Hong Kong pode ficar em confinamento até 2024, prevê Câmara Europeia de Comércio

A Câmara Europeia de Comércio em Hong Kong considera que a abordagem das autoridades locais à pandemia de covid-19 pode manter o território isolado até 2024 e potenciar uma saída em massa dos expatriados.

De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, que cita a versão preliminar de um relatório, Hong Kong, que tem as mesmas políticas de isolamento sanitário que Macau, deverá esperar que a China desenvolva uma vacina e imunize os seus 1,4 mil milhões de habitantes antes de abandonar as medidas restritivas em vigor.

A reabertura pode acontecer no próximo ano ou no princípio de 2024, segundo o documento, que aponta que as empresas devem preparar-se para Hong Kong continuar “semifechado” às viagens internacionais.

“Antecipamos uma saída de estrangeiros, provavelmente a maior que Hong Kong alguma vez viu, e uma das maiores, em termos absolutos, de qualquer cidade na região” na história recente, lê-se no relatório interno citado pela Bloomberg.

De acordo com a Câmara, isso tornaria Hong Kong menos diversa e menos apelativa para as empresas internacionais, o que acabaria por limitar o contributo para o crescimento da economia chinesa, que recomenda que as multinacionais se preparem para ter escritórios regionais noutras cidades asiáticas em vez de na antiga colónia britânica.

O aviso dos empresários europeus surge numa altura em que Hong Kong está a impor medidas de quase confinamento e com restrições de voos provenientes de oito locais, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido, para conter a propagação da variante Ómicron.

O território tem uma tolerância zero para os casos de covid-19, mesmo quando o número é baixo em relação aos padrões globais, e divergindo face ao ajustamento que o resto do mundo tem feito para viver com o vírus com um elevado nível de vacinação da população.

Hong Kong, por exemplo, obriga a que os viajantes fiquem 21 dias em quarentena ao chegar ao território, o que dificulta a entrada dos executivos na cidade e torna mais difícil a contratação dos melhores profissionais, segundo a Bloomberg.

O relatório, que explora vários cenários, foi criado para ajudar as empresas internacionais a prepararem-se para o futuro em Hong Kong, já que, como as restrições às viagens deverão durar pelo menos um a três anos, os negócios precisam de decidir como manter os talentos e os trabalhadores mais talentosos.

26 Jan 2022

Xi reúne com Governo para definir políticas económicas para 2018

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, vai inaugurar na segunda-feira, em Pequim, a conferência na qual o seu governo decidirá as principais políticas económicas da China em 2018, uma iniciativa que decorrerá à porta fechada.

Depois de consolidar o seu poder no XIX Congresso do Partido Comunista (PCC), que se realizou em Outubro, espera-se que o Presidente chinês decida o rumo económico da China, nomeadamente se avança com a abertura dos mercados que prometeu no Congresso.

Na opinião da Câmara de Comércio Europeia na China, seria “surpreendente” que este ano não houvesse “mudanças significativas” em relação às edições anteriores (esta reunião acontece anualmente desde 1994), ao tratar-se da primeira conferência económica que se celebra depois do XIX Congresso.

Esta organização explicou à agência noticiosa Efe que espera que “se estabeleça uma direcção mais concreta para a nova era” e que “se centrem fundamentalmente no excessivo nível de dívida da China, que se converteu na principal fonte de preocupação para muitos”.

Além de acordar reformas económicas, medidas financeiras e o rumo da política monetária e fiscal, o Governo fixará o objectivo de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2018, ainda que este número só seja divulgado em Março do próximo ano, quando o partido realizar o seu congresso anual.

Depois da cimeira, que não se sabe em que hotel da capital terá lugar e que se espera termine na quarta-feira, o Governo emitirá um comunicado com as principais conclusões, das quais se poderá deduzir o roteiro que a China seguirá no âmbito económico pelo menos no próximo ano.

Segundo a imprensa chinesa dos últimos dias, espera-se que depois de um primeiro mandato em que Xi teve como prioridade a luta contra a corrupção, agora se dedique nos próximos cinco anos a avançar na liberalização económica e realizar reformas estruturais nalguns sectores, como as empresas públicas.

Reduzir a alavancagem, baixar os níveis de dívida e manter um crescimento sólido, mas de qualidade, são os desafios principais do Governo nos próximos anos.

Os meios chineses referem que será o próprio Xi quem definirá a agenda da reunião, rodeada de secretismo, assessorado por Liu He (de 65 anos), um dos 25 membros do Politburo do partido e vice-presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma.

Apesar de teoricamente o país ir dar prioridade à qualidade do crescimento em vez de à quantidade, espera-se que Xi volte a fixar em 6.5% o crescimento do PIB em 2018.

O líder chinês, cujo poder foi aumentado em Outubro para o nível do de Mao Zedong, também prometeu no Congresso uma abertura dos mercados financeiros ao investimento estrangeiro, um caminho no qual já deu alguns passos, ao levantar algumas restrições no sector das gestoras de fundos, seguradoras e sociedades de valores e futuros. O sector financeiro internacional deu as boas vindas a esta vontade de abertura da China, ainda que se mantenha algo céptico sobre a eficácia e velocidade com que o país asiático empreenderá as reformas.

18 Dez 2017