Ano novo chinês | Casas de Portugal e do Brasil participaram em parada 

Decorreu ontem a parada do ano novo lunar no centro histórico, dois anos após a suspensão devido à pandemia. A Casa de Portugal em Macau mostrou as cores do Tigre trabalhadas pela Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau e a Casa do Brasil trouxe às ruas o “Arraial dos Tigres”

 

As casas de Portugal e do Brasil em Macau voltaram a participar, ontem, na parada do ano novo lunar, suspensa nos dois últimos anos devido à pandemia da covid-19.

A Casa de Portugal em Macau (CPM) usou na parada, na qual participa desde a primeira edição, “as cores dourado e vermelho como representação do poder” do Tigre, animal do ano que agora começa, cruzada “com as diferentes áreas artísticas praticadas na Escola de Artes e Ofícios” da CPM, disse à Lusa a directora da escola, Maria Elisa da Rocha Vilaça.

Fotografia, cinema, pintura, cerâmica, azulejos, fantoches, joalharia, música e costura, habitualmente desenvolvidas nas actividades da escola, estiveram representados criativamente por 22 elementos, através da reciclagem de materiais, disse Elisa Vilaça, conhecida pelo seu trabalho com marionetas.

“Todas estas artes foram trazidas à vida pela dança dinâmica de um grupo de jovens estudantes da Escola Portuguesa de Macau, coordenada por um grupo de seis membros do pessoal da CPM”, acrescentou.
Por seu lado, a vice-presidente da Associação Casa do Brasil em Macau (ACBM), Carla Fellini, disse à Lusa que a parada, na qual participa há sete anos, serviu para mostrar um pouco da cultura brasileira e do folclore adaptados ao tema de cada ano.

“Este ano é o Tigre o anfitrião, introduzido no ‘Arraial dos Tigres’, o nosso tema da parada. No Brasil seria a Folia de Reis”, acrescentou a responsável, sublinhando tratar-se de uma “mistura das duas culturas, em ritmo de alegria e festa com 36 participantes”.

Gestão difícil

Elisa Vilaça considerou que “a redução de verbas por parte do Governo de Macau tem levado a que seja necessária uma gestão financeira difícil, atendendo ao aumento de todos os materiais adquiridos, ao aumento das rendas das instalações e claro à impossibilidade de contratação de mais técnicos especializados”.

A responsável afirmou ter sido “uma gestão difícil, mas até agora conseguida devido à dedicação e amor naquilo que fazem por parte dos profissionais que trabalham na CPM”.

Sobre as medidas de prevenção e controlo da pandemia em Macau, Elisa Vilaça sublinhou que a parada tem “regras bastante precisas que foram implementadas” e respeitadas “na íntegra” para que seja possível continuar a desenvolver um trabalho em prol da cultura “pilar importantíssimo para o desenvolvimento de Macau e da sua comunidade”.

Já a vice-presidente da ACBM, disse que o Governo de Macau “sempre deu apoio” à associação, sem qualquer alteração. “A nossa associação não tem experimentado quaisquer dificuldades a este respeito, permanecemos os mesmos que nos outros anos”, afirmou Carla Fellini.

De acordo com a Direcção dos Serviços de Turismo de Macau, o orçamento geral para as celebrações do ano novo lunar do Tigre é de 30 milhões de patacas, cabendo à parada 25,5 milhões de patacas e ao espectáculo de fogo de artifício 3,6 milhões de patacas, ambos cancelados em 2020 e no ano passado.

A parada, onde participaram 14 carros alegóricos e 22 grupos chineses e locais, decorreu ontem e repete-se no próximo sábado, dia 12, passando por diferentes zonas da cidade. Por sua vez, o espectáculo de fogo de artifício, que também aconteceu ontem, volta a decorrer na próxima segunda-feira e no dia 15. Este último espectáculo irá coincidir com o tradicional Festival das Lanternas.

O desfile de ontem marcou o primeiro dia do ano novo lunar e contou com um dragão gigante dourado, com 238 metros de comprimento. Nas ruas decorreram ainda outras actividades culturais. Em todos os eventos, participantes e público tiveram de usar máscara, medir a temperatura e apresentar o código de saúde de Macau e o código de local, que regista o percurso.

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