Hoje Macau EventosCentro de Ciência | Exposição interactiva sobre Macau em exibição até Fevereiro “Macao Vast” é o nome da exposição interactiva que poderá ser vista no Centro de Ciência até 26 de Fevereiro. Dividida em três partes, a mostra pretende dar a conhecer todos os recantos e detalhes de um território com características peculiares, aliando o conhecimento às componentes criativa e científica Conhecer Macau de uma forma interactiva, com recurso às tecnologias LED, holografia e aparelhos que, mediante o toque, vão revelando vários dados e curiosidades sobre o território, é agora possível graças à exposição que está patente no Centro de Ciência de Macau. Em “MACAO VAST” pretende-se que o público vá conhecendo mais sobre a cidade onde habita ou que visita de forma interativa, numa junção de conhecimento, ciência e tecnologia. A tecnologia interactiva e a projecção são veículos centrais de transmissão de conhecimentos, proporcionando momentos de aprendizagem e diversão aos visitantes que podem ter acesso “a ilustrações de alta qualidade, design e experiências com recursos culturais e criativos”. Dividida em três partes, “MACAO VAST” pretende apresentar um outro lado dos monumentos e sítios históricos de Macau, incluindo outros aspectos da cultura do território. A ideia é reunir toda a informação em pavilhões interactivos “a fim de promover, de forma efectiva, o turismo de Macau e aumentar a diversidade das experiências culturais”, desenvolvendo “a imagem do turismo cultural de Macau enquanto marca”. Além da interacção constante com dados sobre a cidade, os visitantes podem ainda tirar fotografias de realidade aumentada através do telemóvel. LED e outras histórias A primeira parte da exposição intitula-se “Área das Imagens Holográficas em Suspensão” e, tal como o nome indica, oferece ao visitante uma plataforma que gera imagens dos monumentos de Macau em três dimensões que podem ser vistas de todos os ângulos e perspectivas, proporcionando uma sensação de presença no local. Para este efeito é usada a tecnologia LED, criando uma imagem realista tridimensional. A segunda parte de “MACAO VAST” é uma área interactiva com uma plataforma que funciona mediante o toque, destinada tanto a adultos como crianças. Nesta parte, “o público pode tocar livremente na área interactiva e desfrutar de uma animação gerada pela área correspondente na parede, pelo que as ilustrações estáticas podem tornar-se em demonstrações dinâmicas”, explica o Centro de Ciência. “MACAO VAST” conta ainda com uma área circular panorâmica de 360º, também com recurso à tecnologia LED, que apresenta toda a cidade, incluindo paisagens, monumentos e outros espaços icónicos. “Através desta experiência visual panorâmica, todos podem desfrutar do cenário de Macau e participar em jogos interactivos, visitando cada canto de Macau”, indica o website da exposição.
João Luz Manchete SociedadeCentro de Ciência de Macau | Mok Ian Ian no conselho de administração Depois da surpreendente notícia de que Mok Ian Ian estava de saída da presidência do Instituto Cultural, um despacho do gabinete do Chefe do Executivo confirmou que a responsável irá para o Centro de Ciência de Macau. Durante um ano, Mok Ian Ian irá desempenhar as funções de presidente do conselho de administração A notícia de que Mok Ian Ian estaria de saída do Instituto Cultural, depois de quase quatro anos ao leme da instituição, apanhou Macau de surpresa. Ontem de manhã, um despacho assinado pela chefe do gabinete do Chefe do Executivo, Hoi Lai Fong, dissipou a dúvida quanto ao seu próximo destino. “É nomeada, em comissão eventual de serviço, Mok Ian Ian, pessoal do quadro do Gabinete de Comunicação Social, para desempenhar funções no Centro de Ciência de Macau, S.A., pelo período de um ano, a partir de 19 de Janeiro de 2022”, é estabelecido. O despacho não especifica a posição que já ocupa no Centro de Ciência, porém, uma notícia no website do centro e o próprio organigrama de gestão da instituição esclarece que Mok Ian Ian é a nova presidente do conselho de administração do Centro de Ciência de Macau. Na secção de notícias da instituição dedicada à pedagogia científica é descrito que “em resposta à vaga por ocupar na presidência do conselho de administração, e para garantir o desenvolvimento do Centro de Ciência de Macau, uma reunião de accionistas do Centro de Ciências de Macau nomeou Mok Ian Ian para a presidência do conselho de administração, de acordo com os estatutos, a partir de 19 de Janeiro”, é estabelecido. A ex-presidente do Instituto Cultural preenche a vaga deixada em aberto desde a saída em 2020 de Lau Si Io, ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas. Do fundo do coração O Centro de Ciência de Macau sublinha no mesmo comunicado que a sua missão é promover a popularidade das ciências educativas entre a juventude de Macau, e estimular a comunicação sobre ciências e tecnologia. “Com a liderança da presidente Mok Ian Ian, todo o pessoal do Centro de Ciência de Macau irá colocar o coração na forma como irá servir a população, abrindo um novo capítulo no desenvolvimento do Centro de Ciências de Macau”, é prometido pela instituição. A instituição de divulgação científica, que tem o director dos Serviços de Educação e Juventude, Lou Pak Sang, à frente da estrutura accionista a representar o Governo da RAEM, é composta por um planetário, um centro de exibições e um centro de exposições, com uma área de implantação bruta de 20.000 metros quadrados.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCentro de Ciência recebe apoios de 96 milhões para obras, o que aumenta orçamento O Centro de Ciência de Macau recebeu 96 milhões de patacas da Fundação Macau para obras de reparação que se prolongam desde que o tufão Hato atingiu o território. O orçamento de 100 milhões anunciado este ano já foi ultrapassado [dropcap]F[/dropcap]oram ontem publicados em Boletim Oficial (BO) os apoios atribuídos pela Fundação Macau (FM) no terceiro trimestre deste ano. A lista revela que o Centro de Ciência de Macau foi a entidade que mais apoios recebeu para obras de reparação, e que totalizaram 96 milhões de patacas. O montante foi atribuído em duas tranches, sendo que uma delas se destinou ao financiamento da instalação de paredes aluminíferas. A concessão deste montante faz com que o orçamento de 100 milhões de patacas, anunciado em Janeiro deste ano, para a reparação do Centro de Ciência, seja ultrapassado, uma vez que a entidade já tinha recebido 97 milhões da FM nos dois primeiros trimestres deste ano. Os despachos publicados em BO dão conta que, no primeiro trimestre, o Centro de Ciência recebeu 68 milhões para aperfeiçoamento das paredes aluminíferas, tendo recebido mais 29 milhões de patacas no segundo trimestre para obras. O Centro de Ciência tem passado por trabalhos de reparação desde 2015, primeiro devido à ocorrência de um incêndio no topo do edifício, depois devido aos estragos causados pela passagem do tufão Hato pelo território. Milhões para associações A FM atribuiu também vários subsídios às habituais associações tradicionais, como a União Geral das Associações de Moradores de Macau, que recebeu 20 milhões de patacas de financiamento do seu plano anual, que contempla 26 filiais e sete centros de serviços. Destaque ainda para os apoios concedidos a entidades de matriz portuguesa ou macaense, como é o caso da Casa de Portugal em Macau, que recebeu mais de cinco milhões de patacas como financiamento para o seu plano anual, bem como o Clube Militar de Macau, que recebeu da FM cerca de um milhão de patacas. Destaque ainda para o subsídio de 1,2 milhões de patacas atribuídos à Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, não só como financiamento do plano anual de actividades como também como apoio ao funcionamento do jardim de infância D.José da Costa Nunes. A FM atribuiu ainda, no terceiro trimestre, mais uma tranche de apoios à electricidade no âmbito da passagem do tufão Hato por Macau, no valor de cinco milhões de patacas. Este montante chegou a 215 mil casas que ficaram sem luz aquando da passagem da tempestade.
João Santos Filipe SociedadeObras no Centro de Ciência de Macau terminam no início de Outubro Sio Hon Pan, curador do centro, antevê que as obras de reparação da infra-estrutura fiquem prontas em Outubro, ou seja mais de dois anos após a passagem do tufão Hato, e que custem 120 milhões de patacas [dropcap]A[/dropcap]s obras de reparação do Centro de Ciência de Macau, após os danos causados pelo tufão Hato em Agosto 2017, devem ficar concluídas no início de Outubro. A informação foi avançada ontem por Sio Hon Pan, curador do Centro de Ciência, em declarações aos jornalistas, citadas pelo jornal Ou Mun. Segundo Sio, o orçamento de 120 milhões de patacas para os arranjos vais ser cumprido, sem que se registem gastos extra. O responsável revelou que o andamento dos trabalhos é “ideal” e que metade dos andaimes, que nos últimos dois anos coloriram de verde a infra-estruturas, já foram removidos. “A conclusão das obras está prevista para o final de Setembro ou para o início de Outubro. As obras não vão exceder os 120 milhões de patacas”, afirmou Sio Hon Pan. De acordo com o responsável, uma vez que se espera que as chuvas possam abrandar o ritmo normal das obras, os trabalhadores vão fazer horas extra para compensar o período em que os trabalhos vão ser afectados pela precipitação. Porém, em relação a este aspecto, Sio sublinhou que o aspecto da segurança vai estar sempre acima de qualquer outra prioridade. Ainda de acordo com os pormenores dos trabalhos, desta vez foi utilizado no revestimento das paredes um material mais resistente, que se espera poder aguentar tufões severos, como o Hato, sem sofrer os danos do passado. Já em relação à construção de diques na orla costeira daquela zona, que estão a ser erigidos ao mesmo tempo que as restantes obras, Sio explicou que os trabalhos devem ficar concluídos até ao final de Setembro. Obras sem fim A visão do Centro de Ciência de Macau rodeado por andaimes com protecções verdes tem sido uma constante desde 2015. Em 2017, o Hato causou danos graves ao exterior da estrutura. Porém, logo em 2015 um incêndio de grandes dimensões também causou estragos de grande dimensão. O caso aconteceu em Novembro, quando estavam a ser realizadas obras de manutenção. Na origem do incêndio estiveram trabalhos de soldadura que levaram a um fogo que esteve activo durante quase duas horas. Na altura, foi necessário retirar do edifício 260 veículos e o Corpo de Bombeiros combateu as chamas com uma equipa de 54 membros e ainda 13 viaturas. Para Sio Hon Pan, as obras têm tido um efeito negativo no número de visitantes do centro, que nos últimos dois anos registou uma quebra no número total de utilizadores. Durante este ano entre 350 mil e 380 mil pessoas visitaram o Centro de Ciência, um registo inferior ao de 2017. O curador está confiante que após o fim dos trabalhos o número de visitantes volte a aumentar.
Raquel Moz EventosArquitectura | I. M. Pei desapareceu aos 102 anos sem esquecer a pátria-mãe I. M. Pei deixou a sua marca no mundo e depois voltou à China para fazer o círculo completo. Após um século de vida e de arquitectura, a sua impressão digital ficou no lugar dos seus afectos: o Museu de Suzhou [dropcap]O[/dropcap] desaparecimento do arquitecto de referência mundial Ieoh Ming Pei, no passado dia 17 de Maio, aos 102 anos, não é só uma perda para a classe, mas para a humanidade, fazendo justiça ao conjunto de obras que ergueu e à importância do seu legado, de rupturas harmónicas entre o passado tradicional e a urbanidade moderna, desde os Estados Unidos da América ao Extremo Oriente, passando pela Europa e pelo Médio Oriente. As obras mais emblemáticas são as bem conhecidas pirâmides de vidro (1989) e a reconstrução da nova ala (1993) do Museu do Louvre em Paris, o edifício leste da National Gallery of Art (1978) em Washington, D.C., as torres Gateway (1991) de Singapura ou, aqui muito perto, o Banco da China (1989) em Hong Kong. Este foi o arranha-céus mais alto do mundo, entre 1989 e 1992, e o desenho da sua estrutura, em diagonais, consegue fintar a força dos ventos e das monções. A qualidade do trabalho de Pei é extensa e impressionante, laureada com diversas honras e prémios ao mais alto nível, tais como o ‘Pritzker’ de arquitectura em 1983. Para o arquitecto Rui Leão, I. M. Pei “era um homem inteligentíssimo, que teve sempre um papel bastante interveniente nos projectos que desenvolveu e na relação com os lugares em volta. Como já disse outras vezes, na arquitectura era um homem capaz de tocar todos os instrumentos, fazendo sempre coisas diferentes e muito bem feitas”. Algumas das suas preferências são a extensão do Louvre em Paris, a National Gallery de Washington, mas também os mais antigos The Luce Chapel em Taiwan, ou o Mesa Lab do Colorado. A carreira profissional de Pei tem um valor especial nesta região do mundo, onde o arquitecto sino-americano viria a deixar a sua assinatura, a última das quais no Centro de Ciência de Macau, um projecto de arquitectura em co-autoria com o atelier dos seus filhos. I. M. Pei, como era conhecido, nasceu na cidade de Cantão em Abril de 1917, numa família de Suzhou, na província de Jiangsu, a cidade conhecida como a “Veneza Oriental”, pelos seus canais, pontes e jardins. Chegou aos Estados Unidos da América em 1935, para estudar engenharia arquitectónica na Universidade de Pensilvânia, Filadélfia e, mais tarde, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Formou-se em 1939, mas não voltaria a regressar à China, com o eclodir da 2ª Grande Guerra. Ao continente chinês retornou, como arquitecto de reputação mundial, com o projecto do Fragrant Hill Hotel (1982), em Pequim, inaugurando no mesmo ano o Sunning Plaza (1982), em Hong Kong, que viria a ser demolido em 2013 para dar lugar a novas construções em Causeway Bay. Depois do Banco da China, em Hong Kong, Pei desenvolveria também o projecto da sede do Banco da China (2001) em Pequim. Suzhou e os canais Mas é na província de Jiangsu, a uma centena de quilómetros de Xangai, que I. M. Pei viria a imprimir o seu cunho mais pessoal e afectivo, já no século XXI. “Eu gostava de falar do Museu de Suzhou. Não é o primeiro edifício que ele faz na China, mas para mim tem uma história que representa de facto o seu regresso à China”, comentou o arquitecto Rui Leão, “por ser uma obra muito particular, que tem a ver com o revisitar da arquitectura chinesa e é uma coisa extremamente bem feita”. A história do Museu de Suzhou, inaugurado em 2006, começou assim. “A municipalidade de Suzhou convidou I. M. Pei para [re]desenhar o museu de arte antiga [fundado em 1960], já ele tinha conquistado o estatuto de “star architect”, e construído o projecto do Fragrant Hills Hotel de 1982, em Pequim. Mas Suzhou é um lugar muito importante na China, porque era uma cidade aristocrática, onde estavam os ‘literati’, pessoas que vinham da carreira militar ou da corte, que eram os intelectuais chineses. É a cidade que tem a maior concentração de jardins privados e os mais bonitos. E este projecto tinha a importância de ser um sítio de reunião de todas as vertentes da arte chinesa – a pintura, a porcelana, etc”. Só que Pei, embora ligado à cidade pelo afecto, não avançou de imediato. “Ele visitou Sizhou e encontrou a cidade bastante desorganizada. Disse então ao presidente da câmara que aceitaria fazer o museu se, e quando, a cidade resolvesse a questão dos esgotos – a rede de esgoto estava muito mal tratada e misturava-se com os canais [com mais 2500 anos] –, aquilo estava imundo e cheio de lixo”, contou o arquitecto de Macau. Assim veio a acontecer. Anos depois, ao regressar a Suzhou, encontrou já uma cidade limpa e o esgoto arranjado. Pei concebeu o complexo museológico, “que é um projecto lindíssimo, porque revisita a arquitectura chinesa, mas com um sentido de grande liberdade a nível da escala dos espaços, da geometria e da tecnologia, ou seja, não é uma cópia, não é uma simulação de nada. Tudo aquilo tem a ver com a percepção de como se pensam os espaços, como é que se traz a luz para dentro, como é que há espaços dentro de espaços, etc. São reflexões que ele fez sobre a arquitectura chinesa”, trazendo o seu ‘know how’ e criatividade para aquela obra especial. O homem que procurou redefinir a arquitectura de uma China moderna, e várias vezes o conseguiu, em Suzhou viria a fazer o trajecto inverso, erguendo uma obra moderna e geométrica, com pontos de aproximação ao tradicional centro histórico, com estruturas das dinastias Ming e Qing. Integrar as linhas arquitectónicas foi o grande teste, sem comprometer o património classificado. Para Rui Leão, também relevante “é ele não ter só desenhado o edifício, mas o facto de ele e a mulher terem sido os curadores da própria exposição e das peças do museu. Isso, na altura, foi muito importante: haver curadores que fossem independentes, de maneira que não houvesse uma percepção de que o conteúdo do museu pudesse estar relacionado com uma certa propaganda de Estado. Ele conseguiu dar à cidade de Suzhou, de uma forma extremamente integrada, inteligente e sábia, uma grande instituição, naquela cidade histórica feita de pequenas casinhas e de belíssimos jardins”. O website site do Museu de Suzhou colocou, também por estes dias, uma imagem de tributo a I. M. Pei, com uma frase em que confessa: “Eu tenho carinho por este museu, porque lhe dediquei muito do meu amor e da minha energia”.
Andreia Sofia Silva SociedadeObras de reparação do Centro de Ciência vão custar 100 milhões O representante máximo dos accionistas do Centro de Ciência, Liu Chak Wan, adiantou que as obras de reparação da estrutura principal vão custar 100 milhões de patacas, um valor que se aproxima do custo de construção do edifício. O empresário justificou o elevado custo com a inflação [dropcap]A[/dropcap]s obras de reparação do edifício que alberga o Centro de Ciência de Macau vão custar cerca de 100 milhões de patacas. O valor foi ontem anunciado pelo empresário Liu Chak Wan, responsável máximo pelo grupo de accionistas da empresa gestora do edifício, a Centro de Ciência S.A. Nas palavras de Liu Chak Wan, é necessária uma nova concepção e instalações, sendo que o novo edifício ficará semelhante ao actual. De acordo com o Jornal do Cidadão, o também membro do conselho de curadores da Fundação Macau, explicou que, devido à passagem do tufão Mangkhut pelo território, houve várias placas de alumínio que ficaram deslocadas, além de que muitas já estavam envelhecidas. A inflação foi a principal razão apontada por Liu Chak Wan para o custo elevado da obra. “É preciso ter em conta que o edifício foi feito há mais de dez anos. Nessa altura pagava-se 600 patacas por cada pé quadrado de construção, mas agora paga-se duas mil patacas, pelo que o preço aumentou quatro vezes.” A obra vai demorar mais de um ano a ficar concluída, um prazo que Liu Chak Wan justifica com o facto de ser necessário pensar numa só proposta que seja boa e que resolva todos os problemas. De frisar que, além dos estragos causados pela passagem do tufão Hato, o Centro de Ciência sofreu um incêndio em 2015, incidentes que provocaram o fecho temporário do espaço e a realização de trabalhos de reparação. Milhões e milhões O valor de 100 milhões aproxima-se do que, em 2006, foi pago pelo projecto de construção do edifício, levado a cabo pela Companhia de Construção e Obras de Engenharia Tong Lei, Limitada. O despacho, assinado pelo ainda Chefe do Executivo Edmund Ho, mostra que a obra de construção teve um custo de 337 milhões de patacas. No caso do projecto de arquitectura, entregue à empresa Ieoh Ming Pei e Pei Partnership, Architects, custou aos cofres públicos mais de três milhões de patacas, pagas entre 2002 e 2003. Lau Si Io, ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas é, desde 2015, presidente do conselho de administração da Centro de Ciência S.A.
Hoje Macau SociedadeMacau apadrinha Fórum Económico entre China e países lusófonos [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de 80 responsáveis de Portugal, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde vão participar no Fórum Económico sobre Cidades Sustentáveis, em Outubro, em Macau, foi ontem anunciado. A cooperação económica e monetária entre a China e os países de língua portuguesa (PLP) vai ocupar os debates do fórum, organizado no âmbito da Feira Internacional de Macau (MIF), de 19 a 21 do próximo mês, e onde Angola será o “país de referência”. O Fórum Económico Cidades Sustentáveis Macau – Guangzhou – Hong Kong realiza-se a 20 de Outubro, com duas conferências: “Como melhorar a capacidade de financiamento de projectos entra a China, Macau e os Países de Língua Portuguesa” e “Cidades sustentáveis e inteligentes, perspectivas para uma cooperação económica global, tendo em conta o desenvolvimento local”. De acordo com o programa provisório a que a agência Lusa teve acesso, vão intervir na sessão de abertura o secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Eurico Brilhante Dias, o Chefe do Executivo de Macau, Chui Sai On, o governador da província de Guangdong, Ma Xingrui, o presidente da comissão executiva da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) e presidente do governo regional do Príncipe, José Cassandra, o presidente do Fórum de Empresários de Língua Portuguesa (FELP), Francisco Viana e o secretário-geral da UCCLA, Vítor Ramalho. Estão ainda por confirmar as presenças do governador da província de Luanda e presidente da assembleia-geral da UCCLA, general Higino Carneiro, segundo o mesmo programa. Olhos em Angola A conferência “Como melhorar a capacidade de financiamento de projectos entre a China, Macau e os Países de Língua Portuguesa” vai contar com a participação de responsáveis de várias instituições bancárias e financeiras, como os bancos EuroBic, Sol, Industrial e Comercial da China, BNU, Banco da China, Instituto de Formação Financeira e Fundo China África. Na segunda conferência de dia 20, “Cidades sustentáveis e inteligentes, perspectivas para uma cooperação económica global, tendo em conta o desenvolvimento local”, a mesa-redonda estará ocupada por autoridades locais e municipais de Cascais, Lisboa, Almada, Maputo e Cabo Verde. Em Abril decorreu em Luanda a edição anterior do fórum económico sobre cidades sustentáveis, que contou com mais de 200 convidados, entre os quais responsáveis do Centro de Apoio Empresarial de Macau do IPIM. A escolha de Angola para ser o país de referência na MIF foi tomada em Junho, aquando de uma visita a Macau de uma delegação da UCCLA. De acordo com o presidente da Confederação Empresarial de Angola (CEA) e da FELP, Francisco Viana, mais de meia centena de empresas angolanas vão estar presentes na 22.ª edição da MIF. O crescente interesse nos produtos e serviços dos países lusófonos levou à criação de um espaço individualizado na MIF, designado como PLPEX (Exposição dos Países de Língua Portuguesa), anunciou à Lusa, em Julho, Gloria Batalha, administradora do IPIM. Glória Batalha esclareceu que esta decisão de individualizar e colocar a PLPEX ao lado da MIF é o resultado de um trabalho estratégico de reforçar o papel de Macau como plataforma de cooperação entre a China e o bloco lusófono, como definido por Pequim. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Educação | Centro de Ciência de Macau reabre esta semana [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois dos estragos provocados pela passagem do tufão Hato pelo território, o Centro de Ciência de Macau volta a abrir portas ao público na próxima sexta-feira. Como os trabalhos de reparação ainda estão em curso, nomeadamente na cobertura de alumínio, estará disponível para os visitantes, por questões de segurança, uma entrada temporária. O Centro de Ciência de Macau tem um conjunto de actividades no calendário, como o Festival do Outono e o Dia da Implantação da República Popular da China. Também o Planetário terá três espectáculos adicionais entre 1 e 8 de Outubro.
Tomás Chio BrevesZAPE | Plantações ilegais junto ao Centro de Ciência Os terrenos localizados entre o Centro de Ciência e o Centro Ecuménico Kun Iam foram ocupados de forma ilegal e utilizados para plantar legumes. Segundo o jornal Cheng Pou, a Associação dos Moradores da Zona de Aterros do Porto Exterior (ZAPE) já apelou a um maior acompanhamento por parte do Governo. A Associação recebeu reclamações dos moradores desta zona sobre as plantações de legumes nestes terrenos, apesar desta área há muito estar vedada pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). As vedações colocadas pelo IACM foram destruídas e os legumes já estão plantados há algum tempo, sendo que grande parte da área se encontra cheia de ervas daninhas, o que, segundo a Associação, poderá trazer problemas de saúde para a zona. A mesma Associação lembrou ainda que o antigo programa de roteiros turísticos do Governo, “Sentir Macau passo a passo”, incluía esta zona, cujas instalações têm falta de manutenção e gestão, sem esquecer o projecto do metro ligeiro, que está com as obras paradas. Por isso os responsáveis consideram que esta plantação ilegal pode afectar a imagem turística de Macau e até causar problemas de segurança. O caso levou a Associação a pedir mais atenção ao Governo quanto aos terrenos desocupados, para evitar que este caso volte a acontecer novamente.