos chineses que serão submetidos a taxas alfandegárias. “Já tornámos claro que caso os EUA avancem com sanções comerciais, incluindo a imposição de taxas alfandegárias, qualquer dos acordos alcançados entre os dois lados no comércio e economia não entrarão em efeito”, afirmou o porta-voz da diplomacia chinesa Geng Shuang.
A Casa Branca anunciou, no mês passado, que iria publicar em 15 de Junho uma lista de produtos chineses, que no ano passado valeram 50.000 milhões de dólares nas exportações chinesas para os EUA, para serem penalizados com um aumento das taxas alfandegárias, em retaliação contra o que considera o sistemático roubo de propriedade intelectual norte-americana pela China.
A decisão foi anunciada apesar de Pequim concordar em “aumentar significativamente” as suas compras de produtos agrícolas e recursos energéticos norte-americanos e anunciar um corte nos impostos sobre importações de automóveis e outros bens de consumo.

Resistência chinesa
Economistas consideram que Pequim vai resistir às exigências dos EUA para que pare de subsidiar indústrias chave e garanta uma melhor protecção dos direitos de propriedade intelectual das empresas norte-americanas, as principais fontes de tensão com Washington.
A China ameaçou também anteriormente retaliar com taxas alfandegárias sobre um conjunto de produtos que no ano passado totalizaram 50.000 milhões de dólares nas exportações dos EUA para o país. Entretanto, vários exportadores chineses estão a acelerar os pedidos de ordens, pressionados por uma possível guerra comercial com Washington. “Algumas empresas aumentaram o número de ordens curtas para evitar riscos”, admitiu ontem o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros. “No entanto, não se trata da tendência dominante e não afectará a situação do nosso país ou o desenvolvimento saudável e estável do comércio externo”, ressalvou.
Pelas contas de Washington, no ano passado, a China registou um excedente de 375,2 mil milhões de dólares – quase o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) português – no comércio com os EUA. O Presidente norte-americano, Donald Trump, exige a Pequim uma redução do défice dos EUA em, “pelo menos”, 200.000 milhões de dólares, até 2020, visando cumprir com uma das suas principais promessas eleitorais. Trump quer ainda taxas alfandegárias chinesas equivalentes às praticadas pelos EUA e que Pequim ponha fim a subsídios estatais para certos setores industriais estratégicos.

15 Jun 2018

Comércio entre China e países de língua portuguesa subiu 25,9% até Março

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa atingiram 30,18 mil milhões de dólares norte-americanos no primeiro trimestre, traduzindo um aumento de 25,9 por cento em termos anuais homólogos.

Dados dos Serviços de Alfândega da China, publicados no portal do Fórum Macau, indicam que a China comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 21,01 mil milhões de dólares – mais 24,3 por cento – e vendeu produtos no valor de 9,17 mil milhões de dólares – mais 29,6 por cento em termos anuais homólogos.

O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume das trocas comerciais bilaterais a cifrar-se em 21,47 mil milhões de dólares entre Janeiro e Março, um valor que representa uma subida de 27,9 por cento face a igual período do ano passado.

As exportações da China para o Brasil atingiram 7,47 mil milhões de dólares, reflectindo um aumento de 32,9 por cento; enquanto as importações totalizaram 13,99 mil milhões de dólares, mais 25,46 por cento comparativamente aos primeiros três meses do ano transacto.

Com Angola, o segundo parceiro lusófono da China, as trocas comerciais cresceram 22,4 por cento, atingindo 6,80 mil milhões de dólares.

Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 481 milhões de dólares – mais 16,82 por cento – e comprou mercadorias avaliadas em 6,32 mil milhões de dólares, reflectindo uma subida de 22,8 por cento.

Com Portugal, terceiro parceiro da China no universo dos países de língua portuguesa, o comércio bilateral cifrou-se até Março em 1,34 mil milhões de dólares – mais 15,3 por cento – numa balança comercial favorável a Pequim.

A China vendeu a Lisboa bens na ordem de 815 milhões de dólares – mais 13,3 por cento – e comprou produtos avaliados em 528 milhões de dólares, mais 18,6 por cento face aos primeiros três meses do ano passado.

14 Jun 2018

Macau quer ser centro de comércio de diamantes e pedras preciosas

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau assinou um acordo com a Bolsa de Diamantes de Xangai para ser um centro de comércio de diamantes, aproveitando o papel de plataforma entre a China e os países lusófonos, que têm matéria-prima em pedras preciosas.

O acordo de cooperação foi assinado no final da semana passada entre o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) e a Bolsa de Diamantes de Xangai para desenvolver a indústria de diamantes e jóias no território, diz o IPIM em comunicado.

“As redes doméstica e internacional já estabelecidas pela Bolsa de Diamantes de Xangai, os recursos de matérias-primas abundantes de pedras preciosas dos países de língua portuguesa” e o turismo da região são os principais factores que, de acordo com o IPIM, vão contribuir para o desenvolvimento da indústria da joalharia de Macau.

Na assinatura do acordo estiveram presentes, entre outros, a vice-ministra do Comércio da China, Gao Yan, o secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lionel Leong, o presidente do IPIM, Jackson Chang, e o presidente da Bolsa de Diamantes de Xangai, Lin Qiang.

Segundo o IPIM, Xangai é já um “dos cinco maiores centros de negócios de diamantes no mundo, juntamente com Antuérpia, Nova Iorque, Bombaim [Mumbai] e Joanesburgo”

“A Bolsa de Diamantes de Xangai constituiu a segunda maior plataforma de importação de diamantes mundial, cujo valor de transações ultrapassam os cinco mil milhões de dólares”, apontou o IPIM.

12 Jun 2018

Comércio | Pequim reduz limite ao investimento estrangeiro

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China está a elaborar novas listas para o acesso do investimento estrangeiro ao mercado, de acordo com informação veiculada pelo Ministério do Comércio. As restrições à energia, recursos, infra-estruturas, transporte, circulação do comércio e serviços serão removidas ou relaxadas nas próximas listas, disse Gao Feng, numa conferência de imprensa.

O país já havia anunciado medidas para liberalizar os sectores de finanças e automóveis.

Gao disse que o Ministério do Comércio, junto com outras agências do Governo, está acelerar esforços na elaboração de duas listas, que devem ser divulgadas e implementadas antes do final de Junho. Uma para a implementação nacional e outra para zonas piloto de livre comércio.

Haverá um período de transição para algumas indústrias e medidas específicas serão introduzidas para a abertura nos próximos anos, acrescentou.

A China estabeleceu uma série de medidas para ampliar significativamente o acesso ao mercado desde o início de 2018, ano que marca o 40º aniversário da política de reforma e abertura do país.

O investimento estrangeiro na China bateu um novo recorde de 877,56 bilhões de yuans em 2017, o que representou um aumento de 7,9 por cento em termos anuais.

1 Jun 2018

Comércio | Casa Branca comunica ao Congresso que chegou a acordo com a ZTE

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Casa Branca comunicou ao Congresso que chegou a acordo com o grupo de telecomunicações chinês ZTE, o que vai permitir à empresa continuar a operar nos EUA, revelou fonte conhecedora do processo, sob anonimato.

A notícia foi dada pela agência noticiosa AP, que avançou que a resolução do caso ZTE pode facilitar o caminho para um acordo sino-norte-americano nas negociações comerciais. Sob o acordo, a ZTE vai despedir a sua equipa de gestão, contratar funcionários norte-americanos e pagar uma multa.

Esta penalização vai acrescentar-se aos mil milhões de dólares (858 milhões de euros) que a ZTE já pagou por ter vendido equipamentos à Coreia do Norte e ao Irão em violação das sanções impostas pelos EUA. Por seu lado, o Departamento do Comércio dos EUA vai levantar a interdição à compra de componentes de que a firma necessita a empresas norte-americanas, que deveria durar sete anos. A interdição, imposta no início deste mês, ameaçava acabar com a ZTE.

28 Mai 2018

Comércio | “Grandes diferenças” no prevalecem entre Pequim e Washington

[dropcap style=’circle’] P [/dropcap] equim e Washington acordaram estabelecer um mecanismo que permita lidar com as crescentes disputas comerciais, mas reconheceram que prevalecem “grandes diferenças” entre os dois países, noticiou a agência oficial chinesa.

A agência noticiosa oficial Xinhua, que cita o ministério chinês do Comércio, afirma que os dois lados abordaram um aumento das exportações norte-americanas para a China, comércio de serviços, protecção de propriedade intelectual e como resolver as disputas em torno da implementação de taxas alfandegárias.

Os dois lados “chegaram a um consenso em algumas matérias”, refere a agência, sem avançar com mais detalhes.

Também o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, deu um sinal positivo sobre as negociações com as autoridades chinesas, que decorreram em Pequim. “As conversas estão a correr bem”, disse, num breve comentário aos jornalistas.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, quer reduzir em 100.000 milhões de dólares o deficit na balança comercial com a China e exige que Pequim garanta às empresas norte-americanas uma melhor protecção dos direitos de propriedade intelectual. A sua administração ameaçou subir as taxas alfandegárias sobre um total de 150.000 milhões de dólares em exportações chinesas para o país, incluindo produtos do sector da aeronáutica, tecnologias de informação e comunicação ou robótica.

Em retaliação, Pequim ameaçou subir as taxas alfandegárias sobre uma lista de produtos norte-americanos, cujas exportações para a China se fixaram, no ano passado, no mesmo valor.

 

 

 

Expectativas vs realidade

Continua a não ser claro se as negociações desta semana vão levar as autoridades de ambos os países a anular aquelas medidas, que perturbaram as praças financeiras em todo o mundo, temendo uma guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta.

Analistas consideram ser difícil China e EUA chegarem a um consenso, tendo em conta a forte incompatibilidade entre as estratégias de ambos para o sector tecnológico, no qual Pequim ambiciona competir com Washington.

O jornal oficial China Daily lembra que é normal que existam diferenças entre os EUA e a China em torno de questões comerciais, mas que os recentes “ataques mostram o quão acesas se tornaram as disputas e o quão difícil será para os dois lados ficarem satisfeitos”. Um acordo é apenas possível se os “dois lados tiveram expectativas realistas”, acrescentou o jornal.

Na raiz desta disputa está o plano de Pequim, designado “Made in China 2025”, para transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades nos sectores de alto valor agregado, incluindo inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

A China fabrica 90 por cento dos telemóveis e 80 por cento dos computadores do mundo, mas depende de tecnologia e componentes oriundos dos EUA, Europa e Japão, que ficam com a maior margem de lucro.

Washington queixa-se de que as autoridades chinesas estão a subsidiar empresas locais e a protegê-las da concorrência, enquanto forçam firmas estrangeiras a partilhar tecnologia com potenciais futuros rivais chineses, em troca de acesso ao mercado do país.

A delegação norte-americana incluiu ainda o secretário do Comércio, Wilbur Ross, o representante comercial da Casa Branca, Robert Lighthizer, e o assessor económico máximo de Trump, Larry Kudlow.

Do lado chinês, as discussões foram lideradas pelo vice-primeiro-ministro Liu He, principal encarregado da política económica e financeira do país asiático e visto como próximo do Presidente da China, Xi Jinping.

7 Mai 2018

Delegação norte-americana em Pequim para negociar disputas

Uma delegação norte-americana de alto nível iniciou ontem conversas em Pequim visando pôr fim à guerra comercial com a China, apesar de ambos os lados considerarem difícil um acordo definitivo entre as duas maiores potências comerciais

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Presidente norte-americano, Donald Trump, que acusa Pequim de práticas comerciais “injustas” e definiu como prioridade reduzir o défice comercial com a China, nomeou o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, para liderar as negociações.

A delegação, que chegou ontem a Pequim, inclui ainda os principais responsáveis pela política comercial de Washington, incluindo o secretário do Comércio, Wilbur Ross, o representante comercial da Casa Branca, Robert Lighthizer, e o assessor económico máximo de Trump, Larry Kudlow.

A visita ocorre a poucos dias do fim do período de apreciação das taxas alfandegárias propostas por Washington sobre um total de 1.300 produtos chineses de vários sectores, incluindo aeronáutica, tecnologias de informação e comunicação ou robótica. Aquela medida afectará, no conjunto, 50.000 milhões de dólares nas exportações chinesas para os EUA.

As negociações decorrem na Residência de Hóspedes Oficiais Diaoyutai, em Pequim, segundo a embaixada dos EUA na China.

Do lado chinês, as discussões são lideradas pelo vice-primeiro-ministro Liu He, principal encarregado da política económica e financeira do país asiático e visto como próximo do Presidente da China, Xi Jinping. Os Estados Unidos, que almejam uma redução de 100.000 milhões no défice comercial com a China, reclamam uma maior abertura do mercado chinês.

 

Expectativas tímidas

Washington exige ainda uma protecção mais forte dos direitos de propriedade intelectual e critica a “transferência forçada de tecnologia e propriedade intelectual norte-americana” em troca de acesso ao mercado chinês. Ambos os lados expressaram, no entanto, cautela sobre o resultado das negociações.

“Este é um passo construtivo, desde que os Estados Unidos sejam sinceros (…), mas dada a complexidade das economias dos dois países, não é realista imaginar uma solução para todas as disputas”, afirmou na quarta-feira Hua Chunying, porta-voz da diplomacia chinesa.

Também Lighthizer advertiu: “Eu prefiro esperar, mas nem sempre sou optimista. É um grande desafio”.

Pelas contas do Governo chinês, no ano passado, a China registou um excedente de 223,5 mil milhões de euros no comércio com os Estados Unidos. As contas de Washington fixam o excedente chinês ainda mais acima, em 304,1 mil milhões de euros.

4 Mai 2018

Comércio | Exportações aumentam em Março, mas défice comercial agrava-se

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s exportações de Macau aumentaram 0,8 por cento no primeiro trimestre de 2018, em relação ao período homólogo de 2017, mas o défice da balança comercial local continua a aumentar devido ao crescimento das importações em 27,2 por cento.

Segundo dados oficiais ontem divulgados pelos Serviços de Estatística e Censos do Governo local, o défice da balança comercial alargou-se para 19,65 mil milhões de patacas.

Macau exportou bens, entre Janeiro e Março, avaliados em 2,97 mil milhões de patacas, mais 0,8 por cento do que em Janeiro e Março de 2017. Apesar do crescimento das exportações globais de Macau, o défice da balança comercial local ampliou-se para 19,65 mil milhões de patacas, fruto do forte aumento das importações em 27,2 por cento para 22,62 mil milhões de patacas.

No mesmo período do ano passado, o défice da balança comercial era de 15,06 mil milhões de patacas, menos 4,59 mil milhões de patacas do que neste ano.

O valor total do comércio externo de mercadorias até Março deste ano atingiu 25,59 mil milhões de patacas, mais 23,4 por cento, em relação ao período homólogo anterior, de acordo com os dados divulgados pelo DSEC.

As exportações para a China continental atingiram, no período em análise, 471 milhões de patacas, mais 15,2 por cento, face a idêntico período do ano passado.

O valor das exportações para as nove províncias do Delta do Rio das Pérolas, vizinhas de Macau, no sul do país, representou 97,4 por cento da totalidade das exportações para a China continental. Já as vendas para os Estados Unidos e a UE caíram 25,9 e 21,7 por cento, respectivamente, em termos anuais. As exportações para Hong Kong registaram uma descida de 1,1 por cento.

2 Mai 2018

Comércio | Represálias chinesas tocam no coração da economia dos EUA

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] s represálias comerciais chinesas sobre a aeronáutica, a soja e o automóvel tocam no coração da economia dos EUA, onde as vozes se elevam para denunciar a escalada das tensões que vão afectar consumidores e empresas norte-americanas.

Em resposta à publicação, na terça-feira, pelo Governo de Donald Trump de uma lista provisória de produtos importados da China susceptíveis de serem submetidos a novos direitos alfandegários, Pequim replicou com a sua própria lista, visando importações do mesmo montante anual: 41 mil milhões de euros.

O gigante asiático decidiu visar desta vez sectores ou produtos chave, com um peso importante nos 130,4 mil milhões de dólares de exportações dos EUA para a China, em particular, soja, automóvel e aeronáutica.

“As represálias anunciadas pela China vão afectar o comércio, as empresas e os consumidores”, resumiu Gary Shapiro, presidente da Associação dos Consumidores do Sector Tecnológico, sublinhando que neste “combate de elefantes”, o mundo inteiro iria perder.

A Associação Americana dos Produtores de Soja (ASA, na sigla em inglês) exprimiu imediatamente a “sua extrema frustração face à escalada da guerra comercial com o maior cliente de soja americano”, e exortou “a Casa Branca a reconsiderar as tarifas que conduziram às represálias”.

As exportações dos EUA de soja para a China representaram mais de 12 mil milhões de dólares em 2017. A China comprou 61 por cento das exportações de soja dos EUA e mais de 30 por cento da produção norte-americana, sublinhou a ASA.

O ministro do Comércio dos EUA, Wilbur Ross, procurou minimizar o impacto das retaliações chinesas sobre a economia dos EUA. “Coloquemo-las em perspectiva”, declarou à televisão CNBC. “Estes 50 mil milhões representam 0,3 por cento do nosso PIB” (produto interno bruto), disse. Ross remeteu assim para a mensagem que Trump divulgou via Twitter, em que sublinhava que com mais de 500 mil milhões de dólares de importações chinesas, a guerra comercial com a China estava perdida desde há muito. “Com o roubo da propriedade intelectual, são 300 mil milhões de dólares suplementares. Isto não pode continuar!”, escreveu Trump.

 

Motor gripado

No sector automóvel, onde alguns construtores, como o Tesla, não têm fábricas na China, os receios são palpáveis. “Nós apoiamos uma relação comercial positiva entre os EUA e a China e exortamos os dois países a continuarem a desenvolver um diálogo construtivo”, declarou o principal construtor automóvel norte-americano, General Motors (GM), sublinhando “a interdependência entre os dois maiores mercados automóveis do mundo”. A GM vendeu em Fevereiro mais veículos na China do que nos EUA.

O Conselho Económico Sino-Americano lembra em nota que as exportações para a China são “vitais para o crescimento económico norte-americano”.

A maior parte dos Estados integrantes dos EUA viram as suas exportações para a China aumentarem fortemente desde 2006, segundo os dados deste organismo que agrupa as empresas com actividade na China. Uma trintena delas, em 50, viu as suas exportações de bens para a China mais do que duplicar em 10 anos. Quatro Estados tiveram mesmo um aumento em 500 por cento das suas exportações: Alabama, Carolina do Sul, Dacota do Norte e Montana. “Farei tudo o que puder para que isto não penalize a agricultura nos EUA, em geral, e no [Estado do] Iowa, em particular”, declarou à comunicação social o senador republicano Chuck Grassley, eleito por este Estado e personalidade destacada do Congresso.

“Impor taxas sobre produtos utilizados todos os dias pelos consumidores norte-americanos e pelos criadores de emprego não é melhor maneira” de restaurar uma relação comercial equitativa com a China, reagiu, por seu lado, Myron Brilliant, dirigente da Câmara do Comércio dos EUA, a principal federação patronal norte-americana.

Estes novos desenvolvimentos provocaram a abertura de Wall Street, na quarta-feira, em baixa. Mas a bolsa acabou por fechar em alta, depois de o novo conselheiro económico de Trump, Larry Kudlow, ter tranquilizado os investidores: “Compreendo a ansiedade dos mercados, mas não é preciso reagir em excesso”, disse na televisão Fox. Kudlow garantiu mesmo: “Penso que no fim do processo (…) vai haver um pote de ouro. E, se abrirmos esse pote, vamos encontrar mais crescimento económico, mais trocas comerciais e uma subida de salários nos dois lados.

Em outras declarações à imprensa, Larry Kudlow admitiu que a probabilidade de as taxas dos EUA sobre as importações chinesas poderem acabar por não ser aplicadas, no final do processo de negociações.

6 Abr 2018

Não à guerra comercial com EUA porque seria “desastroso”

[dropcap style=’circle’ O [/dropcap] ministro chinês do Comércio, Zhong Shan, disse que Pequim não iniciará uma guerra comercial com os Estados Unidos, porque os resultados podem ser “desastrosos”, embora garanta que defenderá os seus interesses.
Zhang disse, durante uma conferência de imprensa em Pequim, no âmbito da Assembleia Nacional Popular (ANP), que em guerras comerciais nunca há vencedores, mas apenas resultados “desastrosos” para ambos os países e para o resto do mundo. Embora tenha descartado de início uma guerra comercial, o ministro chinês lembrou que a China pode ter de enfrentar este desafio e defender os seus interesses.
Na última quinta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma nova imposição de 25% para as importações de aço e 10% para as importações de alumínio que afectarão todos os países que as vendem para os EUA, com excepção do México e do Canadá.
A decisão de Trump, que argumentou que o aço e o alumínio são “vitais” para a “segurança nacional”, suscitou sérias preocupações sobre uma possível guerra comercial devido a represálias de outros parceiros comerciais, incluindo a China. O gigante asiático criticou com dureza as novas tarifas que, em sua opinião, terão um “sério impacto” no comércio internacional e solicitaram aos EUA que as retirem “o mais rápido possível”.
Por sua vez, a Associação Chinesa do Ferro e Aço (CISA) pediu às autoridades chinesas que respondam a essas tarifas, porque “violam as regras da Organização Mundial do Comércio”, com outras medidas sobre as importações dos EUA.
O presidente norte-americano, Donald Trump já tinha afirmado sábado que renuncia aos impostos sobre as importações de aço e alumínio aplicados à União Europeia, se os 28 abdicarem das barreiras aos produtos dos Estados Unidos (EUA).
Os impostos de 25% sobre as importações de aço e 10% sobre as de alumínio anunciadas por Trump têm sido criticadas pelos europeus e outros parceiros comerciais dos EUA, como o Japão, mas ainda não foi encontrada uma solução nas conversações entre representantes das três partes, em Bruxelas.
“A União Europeia, países maravilhosos que tratam muito mal os Estados Unidos no comércio, queixam-se dos impostos sobre o aço e o alumínio. Se eles abandonarem os seus horríveis obstáculos e os seus direitos aduaneiros sobre produtos norte-americanos, nós abandonaremos os nossos. Se não, taxamos as viaturas, etc. Justiça!”, escreveu o presidente na rede social Twitter.
Depois do encontro, na capital belga, os europeus manifestaram o seu desapontamento ao representante norte-americano do Comércio, Robert Lighthizer. A reunião incluiu ainda a comissária do Comércio Cecilia Malmström e o ministro japonês da Economia, Hiroshige Seko. O Japão, como a União Europeia, exige isenção dos impostos.
Os EUA vão começar a aplicar tarifas aduaneiras de 25% às importações de aço e de 10% às de alumínio dentro de 15 dias, com o Canadá e o México excluídos destes direitos aduaneiros, anunciou na quinta-feira a Casa Branca.
Entretanto, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, advertiu os EUA de que as guerras comerciais “são más e fáceis de perder”. Macron também falou com Trump, na sexta-feira, tendo o Presidente francês sublinhado que “tais medidas visando países aliados, que respeitam as regras do comércio mundial, não seriam eficazes para lutar contra as práticas desleais”. Macron preveniu ainda Trump que “a Europa vai responder de forma clara e proporcionada contra qualquer prática infundada e contrária às regras do comércio mundial”.

12 Mar 2018

China | Importações sobem mais de 30 por cento 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s importações chinesas registaram em Janeiro uma subida homóloga de 30,2%, para 1,19 biliões de yuan, depois de em Dezembro terem crescido apenas 4,5%, segundo dados das alfândegas chinesas.

No mesmo mês, as exportações da segunda maior economia mundial cresceram 6%, para 1,32 biliões de yuan. No conjunto, as trocas comerciais entre a maior potência comercial do planeta e o resto do mundo fixaram-se em 2,51 biliões de yuan, um aumento de 16,2% face a Janeiro de 2017.

A China tem sido o motor da recuperação global, desde a crise financeira de 2008, e uma aceleração nas importações chinesas pode ter repercussões em vários países cujas economias dependem da exportação de matérias-primas. Nos primeiros seis meses de 2017, por exemplo, a China comprou 25% do conjunto das exportações brasileiras. O país é também o principal cliente do petróleo angolano.

O excedente comercial da China caiu 59,7% em Janeiro, relativamente ao mesmo mês de 2017, para 135.800 milhões de yuan. As exportações chinesas para a União Europeia, o principal parceiro comercial do país, aumentaram 11,6%, para 33,7 mil milhões de dólares, enquanto as importações de produtos europeus subiram 44,4%, para 23,8 mil milhões de dólares. O excedente comercial da China com a UE caiu 29,8%, face ao mesmo mês do ano passado.

9 Fev 2018

Projecto de Centro Comercial na Praça do Senado vai ser vendido por 800 milhões

O fundo de investimento Macau Property Opportunities, gerido pela Sniper Capital, chegou a um acordo para vender o projecto na Praça do Senado por 800 milhões de dólares de Hong Kong. O edifício tinha sido comprado em 2007 por 124,8 milhões

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] fundo de investimento Macau Property Opportunities (MPO) chegou a um princípio de acordo para vender o projecto para um centro comercial junto à Praça do Senado por 800 milhões de dólares de Hong Kong. As empresas compradoras são a Ardent Sucess Limited e a City Universe Limited e o acordo foi revelado, na sexta-feira ao final da noite, num comunicado do fundo gerido pela Sniper Capital à bolsa de Londres.

“O preço de venda representa um prémio de 14 por cento face à valorização do imóvel de 703 milhões de dólares de Hong Kong (90 milhões de dólares americanos), segundo o valor a 31 de Dezembro de 2017, e um ganho de 541 por cento face ao valor da aquisição de 15,96 milhões de dólares americanos, em Outubro de 2017”, explicou a empresa sobre os montantes envolvidos.

De acordo os termos do princípio de acordo, os compradores vão pagar até amanhã uma caução de 15 milhões de dólares de Hong Kong. Depois, até 29 de Março, o fundo vai receber 705 milhões de dólares de Hong Kong, caso os investidores concordem com os moldes do negócio.

Após as duas primeiras tranches, o MPO só recebe a totalidade do montante restante, ou sejam 80 milhões de dólares de Hong Kong, se nos seis meses seguintes não surgirem pagamentos relacionados com dívidas anteriores ao negócio.

Os retornos da venda serão distribuídos pelos investidores do fundo, com a condição do mesmo manter dinheiro suficiente para continuar a operar dentro da normalidade.

Projecto parado

Com uma área aproximada de 6,3 mil quadrados, o projecto comercial Senado Square, na intercepção entre a Travessa do Roquete e a Rua da Sé, está em fase de concepção há vários anos, sem que as obras tenham avançado. O projecto aposta na renovação do edifício em causa para a construção de vários espaços comerciais, num área que está classificada pela UNESCO como Património Mundial.

Segundo o portal do fundo MPO o projecto está agora em planeamento avançado. Porém, na última actualização do fundo, constava que o fundo estava em conversações com o Governo local para conseguir cumprir os passos necessários para começar as obras. Já nessa altura, o fundo admitia que estava à procura de uma solução para vender o projecto.

VEJA O PROJECTO NO SITE DA MPO
6 Fev 2018

Comércio | China defende-se de críticas dos EUA

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China defendeu ontem o seu papel no comércio internacional e acusou os EUA de serem conflituosos, após Washington ter afirmado que o apoio à inclusão de Pequim na Organização Mundial do Comércio (OMC) foi um erro. A China “cumpre de forma rigorosa com as regras da OMC” e “faz grandes contributos” para o sistema de comércio global, afirmou a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying.

Hua disse ainda que a decisão da administração de Donald Trump de lançar uma investigação sobre as práticas comerciais da China, com base na lei dos EUA, e não através da OMC, “ameaça a estabilidade do sistema internacional”. “Nós somos defensores, construtores e contribuidores do sistema multilateral de comércio”, afirmou Hua. “E talvez tenham reparado que são as acções e mensagens unilaterais dos EUA que constituem um desafio sem precedentes para o sistema multilateral do comércio. Vários membros da OMC exprimiram preocupação sobre isso”, acrescentou.

Bruxelas e Washington acusam frequentemente Pequim de dificultar o acesso aos sectores da banca, energia e outros, violando os compromissos de abertura do seu mercado, aquando da adesão à OMC, em 2001.

Num relatório enviado ao Congresso, o Representante de Comércio dos EUA afirmou que Washington cometeu um erro quando apoiou a inclusão da China na OMC “em termos que provaram ser ineficazes para assegurar que a China adoptasse um regime comercial aberto e orientado pelo mercado”. O relatório evoca frustrações antigas dos EUA com as políticas comerciais da China, mas usa uma linguagem invulgarmente dura.

A administração de Donald Trump lançou em Agosto passado uma investigação sobre alegadas violações por parte da China, nomeadamente ao nível da usurpação de patentes ou da transferência forçada de propriedade intelectual. Washington poderá adoptar medidas unilaterais, caso a investigação determine que Pequim violou normas comerciais. O ministério chinês do Comércio avisou já que Pequim irá “salvaguardar firmemente” os seus interesses.

23 Jan 2018

Economia | Exportações de Macau para a China isentas de taxas diminuem

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s exportações de mercadorias com isenção de taxas aduaneiras de Macau para o interior da China atingiram 94,7 milhões de patacas no ano passado, traduzindo uma ligeira diminuição, indicam dados oficiais.

Em 2016 o valor das exportações de mercadorias com isenção de direitos aduaneiros de Macau para a China atingiu 97,18 milhões de patacas e em 2015 foi de 101,4 milhões de patacas.

De acordo com dados publicados no portal do CEPA – Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Interior da China e Macau –, sob alçada da Direcção dos Serviços de Economia, Novembro figurou como o melhor mês, com o registo de 14,2 milhões de patacas. Por outro lado, Março foi o pior mês, com 5,3 milhões de patacas.

Desde Janeiro de 2004 até Dezembro de 2017, o valor acumulado das exportações de mercadorias com isenção de direitos aduaneiros atingiu 861,1 milhões de patacas.

Desde a entrada em vigor do acordo, em Janeiro de 2004, têm vindo a ser assinados diversos suplementos, com vista ao alargamento das áreas, produtos e serviços. Recentemente Macau e a China firmaram dois acordos (um de investimento e outro de cooperação económica e técnica) sob a alçada do CEPA.

Segundo o Governo de Macau, os dois acordos referidos vão permitir alargar o espaço de desenvolvimento para as pequenas e médias empresas, profissionais e jovens de Macau, bem como o desenvolvimento da diversificação adequada da economia.

4 Jan 2018

Economia | Comércio externo de Macau cresceu nos primeiros 11 meses

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] comércio externo de Macau subiu 6,1 por cento nos primeiros 11 meses do ano, em termos anuais homólogos, atingindo 78,36 mil milhões de patacas, indicam dados oficiais hoje divulgados. Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), entre Janeiro e Novembro, Macau exportou bens avaliados em 10,38 mil milhões de patacas, mais 11,7 por cento.

Macau importou produtos avaliados em 67,98 mil milhões de patacas, ou seja, mais 5,3 por cento em termos anuais homólogos.

Por conseguinte, o défice da balança comercial nos primeiros 11 meses do ano atingiu 57,60 mil milhões de patacas, traduzindo um agravamento de 4,2 por cento em termos anuais homólogos.

Em termos de mercados, as exportações para a China totalizaram 1,96 mil milhões de patacas, reflectindo uma subida de 21,5 por cento relativamente a igual período do ano transacto.

As vendas para Hong Kong (6,07 mil milhões de patacas), para a União Europeia (175 milhões de patacas) e para os Estados Unidos (174 milhões de patacas) subiram 17,9, 5,9 e 17,8 por cento, respectivamente, em termos anuais homólogos.

As exportações para os países de língua portuguesa cifraram-se em 700 mil patacas, traduzindo um tombo de 88,2 por cento em relação ao período homólogo de 2016.

Já do lado das importações, Macau comprou à China produtos no valor de 22,74 mil milhões de patacas nos primeiros 11 meses do ano, ou seja, menos 4,1 por cento em termos anuais homólogos. A mesma tendência foi verificada nas importações de mercadorias dos países de língua portuguesa (589 milhões de patacas) que diminuíram 3 por cento.

Em sentido inverso, as compras à UE (17,27 mil milhões de patacas) aumentaram 12,9 por cento.

29 Dez 2017

China propõe criação de zona de livre-comércio com Celac

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, disse nesta sexta-feira que a China fez uma proposta para a criação de uma zona de livre-comércio com a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac). “Já recebemos e estamos a avaliar uma interessante proposta formulada pela China que inclui ideias tão audazes e transformadoras como a promoção de uma zona de livre-comércio entre a Celac e a China”, disse Vázquez durante a seu discurso na sessão de abertura da XI cimeira de negócios China-América Latina e Caribe (China LAC), realizada em Punta del Este.

O presidente uruguaio indicou que esta cimeira servirá como “instância preparatória da segunda reunião ministerial do fórum Celac-China”, que será realizada no Chile em 2018, na qual será avaliada essa proposta feita pelo gigante asiático e na qual se pretende elaborar “um plano de acção conjunto de cooperação”.

Vázquez lembrou que em 3 de Fevereiro de 2018 se completarão 30 anos do restabelecimento de relações diplomáticas entre a China e o Uruguai, e indicou que a melhor homenagem é seguir adiante na relação bilateral e “trabalhar para a relação latino-americana e caribenha com a China”

“Promover a relação bilateral com inclusão e compromisso com a região não é incompatível. Esta cúpula (China LAC) assim como a reunião ministerial Celac-China são, cada uma, instâncias convergentes para continuar a caminhar juntos para benefício de todos”, concluiu Vázquez.

A cimeira de negócios China LAC vai até o próximo sábado e acontece no Centro de Convenções de Punta del Este, um espaço de 5.600 metros quadrados e que abriga 150 pavilhões de empresas e países participantes,

O evento inclui sessões plenárias, paralelas, assim como visitas técnicas, todas actividades que estarão centradas em cinco temas: infra-estrutura; segurança alimentar e agronegócios, logística e energias renováveis, e-commerce e cidades, e serviços globais.

4 Dez 2017

CEPA | Assinado acordo entre Hong Kong e Macau

Já foi assinado o acordo bilateral de comércio livre entre Macau e Hong Kong. No entanto, a sua operacionalidade vai no ínicio abranger apenas os serviços. Fica em falta o sector do comércio de mercadorias

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Governos de Macau e de Hong Kong, as duas Regiões Administrativas Especiais da China, assinaram sexta-feira um acordo bilateral de comércio livre que no arranque prevê apenas a liberalização de serviços.

O Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre Hong Kong e Macau (CEPA HK-Macau), indicou o Gabinete de Comunicação Social em comunicado, prevê a livre circulação de mercadorias, a facilitação dos procedimentos aduaneiros e de comércio e a abertura do comércio de serviços ou cooperação no domínio da propriedade intelectual.

No âmbito do Acordo CEPA HK-Macau, a região vizinha compromete-se a liberalizar 105 serviços a Macau que, em contrapartida, vai abrir 72 serviços a Hong Kong, diz a mesma nota, sem qualquer referência, porém, ao comércio de mercadorias.

O acordo foi firmado pelos titulares das pastas de Economia e Finanças de Macau e de Hong Kong, respectivamente, Lionel Leong e Paul Chan Mo-po, após a 10.ª reunião de alto nível de cooperação entre as duas Regiões Administrativas Especiais realizada na sexta-feira em Hong Kong.

Antes tarde que nunca

No encontro anterior, em Julho de 2016, em que os dirigentes rubricaram o “documento principal” do Acordo CEPA HK-Macau, que definiu as regras a serem aplicadas às áreas do comércio de mercadorias e serviços, do investimento ou propriedade intelectual, ficou a promessa de que o acordo seria celebrado até ao final desse ano.

Os três acordos CEPA – entre Hong Kong e Macau, entre a China e Hong Kong e entre a China e Macau – “vão contribuir para um melhor ambiente de comércio livre e um efeito activo de sinergias”, sublinha o mesmo comunicado oficial.

Desde a entrada em vigor do Acordo CEPA – entre Macau e a China –, em Janeiro de 2004, têm vindo a ser assinados vários suplementos, com vista ao alargamento das áreas, produtos e serviços.

De Janeiro de 2004 até Dezembro de 2016, o valor acumulado das exportações de mercadorias com isenção de direitos aduaneiros atingiu 764,44 milhões de patacas.

No plano do comércio de serviços, no mesmo período, foram emitidos 612 certificados de prestador de serviços de Macau, quase metade dos quais relativos a serviços de transporte.

O CEPA foi criado com o objectivo “promover a prosperidade e o desenvolvimento comum do Interior da China e da Região Administrativa Especial e reforçar a cooperação mútua económica e comercial”, estabelecendo “um relacionamento semelhante a parceiros de comércio livre, num país com duas regiões aduaneiras autónomas”.

31 Out 2017

China | Comércio com países lusófonos sobe 30,2% até Agosto

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s trocas comerciais entre a China e os países lusófonos subiram 30,2% até agosto, em termos anuais homólogos, atingindo 78,41 mil milhões de dólares, indicam dados oficiais.

Dados dos Serviços de Alfândega da China, publicados no portal do Fórum Macau, indicam que a China comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 55,10 mil milhões de dólares, mais 32,2%, e vendeu produtos no valor de 23,31 mil milhões de dólares, mais 25,6% em termos anuais homólogos.

O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume das trocas comerciais bilaterais a cifrar-se em 58,31 mil milhões de dólares entre Janeiro e Agosto, um valor que traduz um aumento anual homólogo de 29,1%.

As exportações da China para o Brasil atingiram 18,47 mil milhões de dólares, reflectindo uma subida de 33,2%, enquanto as importações totalizaram 39,84 mil milhões de dólares, mais 27,2% face aos primeiros oito meses do ano transacto.

Com Angola, o segundo parceiro lusófono da China, as trocas comerciais cresceram 47,7%, atingindo 15,06 mil milhões de dólares.

Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 1,44 mil milhões de dólares, mais 36,2%, e comprou mercadorias avaliadas em 13,62 mil milhões de dólares, reflectindo uma subida de 49,1%.

A fechar o pódio

Com Portugal, terceiro parceiro da China no universo dos países de língua portuguesa, o comércio bilateral cifrou-se até agosto em 3,69 mil milhões de dólares – mais 3,18% –, numa balança comercial favorável a Pequim.

A China vendeu a Portugal bens na ordem de 2,39 mil milhões de dólares, menos 8,09%, e comprou produtos avaliados em 1,29 mil milhões de dólares, mais 33,6% face aos primeiros oito meses do ano passado.

A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau, que se reúne a nível ministerial de três em três anos.

19 Out 2017

Rethink Coffee Roasters, franchising | Andrew Chang, criador

Andrew Chang chegou a trabalhar num banco, até que decidiu apostar num negócio cem por cento local. Em regime de franchising, a Rethink Coffee Roasters quer abrir espaços em todo o território, à semelhança das grandes cadeias de cafés que existem no mundo

[dropcap style≠’circle’]B[/dropcap]eber café em copos com o símbolo azul e branco ainda não é algo comum de se ver, mas é esse o objectivo de Andrew Chang. Fundador da Rethink Coffee Roasters, Andrew quer estabelecer por toda a Macau cafés com esta marca em regime de franchising, à semelhança do que já acontece com marcas mundialmente conhecidas, como a Starbucks ou a Tom n Tom, oriunda da Coreia do Sul.

Para já, a Rethink Coffee Roasters tem apenas um espaço no NAPE. “Ainda somos um micro negócio, mas esperamos conseguir fazê-lo”, explicou Andrew Chang ao HM. “O nosso primeiro café franchise deverá abrir no final deste ano, ou no início do próximo ano, se as coisas correrem bem.”

“O nosso principal objectivo é promover um café local de Macau. Sabemos que há muitos locais que adoptam franchises de cafés vindos de fora, o que não tem problema. É normal numa cidade multicultural”, explicou o criador deste negócio, que deseja que as pessoas optem por beber cafés Made in Macau.

“As pessoas gostam muito dos franchises de fora, da Coreia do Sul, Taiwan, ou mesmo a Starbucks, dos Estados Unidos. O meu objectivo não é ter um franchise, mas antes promover uma marca de café local, um negócio local. Se possível, gostaria que o franchise pudesse chegar a um nível internacional”, adiantou.

Apesar de querer expandir a marca, Andrew Chang não impõe o negócio a potenciais interessados.

“Não faço grande promoção, não digo que sou o melhor em Macau para as pessoas que queiram fazer parte do franchise. Acho que os clientes que adoram o nosso café, se gostarem mesmo vão sugerir-nos essa possibilidade. É essa a nossa estratégia.”

Do banco para o café

Andrew Chang já gostava de beber café e não chá, uma bebida mais tradicional da cultura chinesa, com 14 anos. Cresceu, fez os estudos superiores na área da economia e dos números, trabalhou num banco. Aí começou o seu interesse por esta arte de servir e fazer café.

“Realizei várias acções de formação ligadas ao café, em Macau, Hong Kong e mesmo em Taiwan e nos Estados Unidos. Viajei através do mundo para conhecer melhor o café. Adoro café.”

O trabalho na banca depressa o aborreceu. “Quando trabalhava no banco ficava sentado nove horas. E era isso. Mas no café tenho de ficar as nove horas em pé.”

“Sou licenciado em economia, por isso um trabalho no sector bancário é algo natural. Mas nunca parei de estudar e envolver-me nos passatempos. Porém nessa altura, considerei que não poderia ter este emprego até ao resto da vida. Por outro lado, sentia que se tivesse um negócio e pudesse ter um café que seria mais feliz”, acrescentou o fundador da Rethink Coffee Roasters.

Andrew considera que esta foi uma “mudança radical” na sua vida, e que teve de começar do zero até se tornar num empresário.

“Mesmo que uma pessoa perceba de café não é suficiente. É preciso saber como gerir um negócio. Por isso, antes trabalhei em vários estabelecimentos para ganhar essa experiência, para saber mais sobre os cafés.”

Desafios do dia-a-dia

Andrew Chang enfrenta as dificuldades que qualquer empresário de pequena dimensão tem neste território. “Os custos das rendas face às pessoas que passam na rua dos espaços arrendamos é muito elevado. Não é como em Hong Kong, onde se paga uma renda alta, mas há muita gente a passar nas ruas. Isto torna o negócio muito mais complicado.”

Além disso, a marca tem ainda de lidar com o facto da cultura do café, em Macau, “não ser muito madura o que faz com que o negócio seja muito mais difícil.”

“Servimos cafés muito específicos, ou seja com uma qualidade muito elevada. Por outro lado, importamos o café, mas somos nós que o torramos. Isto é uma grande diferença. Escolhemos os grãos, e depois servimos aos nossos clientes. Fazemos venda a retalho e por grosso. Controlamos toda a qualidade do café”, explicou o mentor deste projecto, que considera que este facto é uma mais valia da marca.

“Ao contrário de outros, não nos limitamos a importar o café já torrado. Nós gostamos de controlar o processo. Isto faz com que sejamos diferentes”, concluiu.

11 Out 2017

Economia | Balança comercial de Macau em alta em 2017

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] comércio externo de Macau subiu 4,8 por cento nos primeiros oito meses do ano, em termos anuais homólogos, atingindo 54,95 mil milhões de patacas, indicam dados oficiais ontem divulgados.

Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), entre Janeiro e Agosto, Macau exportou bens avaliados em 7,54 mil milhões de patacas – mais 9 por cento – e importou produtos avaliados em 47,41 mil milhões de patacas – mais 4,1 por cento em termos anuais homólogos.

Por conseguinte, o défice da balança comercial aumentou nos primeiros oito meses de 2017, atingiu 39,87 mil milhões de patacas.

Em termos de mercados, as exportações para a China entre Janeiro e Agosto totalizaram 1,42 mil milhões de patacas, reflectindo uma subida de 17,6 por cento.

As vendas de mercadorias para os países de língua portuguesa foram de 700 mil patacas, valor que traduz uma queda de 87,9 por cento em termos anuais homólogos. Em contrapartida, as exportações para Hong Kong (4,48 mil milhões de patacas) e para os Estados Unidos (111 milhões de patacas) aumentaram, em ambos os casos, 14,3% entre Janeiro e Agosto.

Em termos de mercadorias, exportaram-se 6,91 mil milhões de patacas de produtos não têxteis, mais 7,5 por cento, em termos anuais.

Já do lado das importações, Macau comprou à China produtos no valor de 15,55 mil milhões de patacas – menos 5,8 por cento em termos anuais homólogos.

A mesma tendência foi verificada nas importações de mercadorias dos países de língua portuguesa (418 milhões de patacas) que diminuíram 5,4 por cento.

28 Set 2017

China | Exportações sobem 5,5% e importações 13,3%

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s exportações da China abrandaram em Agosto, num sinal de menor procura internacional, enquanto as importações registaram um inesperado aumento, apesar das previsões de um abrandamento da segunda maior economia mundial.

As exportações chinesas subiram em Agosto 5,5%, em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 199,2 mil milhões de dólares, um ritmo menor do que o registado em Julho, de 7,2%, indicaram dados oficiais.

As importações aumentaram 13,3%, para 157,2 mil milhões de dólares, um ritmo de crescimento superior à média registada nos onze meses anteriores, de 11%.

As previsões apontam para um abrandamento no ritmo de crescimento da economia chinesa, que afectaria a procura por produtos estrangeiros, agravada por maiores restrições ao crédito impostas pelo Governo chinês.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) previu que a economia chinesa cresça 6,6%, este ano, menos uma décima do que o registado em 2016. Para 2018, o FMI afirmou esperar um crescimento de 6,2%.

“A força das importações sugere que a procura interna é mais resiliente do que o esperado”, afirmou Louis Kuijs, num relatório da unidade de investigação Oxford Economics.

O aumento das exportações superou as previsões, na primeira metade do ano, num sinal positivo para a liderança chinesa, que quer evitar a perda de empregos nas indústrias exportadoras.

A China tem sido o motor da recuperação global, desde a crise financeira de 2008, e um abrandamento nas importações chinesas pode ter repercussões em vários países.

O excedente comercial da China subiu 19%, em Agosto, relativamente ao mesmo mês de 2016, para 42.000 milhões de dólares.

O excedente da China com a União Europeia, o principal parceiro comercial do país, aumentou 14%, para 11,7 mil milhões de dólares.

11 Set 2017

Comércio com países de língua portuguesa sobe 31,29 por cento

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa subiram 31,29% até Julho, em termos anuais homólogos, atingindo 67,61 mil milhões de dólares, indicam dados oficiais.

As informações dos Serviços de Alfândega da China, publicados no portal do Fórum Macau, indicam que a China comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 47,79 mil milhões de dólares, mais 33,74%, e vendeu produtos no valor de 19,82 mil milhões de dólares, mais 25,74%.

O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume das trocas comerciais bilaterais a cifrar-se em 49,90 mil milhões de dólares entre Janeiro e Julho, um valor que traduz um aumento anual homólogo de 30,51%.

As exportações da China para o Brasil atingiram 15,65 mil milhões de dólares, reflectindo uma subida de 34,97%, enquanto as importações totalizaram 34,24 mil milhões de dólares, mais 28,57% face aos primeiros sete meses do ano transacto.

Com Angola, o segundo parceiro lusófono da China, as trocas comerciais cresceram 48,61%, atingindo 13,37 mil milhões de dólares.

Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 1,24 mil milhões de dólares, mais 32,47%, e comprou mercadorias avaliadas em 12,12 mil milhões de dólares, reflectindo uma subida de 50,50%.

A fechar pódio

Com Portugal, terceiro parceiro da China entre os países de língua portuguesa, o comércio bilateral cifrou-se em 3,17 mil milhões de dólares (– mais 1,19% –, numa balança comercial favorável a Pequim.

A China vendeu a Lisboa bens na ordem de 2,07 mil milhões de dólares, menos 11,58%, e comprou produtos avaliados em 1,10 mil milhões de dólares, mais 38,59% face aos primeiros sete meses do ano passado.

A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau, que se reúne a nível ministerial de três em três anos.

Os dados divulgados incluem São Tomé e Príncipe, apesar de só ter passado a fazer parte da ‘família’ do Fórum Macau no final de Março, após a China ter anunciado o restabelecimento dos laços diplomáticos com São Tomé e Príncipe, dias depois de o país africano ter cortado relações com Taiwan e reconhecido Pequim.

O comércio entre São Tomé e Príncipe e a China é insignificante, correspondendo na quase totalidade às exportações chinesas, que entre Janeiro e Julho se cifraram em 4,11 milhões de dólares.

7 Set 2017