João Santos Filipe Manchete PolíticaSam Hou Fai elogiou Casa de Portugal pela promoção da cultura, arte e língua portuguesas O futuro Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, elogiou o trabalho da Casa de Portugal na promoção cultura, arte e língua portuguesa em Macau. As declarações foram prestadas num encontro com a associação de matriz portuguesa, que decorreu na sexta-feira de manhã, de acordo com uma nota de imprensa oficial da candidatura de Sam. Na reunião, Sam Hou Fai sublinhou face à associação de matriz portuguesa que o “enriquecimento constante do conceito de ‘uma base’ requer o esforço conjunto de todas as etnias de Macau”. Ao mesmo tempo, o único candidato a líder do Governo indicou que “em resposta ao desenvolvimento dos tempos”, Macau precisa de “proceder à modernização da legislação”, realçando a “importância de dar continuação aos princípios jurídicos fundamentais com características do direito continental europeu”. Sam Hou Fai terá igualmente destacado que “de acordo com a Lei Básica”, os “interesses dos descendentes portugueses em Macau são protegidos” pela RAEM, “devendo as suas tradições e culturas ser respeitadas”. Apoio total Do lado da Casa de Portugal em Macau, o comunicado indica, que Sam Hou Fai foi recebido com “concordância e apoio total ao programa político”. A comitiva liderada pelos dirigentes Amélia António e João Costa Antunes terá destacado “a vantagem única de Macau em termos da integração cultural sino-portuguesa” e indicado que não se limita a servir apenas a comunidade portuguesa, “mas também os cidadãos de Macau de todas as camadas”. Em relação às esperanças para o mandato de Sam Hou Fai, os dirigentes da Casa de Portugal sugeriram “uma revisão das políticas de financiamento às associações”, optimização dos procedimentos administrativos e o aumento do “investimento em projectos de promoção e formação da cultura e língua portuguesa”. Os representantes da Casa de Portugal sublinharam também a necessidade de se dar uma “maior importância à formação de talentos”, a promoção do “desenvolvimento da cultura, arte e artesanato portugueses” e das políticas de formação de professores de origem portuguesa em Macau. Foi ainda deixada a esperança de que Macau conserve a “diversidade cultural e a continuação dos valores jurídicos característicos do direito continental europeu”.
Andreia Sofia Silva Eventos10 de Junho | Daniel Garfo mostra a arte de construir instrumentos portugueses Ligado à Academia Nacional de Luthiers, Daniel Garfo está em Macau para ministrar workshops de construção de brinquedos musicais em madeira na Casa de Portugal em Macau, no âmbito do programa de celebração do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. Daniel Garfo, há 15 anos ligado a este universo, pretende trazer para Macau um projecto de construção de instrumentos musicais ligados ao Fado Há oito anos Daniel Garfo esteve em Macau onde ensinou a construir cavaquinhos. Desta feita, e através da Academia Nacional de Luthiers, onde é formador, Daniel Garfo regressa para a realização de três workshops de construção de brinquedos musicais em madeira, destinados aos mais pequenos, que decorrem este fim-de-semana na Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau (CPM). Em entrevista ao HM, Daniel Garfo revela que este projecto, integrado no cartaz das celebrações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, foi sucessivamente adiado devido à pandemia. “Insistimos bastante para reactivar esta parceria com a CPM. Vou fazer dois brinquedos musicais portugueses, o malabarista e o pássaro, em madeira, onde os miúdos fazem a pintura e a montagem e depois pomo-los em funcionamento”. Daniel Garfo confessa sentir “uma grande responsabilidade” na divulgação da cultura portuguesa a Oriente com este projecto. A realização dos workshops permite “manter a chama acesa e o elo de ligação entre a China e Portugal”, sem esquecer, claro, Macau. “Para nós, Academia Nacional de Luthiers, é um grande privilégio poder participar no 10 de Junho com esta actividade. É a oportunidade de podermos trazer um pouco de Portugal até cá”, confessou. Daniel Garfo gostava de continuar a realizar projectos em Macau e, mais concretamente, com a CPM. “Em Macau sinto-me em casa. O meu sonho é trazer para cá a arte da criação de instrumentos ligados ao fado. Vou ter o apoio da CPM certamente.” Escola em Lisboa Daniel Garfo dedica-se há 15 anos à arte da construção de instrumentos musicais, tendo estudado, com vários luthiers, ou violeiros, no sul de Espanha, a criação de guitarras clássicas e de flamenco, género musical tipicamente espanhol. Criou ainda o curso de Técnico de Construção de Instrumentos Musicais com o Ministério da Educação em Portugal e coordenou o primeiro curso de Construção de Instrumentos de corda beliscada no país. Além disso, Daniel Garfo colabora regularmente com o Centro Cultural de Belém na construção de instrumentos gigantes para crianças e prototipagem. Na Academia Nacional de Luthiers “não construímos só instrumentos musicais, mas também brinquedos musicais para crianças”, aponta. Daniel Garfo destaca que aquilo que mais o fascina, na arte de criar instrumentos, “é poder corresponder às expectativas dos músicos e que os próprios instrumentos se tornem uma extensão do músico”. O próximo projecto na calha, a desenvolver em Lisboa, é a criação de uma escola de luthiers “para ensinar a fazer instrumentos musicais e para proporcionar às pessoas que chegam a Portugal, de todo o mundo, a experiência de poderem fazer o seu próprio instrumento, seja guitarras clássicas, com sete cordas ou instrumentos ligados ao fado como a guitarra portuguesa, por exemplo”. Questionado sobre a importância da Escola de Artes e Ofícios da CPM, Daniel Garfo entende que se trata “de um diamante em bruto com um potencial muito grande”. “É isto que mantém o elo de ligação efectivo do que pode continuar a ser este intercâmbio de cultura com Portugal. A CPM é importantíssima em Macau, adoro vir cá, quero vir mais vezes e fazer mais coisas”, revelou. Os primeiros workshops ministrados por Daniel Garfo decorreram no sábado e domingo, repetindo-se este fim-de-semana.
Hoje Macau Manchete SociedadeCasa de Portugal falha pagamento de rendas devido à crise gerada pela pandemia A paralisação de Macau, ditada pelo confinamento parcial e a mando do período de consolidação ainda em vigor, levou a Casa de Portugal a falhar o pagamento das rendas de Junho e Julho das oficinas de actividades. Isto, porque a expectável transferência de verbas da Fundação Macau destinadas a esse fim, não chegou a acontecer devido ao surto. Em declarações à TDM-Rádio Macau, a presidente da Casa de Portugal, Amélia António explicou que, dada a situação de debilidade financeira da associação, a prioridade passa agora por pagar salários com as verbas restantes. Amélia António espera agora que, a breve trecho, a situação normalize, permitindo assim que a Fundação Macau possa transferir a última tranche do subsídio de 2021 e a primeira de 2022. Questionada sobre se a Casa de Portugal tem recebido pedidos de ajuda de elementos da comunidade a atravessar dificuldades económicas, Amélia António referiu apenas que algumas pessoas têm solicitado apoio psicológico e que é frequente ouvir que outras estão a ponderar a sua continuidade em Macau.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeComunidades Portuguesas | Associações em dificuldades pedem atenção a Portugal A Casa de Portugal em Macau e a Associação dos Macaenses relataram a Rita Santos as dificuldades financeiras e operacionais pelas quais estão a passar nesta fase da pandemia, alertando que é necessária maior atenção por parte das autoridades portuguesas Rita Santos, na qualidade de Conselheira das Comunidades Portuguesas, reuniu dia 16 com representantes de associações de matriz portuguesa do território a fim de levar sugestões e ideias para a reunião anual do Conselho das Comunidades Portuguesas, que se realiza em Lisboa de 4 a 19 de Julho. Segundo uma nota de imprensa, associações como a Casa de Portugal em Macau (CPM), Associação dos Macaenses (ADM) e Associação dos Jovens Macaenses estiveram representadas. Amélia António, presidente da CPM, “assinalou as dificuldades financeiras que atravessa a instituição devido a obstáculos burocráticos associados aos apoios de que a mesma depende, e que resultam do abrandamento da economia local”. A responsável disse ser “fundamental continuar a transmitir às autoridades responsáveis em Portugal a importância do apoio constitucional às actividades da CPM”. Além disso, Amélia António “falou da necessidade de promover o intercâmbio entre instituições como forma de apoio às actividades da CPM”. O encontro serviu também para debater “a renovação dos contratos dos portugueses no território, a necessidade de aumentar a participação dos portugueses nas acções do Fórum Macau, permitindo, assim, promover a diversificação e a sustentabilidade das actividades económicas da RAEM e intensificar as relações entre China e Portugal”. Foi ainda discutida “a importância da definição de uma política cultural para Macau”. Por sua vez, Miguel de Senna Fernandes, presidente da ADM, disse “comungar de algumas das preocupações expressas pela presidente da CPM, nomeadamente a notória dificuldade de Portugal interpretar as características de Macau e as especificidades dos portugueses de Macau”. O presidente da ADM “enalteceu o esforço da comunidade macaense e os seus representantes na manutenção da identidade cultural de origem portuguesa”, além de ter sugerido a “promoção de um intercâmbio de conhecimentos e formação em áreas específicas de que o território poderia beneficiar da experiência portuguesa”. Preservar a identidade Dirigida por António Monteiro e Paula Carion, a Associação dos Jovens Macaenses apresentou a estratégia de acção para os próximos meses, tendo em conta que a nova direcção foi eleita há poucos meses. Um dos objectivos é “acentuar a preservação da identidade cultural de Macau”, considerando “fundamental a importância da ligação com os jovens da diáspora macaense, algo que poderá ser facilitar através do desenvolvimento de uma plataforma tecnológica para o efeito”. A mesma associação disse na reunião com Rita Santos que é necessário “expandir as actividades para as áreas abrangentes dos interesses dos jovens da comunidade, tais como a economia, o desenvolvimento e a tecnologia, em complemento da sua componente cultural, no âmbito da actual estratégia do desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”.
Hoje Macau EventosAno novo chinês | Casas de Portugal e do Brasil participaram em parada Decorreu ontem a parada do ano novo lunar no centro histórico, dois anos após a suspensão devido à pandemia. A Casa de Portugal em Macau mostrou as cores do Tigre trabalhadas pela Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau e a Casa do Brasil trouxe às ruas o “Arraial dos Tigres” As casas de Portugal e do Brasil em Macau voltaram a participar, ontem, na parada do ano novo lunar, suspensa nos dois últimos anos devido à pandemia da covid-19. A Casa de Portugal em Macau (CPM) usou na parada, na qual participa desde a primeira edição, “as cores dourado e vermelho como representação do poder” do Tigre, animal do ano que agora começa, cruzada “com as diferentes áreas artísticas praticadas na Escola de Artes e Ofícios” da CPM, disse à Lusa a directora da escola, Maria Elisa da Rocha Vilaça. Fotografia, cinema, pintura, cerâmica, azulejos, fantoches, joalharia, música e costura, habitualmente desenvolvidas nas actividades da escola, estiveram representados criativamente por 22 elementos, através da reciclagem de materiais, disse Elisa Vilaça, conhecida pelo seu trabalho com marionetas. “Todas estas artes foram trazidas à vida pela dança dinâmica de um grupo de jovens estudantes da Escola Portuguesa de Macau, coordenada por um grupo de seis membros do pessoal da CPM”, acrescentou. Por seu lado, a vice-presidente da Associação Casa do Brasil em Macau (ACBM), Carla Fellini, disse à Lusa que a parada, na qual participa há sete anos, serviu para mostrar um pouco da cultura brasileira e do folclore adaptados ao tema de cada ano. “Este ano é o Tigre o anfitrião, introduzido no ‘Arraial dos Tigres’, o nosso tema da parada. No Brasil seria a Folia de Reis”, acrescentou a responsável, sublinhando tratar-se de uma “mistura das duas culturas, em ritmo de alegria e festa com 36 participantes”. Gestão difícil Elisa Vilaça considerou que “a redução de verbas por parte do Governo de Macau tem levado a que seja necessária uma gestão financeira difícil, atendendo ao aumento de todos os materiais adquiridos, ao aumento das rendas das instalações e claro à impossibilidade de contratação de mais técnicos especializados”. A responsável afirmou ter sido “uma gestão difícil, mas até agora conseguida devido à dedicação e amor naquilo que fazem por parte dos profissionais que trabalham na CPM”. Sobre as medidas de prevenção e controlo da pandemia em Macau, Elisa Vilaça sublinhou que a parada tem “regras bastante precisas que foram implementadas” e respeitadas “na íntegra” para que seja possível continuar a desenvolver um trabalho em prol da cultura “pilar importantíssimo para o desenvolvimento de Macau e da sua comunidade”. Já a vice-presidente da ACBM, disse que o Governo de Macau “sempre deu apoio” à associação, sem qualquer alteração. “A nossa associação não tem experimentado quaisquer dificuldades a este respeito, permanecemos os mesmos que nos outros anos”, afirmou Carla Fellini. De acordo com a Direcção dos Serviços de Turismo de Macau, o orçamento geral para as celebrações do ano novo lunar do Tigre é de 30 milhões de patacas, cabendo à parada 25,5 milhões de patacas e ao espectáculo de fogo de artifício 3,6 milhões de patacas, ambos cancelados em 2020 e no ano passado. A parada, onde participaram 14 carros alegóricos e 22 grupos chineses e locais, decorreu ontem e repete-se no próximo sábado, dia 12, passando por diferentes zonas da cidade. Por sua vez, o espectáculo de fogo de artifício, que também aconteceu ontem, volta a decorrer na próxima segunda-feira e no dia 15. Este último espectáculo irá coincidir com o tradicional Festival das Lanternas. O desfile de ontem marcou o primeiro dia do ano novo lunar e contou com um dragão gigante dourado, com 238 metros de comprimento. Nas ruas decorreram ainda outras actividades culturais. Em todos os eventos, participantes e público tiveram de usar máscara, medir a temperatura e apresentar o código de saúde de Macau e o código de local, que regista o percurso.
Andreia Sofia Silva Eventos MancheteFestival da Lusofonia | Escolha do mês de Dezembro não agrada a associações Está confirmada a realização do Festival da Lusofonia em Dezembro, mas duas associações ouvidas pelo HM discordam da data, por ser um mês cheio de eventos e obrigar a ajustes financeiros e de pessoal. Caso continuem os cortes orçamentais e as alterações à organização do evento, a participação da Associação dos Macaenses nas próximas edições está em risco A Casa de Portugal em Macau (CPM) e a Associação dos Macaenses (ADM) discordam da escolha do mês de Dezembro para a realização da 24.ª edição do Festival da Lusofonia. Segundo a TDM Rádio Macau, o evento deverá realizar-se no fim-de-semana de 10 a 12 de Dezembro. O descontentamento prende-se com a realização de vários eventos e actividades nesse mês, associados ao Natal, além de que permanecem os cortes orçamentais que trazem maiores dificuldades na realização do evento conforme os moldes dos anos anteriores. “Dezembro é um mês péssimo”, disse ao HM Amélia António, presidente da CPM. “Isso obriga a que tenhamos de dar a volta a muita coisa. Temos as vendas de Natal, há jantares. Temos de reorganizar o calendário e há coisas que não se podem mudar”, frisou a responsável. No caso da ADM, o calendário fica ainda mais apertado, pois nesse mês, além de realizar o habitual jantar de Natal, a associação celebra 25 anos de existência. “Não sei como vamos fazer isto e que tipo de representação vamos ter nesse dia [sábado], porque também temos falta de pessoal. Ou estamos na Lusofonia ou na festa de Natal”, disse o seu presidente, Miguel de Senna Fernandes. O também advogado referiu que há a possibilidade de a ADM estar representada de forma simbólica no sábado, dia em que acontece a festa de Natal, para que depois possa ter o seu espaço no festival a funcionar como habitualmente. “Mesmo assim vai ser complicado estarmos lá na sexta-feira. Temos falta de apoios financeiros e humanos e isso pesa no sucesso da festa.” Miguel de Senna Fernandes vai mais longe e diz que o que se passa “é uma aberração”. “As autoridades têm de pensar como querem o Festival da Lusofonia. Este tipo de actividades são fundamentais para Macau, um território multicultural, como querem mostrar para todo o mundo. Se continua assim para o próximo ano não pomos os pés no festival. Este tipo de pensamento é uma aberração e é não ter a mínima consideração pelas pessoas que querem fazer de Macau um local cultural de sucesso.” Amélia António confirmou ao HM que as associações não foram contactadas previamente sobre a escolha da nova data para o festival e lamenta aquilo que leu no comunicado oficial, que refere que “o Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa deste ano incluirá o Festival da Lusofonia”. “O festival de artes e cultura é uma coisa nova, aconteceu duas vezes, não tem tradição e é um acontecimento com um outro nível cultural e artístico, organizado oficialmente pelo Instituto Cultural. Não tem nada a ver com o espírito popular do Festival da Lusofonia.” Para Amélia António “é preocupante esta visão, porque a ideia que é transmitida é que se pretende minguar uma coisa que é grande e que as pessoas não gostam que seja grande”. Pouco dinheiro Em termos financeiros as associações são apoiadas pelo IC com 50 mil patacas, não podendo usar outros subsídios no mesmo evento. Isso traz grandes entraves à presença da ADM, pois Miguel de Senna Fernandes garante que esse orçamento serve apenas para construir e decorar a barraca, sem incluir as comidas, bebidas e restantes actividades. “A impossibilidade de duplicar o apoio deixa a ADM absolutamente fragilizada. Se continuar esta maneira de ver as associações da Lusofonia, fica comprometido o êxito do festival nos próximos anos, porque ninguém vai ter dinheiro e paciência para estar na Lusofonia. Pelo menos nós, ADM, já estamos aflitos com falta de dinheiro e ainda nos cortam todas essas coisas. A continuar com esta política fica comprometida, da parte da ADM, a nossa participação nos próximos anos.” Miguel de Senna Fernandes acrescentou ainda que as autoridades devem ter “muita sensibilidade e condescendência nos apoios financeiros, tendo em conta as finalidades a que se destinam e as condições debilitadas em que se encontram as associações que se batem pelo sucesso desta actividade cultural”. No caso da CPM, que todos os anos oferece no seu espaço alguns petiscos, isso vai deixar de acontecer, ficando apenas garantida, nesta edição, a oferta de sangria. “É evidente que não queremos deixar de participar, porque são mais de 20 anos de um festival popular que cada vez trazia mais pessoas e que é muito apoiado pela população.” “A Lusofonia, além de ser um momento de convívio, é rico para Macau, marca a maneira de viver e de estar em Macau, das suas diferentes comunidades. A festa da Lusofonia é extremamente importante e não pode morrer. Temos de fazer todo o esforço para continuar, mas há coisas que são preocupantes”, rematou a presidente da CPM.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCasa de Vidro | Amélia António chega a acordo com o Governo A Casa de Portugal em Macau chegou a acordo com o Instituto Cultural para operar o restaurante na Casa de Vidro, estando previsto o desconto faseado do dinheiro já pago em rendas sem usufruto do espaço. As obras necessárias na cozinha também estão em andamento Está resolvido o impasse que impedia a Casa de Portugal em Macau (CPM) de operar um restaurante na Casa de Vidro, na praça do Tap Seac. Com o concurso público ganho em Novembro de 2019, questões contratuais e a necessidade de obras impediam a CPM de avançar com o projecto. Ao HM, Amélia António explicou que foi firmado um acordo com o Instituto Cultural (IC), que incluiu um aditamento ao contrato já celebrado. As mais de 200 mil patacas que a CPM já pagou em rendas, sem poder usufruir do espaço, vão ser descontadas de forma faseada. “Esta foi a solução possível para podermos avançar, pois contaram o tempo de contrato a partir de uma data que não foi a data da escritura. Conseguiu-se recuperar esse tempo.” No entanto, segundo o contrato, a CPM tinha direito a nove meses sem pagamento para preparar as instalações. “Estamos a tratar da instalação ao mesmo tempo que já estamos a pagar [renda]”, lamenta. Obras avançam Outro ponto que a CPM pretendia discutir com o Executivo era a construção de uma segunda porta, sem a qual o restaurante não poderia abrir ao público. Obra que segundo o acordado será da responsabilidade do Governo. “Recusámos fazer obras naquele edifício, numa fachada de vidro. O IC acabou por concordar serem eles a fazer a porta. Só se conseguiu a licença para essas obras no final de Junho. E só a partir daí é que pudemos contactar empresas especializadas em equipamentos de cozinha.” Amélia António espera que tudo fique pronto “ainda este mês ou no início do próximo” para que o restaurante comece a operar. Isto porque “não é possível aguentar estas despesas sem funcionar”. “O que estava em discussão foi resolvido, mas a situação é complicada, porque perdemos muito tempo com obras e instalações. O que havia a resolver com o IC está resolvido, não direi que é da forma ideal, mas foi a forma possível. Perdeu-se mais de um ano e o tempo de contrato acaba por ser menor”, concluiu.
Andreia Sofia Silva EventosAzulejo português | Casa de Portugal inaugura nova exposição no jardim Lou Lim Ieoc A 7 de Junho é inaugurada a “Mostra Didáctica do Azulejo Português”, uma iniciativa da Casa de Portugal em Macau com curadoria de José Matos. A ideia é mostrar ao público que há mais vida além do tradicional e mais conhecido azulejo português azul e branco, bem como mostrar o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nas oficinas da associação “Mostra Didáctica do Azulejo Português” é a nova exposição promovida pela Casa de Portugal em Macau (CPM) que abre portas no Pavilhão Che Chou Tong, no Jardim Lou Lim Ioc, na próxima segunda-feira, dia 7 de Junho. Com curadoria de José Matos, o objectivo desta mostra é revelar os segredos e detalhes do azulejo português além do modelo mais conhecido, com as cores azul e branca. “Vamos ter algumas técnicas de azulejaria portuguesa, a começar pelas técnicas hispano-mouriscas que chegaram à Península Ibérica, primeira a Sevilha e depois a Portugal, como o azulejo aresta ou azulejo de corda seca. Vamos ter a explicação visual de todo o material envolvido na fabricação e concepção de cada azulejo até ter um exemplo de trabalho final”, adiantou ao HM José Matos. Mas no espaço expositivo haverá também a possibilidade de conhecer mais sobre o azulejo de estampilha, “representativo da reconstrução de Lisboa depois do terramoto de 1755, quando se começou a fazer uma produção diferente”. Além disso, a mostra conta com exemplos do “azulejo figurado, também contemporâneo dessa altura”, bem como da pintura “de vários tipos de temas, desde os jarrões até às carrancas, depois coisas mais ou menos figurativas”. “Temos vários exemplos de tudo o que é pintura de azulejo”, frisou o curador. Segundo José Matos, “existe muito a ideia, e é o que é mais conhecido cá, de que o azulejo português é o azul e branco, o azulejo barroco”. No entanto, em Portugal, “produziram-se diferentes tipos de azulejo com técnicas diferentes”. “Também temos representado o estilo figuras de convite, ensinado num curso que terminamos na semana passada, em que foram abordadas várias técnicas, e esses trabalhos também vão estar expostos”, acrescentou o curador. Das escolas Os azulejos expostos são fruto do trabalho dos alunos dos cursos que a CPM tem organizado nos últimos anos e, por isso, não têm assinaturas especiais. José Matos focou-se, por isso, mais nas técnicas utilizadas ao invés dos autores na hora de fazer a curadoria. “É difícil destacar um trabalho em especial. Todas as técnicas têm um trabalho concluído. O que está mais representado será na pintura de azulejo feita em cima do vidrado cru. Temos uns painéis feitos nos últimos anos e serão os trabalhos com um pouco mais de destaque.” “O principal objectivo da exposição é mostrar as várias técnicas e formas de fazer azulejo e os vários trabalhos finalizados que temos”, adiantou o curador, que falou também do trabalho que será desenvolvido com a comunidade escolar. “Temos algumas visitas marcadas com as escolas e nessas visitas vou tentar exemplificar, na prática, como se desenvolvem essas técnicas. Vamos ter também todos os fins-de-semana duas pintoras da escola a executar trabalhos ao vivo”, concluiu. A exposição tem entrada livre e fecha portas a 20 de Junho. Esta iniciativa conta com o apoio de entidades como a Fundação Macau e o Consulado-geral de Portugal em Macau, entre outras.
Salomé Fernandes Manchete SociedadeAmélia António eleita presidente da Casa de Portugal em Macau pela oitava vez Num ano marcado por incertezas decorrentes da pandemia, Amélia António foi reeleita para continuar a dirigir a Casa de Portugal em Macau. O caso do restaurante “Lvsitanvs” e a situação da Escola de Artes e Ofícios estão entre os problemas que vai procurar resolver Amélia António foi eleita ontem pela oitava vez presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM), por unanimidade. No total, participaram 54 pessoas no acto eleitoral que contou com uma lista única. A encabeçar a lista encontrava-se Amélia António e Ricardo Igreja como vice-presidente. Os presidentes da mesa da Assembleia-Geral e do Conselho Fiscal são João Antunes e Armindo Vaz, respectivamente. Pela frente têm um mandato com dois anos de duração e algumas incertezas para enfrentar. “Nós avançamos, fazemos planos, esforçamo-nos, mas com uma dose de incógnita muito grande, que cria muita dificuldade em programar e em gerir”, explicou Amélia António ao HM. As fundamentais perguntas “quando é que a covid deixa abrir as portas”, ou “como serão os apoios do próximo ano” ainda não têm resposta. Assim sendo, o os objectivos imediatos do mandato que aí vem passam por manter a actividade “o mais possível” e ir ao encontro dos elementos que as pessoas mais solicitam e esperam que se concretizem. “Nestas incógnitas todas e depois de termos vivido quase dois anos nesta situação, é muito difícil programar, fazer orçamentos”, indicou a advogada. “É evidente que há coisas fundamentais: conseguir finalmente resolver os problemas do Lvsitanvs e pôr as coisas a funcionar é uma ajuda. Além da gastronomia, o espaço tem capacidade para organizarmos actividades de divulgação cultural e de promoção”, disse Amélia António. Dadas as dificuldades em encontrar locais onde realizar actividades, acrescentou que tendo “um espaço onde, até pelos termos do contrato, somos obrigados a fazer essas coisas, ajuda um bocadinho”. Os cortes orçamentais criam também uma incógnita sobre a situação da Escola de Artes e Ofícios, com rendas elevadas a inflaccionarem o preço dos cursos. “A vida está difícil e as pessoas quando veem o preço a subir ficam desalentadas”, observou. Apesar das dificuldades, permanece a motivação: “o que é preciso é vontade, insistência e persistência e ver o que se consegue fazer”. Sem renegociação Está previsto que o restaurante Lvsitanvs funcione no edifício da Casa de Vidro, no Tap Siac. A presidente da CPM explicou que o Instituto Cultural está a fazer obras, dado que os bombeiros exigiram uma segunda porta. “Neste momento, tenho esperança que as coisas possam funcionar mais rapidamente do que tudo apontava aqui há um mês”, analisou. O contrato não sofreu alterações. “O que está pago vai entrar em linha de conta com os meses que se vão ter de pagar, mas não há renegociação de condições propriamente ditas, não é possível. São possíveis acertos face às dificuldades técnicas que apareceram”, explicou.
Andreia Sofia Silva EventosFAM | Casa de Portugal apresenta espectáculo de marionetas em Maio Bailarinas, palhaços e outras figuras ligadas ao mundo circense compõem o novo espectáculo de marionetas da Casa de Portugal em Macau (CPM), intitulado “O Circo”, e que se insere no cartaz do Festival das Artes de Macau. Entretanto Elisa Vilaça continua a apresentar, aos fins-de-semana, os espectáculos “O Barbeiro” e “O Arraial”, com os tradicionais Robertos portugueses Elisa Vilaça, da Casa de Portugal em Macau (CPM), apresenta em Maio um novo espectáculo de marionetas que poderá ser visto na nova edição do Festival de Artes de Macau (FAM). O espectáculo intitula-se “O Circo” e destina-se a revelar o mundo circense aos mais pequenos e acontece no jardim do bairro do Iao Hon, entre os dias 14 e 16 de Maio. “São bonecos construídos por mim, bem como todo o enredo, a selecção de músicas e do espectáculo. Tenho duas pessoas a trabalhar na ajuda da manipulação [dos bonecos], o Sérgio Feiteira e José Nyogeri. São bonecos feitos com técnicas diferentes, temos bonecos manipulados com fios, com manipulação directa, bonecos de luva. E temos um conjunto de figuras referentes ao circo”, contou ao HM. Elisa Vilaça explicou que “O Circo” não terá um texto propriamente dito, mas também não será feito com base no improviso. A ideia é que a mensagem chegue mais facilmente a várias comunidades, falantes de várias línguas. “As histórias são sempre criadas para cada espectáculo e as figuras são todas construídas de raiz. Não há texto, porque são espectáculos de rua e a maior parte da comunidade em Macau fala a língua chinesa e queremos criar um tipo de espectáculos que seja acessível a toda a todas as comunidades. Temos movimento e uma música de base, sempre.” Em “O Circo” conta-se a história numa barraca “em que as cenas se vão passando sucessivamente, com malabaristas, palhaços e bailarinas, num enredo que constitui o ambiente circense”. O espectáculo é, no fundo, composto por várias sequências, de três minutos cada, em que cada uma tem uma banda sonora específica. Os materiais reciclados Em “O Circo”, “há sempre uma interacção com o público”, descreve Elisa Vilaça. “Temos um boneco num monociclo que desce numa plataforma, um cão que anda na estrada, que salta obstáculos e brinca com os miúdos.” Com estes projectos de marionetas, a CPM pretende apostar também na protecção do meio ambiente. “A maior parte destes bonecos são construídos a partir de materiais reciclados, porque a preservação ambiental é também importante para nós e é uma coisa que tentamos divulgar. Temos uma bailarina feita com guarda-chuvas, outros que são feitos com restos de madeira que temos, pasta modelar. Há também um pequeno alerta na forma de construir os bonecos de reciclar materiais, que é extremamente importante”, disse Elisa Vilaça. “A Mostra de Espectáculos ao Ar Livre” do FAM, onde se integra “O Circo”, conta também com a participação de grupos culturais locais como a Associação de Dança Ieng Chi, a Associação Desportiva e Cultural de Capoeira de Macau e a Banda da Escola Secundária Hou Kong, entre outros. Entretanto, Elisa Vilaça começou a apresentar novamente os espectáculos “O Arraial” e “O Barbeiro”, no âmbito de uma iniciativa do Instituto Cultural (IC) que visa promover espectáculos de rua ao fim-de-semana, também durante o mês de Maio, em zonas como o Porto Interior, as Casas Museu e a Feira do Carmo, na Taipa. No caso de “O Barbeiro”, trata-se de “uma reprodução de uma das histórias mais tradicionais dos Robertos portugueses”. “Os bonecos são manipulados todos por uma única pessoa dentro de uma barraca e falam de ‘palheta’, uma técnica usada pela maioria dos roberteiros e que consiste na introdução na boca de uma pequena palheta que fica junto ao céu da boca. Quando falam, o som é mais estridente”, acrescentou. Neste projecto, Elisa Vilaça trabalha com Sérgio Rolo, marionetista também ligado à CPM. Já “O Arraial” é uma história, também criada por Elisa Vilaça, “baseada nas festas típicas e populares portuguesas”, e que também se passa dentro de uma barraca, também com os tradicionais Robertos. “A história começa de uma forma teatral, com três pessoas que depois de entrarem na barraca se transformam em figuras pequenas. No final do espectáculo essas mesmas personagens voltam a sair da barraca em forma de actores. Não temos texto, só música”, rematou.
João Santos Filipe SociedadeBurocracia dificulta acesso de Comunidades Portuguesas a apoios Nenhuma das associações locais de matriz portuguesa consta na lista de candidatos aos apoios que vão ser distribuídos pela Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACCP). A lista de candidatos admitidos foi publicada há duas semanas no portal oficial do Governo português, e há 700 mil euros para distribuir. Ao HM, a presidente da Casa de Portugal, Amélia António, admitiu que o processo está a ser tratado, mas que procedimentos burocráticos impediram que a candidatura avançasse este ano. “É preciso uma inscrição prévia junto da DGACCP e uma séria de outros procedimentos, que estamos a tratar para no próximo ano nos candidatarmos ao concurso. Por isso, não dava para fazer uma candidatura imediata, porque o processo é burocrático e complicado”, explicou. “Estes programas para apoio geral foram divulgados, mas nós não tivemos acesso à informação, talvez porque também não tenhamos andado a procurar o que havia, e não tomámos conhecimento a tempo. Mas, estamos a preparar-nos para o futuro”, reconheceu. O programa de atribuição de apoios às acções e projectos de movimentos associativos das comunidades portuguesas no estrangeiro prolonga-se até 2023. Segundo os dados disponibilizados, 96 associações de comunidades portuguesas acreditadas podem candidatar-se aos apoios. Na lista não está qualquer associação de Macau. Os dados oficiais da DGACCP mostram também que foram aceites 114 candidaturas, que vão ser avaliadas pelo júri. As associações podem apresentar mais do que uma candidatura. 25 de Abril, Sempre No próximo mês celebra-se mais um aniversário da revolução que levou à instauração da Democracia em Portugal. Tradicionalmente, a Casa de Portugal realiza um jantar para assinalar o “25 de Abril”, mas a cerimónia ainda não está definida, porque têm surgido outras prioridades. “Estamos a tentar que haja jantar. Na nossa ideia tem que haver um evento para assinalar o 25 de Abril e vamos ver o que conseguimos fazer”, afirmou Amélia António. “Mas, não tem havido hipótese [para tratar do evento mais cedo], porque os problemas que temos para resolver têm sido prementes”, acrescentou. Entre os problemas da Casa de Portugal consta a abertura de um restaurante na Casa de Vidro, no Tap Siac, que tem encontrado problemas para obter uma licença. Por outro lado, o novo Governo da RAEM introduziu várias alterações ao modelo dos apoios às associações, o que cria novos desafios ao financiamento da escola da associação (Escola de Artes e Ofícios). Ainda em relação ao jantar, o novo esquema de apoios também poderá ter impacto, uma vez que a presidente da Casa de Portugal admite que este deixa de ser comparticipado. “Este ano será um jantar sem ajudas económicas da associação, e terá de ser integralmente pago pelos intervenientes”, admitiu. “Isto faz com que tenhamos de pensar muito bem o evento, para que todas as pessoas que querem participar possam estar presentes”, concluiu.
Andreia Sofia Silva EventosCasa de Portugal em Macau promove ciclo de concertos a celebrar o património Começa este fim-de-semana o ciclo de concertos “Património Cultural de Macau” 2021 em que os músicos da Casa de Portugal em Macau vão tocar canções de álbuns como “Tributo a Macau” ou “Oito”, entre outros. Com entrada livre, os espectáculos acontecem na biblioteca Sir Robert Ho Tung, Casa Garden e Casa do Mandarim Celebrar alguns locais emblemáticos do património de Macau é aquilo que propõe a Casa de Portugal em Macau (CPM) com três concertos que acontecem este fim-de-semana. Na sexta-feira, dia 19, tem lugar o primeiro, na biblioteca Sir Robert Ho Tung, junto ao teatro D. Pedro V, dedicado aos poemas de Fernando Pessoa musicados pela banda Sunny Side Up, que deram origem ao disco “Pessoa”, lançado em 2015. Na altura os Sunny Side Up eram compostos pelos músicos Tomás Ramos de Deus, Miguel Andrade e Filipe Fontenelle, mas a banda foi, entretanto, extinta, até porque Filipe Fontenelle já não se encontra no território. Na altura, este explicou ao HM como surgiu este projecto. “Na sequência do primeiro disco que fizemos, ‘Tributo a Macau’, esta foi uma proposta que a gente quis fazer aproveitando a data que ia ser assinalada este ano, dos 80 anos da morte de Fernando Pessoa. Aproveitamos para fazer uma escolha de poemas que gostássemos e fizemos um disco com dez poemas, todos compostos pela banda.” “Pessoa” tem músicas em português e chinês, sendo que a versão traduzida foi feita com base em livros cedidos pelo Instituto Cultural (IC) e com o trabalho do departamento de Português da Universidade de Macau. No sábado, dia 20, o ciclo de concertos prossegue com o espectáculo “Tributo a Macau”, na Casa Garden, às 17h. Ao HM, Tomás Ramos de Deus explicou que este concerto é dedicado ao segundo disco que a banda gravou com o mesmo nome. Este “Tributo a Macau” foi gravado em 2019 e não é mais do que uma homenagem a Macau e aos 20 anos da transferência de soberania do território. Cada poema escrito para o álbum é acompanhado de uma ilustração. No domingo, dia 21, a música acontece para os lados da Casa do Mandarim, às 16h, com o espectáculo “Poesia chinesa cantada em português”, onde serão tocadas novamente as músicas do disco “Oito”, apresentado em 2017. “Neste disco são só poemas de poetas chineses que foram traduzidos para português e que musicamos. O disco tem uma componente musical muito mais oriental porque trabalhamos com instrumentos chineses e temos mesmo músicos chineses a trabalhar connosco. Neste concerto não vamos conseguir trazer os músicos chineses devido a várias condicionantes, nomeadamente por causa da pandemia mas vamos tocar as mesmas músicas”, adiantou Tomás Ramos de Deus. Uma vez que este espectáculo acontece na Casa do Mandarim, o grupo decidiu incluir também duas músicas compostas para o disco “Tributo a Macau” por Carlos André, ex-director do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau, intituladas “Casa do Mandarim” e “Casa do Lilau”. “Pensámos em tornar o concerto mais longo e incluir essas duas músicas porque têm a ver com o local”, disse Tomás Ramos de Deus. Novo projecto na calha Segundo Diana Soeiro, coordenadora da CPM, o objectivo deste ciclo de concertos é “proporcionar uma forma diferente de explorar estes locais emblemáticos da cidade”. “Primeiro pensámos nos espaços e só depois nos projectos musicais adequados à envolvência”, acrescentou. No total, já foram lançados com o cunho da CPM um total de oito discos. Mas a banda da CPM promete não ficar por aqui, estando a ultimar uma nova versão de “Oito”, mas desta vez exclusivamente dedicado ao público mais jovem e composto na totalidade pelo poeta Yao Feng, pseudónimo de Yao Jingming, professor universitário, autor e tradutor. O tema deste trabalho é os animais. “É sempre bom trabalhar com um poeta como o Yao Feng, porque ele fala português fluentemente e, sendo chinês, tem uma visão sobre o português que é refrescante para nós, é uma visão completamente diferente. É uma experiência óptima”, concluiu Tomás Ramos de Deus.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCasa de Vidro | Casa de Portugal quer renegociar contrato de restaurante O Instituto Cultural está a colaborar com o Instituto para os Assuntos Municipais para que a Casa de Portugal possa operar, o mais depressa possível, o restaurante Lvsitanvs no edifício da Casa de Vidro. Porém, Amélia António diz que estão a ser exigidas obras não previstas e quer renegociar o contrato A Casa de Portugal em Macau (CPM) quer renegociar o contrato com o Governo para abrir, no edifício da Casa de Vidro, no Tap Siac, o restaurante Lvsitanvs, que já funcionou na Casa Amarela, junto às Ruínas de São Paulo, e na própria sede da CPM. Amélia António, presidente da CPM, contou ao HM que os serviços públicos estão a exigir obras que não estavam previstas aquando da assinatura do contrato. “Os serviços fazem exigências que nos ultrapassam. Estamos à espera de renegociar as coisas com o Instituto Cultural (IC), porque a questão que nos colocam é abrir mais uma porta no edifício, o que não é viável. Quando arrendamos o local é suposto utilizar o espaço como está e não fazer obras deste tipo.” A alternativa dos serviços públicos passa pelo limite da lotação máxima do restaurante para 50 pessoas, que também não estava previsto. “A nossa proposta não era essa”, frisou Amélia António. A CPM deparou-se também com a recusa da licença para a instalação da cozinha. “Nem falamos do pedido de operação, mas sim do pedido da obra, para instalar os canos e os instrumentos. Alegam que [o edifício] não reúne as condições. Ora se foi feito o concurso público naquelas condições, para aquele fim, este não é um problema nosso. O IC tem ajudado nas questões burocráticas, mas as questões de fundo estão por resolver. Temos a responsabilidade de obter as licenças de operação, não de transformação do local que acabámos de arrendar”, adiantou. A CPM já gastou cerca de 200 mil patacas em rendas sem explorar o edifício. Se a renegociação do contrato avançar, os valores mensais também serão discutidos. “O IC aplicou o contrato como estava escrito. Sabiam que estávamos a assinar a escritura no final de Abril e o contrato estava como se tivesse sido celebrado em Novembro. Por várias razões do IC, da covid-19, nunca por nossa culpa, o contrato só foi assinado em Maio [de 2020] e os seus efeitos nunca podiam ser de uma data anterior. Não podíamos ir a nenhum serviço público pedir uma licença. Têm estado a ignorar esta situação. A agravar tudo isto está o facto de nos estarem a pedir imensos documentos por se tratar de um edifício público”, frisou a presidente. Diálogo com o IAM A presidente do IC, Mok Ian Ian, prometeu ontem colaborar com o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) para a atribuição mais célere deste processo. “A CPM manifestou dificuldades no licenciamento e estamos a cooperar activamente [com eles]. Realizamos uma reunião com a equipa técnica para saber das suas dificuldades e envidamos esforços para resolver o problema. O IC tem mantido uma estreita comunicação com o IAM”, adiantou.
Andreia Sofia Silva EventosCasa de Portugal | 6ª edição do Festival de Marionetas começa este sábado [dropcap]É[/dropcap] já este sábado, dia 7, que arranca mais uma edição do Festival de Marionetas, uma iniciativa da Casa de Portugal em Macau (CPM). Diana Soeiro, coordenadora da CPM, disse ao HM que esta sexta edição se realiza apenas com artistas locais, sendo dois deles artistas da CPM, tal como Elisa Vilaça e Sérgio Rolo. Este apresenta o espectáculo “Mini-mini-mini circus” em que “trapezistas, malabaristas, contorcionista e outros artistas brilham como as estrelas nas capas das revistas”, onde a personagem Rodolfo “nos guia durante a função deste circo que é seu de coração”. Já Elisa Vilaça apresenta o espectáculo “O Sonho”, com uma história em torno da personagem Mariana, e em que todas as marionetas foram feitas por si. Este espectáculo acontece no sábado às 17h15 no auditório da Casa Garden. No sábado, acontece o espectáculo “Mommy’s time”, de Ronald Un, “um jovem e talentoso artista de teatro local que nos leva ao mundo do livro ilustrado e aos pensamentos da mãe nessas novas interpretações que evocam a nossa imaginação”. Por sua vez, o espectáculo “What are we thinking” [O que estás a pensar?] é feito com base no livro escrito e ilustrado por Chi-Wai Un, um conhecido ilustrador e designer gráfico local. “What are we thinking” é um espectáculo que “descreve os pensamentos de crianças e o sonhar acordado como um fenómeno comum entre adultos e idosos, não sendo exclusivo das crianças”. À excepção do espectáculo de Elisa Vilaça, todos os restantes decorrem no jardim da Casa Garden. Diana Soeiro assegura que “não havendo fala, todas as peças são destinadas a um público de todas as nacionalidades e são para todas as idades”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeWorld Press Photo | Casa de Portugal justifica encerramento com um “problema de gestão interna” [dropcap]A[/dropcap] exposição World Press Photo, que decorria na Casa Garden, foi encerrada antecipadamente numa decisão que poderá estar relacionada com a exibição de fotografias das manifestações de Hong Kong. A notícia foi revelada ontem pela Rádio Macau, onde se avança que a mostra deixou de estar disponível no passado fim-de-semana, depois de ter inaugurado a 25 de Setembro. Segundo a presidente da Casa de Portugal, Amélia António, o encerramento prendeu-se com um “problema de gestão interna”. A responsável recusou prestar mais esclarecimentos à emissora, limitando-se a dizer que a exposição World Press Photo “está encerrada desde o fim-de-semana”, quando o encerramento apenas deveria acontecer a 18 de Outubro. Ao HM, Amélia António manteve a explicação, e recusou associar o encerramento com o facto de as fotografias poderem ser consideradas material sensível para as autoridades centrais e locais. “Do nosso lado não tem nada a ver com isso. Como já disse, o encerramento deveu-se a problemas de gestão interna. Se são materiais sensíveis, se as pessoas gostam ou não das imagens, isso é uma questão que nos ultrapassa. Não tem nada a ver connosco”, esclareceu. Recentemente, devido ao corte nos apoios às associações locais por parte do Governo, a Casa de Portugal já havia anunciado que ia deixar de promover esta exposição nos próximos anos. Amélia António recusou que essa decisão tenha sido influenciada por este problema interno, que diz não discutir em público. “Eu já tinha dito que este era o último ano que íamos trazer esta exposição a Macau, porque era evidente que havendo diminuição dos subsídios tínhamos que escolher reduzir os eventos. A escolha passou por abdicar dos que não estão directamente ligados à nossa cultura. Era um assunto que já estava decidido [antes das questões internas]”, adiantou. Sem pressão No mesmo sentido, o HM tentou obter uma posição sobre o encerramento antecipado junto de Marika Cukrowski, curadora do World Press Photo, que prometeu uma tomada de posição para mais tarde. A organização do evento que está a cargo da Casa de Portugal tem contado com o patrocínio do Governo local, através da Fundação Macau. À Rádio Macau, Wu Zhiliang, presidente da fundação, recusou ter havido qualquer pressão para que o encerramento fosse antecipado. “Da nossa parte não houve nada”, afirmou Wu Zhiliang. As fotografias sobre as manifestações em Hong Kong encontravam-se em exibição na Casa Garden porque tinham sido distinguidas nas principais categorias do concurso anual da Fundação World Press Photo.
Hoje Macau EventosCasa de Portugal em Macau celebra 25 de Abril no Facebook [dropcap]A[/dropcap] Casa de Portugal em Macau vai assinalar o 25 de Abril na rede social Facebook, com histórias animadas, poemas, desenhos e música porque “não fazer nada estava fora de causa”, disse à Lusa a presidente. “É uma coisa pequena”, admitiu Amélia António, “mas é uma forma de comemorar o 25 de abril e de dar um abraço a toda a gente, aos nossos amigos, aos nossos associados, aos nossos compatriotas, num dia que tem de ser festejado de uma forma diferente porque estamos a viver um ano diferente” devido à pandemia da covid-19. O trabalho, em formato audiovisual, vai ser enviado a todos os associados e, paralelamente, publicado no Facebook, explicou. O assinalar da data no antigo território administrado por Portugal será diferente porque, “ainda hoje, para juntar um grupo maior de pessoas há muitas limitações”, justificou, referindo-se aos apelos do Governo de Macau para que se continue a praticar o distanciamento social e evitar a aglomeração de pessoas para reduzir o risco de contágio. “Portanto, jogando pelo seguro, decidiu-se que não era viável fazer o formato normal”, mas “não fazer nada esta fora de causa”, afirmou a presidente da Casa de Portugal em Macau.
admin SociedadeCasa de Portugal | Surto do Covid-19 coloca actividades em causa A cerca de dois meses da data que assinala a Revolução dos Cravos, a realização do tradicional evento da Casa de Portugal é uma incógnita. À agência Lusa, Amélia António colocou em cima da mesa a possibilidade de a celebração para este ano ser cancelada [dropcap]A[/dropcap]s tradicionais celebrações do 25 de Abril da Casa de Portugal estão em causa, devido ao surto do coronavírus. A revelação foi feita por Amélia António, presidente da instituição, em declarações à Lusa. No entanto, o jantar de comemoração da Revolução dos Cravos não é o único evento que poderá ser suspenso e o mesmo poderá acontecer com a abertura da nova sede, assim como a realização do Campo de Férias. Com mais de um milhar de associados, a Casa de Portugal é incapaz neste momento de prever o reinício das aulas da Escola de Artes e Ofícios, adiou a transferência para a nova sede e está a avaliar o cancelamento de uma série de actividades que vai desde a realização de campos de férias, na Páscoa e no Verão, e de projectos ligados às celebrações do 25 de Abril, explicou Amélia António. “São tudo incógnitas”, sublinhou a responsável, à frente da associação há cerca de 15 anos, que admitiu “um grande impacto” na Casa de Portugal devido às medidas de prevenção face ao risco de epidemia no território. “Está tudo parado” em relação ao processo de mudança de sede, que estava programado. “Neste momento não conseguimos avaliar quando recomeçamos as aulas”, acrescentou. Para as comemorações do 25 de Abril, existiam projectos, mas a associação está agora a ponderar “avançar ou não”. Amélia António salientou “a actividade cultural muito activa e intensa [da associação], que tem de começar a funcionar o mais cedo possível”, de forma “a contribuir para a normalização da vida do território e para transmitir” aos portugueses “alguma tranquilidade e confiança”. O pessoal foi enviado para casa, para se reduzir o risco de contágio, “mas a Casa de Portugal não forçou férias a ninguém”, frisou. “Ficam em casa nas mesmas condições [a receber os respectivos salários], como se estivéssemos abertos. Eu acho que é uma questão de imperativo moral, imperativo de solidariedade, não é quando aparece uma dificuldade que começamos todos a sacudir a água do capote”, argumentou. Ensino preocupa Já no que diz respeito à comunidade portuguesa, Amélia António apontou a preocupação com o encerramento das escolas, apesar de a medida ser apoiada. “De uma maneira geral, acho que as pessoas têm estado extremamente calmas, preocupadas, atentas, mas sem entrar em grandes histerismos”, frisou Amélia António. Contudo, ressalvou, uma das grandes preocupações dos pais resulta do encerramento does estabelecimentos escolares, “sobretudo por não se perceber qual vai ser a extensão da paragem e não se perceber ainda o problema dos exames”, tanto aqueles que dizem respeito à passagem de ano, como de acesso ao ensino superior. “Esses anos de exame são os mais problemáticos. Preocupam os pais”, completou.
Hoje Macau SociedadeCasa de Portugal | Surto do Covid-19 coloca actividades em causa A cerca de dois meses da data que assinala a Revolução dos Cravos, a realização do tradicional evento da Casa de Portugal é uma incógnita. À agência Lusa, Amélia António colocou em cima da mesa a possibilidade de a celebração para este ano ser cancelada [dropcap]A[/dropcap]s tradicionais celebrações do 25 de Abril da Casa de Portugal estão em causa, devido ao surto do coronavírus. A revelação foi feita por Amélia António, presidente da instituição, em declarações à Lusa. No entanto, o jantar de comemoração da Revolução dos Cravos não é o único evento que poderá ser suspenso e o mesmo poderá acontecer com a abertura da nova sede, assim como a realização do Campo de Férias. Com mais de um milhar de associados, a Casa de Portugal é incapaz neste momento de prever o reinício das aulas da Escola de Artes e Ofícios, adiou a transferência para a nova sede e está a avaliar o cancelamento de uma série de actividades que vai desde a realização de campos de férias, na Páscoa e no Verão, e de projectos ligados às celebrações do 25 de Abril, explicou Amélia António. “São tudo incógnitas”, sublinhou a responsável, à frente da associação há cerca de 15 anos, que admitiu “um grande impacto” na Casa de Portugal devido às medidas de prevenção face ao risco de epidemia no território. “Está tudo parado” em relação ao processo de mudança de sede, que estava programado. “Neste momento não conseguimos avaliar quando recomeçamos as aulas”, acrescentou. Para as comemorações do 25 de Abril, existiam projectos, mas a associação está agora a ponderar “avançar ou não”. Amélia António salientou “a actividade cultural muito activa e intensa [da associação], que tem de começar a funcionar o mais cedo possível”, de forma “a contribuir para a normalização da vida do território e para transmitir” aos portugueses “alguma tranquilidade e confiança”. O pessoal foi enviado para casa, para se reduzir o risco de contágio, “mas a Casa de Portugal não forçou férias a ninguém”, frisou. “Ficam em casa nas mesmas condições [a receber os respectivos salários], como se estivéssemos abertos. Eu acho que é uma questão de imperativo moral, imperativo de solidariedade, não é quando aparece uma dificuldade que começamos todos a sacudir a água do capote”, argumentou. Ensino preocupa Já no que diz respeito à comunidade portuguesa, Amélia António apontou a preocupação com o encerramento das escolas, apesar de a medida ser apoiada. “De uma maneira geral, acho que as pessoas têm estado extremamente calmas, preocupadas, atentas, mas sem entrar em grandes histerismos”, frisou Amélia António. Contudo, ressalvou, uma das grandes preocupações dos pais resulta do encerramento does estabelecimentos escolares, “sobretudo por não se perceber qual vai ser a extensão da paragem e não se perceber ainda o problema dos exames”, tanto aqueles que dizem respeito à passagem de ano, como de acesso ao ensino superior. “Esses anos de exame são os mais problemáticos. Preocupam os pais”, completou.
admin SociedadeVírus | Amélia António discorda do conselho do cônsul sobre viagens Paulo Cunha Alves, cônsul-geral de Portugal em Macau, aconselhou os portugueses a residir em Macau a “visitar a família” no seu país, mas Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau, discorda da sugestão. “É mais complicado as pessoas movimentarem-se e acho que se está a empolar um bocadinho a questão”, disse [dropcap]A[/dropcap] crise gerada pelo novo surto do coronavírus está a levar muitos residentes portugueses a anteciparem as suas férias a Portugal. O próprio cônsul-geral de Portugal em Macau, Paulo Cunha Alves, sugeriu recentemente que as famílias aproveitassem este período para sair do território. “Aqueles que presentemente não estão envolvidos numa actividade profissional contínua poderão ponderar deslocar-se até Portugal para rever família e amigos”, afirmou Paulo Cunha-Alves no passado dia 7. Além disso, o diplomata pediu ainda à comunidade portuguesa “que mantenha a calma e a serenidade e que procure seguir com clareza os conselhos e as orientações das autoridades locais, nomeadamente das autoridades de saúde, evitando assim os riscos de contágio”. Contactada pelo HM, a presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM), Amélia António, disse discordar deste conselho. “Não concordo, de facto, porque dito dessa forma parece um conselho geral e o conselho não pode ser generalizado, porque só as pessoas que estão nessas circunstâncias, sem vínculos ou contratos, é que podem sair.” Apesar de a situação estar calma e de não terem existido pedidos de apoio por parte de membros da comunidade portuguesa, Amélia António acredita que é mais arriscado viajar do que ficar no território. “Não me parece recomendável essa saída para Portugal. Há as questões ao nível dos transportes, de entradas e saídas de pessoas. Acho que está a empolar um bocadinho a questão. E não faz muito sentido [a saída] porque tudo depende da vida das pessoas, porque quem está em casa e é funcionário público, por exemplo, não sabe quando vai ser chamado ao serviço.” Antecipar férias A arquitecta Ingrid Beltrão Coelho é uma das residentes que decidiu deixar Macau de forma temporária por causa do coronavírus. “Vim de propósito. A minha filha está sem escola há um mês, trancada em casa e o meu trabalho deu-nos um dia de férias a quem tirasse quatro dias. Tirei três semanas para que pudéssemos estar longe de tudo. Para já, aguardo que tudo se resolva, depois estendo o período de férias ou regresso”, adiantou ao HM. Ingrid tem trabalhado à distância. Mesmo sem sintomas, a arquitecta decidiu contactar, em Portugal, a linha de apoio Saúde 24 como forma de prevenção. “Antes do embarque verificaram a temperatura [dos passageiros] e eu verifiquei sempre a minha durante e após o voo. O único risco possível de contágio a que me expus foi no voo. Liguei para a Saúde 24 e foi-me dito para me deslocar a um hospital só em caso de sintomas”, disse. Apesar de ter saído de propósito de Macau por causa do novo coronavírus, Ingrid Beltrão Coelho está confiante no fim da crise. “Há sempre algum receio do desconhecido. Viver o dia-a-dia em Macau neste momento era um pouco isso. Antes pensava-se que o contágio era menor, mas acredito que com o tempo tudo se vai resolver pois a China está a ser exemplar na sua acção para combater o vírus”, adiantou. No caso de Hugo Cardoso, que tem uma empresa de produção de eventos, a ida para Portugal acabou por ser inevitável. “Como o meu trabalho é produção de eventos e conferências, locais de ajuntamento de pessoas, não tenho tido trabalho e tudo vai demorar a recuperar nos próximos tempos. Decidi antecipar as minhas férias. Já estava há duas semanas sempre fechado em casa, tomei os meus cuidados, não estive doente, segui todos os protocolos e vim.” O produtor de eventos confessou que, no mesmo avião que o seu viajavam muitos portugueses a residir em Macau. “O avião vinha cheio de portugueses, muitas pessoas com crianças que decidiram vir passar uns tempinhos a Portugal. No avião vinham pelo menos umas três ou quatro famílias.”
Andreia Sofia Silva SociedadeVírus | Amélia António discorda do conselho do cônsul sobre viagens Paulo Cunha Alves, cônsul-geral de Portugal em Macau, aconselhou os portugueses a residir em Macau a “visitar a família” no seu país, mas Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau, discorda da sugestão. “É mais complicado as pessoas movimentarem-se e acho que se está a empolar um bocadinho a questão”, disse [dropcap]A[/dropcap] crise gerada pelo novo surto do coronavírus está a levar muitos residentes portugueses a anteciparem as suas férias a Portugal. O próprio cônsul-geral de Portugal em Macau, Paulo Cunha Alves, sugeriu recentemente que as famílias aproveitassem este período para sair do território. “Aqueles que presentemente não estão envolvidos numa actividade profissional contínua poderão ponderar deslocar-se até Portugal para rever família e amigos”, afirmou Paulo Cunha-Alves no passado dia 7. Além disso, o diplomata pediu ainda à comunidade portuguesa “que mantenha a calma e a serenidade e que procure seguir com clareza os conselhos e as orientações das autoridades locais, nomeadamente das autoridades de saúde, evitando assim os riscos de contágio”. Contactada pelo HM, a presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM), Amélia António, disse discordar deste conselho. “Não concordo, de facto, porque dito dessa forma parece um conselho geral e o conselho não pode ser generalizado, porque só as pessoas que estão nessas circunstâncias, sem vínculos ou contratos, é que podem sair.” Apesar de a situação estar calma e de não terem existido pedidos de apoio por parte de membros da comunidade portuguesa, Amélia António acredita que é mais arriscado viajar do que ficar no território. “Não me parece recomendável essa saída para Portugal. Há as questões ao nível dos transportes, de entradas e saídas de pessoas. Acho que está a empolar um bocadinho a questão. E não faz muito sentido [a saída] porque tudo depende da vida das pessoas, porque quem está em casa e é funcionário público, por exemplo, não sabe quando vai ser chamado ao serviço.” Antecipar férias A arquitecta Ingrid Beltrão Coelho é uma das residentes que decidiu deixar Macau de forma temporária por causa do coronavírus. “Vim de propósito. A minha filha está sem escola há um mês, trancada em casa e o meu trabalho deu-nos um dia de férias a quem tirasse quatro dias. Tirei três semanas para que pudéssemos estar longe de tudo. Para já, aguardo que tudo se resolva, depois estendo o período de férias ou regresso”, adiantou ao HM. Ingrid tem trabalhado à distância. Mesmo sem sintomas, a arquitecta decidiu contactar, em Portugal, a linha de apoio Saúde 24 como forma de prevenção. “Antes do embarque verificaram a temperatura [dos passageiros] e eu verifiquei sempre a minha durante e após o voo. O único risco possível de contágio a que me expus foi no voo. Liguei para a Saúde 24 e foi-me dito para me deslocar a um hospital só em caso de sintomas”, disse. Apesar de ter saído de propósito de Macau por causa do novo coronavírus, Ingrid Beltrão Coelho está confiante no fim da crise. “Há sempre algum receio do desconhecido. Viver o dia-a-dia em Macau neste momento era um pouco isso. Antes pensava-se que o contágio era menor, mas acredito que com o tempo tudo se vai resolver pois a China está a ser exemplar na sua acção para combater o vírus”, adiantou. No caso de Hugo Cardoso, que tem uma empresa de produção de eventos, a ida para Portugal acabou por ser inevitável. “Como o meu trabalho é produção de eventos e conferências, locais de ajuntamento de pessoas, não tenho tido trabalho e tudo vai demorar a recuperar nos próximos tempos. Decidi antecipar as minhas férias. Já estava há duas semanas sempre fechado em casa, tomei os meus cuidados, não estive doente, segui todos os protocolos e vim.” O produtor de eventos confessou que, no mesmo avião que o seu viajavam muitos portugueses a residir em Macau. “O avião vinha cheio de portugueses, muitas pessoas com crianças que decidiram vir passar uns tempinhos a Portugal. No avião vinham pelo menos umas três ou quatro famílias.”
admin SociedadeChina | Casa de Portugal distribui livros de Xi Jinping [dropcap]A[/dropcap] Casa de Portugal começou ontem a distribuir os dois volumes com os discursos e artigos de Xi Jinping. Segundo a TDM – Rádio Macau, os 50 exemplares disponíveis encontram-se na sede da associação, na zona do restaurante, e estão em língua portuguesa. “É o pensamento do presidente da república. Quer se goste ou não, não é um político a falar de política, um político qualquer, um comentador ou um analista. É uma situação um bocadinho diferente. Não vamos fazer uma campanha para o livro, mas que ele esteja à disposição de quem estiver interessado em ler, tudo bem”, disse à TDM – Rádio Macau a presidente da Casa de Portugal, Amélia António, sobre a distribuição.
Hoje Macau SociedadeChina | Casa de Portugal distribui livros de Xi Jinping [dropcap]A[/dropcap] Casa de Portugal começou ontem a distribuir os dois volumes com os discursos e artigos de Xi Jinping. Segundo a TDM – Rádio Macau, os 50 exemplares disponíveis encontram-se na sede da associação, na zona do restaurante, e estão em língua portuguesa. “É o pensamento do presidente da república. Quer se goste ou não, não é um político a falar de política, um político qualquer, um comentador ou um analista. É uma situação um bocadinho diferente. Não vamos fazer uma campanha para o livro, mas que ele esteja à disposição de quem estiver interessado em ler, tudo bem”, disse à TDM – Rádio Macau a presidente da Casa de Portugal, Amélia António, sobre a distribuição.
Andreia Sofia Silva EventosFestival Fringe | Os poemas musicados que contam como foi e é Macau A Casa de Portugal em Macau apresenta nos dias 11 e 12 deste mês o espectáculo “Era uma vez em Macau”, com poemas musicados da autoria de Diana Soeiro. A ideia é que o público presente na Fortaleza do Monte e no Jardim Camões possa descobrir mais sobre o passado e o presente de Macau num espectáculo que junta música e animação [dropcap]T[/dropcap]udo começou em Setembro do ano passado, quando a Casa de Portugal em Macau (CPM) levou aos palcos do teatro D. Pedro V o espectáculo “Era uma vez em Macau”, a pensar nos mais pequenos. O mesmo projecto integra agora o cartaz da edição deste ano do Festival Fringe, com o espectáculo a voltar a ser mostrado ao público nos dias 11 e 12 deste mês na Fortaleza do Monte e Jardim Camões. O espectáculo tem como conceitos principais a poesia musicada e animação infantil. Diana Soeiro, coordenadora da CPM e autora dos poemas, contou ao HM o que o público pode esperar de um projecto que, inicialmente, era pessoal. “Foi pensado para celebrar os 20 anos de Macau, mas com o objectivo de sensibilizar os mais pequenos para a história e cultura de Macau, para que ganhassem consciência daquilo que os rodeia. Eu fiz os poemas e a nossa equipa de músicos da CPM fez a parte da composição musical.” A possibilidade de participação no Fringe surgiu depois, com a decisão do Instituto Cultural (IC) em integrar o espectáculo “Era uma vez em Macau” no cartaz da 19ª edição do evento. “É um concerto onde vão ser apresentadas 13 músicas e vai ter animadores. Pensámos em criar personagens porque os poemas falam de personagens que podem estar relacionadas com o imaginário das crianças sobre Macau. Vamos ter um dragão a interagir com os mais pequenos, por exemplo. Vamos ter mais coisas, mas tem de ser surpresa. Também vamos ter um número de marionetas para interagir com o público.” Entre o D. Pedro V e o Fringe foram necessárias adaptações. “Quando apresentámos o projecto em Setembro foi em formato de auditório, mas adaptámos o cenário e a experiência dos animadores para o conceito de um espectáculo ao ar livre.” Diana Soeiro, mãe de três crianças, cresceu em Macau e pretende manter a memória de uma terra que sente sua. “Os poemas que escrevi são dirigidos às crianças, falam de alguns aspectos da história de Macau. O desafio foi pesquisar e tentar transmitir esses aspectos da história e cultura de Macau com uma linguagem acessível às crianças.” O disco que serve de mote ao espectáculo tem, assim, canções sobre o Farol da Guia, Jardim Camões, o Cotai ou o Jetfoil entre Macau e Hong Kong. “A ideia era conciliar aspectos do passado com Macau mais actual para que através das músicas tenham mais vontade de conhecer e perceber melhor o que os rodeia.” Ir além da comunidade Para esta edição do Fringe, Diana Soeiro tem expectativas elevadas, uma vez que no último ano “o espectáculo da CPM contou com um público muito participativo”. “Há uma diferença em relação aos anos anteriores, que é o facto de termos dois dias de espectáculo. Um deles é na Fortaleza do Monte e aí estamos a contar com menos público português, será um espectáculo mais direccionado para os turistas. Vamos ter de apostar mais na animação porque terão mais dificuldade em perceber as letras. No Jardim Camões estamos à espera de um público português.” Para a coordenadora da CPM, estes espectáculos ajudam a associação a expandir-se a toda a sociedade e a chegar a um público mais vasto. “Sentimos que através destes projectos conseguimos concretizar esta parte do entretenimento dos residentes, mas que também divulgamos o português. O nosso objectivo é divulgar a língua e a cultura portuguesas e Macau. Através destes projectos conseguimos chegar a um público muitíssimo variado e divulgar o trabalho das casas. Os turistas e a comunidade chinesa aderem com enorme entusiasmo.”
admin EventosFestival Fringe | Os poemas musicados que contam como foi e é Macau A Casa de Portugal em Macau apresenta nos dias 11 e 12 deste mês o espectáculo “Era uma vez em Macau”, com poemas musicados da autoria de Diana Soeiro. A ideia é que o público presente na Fortaleza do Monte e no Jardim Camões possa descobrir mais sobre o passado e o presente de Macau num espectáculo que junta música e animação [dropcap]T[/dropcap]udo começou em Setembro do ano passado, quando a Casa de Portugal em Macau (CPM) levou aos palcos do teatro D. Pedro V o espectáculo “Era uma vez em Macau”, a pensar nos mais pequenos. O mesmo projecto integra agora o cartaz da edição deste ano do Festival Fringe, com o espectáculo a voltar a ser mostrado ao público nos dias 11 e 12 deste mês na Fortaleza do Monte e Jardim Camões. O espectáculo tem como conceitos principais a poesia musicada e animação infantil. Diana Soeiro, coordenadora da CPM e autora dos poemas, contou ao HM o que o público pode esperar de um projecto que, inicialmente, era pessoal. “Foi pensado para celebrar os 20 anos de Macau, mas com o objectivo de sensibilizar os mais pequenos para a história e cultura de Macau, para que ganhassem consciência daquilo que os rodeia. Eu fiz os poemas e a nossa equipa de músicos da CPM fez a parte da composição musical.” A possibilidade de participação no Fringe surgiu depois, com a decisão do Instituto Cultural (IC) em integrar o espectáculo “Era uma vez em Macau” no cartaz da 19ª edição do evento. “É um concerto onde vão ser apresentadas 13 músicas e vai ter animadores. Pensámos em criar personagens porque os poemas falam de personagens que podem estar relacionadas com o imaginário das crianças sobre Macau. Vamos ter um dragão a interagir com os mais pequenos, por exemplo. Vamos ter mais coisas, mas tem de ser surpresa. Também vamos ter um número de marionetas para interagir com o público.” Entre o D. Pedro V e o Fringe foram necessárias adaptações. “Quando apresentámos o projecto em Setembro foi em formato de auditório, mas adaptámos o cenário e a experiência dos animadores para o conceito de um espectáculo ao ar livre.” Diana Soeiro, mãe de três crianças, cresceu em Macau e pretende manter a memória de uma terra que sente sua. “Os poemas que escrevi são dirigidos às crianças, falam de alguns aspectos da história de Macau. O desafio foi pesquisar e tentar transmitir esses aspectos da história e cultura de Macau com uma linguagem acessível às crianças.” O disco que serve de mote ao espectáculo tem, assim, canções sobre o Farol da Guia, Jardim Camões, o Cotai ou o Jetfoil entre Macau e Hong Kong. “A ideia era conciliar aspectos do passado com Macau mais actual para que através das músicas tenham mais vontade de conhecer e perceber melhor o que os rodeia.” Ir além da comunidade Para esta edição do Fringe, Diana Soeiro tem expectativas elevadas, uma vez que no último ano “o espectáculo da CPM contou com um público muito participativo”. “Há uma diferença em relação aos anos anteriores, que é o facto de termos dois dias de espectáculo. Um deles é na Fortaleza do Monte e aí estamos a contar com menos público português, será um espectáculo mais direccionado para os turistas. Vamos ter de apostar mais na animação porque terão mais dificuldade em perceber as letras. No Jardim Camões estamos à espera de um público português.” Para a coordenadora da CPM, estes espectáculos ajudam a associação a expandir-se a toda a sociedade e a chegar a um público mais vasto. “Sentimos que através destes projectos conseguimos concretizar esta parte do entretenimento dos residentes, mas que também divulgamos o português. O nosso objectivo é divulgar a língua e a cultura portuguesas e Macau. Através destes projectos conseguimos chegar a um público muitíssimo variado e divulgar o trabalho das casas. Os turistas e a comunidade chinesa aderem com enorme entusiasmo.”