Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaBurlas | Coutinho pede estudo mais aprofundado sobre causas O deputado José Pereira Coutinho exige que as autoridades estudem de forma mais aprofundada as causas para a elevada ocorrência de casos de burla. O responsável destaca, em interpelação escrita, a “discrepância” existente face aos dados apresentados pelo Conselho de Consumidores que falam de uma maior consciência dos estudantes sobre os perigos informáticos A mais recente interpelação escrita do deputado José Pereira Coutinho entregue ao Governo chama a atenção para uma aparente contradição: como explicar o crescente número de casos de burla tendo em conta as inúmeras campanhas de consciencialização elaboradas pelo Conselho dos Consumidores (CC) junto da população e escolas? Neste contexto, o deputado entende que deve ser realizado, por parte das autoridades, “uma análise mais aprofundada para entender os factores subjacentes a esta realidade aparentemente contraditória”, propondo-se “soluções eficazes para proteger os jovens contra fraudes e esquemas de burlas, apesar da suposta ‘alta consciência’ sobre os direitos dos consumidores?”, questiona. Coutinho gostaria de ver apurados “os factores sociais, educacionais e tecnológicos que podem estar a contribuir para esta discrepância entre a percepção e a realidade”. O deputado destaca, por exemplo, o inquérito divulgado pelo CC, no início deste ano, realizado com estudantes do ensino secundário. As conclusões apontam para números que, à partida, parecem animadores no que diz respeito à consciência de potenciais situações de burla. Dos cerca de sete mil inquiridos, 81 por cento disse que já fez compras online, sendo que 13 por cento comprou produtos online logo no ensino primário. O CC concluiu que “93 por cento dos alunos afirmaram que costumam visualizar os comentários de outros clientes antes de fazer compras, a fim de evitarem ser ludibriados”. Assim, o CC entende que “a maioria dos inquiridos demonstra ‘uma alta consciência sobre a defesa dos direitos do consumo e dos consumidores'”, cita Coutinho na interpelação. Rosas e espinhos Apesar da aparente maior consciencialização dos estudantes, a verdade é que o inquérito do CC não é totalmente animador. “O relatório também destaca um cenário preocupante, com o aumento dos casos de burla informática que afecta cada vez mais os jovens das escolas secundárias.” Destaca Pereira Coutinho que só no primeiro trimestre deste ano, e segundo o inquérito do CC, “houve 96 fraudes telefónicas, sendo que, destas, 40 visaram estudantes”, um cenário que resultou em “perdas de dezenas de milhões de yuan”. Neste caso, as vítimas “demonstraram ‘uma baixa consciência dos seus direitos cívicos'”. O deputado entende, portanto, que “os desafios de prevenção e protecção continuam ainda a ser significativos, porque, apesar da maior consciência de direitos, os consumidores estão ainda amplamente vulneráveis a esquemas de burla online”. As autoridades “enfrentam dificuldades acrescidas em acompanhar a evolução dos métodos criminosos e em fornecer respostas eficazes, pelo que as campanhas de educação e consciencialização sobre a segurança digital precisam de ser intensificadas para capacitar os consumidores”, rematou.
Hoje Macau SociedadeBurla | Preso por enganar amigo em 1 milhão de HKD Um residente foi detido por burlar um amigo que conhece há mais de 20 anos em cerca de um milhão de dólares de Hong Kong com o pretexto desse montante servir para um investimento que nunca chegou a ser feito. Segundo o jornal Ou Mun, o caso remonta a Março de 2022, quando o suspeito, de 37 anos, convenceu o amigo a hipotecar a casa e retirar um milhão de dólares de Hong Kong para investimento, a fim de aplicar o dinheiro futuramente nas obras de remodelação da mesma, com a promessa de vir a obter juros mensais no valor de 20 mil dólares de Hong Kong. Porém, até Julho do ano passado a vítima teve de começar a pagar os juros relativos à hipoteca da casa e percebeu que não tinha recebido quaisquer juros do valor investido, tendo denunciado o caso à Polícia Judiciária (PJ). Esta terça-feira a PJ deteve o suspeito em casa, na zona norte da península, tendo este confessado que perdeu o dinheiro no jogo. No processo de investigação as autoridades descobriram ainda fotos de falsas transferências bancárias feitas para a vítima, como se tivessem sido pagos os juros mensais prometidos. O caso já foi encaminhado para o Ministério Público, existindo a suspeita da prática dos crimes de burla de valor consideravelmente elevado e falsificação informática.
João Luz Manchete SociedadeCrime | Ganância e excesso de confiança abrem caminho a burlas O secretário para a Segurança considera que, apesar de ter “feito o seu melhor” para prevenir burlas, os residentes continuam a cair nos esquemas devido a “ganância” ou demasiada confiança. Wong Sio Chak destacou o aumento significativo de burlas através de vendas de bilhetes online e de falsos contactos de autoridades governamentais Nos primeiros três meses do ano, foram identificados 656 casos de burla, o que traduz um aumento anual de 221 casos e de 50,8 por cento, e mais do dobro do registo face ao período homólogo de 2019 (131,8 por cento). Durante a apresentação das estatísticas da criminalidade referentes ao primeiro trimestre de 2024, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, “culpa” em parte este tipo de crime pelo aumento da criminalidade geral. A secretaria de Wong Sio Chak emitiu um comunicado no sábado a indicar que nos primeiros três meses do ano foram registados 288 casos de burla com recurso às telecomunicações (96) e de burla cibernética (192). Apesar de serem menos casos dos verificados no terceiro e quarto trimestre de 2023, “a Polícia não abrandará a sua actuação e continuará a prestar elevada atenção às novas tendências dos crimes relevantes e o público deve também manter-se alerta”. O Governo vai mais longe e culpa a população, “embora as autoridades da segurança tenham feito o seu melhor na prevenção e controlo de crimes relevantes e tenham feito imenso trabalho de sensibilização”. “Parte dos cidadãos ainda cai em burlas, por ganância ou negligência, e alguns deles porque estão confiantes demais e rejeitam todos os tipos de sensibilização anti-burla, apenas se arrependendo quando são realmente burlados”, refere o gabinete de Wong Sio Chak. Os truques Entre os métodos usados pelos criminosos para defraudar os residentes de Macau, o gabinete do secretário destaca os esquemas que envolveram vendas de bilhetes online que “foi o mais significativo, com um total de 218 casos registados em 2023, quando o número de casos foi de 8 e de 25 em 2022 e 2019, respectivamente”. Também as burlas em que alguém finge ser oficial de uma autoridade governamental aumentaram significativamente, atingindo 290 casos. Neste tipo de crimes, “os burlões aproveitam principalmente o medo da vítima e fingem ser funcionários de uma entidade de segurança pública ou de justiça do Interior da China para alegar, falsamente, que a vítima está envolvida em crimes como lavagem de dinheiro”. Quanto às burlas de venda de bilhetes através da internet, os métodos mais frequentes passam pela oferta de venda de ingressos para concertos em que é “dificílimo comprar bilhetes”, sendo requerido às vítimas pagamento prévio. “Mesmo sabendo que podem ser burladas muitas das vítimas continuam a escolher este meio de compra de bilhetes”, acrescentam as autoridades.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEducação | Estudantes universitários vão ter aulas sobre burlas As autoridades procuram responder ao número crescente de burlas que visam alunos, principalmente os estudantes oriundos do Interior da China. Segundo Sit Chong Meng, director da PJ, as vítimas tendem a ser os alunos socialmente mais isolados Com o aumento das burlas em que são usadas novas tecnologias, o Governo propôs às universidades locais a introdução de conteúdos lectivos sobre formas de prevenção deste tipo de crime. O anúncio foi feito na sexta-feira por Kong Chi Meng, director dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), numa conferência de imprensa organizada em conjunto com a Polícia Judiciária. Segundo as explicações do director da DSEDJ, as autoridades estão em comunicação com as universidades locais, para que conteúdos para prevenir e identificar burlas sejam leccionados aos alunos que começam a frequentar o ensino local. “Vamos utilizar as disciplinas de educação geral para fornecer aos alunos este tipo de educação. A Polícia Judiciária (PJ) vai disponibilizar os materiais para as aulas, assim como testes, que vão ser realizados”, afirmou Kong Chi Meng, citado pelo Jornal All About Macau. De acordo com Kong, os testes vão ainda poder ser utilizados para que as autoridades identifiquem os alunos “em risco”, para que possam receber assistência personalizada. Nos últimos anos têm disparado em Macau os casos de burla, cometidos através de aplicações de conversação, como o WeChat, em que os burlões se fazem passar pela polícia do Interior e exigem transferências bancárias milionárias, para investigarem alegações falsas. Face a estes desenvolvimentos, a PJ tem distribuído vários materiais nas universidades a alertar para a existência de burlas. Contudo, foi agora decidido que é necessário aumentar as campanhas de prevenção. Novo programa O Programa de Vacina Antiburla no Campus foi apresentado na sexta-feira por Sit Chong Meng, director da Polícia Judiciária. No âmbito do programa vão ser adoptadas 10 medidas, como, por exemplo, o envio de materiais a alertar para as burlas, quando os alunos recebem a carta a informá-los que foram admitidos nas universidades de Macau. Segundo Sit Chong Meng, o problema é mais grave no que diz respeito aos estudantes do Interior da China, que são as principais vítimas. “Alguns estudantes do Interior não se integram activamente na vida do campus universitária nem na vida social da universidade, por isso, não têm o hábito de obter informações locais, o que faz com que não se lembrem das medidas de prevenção contra burlas, quando são contactados”, indicou o director da PJ. Sit reconheceu também que a maior parte dos alunos burlados admitiu ter tido contactos anteriores com materiais a avisar para a existência de burlas. De acordo com as estatísticas criminais, no primeiro trimestre deste ano houve 96 fraudes telefónicas, entre as quais 40 visaram estudantes, o que significa uma proporção de 42 por cento. Além disso, as fraudes levaram a perdas de 26 milhões de yuan.
João Luz Manchete SociedadeCrime | Burlas pela Internet e telefone disparam 75,8% Os casos de burla e extorsão com recurso às telecomunicações e à Internet subiram 75,8 por cento em 2023, levando a perdas de 311 milhões de patacas. A criminalidade global aumentou mais de um terço no ano passado, violações quase que duplicaram, abusos sexuais de menores aumentaram 33 por cento e o número de sequestros foi quase sete vezes maior face a 2022 Confirmando a tendência que se vem acentuando desde a pandemia, quando a criminalidade passou para o online e para o telemóvel, o ano passado fechou com um aumento anual dos casos de burla e extorsão com recurso às telecomunicações e à Internet de 75,8 por cento face ao registo de 2022. De acordo com dados oficiais divulgados ontem pelo secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, Macau registou 1.306 burlas cometidas através do telefone ou ‘online’ no ano passado, mais 735 casos do que em 2022. A maioria das burlas (894, mais 43,7 por cento) aconteceram com recurso à Internet, embora o maior aumento tenha ocorrido nas burlas através do telemóvel (412), que quase quadruplicaram. Num relatório que apresenta as estatísticas da criminalidade, a tutela da Segurança revelou que em 329 casos as vítimas revelaram a burlões os dados de cartões de crédito quando tentavam comprar bens ou serviços ‘online’, mais do dobro do registado em 2022. Wong Sio Chak sublinhou ainda que no ano passado 148 pessoas foram alvo de extorsão após terem partilhado fotos nuas em plataformas de mensagens na Internet, um aumento de 60,9 por cento. Nas estatísticas apresentadas ontem, destaque para a criminalidade violenta que cresceu 76,5 por cento. Neste capítulo, os sequestros tiveram um aumento significativo de 583,3 por cento, de seis casos em 2022 para 41 no ano passado, enquanto as violações quase duplicaram no espaço de um ano, de 21 em 2022 para 41 no ano passado. Em relação às violações, as autoridades acrescentaram que quase 80 por cento das vítimas não eram residentes de Macau e que a maioria dos casos aconteceu em quartos de hotel. Wong Sio Chak afirmou que não exclui a hipótese de estes crimes estarem relacionados com a prostituição. Também os casos de abusos sexuais de crianças aumentaram, 33,3 por cento em termos anuais, assim como os homicídios que passaram de um caso em 2022 para quatro em 2023. Aplicação segura As autoridades de Macau registaram um aumento de 37,6 por cento da criminalidade global em 2023, algo justificado com o aumento dos turistas, após o fim das restrições impostas no âmbito da política ‘zero covid’. Na conferência de imprensa de ontem, Wong Sio Chak revelou que a Polícia Judiciária (PJ) está a testar uma aplicação de combate à burla, que deverá ser lançada em Abril na rede social WeChat. A aplicação vai permitir às pessoas consultarem números de telefone, contas bancárias e endereços de correio electrónico suspeitos, assim como obter informações sobre os métodos de burla mais usados. O secretário disse que a PJ detectou 90 casos praticados por redes criminosas transfronteiriças, cujo valor envolvia mais de 100 milhões de patacas e deteve 134 pessoas. Além disso, acrescentou que, graças a um mecanismo de alerta para suspensão de transacções suspeitas e cessação de pagamento, a polícia de Macau conseguiu recuperar mais de 113 milhões de patacas em 531 casos. Ainda assim, o responsável sublinhou que o crime de burla com recurso às telecomunicações “já se tornou um fenómeno criminoso enfrentado por muitos países regiões do mundo”. Centenas de milhares de pessoas, a maioria dos quais chineses, têm sido alvo de tráfico humano para centros no Sudeste Asiático, onde são forçados a defraudar compatriotas através da Internet, de acordo com um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos divulgado em Agosto. Cerca de 100 mil pessoas foram traficadas para o Camboja e pelo menos 120 mil para Myanmar, apontou o relatório. A incapacidade da junta militar no poder em Myanmar em acabar com estes centros tem levado a tensões com a China, um dos principais aliados e fornecedores de armas do país. Com Lusa
João Santos Filipe SociedadeEstudante burlado em 800 mil renminbis Um estudante do Interior da Universidade de Macau foi burlado em 800 mil renminbis, em mais um caso em que os burlões se fazem passar pela polícia do Interior, para assustar as pessoas. O caso foi revelado ontem pela Polícia Judiciária (PJ), ontem. Segundo os contornos apresentados, o estudante recebeu uma chamada de um número desconhecido no dia 15 de Fevereiro. Do outro lado, alguém se apresentou como pertencendo à Polícia Pública de Guangzhou, e indicou ao estudante que o telemóvel dele estava envolvido em vários crimes de burla praticados no Interior. Para provar que era inocente, o estudante ouviu do outro lado que tinha de contribuir para um “fundo de investigação”. Sem dinheiro, o estudante pediu algum tempo para fazer a transferência bancária. Depois de contar o sucedido a alguns familiares o estudante conseguiu amealhar 800 mil renminbis, que transferiu para a conta que lhe tinha sido indicada. As transferências foram feitas em diferentes tranches e ficaram concluídas a 22 de Fevereiro. Três dias depois, o estudante recebeu uma nova chamada do Centro Anti-Fraude de Dongguan. Após essa conversa, foi informado pelos perigos das burlas online e percebeu que tinha sido enganado. A vítima apresentou queixa, e o caso está agora a ser investigado pela PJ. Casos que se repetem Entre os casos de burla em que os criminosos se fazem passar pelas autoridades do Interior, houve igualmente outra situação, também com um estudante universitário, que perdeu um total de 348 mil dólares de Hong Kong. À semelhança dos outros casos, o estudante recebeu uma chamada em que era acusado de estar envolvido em burlas no Interior, pelo que tinha de ser investigado e pagar pela investigação. Se fosse inocente, o dinheiro era devolvido. Face a essa informação, o estudante fez três transferências bancárias, a primeira de 265 mil dólares de Hong Kong, a segunda de 83 mil dólares de Hong Kong e uma terceira de 37 mil dólares. Porém, quando fez esta última, a vítima recebeu uma chamada telefónica do banco a indicar-lhe que as transferências eram suspeitas. Nessa altura, o estudante percebeu que tinha sido burlado, mas o banco ainda conseguiu cancelar a transferência de 37 mil dólares de Hong
Andreia Sofia Silva PolíticaPolícia travou burlas bancárias no valor de 110 milhões O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, revelou na sexta-feira que entre Janeiro e Outubro deste ano as autoridades conseguiram travar burlas bancárias no valor de 110 milhões de patacas graças “às sugestões feitas [aos titulares das contas] em prol de uma maior segurança nas transferências e também graças à ajuda do sistema bancário”. “Os esquemas são antigos, mas as pessoas não acham que estejam a ser burladas”, disse o governante no debate sobre o relatório das Linhas de Acção Governativa para a área da Segurança. Por sua vez, entre Janeiro e Setembro deste ano, houve 1640 casos de burla, o que representou um aumento de 69 por cento face ao mesmo período do ano passado, sendo que estes crimes totalizaram um prejuízo de 215 milhões de patacas para as vítimas. Do total de 1640 casos, as burlas telefónicas representam 16,5 por cento, ou seja, 273 casos no total, disse o secretário. Por sua vez, burlas online constituem 36,5 por cento dos casos no total, acrescentou. Estudantes são vítimas Wong Sio Chak disse que a grande parte das vítimas de burlas bancárias são estudantes, tendo alertado para a falta de experiência de vida que contribui para que sejam burlados, em grande parte dos casos. “Alguns estudantes não têm experiência e em mais de 20 por cento dos casos de burla as vítimas são alunos. A Polícia Judiciária tem, por isso, realizado muitos trabalhos com instituições do ensino superior. Temos cooperado com o Interior da China, fornecendo algumas informações para combater as burlas. Os conhecimentos [sobre as formas de actuação dos criminosos] são poucos e muitas pessoas são enganadas. Como há muitas situações que envolvem pessoas com boas habilitações, as burlas envolvem milhares de milhões de patacas. Todos pensam que não são enganados”, referiu. O deputado Leong Sun Iok perguntou se é possível reforçar a intervenção das concessionárias de telecomunicações para travar estes crimes. “Já não é suficiente reforçar a educação, pois muitas pessoas de alto nível também são vítimas de burla. Não sei se é possível, através dos operadores de telecomunicações, combater este tipo de crime”, rematou.
Hoje Macau China / ÁsiaCiberespaço | Ex-chefe do departamento admite ter sido subornado [dropcap]O[/dropcap] ex-responsável máximo da Administração para o Ciberespaço da República Popular da China, Lu Wei, admitiu sexta-feira perante o tribunal que recebeu quatro milhões de euros de subornos, noticiou o jornal oficial Global Times. O ex-chefe do organismo que também era responsável pelos mecanismos de censura da internet no país prestou declarações no Tribunal Popular de Ningbo, província de Zhejiang, onde admitiu ter recebido subornos. Esta foi a primeira vez que Lu Wei foi visto em público desde Setembro de 2017 e aguarda agora a sentença do Tribunal Popular. Os alegados actos de corrupção foram cometidos desde a altura em que Lu Wei ocupou cargos de direcção na Agência Nova China (Xinhua), na autarquia de Pequim e no Departamento de Propaganda do Partido Comunista, antes dos quatro anos em que foi responsável pela Administração do Ciberespaço da China. Como chefe do departamento relacionado com a internet na República Popular da China, Lu Wei desempenhou um papel crucial na política de cibersegurança.
João Santos Filipe PolíticaImobiliário | Ella Lei alerta para ocorrência de burlas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Ella Lei, ligada aos Operários, mostrou-se preocupada com os casos de burlas que envolve casas em Macau, que, de acordo com a legisladora, se tornam cada vez mais frequentes. Em causa está uma burla recente, na qual um residente conseguiu fazer-se passar por outra pessoa, com recurso a um bilhete de identidade de Hong Kong falso, e obteve autorização notarial para vender uma casa que não lhe pertencia. “A fim de reforçar a segurança nas transacções de imóveis, além da necessidade de aperfeiçoar os regimes de registo predial e de notariado, as autoridades competentes devem reforçar as acções de sensibilização, para os cidadãos ficarem mais alerta para este crime”, frisou a legisladora. Por outro lado, Ella Lei sugeriu “a necessidade de reforçar as medidas e regras de identificação dos proprietários”, até pelos danos que os elevados preços do mercado imobiliário acabam por causar às vítimas. “Actualmente, o preços dos imóveis em Macau é muito elevado, as transacções são de milhões e até dezenas de milhões de patacas, por isso há grandes perdas para o proprietário e para o comprador, se houver actos ilícitos de compra e vendas de imóveis”, sublinhou a membro da Federação das Associações dos Operários de Macau. “Consideramos que um caso já é um caso a mais. Espero que a Administração altere, quanto antes, o Código de Registo Predial e o Código do Notariado, para eliminar as lacunas vigentes”, vincou.
Hoje Macau SociedadeResidentes de Macau alvo de alegada burla em Zhuhai [dropcap style≠‘circle’]C[/dropcap]erca de cinco centenas de investidores, incluindo de Macau, foram alegadamente vítimas de burla num negócio de compra de fracções comerciais em Zhuhai. Segundo cartas enviadas na noite de segunda-feira ao HM, assinadas por proprietários das fracções comerciais da Yangming Plaza, em Zhuhai, os espaços, que adquiriram para investimento foram hipotecados. De acordo com os investidores, o processo de arrendamento das lojas a terceiros foi entregue a uma empresa em Zhuhai. A descoberta de que as fracções comerciais tinham sido hipotecadas por um banco deu-se depois de, este mês, terem deixado de receber as respectivas rendas das fracções compradas no início de 2016. Os cerca de 500 proprietários, que alegam ter investido 200 milhões de renminbis no referido centro comercial, referem que endereçaram uma missiva ao Governo de Zhuhai, mas que não receberam qualquer resposta até ao momento. Se não for entretanto encontrada uma resolução, os investidores garantem que vão comunicar o alegado caso de burla a instâncias superiores.
Hoje Macau SociedadeApoios | Residentes que recorrem à Caritas aumentaram dez por cento Há cada vez mais pessoas que recorrem à Caritas Macau para pedirem ajuda para comer. A organização acredita que a subida se deve ao facto de ter, neste momento, um serviço mais próximo da população que precisa. Mas ainda há quem tenha vergonha [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntre Janeiro e Julho deste ano, quase 2700 pessoas inscreveram-se no serviço de fornecimento temporário de alimentos da Caritas Macau. O número representa um aumento de dez por cento em relação ao período homólogo do ano passado, indicava ontem o canal chinês da Rádio Macau. Para a organização, esta subida poderá ter que ver com o facto de terem sido alterados os pontos de distribuição dos bens alimentares. Estão agora mais perto das habitações públicas, o que facilita o acesso dos cidadãos que precisam deste tipo de ajuda. Mok Lai San, coordenadora do serviço, falou à emissora das características das pessoas que procuram apoio para as refeições: os utentes enfrentam pressões económicas e são, por norma, pessoas com poucos recursos sociais e familiares. Muitos indivíduos não têm apenas que lidar com problemas de natureza financeira, acrescentou a responsável, sem entrar em detalhes. Mas por terem outros dilemas que necessitam de intervenção, Mok Lai San garante que a Caritas Macau está atenta e avalia a situação em que se encontram. Se forem necessários outros recursos, os casos são encaminhados para serviços perto da área da residência, sendo as pessoas em causa incentivadas a procurarem ajuda. A coordenadora do serviço de fornecimento temporário de alimentos diz também que há muitos utentes preocupados com a discriminação, que se sentem envergonhados por terem de recorrer à Caritas. Mok Lai San afiança que, para estes casos, existe uma solução: a instituição apoia igualmente quem opta por se deslocar aos serviços fora da comunidade a que pertence. Consumo | Centros de explicações sem regras por escrito [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m terço dos centros de explicações do território não disponibiliza aos utentes o regulamento de admissão. A conclusão é do Conselho de Consumidores (CC). Em Macau, existem cerca de 300 centros de explicações com alvará válido, o que, para o CC, reflecte que existe “uma procura intensa” em relação aos serviços de explicações. Mas nem todos têm o cuidado de informar por escrito os consumidores acerca dos preços praticados e das formalidades de inscrição. “O regulamento de admissão serve de prova em caso de surgir litígio de consumo, dado que define previamente os direitos e deveres das partes da transacção”, sublinha o organismo. “Tendo em conta a diferenciação nas cláusulas de reembolso e de confirmação da reserva dos serviços de explicações”, o CC aconselha os centros a reforçarem a transparência das informações sobre os serviços prestados, nomeadamente sobre o âmbito e horário, o preçário e o reembolso. Crime | Onda de burlas não pára [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária disse ontem que o número de casos de burlas telefónicas aumentou e, em 30 casos, os prejuízos foram de cinco milhões de patacas. “Recentemente houve um enorme pico no número de burlas telefónicas em Macau. Trinta casos foram registados com perdas de aproximadamente cinco milhões de patacas”, informou a PJ numa mensagem enviada aos residentes. Na mensagem, a polícia alertou que o ‘modus operandi’ dos burlões está a mudar e, além de se fazerem passar por agentes dos serviços de migração de Macau ou da China, dizem também ser da própria Judiciária. No início desta semana, a PJ tinha indicado que entre 20 de julho e o passado dia 6 tinha registado 2247 denúncias de cidadãos que se queixaram terem sido alvo de burlas. Destes, 30 transferiram o dinheiro exigido. Só entre sexta-feira e domingo foram feitas 257 denúncias, com oito casos de prejuízos que totalizaram 1,24 milhões de patacas. Apesar do elevado número de casos, a PJ só deteve ainda um suspeito, no passado dia 31.