FAM | Casa de Portugal apresenta espectáculo de marionetas em Maio

Bailarinas, palhaços e outras figuras ligadas ao mundo circense compõem o novo espectáculo de marionetas da Casa de Portugal em Macau (CPM), intitulado “O Circo”, e que se insere no cartaz do Festival das Artes de Macau. Entretanto Elisa Vilaça continua a apresentar, aos fins-de-semana, os espectáculos “O Barbeiro” e “O Arraial”, com os tradicionais Robertos portugueses

 

Elisa Vilaça, da Casa de Portugal em Macau (CPM), apresenta em Maio um novo espectáculo de marionetas que poderá ser visto na nova edição do Festival de Artes de Macau (FAM). O espectáculo intitula-se “O Circo” e destina-se a revelar o mundo circense aos mais pequenos e acontece no jardim do bairro do Iao Hon, entre os dias 14 e 16 de Maio.

“São bonecos construídos por mim, bem como todo o enredo, a selecção de músicas e do espectáculo. Tenho duas pessoas a trabalhar na ajuda da manipulação [dos bonecos], o Sérgio Feiteira e José Nyogeri. São bonecos feitos com técnicas diferentes, temos bonecos manipulados com fios, com manipulação directa, bonecos de luva. E temos um conjunto de figuras referentes ao circo”, contou ao HM.

Elisa Vilaça explicou que “O Circo” não terá um texto propriamente dito, mas também não será feito com base no improviso. A ideia é que a mensagem chegue mais facilmente a várias comunidades, falantes de várias línguas.

“As histórias são sempre criadas para cada espectáculo e as figuras são todas construídas de raiz. Não há texto, porque são espectáculos de rua e a maior parte da comunidade em Macau fala a língua chinesa e queremos criar um tipo de espectáculos que seja acessível a toda a todas as comunidades. Temos movimento e uma música de base, sempre.”

Em “O Circo” conta-se a história numa barraca “em que as cenas se vão passando sucessivamente, com malabaristas, palhaços e bailarinas, num enredo que constitui o ambiente circense”. O espectáculo é, no fundo, composto por várias sequências, de três minutos cada, em que cada uma tem uma banda sonora específica.

Os materiais reciclados

Em “O Circo”, “há sempre uma interacção com o público”, descreve Elisa Vilaça. “Temos um boneco num monociclo que desce numa plataforma, um cão que anda na estrada, que salta obstáculos e brinca com os miúdos.”

Com estes projectos de marionetas, a CPM pretende apostar também na protecção do meio ambiente. “A maior parte destes bonecos são construídos a partir de materiais reciclados, porque a preservação ambiental é também importante para nós e é uma coisa que tentamos divulgar. Temos uma bailarina feita com guarda-chuvas, outros que são feitos com restos de madeira que temos, pasta modelar. Há também um pequeno alerta na forma de construir os bonecos de reciclar materiais, que é extremamente importante”, disse Elisa Vilaça.

“A Mostra de Espectáculos ao Ar Livre” do FAM, onde se integra “O Circo”, conta também com a participação de grupos culturais locais como a Associação de Dança Ieng Chi, a Associação Desportiva e Cultural de Capoeira de Macau e a Banda da Escola Secundária Hou Kong, entre outros.

Entretanto, Elisa Vilaça começou a apresentar novamente os espectáculos “O Arraial” e “O Barbeiro”, no âmbito de uma iniciativa do Instituto Cultural (IC) que visa promover espectáculos de rua ao fim-de-semana, também durante o mês de Maio, em zonas como o Porto Interior, as Casas Museu e a Feira do Carmo, na Taipa.

No caso de “O Barbeiro”, trata-se de “uma reprodução de uma das histórias mais tradicionais dos Robertos portugueses”. “Os bonecos são manipulados todos por uma única pessoa dentro de uma barraca e falam de ‘palheta’, uma técnica usada pela maioria dos roberteiros e que consiste na introdução na boca de uma pequena palheta que fica junto ao céu da boca. Quando falam, o som é mais estridente”, acrescentou. Neste projecto, Elisa Vilaça trabalha com Sérgio Rolo, marionetista também ligado à CPM.

Já “O Arraial” é uma história, também criada por Elisa Vilaça, “baseada nas festas típicas e populares portuguesas”, e que também se passa dentro de uma barraca, também com os tradicionais Robertos. “A história começa de uma forma teatral, com três pessoas que depois de entrarem na barraca se transformam em figuras pequenas. No final do espectáculo essas mesmas personagens voltam a sair da barraca em forma de actores. Não temos texto, só música”, rematou.

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