Casas Museu | Anfiteatro da Taipa recebe três músicos no sábado

Os amantes de música ao ar livre podem desfrutar este sábado de um espectáculo com três músicos de Macau, nomeadamente Ari Calangi, Tomás Ramos de Deus, vocalista da banda da Casa de Portugal em Macau, e ainda o duo Rita Portela, que promete revelar sonoridades jazzísticas

 

O anfiteatro das Casas Museu da Taipa vai encher-se de música este sábado entre as 16h e as 18h. Num evento promovido pelo Instituto Cultural (IC) e organizado pela empresa local SmallWorldExperience, a trilogia de concertos apresenta o trabalho de nomes bem conhecidos do público local como é o caso de Ar Calangi, Tomás Ramos de Deus, músico e vocalista integrante do grupo da Casa de Portugal em Macau (CPM) e o duo Rita Portela, cantora de jazz que actua com o músico François Girouard.

Este evento insere-se na iniciativa desenvolvida pelo IC intitulada “Espectáculos no âmbito da Excursão Cultural Profunda”, que decorre há alguns meses no espaço da Feira do Carmo e Casas Museu da Taipa, sempre aos fins-de-semana. A música acontece nestes locais até ao dia 25 de Março. Dia 4 de Março, o público poderá assistir a concertos sobre “Música e Danças de Macau”. Já no dia 11, actuam as “Bandas Originais de Macau”. Segue-se, dia 18, uma série de espectáculos com “Cantores e Músicos Folk de Macau” e ainda, dia 25, as bandas compostas por jovens ainda estudantes.

Talentos locais

No sábado, Ari Calangi actua a solo. Este artista nasceu e cresceu em Macau, numa família também ela ligada à música. Foi um músico precoce, pois aos sete anos já cantava, tendo começado a ter aulas de piano e bateria aos 13. Com 16 anos, já fazia parte da sua primeira banda. Ari Calangi recebeu uma bolsa para estudar no prestigiado Berklee College of Music, nos EUA, onde esteve até regressar à sua terra natal, em 2012. Ari é também compositor.

Destaque ainda para a presença de Tomás Ramos de Deus, vocalista do grupo musical da CPM. Natural de Lisboa, Tomás estudou na Escola de Jazz do Barreiro e na Academia de Amadores de Música, bem como na Universidade Lusíada. Na CPM, juntamente com outros músicos, tem participado em diversos projectos musicais que homenageiam Macau e muitos escritores, como é o caso dos álbuns “Tributo a Macau” ou “Pessoa”. Além disso, Tomás Ramos de Deus é também docente nos cursos de guitarra clássica e canto na Escola de Artes e Ofícios da CPM.

No caso de Rita Cerqueira Portela, a música faz-se de forma amadora, mas não menos apaixonada. Tendo já actuado como cantora em diversos bares e locais do território ao lado do músico francês François Girouard, Rita trabalha a tempo inteiro como arquitecta. Ao portal Macau LifeStyle, Rita confessou fazer parte de uma família com muitos músicos amadores. “Estive exposta ao jazz, bossa nova, música clássica e Fado desde pequena! Penso que crescer numa família onde os encontros eram preenchidos com música, e em que todos tocam um instrumento, teve uma forte influência em mim”, disse.

22 Fev 2023

Lusofonia | Miguel de Senna Fernandes diz que festival vai acontecer em Outubro

Miguel de Senna Fernandes garante não haver indicações por parte do Governo para que o Festival da Lusofonia não se realize no próximo mês. Para o membro da organização, apesar da repetição do formato “económico” do ano passado, é “fundamental” que a festa aconteça para aliviar uma população confinada “há muito tempo”

 

Tudo indica que o Festival da Lusofonia estará de regresso já no próximo mês às Casas-Museu da Taipa. De acordo com Miguel de Senna Fernandes, um dos membros da organização do evento, apesar do novo surto de covid-19 registado em Macau no início de Agosto, não há indicações por parte do Governo para que o evento não se realize ou sejam tomadas medidas anti-epidémicas adicionais.

“Até este momento, por parte do Governo não há indicações em contrário, por isso tudo indica que a festa vai acontecer e o número de bancas vai continuar a ser a mesmo”, começou por dizer Miguel de Senna Fernandes ao HM.

“Acho que tudo vai continuar. Tal como no ano passado, conseguimos levar avante o Festival da Lusofonia e este ano esperamos que aconteça a mesma coisa, apenas com público e artistas locais”, acrescentou.

O também Presidente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses acredita que, tal como aconteceu em 2020, a edição deste ano vai ser um “sucesso”, apesar das restrições impostas devido à pandemia, que obrigam a que, tantos os visitantes como artistas, sejam exclusivamente locais.

“No ano passado também estivemos sujeitos às medidas anti-epidémicas, mas depois a festa acabou por vencer e o pessoal esteve muito à vontade. Apesar de tudo, considero que a edição do ano passado foi um sucesso. Esperemos que este ano o mesmo aconteça e que, apesar das restrições ainda vigentes, possamos ter um número bastante bom [de visitantes] para que o ambiente seja efectivamente de festa”, apontou.

Contudo, para Senna Fernandes, a edição de 2021 do Festival da Lusofonia será mais “económica” devido período de contenção financeira que o território está a atravessar.

“Não sei como é que as restrições se vão reflectir nas barraquinhas que cada associação vai ter, até porque estamos em época de contenção de custos e há restrições de financiamento que podem afectar, por exemplo, as decorações e a aquisição de coisas. Portanto vai ser preciso fazer alguns sacrifícios”, admitiu.

Pão para a boca

Para Miguel de Senna Fernandes, apesar das restrições financeiras e da manutenção do mesmo formato, “mais limitado”, a realização do Festival da Lusofonia é “fundamental” para uma população confinada “há muito tempo”.

“Tudo indica que o Festival da Lusofonia vá acontecer mas vai ser uma festa mais económica. Ainda bem que vai acontecer. Muitas vezes não é uma questão de termos ou não dinheiro, porque a festa continua. Estamos há muito tempo confinados e julgo que é fundamental que a festa aconteça. O resto é peixe na rede”, partilhou com o HM.

Sobre a imposição de mais restrições que obriguem, por exemplo, a diminuir o número de bancas presentes no evento, Miguel de Senna Fernandes acredita que tudo irá decorrer como na edição do ano passado.

“Acho que o novo surto não vai levar a mais arranjos especiais. Há um entendimento, embora não tenhamos conversado sobre isto, e é quase certo que todas as associações, pelo menos aquelas que costumam estar presentes no festival, vão ter a sua barraquinha e fazer o melhor possível para que a festa seja festa. Portanto não vai haver uma diminuição do número de barraquinhas, pelo menos não há indicações nesse sentido”, acrescentou o organizador.

9 Set 2021