Cinema | Filmes vão precisar de autorização para entrar em festivais internacionais

A Administração do Cinema da China anunciou na sexta-feira um novo conjunto de regulamentos para a participação de filmes chineses em festivais de cinema no estrangeiro, incluindo a exigência de registo e de autorização das autoridades.

As novas directrizes definem que só podem ser considerados para participar em festivais internacionais os filmes cuja a produção já tenha terminado e obtido uma licença de exibição pública.

As pessoas colectivas ou organizações que pretendam apresentar filmes em festivais fora da China devem registar a documentação necessária junto das autoridades cinematográficas competentes antes do evento, indicou a administração, num comunicado publicado no portal oficial.

Os candidatos devem apresentar os documentos de registo, que incluem um pedido carimbado com o selo oficial da empresa candidata, bem como uma cópia da licença de exibição pública do filme, pelo menos 20 dias úteis antes do início do festival. O novo regulamento também se aplica às curtas-metragens, acrescentou a instituição.

Alguns utilizadores da rede social Weibo lamentaram a decisão: “Isto estrangula praticamente todas as possibilidades de um filme de baixo orçamento ser exibido em festivais internacionais”, disse um comentador.

“Em breve, para escrever uma crítica de cinema também será necessário registar-se e pedir uma autorização”, criticou sarcasticamente outro internauta, enquanto outros manifestaram apoio à medida: “Penso ser bom que apenas os filmes que contam boas histórias da China recebam atenção internacional”.

8 Jul 2024

Parte 12. Deus somos nós, desta vez não trago notícias reconfortantes

O Cinema é um formato belo e único. É simultaneamente um jogo e um transformador desse mesmo jogo. Nesta série, a autora e pensadora visual, Julie Oyang, apresenta 12 realizadores chineses, as suas obras e as suas invenções estéticas, que acabam por se revelar as invenções estéticas de antigos filósofos

 

Quando acabei de assistir à obra-prima de anime chinesa Da Hufa – que significa Grande Guardião – diferente de tudo o que alguma vez vi, fiquei sem ar e cobri-me de suores, muito, muito frios. Não consegui perceber exactamente o que é que me tinha posto naquele estado. Talvez estivesse muito cansada, facilmente manipulada e desejando sê-lo – desta vez, não por mentiras – mas pela honestidade.

Um guerreiro chamado Da Hufa vai salvar o seu príncipe de uma cidade opressiva governada por um falso deus. Da Hufa vai ter de derrotar o deus e os seus homens e, neste processo, descobre uma conspiração pelo poder.

Para os espectadores com menos de 18 anos, este anime pode ser mais do que os habituais filmes assustadores e aparentemente nostálgicos, passados em sublimes paisagens orientais. Muitas das personagens que surgem na tela têm um contorno negro e intrigante, pleno de horror e de mistério. O argumento tem um toque Zen de descontração e de humor contundente, forte e arrojado como a parte visual. Cada fala é arrepiantemente impiedosa e certeira de forma a realçar todos os cambiantes do pânico que nos fere no sítio certo e que nos faz seguir em frente. Tal e qual uma boa massagem aos pés.

O nosso protagonista, o Grande Guardião, parece um ovo vermelho gigante, um mestre de Kongfu que se expressa de forma espirituosa e poeticamente cómica, sempre que se confronta com um problema. O príncipe é um reflexo hilariante de si mesmo. O Povo dos Amendoins não é humano, mas uma criação do grande deus. Têm de comprar olhos e bocas, pô-los na cara para parecerem humanos e querem ser admirados. No entanto, a verdade é que só recebem ordens de outros e vivem uma vida de mentira, a tal ponto que querem produzir uma pedra preciosa, resultado de uma doença que terão de contrair, para a entregarem como oferenda ao deus que os criou. Aqui temos um retrato fiel dos modernos funcionários de escritório. Entretanto, o descendente de Pao Clan recebeu do grande deus a missão de exterminar o povo dos amendoins e fez deste objectivo o seu ideal, pelo qual pode arrancar o próprio coração. E como é que é o grande deus? Bem, nós sabemos como é que são os deuses, não sabemos?

Cada personagem é uma metáfora estilizada, tão aterradoramente real que não sabemos se havemos de rir ou de chorar porque a cada personagem do filme corresponde uma personagem real que caminha ao nosso lado.

Que mensagem nos está a ser transmitida? Talvez que Deus é um brincalhão, mas não teremos todos nós um pouco de deuses ardilosos e manipuladores?

Ficam muitas perguntas sem resposta ao longo do filme. Para mim, este anime pretende colocar um grande ponto de interrogação no Legalismo, a influente escola filosófica que modelou a China a par do Confucionismo e do Taoísmo.

O Legalismo é uma filosofia dominante concebida e delineada pelos senhores feudais. A ideia central do Legalismo é que a governação deve ser sempre feita com mão de ferro: recompensar com um castigo e punir com o terror.

Famosas citações legalistas para reter na memória:

🌸 Aquele que é vaidoso e se deleita com as suas capacidades será sempre enganado pelos seus inferiores. Quando apresenta argumentos e gentileza, os seus inferiores aproveitam-se dessas capacidades.

🌸 Os ministros podem ser comparados às mãos: se se erguerem podem cuidar da cabeça; se se baixarem podem cuidar dos pés.

🌸 As pessoas, nas bem ordenadas eras do passado, defendiam a lei pública e ignoravam as estratégias privadas; focavam as suas intenções e unificavam as suas acções. Tudo o que faziam tinha por objectivo servir o governante.

{Julie Oyang é uma autora de naturalidade chinesa, artista e argumentista. É ainda colunista multilingue e formadora em criatividade. As suas curtas metragens foram seleccionadas para o Festival de Vídeo de Artistas Femininas e também para a Chinese Fans United Nations Budapest Culture Week. Actualmente, é professora convidada da Saint Joseph University, em Macau. Gosta especialmente de partilhar histórias inesperadas, contadas a partir de perspectivas particularmente distintas. Divide a sua vida entre Amsterdão, na Holanda, e Copenhaga, na Dinamarca.}

JULIE OYANG  Writer | Artist | Namer of clouds
www.julieoyang.com | Instagram: _o_writes

19 Mai 2022

Tudo o que precisa saber sobre Zhang Yimou

O Cinema é um formato belo e único. É simultaneamente um jogo e um transformador desse mesmo jogo. Nesta série, a autora e pensadora visual, Julie O’Yang, apresenta 12 figuras do cinema chinês, as suas obras e as suas invenções estéticas, que acabam por se revelar as invenções estéticas de antigos filósofos.
por Julie Oyang

 

 

Embora muitos sejam literalmente desconhecidos no Ocidente, a China tem sido, desde a fundação da República Popular, berço de alguns realizadores de gabarito internacional. Mas por vezes ficamos com a sensação que o cinema chinês se resume a um nome: Zhang Yimou.

Alegadamente um dos maiores cineastas de todos os tempos ultrapassou a barreira da nacionalidade. Seja qual for o tema que tratam, os seus filmes são visualmente deslumbrantes. Zhang Yimou é um criativo, simultaneamente criador de imagens sagaz e empreendedor. Por um lado existem realizadores e por outro lado existe Zhang Yimou.

A de “Art” ( Arte).  Os principais interesses de Zhang são a fotografia e a literatura. Estudou na Academia de Cinema de Pequim e a sua paixão transportou-o para a vanguarda do cinema internacional, com a estreia do seu primeiro fime, Sorgo Vermelho (1987) protagonizado por Gong Li.

B de “Businessman” (Homem de Negócios). Zhang é realizador, mas também é um homem de negócios. Zhang Yimou é uma marca, que se expandiu com o seu inconfundível cunho à ópera e aos musicais, mantendo sempre cenários espectaculares.

C de “Challenge One-child Policy” (Desafiar a Política do Filho Único). É alegadamente pai de 7 crianças, nascidas de 4 relações. Em 2014, o Gabinete de Planeamento Familiar, em consonância com a política do filho único, exigiu que Zhang pagasse uma multa por nascimentos não planeados e para cobertura de gastos com a segurança social no valor de 7.48 milhões de RMB (cerca de 1,2 milhões de dólares americanos). Diz-se que Zhang pagou a multa.

D de “Dedication” (Dedicação). Na sequência do sucesso dos filmes artísticos, Zhang decidiu fazer filmes comerciais (Herói, O Segredo dos Punhais Voadores) e também explorar um cinema mais auto-biográfico (Um Segundo).

E de “Collective Experience” (Experiência Colectiva). Zhang parece interessar-se pelo contexto de todas as coisas. Zhang Yimou: “Durante milhares de anos tem existido a tradição de nos ensinar a pensar em termos da experiência colectiva, por isso é raro conseguirmos agir em função dos nossos desejos e das nossas emoções.”

F de “Fight and Love with a Terracotta Warrior” (Luta e Ama com um Guerreiro de Terracota).  Em 1990, no filme Hong Kong, interpretou Tian Fong, a personagem masculina principal.

G de “Gong Li” (Gong Li). A actriz Gong Li foi decoberta por Zhang enquanto estudava na Academia de Cinema. As suas relações pessoais e profissionais recebiam eram seguidas de perto pela comunicação social, enquanto trabalharam juntos numa série de filmes aclamados e marcantes. Esta atenção lançou-os no mundo do estrelato internacional. Zhang Yimou e Gong Li são o equivalente de Roberto Rossellini e Ingrid Bergman.

H der “Host” (Anfitrião). Zhang é o anfitrião criativo da Pátria. Acreditava que as audiências ocidentais podiam construir uma ideia da China através dos seus filmes, que via como exccelentes veículos de promoção da cultura chinesa.

I de “Industry” (Indústria). Zhang Yimou é um dos poucos realizadores que quebrou as regras do cinema chinês e que desafiou as convenções. O realizador contrbuiu imenso para a indústria cinematográfica chinesa e estabeleceu novos padrões.

J de “Justice” (Justiça).  A História de Qiu Ju, de 1992, é uma comédia dramática protagonizada por Gong Li. Conta a história de uma camponesa, Qiu Ju, cujo marido foi agredido na virilha pelo chefe da aldeia. Qiu Ju, apesar de estar grávida, viaja até à cidade mais próxima à procura de justiça. Os críticos cinematográficos interrogaram-se se este não seria um filme de propaganda para apoiar o esforço do Governo na implementação do “Estado de Direito”.

K de Akira Kurosawa (Akira Kurosawa). O realizador japonês foi o seu guia espiritual. Zhang é largamente influenciado pelo grande mestre.

L de “Loyalty” (Lealdade). Nos seus filmes mais recentes, Zhang aborda os heróis nacionais, os oficiais leais, as pessoas honradas, os governadores criteriosos, os artesãos habilidosos que, como ele próprio, dão contributos extraordinários ao seu país.

M de “Meaning” (Significado).  Zhang Yimou transmite um significado mais profundo nos seus filmes através da utilização de elementos chineses.

N de “Nimbleness” (Agilidade). Zhang é um estratega ágil e vende as suas obras com sucesso.
O de “Olympics” (Olimpíadas). O que é que aconteceria se juntássemos um realizador apaixonado por efeitos visuais deslumbrantes com a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos? Obtinhamos um bilhete para a entrada da China no palco mundial como superpotência emergente. Bom trabalho!

P de “Pioneer” (Pioneiro).  Um pioneiro na sua visão do passado da China, as suas narrativas transportam sempre um significado simbólico.

Q de “Quote” (Citação). “Como o mundo seria maravilhoso se as pessoas tivessem corações como os dos cães.”

R de “Revolution” (Revolução). Teve uma relação complexa com a Revolução Cultural.

S de “Soft Power” (Poder Persuasivo). A Grande Muralha (2016) realizado por Zhang Yimou é uma co-produção entre a China e Hollywood, protagonizado por Matt Damon, Willem Dafoe e a superstar chinesa Andy Lau.  Este filme é um exemplo dos esforços para alcançar um novo tipo de poder, o poder persuasivo chinês, que pretende colocar a China num lugar de destaque no palco mundial.

T de “Tea” (Chá). Impression Dahongpao (2010) é um recinto de espectáculos que cobre quase um hectare. Com um orçamento de 200 milhões de yuan, cerca de 29 milhões de dólares americanos, o espectáculo ao vivo de 70 minutos apresenta uma configuração com um ângulo de 360 graus e tem capacidade para acolher de 2.000 espectadores, evidenciando o cenário magnífico da Montanha Wuyi e da sua rica cultura do chá.

U de “UFO” (OVNI). Corre o rumor que no Verão de 1985, Zhang Yimou e Chen Kaige estavam a filmar juntos quando viram um OVNI! Esta experiência pode ter estado na base da criação da comédia O meu Povo , a minha Pátria (2020), produzido por Zhang Yimou.

V de “Visual” (Visual). Zhang é um mestre da cor. A cor nos seus filmes é uma linguagem profunda e misteriosa e ter o poder de influenciar as nossas almas.

W de “West” (Ocidente). O impressionante conjunto das obras de Zhang Yimou apresentam sistematicamente aos olhos admirados das audiências ocidentais uma cultura que se vai alterando sob a batuta da globalização, relacionando ideias e implicações sobre o poder, a soberania, a justiça e a modernidade chinesas. Pela primeira vez é nos apresentada a Terra do Dragão situada no globo.

X de “Xi’an” (Xi’an). Nasceu em Xi’an, o berço da civilização chinesa. A antiga metrópole foi o ponto de partida da primeira Rota da Seda.

Y de “Yearning” (Anseio). Os seus primeiros filmes eram arrojados, histórias apaixonantes que se centravam em mulheres que combatiam a opressão. Zhang retrata o olhar feminino consumido pelo anseio.

Z de “Zhang Ziyi”. A actriz de Memória de uma Geisha e de O Tigre e o Dragão tornou-se a segunda superstar lançada por Zhang Yimoua, a seguir a Gong Li.

Zhang Yimou nasceu a 14 de Novembro de 1951, em Xi’an. É um realizador chinês, actor e produtor.

A não perder: Sorgo Vermelho (1987), Lanternas Vermelhas (1991), To Live (1994), Herói (2002), O segredo dos Punhais Voadores (2004), A Grande Muralha Wall (2016) Cerimónia de Abertura dos Jogos Olimpícos de Pequim (2008)

 

Julie O’Yang é uma autora de naturalidade chinesa, artista e argumentista. É ainda colunista multilingue e formadora em criatividade. As suas curtas metragens foram seleccionadas para o Festival de Vídeo de Artistas Femininas e também para a Chinese Fans United Nations Budapest Culture Week. Actualmente, é professora convidada da Saint Joseph University, em Macau. Gosta especialmente de partilhar histórias inesperadas, contadas a partir de perspectivas particularmente distintas. Divide a sua vida entre Amsterdão, na Holanda, e Copenhaga, na Dinamarca.

11 Jan 2022

O realizador chinês mais corajoso de sempre Parte II

[dropcap style≠’circle’]W[/dropcap]ang Bing filmou o seu segundo documentário, He Fengming, em 2005.

Só com uma câmara, centrada numa mulher que sobreviveu aos horrores da era de Mao, Wang Bing conta uma história intimista, minimalista, quase privada. Antiga professora e jornalista, He Fengming relata de forma vivida, dolorosa e detalhada o pesadelo que viveu durante 30 anos, após a revolução.

A narrativa começa com Fengming a descer a rua coberta de neve que vai dar ao seu apartamento. Agora, sentada na sala, a mulher idosa, mais excepcionalmente bem conservada, fala para a câmara de Wang durante cerca de três horas, quase sempre em tempo real. A estratégia, totalmente não comercial, coloca o espectador numa humilde posição de receptor, quase como convidado de He. Estamos perante um estilo que preserva a pureza dos contadores de histórias. A narrativa nunca é interrompida por perguntas ou comentários. Durante quase três horas, esta mulher descreve os tormentos por que passou na prisão, num enquadramento decididamente não cinematográfico, mas sempre hipnótico. O olhar do realizador marca a forma como a história é contada, todo o seu drama e toda a sua tragédia. A abordagem totalmente estoica de Wang parece ser a forma certa e respeitadora de trazer ao espectador todo um mundo de emoções, embora este universo lhe seja desconhecido e nunca tenha imaginado sequer experiências tão degradantes.

He Fengming foi premiado no Festival Internacional de Cinema Documental de Yamagata em 2007.

Veja aqui uma entrevista com o realizador – a verdadeira natureza das histórias:

https://bit.ly/2xGebQ0

30 Ago 2017

A linguagem do cinema chinês: Idade 29 + 1

Hong Kong. Tempo: Presente.

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hristy Lam, interpretada por Chrissie Chau, é o protótipo da rapariga nascida e criada em Hong Kong. Aparentemente tem uma vida feliz. Tem namorado e é admirada no trabalho. No entanto, um mês antes de completar 30 anos, Christy fica a saber que o pai está gravemente doente e acabamos por perceber que afinal a sua vida amorosa não é nenhum mar de rosas. Para rematar, as coisas no trabalho sofrem um volte face muito negativo.

Wong Tin-Lok, interpretada por Joyce Cheng, também está à beira dos 30. Wong tem uma vida completamente diferente. É baixota, gorducha, não tem dinheiro, não tem carreira nem namorado. Os seus seios só foram tocados pelos médicos. Wong tem cancro da mama, mas apesar disso sempre encarou a vida com um espírito optimista. Com os 30 anos na linha do horizonte, toma uma decisão arrojada; pega nas malas e enche-as com os sonhos de infância. Pela primeira vez na sua vida sai de Hong Kong e apanha um voo para Paris.

As duas mulheres não se conhecem e as suas personalidades são diferentes como a noite do dia. Mas o destino intervém e Christy muda-se temporariamente para casa de Wong. Instalada no apartamento, Christy depara-se com o diário de Wong. Descobre que partilham a data de nascimento e começa a desvendar pedaços da vida da dona da casa. À medida que os seus laços virtuais aumentam, Christy dá por si a admirar a forma como Wong aborda a vida, de tal forma que se vai identificando cada vez mais com esta perspectiva.

A realizadora Kearen Pang彭秀慧 adaptou ao cinema com mestria esta peça de teatro, da sua autoria, estreada em 2005. Na versão para teatro as duas protagonistas eram interpretadas pela autora. Pang optou por manter a estrutura pouco convencional da história, o que mostra a sua auto-confiança, embora seguindo o registo mais realista do cinema. Esta transição foi facilitada por duas protagonistas perfeitas: Chau brinda-nos com um dos seus trabalhos mais sofisticados de sempre, embora Cheng acabe por arrebatar as atenções, com uma interpretação absolutamente tocante, cheia de alegria e de calor humano.

Para a maioria das mulheres, os 30 representam a “fronteira para o desconhecido”. A antevisão deste período da vida dá uma sensação de impotência, não só física como psicológica, devido a todo o tipo de pressões sociais.

A realizadora Kearen Peng usa a câmara como se fosse um aparelho de raio-X para explorar as emoções, o trabalho e a vida das protagonistas. A idade perturba as mulheres. E será que alguém tem o direito de limitar as mulheres colocando-lhes um rótulo etário, ou qualquer outro tipo de rótulo?

Kearen Peng abre graciosamente a sua alma a uma audiência mais vasta, com uma comédia repleta de sensibilidade e positivismo. O filme recebeu o Prémio de Melhor Realização no Festival de Cinema de Nice.

Veja o trailer aqui:

28 Jun 2017